Buscar

SEMIOLOGIA VETERINÁRIA: SEMIOLOGIA DE PEQUENOS ANIMAIS; SISTEMAS RESPIRATÓRIO, CARDIOVASCULAR, DIGESTÓRIO E URINÁRIO; SISTEMA LOCOMOTOR DE RUMINANTES E EQUINOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

P2 Vet 171 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Para compreender os achados clínicos é 
fundamental conhecer as funções básicas dos 
sistemas; 
 Apresentação clínica muito semelhante nas 
doenças respiratórias e cardíacas; 
 Conhecer a fisiologia cardíaca: eletrofisiologia 
cardíaca, relação com outros órgãos (circulações 
pulmonar e sistêmica); 
 Objetivo: localizar o processo (respiratório ou 
cardíaco e onde!), estabelecer sua natureza 
(processo degenerativo, infeccioso) e estabelecer 
sua etiologia (infecção por bactéria, vírus). 
OBS.: Um bom exame clínico estabelece todas 
essas etapas importantes para o diagnóstico, 
apesar de muitas vezes necessitar de exames 
complementares. 
 
IMPORTANTE.: 
Saber reconhecer a normalidade – normalmente 
existem ruído e sons comuns; 
Saber a reconhecer as anormalidades no momento da 
observação; 
Afunilar as possibilidades diagnósticas de diferentes 
formas (exame físico, exames complementares); 
 
Manifestações comuns que ocorrem quando há 
alterações em qualquer um dos sistemas: 
Tosse: manifestação clínica muito comum dos 
problemas respiratórios (pneumonia, bronquite, asma), 
e também no sistema cardiovascular (aumento de 
tamanho do coração); 
Cianose: pode ocorrer nos problemas respiratórios e 
cardíacos. 
OBS.: Por isso, quando se atende um animal com 
suspeita de problema no sistema respiratório deve-
se examinar também o sistema cardiovascular 
durante o exame físico e vice-versa. 
 
REVISÃO ANATÔMICA 
 Pulmão 
Brônquios – bronquíolos – alvéolos; 
Extensão e contração do alvéolo: gradiente de pressão 
formado pela caixa torácica, músculos costais, 
diafragma. 
 Coração 
Sangue venoso ou sistêmico chega no coração pela 
veia cava e preenche o átrio direito (diástole). No 
momento da sístole (contração) atrial, o sangue 
preenche o ventrículo direito, passando pela válvula 
tricúspide. No momento de sístole ventricular, o sangue 
é ejetado do coração pelas artérias pulmonares 
(sangue venoso passando por artérias). Chega ao 
pulmão e preenche os capilares alveolares, onde 
ocorrem as trocas gasosas, o sangue arterial é ejetado 
do pulmão pelas veias pulmonares (sangue arterial 
passando por veias) e chega ao coração e preenche o 
átrio esquerdo (diástole). No momento da sístole atrial 
preenche o ventrículo esquerdo, passando pela válvula 
mitral. No momento da sístole ventricular o sangue é 
ejetado do coração pela aorta e vai oxigenar os órgãos. 
 
 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
É uma das etapas mais negligenciadas do exame 
físico! Não se atentam a informações importantes 
como: 
 Espécie; 
 Idade – animais jovens são muito mais 
susceptíveis a doenças infecciosas que 
causam manifestação respiratória, como 
Cinomose em cães e infecção por Herpesvirus 
em gatos. Já em animais idosos, os processos 
neoplásicos, inflamatórios como bronquite em 
cão e doenças cardíacas são mais comuns; 
 Raça – cães braquicefálicos (shih-tzu, lhasa 
apso, buldogue) costumam ter obstrução das 
vias aéreas; 
 Sexo; 
 Procedência do animal. 
 
 PRINCIPAIS QUEIXAS NA ANAMNESE 
 Tosse – manifestação extremamente comum e 
doenças respiratórias de vias aéreas inferiores 
(traqueia, brônquios e pulmões) – mecanismo 
protetor; 
 Espirros – mecanismo protetor das vias aéreas 
superiores; 
 Corrimento nasal – muito comum nas doenças das 
vias aéreas superiores e inferiores – seroso, 
purulento, hemorrágico, uni ou bilateral; 
 Dificuldade respiratória – problemas respiratórios 
e alterações cardíacas: insuficiência cardíaca  
sangue não é distribuído adequadamente para os 
tecidos  mecanismo natural do organismo é mudar 
o funcionamento respiratório para tentar compensar 
o mal funcionamento cardíaco (aumenta a 
frequência respiratória, respiração mais profunda. 
Da mesma forma o coração muda seu 
funcionamento para compensar o mal 
funcionamento pulmonar (aumenta a frequência 
cardíaca); 
 Intolerância ao exercício ou fraqueza – cansaço 
fácil, que muitas vezes vem junto com a síncope 
 Síncope – desmaio (perda momentânea de 
consciência) que ocorre devido à má oxigenação 
cerebral; 
 Distensão abdominal ou edema periférico – 
muito comum nas cardiopatias em cães (ocorre 
especialmente do lado esquerdo do coração): mal 
funcionamento da válvula mitral impede a saída de 
todo o sangue do átrio esquerdo no momento de 
sístole, levando a dificuldade de chegada do sangue 
ejetado dos pulmões no coração devido a presença 
de sangue residual no átrio. Com isso as veias ficam 
dilatadas, gerando quadro de Congestão que chega 
até os capilares alveolares, onde ocorre 
extravasamento de líquido e consequente edema 
pulmonar. 
Quando o problema ocorre na válvula tricúspide, o 
acúmulo de líquido se dá em órgãos, causando 
ascite (acúmulo de líquido na cavidade peritoneal), 
acúmulo de líquido na cavidade torácica, 
hepatomegalia etc. 
SEMIOLOGIA DOS SISTEMAS RESPIRATÓRIO 
E CARDIOVASCULAR 
*Acúmulo de sangue retrógrado! O sangue que está 
voltando para o coração se acumula porque o que 
deveria sair não sai. 
 
 ANAMNESE 
 Ambiente em que é criado; 
 Viagens – pode orientar sobre doenças comuns no 
local; 
 Contactantes – contato com outros animais e 
possibilidade maior de desenvolvimento de doenças 
infecciosas; 
 A quanto tempo tem o animal – desde filhote ou 
há poucas semanas/meses; 
 Estado sanitário – vacinado ou não; 
 Doenças anteriores; 
 Tratamento já realizado e resposta terapêutica – 
descarta ou não a possibilidade baseada na falha ou 
sucesso terapêutico. 
 
 EXAME FÍSICO 
 Inspeção (comportamento), palpação e 
auscultação; 
 Observar a respiração do animal de preferência 
quando este estiver em repouso; 
 Ambiente silencioso; 
 Avaliar a necessidade de medidas emergenciais; 
 Evitar a manipulação excessiva do animal 
principalmente quando houver grande 
acometimento dos sistemas – manipulação 
excessiva intensifica o quadro podendo levar o 
animal a óbito. 
 
1. INSPEÇÃO 
 Padrão respiratório; 
 Assimetria de face; 
 Corrimento nasal; 
 Distensão abdominal; 
 Edema subcutâneo – patas e pescoço 
edemaciado; 
 Pulso jugular; 
 Mucosas. 
 
 Respiração 
Normal – eupneia ou normopneia (padrão 
costoabdominal suave); 
Dificultosa (dispneia) – dispneia inspiratória (vias 
aéreas superiores: laringe para cima), expiratória (vias 
aéreas inferiores: bronquite, pneumonia – animal força 
a respiração no momento de expirar gerando 
estridor/ruído agudo) ou mista. 
Taquipneia – respiração acelerada; 
Hiperpnéia – respiração profunda; 
Ortopneia – posição ortopneica (grande dificuldade 
respiratória): animal estica o pescoço e abre os 
membros torácicos; 
Apneia – ausência de respiração. 
 Tipo respiratório 
Costoabdominal: padrão normal; 
Padrão mais costal: injúrias que causam muita dor no 
abdome; 
Padrão mais abdominal: injúrias que causam muita 
dor no tórax. 
 
 
o Corrimento nasal 
Características do corrimento: 
 Padrão: unilateral (lesões localizadas – 
presença de corpo estranho) ou bilateral 
(lesões difusas – Cinomose); 
 Tipo: seroso, mucopurulento com ou sem 
hemorragia (mais comum, pois ocorre devido a 
multiplicação bacteriana) ou hemorrágico 
(neoplasias, traumas, infecções fúngicas, 
doenças sistêmicas que alteram a coagulação 
do animal com trombocitopenia grave, 
intoxicações); 
 Natureza: agudo (infecções virais, bacteriana) 
ou crônico (processos neoplásicos). 
 
o Assimetria facial 
Aumento de volume mais concentrado de um lado que 
do outro. Presente em doenças fúngicas (animal jovem) 
e neoplásicas (animais idosos) ou traumas. 
 
o Avaliação da tosse e espirros 
 Tosse seca ou improdutiva – sem expectoração; 
 Tosse úmida ou produtiva – tem expetoração 
(nem sempre é visível), animal elimina ou engole o 
conteúdo. 
OBS.: A tosse às vezes é tão intensa que pode 
induzir o vômito: importante diferenciar vômito de 
expectoração. 
 
o Avaliação do pulso jugular 
Pulso venoso positivo: jugular congesta em toda a 
extensão do pescoço e pulsando. O normal é que a 
distensão estejapresente até no máximo o terço inicial 
da jugular e que ela não pulse; 
 Pulso jugular verdadeiro: jugular congesta + 
refluxo de sangue = onda cardíaca promove 
pulso  Quando se oclui a jugular o pulso para; 
 Quando se oclui e a jugular continua 
pulsando: devido à proximidade com o seio 
carotídeo, pois a artéria carótida passa do lado 
e pulsa  Obstrução do seio carotídeo, não 
indica doença cardíaca. 
 
o Mucosas 
Coloração: atenção a palidez e cianose, pois podem 
estar associados a problemas respiratórios ou 
cardíacos; 
TPC – alto: anemia, desidratação, problemas 
cardíacos  perfusão alterada (hipovolemia). 
 
o Exame da laringe 
Objetivo: reconhecer as estruturas e avaliar o 
movimento delas. Exemplos de alterações: 
hemiplegia (paralisia) e obstrução por neoplasia ou 
corpo estranho (permite a visualização). 
OBS.: Muitas vezes só consegue ser feito no animal 
anestesiado, pois precisa-se abrir a boca dele. 
 
