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Saúde Ambiental

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Saúde Ambiental
O que é saúde ambiental?
	Alguns aspectos do meio ambiente podem alterar a saúde humana, como por exemplo, o saneamento e poluição. A saúde ambiental estuda esses fatores e formas de controla-los.
	A ação humana no ambiente foi predatória e acabou destruindo o ecossistema e colocando em risco a nossa própria sobrevivência. No ultimo século com o desenvolvimento industrial e econômico, a globalização intensa, e o consumismo sobrecarregam o planeta, que não é capaz de repor os recursos com a mesma velocidade.
· Desenvolvimento sustentável - Desenvolvimento capaz de suprir as necessidades sem esgotar os recursos para as próximas gerações
· Carta de Ottawa - Primeira conferência internacional sobre a promoção da saúde e ressaltou a necessidade de cuidar do meio ambiente para promover a saúde.
· Riscos - Se refere a probabilidade de ocorrer acidentes e doenças. Acidentes podem ser desastres naturais e desastres antropogênicos (causados pelo homem). 
O meio ambiente na história
· 1909 – I congresso Internacional para a proteção da natureza
· 1934 – Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza
· 1949 – Conferência Internacional para Conservação dos Recursos Naturais: definição da conservação do meio ambiente como condição pra paz
· 1968 – Conferência da biosfera: primeira vez que falou-se sobre desenvolvimento sustentável
· 1972 – Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano: preocupação coletiva de todos os países para minimizar consequências das ações no meio ambiente. 
· 1981 – Lei 6938 Política Nacional do Meio Ambiente: criação do CONAMA (deliberação sobre temas ligados ao meio ambiente no Brasil)
· 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: reafirma os compromissos firmados em 1972 e reforça a necessidade do desenvolvimento sustentável, foco na erradicação da pobreza (ECO 92)
· 1997 – Protocolo de Kyoto: redução da emissão de gases estufa e consequentemente do aquecimento global.
· 2012 – RIO+20: enfoque nas questões ambientais e sociais. No Brasil o órgão que cuida do meio ambiente no nível Federal é o Ibama.
A carta da terra (1997) - São princípios apresentados na carta: respeitar e cuidar da comunidade da vida; Integridade ecológica (desenvolvimento e consumo sustentável); Justiça social e econômica (erradicação da pobreza para garantir dignidade à polução); democracia, não violência e paz. Discussão ECO92.
Agenda 21 Brasileira (2003) - A agenda não é um documento obrigatório, e sim uma espécie de manual para guiar os países ao desenvolvimento de um novo tipo de sociedade em busca do equilíbrio nas relações homem-natureza. Possui 21 objetivos divididos entre os seguintes temas: Economia da poupança na sociedade do conhecimento; Inclusão social para uma sociedade solidária; Estratégia para a sustentabilidade urbana e rural; Recursos naturais e estratégicos (água, biodiversidade e florestas).
Cidadania Ecológica ou Ambiental
	Prevê uma participação ativa nas questões ambientais, que variam das pequenas ações cotidianas, como o consumo responsável, até a participação na gestão ambiental, sendo membro ativo das associações de defesa da natureza e conselhos governamentais (discurso ecocentrico). 
Ecologia urbana
	Trata do ecossistema urbano, que é o resultado das interações entre todos os seres vivos, o meio construído pelo homem e áreas naturais que persistem nas cidades como as florestas urbanas, lagos e outros. Um exemplo de ação dentro da ecologia urbana é o movimento dos 5Rs (Reduzir, Reutilizar, Recusar, Repensar, Reciclar).
Educação ambiental
	É uma ferramenta para mudança de comportamento dos indivíduos e população frente às questões ambientais. A EA pretende estimular essa mudança por meio de um processo reflexivo sobre o ambiente e as interações do homem com ele. A educação ambiental é transversal (presente em todos os momentos, desde as propagandas até as disciplinas em todos os níveis de educação) e interdisciplinar (várias áreas de conhecimento). 
· 1992 – Carta Brasileira para Educação Ambiental: PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (ProNEA)
O Farmacêutico na Saúde Ambiental
Saúde Pública
	Aplicação de conhecimentos com o objetivo de organizar os sistemas e serviços de saúde e atuar nos fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença, de modo a controlar a incidência de doenças nas populações através de vigilância e intervenções governamentais.
	O farmacêutico é fundamental na organização dos serviços públicos de saúde, atuando nas seguintes áreas ligadas diretamente a saúde ambiental (compartilhadas com outros profissionais, não privativas ou exclusivas):
· Controle de qualidade e tratamento da água
· Controle de vetores e pragas urbanas
· Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde
· Gestão ambiental
· Saúde ocupacional
· Segurança do trabalho
· Vigilância ambiental
Controle de vetores e pragas urbanas
a) Aquisição dos produtos;
b) Preparo das soluções concentradas e diluídas ou outras manipulações;
c) Armazenamento de soluções;
d) Gerenciar o transporte, aplicação dos produtos e manutenção de equipamentos;
e) Vistoria, perícia e emissão de pareceres técnicos;
f) Controle de qualidade;
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
a) Elaboração, implementação e execução de planos de gerenciamento dos resíduos.
b) Tarefa pode ser realizada no estabelecimento onde o farmacêutico é RT ou como prestação de serviço.
