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SEMIOLOGIA VETERINÁRIA: SEMIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS; SISTEMAS CARDIOVASCULAR, RESPIRATÓRIO E URINÁRIO DE RUMINANTES; SEMIOLOGIA DE PELE; NEUROLOGIA

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SEMIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS 
Semiologia é a parte da ciência que tem por fim interpretar os sinais clínicos/sintomas para ter uma base para o 
diagnóstico e prognóstico. 
 
 SEMIOGÊNESE 
Busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se desenvolvem. 
 Sintoma: qualquer alteração no organismo que revela doença. É uma sensação subjetiva acusada pelo paciente; 
 Sinal clínico: é um sintoma interpretado e observado pelo clínico (objetivo); 
 Quadro clínico: é o conjunto de sintomas de uma determinada doença. 
 
 DIAGNÓSTICO 
Reconhecimento da doença ou do estado do doente através de exame clínico e de outros elementos auxiliares. 
Diagnóstico Nosológico ou Clínico: quando o clínico chega à conclusão após o exame clínico; 
Diagnóstico Terapêutico: quando se suspeita de uma doença (suspeita clínica) e realiza-se o tratamento dessa 
enfermidade, e se houver resposta para o tratamento, o diagnóstico é confirmado; 
Diagnóstico Etiológico: quando o clínico chega a conclusão sobre a origem da doença, por exemplo, por coleta de 
material e cultura bacteriana. 
 PROGNÓSTICO 
Dedução que o clínico faz sobre a evolução e o térmico da doença baseado sobre 3 aspectos: 
 Quanto à vida do animal; 
 Quanto à validez do animal; 
 Quanto à saúde do animal. 
 
Diagnósticos presuntivos: podem ser, mas não são o certo  Descartados a partir de exames clínicos complementares. 
OBS.: São pensados a partir da experiência do profissional, porém, em alguns momentos a doença pode não 
ter seu curso comum. 
Diagnóstico diferencial: obtido após confirmação com exames clínicos complementares. 
 
 SEMIOTÉCNICA 
É a utilização, por parte do examinador, de todos os recursos disponíveis para avaliar o paciente enfermo, desde a 
simples observação do animal até a realização de exames modernos e complexos. 
1. INSPEÇÃO 
Visão geral do animal ou rebanho: observar ppt o comportamento do animal e o padrão respiratório. 
 Direta: sem utilizar instrumentos  Olhar para vaca com olhar clínico; 
 Indireta: raio X, endoscopia etc. 
 
2. PALPAÇÃO 
Palpação na direção craniocaudal. Tato. 
 Direta: propriamente dita, quando aplicamos a mão sobre a área que queremos examinar; 
 Indireta: faz-se pressão para constatar uma dor. 
EXEMPLOS.: 
 Olho: avaliação da conjuntiva, da presença ou não de enoftalmia e da hidratação. Olhar as duas mucosas para 
saber se a alteração é local ou sistêmica; 
 Boca: mucosas (comparar com as do olho para saber se alteração é local ou sistêmica); 
 Linfonodos: reatividade (tamanho), dor, calor, aderência (devem ser móveis). Estão em maior ou menor número 
dependendo da espécie. 
 
 CONSISTÊNCIA 
o Musculatura 
Pétrea/Dura 
Firme: quando existe determinada resistência a pressão; 
Pastosa: sinal de Godet positivo (formação de buraco após pressão no local). Exemplo: edema; 
Flutuante: nota-se a presença de líquido. Exemplo: abcesso; 
Crepitante: estourar de bolhas (ranger). 
 
3. PERCUSSÂO 
Emissão de sons que dão a consistência do tecido que está abaixo da pele; 
Indireta/Mediada: utilizando dígito/digital ou martelo e plessímetro. 
OBS.: Importante, pois há limitação para a realização das técnicas de diagnóstico por imagem. 
 TIPOS DE SONS 
o Timpânico/Oco 
Encontrado em órgãos cavitários cheios de gases; 
Quando em excesso, caracteriza Timpanismo; 
Normal: som dorsal do rúmen e ceco dos equinos, onde ocorre fermentação com produção de gases  BUM BUM 
BUM; 
o Maciço 
Pouca intensidade, próprio de órgãos compactos, como fígado, omaso e músculo. 
o Submaciço 
Presente na região de tórax com coração. 
o Claro 
Intensidade média obtida tipicamente no pulmão; 
Região torácica: ar com parênquima pulmonar  PÁ PÁ PÁ. 
o Timbre metálico 
 
 ALTERAÇÕES 
Claro  Timpânico: formação de gases; 
Claro  Maciço: calcificação. 
 
4. AUSCULTAÇÃO 
Uso da audição, diretamente (pouco utilizada) ou indiretamente (estetoscópio); 
Sons cardíacos, respiratório e intestinais; 
Pode-se associar a percussão e a auscultação. 
 TIPOS DE RUÍDOS 
o Aéreos 
Presentes na inspiração e expiração. 
OBS.: Quando parece o arrastar de cabelo indica a presença de líquido  Pneumonia/Broncopneumonia 
(inflamação com produção de líquidos). 
 
o Líquidos 
Rúmen (som de trovão) e ceco (som de descarga). 
OBS.: A intensidade varia de acordo com a alimentação. 
o Intestino 
Borborigmos intestinais (sons de movimentação/motilidade) que diferem em cada parte. 
o Sólidos 
Presentes entre o pericárdio e a pleura. 
OBS.: Roce pleural ou pericárdico: sons de lixa presentes quando há enfermidade. Exemplo: na 
reticulopericardite traumática, a inflamação faz com que a pleura e o pericárdio se tornem ásperos, por isso, quando o 
pulmão e o coração deslizam sobre as serosas no momento da respiração e do batimento, conseguimos ouvir o 
barulho, o que normalmente não ocorre. 
o Crepitantes 
Pulmões. 
OBS.: Atualmente chamados Hidroaéreos ou Estertor pulmonar. 
 
5. OLFAÇÂO 
O ar exalado pela boca e narinas; 
Avaliar o odor das secreções, transpiração, fezes, urina, conteúdo gástrico etc. 
 
6. MÉTODOS AUXILIARES 
Biopsias aspirativas; 
Punção; 
Laparoscopia (endoscopia); 
Laparatomia exploratória; 
Citologia aspirativa; 
Ultrassonografia; 
Raio X; 
Ressonância; 
Tomografia; 
ECG; 
Ecografia; 
Termografia; 
Inoculações diagnósticas; 
Paracentese – coleta e avaliação do líquido peritoneal 
para auxílio no diagnóstico e prognóstico ppt de 
processos inflamatórios na cavidade abdominal (RPT). 
 
 EXAME CLÍNICO 
Um exame clínico minucioso consiste em fazer a anamnese, avaliar o ambiente e examinar fisicamente o animal. 
Importante: negligenciar qualquer um dos aspectos do exame clínico pode invalidar muito o diagnóstico. 
 ANAMNESE 
A história clínica é fundamental para o diagnóstico e, para ser válida, tem que se acurada e completa. 
Fatores que podem afetar a qualidade da Anamnese: 
1. Tempo; 
2. Fatos importantes podem ser ignorados pelo proprietário; 
3. Pode haver enganos. 
OBS.: A anamnese deve sugerir não somente as possibilidades diagnósticas como também as probabilidades 
diagnósticas. 
 
 
 
Passo a passo: 
1. Estabelecer um elo entre o Médico Veterinário e o proprietário; 
2. Uso de termos lógicos (devemos ter em mente que o proprietário é leigo); 
3. Testar a exatidão das informações; 
4. Distinguir as observações das interpretações do proprietário; 
5. Ter o controle da situação e fazer perguntas pertinentes e uma sequência lógica. 
 
 SISTEMA LÓGICO PARA DESENVOLVIMENTO DA ANAMNESE: 
1. DADOS DO PACIENTE 
Arquivar em um sistema de rebanho: 
- Dados sobre o proprietário; 
- Dados sobre o animal. 
 
2. ANAMNESE PATOLÓGICA (QUEIXA PRINCIPAL) 
o 1º passo: 
A queixa primária ou principal é a preocupação expressa pelo proprietário e deve ser estabelecida e verificada pelos 
questionamentos. 
Exemplo.: Ovino de 4 meses de idade com edema submandibular. É mais provável que esteja com verminose do que 
sofrendo de um problema respiratório. 
o 2º passo: 
Cronologia das anormalidades: os detalhes das anormalidades clínicas observadas pelo proprietário devem 
determinadas na sequência em que ocorreram. 
 Variações na ingestão de comida e água, na produção leiteira, na taxa de crescimento, na respiração, na defecação, 
na micção, na sudorese, na atividade, na postura, na voz e no odor devem ser notadas. 
 Informações sobre o período de evolução da doença, sobre procedimentos cirúrgicos ou clínicos prévios são fatores 
importantes para o desenvolvimento da doença. 
o 3º passo 
a) Taxas de morbidade, fatalidade de caso e mortalidade populacional; 
b) Tratamento prévio; 
c) Exposição prévia: coletar informações sobre a formação do grupo examinado; 
d) Transporte dos animais; 
e) Viagens e exposições; 
f) História de doenças anteriores. 
 
3. ANAMNESE PREVENTIVA 
Os métodos de prevenção e controle usados no indivíduo ou rebanho devem ser anotados. 
Exemplos: 
 Quando foi a última vermifugação? 
 Qual é a periodicidade? 
 Qual foi o vermífugo utilizado (base e nome comercial)? 
 É feitorodízio de base química? 
 Qual a dose utilizada? 
 Por qual via de administração? 
 
4. DADOS DE MANEJO 
o Nutrição 
O que? Quantidade? Qualidade? Como? 
Sistema de criação (finalidade), alteração na dieta e fornecimento de água. 
o Manejo reprodutivo 
o Manejo geral 
Higiene e abrigos. 
IMPORTANTE: clima e estação do ano. 
 
5. EXAME 
 AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL 
o Importância clínica 
o Procedimento 
Realizado no início do exame físico com termômetros de coluna de mercúrio ou digitais. Deve-se aferir a temperatura 
retal (mucosa da ampola retal) ou vaginal. 
 
o Frequência 
ESPÉCIE TEMPERATURA CORPORAL (ºC) 
Equinos 37,2-38,5 
Bovinos 37,8-39,2 
Ovinos 38,5-40,0 
Caprinos 38,8-40,2 
Suínos 37,8-38,5 
UTILIZAR O BOM SENSO! Exemplo: animal em um dia e instalação frescas com 39,2ºC  Atenção! 
 
 Variações fisiológicas na temperatura corporal 
Idade, sexo, pele/pelagem, atividade física/estresse, hora do dia, estação do ano, ambiente, digestão/Ingestão de água. 
 Variações anormais na temperatura corporal 
o Hipertermia 
Processo físico não inflamatório onde há um aumento da temperatura corporal acima de um nível crítico para a espécie. 
Exemplos: ambiente, convulsão, exercício, lesões no hipotálamo e desidratação. 
o Febre 
Estado hipertérmico causado por manifestações sistêmicas de toxemia ou mediadores de inflamação. 
Exemplos: toxemia, infecção. 
o Hipotermia 
Redução da temperatura corporal retal abaixo dos valores para a espécie. 
Exemplos: anestesia geral, anemia, desidratação, hipoproteinemia e inanição. 
 