2. PALPAÇÃO 
Buscar por aumento de volume, dor, enfisema no tecido 
subcutâneo. 
 Avaliação do reflexo de tosse – leve pressão 
laterolateral da traqueia com o objetivo de induzir a 
tosse, pois quando o animal possui doenças 
inflamatórias (ppt as de traqueia) desencadeia 
vários episódios de tosse indicando que existem 
fatores levando a tosse. Normal: animal apresenta 
1-2 episódios de tosse ou nenhum (apenas engole). 
OBS.: Cuidado para não causa trauma traqueal; 
 Avaliação dos linfonodos superficiais – auxilia na 
busca de lesões na cabeça. Exemplos: 
Submandibulares e pré-escapulares/cervicais; 
 Palpar as partes externas (gradio costal) do 
sistema respiratório – em busca de depressões, 
perfurações, aumento de volume, edema ou dor; 
 Verificar o choque precordial – choque que o 
coração faz no gradio costal no momento do seu 
funcionamento. Importante: aumentado e 
deslocado nas cardiomegalias (o normal é ser do 
lado esquerdo do tórax 3º, 4º e 5º espaços 
intercostais), ausente; 
 Realizar a palpação abdominal – teste do 
balotamento (produzir onda de choque de um lado 
do abdômen e tentar sentir do outro, quando existe 
acúmulo de líquido de moderado a grande percebe-
se a onda), organomegalia (hepatomegalia - ICCD); 
 Avaliação do pulso – artéria femoral (local de 
eleição), artéria metatársica ou podal dorsal e artéria 
facial. Avaliar frequência cardíaca, ritmo, amplitude 
(quanto maior a diferença da pressão sistólica para 
a diastólica mais fácil de sentir o pulso, quando a 
diferença é menor: pulso fraco) e simetria 
(obstruções pode causar assimetria de pulso). 
IMPORTANTE.: Avaliar o pulso no momento da 
auscultação: forma de detectar arritmias. 
 
3. AUSCULTAÇÃO 
 Fornece grandes informações sobre os 
sistemas; 
 O que devemos auscultar? Como os ruídos são 
produzidos? Ruídos que ocorrem durante a 
passagem do ar pelas vias aéreas e fechamento das 
válvulas cardíacas em situações de normalidade; 
 O local no qual se ouve o ruído com maior 
intensidade corresponde a provável origem de 
produção; 
 Bom equipamento e sala silenciosa são 
fundamentais – importante saber que o 
estetoscópio pode funcionar como fômite para 
transmissão de doenças infecciosas e, por isso, 
deve-se ser limpo com álcool 70 entre os 
atendimentos; 
 Mensurar as frequências respiratória e cardíaca 
em repouso: 
 Cães: 20 a 40 mpm/60 a 180 bpm; 
 Gatos: 20 a 40 mpm/120 a 200 bpm. 
IMPORTANTE.: Perceber taquipneia ou bradipnéia, 
taquicardia ou bradicardia. 
 
 Pontos importantes 
 Preferencialmente auscultar o animal na posição 
quadrupedal (em estação) – movimento do ar 
muda e coração muda de posição. OBS.: Se o 
animal não conseguir se manter em pé devido a 
doença, colocá-lo em decúbito esternal para 
permitir que o ar se distribua adequadamente 
sobre os dois pulmões. Animal em decúbito 
lateral: dificuldade para auscultar o pulmão que 
está sob o corpo; 
 Auscultar todo o campo pulmonar e valvas 
cardíacas – perceber doenças localizadas; 
 Fechar a boca do animal caso haja ofego – gera 
 muitos ruídos altos, podendo ser confundido com ar 
presente nos pulmões. OBS.: Algumas vezes 
também é necessário fechar a narina para 
avaliação do coração; 
 Diferenciar ruído normais dos patológicos – é 
muito comum confundir sons da expiração com 
sopro cardíaco; 
 Avaliar juntamente o pulso femoral – observar se 
um ciclo cardíaco represente apenas 1 onda de 
pulso e perceber possíveis arritmias (auxilia muito o 
diagnóstico). Animal pode ter arritmia com onda de 
pulso acompanhando, porém, existem algumas 
doenças de ritmo cardíaco onde se produz som de 
bulha, mas não há débito cardíaco, ou seja, não há 
onda de pulso. 
 
a. AUSCULTAÇÃO RESPIRATÓRIA 
 Ruídos normais 
 Ruído laringotraqueal – mais audível devido ao 
maior fluxo de ar; 
 Ruído traqueobrônquico ou bronquial – mais 
baixo que o laringotraqueal e mais alto do que o 
vesicular; 
 Ruído bronco-bronquiolar ou vesicular – mais 
baixo, fica na periferia do pulmão. 
IMPORTANTE.: Ambiente silencioso e paciência são 
fundamentais para realização da avaliação, 
principalmente dos ruídos bronquial e vesicular. 
 
o Alterações 
Aumento: fluxo de ar aumentado, líquido ou 
secreções, animais jovens, magros; 
Redução: redução da velocidade do fluxo de ar, 
obstrução ou diminuição da respiração, animais gordos, 
pelo longo, edemas ou enfisemas subcutâneos, efusão 
pleural. 
 
 Principais ruídos anormais 
 Crepitação grossa ou fina – estourar de bolhas 
(papel amassado), indica a presença de algum tipo 
de líquido com diferentes viscosidades (mais seroso 
ou mais viscoso  crepitação varia de fina a grossa) 
com o qual o ar entra em contato; 
 Sibilo – assovio, indica que o ar acelerou a 
velocidade para passar em determinada região 
devido a redução do diâmetro dela, indicando 
obstrução do fluxo de ar nas vias aéreas. 
Exemplos: bronquite ou broncopneumonia 
(processos inflamatórios com acúmulo de exsudato 
que geram redução de luz). Muito comum serem 
produzidos em vias aéreas superiores, 
especialmente em doenças de laringe, como 
paralisia laríngea, ou palato mole alongado. 
IMPORTANTE.: Estertor: ruído semelhante a um 
ronco x Estridor: ruído semelhante ao sibilo percebido 
sem auscultação. 
 
b. AUSCULTAÇÃO CARDÍACA 
 Focos valvares 
Pulmonar-Aórtica-Mitral 3º-4º-5º ESQ; 
Tricúspide 4º-5º DIR. 
 
IMPORTANTE.: 
Pulmonar e Mitral próximas a junção costocondral e 
aórtica mais acima. 
O som é ouvido com mais intensidade próximo da 
Mitral (lado esquerdo) devido ao fechamento das 
bulhas atrioventriculares ser mais forte, por isso, é mais 
fácil achá-la primeiro e depois caminhar com o esteto 
para achar os outros focos. 
Macete: a extremidade do cotovelo se aproxima ao 4º 
EI. 
 Bulhas cardíacas 
1ª bulha: fechamento das valvas atrioventriculares – 
ocorre depois de um tempo de silêncio maior; 
2ª bulha: fechamento das valvas semilunares – ocorre 
depois de um tempo de silêncio menor. 
IMPORTANTE.: Em animais com frequência cardíaca 
mais rápida, como gatos ou cães muito estressados, é 
mais difícil diferenciar as bulhas. 
 
 Sopros 
 Ocorrem quando o sangue escapa pela válvula 
(turbilhonamento) – na maior parte das vezes 
ocorre devido a doenças em válvulas cardíacas, ppt 
as atrioventriculares, onde o mais comum é o que 
ocorre na Mitral. Porém, também pode se originar de 
uma estenose de válvula semilunar (exemplo: 
estenose aórtica) ou devido a uma comunicação 
interventricular ou interatrial. Ou seja, qualquer 
situação que favoreça um turbilhonamento no 
coração ou nos grandes vasos; 
 Identificar: presença de sopros, intensidade, foco 
de origem (caminhar com o estetoscópio nos focos 
valvares) e momento da fase do ciclo (sístole ou 
diástole, 1ª ou 2ª bulha). 
IMPORTANTE: Não confundir com os sons 
respiratórios – ouvir os sons respiratórios primeiro para 
identificar o padrão. 
 
o Avaliação do sopro 
Intensidade e fase do ciclo (contínuo, sistólico e 
diastólico). 
 
OBS.: 
 Tabela subjetiva – é difícil diferenciar leve, 
moderado egrave; 
 Quando maior o grau, maior é a intensidade do 
sopro; 
 Frêmito: quando o turbilhonamento do sangue é 
muito intenso, o coração pode vibrar de forma 
anormal. Essa vibração é chamada de frêmito e 
pode ser percebida no momento da avaliação do 
choque pré-cordial, facilitando a classificação do 
animal, pois a simples presença de frêmito coloca 
o animal em grau 5 ou 6; 
 É importante classificar o grau sempre que o 
animal for avaliado, para caracterizar a evolução 
do sopro e, consequentemente, da doença. 
 
4. EXAMES COMPLEMENTARES 
É importante seguir uma etapa lógica durante o 
exame físico do animal. Os exames complementares 
não podem substituir o exame físico do animal e só 
devem ser feitos baseados nas alterações encontradas 
e suspeita clínica, que norteiam a escolha do exame 
complementar. 
Apesar de que, atualmente, é comum que o médico 
veterinário solicite alguns desses exames quase que 
rotineiramente, mesmo sem a presença de alterações, 
com o intuito de facilitar uma avaliação mais adequada 
e a coleta do máximo de dados dos animais. 
 
