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G R A D U A Ç Ã O ME. FERNANDA GOMES LODI Aromaterapia e Cromoterapia Híbrido GRADUAÇÃO Aromaterapia e Cromoterapia Me. Fernanda Gomes Lodi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; GOMES, Fernanda. Aromaterapia e Cromoterapia. Fernanda Gomes Lodi. Maringá-PR.: Unicesumar, 2020. 136 p. “Graduação - Híbridos”. 1. Aromaterapia. 2. Cromoterapia. 3. Terapia 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-2121-9 CDD - 22 ed. 613 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação CEP 87050-900 - Maringá - Paraná unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Impresso por: Coordenador de Conteúdo Lilian Rosana dos Santos Moraes. Designer Educacional Janaina de Souza Pontes. Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira e Erica Fernanda Ortega. Editoração André Morais de Freitas. Ilustração Welington Vainer Satin de Oliveira. Realidade Aumentada Kleber Ribeiro da Silva e César Henrique Seidel DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes e Tiago Stachon; Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho; Diretoria de Permanência Leonardo Spaine; Diretoria de Design Educacional Débora Leite; Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho; Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros; Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima; Gerência de Projetos Especiais Daniel F. Hey; Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia; Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas; Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo; Supervisão de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel; Projeto Gráfico José Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Cripaldi; Fotos Shutterstock PALAVRA DO REITOR Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualida- de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- -nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo- cional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revi- samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as ne- cessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Bem-estar, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! BOAS-VINDAS Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Co- munidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alu- nos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâ- mico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comu- nicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets ace- leraram a informação e a produção do conheci- mento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, prio- rizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a so- ciedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabe- lecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompa- nhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Stu- deo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendiza- gem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de apren- dizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquili- dade e segurança sua trajetória acadêmica. APRESENTAÇÃO Olá aluno(a), seja bem-vindo(a)! Você está iniciando a disciplina de Aro- materapia e Cromoterapia, a qual trará o embasamento necessário para que, como futuro profissional da saúde, entenda o seu paciente de forma holística e utilize tratamentos integrativos e complementares, de forma isolada ou associando a outros recursos, em sua prática clínica. Para isso, na Unidade 1, você começará entendendo o conceito de prin- cípios ativos naturais, essências sintéticas e óleos essenciais; em seguida, conhecerá o universo dos Óleos Vegetais e, ao final, os principais óleos essenciaisda atualidade. Na Unidade 2, estudará o conceito e a origem do termo “aromatera- pia” bem como sua relação com os óleos essenciais e quais estruturas do corpo estão envolvidas na relação dos cheiros com os resultados em tratamentos clínicos. Para aplicar os óleos essenciais em protocolos de tratamento, na Uni- dade 3, você conhecerá quais as principais técnicas de aplicação e como elas devem ser realizadas. Na Unidade 4, você conhecerá a cromoterapia; verá sua aplicação na história, qual a definição e a importância da Luz e das Cores para agregá- -lo em seus tratamentos, sendo abordado as sete cores do espectro solar, os chakras e a sua relação com estas cores; por fim, como aplicá-las em benefício e de seus clientes em tratamentos. Todo este conteúdo te tornará um profissional melhor, capaz de ofe- recer a cura e o entendimento que seu paciente necessita, com destaque entre os colegas de profissão por trazer sempre um diferencial para sua prática clínica. CURRÍCULO DOS PROFESSORES Me. Fernanda Gomes Lodi Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (2016-2017), especialista em Docência no Ensino Superior pela Unicesumar (2013-2014), graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá (2010-2013). Especialista em Biomedicina Estética, com Ênfase em Procedimentos Invasivos pela UniCesumar (2018-2019). Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/7966317517847247. http://lattes.cnpq.br/7966317517847247 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas 13 Aromaterapia 45 Técnicas de Aplicação dos Óleos Essenciais 69 Cromoterapia 101 60 Mecanismo Olfativo Utilize o aplicativo Unicesumar Experience para visualizar a Realidade Aumentada. Me. Fernanda Gomes Lodi • Conhecer a definição de princípio ativo natural e de óleo essencial e apresentar o surgimento e a evolução dos óleos essenciais na história. • Entender a diferença entre essências sintéticas e óleos essenciais. • Apresentar a definição do termo óleo vegetal, conhecer sua composição química e biológica e as especificações exigidas no momento da escolha. • Compreender a natureza funcional dos óleos essenciais e apresentar os mais comuns da atualidade e suas funções. Óleos Essenciais Essências Sintéticas Conhecendo os Óleos Essenciais Óleos Vegetais Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Óleos Essenciais Olá, aluno(a)! Sei que muitos alunos já se apropriam dos vários benefícios que os óleos essenciais trazem para a melhora da qualidade de vida dos que estão à sua volta, mas é aqui que iniciaremos o estudo sobre os óleos essenciais e a aromaterapia, em nosso curso. Nesta unidade, serão abordadas algumas de- finições que te auxiliarão na compreensão deste tema. Você entenderá o que são princípios ativos naturais para, então, conhecer os óleos essenciais e sua origem histórica, bem como a definição de essências sintéticas, para quê são usadas e qual a importância de se conhecer o nome científico das plantas e a natureza dos óleos essenciais. Exploraremos, ainda, o universo dos Óleos Ve- getais: o que são, qual a diferença em relação aos óleos essenciais, para que são usados e como rea- lizar a melhor escolha de acordo com a finalidade e, finalmente, você terá acesso aos principais óleos essenciais da atualidade, que são utilizados em di- versos tratamentos clínicos. Para iniciarmos os nossos estudos sobre os óleos essenciais, começaremos com o conhecimento sobre os princípios ativos naturais, pois, segundo Fernando Amaral (2016, p. 1) “Óleo Essencial é um Princípio Ativo Natural”. 15UNIDADE 1 Princípio Ativo Natural Princípio ativo natural é toda substância que pode ser extraída e isolada de plantas medicinais com propriedades terapêuticas, cienti- ficamente comprovadas. É possível detectar vários princípios ativos em uma mesma planta. Por exemplo, na calêndula, encontram-se taninos, flavonoides e saponinas; na malva, os óleos essenciais e os flavonoides (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). Existem vários grupos, subgrupos e classes de princípios ativos naturais conhecidos e estudados pela ciência chamada farmacogno- sia. Entretanto, na Tabela 1, estão apresentados os principais grupos e suas substâncias para um melhor entendimento por você, futuro profissional da saúde e bem-estar. Tabela 1 - Princípios Ativos Naturais Mais Comuns GRUPO GENERALIDADE ILUSTRATIVA CONHECIMENTO POPULAR Alcaloides Atividade ligada ao sistema nervoso Cafeína, Nicotina Taninos Precipitação de Proteínas, tratamentos em mucosas Barbatimão, Hamamélis Quinona Atividade Laxante, desintoxicante, estimulante Sene, cáscara-sagrada, ruibarbo Flavonoides Atividade ligada ao sistema vascular, metabolismo gasoso Cítricos, Ginko, maracujá Mucilagens Capacidade de retenção e transferência de água Babosa, plantas suculentas Glucosídeos Transferência de energia para processos metabólicos Maioria das plantas medicinais Saponinas Atividade detergente resistente a ácidos minerais diluídos Calêndula, quilaia, alcaçuz Óleos Vegetais Atividade protetora e umectante Amêndoa doce, semente de uva, girassol Óleos Essenciais Antissépticos, cicatrizantes, metabólicos, fungicidas, neurossupressores Lavanda, eucalipto, alecrim, citronela Fonte: adaptada de Amaral (2016). 16 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Agora que já foi descrito a qual grupo de princípio ativo natural pertencem alguns óleos essenciais, facilitando a nossa prática clí- nica, por meio do conhecimento das características químicas e da ação farmacológica pelo qual um óleo é conhecido e pelos efeitos terapêuticos, vamos conhecer um pouco mais sobre suas caracte- rísticas e especificidades. O que São Óleos Essenciais? Óleo Essencial é todo grupo de princípio ativo natural, de poder volátil e fragrância variável, proveniente de folhas, flores, caule, talos, haste, pecíolo, casca, raízes ou outros elementos produzidos por praticamente todas as plantas (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019). Figura 1 - Frascos com exemplos de plantas de onde podem ser extraídos óleos essenciais. Da esquerda para a direita: Hortelã, Camomila, Lavanda, Manjericão, Alecrim. 