 AVALIAÇÃO DAS MUCOSAS 
 Anormalidades das mucosas 
o Coloração 
COLORAÇÃO INDICADOR CLÍNICO 
Rosa pálido Coloração normal 
Pálida Anemia 
Congesta (avermelhada) Inflamação local ou toxemia 
Ictérica (amarela) Hepatopatias ou jejum (equinos) 
Cianótica (azulada) Insuficiência circulatória periférica 
Cor de tijolo Insuficiência circulatória periférica 
Petéquias Processos septicêmicos 
OBS.: Equinos sofrem pequena icterícia durante os períodos de jejum, pois não possuem vesícula biliar e, por 
isso, há acúmulo de bilirrubina no plasma sanguíneo. 
 
o Temperatura corporal, grau de umidade e lesões 
OBS.: Lesões podem ser provenientes de quadros de uremia ou úlceras gástricas. 
o Tempo de preenchimento capilar (TPC) 
TPC INDICADOR CLÍNICO 
1-2” Normal 
2-4” Desidratação leve 
4-5” Desidratação moderada 
>5” Desidratação grave 
>10” Insuficiência circulatória periférica 
 
 AVALIAÇÃO DO SISTEMA LINFÁTICO 
o Importância clínica 
Avaliação dos linfonodos, vasos linfáticos e baço. 
Indicadores de doenças infecciosas intrínsecas, processos patológicos dentro de uma área de drenagem. 
Exemplo: linfonodo retrofaríngeo aumentado indica infecção na área de cabeça. 
O aumento patológico de um linfonodo pode afetar órgãos vizinhos. 
 Linfonodos 
Procedimento: 
Inspeção, palpação, punção e biópsias; 
 Avaliar: aumento de volume (reatividade), sensibilidade dolorosa, consistência, formação de nódulos/abcessos e 
aderências; 
 Palpar: linfonodos submandibulares, parotídeos, retrofaríngeos, pré-escapulares, pré-crurais (virilha  ingnal é 
interno), retromamários, poplíteos (cão) e pré-femorais. 
 Vasos linfáticos 
Os vasos linfáticos subcutâneos e intracutâneos só são palpáveis ou visíveis quando estão distendidos ou há alterações 
patológicas em sua parede. 
 Baço 
o Localização 
Equino: lado esquerdo, próximo ao nível da última costela; 
Bovinos: lado esquerdo, estende-se da extremidade dorsal das duas últimas costelas até a junção costocontral da 7ª 
e 8ª costelas. 
IMPORTANTE.: Nesses animais, o exame do baço se limita principalmente a palpação e percussão, que podem 
revelar dor ou aumento considerável. Em pequenos animais consegue-se uma palpação melhor. 
 
 CLÍNICA PROPEDÊUTICA 
Reúne e interpreta o grupo de dados obtidos pelo exame do paciente e é um elemento fundamental de raciocínio e 
análise, na clínica médica, para o estabelecimento do diagnóstico. 
 
PRÁTICA EXAME CLÍNICO, IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE 
1. OBSERVAÇÃO DE LONGE – visualizar o comportamento do animal; 
2. OBSERVAÇÃO DE PERTO – palpação (alterações de pele, mucosas, linfonodos etc.), olfação e observação 
das fezes para visualização de alterações que indicam quadro de desidratação; 
3. PERCUSSÃO 
Uso de martelo e plessímetro ou dos dedos. 
 Sistema gastrointestinal (estômago, intestinos e ceco); 
 Sistema respiratório (pulmões); 
 Sistema cardiovascular (tórax com coração); 
 Seios paranasais (normal: som claro; sinusite: som maciço). 
4. AUSCULTAÇÃO 
Uso de estetoscópio. 
o SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Sons laringotraqueal, traquiobronquial e brônquiobronquiolar. 
o SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Lado esquerdo: 3º, 4º e 5º espaços intervertebrais (válvula mitral, artérias aorta e pulmonar); 
Lado direito: 4º espaço intervertebral (válvula tricúspide); 
TUM: fechamento das válvulas atrioventriculares; 
TÁ: fechamento das válvulas semilunares; 
TUM-TÀ: sístole; 
TÁ-TUM: diástole. 
 Ruminantes: batimentos mais rápidos (TUMTÀ); 
 Equinos: batimentos mais lentos (TUM...TÁ). 
 Sopro 
Som sistólico: TUMSHH  Indica insuficiência cardíaca – semilunares sem barulho de fechamento; 
Som diastólico: SHHTA  Indica estenose de válvulas – atrioventriculares sem barulho de fechamento. 
o SISTEMA GASTROINTESTINAL 
Rúmen – som de trovoada; 
Intestinos – som de borborigmos intestinais; 
Ceco – som de descarga (equino). 
 
SEMIOLOGIA DE RUMINANTES 
 CONSIDERAÇÕES SOBRE O EXAME CLÍNICO DE RUMINANTES 
 Consiste em descobrir e investigar pistas na tentativa de “desvendar o mistério da doença”; 
 Pode ser ensinado, mas a interpretação e formação da principal suspeita requer prática e experiência (conhecer a 
epidemiologia das doenças, as condições em que ocorrem mais frequentemente, doenças locais etc.); 
 É necessário ter rotina e disciplina para alcançar a prática e a experiência; 
 Os exames complementares são necessários para transformar a principal suspeita em diagnóstico final. É 
necessário muita disposição, observação e interação com os pacientes para o melhor desenvolvimento das 
habilidades clínicas. 
 Pequenas diferenças didáticas nos livros e práticas entre colegas 
 Exame metódico e sistemática ou exame dirigido? 
 Da cabeça aos pés ou dos pés à cabeça?  A vaca prefere que seja dos pés à cabeça e a cabra que seja da 
cabeça aos pés! 
 Nomenclaturas
Superagudo, agudo, subagudo, crônico. 
 
 
 
 
EUA x Outros 
Superaguda: até 24h x 0 a 48h; 
Aguda: 1 a 4 dias x 3 dias a 2 semanas; 
Subaguda: 4 dias a 2 semanas – 2 a 4 semanas; 
Crônica: acima de 2 semanas – acima de 1 mês. 
 
 História – ambiente – inspeção à distância – exame físico – exames complementares; 
 História – ambiente – exame clínico geral – exame clínico especial. 
 
 Em geral há no mínimo 3 partes: 
1. A anamnese, que é a obtenção de uma história significativa; 
2. O exame geral, que é a inspeção a distância, incluindo o ambiente – observação do comportamento do animal; 
3. O exame físico ou especial (palpação) e exames complementares quando necessário. 
ANIMAIS APRESENTAM SINAIS CLÍNICOS E NÃO SINTOMAS CLÍNICOS!  POR ISSO, A INTERPRETAÇÃO 
DOS EXAMES É DIFICULTADA. 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR DE RUMINANTES 
 INTRODUÇÃO 
 IMPORTÂNCIA DAS AFECÇÕES CARDÍACAS EM RUMINANTES 
No contexto geral da sua importância em animais de produção é menor devido a: 
o Diagnóstico tardio, na maioria das vezes já em fase descompensada 
Principalmente em ruminantes, que são pouco exigidos fisicamente. 
o Prognóstico 
Reservado; 
Desfavorável. 
o Recursos terapêuticos 
Pouco; 
Paliativos – não curam o animal, apenas o mantém por mais tempo no rebanho antes de morrer; 
Onerosos. 
o Individualidade das afecções 
Casos esporádicos e isolados; 
Exceto RPT (animal abre os membros torácicos devido a dor, ocorre inchaço na região peitoral devido a insuficiência 
cardíaca) e causas tóxicas (plantas como cipó preto, que causa lesão cardíaca que leva a insuficiência cardíaca 
congestiva, além de tambémcausa aborto bem antes da sintomatologia cardíaca; mascagnia e erva-de-rato, que levam 
o animal a morte durante a movimentação devido a insuficiência cardíaca e monensina). 
o Frequentemente levam à morte ou descarte 
Reticulopericardite traumática não possui cura para o animal, mas ajuda a prevenir o acometimento de outros animais 
do rebanho a partir de alteração do manejo. 
 
 IMPORTÂNCIA DO EXAME CLÍNICO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
No contexto do exame clínico sua importância deve ser considerada com vistas a: 
o Relacionar com a causa e prevenir novos casos 
Pericardite traumática (uso de magneto/ímã no rúmen) – alterar o manejo de limpeza das áreas de plantio e colheita; 
Plantas tóxicas (mascagnia, cipó preto, palicourea etc.) – limpar o pasto; 
Substância tóxicas no alimento (monensina para bezerros etc.) – alterar manejo nutricional. 
o Evitar gastos com tratamentos 
Medicamentos, cirurgias etc. 
o Salvar o valor de abate 
Antes de tratar e do aparecimento de Insuficiência Cardíaca Congestiva. 
o Diferenciar de outras doenças que podem ser tratadas 
Exemplo.: IC esquerda pode ser confundida com broncopneumonia. 
o Tratamento 
Casos raros de animais de alto valor zootécnico ou afetivo que podem ter sua vida prolongada através do uso de 
antibióticos e diuréticos (furosemida, triclorometiazida). 
 
 Principais doenças 
 Endocárdio.: Endocardite valvular; 
 Miocárdio.: Miocardite (Aftosa, Carbúnculo etc.) – causa arritmia, que pode levar a morte súbita do animal; 
 Pericárdio.: Pericardite traumática; 
 Vasos.: Flebites (veia jugular e abdominal subcutânea) e hemorragias; 
 Sistema linfático.: Leucose – afeta o volume dos linfonodos. 
 Outras.: Tromboembolismos (doenças pulmonares), BLAD (defeito genético que impedia a saída das células de 
defesa do sangue para o local da infecção devido a não aderência das mesmas ao endotélio  deficiência da 
aderência de leucócitos na parede do endotélio de bovinos, exclusivamente holandeses) etc. 
 Principais sinais clínicos 
Taquicardia, mucosas anêmicas, distensão da jugular, sopros e arritmias; 
Edemas: sinais de insuficiência cardíaca congestiva (ICC). 
 
 CONHECIMENTOS BÁSICOS 
o Anatômicos 
 Veias, átrios, ventrículos, válvulas e artérias; 
 Endocárdio, miocárdio, epicárdio e pericárdio; 
 Pequena e grande circulação. 
o Função 
Manter a circulação, oxigenação, fluídos e eletrólitos; 
Não regenera! 
o Sistema de condução próprio 
Nodo AS, Novo V, Feixes de His, Fibras de Purkinje. 
OBS.: O vago é um frenador do batimento cardíaco. A frequência cardíaca é a resposta mais rápida que o coração 
pode dar para uma doença que atrapalha a disseminação de oxigênio e nutrientes para as células do corpo, ou seja, é 
a primeira alteração que indica presença de doença cardíaca. 
 
o Situação anatômica 
 Na área central do tórax; 
 Projetando para o lado esquerdo; 
 Recoberto parcialmente pelo pulmão; 
 Do 2º ao 6º espaço intercostal em uma linha horizontal; 
 3º,4º e 5º espaços intercostais esquerdos e 4ª costela direita; 
 Linha horizontal à articulação escapulo-umeral; 
 Ponto se encontra na articulação do olecrano; 
 Se aproxima a 2 cm do diafragma. 
 
1. ANAMNESE 
História do caso (ana = trazer de novo / mnese = memória). 
História – deixar o proprietário falar; 
Entrevista – interagir com o proprietário com perguntas e complementação da história. 
 MOTIVO DA CONSULTA 
o Debilidade geral 
Indica doença do coração! 
 Emagrecimento e baixa produção 
 Prefere sombra e baixadas; 
 Apatia, ataxia, canseira, fadiga e dispneia; 
 Permanece deitado por tempo prolongado. 
o Aparecimento de inchaço no peito/pescoço/barbela 
 Duração: agudo, crônico? – Morte aguda ou ICC? 
 Mais de 1 animal ou casos isolados? Idade? 
 Alimentação no cocho ou pastagem – RPT ou intoxicação por planta; 
 Tem ou teve infecções purulentas crônicas? 
 Possibilidade de ter ingerido corpo estranho metálico no alimento? – Origem: reformas, descuido; 
 Possibilidade de ter pastejado planta tóxica? – Falta alimento? Animal tem acesso a matas? 
 Vacinações atualizadas? – Aftosa, clostridioses; 
 Monensina na ração? 
 Valor do animal. 
IMPORTANTE.: 
 Recém-nascidos ou animais muito jovens (taquicardia persistente, doenças congênitas, BLAD); 
 Aumento de exercício, final de gestação, parto, lactação – desencadeiam a descompensação (incapacidade do 
organismo restabelecer o equilíbrio cardíaco devido a um problema estrutural ou funcional). 
Deve abranger também: 
 O rebanho: 
 Outros animais doentes; 
 Programas de saúde existentes; 
 Sistema de exploração. 
 O ambiente: 
Instalações, pastagens, camas etc. 
 