 Hemograma, bioquímicos e outros testes 
laboratoriais 
 Ajudam a avaliar o estado de saúde do animal; 
 As avaliações laboratoriais são muito utilizadas 
quando se suspeita de doenças respiratórias ou 
cardíacas; 
o Hemograma 
Quase sempre é feito para saber se o animal tem 
anemia ou se existe algum processo infeccioso 
associado a apresentação clínica. Principalmente por 
ser acessível, barato e trazer informações que ajudam 
muito na conclusão do quadro clínico. 
Exemplo: animal prostrado com som de crepitação a 
ausculta  Hemograma indica processo infeccioso  
Suspeita de pneumonia (leucocitose, desvio a 
esquerda etc.)  Baseado na suspeita é feito raio-X 
para confirmar a suspeita. 
o Testes bioquímicos 
Nos pacientes com suspeita de doenças 
respiratórias ou cardíacas é importante que avaliação 
da função renal seja feita., pois é comum, 
especialmente em animais com doenças cardíacas 
degenerativas e progressivas, que ocorra o 
desenvolvimento de doença renal associada ao mal 
funcionamento cardíaco com o avançar da idade. 
Além disso, a terapia para doença cardíaca pode 
influenciar na dosagem de alguns eletrólitos com 
papel na excreção renal. 
o Outros testes laboratoriais 
Testes sorológicos, pesquisas moleculares de 
doenças específicas 
Dependem muito da região. Por exemplo, na região 
litorânea onde a Dirofilariose é um problema, é natural 
solicitar sorologia para a doença em alguns pacientes 
com sinais de insuficiência cardíaca congestiva 
direita. Em Belo Horizonte é comum a maior 
solicitação de sorologia para Leishmaniose, que pode 
causar mal funcionamento cardíaco e respiratório. 
 
 Exame radiográfico e tomografia 
computadorizada 
Ajudam a localizar enfermidade no sistema 
respiratório, avaliar a silhueta cardíaca e identificar 
outras lesões. 
o Exame radiográfico 
Excelente para avaliar especialmente as vias 
respiratórias, desde cavidade nasal até os pulmões 
devido a particularidade de que a presença do ar 
facilita avaliação do tecido mole ao redor e ao fato de 
que os animais sempre têm ar dentro das vias aéreas, 
mesmo na expiração. 
Também e utilizado para as doenças cardíacas, 
porém, com a limitação de que só mostra o 
contorno/formato do coração, por isso, não dá certeza 
da câmara que está aumentada. 
o Tomografia 
É um raio-X melhorado. A base de funcionamento é 
a mesma, porém o aparelho utilizado é diferente e pode 
gerar imagem tridimensional, além de fazer o corte em 
fatias, reduzindo a sobreposição e aumentando o poder 
diagnóstico. Muito utilizada para doenças nasais, de 
laringe, de tórax (metástases) e para avaliação de 
tecido ósseo. 
Está um pouco mais distante da medicina veterinária 
devido a menor acessibilidade a depender da região. 
IMPORTANTE.: Ressonância magnética utilizada para 
avaliação de tecido mole (ligamentos, músculos). 
 
 Exame ultrassonográfico 
Útil nas doenças pleurais, massas e consolidação 
pulmonar. Permite avaliar o tamanho das câmaras e 
parede (hipertrofia ou dilatação cardíaca), 
funcionamento e anatomia das valvas e fluxo 
sanguíneo. 
Na avaliação do coração, o exame é chamado 
Ecocardiograma ou Ecocardiografia, onde o termo 
“eco” vem devido a avaliação do eco do som. Ou seja, 
produz um feixe sonoro que atravessa o órgão e é 
refletido formando a imagem. Por isso, diferente do 
raio-X, mostra o coração por dentro, sendo muito mais 
refinado para a avaliação cardíaca. Além disso, 
também permite a avaliação do fluxo sanguíneo e com 
isso dá estimativa da pressão arterial dentro das 
câmaras cardíacas e grandes vasos, do refluxo de 
sangue presente em quadros de sopro (técnica 
Doppler). 
Para o pulmão não possui serventia e raramente é 
utilizado para avaliação do sistema respiratório, pois 
nesse caso o ar atrapalha. Nas vias respiratórias o feixe 
sonoro não se propaga e é totalmente refletido, 
impedindo a formação de imagem. Quando utilizado, 
deve-se conhecer a limitação do aparelho. 
 
IMPORTANTE.: Os exames radiográfico e 
ultrassonográfico são muito utilizados na avaliação de 
doenças respiratórias e cardíacas. Apesar de serem 
duas técnicas bem diferentes acabam por se 
complementar e não se substituem. 
 
 Rinoscopia, traqueoscopia e broncoscopia 
Técnicas de endoscopia (avaliação do interior de 
órgãos ocos). Permitem a visualização direta do lúmen 
do órgão, coleta de amostras para exame citológico, 
histopatológico ou até mesmo permitir a terapia 
apropriada. 
Tem como vantagens a visualização das 
características de mucosa (alterações de 
vascularização, presença de hipertrofia, muco e/ou 
tumor), além de permitir a coleta de amostras para 
citologia, biopsia, cultura, histopatologia auxiliando 
outras etapas. 
Importante ter o equipamento e saber a técnica para 
realização. 
 Citologia e cultura 
Permitem a caracterização do processo inflamatório 
ou neoplásico, ou mesmo a identificação do patógeno. 
Auxiliam na condução do quadro clínico 
o Citologia 
É um exame simples e barato, desde que se tenha um 
técnico com treinamento adequado para avaliar a 
amostra consegue-se obter muitos resultados. 
Exemplos: 
 Animal com tosse crônica  Avaliação física não 
mostra nada  Raio-X mostra padrão de alteração 
que não permite a diferenciação entre inflamação 
ou neoplasia  Citologia permite diferenciar o tipo 
celular presente (presença de neutrófilos  
processo infeccioso) e a diferenciação. Além de 
dar o tipo de infiltrado inflamatório e permitir 
diferenciar o quadro em resposta de 
hipersensibilidade (presença de eosinófilos); 
 Gato com aumento de volume na narina se 
assemelhando a neoplasia  Citologia por punção 
permitiu a identificação do fungo Cryptococcus. 
o Cultura 
Identificação do microrganismo e realização de 
antibiograma para identificar qual é o melhor fármaco 
para o tratamento. 
Importante em alguns casos, não é feita em todos 
os animais que chegam com suspeita de infecção, mas 
em especial naqueles que já foram tratados várias 
vezes sem sucesso total no tratamento. 
 
 Gasometria 
 Permite avaliar os desequilíbrios ácido-básico; 
 Não é uma técnica específica para o diagnóstico de 
doenças respiratórias ou cardíacas. Mas para 
pacientes que possuem quadros graves e ficam 
internados é uma ferramenta a mais que ajuda a 
saber se o animal possui acidose ou alcalose e se é 
respiratória ou metabólica, ajudando na condução 
do quadro do animal. 
 
 Mensurar a pressão arterial 
 Técnicas invasiva e não-invasiva. 
 Atualmente, a técnica mais precisa para mensurar a 
pressão em cães e gatos é a invasiva, que exige a 
canulação de artéria com ligação a um sistema de 
coluna de mercúrio permitindo ver a pressão arterial 
média. Porém, como não é prática, no dia a dia as 
técnicas não-invasivas são mais utilizadas, apesar 
de sofrerem mais variação devido ao local onde os 
aparelhos são colocados (normalmente nos 
membros torácicos e pélvicos ou na base da cauda) 
ea serem métodos oscilométricos (braçadeira que 
infla). 
 Medir a pressão não é o problema, sendo 
relativamente fácil. O maior problema é saber se o 
valor encontrado representa a real pressão arterial 
do animal ou não. Existe uma influência muito 
grande do estresse (efeito do ambiente, da 
manipulação de pessoas diferentes etc.) na pressão 
arterial, levando a uma hipertensão transitória. Por 
isso, é muito comum achar que o animal é 
hipertenso quando se mensura apenas uma vez. O 
ideal é mensurar a pressão várias vezes para 
chegar num valor mais real. 
 
 Eletrocardiografia 
Técnica de muita importância, barata e 
relativamente fácil de se realizar, sendo a interpretação 
mais complicada. 
Exame que visa a avaliação da atividade elétrica 
cardíaca. Ideal para o diagnóstico de alterações de 
ritmo (avaliar as arritmias). Apesar disso, também pode 
ser utilizado para se ter uma ideia da presença de 
aumento de câmara ou hipertrofia de miocárdio pelo 
traçado das ondas, pois um coração maior gera onda 
maior e possui maior tempo de formação da onda 
devido a condução mais lenta. 
Deve ser feito nos animais onde se percebe 
alteração de ritmo cardíaco pelo exame físico. 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Boa anamnese e exame físico são fundamentais 
para identificar qual sistema está acometido – além 
de também auxiliarem na diferenciação de doença 
respiratória ou cardíaca; 
 Utilizar os métodos complementares de diagnóstico, 
porém não se basear apenas neles. 
Os problemas gastrointestinais são motivo 
frequente de consulta em cães e gatos, ppt vômito e 
diarreia. 
Muitas vezes o problema vem definido pelo tutor, 
porém, alguns casos como refluxo, é importante fazer 
um crivo para diferenciar outras possíveis causas. Além 
disso, também podem ocorrer sialorreia, dificuldade 
digestiva, icterícia que são menos frequentes. 
Causam alta morbidade e mortalidade (a 
desidratação em quadros de diarreias intensas pode 
levar a morte). 
 
 SEMIOLOGIA 
A abordagem diagnóstica é direcionada ao 
reconhecimento do problema clínico. Este se refere ao 
sintoma principal que o proprietário se queixa ou é 
observado pelo veterinário (sinal clínico) na anamnese 
e exame físico. 
 
 GASTROENTEROLOGIA 
Sintoma (relatado pelo cliente): vômito ou êmese, 
diarreia, sialorreia e halitose, disquesia, constipação, 
emaciação (emagrecimento), distensão abdominal; 
Sinal clínico (observado pelo veterinário): 
regurgitação, hematêmese, hematoquesia, tenesmo, 
dor abdominal, icterícia, ascite, organomegalia (ppt 
hepatomegalia) e timpanismo (som timpânico). 
 