Controle de qualidade da água
a) Padrão de potabilidade e controle ambiental
b) Controle da operação das estações de tratamento de água e esgotos domésticos e industriais; 
c) Controle da qualidade de água com reagente e para fins terapêuticos (ex: hemodiálise, manipulação).
d) Coleta de amostras;
e) Análises físico-químicas e microbiológicas através de metodologia específica (pH, turbidez, cor aparente, cloro residual livre, sólidos totais dissolvidos, contagem total de bactérias, coliformes totais, presença de E coli, coliformes termorresistentes)
f) Emissão e assinatura de laudos e pareceres técnicos
Segurança no trabalho
a) Elaborar e atuar nas políticas do meio ambiente
b) Identificar processos, elaborar tratamentos de aspectos e impactos referentes a atividades do meio ambiente, realizar avaliações de riscos.
c) Identificar e manter procedimentos para viabilizar operações.
d) Gerenciar projetos, coordenar equipes e participar de auditorias.
e) Realizar análises críticas para assegurar adequação das ações de meio ambiente.
f) Promover programas destinados à capacitação da comunidade e dos trabalhadores
Especialidades farmacêuticas na área de saúde ambiental
 Especialidades diretamente ligadas: educação, gestão, saúde publica e toxicologia.
Saneamento Ambiental
	“Saúde pública é a arte de evitar doenças, prolongando a vida e promovendo a saúde e eficiência através de esforços promovidos pela comunidade (OMS)”
	A prática da Saúde Pública e do Saneamento Ambiental deve envolver grande número de profissionais de diferentes áreas de conhecimento atuando de forma coletiva e individual. Na década de 30 foi elaborado no Brasil o código de águas e na década de 90 deu-se início as propostas de desenvolvimento sustentável.
	O saneamento ambiental é o conjunto de ações que garante a qualidade da água e dos rios, lançamento de esgotos em rede pública coleta de lixo e disposição em aterros, garantia de água em quantidade adequada, além do controle ou erradicação de doenças. O ato de sanear e trabalhar na aplicação de medidas que melhorarão as condições higiênicas de algum local. A OMS define saneamento como controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico da população. 
Situação do saneamento básico no mundo (ONU, 2015)
· População mundial > 7,6BI 
· Não tem saneamento: 4,5BI (59,2%)
· 2.30BI (30%) tem saneamento: 600 milhões tem que compartilhar um banheiro com moradores de outros lares, 892 milhões defecam a céu aberto.
Saneamento básico no Brasil 2018
· Água tratada: 83.62% 
· Coleta de esgoto: 53%
·Esgoto tratado: 46%
Politica Nacional de Saneamento Básico (Brasil 2007)
· Abastecimento de água
· Esgotamento
· Limpeza urbana
· Drenagem e manejo de águas pluviais
Marco Legal do Saneamento (2020 – metas até 2033)
· Meta de 99% da população com água potável
· Meta de 90% com coleta e tratamento de esgoto
· Dimunuição do desperdício de água e aproveitamento da água da chuva
· Estímulo de investimento privado 
· Fim do direito de preferência a empresas estaduais
Doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado
· Estima-se que cerca de 10% da carga global de doenças seja devido a má qualidade da água e deficiências na disposição de excretas. 
· Cerca de 90% dos episódios anuais de diarreia são atribuídos a deficiências no esgotamento sanitário
Doenças relacionadas com a água
1) Doenças transmitidas via feco-oral: organismo patogênico é ingerido com a água.
Ex: Diarreia, giardíase, amebíase, coléra, hepatite A, Febre Tifóide, Ascarídiase. *
Prevenção: proteger mananciais e tratar as águas de abastecimento para consumo humano; evitar o uso de fontes de agua contaminadas como água de poços e nascentes; fornecer água em quantidade adequada; promover a higiene pessoal e doméstica e dos alimentos.
2) Doenças controladas pela limpeza com a água: associadas á falta de água e higiene pessoal insuficiente que criam condições favoráveis para disseminação de doenças.
Ex: Infecção na pele e olhos, tifo relacionado a piolhos, tracoma, escabiose. 
Prevenção: Fornecer água em quantidade adequada, educação sanitária.
3) Doenças associadas à água: Parte do ciclo do agente infeccioso ocorre em um animal aquático podendo ser ingerido ou penetrando pela pele do hospedeiro.
Ex: Esquistossomose.
Prevenção: evitar contato de pessoas com águas infectadas, proteger os mananciais de água para consumo, medidas adequadas para a disposição de esgotos, combate de hospedeiros intermediários. 
4) Doenças transmitidas por vetores que se desenvolvem na água: propagadas por insetos que nascem na água e picam perto dela
Ex: dengue, febre amarela, malária, filariose.
Prevenção: combater insetos, eliminar condições que possam favorecer criadouros, meios de proteção individual.
5) Doenças em que a água é veículo de substâncias químicas: ingestão de componentes tóxicos como arsênio, chumbo, nitratos, benzeno, etc.