2. EXAME GERAL 
É a inspeção do animal à distância (sem contenção) e em seu grupo, para verificar seu comportamento normal e a 
interação social; 
Se inicia assim que vê o animal – antes do exame físico. 
Animal isolado já é uma anormalidade, ppt para pequenos ruminantes: 
 Ovelhas apresentam pouco sinais até estarem muito doentes; 
 Bovinos doentes geralmente não interagem com o observador. 
 
 OBSERVAR O ANIMAL EM REPOUSO, PARADO E EM MOVIMENTO 
Atitude/postura, condição corporal, conformação, temperamento, movimentação etc. 
OBS.: É necessário aprender o normal para identificar o doente! Exercite isso a todo momento! 
 COW SIGNALS: 
Suas vacas estão falando. Você está ouvindo?! 
o Inspeção frontal, lateral, oblíqua e posterior 
Cabeça, pescoço, peito, barbela, tórax, dorso, abdômen, membros, úbere etc. 
o Observar sinais de dor 
Bovinos e ovelhas são estóicos, não apresentam sinais muito evidentes de dor, mas caprinos vocalizam. 
Sinais: postura arqueada, andar cuidadoso ou claudicação, abdução de membros, relutância, bruxismo e grunhido. 
o Observar resposta à presença do homem e alterações ambientais 
o Observar as funções dos diversos sistemas 
Exemplo: Está comendo? Ruminando? Urinou? Defecou? Interagiu? 
 
 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA O SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Apatia, indisposição para movimentar; 
 Fraqueza, debilidade, letargia, intolerância ao exercício, dispneia; 
 Edemas – peito, pescoço e barbela; 
 Jugular – ingurgitamento e pulso venoso, flebites (aplicações IV, colheitas); 
 Mucosas – pálidas, anêmicas, injetadas (ingurgitadas), cianóticas (envolvimento pulmonar), pigmentadas; 
 Processos purulentos crônicos – mastite, pododermatite, abcessos etc. 
 Dor esternal – posição de desconforto (membros abertos); 
 Hemorragias; 
 Linfonodos aumentados (Leucose); 
 Em bezerros com lesões cardíacas congênitas geralmente há outros sinais como micro-oftalmia, cauda torta etc. 
 
o Palpação 
Extremidades frias, jugular tensa (ingurgitada), confirmar edemas, palpar flebites, linfonodos etc. 
 
3. EXAME ESPECIAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
É o exame físico propriamente dito: 
 Específico dos componentes do Sistema Cardiovascular: coração, vasos e linfonodos 
 Deve-se aplicar todos os métodos (semiotécnica) a todas regiões relacionadas ao sistema; 
 Confirmar tudo que viu na inspeção à distância. 
 ROTINA DE ABORDAGEM PARA VACAS LEITEIRAS 
o Abordagem posterior 
 Temperatura retal, pulso (artéria coccígea) – região posterior; 
 Vulva, períneo, úbere posterior (linfonodo retromamário); 
 Contorno abdominal, condição corporal, parasitas; 
 Movimento torácico e abdominal. 
o Lado esquerdo 
 Coração, pulmão e tórax – linfonodos; 
 Cavidade abdominal, retículo e rúmen – linfonodos; 
 Fossa paralombar e movimento ruminal. 
o Lado Direito 
 Coração, pulmão e tórax – linfonodos; 
 Cavidade abdominal (abomaso e ceco). 
o Cabeça e pescoço 
Mucosas, jugular, TPC, pulso venoso e linfonodos. 
o Glândula mamária 
Úbere e tetos – linfonodos. 
o Palpação transretal 
o Exames adicionais 
Claudicação etc. 
o Colheita de material para exames 
 
3.1 EXAME DO CORAÇÃO 
Inspeção, palpação, percussão e ausculta. 
a. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DA ÁREA CARDÍACA: 
Pouco interesse (algum valor em pequenos ruminantes e equinos). 
o Técnica: 
 Animal em estação, apoiado nos 4 membros, membro anterioradiantado; 
 Palma da mão sobre a área cardíaca (EQ: 5º EI; BO: 4º EI); 
 Observar força, intensidade e frêmito: choque pré-cordial; 
 Sensibilidade dolorosa em RPT – pode ser confundida com dor nas costelas. 
o Deslocamentos 
Caudal: dilatação; 
Cranial: ascite, distensão gástrica ou intestinal por alimento ou gás, hepatomegalia, gestação avançada; 
Lateralmente: aumento de linfonodos mediastínicos, tumores e líquidos torácicos (boi rochedo). 
 
b. PERCUSSÃO 
 Pouco valor; 
 Usar martelo e plessímetro; 
 Fazer em conjunto com a área pulmonar; 
 Partir do “cotovelo” em forma radial; 
OBS.: Lesões traumáticas e inflamatórias provocam evasivas do animal. 
 
o Sons 
Normal: maciço em equinos e relativo (submaciço) em ruminantes; 
Aumentado: pericardites, hipertrofia e dilatação e tumores; 
Diminuído: enfisemas. 
 
c. AUSCULTA CARDÍACA 
 Finalidade: identificar as bulhas, medir a frequência e ver anormalidades; 
 Alterações: taquicardia, sopros, disritmias e abafamentos (ppt em repouso); 
 Instrumento: qualidade, manuseio, posição no ouvido; 
 Posição do animal: em estação, membro ligeiramente adiantado, apoiado nos 4 membros; 
 Ambiente: silencioso (evitar sons de picadeira, ordenhadeira, conversas); 
 Tempo: sem pressa! Lado esquerdo e lado direito; 
 Local de ausculta: 2º ao 6º EI esquerdo e direito. 
 
 Delimitação dos focos 
o Lado esquerdo 
3º EI = Pulmonar; 
4º EI = Aórtico; 
5º EI = Mitral. 
 
o Lado direito 
4º EI = Tricúspide. 
 
 Em repouso e após exercício 
Frequência pode ser considerada a primeira alteração clínica. 
 BO: 60 a 84 bpm. 
 Neonatos: 100 a 120 bpm; 
 Bezerros até 30d: 72 a 100 bpm.
 EQ: 28 a 40 bpm (potros 70 a 80); 
 Caprinos e ovinos: 70 a 90 bpm. 
IMPORTANTE.: 
Muito alta (120 bpm): pode ser septicemia; 
Muito baixa: pode ser acidose e hiperpotassemia em diarréias ou até miodistrofias por carência de selênio e/ou 
vitamina E. 
 
o Taquicardia e bradicardia 
 Taquicardia em repouso: maior que 120 bpm para bovinos adultos  Indício de cardiopatia! 
 Cuidado para não contar cada bulha (frequência em dobro); 
 Técnicas de contagem para animais inquietos. 
 
 SONS NORMAIS 
o PRIMEIRO SOM (SÍSTOLE) 
Fechamento das atrioventriculares – mitral e tricúspide; 
Pequeno silêncio. 
 
o SEGUNDO SOM (DIÁSTOLE) 
Fechamento das semilunares pulmonar e aórtica + 
relaxamento atrial; 
Grande silêncio. 
 Hiperfonese: hipertrofia ventricular, animais atléticos, deslocamento lateral etc. 
 Hipofonese: hipocalcemia, pericardite, ↑líquido pericárdico, obesidade, outras doenças torácicas. 
 
 OUTRAS BULHAS 
Não são normais, embora possam ser fisiológicas. 
o Terceira bulha 
 Ocorre no início da diástole devido a vibração de enchimento nas paredes ventriculares; 
 Sua frequência é maior nos animais atléticos e acredita-se ser devido a vibrações nas paredes ventriculares e ao 
enchimento rápido dos ventrículos no início da diástole; 
 Em bovinos também pode indicar anemias, regurgitação atrioventricular (IC direita). 
OBS.: Em cavalos, mulas e alguns bovinos, pode-se ouvir algo semelhante a uma terceira bulha, de curta 
duração, baixa e fraca, mais audível no foco mitral (5º EI), e durante taquicardias fisiológicas. 
o Quarta bulha 
 Mais complexa, relacionada à contração atrial; 
 Pode ser detectada em mais de 60% de cavalos em repouso, mas em geral só é detectada em bovinos por 
ecocardiografia. 
 É ouvida como um som suave na base do coração, antes da 1ª bulha e tem que haver um intervalo suficiente entre 
a 2ª e a 1ª bulha para ser ouvida, só é ouvida em baixa frequência (repouso), no exercício ela se une a 1ª bulha. 
 
 SONS OU RUÍDOS ANORMAIS 
Sopros, disritmia e abafamento. 
 SOPROS 
Turbulência do sangue quando ele passa por uma válvula danificada, geralmente indicam endocardite valvular; 
Equipamento ideal: ultrassom (ecocardiograma). 
o SOPROS ORGÂNICOS 
Endocárdicos. 
 Indica endocardite valvular; 
 Turbulência na válvula doente; 
IMPORTANTE.: BO: ppt tricúspide (direita) e EQ: ppt mitral (esquerda). 
o SOPROS PERICÁRDICOS 
Exocárdicos. 
 Indica doenças do pericárdio; 
 Ocorre durante todo o ciclo; 
 Tilintante, borbulhantes, gotejantes, roda d’água, fricção e roce – ar, liquido ou fibrina. 
o SOPROS NÃO ORGÂNICOS OU FUNCIONAIS 
 Sopro anêmico: alta velocidade de fluxo e baixa viscosidade do sangue, que causa vibração nas estruturas; 
 Sopro sistólico fisiológico em equinos após exercício: Inicio da sístole vigorosa, após exercício (BOVINOS NÃO 
TÊM). 
 Sopro inocente: sopro de recém-nascidos até 80 horas (persistência do ducto arterioso), é sistólico. 
Cuidado para não confundir: 
 Animais em decúbito? 
 Animais com broncopneumonia? – sopro extracardíaco? (pode ser confundida com ICCE); 
 Animais com alta frequência respiratória, na mesma que o coração! 
 
 DISRITMIAS/ARRITMIAS 
Anormalidades na frequência, ritmo e padrão de condução; 
Equipamento ideal: eletrocardiograma. 
 Taquicardia sinusal.: Doenças cardíacas (dor, anemia, febre, choque, ansiedade); 
OBS.: Taquicardia no animal em repouso indica doença cardíaca. Exemplo: vaca com FC de 120 bpm deitada 
na sombra. 
 Bradicardia sinusal (<48 bpm).: Vagotonia: IV, hérnia diafragmática ou redução da digestão; 
 Arritmia.: Frequência e ritmo = Taquiarritmia – Exemplo: miocardites. 
 
INDICAM DOENÇAS DO MIOCÁRDIO: 
 Miocardites: aftosa, carbúnculo etc.; 
 Miocardoses: plantas tóxicas, monensina, gossipol, deficiência de vitamina E. 
IMPORTANTE.: 
 EM BOVINOS NÃO HÁ DISRITMIAS FISIOLÓGICAS, mas o jejum pode causar bradicardia por influência do 
tônus vagal, devido à baixa ingestão de alimentos, é abolida pela atropina; 
 EQUINOS.: Disritmia benigna ou funcional, desaparece após exercício. 
 
 ABAFAMENTOS DOS SONS CARDÍACOS 
o Abafamento fisiológico 
Camada muscular ou de gordura; 
Camada de gordura (vaca de leite x vaca de corte); 
Espessura da parede torácica (jovens x adultos); 
Interferência do pulmão em bovinos. 
o Abafamento patológico: 
Pericardites, abscessos, tumores, ar (pneumonias etc.); 
Acúmulo de líquido pericárdico? 
Qualidade do estetoscópio! 
o Hipocalcemia puerperal 
Por que ela pode causar um “abafamento” do som cardíaco? Porque o Ca+ está relacionado a contração cardíaca, 
ou seja, sua redução reduz a força de contração e por isso há aumento compensatório da FC. 
 