17UNIDADE 1 Elas são constituídas por centenas de substâncias químicas, como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos e são chamados de voláteis, refringentes, etéreos ou essenciais, por que eva- poram quando expostos ao ar, com temperaturas normais (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). O óleo essencial participa de várias atividades importantes para a vitalidade da espécie vegetal de onde é extraído, garantindo vantagens adaptativas no meio em que estão inseridos, por exemplo na defesa contra o frio e predadores, no metabolismo, na regeneração, na atração de polinizadores, no controle hídrico, na proteção e na conservação da planta (MIRANDA et al., 2016). Caracteristicamente, possuem odores pró- prios, têm densidade, em geral, menor que a da água, alto índice de refração, são sensíveis à luz e ao ar, a maioria é opticamente ativa, são relativamente fluidos (podendo se soli- dificar a temperaturas mais baixas) e, quanto à coloração, variam de totalmente incolores a fortemente dourados, passando por nuances esverdeadas, âmbares e amareladas, como os óleos essenciais de patchouli, laranja e zimbro (AMA- RAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019; PRICE, 1996). Gostaria de reforçar que óleos essências são apenas as substâncias naturais que se formam dentro das plantas. Quando cópias desses óleos são feitas em laboratórios, estas são chamadas de essências e podem ser identificadas com o nome da planta da qual se extraiu o óleo essen- cial original. Sendo assim, somente os óleos essenciais na- turais, que atendam a determinados critérios de qualidade, têm funcionalidade para a aplicação terapêutica. As essências não possuem tal fun- cionalidade, podendo ser utilizadas apenas como agente de perfumação de produtos dehigiene pes- soal, perfumes e saneantes. Pecíolo é a parte estreita que liga o limbo de uma folha ao caule ou haste, perto do qual se alarga, muitas vezes, em uma bainha. Âmbares/Cor âmbar é uma cor laranja-amarelo que recebeu seu nome devido ao material conhecido como âmbar. Este, apesar de ser chamado de pedra, é uma resina fossilizada de árvores de 50 milhões de anos, proveniente de uma grande variedade de pinheiros (o pinus succinites) que desapareceram há milênios de anos da superfície da terra. Fontes: Dicio ([2019], on-line)1 e Âmbar Báltico ([2019], on-line)2. 18 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Um pouco de História Uso de ervas em defumações e incenso e uso dos unguentos O uso de ervas, incenso e unguentos durou até o ano 1000. Essa época era o momento em que as técnicas de destilação começaram a se desenvolver. Por isso, o homem não conhecia o óleo essencial na forma líquida, tampouco puro, como conhecemos hoje. Acredita-se que todas as referências feitas a óleos, unções e óleos essenciais eram, na verdade, menções a extratos oleosos ou alcoólicos de fermen- tados, como o álcool de vinho, sendo, portanto, mais de extratos aromáticos do que óleos essenciais. Durante todo esse período, os recursos utilizados por sacerdotes ou líderes religiosos eram 100% naturais. O que nos mostra que a busca pela ação dos princípios ativos dos óleos essenciais, como utilizamos hoje, vem desde o início das civilizações (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Óleos essenciais, álcool, perfumes e elixires O segundo período do conhecimento dos óleos essenciais come- çou por volta do ano 1000 d.C., quando a humanidade aprende a destilar (Figura 2). De acordo com os principais relatos, a destilação marcou o início de um novo conhecimento para a humanidade, e o protagonista desse evento tão importante foi Avicena (980- 1037), um polímata árabe, que ficou conhecido como o pai da destilação a vapor. Esse período foi muito importante, pois os óleos essenciais se posicionaram e participaram efetivamente da vida moderna, aju- dando, entre outras coisas, a desenvolver produtos de consumo que não existiam, como os perfumes e os cosméticos, assim como os produtos de higiene pessoal. Para entender melhor a história dos óleos essenciais, que se desenvolveu em con- junto com a história do perfume e da aromaterapia, vamos dividi-la em três grandes momentos: uso de ervas em defumações e Incenso e Uso dos Unguentos; Óleos Essenciais, Álcool, Perfumes e Elixires; e Óleos Essenciais, Farmacologia e Química. 19UNIDADE 1 Óleos essenciais, farmacologia e química O terceiro e último período teve início em meados de 1900 e se mantém até os dias atuais. Alguns pesquisadores tiveram um papel muito importante no desenvolvimento e na formação industrial dos óleos essenciais, por exemplo os doutores René Gateffossé (Francês), Paolo Rovesti (Italiano) e Arthur Penfold (Australiano). Esse desenvolvimento é constante e, mesmo no cenário atual, com modernidades nas indústrias químicas e farmacêuticas, na facilidade de acesso a informações e ao mundo virtual e com a neces- sidade de viver melhor, o óleo essencial continua sendo uma novidade e grande fonte de inovações (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019; PRICE, 1996).Figura 2 - Alambique antigo, utilizado para a destilação Polímata é a pessoa que conhece ou estudou muitas ciências; cujo conhecimento não está restrito a um único âmbito científico. Possui um vasto conhecimento em muitas áreas. Fonte: Dicio ([2019], on-line)3. https://www.dicio.com.br/polimata/ 20 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Essências Sintéticas Como visto anteriormente, os óleos essenciais são princípios ativos naturais, extraídos diretamen- te das plantas. As essências sintéticas, por outro lado, são uma sintetização de derivados do pe- tróleo e dos componentes encontrados nos óleos essenciais originais, que não possuem o mesmo processo de formação e nem sua complexidade (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). As essências sintéticas são amplamente uti- lizadas na indústria de perfume, cosméticos e saneantes (substâncias utilizadas para a higieni- zação e desinfecção de ambientes e no tratamento de água), o que torna seu preço um pouco mais acessível que o dos óleos essenciais que, devido à forma de extração, encarece o produto. 