 
 
 PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS 
 Sialorréia, disfagia e halitose 
Sialorréia (salivação excessiva, com corrimento 
salivar), disfagia (dificuldade de deglutição no momento 
de apreender o alimento (fase oral), ao formar o bolo 
alimentar (fase faringeana) ou depois que deglute, no 
encaminhamento do bolo alimentar até o estômago 
(fase esofágica)) e halitose (odor fétido na cavidade 
oral). 
Sialorreia e halitose indicam ppt alterações na 
cavidade oral ou associadas ao esôfago. Já a disfagia 
também pode indicar alterações neurológicas 
associadas com a atividade motora da deglutição. 
Geralmente estes 3 estão associados. 
Num primeiro momento é importante examinar a 
cavidade oral do paciente, onde através da inspeção 
pode-se observar saliva com pus/sangue e alterações 
indicativas de processos inflamatórios e/ou infecciosos. 
Além disso, realizar exames de raio-X para eliminar 
diagnósticos de alterações na cavidade oral ou 
esofágicas. Quando não se acha nada nesses locais, 
provavelmente a doença é neurológica. 
 Estomatite 
A estomatite é um processo inflamatório da 
cavidade oral caracterizado pela presença de erosões, 
mucosa avermelhada (hiperêmica) e sangramento na 
mucosa. Pode ser causada por substância corrosiva, 
porém, muitas vezes bactérias são a causa primária e, 
mesmo quando não são (neoplasias, objetos 
estranhos), sua presença pode complicar o quadro, 
levando a estomatite ulcerativa necrosante. Exemplos: 
estomatite por substância corrosiva, estomatite 
ulcerativa necrosante (causada devido a uremia 
advinda de IRC) e estomatite linfoplasmocitária felina 
(Faucite). 
 Afecções de gengiva e dentes 
A doença periodontal, gengivite, formação de 
cálculos, periodontite são portas de entrada para 
infecções sistêmicas, a depender do sistema imune do 
indivíduo. 
Importante: a região abaixo da língua sempre deve ser 
examinada, sobretudo em gatos que comumente 
ingerem linhas ou sacolas que podem se enrolar e se 
prender abaixo da língua. 
 
 PROBLEMAS CLÍNICOS 
 
 
 Vômito/Êmese 
Sinal pouco específico associado a várias afecções 
gastrointestinais primárias ou sistêmicas. 
SISTEMA DIGESTÓRIO DE CÃES E GATOS 
 
Duas vias para a ocorrência do vômito: 
Estímulo sensitivos das vísceras, ppt do abdômen 
(TGI) liberam substâncias químicas 
(neurotransmissores) que enviam informação por via 
neural periférica (estímulos vagais) para o centro do 
vômito (tronco encefálico), que é estimulado a reagir, 
promovendo resposta motora. 
Alterações na corrente sanguínea (medicação, 
toxinas) também podem liberar neurotransmissores 
que estimulam o vômito, porém, não atuam pela via 
neural, mas sim pela via do gatilho (ZQD). De qualquer 
forma, levam a mesma resposta motora. 
O paciente que vai vomitar normalmente sente 
náusea, tem salivação aumentada, contração da glote 
e respiração inibida (aumentando a pressão 
intragástrica), ocorre contração da musculatura 
abdominal, peristaltismo reverso (promove pressão 
intragástrica) e apresenta mímica do vômito. OBS.: 
Quando há conteúdo gástrico a pressão 
intragástrica é maior, promovendo vômito em jatos. 
Normalmente as secreções gástricas são claras, 
porém, o vômito de aspecto amarelado (bilioso) é 
comum em pacientes que estão sem se alimentar 
durante muito tempo. Isso ocorre porque a vesícula fica 
repleta de bile e no momento do vômito também ocorre 
contração da mesma devido ao estímulo nas vias 
motoras, levando a liberação da bile para o duodeno. 
 
 RECONHECIMENTO DOS PROBLEMAS 
CLÍNICOS 
 Vômito; 
 Regurgitação – eliminação de conteúdo alimentar 
que é ingerido, mas não vai até o estômago (comum 
em quadros de Megaesôfago devido a alteração 
neurológica que impede o peristaltismo)  Não 
ocorre a mímica do vômito, o alimento volta 
espontaneamente, porém o tutor diz que é vômito, 
pois volta alimento; 
 Expetoração – muitas vezes a queixa de tosse vem 
acompanhada de vômito (na tosse paroxística – em 
acesso e intensa – o maior esforço pode promover 
o vômito)  Tutores tendem a chegar dizendo que 
o animal está vomitando. 
Importante: fazer o exame e diferenciar, pois, as 
alterações precisam de abordagem e tratamento 
diferentes. Por exemplo, durante o exame físico deve-
se massagear a traqueia para confirmar a tosse e 
pesquisar causas para a mesma. 
 
 VÔMITO 
 Mímica precedida pela náusea (induz sialorréia) e 
contrações abdominais; 
 Conteúdo com bile; 
 Esforço abdominal; 
 Presença de conteúdo digerido. 
o Vômito com presença de sangue 
(Hematêmese) 
Indica a presença de erosões, úlceras (soluções de 
continuidade) e/ou hemorragia gastroduodenal difusa. 
Animais com hemorragia estomacal: 
 Sangue digerido (conteúdo ficou mais 
tempo no estômago): vermelho escuro (borra 
de café); 
 Sangramentos mais recentes: vermelho mais 
vivo  Indica presença de erosões 
(superficiais), úlceras (profundas) e ou 
hemorragia gastroduodenal difusa. 
 
 REGURGITAÇÃO 
Eliminação do conteúdo que não chegou no estômago 
e parou no esôfago. Ocorre em doenças esofágicas ou 
presença de corpo estranho. Em cães é comum o 
megaesôfago que leva a regurgitação. 
Sinal relacionado as afecções esofágicas ou da 
orofaringe: 
 Eliminação passiva do conteúdo – animal 
estica o pescoço, abre a boca e o conteúdo sai 
sem esforço; 
 Ausência de náusea e esforço abdominal – 
não ocorre a mímica do vômito, é um ato mais 
passivo, sem contrações abdominais; Aumento de volume cervical – indicativo de 
Megaesôfago; 
 Avaliação radiográfica do esôfago; 
 Animais têm fome; 
 Exames complementares: radiografias 
simples ou de contraste (identifica obstruções 
por corpo estranho, como osso) e endoscopia 
(identifica erosões e úlceras gástricas – 
paciente normalmente apresenta hematêmese 
e melena) OBS.: Em algumas doenças é 
necessário radiografia com contraste, 
usadas ppt para detectar alterações de 
motilidade, como Megaesôfago. 
Importante: conteúdo pode sair com o formato do 
esôfago (curto e tubular), indicando a presença de 
doença esofágica. Lembrando que o vômito com 
conteúdo pastoso também pode adquirir essa forma. 
 
 Vômito x Regurgitação 
 Volume eliminado; 
 Formato tubular; 
 Conteúdo mais amarelado – indica vômito; 
 Tempo após alimentação; 
 Alimento inteiro x Conteúdo digerido – pode 
haver alimento inteiro no vômito caso o episódio 
ocorra logo após a alimentação. Alguns vômitos 
relacionados a baixa motilidade gástrica também 
podem liberar alimento inteiro mesmo após o tempo 
de digestão; 
 pH do conteúdo eliminado – não é muito utilizado, 
porém geralmente o pH ácido indica vômito 
(conteúdo advindo do estômago) e pH mais alcalino 
indica regurgitação. 
IMPORTANTE: geralmente o maior critério de 
diferenciação é a mímica do vômito. 
 DIARREIA 
Aumento do teor de água nas fezes com perda do 
formato tubular característico e aumento da frequência 
de defecação. 
o Classificação pelo tempo de evolução 
 Diarreia aguda: < 3 semanas – a grande maioria é 
classificada nessa categoria e dura 2-3 dias e o 
paciente se cura sozinho; 
 Diarreia crônica: > 3 semanas – associada a outras 
doenças. 
o Classificação pela origem da disfunção 
intestinal 
 Diarreia do ID – volume grande a cada episódio 
(gastroenterite) devido a maior superfície  são as 
que mais causam desidratação e emagrecimento 
(quadros crônicos); 
 Diarreia do IG – geralmente o animal defeca pouco 
e várias vezes (colite). 
 
ECC também indica a origem de diarreia: 
 Diarreia de ID: animal muito magro, pois é um 
local de digestão e absorção de nutrientes; 
 Diarreia de IG: às vezes mesmo sendo 
crônica, o animal mantém o ECC. 
 
 Fezes 
Melena (sangue digerido nas fezes: coloração escura 
– sangramentos do estômago ou duodeno (TGI 
anterior) 
X 
Hematoquesia (sangue vivo nas fezes: coloração 
varia de “suco de groselha” a “Coca-Cola” – 
sangramento mais perto do ânus, presente no IG) 
 
Importante: a presença de úlceras gástricas causa 
vômito com sangue e melena devido ao sangramento 
gástrico. Podem ser diagnosticadas através da 
endoscopia (diagnóstico definitivo). 
 
 Diagnóstico de síndromes clínicas 
O principal critério para diferenciação é o volume 
de fezes evacuado a cada evacuação: 
 Diarreias mais volumosas: alteração apenas 
no ID – pode ter alterações no IG 
concomitantemente  Por serem volumosas 
(ppt de conteúdo aquoso) causam maior 
acometimento dos animais, com 
emagrecimento devido a ser o local de 
absorção de nutrientes; 
 Diarreias menos volumosas: alteração 
apenas no IG – devido a maior frequência 
(eliminação de pequenas quantidades várias 
vezes ao dia) podem ocorrer lesões no TGI, 
causando hematoquesia. Pacientes mantém o 
escore corporal mais preservado, pois a 
absorção de nutrientes está ocorrendo. 
 
*PROVA* 
A classificação facilita a abordagem diagnóstica, ou 
seja, geralmente é feito diagnóstico da síndrome 
clínica (diarreia, desidratação, vômito, apatia): 
 Diarreia aguda do ID  Gastroenterite – pode 
ter vômito associado. Importante: 
independente da causa o tratamento deve ser 
sintomático para gastroenterite: hidratação, 
antiemético; 
 Diarreia aguda hemorrágica do ID  
Gastroenterite hemorrágica; 
 Diarreia crônica do ID  Síndrome de má 
absorção/digestão – sempre com liberação de 
grandes quantidades nos episódios e 
associada ao emagrecimento do animal; 
 Diarreia do IG  Colites. 
Importante: após definir a síndrome, procura-se as 
etiologias, o que também define o tempo de tratamento. 
 
IMPORTANTE SABER OS TERMOS TÉCNICOS E O 
QUE ELES INDICAM! 
 
 ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
Condição geral do paciente – desidratação ou 
choque; 
Obter fezes com uma sonda retal – coloração, 
presença de sangue; 
Mucosas – coloração (vasoconstrição periférica 
diminui a vascularização e temperatura das 
extremidades e mucosas) e desidratação. 
 