	
Doenças relacionadas com o Esgoto
1) Doenças transmitidas pela via feco-oral não bacterianas: contato de pessoa para pessoa, quando não se tem higiene pessoal e doméstica adequada
Ex: Poliomelite, hepatite tipo A, Giardíase, diarreia por vírus.
Prevenção: implantar sistemas de abastecimento de água e de esgotamento, melhorar moradias e instalações sanitárias, promover a educação sanitária.
2) Doenças transmitidas pela via feco-oral bacterianas: contato de pessoa para pessoa, ingestão de alimentos contaminados, e contato com fontes de água contaminadas.
Ex: febre tifoide, febre paratifoide, diarreias e disenterias bacterianas, coléra.
Prevenção: sistema de abastecimento de água, melhorar moradias e instalações sanitárias, educação sanitária, sistemas adequados de disposição de esgotos.
3) Helmintos transmitidos pelo solo: ingestão de alimentos contaminados e contato da pele com o solo.
Ex: ascaridíase, tricuríase, ancilostomíase.
Prevenção: construir e limpar instalações sanitárias, tratar esgotos, usar calçado. 
4) Doenças transmitidas por tênias na carne do boi e do porco: ingestão de carne mal cozida.
Ex: teníase e cisticercose
Prevenção: instalações sanitárias domiciliares adequadas, tratar esgoto, inspepcionar a carne e ter cuidados na preparação.
5) Doenças transmitidas por helmintos na água: contato da pele com água contaminada por vermes oriundos de fezes
Ex: esquistossomose
Prevenção: instalações sanitárias, tratar esgotos, controlar caramujos, evitar contato.
	
6) Doenças transmitidas por insetos vetores relacionadas com as fezes: procriação de insetos em locais contaminados por fezes
Ex: filariose
Prevenção: combater insetos transmissores, eliminar esgoto a céu aberto, EPIs.
Doenças relacionadas com lixo
· Contato direto, contato indireto (solo, água), vetor mecânico (barata, mosca, roedor, suíno contaminando alimentos), vetor biológico (mosquito, roedor, suíno)
Ex: salmonelose, malária, febre tifoide, leptospirose, teníase.
Prevenção: eliminar lixões a céu aberto, melhorar condições de segurança e saúde para garis e catadores de materiais recicláveis, limpeza urbana, eliminar possíveis abrigos e alimentos de vetores, educação sanitária.
Doenças relacionadas com a drenagem inadequada de águas de chuva
1) Relacionadas com empoçamentos: transmitidas por vetores alados que podem se proliferar em empoçamentos.
Ex: dengue, febre amarela, filariose e malária.
Prevenção: eliminação de empoçamento de água, aplicação de inseticidas nos criadouros, manutenção de limpeza nas moradias
2) Doenças relacionadas com alagadiços: o agente etiológico utiliza um hospedeiro aquático que pode proliferar em alagadiços
Ex: esquistossomose
Prevenção: evitar contato com águas infectadas, proteger os mananciais, adotar medidas para drenagem, combater hospedeiros intermediários.
3) Doenças favorecidas por inundações: transmitida pelo contato direto com água ou solo cuja contaminação é favorecida por inundações.
Ex: Leptospirose
Prevenção: Evitar contato com águas de inundação, higiene pessoal e doméstica, jogar fora alimentos afetados por inundação, projetos de drenagem.
Lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública
· Cólera
· Dengue – Casos, vírus Zika, Febre de Chikungunya
· Febre Amarela
· Esquistossomose
· Febre Tifoide
· Hantavírose
· Hepatites virais
· Leptospirose
Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) - É alimentado por notificações de casos de doenças e agravos que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória.
Água
	A água é o maior constituinte dos fluídos dos seres vivos (aproximadamente 60% em massa de água nos humanos), as crianças possuem maior porcentagem de água, e devido a este fato uma diarreia pode ser fatal caso os fluídos não sejam repostos. 
	Recurso hídrico refere-se à parcela de água doce disponível para diversos usos, incluindo o abastecimento público, uso industrial, agrícola e pecuário, geração de energia, e no saneamento. No Brasil os recursos hídricos correspondem a 12% do total mundial, e estão localizados os dois maiores aquíferos do mundo (Alter do chão e Guarani). 
Figura 1 Ciclo da água
Qualidade da água
	Para cada finalidade de uso, existem exigências diferentes para a qualidade de água. A composição da água nos rios pode modificar de acordo com a sua localização, essas alterações podem ser naturais ou causadas pela interferência humana, estas podem alterar a composição com substâncias cujo grau de remoção é superior ao de decomposição de substâncias naturais do meio ambiente. 
	Um exemplo dessa alteração na composição dos rios é a poluição, uma a alteração indesejável ao meio ambiente que pode levar a danos à saúde. O que mais causa poluição dos rios são os resíduos sólidos (lixo) e a emissão de líquidos residuais (esgotos provenientes de residências, indústrias e água da chuva). 