3.2 EXAME DOS VASOS 
 PULSO ARTERIAL 
 Avalia empiricamente a quantidade e velocidade do sangue que sai ou volta; 
 Local: maxilar externa ou mediana (submandibular) e coccígea (BO); 
 Método: ligeira pressão com a extremidade dos dedos (polpa); 
 Finalidades: frequência, anormalidades da onda. 
o Artéria uterina 
Presente durante a gestação. 
o Artéria digital 
Presente durante a laminite em EQ. 
 
 TEMPO DE PREENCHIMENTO CAPILAR TPC 
Máximo 2 segundos (mil e um, mil e dois). 
 TEMPERATURA DAS EXTREMIDADES 
Terrmografia? 
 
o Flebites 
Ingurgitamento da jugular, pulso venoso positivo (causam pequenas ondas de pulso retrógado nas veias), explicação 
da técnica. 
 
3.3 EXAME DOS LINFONODOS 
Aumentados: Tuberculose, Leucose; 
Linfadenite caseosa em caprinos (Corynebacterium pseudotuberculosis) etc. 
 
4. TESTE DE INTOLERÂNCIA AO EXERCÍCIO 
Finalidade: verificar debilidade do Sistema Cardiovascular. 
Manifestação: 
Tremores, fasciculação (contração de grupos de músculos), relutância, parada súbita, tosse, dispneia, suor (equinos). 
Síncope: colapso, redução ou perda da consciência. 
 
5. EXAMES COMPLEMENTARES 
EcoDopplercardiograma, eletrocardiograma, raio X, cateterização, pericardiocentese (RPT) etc. 
 
6. EXAMES POST-MORTEM 
Edemas, vegetações nas válvulas, tumores (Linfossarcoma etc.), pericardite, aumento de líquido (pericárdico, 
cavitários, subcutâneo etc.). 
 
 OUTROS EXEMPLOS DE DOENÇA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 Diátese hemorrágica devido ao consumo de samambaia; 
 Aneurismas, tromboembolismos e alterações vasculares; 
 “Trombose da veia cava caudal”; 
 Hemorragias e petéquias nas septicemias; 
 Hemorragias diversas (corpoestranho perfurante); 
 Edema fisiológico pós-parto. 
 
 CASO JOANINHA (RPT) 
 História 
Letargia, FC 120, pleuresia, abdução, edemas, ingurgitamento jugular, pulso venoso positivo. 
 Morte e necropsia 
Hidrotórax, pleurite com intensa aderência, pneumonia fibrinopurulenta e saco pericárdico aumentado. 
o Pericárdio 
Pericardite fibrinosa e intenso envolvimento pulmonar. 
 
PRÁTICA SISTEMA CARDIOVASCULAR 
 ANAMNESE 
História + Entrevista, debilidade geral, menor produtividade, crônico ou agudo?, quantos casos?, cocho ou pastagem?, 
vacinações (Clostridium), aplicação IV, colheitagem. 
 
 EXAME GERAL 
Fraqueza, pelo arrepiado; 
Letargia, intolerância; 
Dispneia, flebites; 
Edemas, sinais de ICC; 
Jugular ingurgitada? 
Processos purulentos; 
Posição de conforto; 
Dor esternal. 
 Abordagem Posterior 
Aceitam melhor: menor estresse (usar pouca 
contenção), pois a região da cabeça é mais 
estressante. 
 
 
 
 Transretal (temperatura), pulso (calda: artéria 
coccígea); 
 Região posterior (casco); 
 Vulva (mucosa, corrimento), períneo 
(infestação por carrapatos), úbere (assimetria, 
aumento de volume, região avermelhada, 
linfonodo mamário); 
 Contorno abdominal (conformação: aumento 
do lado esquerdo (rúmen) ou direito 
(abomaso); 
 Movimentos torácicos (respiração 
tóracoabdominal); 
 Maçã do peito é uma área que possui mais 
gordura normalmente  Palpar pra ver se 
parece tensa ou se tem edema.
 
 LADO ESQUERDO 
Palpação e auscultação; 
Tórax, coração, pulmão (12° espaço intercostal, 13 costelas); 
Cavidade abdominal, retal, rúmen (consistência, timpanismo), linfonodo subilíaco e pré-escapular; 
Fossa paralombar (alteração no rúmen – ruminação indica o funcionamento do estímulo de receptores excitatórios do 
sistema digestivo e nervo vago)  Lado direito: alteração de ceco e deslocamento de abomaso; 
Flebites - IMPORTANTE.: Flebites e abcessos  Veias jugular, abdominal subcutânea e coccígea (locais mais 
contaminados, muito usados para retirada de sangue e mais susceptíveis a lesões). 
 CORAÇÃO 
Se situa entre duas linhas horizontais: uma na região da articulação escapular e outra na região da articulação do 
olecrano). 
 Inspeção e palpação; 
 Técnica; 
 Frêmito, choque, frequência; 
 Percussão, dor RPT e pleuresia. 
IMPORTANTE.: Perceber o choque do coração com as duas mãos abertas nas costelas e observar frequência, ritmo, 
intensidade e timbre. 
 
 AUSCULTA 
Esteto; 
Técnica e silêncio; 
2° ao 6° EI. 
 
 
o Ouvir: 
Bulhas: 
Pulmonar: 3 EI; 
Aórtica: 4 EI; 
Mitral: 5 EI; 
Tricúspide: 4 EI. 
OBS.: Em bovinos, o local onde o sopro ocorre não importa tanto, pois a gravidade será a mesma, mas 
costumam ocorrer mais na tricúspide. O sopro de pericardite ocorre durante todo o ciclo, pois envolve o 
coração como um todo (som de chacoalhar)  Diferenciar em que válvula está não faz diferença. 
 
o Frequência cardíaca 
Técnica de contar. 
 Bovino: 60-84; 
 Equino: 28-40 (Potros: 70-80); 
 Caprinos e Ovinos: 70-90. 
OBS. O aumento da frequência cardíaca é o primeiro sinal de doença cardíaca. 
 
 ANORMALIDADES 
Sopros, taquicardia, disritmia, abafamento. 
 
 LADO DIREITO 
Repete. 
 Abomaso + Ceco; 
 Cabeça e pescoço; 
 Mucosas: pálidas, anêmicas, ictéricas, injetadas, cianóticas (pulmão); 
 Jugular – palpar para ver se parece tensa. 
o Visualizar: 
Tensão, ingurgitamento e pulsação. 
 
 PULSO VENOSO 
Origem do pulso: 
Veia não pulsa, mas próximo ao coração o enchimento 
do átrio (diminui o fluxo), o esvaziamento do átrio e 
as válvulas atrioventricular e semilunar (que se 
insinuam para dentro do átrio) produzem onda 
retrógada que pode ser percebida. 
 
o Teste de pulso venoso positivo: 
Jugular ingurgitada com o animal de cabeça erguida e 
pulso chega até a região dorsal do pescoço pode 
indicar doença cardíaca  Deve-se fazer garrote para 
esvazia a veia. Se ela não esvaziar e continuar 
ingurgitada, o teste do pulso venoso foi positivo. 
 
 PULSO ARTERIAL 
o Artérias: 
Submandibular (bovinos)  Em cima do osso 
submandibular. Colocar a polpa do dedo em cima; 
Facial (equinos); 
Coccígea média (ao longo de toda a calda, perceber 
com a polpa do dedo); 
Digital; 
Uterina (frêmito em gestantes). 
 
o Técnica 
Polpa dos dedos; 
Ligeira pressão; 
Frequência; 
Onda.
 
 TPC 
Tempo de preenchimento capilar. 
Técnica: máximo de 2 segundos. OBS.: Maior do que isso demonstra perfusão prejudicada  Importante em 
cavalos. 
 
 LINFONODOS 
Teste de intolerância ao exercício: animal cai? demora a descansar? 
Tremores; 
Fasciculações; 
Relutância; 
Parada súbita/Queda; 
Escore em equinos; 
Síncope (desmaio). 
 
 Glândula mamária 
 Exame transretal 
 Coleta de material 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 IMPORTÂNCIA 
 Doenças respiratórias constituem um desafio para o veterinário; 
 Há necessidade de conhecimento de nutrição, manejo, instalações, imunologia etc.; 
 Umas das principais causas de morte de fêmeas leiteiras lactentes (25%)  ¼ das mortes de bezerras é por 
broncopneumonia; 15% das bezerras passam por tratamento para broncopneumonia durante a amamentação; 
 Só perde para as diarreias, mas em ovinos e gado de corte confinado é a principal (estresse, superpopulação)  
Para animais criados a pasto a resistência é maior e a incidência menor; 
 Pode ser individual, surtos ou enzoótica; 
 O dano pode ser temporal ou permanente. 
 
o SITUAÇÕES DE MAIOR RISCO 
 Animais jovens – aproximadamente 15% das bezerras recebem tratamento até a desmama; 
 Adultos estabulados (vacas confinadas); 
 Confinamento para corte – superlotação, calor, poeira, estresse; 
 Sistemas intensivos em geral. 
o BRONCOPNEUMONIAS 
 Alto custo com medicamentos e veterinários e bezerras subdesenvolvidas; 
 Alto descarte de bezerras e novilhas atrasadas devido a lesões crônicas nos pulmões (dificuldade de 
desenvolvimento). 
IMPORTANTE.: 
 Sinais clínicos de Broncopneumonia: febre, descarga nasal, alterações na frequência respiratória e sons 
anormais a ausculta; 
 O diagnóstico não é difícil e o tratamento também não. O mais difícil é impedir a prevalência da doença no 
rebanho. 
 Os animais possuem defesas naturais, como transporte mucociliar, anticorpos do sistema respiratório (colostro 
faz o reforço ppt para formação dessa barreira), que servem como desafios para os microrganismos  
Temperaturas altas, umidade e estresse diminuem os desafios (imunidade), permitindo a entrada dos 
microrganismos; 
 Principal prejuízo: desgaste do sistema respiratório do animal  Pulmão não se regenera  Gera animais 
que não se desenvolvem e animais descarte. 
 
 EXAME CLÍNICO 
História, inspeção a distância e exame físico. 
o Vias aéreas superiores e inferiores 
Focinho, cavidade nasal, seios nasais, orofaringe, laringe e traqueia; 
Brônquios, bronquíolos e alvéolos (pulmões ppt), pleura e parede torácica. 
 IMPORTÂNCIA PARA OS ANIMAIS JOVENS 
São mais susceptíveis devido a situações estressantes (marcação, mochação, retirada da mãe); 
Sistema imune x Colostro. 
o AUMENTO DO DESAFIO 
Ppt para bezerras de leite! 
 Já nascem em locais com baixa higiene e alto desafio; 
 Próximo a adultos (ambiente muito contaminado), mistura de idades diferentes, superpopulação etc. 
 Aumento do estresse (marcação, mochação, descorna, desmama, realocação etc. 
 
o MECANISMOS DE DEFESA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 Filtração aerodinâmica (100% > 10 um; 80% > 5 
um); 
 Reflexo de fechamento da laringe e tosse reflexa; 
 Transporte mucociliar; 
 Anticorpos nasais e alveolares; 
 Macrófagos alveolares. 
 
o FATORES PREDISPONENTES ÀS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS 
 Condições ambientais, sociais e de manejo 
 Ventos (locais altos), temperaturas extremas, UR 
alta; 
 Locais quentes e abafados (falta de ventilação); 
 Bezerreiros convencionais, antigos 
 Proximidade de currais; 
 Locais muito contaminados de forma crônica; 
 Variações bruscas de temperatura (acima de 4ºC); 
 Desmama, desnutrição, competição; 
 Superpopulação, realocações, reagrupamentos; Doenças concomitantes; 
 Feiras e exposições. 
 