 
 CONSTIPAÇÃO E OBSTIPAÇÃO 
o Constipação 
Sinal clínico de defecação ausente ou infrequente. 
Ocorre devido a fezes endurecidas e ressecadas. 
o Obstipação 
Constipação grave com formação de fecaloma (quadro 
que se mantém por muitos dias). Fezes pétreas. 
o Megacólon 
Condição de dilatação extrema e hipomotilidade do 
cólon. Frequentemente associada a constipação. 
o Disquesia 
Dificuldade para defecar associada com 
desconforto/dor. 
o Tenesmo 
Esforço para defecar sem ter sucesso. 
o Hematoquezia 
Fezes de coloração vermelho vivo a Coca-Cola: 
presença de sangue vivo indica lesão no final do TGI. 
o Melena 
Sangue com aspecto digerido nas fezes, que são 
escuras (pretas). Indicativo de deglutição de sangue 
(epistaxe) ou lesões do TGI anterior. 
 
 ICTERÍCIA 
Excesso de bilirrubina no sangue e depositada nos 
tecidos. 
o Fisiopatologia 
 Pré-hepática: anemias hemolíticas – primeira 
causa a se considerar e a mais fácil de excluir, basta 
realizar hemograma (indica anemia regenerativa). 
No exame físico também pode-se descartar 
doenças hemolíticas: icterícia + fundo da mucosa 
pálido = hemólise; icterícia + fundo rosa = ausência 
de hemólise; 
 Hepática: hepatopatias; 
 Pós-hepática: obstrução das vias biliares extra-
hepáticas por neoplasias, colelitíase e pancreatite 
aguda – diagnóstico por ultrassom, geralmente 
necessita de cirurgia. 
 IMPORTÂNCIA 
 Um dos problemas mais frequentes na 
bovinocultura de leite; 
 Principais causas de prejuízo na bovinocultura 
leiteira, associado a metrites (problema silencioso: 
vacas com repetição de cio e IP muito longo – 
animal vazio por muito tempo), mastite e doenças 
metabólicas; 
 Confinamento x Pasto: na criação a pasto os 
problemas de locomotor são mínimos, pois o local é 
natural para a locomoção dos animais (locomoção 
lenta, piso de capim ou grama (macio), gerando 
trauma menor e o desgaste ocorre de forma mais 
regular. No confinamento possui piso de concreto 
(abrasivo), o que não é uma condição normal para o 
animal e reduz a absorção de impactos. Como 
muitos problemas de casco estão relacionados ao 
desgaste regular, o confinamento favorece o 
mesmo. Por exemplo, o desgaste maior na parte de 
trás da sola (talão mais curto), faz com que a pinça 
se alongue e muda o ângulo do casco, favorecendo 
problemas  O sistema interfere no manejo de 
casqueamento do rebanho; 
 Escore de locomoção e confinamento estão muito 
relacionados a nutrição dos animais; 
 O maior peso do animal se encontra nos membros 
torácicos devido a cabeça do animal, porém, com o 
aumento da produção de leite o úbere cresceu 
muito, favorecendo o aumento de peso nos 
membros pélvicos. Os membros torácicos sofrem 
menos impacto, apesar da distribuição do peso, 
devido a maior quantidade de músculos na 
articulação escapuloumeral, em comparação com a 
dos membros pélvicos (sacroilíaca), que é composta 
apenas pelos ossos. 
 
 EVOLUÇÃO GENÉTICA 
 Maior capacidade digestiva (50-70L de capim no 
rúmen) e respiratória – Importante: o capim ocupa 
muito mais espaço para encher o rúmen do bovino 
e promover nutrição adequada, devido a isso, utiliza-
se ração, promovendo aumento da fermentação e 
produção de ácidos graxos voláteis, que são 
absorvidos pela parede do rúmen e aumenta as 
papilas ruminais (com o intuito de aumentar a 
superfície de absorção)  Quando se muda a ração 
de uma vaca é necessário dar um tempo de 
adaptação para animal, visando evitar a ocorrência 
de acidose, principal causa de laminite; 
 Melhor desenvolvimento da glândula mamária; 
 Diminuição do tamanhodo teto; 
 Aumento da capacidade de produção de leite; 
 Não houve seleção genética para melhoramento 
de pernas e pés na mesma proporção – devido ao 
crescimento do úbere animais andam de forma que 
ocorre mais desgaste nos membros pélvicos e 
unhas laterais; 
 Características de pernas e pés possuem baixa 
herdabilidade. 
 
 ESTABULAÇÃO 
 Maior concentração de animais por área; 
 Maior volume de dejetos – fezes possuem 
microrganismos, urina e descamação da pele 
possuem ureia, que age sobre os cascos, 
amolecendo-os e favorecendo a entrada dos 
agentes patológicos; 
 Maior umidade – favorece o amolecimento dos 
cascos, que quando em superfície abrasiva ficam 
mais expostos a problemas; 
 Menor higiene – se mal manejado favorece o maior 
contato do casco do animal com as fezes; 
 Maior desgaste do casco – piso precisa ser 
abrasivo o suficiente para evitar problemas. 
 
Como melhorar essas condições? 
Impermeabilização dos pisos para diminuição da 
umidade e maior facilidade de limpeza; 
 
Importante: atualmente a terra representa grande 
custo para os produtores, por isso, é comum estabular 
os animais. Dependendo da produção dos animais, 
pode ser melhor manter os animais em piquetes 
rotacionados, que ocupam área menor e diminuem os 
problemas devido a erro de manejo em sistemas de 
free-stall ou compost, por exemplo. Compost: maior 
higiene, porém, nem tanta facilidade de manejo. 
 
 Rotina de uma vaca em confinamento 
4,5 horas se alimentando; 
0,5 horas bebendo; 
2 horas em pé na baia; 
2 horas em pé nos corredores (socializando); 
3 horas para ordenhar; 
12 horas para descansar deitada (ideal). 
 Free-stall 
Qual é a melhor cama? A cama de areia possui 
material inorgânico que evita estresse térmico e impede 
a multiplicação de microrganismos. Porém, seu 
descarte é difícil e o fato de cair no piso aumentando a 
abrasividade é um problema. 
Importante: no caminho entre as baias e a ordenha o 
ideal é ter um piso de borracha para evitar traumas e 
feridas. 
 
EXAME DO LOCOMOTOR DE BOVINOS 
 Por que se preocupar com a claudicação no 
rebanho? 
Diminuição da produção leiteira – animal diminui o 
consumo de alimento e água devido a dor e liberação 
de cortisol  menor volume sanguíneo  menor 
produção de leite; 
Aumento da taxa de descarte; 
Redução da fertilidade – devido ao aumento de 
cortisol; 
Perda de condição corporal – relação direta com a 
redução da fertilidade; 
Gastos com medicamento – cortisol reduz a 
imunidade, favorecendo problemas como metrite, 
mastite e pneumonia. 
 
Importante: 
 As perdas relacionadas à queda de produção 
leiteira são estimadas entre 5-20% por 
lactação; 
 Deve-se manter taxa de no máximo 10% de 
claudicação no rebanho; 
 Para cada vaca manca que se observada, 
existem mais 3 casos subclínicos. 
 
 MORFOLOGIA DO CASCO 
 Animais biungulados (3º e 4 º dedos); 
 Dedos constituídos pelas 1ª (proximal), 2ª (medial) 
e 3ª (distal) falanges; 
 A 3ª falange fica dentro do casco – muito susceptível 
a lesões, ppt pododermatites; 
 
 
 Sistema de amortecimento 
 Formado por bulbo e talão – devem ter um ângulo 
mais vertical, indicando saúde das estruturas – em 
torno de 50-55º para os torácicos e 45-50º para os 
pélvicos). Importante: durante a movimentação dos 
membros torácicos o animal dobra o carpo para trás, 
já na movimentação dos membros pélvicos dobra o 
tarso para frente e chuta  Nos problemas de casco 
os animais dão passos menores e ficam mais 
arqueados devido a isso; 
 A pressão exercida pelo peso dos bovinos por 
cm2 do pé, é aproximadamente 10x maior 
comparado com o homem – animais possuem pés 
menores, por isso, o peso se distribui em uma 
superfície menor, favorecendo traumas em animais 
mais pesados; 
 Espaço interdigital (muralha axial): deve ter 1 
dedo de distância para facilitar a drenagem de 
material acumulado no local sobre o interdígito. 
Exemplos: No pasto, o trauma promovido por um 
Tifton, por exemplo, em um interdígito mais fechado 
provoca lesões. Além disso, um interdígito mais 
aberto favorece feridas e entrada de 
microrganismos, que causam problemas como 
Gabarro (hiperplasia interdigital, cria fissuras que 
favorecem a entrada de microrganismos), Flegmão 
interdigital (desenvolvido a partir do gabarro) e 
Dermatite interdigital. 
 
 Conhecendo o casco 
 O peso da vaca é distribuído nos talões e muralha 
abaxial; 
 Linha branca une sola à muralha; 
 O casco cresce em média 0,5 cm por mês – o 
desgaste não deve ser maior que isso; 
 A sola cresce cerca de 3 mm/mês e tem 7 mm de 
espessura; 
 Osso navicular – serve como roldana para permitir 
que o tendão escorregue e promover a 
movimentação devido a diferença de ângulo entre a 
3ª falange comparada a 2ª; 
 Membro pélvico: unha lateral apresenta talão e 
parede abaxial mais desenvolvida do que a medial 
devido ao maior desgaste pela pressão/sobrepeso 
exercida nesse local; 
 Membro torácico: sobrepeso oblíquo exercido na 
unha medial quando o bovino estende a cabeça. 
 86% dos problemas relacionados aos membros 
pélvicos: 70% nos dígitos, 90% na unha lateral, 
10% na unha medial (60% na parede e sola e 
13% no talão) e 21% no espaço interdigital; 
 14% dos problemas relacionados aos membros 
torácicos: 90% na unha medial e 10% na unha 
lateral. 
Importante: 
- Laminite promove isquemia e necrose, que cessam o 
crescimento da sola. Quando o crescimento retorna 
(30-40 dias), forma-se sola dupla; 
- Condições de ambiente e nutrição alteram o 
crescimento, favorecendo lesões. 
 