21UNIDADE 1 O objetivo da utilização de uma essência, na produção de algumas substâncias, é apenas o de perfumar, sem a pretensão de qualquer atividade farmacológica e terapêutica, ficando sua utilização restrita à aromatização de ambientes ou outras perfumações (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Quando comparados quimicamente, os óleos essenciais possuem mais componentes que a es- sência, e a diferença não está só na estrutura quí- mica, mas também na orgânica, sendo os óleos essenciais imbatíveis em sua capacidade de co- municação com organismos vivos (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Para exemplificar, observe a Tabela 2. Nela, estão expostas as diferenças na quantidade de componentes do Óleo Essencial de Lavanda e da Essência do mesmo perfume. Tabela 2 – Diferença na estrutura química entre óleos es- senciais e essências Componentes do Óleo Essencial de Lavanda Componentes da Essência de Lavanda • Ésteres • Álcoois terpênicos • Monoterpenos • Sesquiterpenos • Cetonas • Cumarinas • Ácidos • Aldeídos • Óxidos • Elementos traços • Ésteres • Álcoois terpênicos Fonte: Amaral (2016, p. 20). Figura 3 – Aromatizador de ambientes com essência de lavanda Por fim, deixo uma dica importante para sua vida e futura prática clínica: sabendo que os óleos essenciais têm afinidades com as células dos seres humanos, enquan- to as essências não têm, e que substâncias sintéticas em tratamentos podem gerar resultados distorcidos, utilizem os dois com muito cuidado e sempre respeitando a indicação de cada um. 22 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Óleos Vegetais Alguns tratamentos com óleos essenciais con- sistem na aplicação destes na pele do paciente. Para essas técnicas, é preciso que o óleo essencial esteja associado a uma substância, chamada de base. Neste sentido, os óleos vegetais são bases importantes, pois possuem uma afinidade natural com o tecido cutâneo. 23UNIDADE 1 Figura 4 – Frascos com diferentes tipos de óleo vegetal O que São Óleos Vegetais? Os óleos vegetais são substâncias ricas em ácidos graxos, vitaminas e nutrientes como, por exemplo, os sais minerais. Eles são provenientes de plan- tas oleaginosas, podendo ser extraídos por meio da técnica de prensagem a frio de grãos, como o milho e a soja; de castanhas, como a castanha- -do-pará, o coco e a amêndoa doce; de sementes, como o gergelim, o girassol e a semente de uva; e de frutos, como a azeitona, o abacate e o argan (AMARAL, 2016). Eles são capazes de promover maciez e umec- tação da pele, pois penetram de forma rápida, leve e suave, além de auxiliar na manutenção da hidra- tação natural e reduzir a velocidade da desidrata- ção, diminuindo a perda de água transdérmica da pele (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). Quando aplicados, são absorvidos de forma integral, pois se aderem e se misturam aos lipídeos produzidos pela pele, sem deixá-la oleosa, como ocorre quando se aplica um óleo mineral, que é mais oclusivo e impermeabilizante. A maioria dos pacientes apresenta uma boa aceitação com a utilização dos óleos vegetais em tratamentos de Saúde e Bem-estar, por exemplo massagens corporais, massagem nos pés, trata- mentos faciais e capilares etc.; no entanto, de um modo geral, acredita-se que a aplicação de óleos na pele e nos cabelos aumenta a oleosidade, o que prejudica sua aceitação por parte de algumas pes- soas. Essa informação não é verdadeira quando se trata da utilização de óleos vegetais puros, pois eles se integram rapidamente ao manto hidro- lipídico, contribuindo para o controle da perda de água transdérmica e para o fornecimento de ácidos graxos como fontede energia para o meio celular, sem causar oclusão dos poros e, conse- quentemente, sem deixar a pele (ou cabelo) oleosa. Ao contrário dos óleos vegetais, quando apli- camos óleos minerais, o paciente sente a sensação de excesso de oleosidade, isto porque estes óleos são semioclusivos, fechando os poros e evitando a penetração de água; daí sua utilização em bebês, nas trocas de fraldas. 