 HISTÓRIA E ANAMNESE 
Não quer mamar, mais tempo deitado, parece cansado (batedeira), nariz escorrendo, tosse (às vezes). 
o INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA 
 Surto (Febre do Transporte  Mannheimia haemolytica), esporádico, enzoótico (endêmico – ambiente 
contaminado); 
 Evolução (aguda ou crônica); 
 Já tratou com o que? 
 Associado com diarréias (pneumoenterite – Salmonella e Haemophilus) ou otites? 
 Mortes? 
 
o INFORMAÇÕES PREGRESSAS 
 Mamou colostro? Focar em qualidade, quantidade e tempo (Colostro QQT); 
 Alterações recentes no manejo; 
 Mudança do bezerreiro para piquete (tristeza e pneumonia parasitária); 
 Desmama recente? (animais fracos); 
 Há consumo adequado de concentrados? 
 Houve aumento recente no número de partos? (superpopulação) 
 Outros: pastagem em floração (pólen – mais raro), pó em ração ou cama etc. 
 
o INFORMAÇÕES SOBRE O SISTEMA DE CRIAÇÃO 
 Colostragem (QQT) 
 Alimentação geral e desmama 
 Abrigo individual (casinhas, argentino, tela) ou coletivo; 
 Tipos de casinhas, local e manejo (vazio sanitário das casinhas, em linha, mudar periodicamente, bezerreiros ou 
baias); 
 Ambiente de repouso do animal: limpeza, insolação, ventilação, amônia, cama, mofo. 
 
 EXAME GERAL/INSPEÇÃO A DISTÂNCIA 
Observar o animal em seu ambiente: interação com os outros animais, com o médico e com as instalações. 
Reação, atitude/postura, ECC, conformação, temperamento etc. 
 
Em bezerro: 
Bezerro normal: interage imediatamente, reage à aproximação. 
Exemplos.: 
 Bezerro doente: cabeça baixa, deprimido, orelhas para trás, pescoço esticado e há pouco ou nenhuma reação 
a aproximação; 
 Vaca com sinusite: em pé, cabeça estendida, olhos semicerrados, cabeça encostada na cerca. 
 
o OBSERVAR O MOVIMENTO TÓRACO-ABDONIMAL (COSTOABDOMINAL) 
Conferir durante o exame físico! 
 Posicionar-se posteriormente/oblíquo; 
 Sem tocar ou exercitar o animal (em repouso). 
 
o VERIFICAR: 
Tipo, frequência e profundidade respiratória. 
OBS.: CUIDADO COM ANÓXIA DEVIDO AO ESTRESSE DO EXAME CLÍNICO! Em grandes fazendas pode-se 
fazer o Teste de aproximação (ou cone?) como triagem em bezerreiros. 
Exemplo.: Lesões nas vias aéreas superiores (cavidade nasal, seios nasais, laringe e traqueia) geralmente causam 
dispneia inspiratória (estenose, estreitamento, sons audíveis sem esteto, inspiração prolongada e com estertor. 
 
 SINAIS CLÍNICOS ESPECÍFICOS DE DOENÇAS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
o TAQUIPNEIA 
Aumento da frequência/taxa respiratória – pode não ser de origem respiratória; 
Pode vir acompanhada de Dispneia (respiração difícil, dolorosa devido a dor torácica, pleurisia ou ICC). 
o DESCARGA NASAL 
Material não gasoso que flui pelas narinas. 
Epistaxe: corrimento nasal sanguinolento – sangramento nasal ou pulmonar. 
o TOSSE 
Expulsão súbita do ar, muco e outros materiais. 
Hemoptise: tosse com expulsão de sangue vindo do pulmão – hemorragias das vias aéreas inferiores. 
o SONS ANORMAIS À RESPIRAÇÃO 
Roncos, crepitações (estertores), sibilos e roce. 
SEMPRE OBSERVAR SE HÁ ASSOCIAÇÃO COM DIARREIA OU OTITE! 
IMPORTANTE.: 
Sinais gerais considerados cardeais para broncopneumonia: 
Febre, dispneia, sons pulmonares anormais, corrimento nasal, tosse. 
 
 EXAME ESPECIAL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 É o exame físico propriamente dito; 
 É o exame específico dos componentes do Sistema respiratório (vias aéreas superiores e inferiores – linfonodos); 
 Deve-se aplicar todos os métodos (semiotécnica) a todas as regiões relacionadas ao SR; 
 Confirmar tudo que viu na inspeção a distância. 
 ROTINA DE ABORDAGEM 
o ABORDAGEM POSTERIOR 
 Temperatura retal, movimento torácico e abdominal; 
 Pulso, região posterior, vulva, períneo, úbere posterior (linfonodo); 
 Contorno abdominal, condição corporal e parasitas. 
o LADO ESQUERDO 
 Pulmão e tórax (pleura e parede torácica) – linfonodos; 
 Coração, cavidade abdominal, retículo e rúmen – linfonodos; 
 Fossa paralombar e movimento ruminal. 
o LADO DIREITO 
 Pulmão e tórax – linfonodos; 
 Coração, cavidade abdominal (abomaso e ceco); 
 Glândula mamária, úbere e tetos. 
o CABEÇA E PESCOÇO 
 Focinho, cavidade nasal, seios nasais, orofaringe, laringe e traqueia; 
 Brônquios; 
 Olhos, ouvidos e linfonodos cervicais (pré-escapulares), retrofaríngeos, submandibulares e parotídeos; 
 Mucosas, jugular, TPC, pulso venoso e linfonodos. 
o PALPAÇÃO TRANSRETAL 
o EXAMES ADICIONAIS 
Claudicação etc. 
o COLHEITA DE MATERIAL PARA EXAMES 
 
IMPORTANTE.: 
Alguns clínicos preferem o exame: 
 Sistemático: da cavidade nasal ao alvéolo; 
 Anatômico: cabeça  pescoço  tórax. 
A. ABORDAGEM POSTERIOR 
Movimento torácico e abdominal. 
Técnica: 
 Posicionar-se posteriormente/oblíquo; 
 Verificar as características do movimento tóracoabdominal. 
 
o TIPO 
Costoabdominal = normal; 
+ costal = doenças no abdômen (peritonite e timpanismo); 
+ abdominal = doenças torácicas – (broncopneumonias e pleurites). 
o FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
 Bezerros 
Até 30 dias (24 a 36 movimentos/minuto); 
Acima de 30 dias (15 a 30 movimentos/minuto); 
Ou 20 a 40 por Rebhun. 
 Bovino adulto 
10 a 30 movimentos/minuto. 
OBS.: Cow at rest: 18 a 28 por Gibons e 15 a 35 por Rosenberger. 
 Ovinos e caprinos 
Jovens: 36 a 48 movimentos/minuto; 
Adulto: 20 a 30 movimentos/minuto. 
 Equino 
Jovem: 10 a 25 movimentos/minuto; 
Adulto: 8 a 16 movimentos/minuto. 
 
IMPORTANTE.: 
 O aumento da frequência nem sempre é pulmonar. Exemplos: excitação, febre, calor ambiente, anemia, 
cardiopatia, dor. 
 Bezerros com pneumonia: frequência aumentada quando estão deitados. 
 Acidose em diarreias também aumenta a FR devido a liberação de CO2; 
 Alcalose reduz para preservar o CO2.. 
 
o Profundidade 
 Eupneia = respiração normal. 
 Hiperpnéia (inspiração profunda): presente na dispneia obstrutiva (inspiratória), ou em temperaturas e 
umidade altas; 
 Hiperpnéia (inspiração superficial): ocorre quando há dor torácica (pleurisia); 
 Polipnéia (respiração rápida e superficial): estresse térmico; 
 Dispneia (respiração difícil): qualquer modificação na frequência, tipo e profundidade; 
OBS.: Animal dispneico: abdução de membros, boca aberta, cabeça e pescoço estendido. 
 Posição ortopneica: posição de conforto em caso de doença. 
Observações: 
Inspiração prolongada e com sibilos ou ronco pode indicar obstruções nas vias aéreas superiores (VAS); 
Esforço exagerado para expiração pode indicar broncopneumonia (VAI). 
 
B. LADO ESQUERDO  LADO DIREITO  CABEÇA E PESCOÇO 
Ausculta, palpação e percussão do tórax e campo pulmonar 
Inspeção, palpação, olfação, percussão e ausculta da cabeça e pescoço 
 
 AUSCULTAÇÃO 
Sons produzidos pela movimentação do ar na árvore traqueobrônquica. 
o TÉCNICA 
 Animal em estação, repouso, silencio; 
 Auscultar nos espaços intercostais, em linhas horizontais e verticais. 
OBS.: Pode-se obstruir a respiração com as mãos ou com uma sacola de 30 a 40 segundo para aumentar a 
intensidade. 
o OBSERVAR 
Força dos sons: normais, fracos, inaudíveis ou anormalmente fortes; 
Momento: relação com respiração, inspiração e expiração. 
OBS.: Atenção para ruídos acessórios devido à pelos, músculos gástricos, partes do esteto, contenção etc. 
Pode-se molhar ou abaixar o pelo. 
 
o CAMPO PULMONAR 
Bovinos: 11º espaço intercostal-9ª costela-6ª costela (2 dedos acima do cotovelo); 
Equinos: 16º espaço intercostal-11ª costela-6ª costela. 
 Caudal: décimo primeiro espaço intercostal; 
 Intermediário: metade da nona costela; 
 Limite cranial: 2 dedos acima do olecrano (cotovelo do membro anterior). 
 
 
 
o SONS NORMAIS E FOCOS DE AUSCULTA 
 Laringotraqueal: som forte e áspero (abertura e passagem do ar pela laringe). 
OBS.: Está aumentado quando há estenose ou aumento da secreção. 
 Traqueobrônquico: porção anterior do tórax – antigo sopro tubário; 
 Brônquiobronquiolar: som suave presente nos terços finais do tórax – antigo murmúrio vesicular. 
 
o SONS PATOLÓGICOS 
Qualquer som anormalà auscultação (ronco, estertores ou crepitações, sibilos, roce etc.); 
Observar sempre sua força e seu momento. 
 PRINCIPAIS SONS ANORMAIS: 
 RONCO 
Sons grosseiros e ásperos, geralmente por causas obstrutivas, na inspiração ou expiração 
Audível sem esteto – ver ponto máximo de ausculta. 
Indica: 
 Corpo estranho ou lesões na laringe, orofaringe etc.; 
 Cistos, pólipos ou granulomas nasais; 
 Secreções viscosas nos brônquios (broncopneumonia), traqueites; 
 Vibração na região faringeana (actino, abscesso). 
 ESTERTOR OU CREPITAÇÃO 
São estalidos devido à presença de secreção, que forma bolhas. 
 Crepitação grossa.: Sons fortes (grandes bolhas), parece velcro. Presente quando há aumento de exsudato, 
ppt nas vias mais calibrosas. Redução com a tosse produtiva. OBS.: Diminui no animal hidratado 
(expectoração). 
 Crepitação fina: sons mais curtos e descontínuos (bronquíolos e alvéolos – secreção não chegou) – pode ser 
edema pulmonar? 
 SIBILOS 
Som agudo, tipo assobio, extenso e contínuo, indica broncoconstrição (ppt na expiração) 
Exemplo.: pneumonia e desidratação. 
Às vezes podem ser ouvidos mesmo sem um estetoscópio. 
 ROCE PLEURAL 
Ocorre quando há fibrina entre as pleuras, pelo atrito. 
 OUTROS: 
Inspiração interrompida (soluço): ocorre quando há dor – exemplo: pleuresia; 
Sons inaudíveis ou “áreas surdas” – áreas que perderam a função, por isso, se há áreas surdas, são esperados 
sons fortes nas outras áreas. Exemplos: áreas hepatizadas, abscesso, carcinoma entre o pulmão e a parede torácica 
ou muito exsudato. 
 
 INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
Alguns preferem “do focinho e cavidade nasal”. 
 FOCINHO 
 Úmido (normal) ou quente e ressecado (febre, desidratação); 
 Mucosa normal ou com ferimentos e erosões; 
 Odor do ar expirado (olfação: odor pútrido?); 
 Força e simetria do ar expirado (tato?). 
 
o Descarga ou corrimento nasal 
 Respiração uni (VAS) ou bilateral (VAI)? 
 Tipo: seroso, mucoso, purulento, hemorrágico, partículas alimentares; 
 Odor normal ou pútrido (tecidos necrosados na cavidade oral, pneumonia gangrenosa etc.); 
OBS.: Bezerros lambem! 
 
o Tosse: 
Expectoração: produto da tosse. 
 Pode ser úmida (produtiva) ou seca (desidratado), ou paroxística (acesso de tosse – ocorre nos casos de pneumonia 
verminótica por Diptiocaulus); 
 Ocorre durante a alimentação? – irritação na orofaringe (pode indicar presença de carcinoma – dificuldade para 
engolir), muito fina, concorrência; 
 No bezerreiro? Gases, amônia; 
 Na pastagem? Parasitária (paroxística - Diptiocaulus); 
 Vários animais? Surto, pólen, irritação, enzoótica. 
 
 PALPAÇÃO 
 Laringe, traqueia, região torácica e linfonodos; 
 Procurar aumento de volume (abcessos) ou depressões (fratura de costela); 
 Região torácica: costelas, espaços intercostais, limites e junções; 
 Dor (pleurites, fratura), enfisema, temperatura. 
 
 PERCUSSÃO 
Geralmente é realizada quando há sons anormais à respiração; 
Técnica: dígito-digital, martelo ou martelo-plessímetro. 
o SEIOS NASAIS (FRONTAIS E MAXILARES) 
Sons normais e anormais (gás ou secreção); 
Sinusite. 
 
o TÓRAX 
 Técnica (direção e intensidade da percussão); 
 Percussão horizontal (1 a 6); 
 Percussão vertical (7 a 12). 
 
 
 
 
 
o SONS 
Claro (central) a submaciço: nos limites; 
Timpânico: enfisema; 
Maciço: edemas; 
Dor: pleuresia. 
 
 EXAMES AUXILIARES 
 Baermann – suspeita de pneumonia por 
Dictyocaulus; 
 Endoscopia – inspeção e coleta de amostra, 
inclusive lavado; 
 Aspiração transtraqueal – lavado traqueal com 
solução salina; 
 Toracocentese (pouco utilizado na prática); 
 Raio X, ultrassonografia, biopsia etc.; 
OBS.: Após a rotina geral do exame clínico podemos retornar aos locais com alteração 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO DE RUMINANTES 
 INTRODUÇÃO 
Rins, ureteres, bexiga e uretra; 
Produção de urina e fluxo urinário. 
 
 FUNÇÃO 
Depuração (excretar produtos), exceto CO2; 
Equilíbrio hídrico e eletrolítico, homeostase; 
Endócrina: peptídeo natriuréticos (efeito sobre o coração – aumento da frequência cardíaca), homeostase Ca e P. 
 
 IDENTIFICAÇÃO 
o Espécie 
Ruminantes – S peniano  Importante local de obstrução da uretra devido a cálculos urinários); 
o Sexo 
Ruminantes machos – urolitíase devido ao S peniano; 
Pequenos ruminantes (caprinos e ovinos) – processo uretral/apêndice vermiforme (cálculo se enrosca); 
Vacas: manipulação para a reprodução (urovaginal, pielonefrite, cistite etc.). 
o Idade 
Bezerros: persistência do uraco, onfalites, tristeza parasitária etc.; 
Touros zebuínos: acrobistite. 
 
 EXAME CLÍNICO 
1. História/Anamnese; 
2. Exame geral/Inspeção a distância – micção e 
volume urinário; 
3. Exame especial (físico); 
4. Colheita de urina e urinálise; 
5. Exames complementares (raio X, endoscopia etc.). 
 
1. HISTÓRIA/ANAMNESE 
 Esforço para urinar, dor (berra, gemidos), urina com sangue, aumento do volume por baixo; 
 Caráter e evolução: agudo ou crônico (urolitíase x hematúria – ppt Hematúria enzoótica (consumo por longos 
períodos de samambaia leva a carcinoma de bexiga); 
 Alterações na micção; 
 Alimentação: dietas com alto concentrado; 
 Castrados? 
 Confinamento para corte: castração, anabolizantes, dieta de alto grão; 
 Confinamento para leite: vacas em free-stall (Babesia, Leptospira) – anemias hemolíticas (hemoglobinúria); 
 Pastagens: samambaia, tanner grass (braquiária do brejo: urina escurecida); 
 Exames ginecológicos frequentes: cistites, urovaginal etc.; 
 Logo após o parto (distocias: iscúria – retenção de urina  passar cateter para aliviar o animal); 
 Vacina contra raiva (lembrar de tenesmo, tétano). 
 
2. EXAME GERAL/INSPEÇÃO A DISTÂNCIA 
 Estado de hidratação; 
 Pele, pelo, mucosas. 
 Contorno abdominal 
 Aumentos de volume ventral; 
 Flegmão na região do prepúcio. 
OBS.: Rompimento da uretra: urina no espaço subcutâneo (formato pontudo – abaulamento ventral). Se a 
bexiga se rompe, vai haver concentração de urina na cavidade abdominal (abaulamento lateral) 
 Dorso arqueado para cima (cifose) ou para baixo (lordose); 
 Micção: postura, dor, frequência (polaciúria – aumento da frequência de micção); 
 Urina: coágulos, sangue, hemoglobina; 
 Cálculos nos pelos do prepúcio ou apêndice uretral. 
 
o Micção e volume urinário 
Bovinos: 6-12L, 5-7x ao dia; 
Equinos (machos – posição de cavalete): 3-6L; 
Ovinos e caprinos: 0,5-2L (tendência a conservar), 1-4x ao dia. 
o Postura normal 
Machos: flexão ventral; 
Fêmeas: flexão dorsal. 
 
 POLACIÚRIA 
 Micção frequente, em pequenas quantidades; 
 Indica processos Inflamatórios ou obstrutivos 
(obstrução parcial); 
 Pode produzir dermatite local. 
 
 DISÚRIA/ESTRANGÚRIA 
Micção difícil e dolorosa; 
Indica processos inflamatórios e obstrutivos na bexiga 
e uretra. 
o Em machos 
 Indica urolitíase: posição de cavalete, gemido, 
protusão anal, troca o apoio nas pernas com 
frequência, ligeira lordose (curva para baixo), 
permanece mais tempo em posição de micção, 
vocalização (ppt em peq. ruminantes); 
 Também pode ocorrer nas lesões prepuciais 
(prolapso, abscesso, inflamação (postite e 
acrobistite) e penianas (parafimose, desvios, 
fraturas, hematomas e fibropapilomatose). 
o Em fêmeas 
Indica pielonefrites e cistites, hematúria enzoótica: 
arqueamento do dorso, micção prolongada, sangue ou 
coágulos. 
 
 POLIURIA E POLIDPSIA 
 Aumento de volume associado à maior ingestão de 
água (fisiológica); 
 Observa-se densidade baixa; 
 Indica insuficiência renal, baixa capacidade de 
concentração (patológica). 
OBS.: Normal em vacas em lactação. 
 
 OLIGÚRIA (OBSTRUÇÃO PARCIAL) E 
ANÚRIA (OBSTRUÇÃO TOTAL) 
 É a micção de pouca ou nenhuma urina 
 Indica doença renal, desidratação grave ou 
obstrução; 
 Em machos indica obstrução de uretra; 
 Pode levar à uremia. 
 
 ISCÚRIA 
Retenção de urina (exemplo: distocia). 
 
 ENURESE 
Incontinência urinária (exemplo: trauma de 
seguimentos sacrais da medula). 
 
3. EXAME ESPECIAL/FÍSICO 
 RINS 
Localizaçãoanatômica, tamanho, forma e consistência. 
 Equinos: 13-15 cm, bordas lisas, grão de feijão, 15ª costela; 
 Bovinos: 18-24 cm, lobulado, 13ª costela; 
 Pequenos ruminantes: 5 a 7 cm, feijão. 
 
o PALPAÇÃO TRANSRETAL 
Rim esquerdo é palpável e possui certa mobilidade. 
 Equinos: 15ª costela, mais caudal que o 
direito; 
 Bovinos 13ª costela, posição pode variar com 
o rúmen. 
OBS.: Dor: nefrites e pielonefrites. 
 
 URETERES 
Acesso restrito e tamanho e forma não palpáveis. 
 
 
 
 BEXIGA 
Palpação abdominal (muito cheia em pequenos ruminantes que conservam mais a urina), palpação transretal 
(localização e volume), cateterismo/sondagem e endoscopia. 
 
 URETRA 
Palpação externa (uretra pélvica e perineal); 
Sondagem; 
Uretra de ruminantes machos (S peniano); 
Processo uretral em caprinos e ovinos; 
Divertículo suburetral em vacas; 
Pequenos cálculos no prepúcio. 
Exames: 
 Uretroscopia (confirmar obstrução); 
 Endoscopia; 
 Ultrassonografia. 
 
 URINA 
o Coleta 
Utilização de tira reagente. 
 Fêmeas: massagem na região da vulva para estimular a micção ou sonda uretral; 
 Machos: movimentos circulares na região do prepúcio. 
o Hemoglobinúria 
Icterícia (hemólise); 
Cor mais escura (oxida); 
Não forma sedimento (apenas o pigmento dissolvido); 
Não tem coágulos; 
Não é esperada a presença de hemácias ou restos 
celulares; 
Anemias hemolíticas (Babesia, Leptospira). 
o Hematúria 
Sem icterícia (não está ocorrendo hemólise – sangue 
total); 
Cor mais viva; 
Sedimento (hemácias); 
Pode ter coágulos; 
Rico em hemácias e restos celulares; 
Hematúria enzoótica, urolitíase e cistites. 
 
 EXEMPLOS DE AFECÇÕES EM BOVINOS 
 Urolitíase em ruminantes – obstrução: nova abertura para permitir a micção (cirurgia); 
 Hematúria enzoótica – causa lesões na parede da bexiga causando sangramentos até levar a formação de um 
carcinoma; 
 Leptospirose; 
 Persistência do uraco e onfalites (acometimento da veia, artéria e uraco: aumento de volume na região inguinal, 
não forma abaulamento ventral) em bezerros; 
 Acrobistite etc. 
 
PRÁTICA SISTEMAS RESPIRATÓRIO E URINÁRIO 
 RESPIRATÓRIO 
Bezerro não quer mamar; 
Sistema urinário; 
Colostro QQT; 
Etc. 
 
 
 
 EXAME GERAL 
 Sinais de: taquipneia, dispneia, ronco, espirro, 
corrimento nasal seroso/mucoso, epistaxe, tosse 
(hemoptise). 
 Movimento costoabdominal; 
 Abordagem posterior: temperatura retal e 
movimento torácico. 
 LADO ESQUERDO E DIREITO 
 Tórax; 
 Inspeção, contorno, forma, aumento de volume, depressão. 
o Ausculta 
Técnica; 
Focos: laringotraqueal, traquiobronquial, bronquiobronquiolar. 
 
 CAMPO PULMONAR 
Horizontal (1 a 6); 
Vertical (7 a 12). 
 Bovino: 11 espaço intercostal, 9ª costela e 6ª costela; 
 Equino: 16 espaço intercostal, 11ª costela e 6ª costela. 
o Ruídos acessórios 
Pelos, dedos, músculo, rúmen, coração etc. 
 
 CABEÇA 
Focinho: ar expirado, odor, simetria, TRA, muco (úmido 
e brilhoso); 
Cavidade nasal: corrimento nasal, seios nasais; 
Olhos; 
Ouvidos; 
Linfonodos: retrofaríngeos, submandibulares e 
parotídeos. 
 PESCOÇO 
Laringe e traqueia (ausculta), dor, sensibilidade, aumento de volume, cartilagens e linfonodo pré-escapular. 
 