 AVALIAÇÃO DO ESCORE DE 
CLAUDICAÇÃO 
Primeiramente avalia-se a propriedade, o ambiente, o 
ângulo de casco, o escore de locomoção e o 
arqueamento (dorso) dos animais. Somente depois 
disso analisa-se os casos detalhadamente. 
 Escore de locomoção de bovinos leiteiros 
 
o Escore 1 (normal) 
- Passos firmes com distribuição correta de peso e 
apoio nos membros; 
- Coluna levemente arqueada com apoios normais; 
- Abaixa levemente a cabeça (próxima ao nível do 
dorso); 
- Passadas longas, animal coloca o membro pélvico 
imediatamente onde tirou o torácico. 
o Escore 2 (claudicação leve) 
- Animal arqueia o dorsolombo ao andar fazendo com 
que haja encurtamento da passada, ou seja, não 
consegue colocar o membro pélvico onde tirou o 
torácico (passada posterior mais curta), apesar dos 
apoios normais; 
- Intimamente associado a quadros de laminite. 
o Escore 3 (claudicação moderada) 
- Início do episódio de claudicação visível: passos mais 
curtos, dorsolombo arqueado mesmo quando parado e 
quando andando arqueia mais ainda; 
- A passada do membro posterior é mais curta, 
demonstrando desconforto ao andar. 
o Escore 4 (claudicação evidente) 
Animal mancando: maior arqueamento do 
dorsolombo, apoio reduzido no membro afetado e 
cabeça mais baixa. 
o Escore 5 (claudicação severa) 
Animal prefere ficar parado devido ao grande 
desconforto ao apoiar o membro (apresenta relutância 
ao fazer isso). 
 
 Tratamento 
o Ceftiofur 
1mg/50kg: subdose; 
HV: 2,2mg/50kg 2x ao dia ou 5mg/50kg 1x ao dia (dose 
de livro). 
 
 AVALIANDO O REBANHO 
1. Verificar o grau de claudicação dos animais; 
2. Examinar individualmente os animais e verificar 
a características das lesões mais frequentes – 
possibilita a identificação de problemas 
nutricionais (acidose ruminal), principalmente, 
pois podem afetar vários animais dentro do 
rebanho. Importante: pH ruminal  animais a 
pasto: 7,0. Animais confinados: 5,5 (ração); 
3. Identificar qual a principal causa de 
claudicação no rebanho – problema nutricional, 
como acidose, ou problemas relacionados ao 
piso; 
4. Aplicar os métodos para corrigir falhas. 
 
 
 Fatores predisponentes 
 Confinamento e intensificação da produção – 
deve-se primeiramente se atentar ao manejo e 
ambiente das instalações e posteriormente 
examinar os cascos. 
 Características da instalação – adequar para 
oferecer conforto; 
 Maior tempo de contato com fezes e urina; 
 Qualidade do piso – concreto, calçamentoe 
buracos aumentam a incidência de problemas de 
casco; 
 Camas – deve ser macia, fria, densa e abundante 
para prevenir problemas de casco; 
 Estabulação recente – piso novo e novilhas (brigas 
com vacas mais velhas); 
 Áreas de circulação – encurtar o caminho, pois o 
alto trânsito favorece o maior desgaste do casco. 
Importante: fatores predisponentes envolvem nutrição, 
ambiente (Dermatite digital e interdigital, Flegmão 
interdigital relacionados a limpeza das instalações), 
estresse e manejo. 
 
o Higiene e cuidados sanitários 
Fatores que predispões lesão de casco: 
 Alta umidade; 
 Acúmulo de fezes e urina; 
 Superlotação. 
Importante: altos índices de lesões nas partes moles 
do casco. 
 
 EXAME DO CASCO 
 Limpeza – limpeza da muralha, nivelamento da sola 
(aproveitar para notar sinais de inflamação: edema, 
dor, rubor, calor e perda de função). 
 
Importante: 
- Doença de linha branca com ulceração de sola  
Relacionada a nutrição; 
- Problemas relacionados a higiene: cascos sujos. 
- O casqueamento preventivo (1x ao ano – o dial seriam 
2x): o ideal é que seja feito na secagem das vacas, mas 
também pode ser feito no pós-parto (favorece mais 
lesões devido ao estresse promovido). 
 
 Lesões indicativas de defeitos nas 
instalações 
Traumas, crescimento das pinças (também pode ser 
devido ao consumo excessivo de concentrado), desvio 
do centro de paio, queratinização do bulbo dos talões, 
lesões na sola e linha branca e lesões de caráter 
infeccioso. 
o Prevenção 
 Correção do piso 
- Mix de borracha e concreto, piso raiado (drena e 
impede que os animais escorreguem); 
- Dentro do free-stall: superfícies não excessivamente 
abrasivas e escorregadias, com frisos para facilitar 
aderência e limpeza e que promovam baixa umidade; 
- Nas áreas de circulação: piso macio de terra, palha ou 
grama; 
- Reduzir distâncias em pisos duros; 
- Caminhos opcionais para as vacas; 
- Limpar áreas de circulação; 
- Conduzir as vacas de maneira adequada. 
 Correção da cama 
Manejo da cama: trocar, repor e ventilar para evitar a 
umidade excessiva; 
Compost: utilizar serragem ou maravalha, revolver e 
repor, controlar a umidade e temperatura da cama. 
 Lesões relacionadas à higiene e cuidados 
sanitários 
Dermatite digital, dermatite interdigital, erosão do talão 
e flegmão interdigital. 
o Prevenção 
 Controlar a umidade excessiva no ambiente 
Sistema de drenagem, evitar o vazamento de 
bebedouros, evitar acúmulo de lama, cuidados com a 
limpeza (retirar fezes, urina e cascalho), manutenção 
de áreas de acesso e circulação e camas limpas. 
 Redução da contaminação do ambiente 
Tratar os animai doentes, descartar casos complicados 
e uso de pedilúvios. Importante: pedilúvio é 
importante, pois cauteriza pequenas lesões e endurece 
o casco. Seu descarte de pedilúvios é complicado, pois 
possui formol (cada vez mais difícil de comprar) e 
sulfato de cobre (difícil descarte – jogam na pastagem) 
 Alternativas: pedilúvio de espuma ou seco (cal e 
sulfato de cobre). 
 
 Casqueamento preventivo 
 Correção dos apoios e restabelecimento da 
morfologia do casco; 
 O ideal é realizar de 1-2 vezes ao ano dependendo 
das condições dos animais; 
 Deve ser feito por pessoas treinadas. 
Importante: tirar partes necrosadas e retirar fatia da 
sola para examinar áreas com lesões  Já examina 
tratando. Pressão com a pinça de casco possibilita o 
diagnóstico de abscesso ou necrose subsolear (pontos 
onde o animal sente dor). 
o Avaliação dos cascos 
- Comprimento das pinças: 7,5 cm – muito relativo; 
- Altura do talão: ½ da pinça; 
- Espessura da sola: 5-7 mm; 
- Concavidade da sola – deve estar presente; 
- Ângulo da pinça (mais usado): 50-55º nos membros 
torácicos e 45-50º nos membros pélvicos. 
 
 Pedilúvio 
 Controlar os processos infecciosos e aumentar a 
resistência dos cascos – cauteriza pequenas lesões 
e enrijece o casco. Importante: muito usado no 
tratamento de dermatite interdigital; 
 Utilização de 3-5 vezes na semana, podendo variar 
conforme os desafios do rebanho e as 
necessidades; 
 As vacas devem passar primeiro por um lava-pés 
para remoção da matéria orgânica contida no casco 
e depois passam pelo pedilúvio; 
 
o Produtos utilizados 
 Formalina 3-5%; 
 Sulfato de cobre 3-5%; 
 Sulfato de zinco 10%; 
 Antibiótico tetraciclina 0,1% – geralmente utilizado 
para tratar surto de dermatite digital nos rebanhos, 
porém é muito facilmente inativada por matéria 
orgânica (CUIDADO!). 
 
 EXAME DE CLAUDICAÇÃO 
 Por que realizar? 
 Principal casuística na clínica médica de 
equinos – em 2º vem as doenças do TGI; 
 Realizado como exame de compra e venda – feito 
nos animais de alto valor zootécnico pois indica o 
risco de lesões antes de se adquirir o animal; 
 Compromete o desempeno do equino atleta; 
 A claudicação possui inúmeros causas 
(treinamento mal feito, malformação etc.) – um 
exame bem feito permite o diagnóstico (onde está a 
lesão e o que causou). 
 
 Objetivos 
Identificar a claudicação, qual o membro afetado e qual 
é o local da lesão. 
 
 Sequência do exame 
7 passos principais: 
1. Anamnese – história do animal: idade, utilização do 
animal (cavalgada e competição), frequência e 
intensidade do treinamento, duração da enfermidade 
(agudo ou crônico), evolução do quadro e tratamento 
prévio (quase 100% dos animais já fizeram tto prévio 
incorreto que levou a úlceras gástricas, colite e 
inflamações intestinais). Importante: realizar o exame 
físico completo de todos os sistemas para identificar 
outas alterações; 
2. Inspeção – exame visual: escore, casqueamento, 
ferrageamento, condição corporal, conformação e 
simetria (atrofias musculares são comuns devido a 
administração de medicamentos irritante IM, que causa 
necrose e miopatia fibrótica), efusões articulares 
(articulações ou bainhas tendíneas aumentadas), 
balanço de casco, tamanho do casco (casco maior 
indica que o animal está poupando aquele membro 
devido a dor); 
3. Palpação do sistema musculoesquelético – 
detectar alterações sutis (atrofias não percebidas 
visualmente) e pontos de dor, alteração de temperatura 
etc.; 
4. Inspeção em movimento – graus de claudicação 
(intensidade): examinar o animal em linha reta e em 
círculos, em passo e marcha e observá-lo de todos os 
lados; 
5. Testes de flexão – focaliza a lesão a partir da 
geração de grau de estresse na articulação. A flexão 
deve ser realizada por 1 minuto, evitar flexão 
secundária de outras articulações e desconsiderar os 
primeiros 4 passos  Respostas: negativa, discreta, 
moderada ou intensa; 
6. Bloqueios anestésicos – podem ou não ser 
realizados; 
7. Exames diagnósticos – raio-X (ppt ossos e 
articulações e alguns tecidos moles), ultrassonografia 
(tecidos moles: tendões e ligamentos), ressonância 
magnética e cintigrafia  devem ser realizados após a 
localização da lesão. Importante: radiografia identifica 
alterações como rotação de 3ª falange (indicativo de 
laminite), exostose (sobreosso) de metacarpo e 
exoartrose (proliferação óssea dentro de articulações). 
Ultrassonografia: lesão causa aumento da 
oncogenicidade  Mais branco (lesão antiga) ou mais 
preto (lesão recente). 
EXAME DO LOCOMOTOR DE EQUINOS 
 INSPEÇÃO 
 Detecção de alterações 
Uso de linha imaginária. 
o Membros torácicos 
a) Animal com base aberta (membros abertos): 
 Normal em animais obesos; 
 Estruturas da face medial afetadas; 
 Base aberta com casco rotacionado para 
dentro: articulações do boleto e ligamentos 
afetados; 
 Base aberta com casco rotacionado para 
fora: boletos afetados (se encostam). 
b) Animal com base estreita (membros fechados): 
 Estruturas da face lateral afetadas; 
 Casco rotacionado para dentro ou para fora. 
c) Animal com membros torácicos tracionados para 
a frente (acampado): posição de algia (dor), 
geralmente presente nos casos de laminite. 
d) Animal com membros tracionados para dentro 
(sobressi): membros abaixo da massa corporal, 
demonstra defeitos de aprumo;e) Jarrete falciforme (muito aberto para frente): 
indica lesão de tarso; 
f) Animais atrasados: pernas atrás da linha imaginária 
obtida a partir da articulação escapuloumeral. 
 