Sistemas de tratamento de água
	Implantar e melhorar os serviços de abastecimento traz como resultado uma melhoria nas condições de vida de uma comunidade e na saúde pública. Essa melhoria pode ser vista através de vários fatores, tais como: aumento da expectativa de vida, redução da mortalidade, redução de horas improdutivas por afastamento, controle e prevenção de doenças, promoção da higiene pessoal, e na melhora da limpeza pública. Do ponto de vista econômico a água se reflete diretamente no desenvolvimento industrial visto que durante vários processos é necessário utilizar água. 
	Levar água potável a uma comunidade deve ser a primeira ação sanitária e social que um programa de saneamento deve implementar. A água utilizada pela população pode prover de vários locais:
· Água de superfície: rios, riachos, represas e lagoas.· Água de poços: artesianos, semi-artesianos.
· Águas meteóricas: cisternas que aproveitam águas de chuva.
	O abastecimento de água pode ser classificado como:
· Sistema de abastecimento de água (recomendável pela OMS), que consiste na implantação de estação de tratamento.
· Solução alternativa que pode ser individual (domicílios residenciais com uma única família utilizando poços e cisternas) ou coletiva (disponível para vários domicílios).
Sistema de abastecimento de água para consumo humano (SAA)
	É definido como conjunto de infraestruturas, obras, materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as ligações prediais, destinado à produção e fornecimento de água potável, por meio de rede de distribuição.
No geral o SAA é composto de várias unidades: captação. Adução, tratamento, reservação, distribuição. 
1) Captação: limitado a água superficial, conjunto de dispositivos construídos no manancial para fazer a retirada da água.
2) Adução: transporte da água retirada através de conjunto de tubulações (adutoras) até a estação de tratamento.
3) Tratamento: melhora as características organolépticas, físicas, químicas e microbiológicas da água afim de torna-la própria para consumo humano.
4) Reservação: reservatórios com a finalidade de garantir o abastecimento de água tratada para a população. 
5) Distribuição: condução para todas as residências.
. 
Figura 2 Sistema de abastecimento de água
	O SAA é recomendado para centros urbanizados, e é a opção mais econômica e a melhor sob o ponto de vista sanitário (empresa controla a qualidade de água). Em algumas áreas periféricas as soluções alternativas individuais podem ser consideradas. 
	Toda água para abastecimento da população deve ser tratada para transformar a água bruta (consumo impróprio) em água potável. As características necessárias para a água ser considerada potável é normalizada na Portaria nº5/2017. 
	Do ponto de vista tecnológico a água de qualquer qualidade, em princípio, pode ser transformada em água potável, porém os custos envolvidos em alguns casos podem inviabilizar o uso. A qualidade físico-química e microbiológica da água obtida no manancial que define o método de tratamento. 
Tratamento simplificado 
 Normalmente é utilizado para águas subterrêneas que possuem um nível de pureza maior. Também é recomendável para pequenos municípios onde o nível de poluição é baixo. Emprega filtros, processo de desinfecção, fluoretação e correção de pH.
Tratamento convencional
 É o tratamento adotado na maior parte das estações, neste processo a água passa pela etapa de captação, tratamento e distribuição. 
Figura 3 Tratamento convencional
	O tratamento convencional é divido nas seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, correção do pH, e fluoretação. Nessas etapas o tratamento é baseado na adição de produtos químicos;
1) Coagulação: As águas de superfícies geralmente possuem cor e turbidez, e a adição de agentes coagulantes removem as partículas de suspensão e materiais coloidais para remover essas partículas responsáveis pela coloração e turbidez da água. Junto com o agente coagulante podem ser adicionados cloro agentes alcalinizantes para ajustar o pH da água. O principal agente coagulante é o sulfato de alumínio devido ao menor custo, quando ele é adicionado a água é agitada para desestabilizar eletricamente as partículas de sujeira e junta-las formando um precipitado gelatinoso (coágulo, ou floco). 
2) Floculação: diminuição da velocidade do agitador para formar coágulos maiores. Assim tem-se a remoção de cor, carga orgânica, organismos patogênicos passíveis de coagulação, eliminação de substância que conferem sabor e odor, entre outros. 	
3) Decantação: processo de separação física das partículas em suspensão, clarificando a água e reduzindo grande porcentagem das impurezas. A água fica parada no tanque de decantação de 3 a 4h, este tanque possui formato afunilado e permite que os flocos formados se deposite no fundo do tanque de decantação.
4) Filtração: a água passa por filtros de cascalho, areia e/ou carvão ativado para que o material que não foi eliminado nos processos anteriores seja retido no meio poroso. O carvão ativado permite também a remoção de sabor desagradável e odores. 
5) Desinfecção: eliminação de todos os micro-organismos. Essa fase pode ser realizada por métodos físicos (calor e radiação solar) e químicos (produtos químicos mineirais, sintéticos ou naturais). 
Radiação ultravioleta: método físico que atinge os ácidos nucleicos para inativar vírus e bactérias. O método utiliza lâmpadas especiais e a desvantagem do método é o alto custo da manutenção.
Cloro: método de desinfecção química, age sobre a maioria dos micro-organismos e não é nocivo na dosagem para desinfecção. É o método mais utilizado por ser o mais econômico.
Ozônio: desinfetante poderoso, deixa um sabor diferenciado, operação difícil e não tem ação residual como o cloro.