24 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Na associação dos óleos essenciais com os óleos vegetais, eles se misturam imediatamente, sem a necessidade da utilização de um agente emulgador ou homogeneizador. Se a aplicação for na pele, os óleos essenciais se fixam nos óleos vegetais, sendo liberados lentamente para o sis- tema cutâneo do indivíduo. Convém lembrar que, em formulações cos- méticas, para massagens e tratamentos diversos, a concentração de óleos essenciais no óleo vegetal não deve ultrapassar 2%, e nestas combinações, os óleos vegetais recebem o nome de óleos carreado- res ou óleos bases (AMARAL, 2016). Visto isso, vamos conhecer as composições dos óleos vegetais e, em seguida, quais os critérios para que você faça escolha do melhor óleo vegetal para os tratamentos de seus clientes. Composição dos Óleos Vegetais Os óleos vegetais são também conhecidos como triacilgliceróis (triglicérides, triacilglicerídeo, triacilglicérido), que é o seu nome químico, e como óleos vegetais ou gorduras animais, que são seus nomes populares (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE, 1996). Eles pertencem à classe dos lipídeos e são formados por um glicerol e três ácidos graxos iguais ou diferentes, formando um tipo particular de éster (o triacilglicerol), conforme se observa na Figura 5 (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PRICE, 1996). H H H C OH H O H O C R1 H H H C O C R1 O H C O C R2 O H C O C R3 O H O C R2 O H O C R3 H C OH H C OH + Glicerol Ác. Graxos Triglicerídeos Figura 5 - Uma molécula de glicerol, três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de triglicerídeo Fonte: a autora. https://www.nutricaoproteica.com.br/editorial/66/gorduras 25UNIDADE 1 O glicerol é o componente comum em quase todos os óleos fixos, e o que estabelece a diferença entre eles é a natureza dos ácidos graxos que ele contém. Ele é um líquido viscoso incolor e inodoro, e seu nome é derivado da palavra grega glykos, que significa “doce”. Sua importância no contexto dos óleos vegetais vem do fato de ser um dos precursores dos triglicerídeos – que são uma for- ma lipídica especializada no armazenamento de energia – e dos fosfolipídeos – que são os principais constituintes das membranas biológicas das células e organelas. Ele pode ser, ainda, utilizado na formação da glicose e fornecimento de energia para o metabolismo celular (AMARAL, 2016). Os ácidos graxos são compostos orgânicos pouco solúveis em água, produzidos quando ocorre a quebra das gorduras, sendo tam- bém considerados fonte de energia para as células. Eles se dividem em saturados, monoinsaturados e poli-insatu- rados, na qual os poli-insaturados (ácidos graxos essenciais) são os mais indicados como parte da dieta alimentar, pois conferem ao or- ganismo uma série de benefícios, sendo chamados de “gorduras boas”. Como Escolher os Óleos Vegetais Para a escolha do melhor óleo vegetal, você, futuro profissional da saúde, precisa conhecer algumas características e especificações destes produtos e, em seguida, basear-se em dois critérios principais: 1. O tipo de pele e sua condição: lesada, sau- dável, irritada, envelhecida, oleosa, lisa, po- rosa, ressecada etc. 2. O tipo de tratamento: modelador, desli- zante, penetrante, relaxante, hidratante, umectante etc. (AMARAL, 2016). Seguindo estes passos, você obterá os melhores resultados nos tratamentos propostos, garantindo a excelência de seu trabalho e, principalmente, a satisfação dos seus clientes. Agora, vamos conhecer um pouco melhor as propriedades estruturais e singulares dos óleos vegetais que facilitarão seu reconhecimento e es- colha. É importante compreender que os óleos vege- tais são compostos por substâncias que o corpo humano produz e por outras que ele não é capaz de produzir, e que existe uma grande semelhança na estrutura química dos óleos vegetais, deixando a impressão, ao toque, de que são muito parecidos e podem ser aplicados todos da mesma maneira, mas isto não é verdade (AMARAL, 2016; CO- RAZZA, 2010). Cada um apresenta teores de ácidos graxos, vitaminas e características únicas e, graças ao desenvolvimento tecnológico atual, nós conse- guimos utilizar óleos vegetais de alta qualidade. De acordo com Amaral (2016), no Brasil, po- de-se adquirir óleos vegetais puros e de qualidade internacional, sendo estes encontrados em reven- dedores especializados. Ainda assim, para que o profissional tenha certeza da procedência e qualidade do óleo ve- getal, ele deve identificar algumas normas e es- pecificações. Estas estão apresentadas no rótulo do produto e serão detalhadas a seguir. 26 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Nome comercial ou nome popular Trata-se do nome da planta ou parte da planta que fornece o óleo vegetal, por exemplo, óleo de coco, óleo de abacate, óleo de semente de uva etc. Apenas essa nomenclatura não define se o produto é realmente natural, se contêm substâncias químicas ou se a planta realmente é da espécie desejada; para obter essa informação com exatidão, é necessário buscar, no rótulo, o nome científico da planta e também o INCI name (International Nomenclature of Cosme- tic Ingredient), caso contrário, ele não é puro (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Nome científico Nome apresentado no rótulo de um produto quando ele é de ori- gem vegetal, por exemplo, Vitis vinifera, que é o nome científico do óleo da semente de uva (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; FERRAZ, 2019). INCI name (International Nomenclature of Cosmetic Ingredient) É a padronização e organização internacional de ingredientes cos- méticos de forma segura e simplificada, facilitando a identificação de qualquer componente de uma formulação proveniente de qual- quer país (AMARAL, 2016). 