 URINÁRIO 
História/Anamnese; 
Pastagem; 
Criação; 
Urina escura (hematúria ou hemoglobinúria); 
Cólica abdominal. 
 EXAME GERAL 
Aumento de volume abdominal; 
Micção e volume normal. 
 Disúria/Estrangúria 
Postura de cavalete, próstata, ânus, pulsação da uretra. 
 Polaciúria/Poliúria; 
 Oligúria/Anúria; 
 Iscúria; 
 Enurese. 
 EXAME FÍSICO 
Palpação transretal, tamanho, consistência, dor, rim esquerdo (polo caudal), bexiga e uretra (pélvica e períneo). 
 PALPAÇÃO EXTERNA 
Aumento de volume, flegmão, pênis, prepúcio e S peniano. 
 COLHEITA DE URINA 
Macho ou fêmea; 
Massagem ou cateter/sonda. 
 URINÁLISE 
Hematúria, hemoglobinúria e coágulos.
 
SEMIOLOGIA DE PELE 
 A PELE 
 Maior órgão do corpo; 
 Barreira anatômica e fisiológica entre o organismo e o meio ambiente; 
 Órgão exposto: sofre várias agressões; 
 “Espelho do organismo”; 
 Casos dermatológicos: 30 a 75% dos atendimentos (clínica de pequenos responde com uma parcela importante). 
 
 DIAGNÓSTICO DERMATOLÓGICO 
Abordagem sistemática – esquema de exames (Ficha Dermatológica) para que não se omita algumas etapas 
importantes para o diagnóstico. 
 PASSOS PARA O EXAME DERMATOLÓGICO 
1. IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
 Espécie; 
 Idade; 
 Sexo; 
 Raça; 
 Coloração do pelame; 
 Procedência do animal – se o animal vem de canil 
ou gatil, podendo conter doenças de natureza 
infectocontagiosa ou contagiosa como 
leishmaniose; 
 Estado reprodutivo. 
 
2. ANAMNESE 
 Duração da história – animais já podem ter sido atendidos em outros locais: histórico de doença, de tratamento, 
de respostas a tratamentos; 
 Confiança no cliente – tutores que já procuraram ajuda em outros locais chegam mais ansiosos  entender. 
IMPORTANTE.: 
Para a anamnese dermatológica a história tem que ser prolongada, detalhada (20-30 minutos  regra). 
Animais passam por tratamento prolongados (6 meses – 1 ano). 
o ANAMNESE SELECIONADA 
Animal que perde pelo com os problemas dermatológicos, o que causa desconforto aos proprietários. Além disso, o 
animal geralmente vem de tratamentos prolongados e sem sucesso. 
o QUEIXA PRINCIPAL 
O que está acontecendo com o seu animal? Coceira, queda de pelo, ferida aberta, descamação, seborreia  
Relacionada ao problema principal. Exemplo: se o animal possui queda de pelo devido a coceira, o proprietário fala 
primeiro sobre a coceira. 
o INÍCIO DO QUARO E EVOLUÇÃO DOS SINAIS 
 Início da doença – aguda ou crônica (2-3 semanas); 
 Localização e aspecto inicial – algumas enfermidades possuem evolução mais típica. Exemplo: doenças 
endócrinas: alopecia tem um curso mais cranial; 
 Progressão e velocidade – exemplo: alopecia vai em direção cranial. 
 
o AMBIENTE 
Descrição do ambiente onde o animal vive ou passa a maior parte do tempo.
 Apartamento x Casa; 
 Histórico de viagens – animais mais aptos a contrair certas enfermidades (Leishmaniose, Dirofilariose); 
 Campo, mata (mais sujeito a leishmaniose); 
 Dorme em casinha? Como é a forração? Dentro ou fora de casa? – muita poeira?; 
 Carpete, cortinas, higiene; 
 Sinais melhoram fora ou dentro da casa?; 
 Banhos: frequência, produto utilizado (uso humano ou veterinário). Exemplo: sabão de coco é agressivo para a 
pele do animal, pois é mais fina (camada delgada de epiderme). OBS.: Cães e gatos que possuem apenas 2 
camadas de queratinócitos, muito pouco em relação a de humanos que possuem 10 a 15 camadas; 
 Prurido: sensação desagradável que acarreta o desejo de coçar. Quantificar: nota de 1 a 10 (prurido de 7 a 10 é 
importante). É patológico quando interfere com o bem-estar do animal (para de realizar as atividades usuais, como 
beber água, comer e brincar, para coçar). Geralmente ocorre em doenças parasitárias, alérgicas e alguns processos 
infecciosos como doenças bacterianas de pele  Importante na construção do diagnóstico. 
 
IMPORTANTE.: 
Prurido é mediado por Interleucina-31 
Histamina não é um dos principais mediadores inflamatórios da pele do cão, 
portanto, anti-histamínicos não funcionam. Para o gato sim. 
 
 
 
 
 
 
 
 PRURIDO 
 Localizado, regional ou generalizado; 
 Leve, moderado ou intenso (ferox); 
 Desencadeado/estimulado por calor, frio, exercício, transpiração, fricção ou uso de químicos (sabões); 
 Fármacos: morfina, codeína, tramadol (neurogênico), eritromicina, sulfas, captopril (colestase), estatinas, retinóides, 
β-bloqueadores (xerose), paracetamol, minociclina, amoxicilina, halotano (hepatotoxicidade). OBS.: História 
medicamentosa é importante! 
 
 CLASSIFICAÇÃO DO PRURIDO CRÔNICO 
o NEUROANATÔMICA 
Possível origem do prurido. 
a) Pruridoceptivo 
Se origina na pele. 
Exemplos: eczemas, psoríase, alergias, parasitoses. 
b) Neuropático 
Nervo periférico. 
Exemplos: braquiorradial, pós-herpético, notalgia 
parestésica. 
c) Neurogênico centralExemplos: tumores, abscessos, opioides. 
 
 
 
d) Psicogênicos 
Exemplos: alucinações, delírio de parasitoses, 
psicose, fatores emocionais, esquizofrenia. 
 
o SINTOMAS CLÍNICOS 
Condição clínica da pele. 
a) Prurido na pele inflamada 
Várias condições inflamatórias da pele (bacterianas, 
parasitárias, virais, fúngicas, alérgicas, 
imunomediadas), linfoma e leucemia; 
Mais observadas na medicina veterinária. 
b) Prurido na pele não inflamada 
Doença hepática colestática, doença renal crônica, 
diabetes melito, policitemia vera, fases incipientes das 
alergopatias. 
 Informações importantes 
 Animal lambe as patas? 
 Meneios cefálicos – animal chacoalha a cabeça?  Coceira ou dor de ouvido; 
 Esfrega-se contra objetos? 
 Interrompe atividades? 
OBS.: Definem se a coceira é patológica. 
 Presença de outros cães ou outros animais – enfermidades contagiosas; 
 Contato com outros cães ou outros animais; 
 Histórico medicamentoso – farmacodermias (enfermidades imunomediadas decorrente da administração de 
medicação por qualquer via)  Origem do medicamento (nome, onde comprou, frequência, via, como foi 
administrado). 
 
 É A COCEIRA QUE LESIONA OU A LESÃO QUE COÇA? 
o DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
Prurido lesional: acontece após a lesão; 
Prurido não-lesional: acontece antes da lesão e leva a mesma. 
ou seja 
Animal que possui lesões na pele e depois começa a se coçar: indicativo de piodermite (infecção bacteriana); 
Coceira seguida de lesão: doenças de hipersensibilidade (lesão alérgica). 
 
 PERIODICIDADE 
Sazonal ou não – polinização (dermatite atópica); 
Relacionada com ciclo estral (hiperestrogenismo, hiperprogesteronismo). 
 
 ANTECEDENTES 
Doenças recentes e antigas - qualquer via de aplicação (IV, IM, ocular etc.) pode levar a farmacodermites. Por isso, 
é importante perguntar como foi administrado o medicamento, se o animal tomou mesmo o remédio, quem deu o 
remédio; 
Procedência do animal; 
Parentesco – Dermatite atópica (dermatite alérgica) leva a dermatites no sistema respiratório dos animais e possui 
causa genética. 
 
 AMBIENTE, MANEJO E HÁBITOS 
Local onde dorme – descamação da pele humana é fonte de alimento para ácaros (ppt) e fungos; 
Frequência de limpeza das instalações e produtos; 
Dieta – Come o que? Qual ração? Nutrição?; 
Viagens. 
 
 SINTOMAS SISTÊMICOS 
Saúde geral do paciente, apetite, ganho ou perda de peso, fezes, urina e atividade física, vacinação e vermifugação. 
 
3. EXAME FÍSICO 
Já se inicia na anamnese – alterações visíveis, relacionamento do tutor com o paciente; 
Iluminação: boa intensidade, uniforme e sem modificar a cor da pele e pelagem; 
Luz clara + Lupa – obrigatório para exame dermatológico, pois algumas lesões são muito pequenas e discretas, como 
pequenas pústulas e ectoparasitas como larvas de carrapatos, que podem passar despercebidas. 
IMPORTANTE.: 
Realizar o exame físico geral primeiro é importante (mucosas, linfonodos submandibulares, pré-
escapulares/cervicalsuperficial e poplíteos, auscultação cardiorrespiratória palpação abdominal, temperatura). 
 
4. INSPEÇÃO 
Iniciar exame à distância, observando todo o animal. 
 Estado geral; 
 Qualidade da pelagem; 
 Distribuição e topografia das lesões. 
IMPORTATE.: Conhecer as particularidades de cada espécie. 
 DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES 
Padrão de distribuição (lesões localizadas ou disseminadas/multifocais)  Diagnósticos diferenciais e prognóstico. 
 Localizada/Focal: até 5 lesões individualizadas; 
 Disseminada/Multifocal: mais de 5 lesões individualizadas; 
 Generalizada: acometimento difuso da superfície corporal. 
 TOPOGRAFIA DAS LESÕES 
 Simétricas (de dentro para fora – problema sistêmico): endocrinopatias ou doenças imunomediadas, dermatite 
alérgica aguda; 
 Assimétricas (de fora para dentro): enfermidades infecciosas e parasitárias. Exemplos: DAAP (doença alérgica a 
picada de pulgas – dorsal, ventral, regiões lombar e sacral), dermatite atópica (patas, abdome, região inguinal e 
axilar, boca e olhos), sarna demodécica (demodiciose generalizada – dorsal e ventral), escabiose canina (dorsal e 
ventral – padrão mais simétrico), síndrome do comedo. 
OBS.: Algumas doenças infecciosas podem ter forma simétrica, como a Escabiose (sarna sarcótica): começa 
como assimétrica, mas sofre alteração para distribuição simétrica e generalizada. 
 PALPAÇÃO 
Determinar: 
Sensibilidade, temperatura, consistência, volume, neoplasias, espessura, untuosidade (enfermidade cutânea 
seborreica).
OBS.: Animais de pelame mais longo: abrir o pelo para investigar. É IMPORTANTE EXAMINAR TODA A PELE 
E MUCOSAS VISÍVEIS! 
o Palpar 
 Coxins (região podal – pele entre os coxins) e interdígitos; 
 Unhas, cascos e leito ungueal (expor as garras no gato – onde a garra está inserida no tecido mole). OBS.: 
Paroníquia: secreção purulenta no leite ungueal; 
 Junções mucocutâneas: oral, anal, labial; 
 Condutos auditivos e pavilhões auriculares – o meato acústico externo é revestido por tecido com mesma 
composição anatômica que o mesotélio, ou seja, igual a pele do resto do corpo, por isso, quase sempre os animais 
acometidos por enfermidades de pele sofrem com otite. 
 