o Membros pélvicos 
a) Animal com base aberta (membros abertos): 
 Estruturas da face medial afetadas; 
 Base aberta com casco rotacionado para 
dentro: articulações do boleto e ligamentos 
afetados; 
 Base aberta com casco rotacionado para 
fora: boletos afetados (se encostam). 
b) Animal com base estreita (membros fechados): 
 Estruturas da face lateral afetadas; 
 Casco rotacionado para dentro ou para fora; 
 Jarrete tracionado para fora: lesão de casco. 
d) Animal com membros tracionados para dentro 
(sobressi): membros abaixo da massa corporal, 
demonstra defeitos de aprumo; 
e) Jarrete de jarro (animal com balde no meio das 
pernas); 
f) Animais atrasados: pernas atrás da linha imaginária 
obtida a partir da articulação escapuloumeral. 
 
 PALPAÇÃO 
Avaliar da extremidade distal para a proximal. 
 Casco 
Estruturas: 3ª falange (distal), osso navicular, tendão 
flexor digital profundo (se insere na 3ª falange) e bolsa 
do navicular. 
o Teste de casco 
Utiliza-se pinça para perceber alterações a partir da 
expressão de dor pelo animal: fratura de 3ª falange, 
doenças do osso navicular, bursite na bolsa do 
navicular, tendinite no tendão flexor digital profundo e 
abscessos subsoleares (brocas). 
 Quartela 
Estruturas: ligamentos sesamóides retos e oblíquos, 
tendão flexor profundo, articulação intrafalangeana 
proximal (artrite séptica) e ligamento anular digital 
proximal; 
Alterações: desmites (ligamentos), tendinites (tendão) 
e artrites (articulação). 
 Boleto (articulação metacárpica ou 
metatársica falangeana) 
Estruturas: ossos sesamóides (sesamoidite, fratura de 
sasamóide), tendões flexores profundo e superficial e 
ligamento suspensor do boleto; 
Alterações: fraturas e inflamações (ossos), tendinites 
e desmites. 
Importante: jogar boleto para lateral (passagem dos 
ligamentos) e realizar a flexão. 
 Metacarpo/Metatarso 
Estruturas: tendões flexores digitais profundo e 
superficial, ligamento acessório, ligamento suspensor 
do boleto e tendão extensor. 
Alterações: desmites e tendinites. 
 
Importante: 
- É comum ter lesões nos flexores digitais e desmites 
no boleto; 
- Barriga de peixe (canela inchada) devido a 
Tenossinovite (aumento de volume). 
 
 Carpo/Tarso 
Estruturas: osso acessório e tendões flexores; 
Alterações: fraturas do osso acessório são comuns, 
osteoartrite intertársica é muito comum em cavalos 
marchadores (maior volume ósseo com consistência 
dura a palpação indicando proliferação óssea)  
Geram aumento de volume e dor. 
 
 INSPEÇÃO EM MOVIMENTO 
 Graus de claudicação 
Grau I: claudicação ausente no passo e inconsistente 
na marcha; 
Grau II: claudicação discreta no passo e evidente na 
marcha; 
Grau III: claudicação presente no passo e na marcha; 
Grau IV: claudicação severa no passo e o animal se 
recusa a marchar; 
Grau V: animal não apoia o membro no chão (ocorre 
nos casos de fraturas). 
o Compensação 
 Movimento da cabeça: indica claudicação no 
membro torácico  Animal levanta a cabeça 
quando coloca o membro afetado no chão; 
 Movimento da garupa: indica claudicação no 
membro pélvico  Animal levanta o túber 
sacral (pelve) quando coloca o membro afetado 
no chão. 
Importante: animal com dor apresenta narinas 
dilatadas e olhos saltados. 
 
 Classificação da claudicação 
Claudicação de apoio: animal apoia o membro e tira 
rápido  Alterações em ossos e articulações 
(estruturas de sustentação); 
Claudicação de elevação: animal apoia o membro e 
dá o passo mais curto  Alterações de ligamentos e 
músculos (atrofias ou dificuldade na flexão/extensão); 
 
 Fases do passo 
Redução da fase caudal (joga o membro para trás): 
desmite do ligamento anular digital e tendinopatia nos 
tendões flexores; 
Redução da fase cranial (joga o membro para 
frente): síndrome do navicular, osteoartrite intertársica, 
lesões escapuloumeral, tendinopatia nos tendões 
flexores. 
 
 TESTES DE FLEXÃO 
 Flexão do boleto e articulações 
interfalangeanas: metatarso/metacarpo 
perpendicular ao solo; 
 Flexão do tarso/carpo: metatarso/metacarpo 
paralelo ao solo; 
 Flexão global membro torácico/pélvico: flexiona 
todas as estruturas ao mesmo tempo e indica se a 
claudicação é alta (esqueleto axial) ou baixa. 
 
 BLOQUEIOS ANESTÉSICOS 
 Confirmar local da lesão quando não se consegue 
por outros métodos; 
 Lidocaína 2% sem vasoconstritor (risco de necrose 
devido a perfusão baixa feita por poucos vasos); 
 Antissepsia da área é importante para evitar artrite 
séptica; 
 Resultado: % de melhora da claudicação após o 
bloqueio  Se parar se claudicar com o bloqueio, 
significa que é o local da lesão. 
 Contraindicado: claudicação de grau IV ou I, pois 
pode-se ter fratura (mascara), regiões de edema e 
ferida; 
 Sempre deve ser feito de baixo para cima para não 
mascarar o exame. 
 
 Nervo digital palmar 
Estruturas: sola, navicular, talão, parte distal 
intrafalangeana, parte distal dos ligamentos 
sesamóideos; 
Regiões da lesão: casco, região distal, quartela e 
sesamóide abaxial; 
Importante: perda de sensibilidade da coroa significa 
que o bloqueio pegou. 
 
 Sesamóide abaxial 
Estruturas: carpo, falange média e articulação 
interfalangeana; 
Regiões da lesão: casco, quartela, osso navicular e 4 
pontos baixos. 
 
 4 pontos baixos 
4 ramos de nervos laterais e mediais; 
Dessensibiliza boleto e estruturas distais; 
Cuidado: pode pegar a articulação  Antissepsia 
importante! 
Manifestação ≠ Doença urinária 
O principal e mais comum exemplo é a diabetes, 
onde os pacientes possuem doença endócrina que 
causa hiperglicemia e leva a poliúria e polidipsia 
compensatória. 
Outro exemplo é a rabdomiólise, que causa 
alteração na coloração da urina, mas não é uma doença 
do sistema urinário, apesar de poder causar lesões 
devido a toxicidade da mioglobina excretada pelos rins. 
 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Órgãos urinários 
Rins (produção da urina), ureteres, bexiga 
(armazenamento temporário da urina) e uretra 
(excreção da urina para o meio externo)  Possuem 
diferenças na facilidade/possibilidade de palpação 
abdominal, por exemplo, os ureteres não são palpáveis 
nem mesmo na doença. 
o Rins 
Néfrons: lesão glomerular ou tubular permanente leva 
a perda de função  Localizar a lesão é um desafio. 
 
Importante: Injúria renal ≠ Insuficiência renal. Além 
disso, há diferenças no prognóstico das injúrias agudas 
e crônicas. As agudas, se forem percebidas a tempo, 
podem se reverter, permitido a restituição da função 
renal. Já nas crônicas a função renal é perdida. 
 
 FUNÇÕES RENAIS 
 Homeostase de água e eletrólitos – animal com IR 
apresenta desidratação (alteração homeostática), 
que leva a prostração e intolerância ao exercício 
devido a hipovolemia, baixa perfusão sanguínea, 
TPC aumentado, hipóxia tecidual. Nos casos de 
distúrbios eletrolíticos, o potássio costuma ser o 
principal eletrólito a sofrer alterações (hipo ou 
hipercalemia) gerando manifestações clínicas no 
coração; 
 Funções endócrinas – a principal é a produção de 
Eritropoetina, relacionada a produção de hemácias 
pela medula óssea  IRC pode causar anemia não-
regenerativa. Também produz outros hormônios. 
 Controle da pressão arterial e homeostase – 
através do sistema renina-angiotensina-
aldosterona. Rins detectam a queda da pressão 
arterial, que é o estímulo para produção da renina e 
início desse sistema. 
 
 CONTROLE DA MICÇÃO 
A micção é uma função reflexa que envolve ação 
integrada de vias parassimpáticas, simpáticas e 
somáticas, que se estendem desde o segmento sacral 
da medula espinal até o córtex cerebral. 
Envolve hormônios e vias nervosas (segmentos da 
medula espinhal entre L1-L4 e S1-S3). Parte importante 
do controle da micção é devido a inervação que sai da 
medula espinhal e inerva bexiga e os esfíncteres, por 
isso, algumas queixasrelacionadas a micção (retenção 
ou incontinência urinária) podem ter como causa lesões 
neurológicas, como traumas na medula espinhal. 
 
 
 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
Espécie, seco, idade e raça. 
Essas informações auxilia a detecção de 
possibilidade diagnósticos: 
 Espécie 
A doença renal crônica é extremamente comum nos 
felinos idosos com perda de peso. Já as doenças 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO 
infecciosas são frequentes em cães jovens (histórico de 
dificuldade de urinas e urina com sangue). 
 Raça 
Os Dálmatas têm predisposição para o 
desenvolvimento de cálculos (urolitíase) devido ao 
metabolismo. 
 
