Buscar

Módulo 3 - Programa de Leniência Antitruste do CADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Programa de Leniência Antitruste do CADE 
 
1. Os benefícios administrativos de um Acordo Leniência Antitruste abrangem 
também quaisquer outros ilícitos administrativos que o beneficiário possa ter 
cometido, como, por exemplo, aqueles previstos na Lei Anticorrupção. Isso traz 
maior eficiência à atuação investigativa da Administração como um todo. 
a. Verdadeira 
b. Falsa 
A assertiva é falsa. Não há previsão, na Lei nº 12.529/2011, de extensão dos benefícios 
administrativos em relação a outras condutas, por exemplo, aquelas tipificadas na Lei nº 
12.846/2013. É justamente desse fato que decorre a existência de Acordos de Leniência 
celebrados por múltiplas autoridades e a necessidade de cooperação institucional entre as 
várias competentes. 
 
2. Sobre a participação do Ministério Público na celebração de Acordos de Leniência 
Antitruste, julgue as assertivas a seguir e assinale a única opção FALSA. 
a. A participação do Ministério Público na celebração de Acordos de Leniência 
Antitruste é mandatória por lei. 
b. A prática comum do Cade é que o Ministério Público participe como interveniente 
no Acordo de Leniência. 
c. Em casos envolvendo cartéis interestaduais ou internacionais, é entendimento do 
STJ que o Ministério Público Federal deva participar do Acordo. 
d. Embora a SG/Cade possa aconselhar sobre a definição do Ministério Público 
competente, a decisão final sobre a escolha deve ser feita pelo proponente do 
acordo, salvo os casos em que essa escolha enseje ilegalidade flagrante. 
e. O MPF-SP tem um grupo especial que, em geral, é envolvido na celebração de 
Acordos de Leniência Antitruste. 
Gabarito: A alternativa ‘a’ é a única falsa. 
 
A prática comum do Cade é que o Ministério Público participe como interveniente no 
Acordo de Leniência, mas sua participação não é mandatória para a validade dos acordos. 
 
As demais alternativas são verdadeiras. 
 
3. A celebração de um Acordo de Leniência Antitruste exige, como condição 
essencial de sua validade, que os beneficiários prevejam e detalhem a forma de 
reparação cível dos danos causados por sua conduta. 
a. Verdadeira 
b. Falsa 
A assertiva é falsa. A reparação cível dos danos causados pelos ilícitos tipificados na Lei 
nº 12.529/2011 não é requisito para a celebração do Acordo de Leniência Antitruste. Na 
prática, após gozarem dos benefícios administrativos e penais, muitas vezes, os 
signatários ainda estarão expostos à potencial responsabilização cível. É nesse contexto 
que o acesso a documentos anexos e ao histórico da conduta de Acordos de Leniência 
passa a ser sensível. 
4. De acordo com a Nota Técnica SG/CADE nº 24/2016, a persecução (enforcement) 
pública é a atuação das autoridades de defesa da concorrência na persecução de 
práticas anticompetitivas, que, no Brasil, é desempenhado pelo Cade e pelo 
Ministério Público. Já a persecução privada é a aplicação das normas de defesa da 
concorrência pelo Judiciário, no âmbito das ARDC, movidas por consumidores 
lesados pela prática anticompetitiva. Sobre a articulação entre persecução privada 
e pública de condutas anticompetitivas, assinale a alternativa correta. 
Os benefícios administrativos de um Acordo Leniência Antitruste abrangem também 
quaisquer outros ilícitos administrativos que o beneficiário possa ter cometido, como, por 
exemplo, aqueles previstos na Lei Anticorrupção. Isso traz maior eficiência à atuação 
investigativa da Administração como um todo. 
a. A persecução privada de condutas anticompetitivas não pode coexistir com a 
persecução pública. 
b. Um dos pontos centrais do estímulo ao enforcement privado é a não extensão de 
responsabilidade solidária pelos danos causados por um cartel ao beneficiário da 
Leniência. 
c. Nos termos da legislação atual, o prazo prescricional para ajuizamento de ações 
privadas de reparação de danos é a data de condenação do cartel pelo Cade. 
d. Os documentos utilizados pelo Cade na persecução pública estão amplamente 
disponíveis para qualquer interessado que queira empregá-los na persecução 
privada. 
e. O impacto financeiro de eventuais ações privadas de reparação de danos por 
cartel não resulta na redução da atratividade do Programa de Leniência. 
A alternativa correta é a ‘b’. É correto afirmar que seria estímulo ao enforcement privado a 
não extensão de responsabilidade solidária pelos danos causados por um cartel ao 
beneficiário da Leniência, na medida em que os demais participantes da conduta, que não 
ofereceram documentos e informações às autoridades, pudessem ser responsabilizados 
na esfera cível. 
De outro lado, é incorreto afirmar que as persecuções pública e privada de práticas 
anticompetitivas não podem coexistir, pois o espírito da Lei nº 12.529/2011 é justamente o 
contrário, ao prever ambas as possibilidades. 
A legislação atual não prevê termo do prazo prescricional para ajuizamento de ações. 
Trata-se de questão controvertida que vem sendo discutida pela jurisprudência. 
Os documentos utilizados pelo Cade na persecução pública não estão disponíveis a 
qualquer um. A autoridade editou a Resolução nº 21/2018 justamente para regular em que 
casos e como o acesso a estes documentos se daria. 
O potencial impacto financeiro de ações privadas de reparação de danos por cartel pode 
reduzir os incentivos à adesão ao Programa de Leniência, na medida em que os potenciais 
colaboradores correm o risco de verem os documentos e informações apresentados à 
autoridade, no contexto da negociação do Acordo, serem, potencialmente, usados como 
prova em ações cíveis.

Continue navegando