Iodo e prata: desinfeta a água rapidamente, porém é um produto caro.
Cloro
	O cloro é o mais importante dentre todos os elementos utilizados na desinfecção, também é utilizado em outras etapas para eliminar odores e sabores, diminuir a intensidade da cor, auxiliar no combate à proliferação de algas, colabora na coagulação e eliminação de matérias orgânicas. Ele também não altera outras qualidades da água, não requer operação complexa, e ainda mantém um residual ativo na água (ação contínua mesmo depois da aplicação), o que é extremamente importante para passar por tubulações não estéreis.
6) Correção do pH: feito com hidróxido de cálcio para alcalinizar a água, evitando que a água corroa a tubulação. 
7) Fluoretação: não é considerado como tratamento de água, e sim um aditivo. Passou a ser obrigatória a partir de 1974, é uma medida preventiva que reduz a prevalência de cárie na população sob exposição continua a esta agua. Presente em concentrações de 0,7 a 1,2mg/L dependendo da temperatura de cada localidade, pois a ingestão de água está relacionada a temperatura de água, isto é, em regiões mais quente a tendência de que as pessoas tomem mais água e a quantidade do flúor na água pode ser menor para evitar a toxicidade. Existe o controle dos níveis de flúor no manancial e dentro da estação de tratamento, também existe a vigilância nos domicílios (heterocontrole) feita por instituições do estado para fiscalização. 
Figura 4 Estação de tratamento de água
Monitoramento da qualidade da água
	O controle da qualidade é feito pela empresa responsável pela produção e distribuição da água potável, analisando a agua in natura, decantada, filtratada, tratada e em pontos de rede vulneráveis.
Riscos associados a um tratamento/ armazenamento ineficiente
	Uma água sem qualidade pode comprometer diversas operações em laboratórios, clínicas ou indústrias, podendo contaminar vidrarias, meios de cultura, soluções, medicamentos, equipamentos, etc. 
Água para consumo humano
	A água que abastece a cidade é proveniente de mananciais (fonte hidríca de água superficial ou subterrânea) , as represas utilizadas tem a finalidade de acumular água, portanto toda água utilizada é proveniente do meio ambiente, devido a isso a saúde da população está intimamente ligada à saúde ambiental. Uma das atividades das empresas de tratamento é a proteção do manancial.
 	Garantir à população em quantidade e qualidade o suficiente é uma atribuição do Sistema Único de Saúde, o qual estruturou uma área chamada Vigilância em Saúde para atender as demandas, essa vigilância é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores condicionantes e determinantes de saúde, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. É subcategorizada em varias áreas, como por exemplo, vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, esta tendo sendo criada nos anos 2000 (lei 8080) e operacionada em 2005. 
	O subsistema Nacional de Vigilãncia Ambiental (SINVISA) definido conjunto de ações e serviçosprestados por órgãos públicos e privados, relativos a vigilância em saúde ambiental. Ele coordena as ações no âmbito nacional e é divididos em três áreas que são coordenadas pela CGVAM. 
· VIGIPEQ: contaminantes químicos no solo e no ar.
· VIGIAGUA: qualidade da água
· VIGIDESASTRES: desastres naturais associados a mudanças climáticas, fatores físicos e produtos perigosos.
	Nos municípios a vigilância ambiental pode ser bastante diferenciada, podendo ser realizada pela vigilância sanitária. 
VIGIAGUA
	O Programa de Vigilância da Qualidade da água para consumo humano tem como objetivo realizar a vigilância nas formas de abastecimento (sistema, solução individual e solução coletiva). Manter um alto nível de qualidade é essencial para saúde humana, no Brasil a normativa que define os parâmetros de potabilidade é a Portaria de Consolidação nº5. (CAP V., sessão II).
	A avaliação do padrão de qualidade parte da determinação da quantidade de certas substâncias na água. No brasil há três padrões de potabilidade:
· Microbiológico: presença de microrganismos na água, tais como bactérias, enterovírus, protozoários, giárdia, cianobactérias e cianotoxinas.
· Físico-químico: características físicas e químicas da água, como por exemplo, turbidez e a presença de substâncias orgânicas ou inorgânicas, agrotóxicos, desinfetantes e radioatividade.
· Organoléptico: referente à cor, odor e sabor, que podem ser alterados em casos de contaminação.
	Apesar de a portaria estabelecer que o controle fosse feito pela empresa que faz o tratamento, cabe também às autoridades de saúde pública a missão de fiscalizar a qualidade ofertada por essas empresas.
Definições importantes da portaria
· Água para consumo humano: água potável destinada a ingestão, preparo de alimentos e higiene pessoal, independente de sua origem.
· Água potável: atende o padrão de potabilidade e não oferece risco a saúde.
· Padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para consumo.
Parâmetro microbiológico
	A água potável não deve conter microrganismos patogênicos e deve estar livre de bactérias (vírus, protozoários, bactérias, protozoários e helmintos) indicadoras de contaminação fecal.