27UNIDADE 1 Código CAS (Chemical Abstract Service) São os números de registro designados às substâncias de maneira sequencial, à medida que estas são colocadas na Base de Dados do CAS. Assim, cada número de registro é um identificador numérico único que designa apenas uma substância e não possui nenhum significado químico (AMARAL, 2016). A tabela, a seguir, apresenta os principais óleos vegetais do mer- cado e suas especificações e propriedades terapêuticas. O intuito é introduzi-lo ao conhecimento e à escolha correta do óleo vegetal que será usado como base de óleos essenciais ou de forma pura em alguns tratamentos. 28 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas ÓLEOS VEGETAIS INCI Name Código CAS Composição natural principal Ações epropriedades ÓLEO DE ARGAN Argania spinosa 299184-75-1 Cabelos: caspa, seborreia, queda, dar brilho, melhorar a densidade e flexibilidade dos fios, blindagem de escamas capilares, hidratação, umectação, resistência e força. Face: rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação e proteção. Corpo: aplicação com outros óleos corporais como o de girassol, amêndoas doces e semente de uva. Pés e mãos (unhas e cutículas): hidratação, regeneração, umectação, proteção. Ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Argania Spinosa Karnel Oil Hidratação Regeneração Umectação Proteção ÓLEO DE AMÊNDOAS DOCES Prunus amygdalus dulcis 8007-69-0 Cabelos: pontas ressecadas, hidratação. Face: área faial total, rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, umectação, drenagem linfática, nutrição, vitalização, base universal para uso dos óleos essenciais. Corpo: penetração média, drenagem linfática, ultrassom, endermoterapia, alta frequência, massagem hidratante,maciez, hidratação, umectação, hipoalergênico, antiestrias, flexibilidade, tônus e proteção. Pés e mãos (unhas e cutículas): Hidratação, regeneração, umectação, proteção. Ácidos graxos Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Vitaminas A, B1, B6 e E Prunus Amygdalus Dulcis Oil Hidratação Umectação ÓLEO DE GÉRMEN DE TRIGO Triticum vulgare 68917-73-7 Cabelos: seco, com psoríase, couro cabeludo ressecado, pontas ressecadas, melhora a densidade da haste. Face: hidratação profunda, umectação, fortalecimento, rosácea, vasos sanguíneos, drenagem linfática, rugas, flacidez, tônus, nutrição e reposição dos ácidos graxos. Corpo: pernas, celulite, circulação, sola dos pés, palma das mãos, cotovelos, joelhos, unhas, inflamação, frieira, dores, ressecamen- tos, escamações, eczemas, irritações, varizes, recuperação, vitamina E. Pés e mãos (unhas e cutículas): Hidratação, regeneração, umectação, proteção, frieiras e rachaduras. Ácidos graxos Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Vitaminas A, B1, B2, B3, B6 e F Minerais A, CL, Co, Cu, Fe, K, Mg, Mn, Na, S, Si e Zn Triticum Vulgare Germ Oil Hidratação Umectação ÓLEO DE ABACATE Persea gratíssima 8024-32-6 Cabelos: caspa, seborreia, queda, dar brilho, melhorar a densidade e flexibilidade dos fios, blindagem de escamas capilares, fortalecimento, hidratação e nutrição. Face: rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, umectação, drenagem linfática, nutrição e vitalização. Corpo: penetração rápida, drenagem linfática, ultrassom, endermoterapia, alta frequência, massagem hidratante, maciez e umectação. Pés e mãos: Hidratação leve e reflexologia podal. Ácidos graxos Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Vitaminas: A, B1, B2 e D. Minerais: K, P, Mg, S, Ca, Na e Cu Persea Gratissima Oil Maciez Umectação Hidratação ÓLEO DE COPAÍBA Copaifera officinalis 8001-61-4 Cabelos: inflamação, couro cabeludo, psoríase, seborreia. Face: pequenas áreas faciais, lábios, inflamações, furos de brinco, herpes, ressecamentos, rugas, manchas, asperezas, hidratação, umectação, regeneração, cicatrização, tonificação, proteção. Corpo: áreas pequenas do corpo, cotovelos, joelhos, unhas, inflamação, frieira nos pés, ressecamentos, escamações, eczemas, irritações, tendinites, tensão nervosa, picada de inseto. Pés e mãos (unhas e cutículas): Hidratação, regeneração, umectação, proteção, frieiras, micoses, inflamações. Ácidos graxos Ácido palmítico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido oleico Ácido linoleico Copaifera Officinalis Resin Anti-inflamatória Analgésica Hidratação INDICAÇÕES 29UNIDADE 1 ÓLEO DE JOJOBA Simmondsia chinensis 61789-91-1 Cabelos: couro cabeludo, caspa, seborreia, queda de cabelo, dar brilho, melhorar a densidade e flexibilidade dos fios, blindagem de escamas capilares, fortalecimento das pontas e maciez. Face: áreas pequenas da face, rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, proteção, acne, drenagem, lábios. Corpo: aplicado associado a outros óleos corporais como de abacate, amêndoas doces, semente de uva, girassol. Pés e mãos: hidratação. Ácidos graxos Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Simmondsia