 ANAMNESE 
A doença no sistema urinário está presente? 
↓ 
Existem doenças em outros órgãos e sistêmicas com 
manifestações urinárias? Importante: questionar 
sobre todos os sistemas! 
↓ 
Investigação de todos os sistemas! 
 
 Informações importantes 
 Evolução da enfermidade – aguda ou crônica; 
 Hematúria – em grande parte das vezes confirma 
uma doença urinária. Também é importante saber o 
momento da hemorragia durante a micção: sangue 
no início indica lesão na uretra (uretrites), já no final 
indica lesão na bexiga (cistites) e ureteres 
(ureterites); 
 Doenças anteriores, tratamentos e resposta a 
terapia – identificação de recidivas; 
 Volume urinário – aumentado (normalmente se 
associa a ingestão aumentada de água  obtenção 
de informação indireta do proprietário), normal ou 
reduzido; 
 Frequência e tipo de micção; 
 Ingestão de água. 
 
 Pontos importantes a serem questionados 
o Houve mudança no volume urinário? 
Oligúria e anúria – relacionadas a IRA; 
Poliúria (volume >50 ml/kg/dia) – relacionada a IRC 
associada a azotemia em gatos. 
o Houve mudança na ingestão hídrica? 
Adipsia/hipodipsia; 
Polidipsia (volume >90-100 ml/kg/dia para cães e >45 
ml/kg/dia para gatos). 
Importante: parâmetro mais fácil do proprietário 
identificar. 
o Houve mudanças na frequência de micção? 
Polaciúria – ocorre nas cistites, quando a bexiga 
inflamada sofre irritação devido a qualquer pequeno 
volume urinário, induzindo sua excreção  Nesses 
casos o animal faz a posição de urinar e urina só um 
pouco ou não urina); 
Incontência urinária – ocorre nos casos de lesões 
neurológicas e alterações endócrinas e o animal urina 
mesmo sem fazer a posição (a depender do local e grau 
da lesão), de forma involuntária (enquanto caminha, 
quando deita etc.)  Favorece infecções secundária. 
o Houve mudança no modo da micção? 
Disúria – dificuldade de urinar (animal se mantém na 
posição por muito tempo); 
Estrangúria – disúria + dor (animal chora). 
 
 EXAME FÍSICO 
 Os acessos semiológicos variam conforme a 
espécie animal – é mais fácil palpar os órgãos 
abdominais e vias urinarias no gato, devido a 
espessura e consistência da pele (mais fina). 
 A palpação abdominal possui destaque especial 
(nem sempre é possível perceber alterações 
apenas pela inspeção): 
 A pressão abdominal deve ser aplicada de 
forma gradativa – ppt em cães, que podem 
contrair a musculatura abdominal dificultando a 
palpação; 
 Avaliar sensibilidade (presença/ausência de 
dor), posicionamento dos órgãos (em algumas 
injúrias como neoplasia renal pode-se ter 
alteração na topografia), tamanho, 
consistência, forma e superfície. 
 
 Palpação dos órgãos urinários 
o Rins 
 Cães x Gatos – nos gatos a pele mais flexível e os 
rins mais móveis facilitam a palpação; 
 Palpar com as duas mãos abaixo dos processos 
transversos lombares: 
 Cão: rim direito (T13-L1) e esquerdo (L2-L4); 
 Gato: rim direito (L1-L4) e esquerdo (L2-L5). 
Importante: o rim direito do cão se localiza muito mais 
cranial em comparação ao das outras espécies. 
o Ureteres 
Não é possível a palpação. 
o Próstata 
 Localiza-se caudal a bexiga; 
 Palpação retal digital ou abdominal – estima se o 
aumento é uni ou bilateral, possibilitando o 
diagnóstico diferencial. 
Importante: 
Todas as alterações que levam a aumento da 
próstata (hiperplasia, neoplasia, prostatite) levam 
também a compressão da uretra, causando disúria, 
estrangúria e retenção urinária, favorecendo infecções. 
Também desloca o reto dorsalmente, podendo levar 
a dificuldade de defecação e formação de fecalomas e 
evoluindo até mesmo para lesões nervosas no cólon, 
levando ao quadro de megacólon. Quando não é tão 
exacerbado, o aumento de volume da próstata leva 
apenas a alteração no formato das fezes). 
o Bexiga 
 Fácil palpação quando distendida – bexiga sem 
alterações (neoplasias, cálculos e doenças crônicas 
– espessam a parede) e vazia é difícil de palpar; 
 Localiza-se na região hipogástrica; 
 Avaliar a sua distensão é importante nos 
distúrbios da micção. 
 
 MÉTODOS DE COLETA DA URINA 
 
 
 Micção espontânea 
 Mais realizada em felinos e cadelas – ppt animais 
pequenos, onde a sondagem e a cistocentese são 
dificultadas; 
 Desprezar jatos iniciais – podem possuir bactérias 
e células inflamatórias presentes na uretra e 
vagina/prepúcio. 
 Massagem vesical 
 Deve-se realizar uma leve compressão manual 
externa da bexiga – cautela no momento de 
realizar a massagem, ppt se abexiga estiver 
distendida, quando as chances de causar 
rompimento/lesões são maiores; 
 Mais realizada em gatas e cadelas pequenas; 
 Desprezar jatos iniciais – mesmo motivo da 
micção espontânea. 
 Importante: não é possível coletar quando a bexiga 
está vazia, devido ao pequeno volume urinário. 
Além disso, se for necessário comprimir várias 
vezes e o animal não urinar deve-se utilizar outra 
técnica (pode indicar uma obstrução e favorecer 
lesões). 
 Sondagem uretral 
 Deve ser realizada da forma mais asséptica 
possível – pouco invasiva, fácil, segura e barata; 
 Uso de luvas e evitar a manipulação exagerada 
da sonda; 
 Sondas rígidas (para fêmeas devido ao trajeto 
retilíneo da uretra) e flexíveis (para machos 
devido ao trajeto curvo da uretra e fêmeas) – 
mais fácil na espécie canina, costuma causar mais 
traumas em gatos devido ao menor amanho da 
uretra e maiores riscos de gerar lesões. 
Importante: 
 A sonda deve ser adequada ao porte do animal 
para não causar lesões na uretra; 
 Sonda de Foley: possui balão que infla e a 
mantém dentro da bexiga, por isso é utilizada 
para fazer o cateterismo nos casos onde 
precisa-se manter o animal sondado (avaliação 
da produção urinária ou animais internados 
com traumas importantes)  A fixação da 
sonda ao períneo é feita com ponto de sutura 
ou superbonder; 
 Deve-se utilizar géis lubrificantes para facilitar 
a passagem, estes podem conter lidocaína 
(apesar disso, o processo não é doloroso, mas 
pode ser necessário sedar o animal para 
contenção)  Devido ao seu uso é necessário 
descartar o primeiro jato para evitar a 
contaminação da cultura; 
 Limpeza do pênis (retirada do esmegma) e da 
vagina com solução fisiológica antes da 
passagem da sonda para evitar levar bactérias 
presentes no local para a bexiga predispondo 
infecções; 
 Nos gatos é necessário posicionar o pênis para 
trás (no sentido da cauda) para deixar o trajeto 
mais reto e facilitar a passagem da sonda; 
 Se houver pressão negativa no momento da 
coleta, deve-se reposicionar a sonda para 
evitar lesões; 
 A sondagem aumenta as chances de infecção 
urinária. 
 Cistocentese 
 Urina de melhor qualidade para análise 
laboratorial e cultura – a pele deve ser preparada 
com antissepsia para reduzir a contaminação 
externa que atrapalharia a cultura; 
 Pode ser realizada “às cegas” (exige maior 
habilidade e a bexiga do animal precisa estar 
cheia para facilitar a localização através de 
palpação abdominal) ou guiada pela 
ultrassonografia (aumenta a segurança). 
Importante: 
 Desvantagens: é mais invasiva e exige maior 
cuidado; 
 A sedação é feita apenas nos animais agitados, 
que não aceitam a contenção; 
 Não deve ser feita em animais com a bexiga 
muito distendida ou com obstrução do fluxo 
urinário, pois pode causar danos maiores 
(necrose da parede) e extravasamentoda 
urina. 
 
 PRINCIPAIS ACHADOS NO EXAME FÍSICO 
NAS DIFERENTES ENFERMIDADES 
URINÁRIAS 
Alteração do volume urinário (anúria, oligúria e 
poliúria); 
Estomatites, úlceras orais, hematêmese e melena – 
sinais clínicos de animais com uremia devido a IR, que 
leva a lesões em todo o TGI; 
Disúria, hematúria; 
Obstrução uretral; 
Períneo molhado por urina e dermatites – sinal de 
incontinência urinária; 
Dor a palpação renal e da bexiga; 
Dor e distensão abdominal; 
Incontinência urinária. 
 
 EXAMES LABORATORIAIS 
 Hemograma; 
 Urinálise e urocultura – preferência para a coleta 
por cistocentese; 
 Bioquímicos (ureia e creatinina) – marcadores 
tardios; 
 Teste de depuração de creatinina – dosa a 
creatinina no sangue na urina, possibilitando valor 
mais precoce na indicação de alterações; 
 Relação proteína:creatinina urinária – presença 
de proteinúria indica lesões glomerulares. 
 
 EXAMES COMPLEMENTARES DE IMAGEM 
E BIOPSIA 
 Exame radiográfico simples e contrastado; 
 Exame ultrassonográfico; 
 Cistoscopia – endoscopia da bexiga  exame 
extremamente dinâmico, avalia a mucosa do órgão 
e permite a retirada de amostra tecidual para biopsia 
ou citologia; 
 Biopsia. 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Muitas vezes o proprietário não percebe uma 
anormalidade (ex.: volume e aspecto da urina) e por 
isso diz que está “normal”; 
Queixas de anormalidades na micção e hematúria são 
altamente sugestivas de doenças no sistema urinário; 
Deve-se sempre solicitar exames laboratoriais 
(urinálise e provas de função renal) e de imagem 
quando houver suspeita de doença do sistema urinário, 
pois auxiliam muito no diagnóstico; 
Sempre investigar se a manifestação urinária é devido 
a uma enfermidade no sistema urinário ou em outro 
órgão.

Outros materiais