	Como indicadoras de contaminação fecal são eleitas como bactérias de referência as do grupo coliforme, cujo principal representante é a Escherichia coli, essa bactéria é facilmente encontrada nas fezes de animais de sague quente, facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e de baixo custo, a sua concentração na água possui relação direta com o grau de contaminação fecal, tem maior tempo de sobrevivência na água e maior resistência aos agentes tensoativos e desinfetantes (caso ela tenha sido destruída podemos supor que as de menor resistência também foram). Quando forem detectados indícios de contaminação fecal, devem ser adotadas ações corretivas e novas amostras devem ser coletadas até o resultado ser negativo. 
	A portaria de consolidação estabelece que deve haver ausência de Coliformes totais associadas a decomposição de matéria orgânica (Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter), ausência de Coliformes termotolerantes indicadores de contaminação fecal (Escherichia coli), e contagem de bactérias heterotróficas que servem como parâmetro para avaliar a integridade do sistema de distribuição.
Padrão orgaléptico de potabilidade
	Avaliação de parâmetros que são capazes de promover estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde. A portaria estabelece alguns parâmetros para serem investigados, tais como: concentração de alumínio, concentração de amônia, cor aparente, presença de cloreto, turbidez, presença de ferro, etc. A padronização é realizada pelo VMP (valor máximo permitido). 
Padrão físico químico de potabilidade
	A portaria estabelece um limite na concentação de substâncias orgânicas e inorgânicas, agrotóxicos e desinfetantes (como por exemplo, o cloro adicionado durante o tratamento e os produtos secundários originados na desinfecção como o trialometano), , e radioatividade (Radio 226 e radio 228 – associados com a captação da água do subsolo em locais onde existem depósito de elementos radioativos). As análises muitas vezes são realizadas com menor periodicidade dependendo do item estabelecido. Existem mais de 500 substâncias tóxicas que não são pesquisadas porque a legislação não exige.
	O objetivo do tratamento da água é remover microrganismos e impurezas, o tratamento clássico com adição de químicos não conseguem eliminar esses elementos , seria necessário tecnologias mais avançadas com filtros específicos para reduzir a presença . Existem mais de 500 substâncias tóxicas que não são pesquisadas porque a legislação não exige.
SISAGUA
	Banco de dados do VIGIÁGUA que armazena informações cadastrais provenientes dos prestadores de serviços e da vigilância. Existem 3 tipos de perfil que possuem acesso ao sistema: Perfil Vigiagua (profissionais que atuam no programa nacional de vigilância), Perfil Empresa (profissionais das empresas prestadoras de serviço) e Perfil Consulta (profissionais que atuam em áreas afins da vigilância).
	
Coleta de amostras de água para análise de parâmetros de potabilidade
	A coleta da amostra é um dos passos mais importantes para a avaliação da qualidade da água, por isso, é essencial que a amostragem seja realizada com precaução e técnica para evitar as fontes de contaminação. 
	Existem alguns critérios para definir locais de coleta, como por exemplo, a distribuição geográfica (ex: coleta de amostras próximas ao final e ao início de uma rede de distribuição) e locais estratégicos (Ex: coleta em áreas povoadas por pessoas em situações precárias, áreas próximas a pontos de poluição, hospitais). 
	A forma de atuação da vigilância apresenta duas abordagens:
· Caráter preventivo e rotineiro – avaliação contínua afim de detectar risco, é realizada de forma sistemática e permanente.
· Caráter investigativo – buscar informações sobre a qualidade da água em casos de eventos comprometedores, como por exemplo, acidentes e surtos associados a doenças de transmissão hidríca. 
Etapas de organização das atividades para a coleta
1. Planejamento: Etapa onde se realiza o planejamento de todas as atividades. Esta etapa segue os seguintes passos:
· Identificar laboratório de referência
· Definir o roteiro para coleta
· Selecionar pontos de amostragem
· Definir análises que serão realizadas em campo e posteriormente.
· Como será feito o deslocamento até o local
2. Infraestrutura: separar o material que será utilizado para coleta das amostras. 
· Equipamentos de proteção individual (dependem do local onde vai coletar)
· Fracos de coleta
· Material para fazer anotações
· Ficha de coleta
· Álcool
· Swab
· Algodão
· Etiquetas
· Rótulos
· Termômetro
· Equipamento de campo calibrado (dosagem de cloro, phmetro)
· Papel
· Local para descartar resíduo
· Caixa térmica, gelo e suporte para armazenara amostras 
3- Operacional: coletar as amostras. Se identificar e pedir autorização para o morador antes de realizar as coletas.
· Primeiro ponto de água: normalmente em frente as residências.
· É necessário levar rótulos para identificar frascos e bolsas: município, endereço, número de amostras, local da coleta, data, hora, sistema de abastecimento ou solução alternativa, responsável pela coleta e telefone de contato. Isso permite a rastreabilidade da amostra.
· Ficha de coleta com registro de todas as amostras coletadas no período, e resultado de análises de campo (cloro e pH).
· Higienizar a torneira: álcool 70 ou hipoclorito 2,5%, swab (interior da torneira) e algodão (exterior).
· Abertura da torneira em jato forte, deixar a água escorrer por um período de 2 a 3 minutos para eliminar possíveis resíduos do agente desinfetante utilizado. 