Chinensis Seed Oil Hidratação Umectação Desobstrução Limpeza ÓLEO DE ROSA MOSQUETA WNF Rosa rubiginosa 84603-93-0 Cabelos: inflamação, couro cabeludo, psoríase, cicatrização, pontas quebradiças, ressecamento. Face: pequenas áreas faciais, lábios, inflamações, furos de brinco, herpes, ressecamentos, rugas, manchas, asperezas, hidratação, umectação, regeneração, cicatrização, tonificação, proteção, demaquilante, pós-cirúrgico, queimadura, eczema e feridas. Corpo: pequenas áreas, cotovelos, joelhos, unhas, inflamação, dores, ressecamen- tos, escamações, eczemas, irritações, tendinites, tensão nervosa, picada de inseto, cortes, cicatrizes, pós-cirúrgico, queimadura, feridas. Pés e mãos (unhas e cutículas): hidratação, regeneração, umectação, proteção, frieiras, micoses, inflamação, cicatrização, unhas quebradiças e ressecadas. Ácidos graxos Ácido láurico Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido eicosanóico Ácido linoleico Ácido linolênico Rosa Rubiginosa Seed Oil Regeneração Hidratação Cicatrização ÓLEO DE GIRASSOL Helianthus annuus 8001-21-6 Cabelos: pontas ressecadas, pontas duplas, hidratação. Face: área facial total, rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, umectação, nutrição, vitalização, base universal para uso dos óleos essenciais, manobras intensas, base nas terapias ayurvédicas. Corpo: penetração lenta, ultrassom, endermoterapia, alta frequência, massagem hidratante, maciez, hidratação, umectação, base universal para uso de óleos essenciais, hipoalergênico, antiestrias, flexibilidade, tônus, proteção, modeladora, escaras, pés ou mãos ressecadas. Pés e mãos (unhas e cutículas): hidratação, regeneração, umectação, proteção, frieiras e rachaduras. Ácidos graxos Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido lignocérico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido eicosanóico Ácido erúcico Ácido linoleico Ácido linolênico Helianthus Annuus Seed Oil Umectação Proteção Regeneração Nutrição e hidratação ÓLEO DE MACADÂMIA Macadamia ternifolia 128497-20-1 Cabelos: dar brilho, melhorar a densidade da haste capilar, flexibilidade dos fios, blindagem de escamas capilares, fortalecimento das pontas, maciez e hidratação. Face: áreas pequenas da face, rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, proteção, acne, drenagem, lábios, anti-aging, flacidez, umectação, hipoalergêni- co, alta penetração. Corpo: alta penetração, maciez, flexibilidade, massagem relaxante, massagem detox, drenagem linfática. Pés e mãos: hidratação, regeneração, umectação, proteção, frieiras, rachaduras. Ácidos graxos Ácido láurico Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido eicosanóico Ácido linoleico Ácido linolênico Vitaminas B1, B2 e B3 Minerais K, Ca, Mg, P, Fe, Zn Macadamia Ternifolia Seed Oil Hidratação Umectação Conservação Proteção ÓLEO DE SEMENTE DE UVA Vitis vinifera 8024-22-4 Cabelos: pontas ressecadas, hidratação. Face: área facial total, rugas, manchas, asperezas, ressecamentos, hidratação, umectação, drenagem linfática, nutrição, vitalização, base universal para uso dos óleos essenciais, flexibilidade. Corpo: penetração média/rápida, drenagem linfática, ultrassom, endermoterapia, alta frequência, massagem hidratante, maciez, hidratação, umectação, base universal para uso de óleos essenciais, flexibilidade. Pés e mãos (unhas e cutículas): Hidratação, regeneração, umectação, proteção. Ácidos graxos Ácido mirístico Ácido palmítico Ácido esteárico Ácido araquídico Ácido behênico Ácido palmitoleico Ácido oleico Ácido linoleico Ácido linolênico Vitamina E Vitis Vinífera Seed Oil Regeneração Hidratação e umectação Hipoalergênico Flexibilidade INDICAÇÕES Infográfico 1 - Nomes, conceitos, composição natural e principais indicações dos óleos vegetais Fonte: adaptado de Amaral (2016). 30 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Principais Diferenças entre Óleos Essenciais e Óleos Vegetais Umectação: ocorre pela utilização de substâncias capazes de absorver água do ambiente, reter água da formulação do cosmético e reter a água que está sendo perdida pela camada córnea. Essas substâncias umectantes não permeiam a camada córnea. Psoríase: é uma doença crônica que afeta apele com períodos de exacerbação e remissão. É de causa desconhecida e está relacionada à baixa imunidade e fatores genéticos. Existem vários tipos de psoríase, contudo, a mais comum se apresenta por placas eritematosas, descamativas e o indi- víduo pode apresentar prurido. Seborreia: é o aumento do fluxo sebáceo no folículo piloso de origem genética ou hormonal, princi- palmente a testosterona, que aumenta o volume das glândulas sebáceas. Na apresentação clínica, os poros se encontram dilatados e podem estar presentes em lesões pustulosas (características da hiperplasia da glândula sebácea). As regiões mais afetadas são a face e o couro cabeludo. Eczema ou Dermatite: é uma doença inflamatória crônica da pele, intensamente pruriginosa, que acomete todas as faixas etárias, porém é mais comum na infância. Quanto às lesões, na fase aguda predominam pápulas eritematosas, vesiculação com exsudato seroso, erosão e escoriações tipo crosta. Na fase crônica, observam-se placas descamativas espessas e liquenificação. Fontes: Borges e Scorza (2016); Clinica Médica (2016). Figura 6 – Óleo essencial e Óleo vegetal de capim-limão (capim-cidreira) Para finalizar este tópico, serão apresentadas algumas diferen- ças dos óleos essenciais e ve- getais. Qualquer um dos dois, como já visto anteriormente, são produzidos por plantas e não se misturam em água. No entanto, apesar dessa seme- lhança básica, existem muitas diferenças naturais entre ambos. A Tabela 3, a seguir, apre- senta algumas funções, carac- terísticas e finalidades dos óleos essenciais e vegetais. Estude-a com muita aten- ção, pois estas informações são primordiais para sua apli- cação prática. 