 MORFOLOGIA DAS LESÕES (PROVA) 
Lesões primárias e lesões secundárias  Diferenciá-
las e entendê-las (causas). 
o LESÕES PRIMÁRIAS 
Desenvolvem-se espontaneamente como resultado 
direto da causa básica. 
Exemplos: mácula, mancha, pápula, placa, pústula, 
vesícula, bolha, urticária, nódulo, tumor e cisto. 
a) MÁCULA/MANCHA 
Mácula: lesão circunscrita, não palpável, de até 1 cm 
de diâmetro, caracterizado por mudança de cor da pele; 
Mancha: = mácula com + de 1 cm. 
 Alteração da pigmentação (visual) ocasionada por 
várias substâncias: pigmento melânico, 
vasodilatação cutânea, má-circulação/oxigenação e 
estenose (cianose), iatrogenicamente (tatuagem); 
 Hiperpigmentação ou Hipopigmentação. 
b) PÁPULA/PLACA 
Pápula: elevação da pele com até 1cm de diâmetro; 
Placa: formada pela coalescência de pápulas. 
Infiltração dérmica ou epidérmica de células 
inflamatórias ou neoplásicas percebida pela palpação 
(forma relevo). Geralmente tem alteração de cor 
(eritema: coloração avermelhada). 
c) PÚSTULA 
Elevação pequena e circunscrita da pele preenchida 
por pus; 
Comumente contém neutrófilos e é de origem 
infecciosa, mas também pode conter eosinófilos e ser 
estéril. 
 
 
 
 
d) VESÍCULA/BOLHA 
Vesícula: elevação circunscrita da pele, preenchida por 
líquido seroso/edematoso, claro e com pouca 
celularidade. Até 1 cm de diâmetro; 
Bolha: mais de 1 cm. 
e) URTICARIA 
Lesão elevada, circunscrita resultante da infiltração da 
derme por fluido (edema intersticial) e células; 
São transitórias, exemplo: picada de mosquito. 
f) NÓDULO 
Elevação sólida, geralmente circunscrita e maior do que 
1 cm, que se estende para as camadas mais profundas 
da pele. 
g) TUMOR 
Elevação que passa de 3 cm; 
Massa que envolve qualquer estrutura da pele e tecido 
subcutâneo; 
A maioria possui origem neoplásica ou granulomatosa. 
IMPORTANTE.: 
Tecido de granulação: composto por colágeno, 
fibroblastos e vasos x Granuloma: processo 
inflamatório crônico circunscrito caracterizado pelo 
acúmulo de macrófagos ou histiófago. 
h) CISTO 
Cavidade delineada por epitélio contendo liquido ou 
material sólido (dá pra deprimir com o dedo); 
Massa de contorno liso, bem circunscrita, flutuante ou 
sólida. 
O conteúdo vai depender da natureza do epitélio: 
 Sudoríparo: azulado e aquoso; 
 Folicular: aspecto de ricota; 
 Sebáceos (raros). 
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o LESÕES SECUNDÁRIAS 
Evoluem das primárias ou são induzidas pelo paciente 
ou fatores externos (traumas ou medicações). 
Exemplos: colarete epidérmico, cicatriz, escoriação, 
erosão, úlcera, fissura, Liquenificação e calo. 
a) COLARETE EPIDÉRMICO 
Descamação com contorno circular que representa o 
remanescente do teto de vesícula, bolha, pústula ou 
pápula.Ou seja, lesão pustulosa ou vesiculosa que 
evoluiu e se rompeu. 
b) EROSÃO 
Defeito epidérmico superficial que cura sem 
cicatrização. Ulceração superficial. 
c) ESCORIAÇÃO 
Erosões ou úlceras causadas por arranhadura, mordida 
ou fricção (lesão linear). 
 
 
d) ÚLCERA 
Perda da continuidade da epiderme com exposição da 
derme subjacente. Processo patológico profundo que 
se resolve com cicatrização. 
 
e) FISSURA 
Em tese é uma ulceração com conformação linear; 
Clivagem linear na epiderme com margens bem 
definidas; 
Rachadura: ocorre em tecido duro ou ressecado 
(diminuição da elasticidade da pele) que é submetido a 
força de tensão. 
f) LIQUENIFICAÇÃO 
Espessamento e endurecimento da pele, caracterizado 
por excesso de marcações cutâneas (grafismo 
cutâneo); 
Hiperqueratose, hiperplasia de tecido e 
hiperpigmentação; 
Alergia parasitária e alterações endócrinas. 
g) CALO 
Placa espessada, áspera, hiperceratótica, alopécica e 
liquenificada que ocorre em pontos de pressão e fricção 
(proeminência ósseas e resultam de pressão e fricção); 
Servem como proteção para áreas muito desafiadas. 
 
 
h) CICATRIZ 
Tecido fibroso que substitui a derme ou o subcutâneo 
lesado. Atrófica (CAR) ou hipertrófica (EQ). 
 
o LESÕES QUE PODEM SER PRIMÁRIAS E 
SECUNDÁRIAS 
Exemplos: alopecia, caspa, crosta, cilindros 
foliculares, comedo e anormalidades pigmentares. 
a) ALOPECIA 
Ausência parcial ou total de pelos; 
Pode ser focal, multifocal ou generalizada; 
Sempre questionar se o animal tem ou não tem prurido 
 Pouco prurido: dermatofitose (micose superficial), 
sarna demodécica (alguns animais não têm muito 
prurido). 
o Classificação 
Primária: endócrinas, displasias (enfermidades do 
desenvolvimento folicular) e eflúvios (pelo cai de forma 
espontânea – observado em condições de estresse, 
pode ser secundário também). Exemplo: animais 
perdem pelo devido a demanda muito grande da 
lactação – 2 meses depois do desafio em cadelas); 
Secundária: prurido, foliculites. 
IMPORTANTE.: Animal pode perder pelo, mas se 
houve a formação de falhas é um processo 
patológico. Alguns animais têm ciclo piloso mais 
curto e podem apresentar eflúvios relacionados ao 
estresse. 
 
 
 
b) CASPA 
Acúmulo de fragmentos soltos de ceratina/fragmentos 
morfoceratínicos (células cornificadas) na superfície da 
pele. 
c) DESCAMAÇÃO 
Primária: seborreia primária, ictiose. 
Secundária: inflamações diversas (parasitárias, 
infecciosas, nutricionais, metabólica, endócrinas, 
imunológicas)  Mais frequentes. 
d) CROSTA 
Acúmulo de exsudato, sangue, células e/ou 
medicamentos aderidos à superfície da pele (casca de 
ferida). 
 Primária: seborreia, deficiência de zinco, 
dermatite superficial necrolítica; 
 Secundária: prurido, piodermite, trauma, 
parasitoses. 
Tipos: hemorrágica, melicérica (crosta com exsudato 
purulento amarelado – parece mel), hematomelicérica 
(sangue + exsudato amarelado). 
e) COMEDO 
Folículo piloso dilatado e preenchido por células 
cornificadas e material sebáceo (cravo). 
 Primário: acne felina, vitamina A, síndrome 
comedo, endocrinopatias; 
 Secundário: demodiciose, dermatofitose. 
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 ANORMALIDADES PIGMENTARES 
Hiperpigmentação ou hipopigmentação; 
Lesões maculares, em macha ou disseminadas. 
 Preta: melanina na epiderme; 
 Azul: melanina na derme; 
 Cinza: incontinência pigmentar; 
 Vermelho/roxo: hemorragia, eritema, vascular  Alterações vasculosanguíneas; 
 Amarelo/verde: icterícia (alterações no grupo heme); 
 Hipopigmentação: vitiligo, processos pós-inflamatórios. 
 
 LESÕES ELEMENTARES 
Alterações de cor, formações sólidas, coleções 
líquidas, alterações de espessura, perdas teciduais. 
o ALTERAÇÕES DE COR 
a) VASCULOSANGUÍNEAS 
Congestão, vasodilatação, sangramento, constrição 
dos vasos. 
 Eritema: cor avermelhada decorrente de 
alterações circulatórias; 
 Cianose: eritema enroxado, congestão venosa 
passiva; 
 Enantema: eritema das mucosas; 
 Exantema: eritema generalizado; 
 Púrpura: mácula ou manchas hemorrágicas 
(lesões menores). 
 
b) PIGMENTARES OU DISCRÔMICAS 
Ausência, aumento ou diminuição do pigmento 
melânico ou outros pigmentos; 
Hipercromia ou hiperpigmentação, hipocromia ou 
hipopigmentação, acromia. 
o FORMAÇÕES SÓLIDAS 
Pápula, nódulo, tumor, vegetação (aspecto que lembra 
uma couve-flor com pouca ceratina), verrucosidade 
(vegetação encoberta com hiperqueratose). 
o COLEÇÕES LÍQUIDAS 
Vesícula, bolha, pústula, abscesso (lesão inflamatória 
granulomatosa e nodular que não indica processo 
neoplásico) e hematoma. 
 
o ALTERAÇÕES DE ESPESSURA E 
CONSISTÊNCIA 
Queratose (espessura do estrato córneo, geralmente 
acompanhada de hiperplasia epidérmica, exemplo: 
calo), Liquenificação, edema, esclerose 
(endurecimento da pele devido a hialinização do 
colágeno (aspecto endurecido, verrucoso) e atrofia. 
 
o PERDAS TECIDUAIS 
Escamas (furfurácea, laminácea, micácea), erosão, 
escoriação (linear), ulceração (fadegênica, terebrante), 
úlcera (ulceração crônica), fissura ou radágia, crosta 
(melicérica, purulenta, hemática) e cicatriz. 
 
 DIASCOPIA OU VITROPRESSÃO 
Diferenciar eritema de púrpura. 
Exame: apertar lâmina contra a pele (vitropressão): 
 Eritema: vermelhidão da pele devido a 
congestão de vasos sanguíneos  Local fica 
branco; 
 Púrpura: hemorragia na derme  Local se 
mantém vermelho. 
 
 CONFIGURAÇÃO DE LESÕES 
Anular; 
Policíclica: várias anulares. 
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5. EXAMES COMPLEMENTARES 
o Pesquisa parasitológica do raspado 
cutâneo (raspado de pele, fita adesiva (busca de 
ectoparasitas e seus ovos) e pente fino (busca de 
ectoparasitas e coleta de material): 
 Identificação de parasitas cutâneos 
microscópicos; 
 Múltiplos raspados, preferencialmente nas 
lesões primárias; 
 Técnica adaptada ao organismo suspeito; 
 Superficial e extenso: ácaros que não 
aprofundam, não entram no tecido (Cheyletiella, 
Sarcoptes, Notoedres); 
 Profundo e localizado: ácaros que vivem no 
folículo piloso (Demodex). 
o Tricografia – exame microscópico do pelo. 
Indicações: avaliar o ciclo biológico do pelo, alterações 
da haste pilosa, visualização de esporos fúngicos ou 
ectoparasitas; 
o Citologia – estudo das células sem considerar 
a arquitetura tecidual da lesão; resultados 
rápidos e importantes na orientação do 
diagnóstico, ou mesmo, fornece o diagnóstico 
definitivo; infiltrado celular: inflamatório, 
neoplásico, hiperplásico, cístico; 
o Cultura fúngica – muito boa sensibilidade e 
especificidade para doenças fúngicas (não é 
tão específico como o micológico direto). 
Material: pelos e escamas (micose superficial), 
secreção e biópsia (micose profunda); 
o Cultura bacteriana – diagnóstico de doenças 
bacterianas específicas; suspeita para MRSP, 
bastonetes; testes de sensibilidade; lesões: 
pústulas e pápulas: agulha estéril/placas 
nódulos e trajetos fistulosos: biópsia; meios de 
transporte. 
o Biópsia e histopatologia de pele. 
 
IMPORTANTE.: 
 SEMPRE REALIZAR os 4 primeiros exames (simples, rápidos e baratos); 
 Alopecia + Pelos fraturados: alopecia devido ao prurido; 
 Pelo com invasão fúngica: inchado e deformado, com esporos nas laterais  Prova de que o animal possui 
Dermatofitose. O exame micológico direto é muito específico, mas pouco sensível. 
 Deve-se proceder cultura fúngica nos animais dermatopatias? SEMPRE! 
 Identificação e portadores assintomáticos: meio de cultura Ágar Sabouraud. OBS.: Gatos oligossintomáticos 
(produz poucos sintomas): podem ter poucas lesões de pele e espalhar pelo ambiente: escovar o gato 
com escova de dente e mandar para o laboratório pedindo a cultura fúngica; 
 Sarna sarcóptica: raspado superficial e mais extenso, pois são ácaros menos numerosos

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