· Coleta para análise microbiológica – normalmente é a primeira coleta para evitar risco de contaminação com frascos ou amostradores não estéreis.
· Coleta para análise físico-química.· Medições de campo (pH, cloro resitual total e livre). 
· Se houver medida de temperatura utilizar o termômetro que foi levado a campo.
· Acondicionar as amostras em caixa térmica com gelo, de modo a evitar que o rótulo seja molhado. 
Aspectos gerais das técnicas de coleta
	Independente de a água ser proveniente do Sistema ou Solução Alternativa a técnica a ser adotada depende do tipo de análise a ser solicitada. Para a análise microbiológica utilizar frascos estéreis com 2 gotas de tiossulfato de sódio (normalmente na forma de pastilha) para que o cloro seja neutralizado, de modo a não matar os microrganismos de interesse. Toda a amostra encaminhada para a análise microbiológica deve chegar no laboratório em menos de 6h, visto que o período máximo para as análises é de 24h. 
	
	Para a análise físico-química o procedimento é o mesmo e podemos utilizar bolsas plásticas e frascos de vidro, porém não adicionamos o tiossulfato. Na análise do flúor não podemos utilizar frasco de vidro, pois este inferfere na análise do íon fluoreto, e normalmente são utilizados os frascos de polipropileno. Após a coleta as amostras devem ser mantidas sob condições similares, e é sempre necessário verificar como preservar as amostras diferencialmente para cada amostra.
Figura 5 Coleta e preservação para análises físico-químicas
	
	A conservação das amostras por refrigeração tem como objetivo retardar a ação biológica e hidrólise dos compostos químicos; preservar organismos minimizando alterações morfológicas ou fisiológicas; reduzir a volatilidade dos constituintes; e reduzir efeitos de absorção. Todos os resultados das análises devem ser registrados no SISAGUA. 
Potabilidade da água
	Toda água destinada ao consumo, distribuída coletivamente por meio do sistema ou solução alternativa coletiva, deve ser objeto de controle e vigilância. A água de solução alternativa individual está também sujeita à vigilância. A Portaria de Consolidação nº 5/ 2017 estabelece normas internacionais e nacionais de metodologias de análise. 
Análises imediadas (no momento da coleta): Cloro residual, pH e temperatura,
Determinação do pH da água tratada
	O termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma solução, havendo predominância de H+ na água ela apresenta caráter ácido. A portaria recomenda que para a água ser considerada potável ela deve estar com o pH dentro de uma faixa de 6 a 9,5. Em alguma localidades é possível que a presença de carbonatos deixe a água mais alcalina, sendo necessário ajustes no pH, e dentro da ETA o pH é modificado para melhorar o processo de coagulação e controlar a desinfecção (Cloro precisa de um pH ótimo para funcionar). O pH muito ácido pode corroer as instalações hidráulicas e do sistema de distribuição, e o pH muito básico pode provocar incrustações nas tubulações e equipamentos.. 
	Para a determinação do pH utilizamos dois métodos: o método potenciométrico (com pHmetros portáteis) e o método colorimétrico (tiras de papel absorvente com tiras de indicador de pH). O pHmetro é mais indicado porque ele elimina qualquer tipo de interferente da amostra, como a cor e turbidez. 
Determinação do Cloro residual livre (CLR)
	Conhecer o teor de cloro permite a garantia da qualidade microbiológica da água e a segurança do uso pro consumidor. O cloro residual seria o que mantém a atividade durante todo o percurso, desde a instalação de tratamento até a residência. A portaria estabelece uma faixa de Cloro Residual Livre de 0,2mg/L a 2mg/L, porém em algumas situações existe uma maior necessidade de cloro, nessas situações o cloro deve ter até 5mg/L.
	O uso do cloro na desinfecção da água teve ínicio com a aplicação na forma de hipoclorito de sódio (líquido) e hipoclorito de cálcio (sólido), porém o que é mais utilizado hoje é o cloro gasoso, devido ao fato deste não sofrer influência de fatores como pH, temperatura, luz e alguns contaminantes como o hipoclorito sofre, além disso o cloro gasoso precisa de menor espaço de armazenamento e ocorre menor perda de princípio ativo.
	O cloro gasoso é fornecido na forma de gás comprimido, e é utilizado em estações de grande e médio porte devido a necessidade de mão-de-obra especializada e alta reatividade, e o hipoclorito de sódio em soluções alternativas e estações de pequeno porte.
	O pH pode influenciar a concentração de cloro residual livre. É ideal que exista na solução tanto HOCL quanto OCL- para que exista o cloro residual livre e ação sinérgica (faixa de pH 6,5 a 8,5).
	A principal hipótese sobre o mecanismo germicida do cloro é a reação química entre o ácido hipocloroso e a enzima triose fosfato dihidrogenase, essencial na oxidação da glicose e no metabolismo das bactérias. O ácido hipocloroso tem maior facilidade de penetração na parede celular, e e um forte capacidade oxidante, porém o íon hipoclorito também tem ação na morte das células bacterianas.
	O cloro livre pode ter sua concentração reduzida conforme a água passa pela tubulação, devido a reação com grande número de substâncias orgânicas e inorgânicas que podem estar presente no sistema. Por muitas vezes a concentração de cloro nas residências são significativamente menores do que na estação de tratamento. Por isso é necessário medir ao longo da rede, de forma a garantir que exista a concentração mínima ao longo da rede. 
	O aumento das dosagens de cloro nas estações de tratamento pode trazer sabor e odor desagradável, elevar o custo, e formar subprodutos tóxicos que comprometem a segurança do consumo da água. O principal subproduto da desinfeccão por cloro são os trihalometanos (THM), estes são formados pela reação com ácidos fúlvicos e húmicos (compostos orgânicos resultantes das folhas da vegetação), um exemplo de trihalometano é o clorofórmio, e existe uma concentração máxima para essas substâncias. Acredita-se que os trihalometanos são carcinogênicos, porém ainda não houveram estudos conclusivos.
· Método iodométrico – adequada para medições em que a concentração do cloro seja superior a 1,0mg/L.
· Método amperométrico – método preciso e pouco afetável por fatores externos, porém não é simples como o método colorimétrico e requer maior habilidade do operador.
· Método Colorimétrico (N,N-dietil-p-fenilendiamina – DPD): Método padronizado, é feito com indicador DPD, este indicador é oxidado pelo cloro livre formando um complexo de cor rósea, e a intensidade da cor é proporcional a concentração de cloro. Para verificar os resultados obtidos por essa técnica devemos utilizar discos colorimétricos (comparação visual) e clorímetros digitais (absorção da solução é medida por fotometria – maior precisão). Quando a concentração do cloro é muito alta o DPD é degradado, não sendo possível ver a coloração, por isso o limite de leitura a concentração de 8mg/L. As desvantagens do DPD incluem a influência de fatores externos na medida, como por exemplo, a cor e a turbidez, para compensar isso é recomendado um tubo branco.
	
Análise Titulométrica
	A análise de alguns parâmetros emprega a titulometria, o principio dessa análise é utilizar uma solução de concentração conhecida (titulante) e um indicador para descobrir a concentração do titulado. A titulação é utilizada para determinação da alcalinidade total, gás carbônico, dureza total e cloretos.
Dureza total da água
	Propriedade relacionada com a concentração de íons de minerais dissolvidos, especialmente o cálcio e o magnésio. A principal fonte de dureza esta relacionada com a passagem da água de chuva no solo e rochas, causando dissolução destas pelo gás carbônico presente na água. A água dura pode ser utilizada sem inconvenientes em certas atividades, como por exemplo, no combate a incêndio e higienização de ruas, porém seu uso doméstico e industrial é desaconselhável. 
	A principal inconveniência ocorre porque íons cálcios, quando entram em contato com o sabão, criam sais insolúveis na água, e como consequência o sabão perde parte do seu poder de limpeza, e os sais aderem a lavatórios, banheiras, equipamento industrial, etc., criandoinscrutações, de modo a comprometer a estética e funcionamento destes. As incrustações podem ser um campo fértil para proliferação de bactérias, possivelmente por dificultar o contato entre o cloro e microrganismos. 
	Não existem estudos científicos conclusivos relacionando a dureza da água com problemas de saúde humana, porém existem indícios de que o consumo de água dura possa causar uma maior incidência de casos de cálculo renal. 
	Existem formas de reduzir os danos causados pela dureza da água, uma das técnicas mais utilizadas é o abrandamento (descalcificação), esta técnica consiste na passagem da água por resinas trocadoras de íons (permutadoras) que capturam os cátions de cálcio e magnésio. Os principais descalcificantes são o ácido citríco e ácido lático. 
	A dureza total é a soma da dureza temporária (carbonatos e bicarbonatos, pode ser eliminada pela fervura) com a dureza permanente (magnésio e cálcio, se mantém após fervura e está associada a anions sulfato, cloreto e nitrato). Para determinar a dureza utilizamos a concentração em ppm ou mg/L de carbonato de cálcio. Os níveis de dureza para uma determinada comunidade são varáveis, e a aceitação do nível é baseada na preferência do consumidor. Dentro da portaria o valor máximo permitido é 500mg/L, o que é classificado como alta dureza.
	Para detecção da dureza é utilizada a volumetria de complexação: como titulante utilizamos solução de agente complexante (normalmente EDTA), e como indicador utilizamos indicadores complexométricos – metalacrômicos, como por exemplo, murexida, negro de eriocromo (NET), preto de eriocromo Y, preto sulfon rápido e vermelho de eriocromo B. Para a reação ocorrer é necessário que o pH esteja em torno de 10.
	O método mais utilizado em laboratórios é com o indicador negro de eriocromo t (NET), que passa da cor rosa para cor azul em soluções com alta concentração de cátions metálicos bivalentes (cálcio e magnésio). 
Figura 6 Fluoxograma análise da dureza total da água
	Para determinar só a presença de cálcio utilizamos o indicador murexida, o qual se liga somente aos íons cálcio. O ponto final da reação é na cor violeta, e o pH deve estar entre 12-13 para a análise. Para determinar o magnésio é só subtrair do valor da dureza total a dureza do cálcio. 
Cloretos (Cl-)
 
		
Natalia Petry
Natalia Petry

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