31UNIDADE 1 Tabela 3 - Funções, características e finalidades dos óleos essenciais e dos óleos vegetais CONCEITOS GERAIS ÓLEO VEGETAL ÓLEO ESSENCIAL Ácidos Graxos Sim Não Afinidade com a pele Fisiológica Metabólica Aplicação em cosmético Até 30% da fórmula Até 2% da fórmula Aplicação média no corpo 10 ml / aplicação 8 gotas / aplicação Armazenagem Frasco âmbar, pet ou vidro Franco âmbar vidro Aroma Óleo de cozinha Aroma da planta Atividade Base Princípio ativo Capilaridade Boa Maior Conservação Necessita de antioxidante Autoconservante Contaminação Sim Não Deslizamento Alto Baixo Durabilidade sem conservante 3 anos Imperecível Emoliente Sim Não Espalhabilidade Boa Menor Hidratante Sim Não Misturam em água Não Não Misturam-se entre si Sim Sim Natureza física Óleo fixo Etérea Preço Menor Maior Puro sobre a pele Sim Não, com raras exceções Solúvel em álcool Não Sim Termo resistência Alta Baixa Umectante Sim Não Volatilidade Não Sim Fonte: adaptado de Amaral (2016). 32 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Cada óleo essencial possui suas propriedades te- rapêuticas, sendo assim, como um profissional promotor da saúde, devemos conhecer bem o re- curso que está em nossas mãos associado com um anamnese detalhado de nosso paciente/cliente, para não cometermos erros simples, tais como aplicar um óleo indicado para dores de cabeça em um indivíduo com esta queixa, mas que não gosta do aroma da planta. Conhecendo os Óleos Essenciais 33UNIDADE 1 A Importância da Nomenclatura Botânica das Plantas Aromáticas para a Aplicação Correta dos Óleos Essenciais Anteriormente, vimos que, para a correta identificação dos óleos vegetais e para atestar sua pureza, devemos atentar-nos com o nome científico da sua planta de origem e também o INCI name presentes no rótulo (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Para os óleos essenciais não é diferente, pois é por meio da taxonomia e da nomenclatura botânica das plantas aromáticas (seu nome científico) que conseguimos identificar as propriedades terapêuticas de cada óleo essencial de forma individual. A nomenclatura popular dos óleos essenciais possui muitos sinônimos, que acabam confundindo os usuários e trazem insegurança na aplicação. Além disso, duas plantas do mesmo gênero podem produzir óleos essenciais diferentes. Por isso, é importante conhecermos o nome científico da espécie de uma planta que nada mais é do que a junção do seu gênero seguido de um único epíteto específico. Por exemplo: EUCALYPTUS (gênero) + GLOBULUS (epíteto) = Eucalyptus globulus. EUCALYPTUS (gênero) + RADIATA (epíteto) = Eucalyptus radiata. Note que, apesar de serem do mesmo gênero, são espécies diferentes e, portanto, podem produzir óleos essenciais dife- rentes com propriedades tera- pêuticas diferentes (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Outro exemplo muito im- portante é o da Lavanda. Ela é uma planta encontrada em quintais do Brasil e também cultivada na França; no entanto, a primeira é rica em substâncias estimulantes do Sistema Nervo- so Central (SNC), enquanto a segunda é rica em substâncias sedativas do SNC: • Lavanda cultivada no Brasil: LAVANDULA (gênero) + DENTATA (epíteto) = Lavandula dentata. Seu óleo essen- cial é rico em substâncias estimulantes do SNC. • Lavanda cultivada na França: LAVANDULA (gênero) + AN- GUSTIFOLIA (epíteto) = Lavandula angustifólia. Seu óleo essencial é rico em substâncias sedativas do SNC. Existem inúmeros exemplos, por isso reforço que os interessados que pretendam trabalhar com os óleos essenciais devem buscar mais informações e aprofundar-se no estudo de cada um (AMARAL, 2016; FERRAZ, 2019). Não é possível garantir que um óleo essencial seja eficaz em um tratamento se ele não estiver enquadrado no padrão da literatura internacional que indica o seu uso. É necessário evitar, a qualquer custo, a aquisição de óleos es- senciais sem o nome científico da planta de origem (informação que deve ser apresentada no rótulo), pois só assim você conseguirá classificar corretamente seu óleo para utilização. 34 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas Principais Óleos Essenciais da Atualidade Agora que você conheceu um pouco sobre a história dos óleos essenciais, suas características, as princi- pais diferenças com essências sintéticas e óleos vegetais, será apresentado os principais óleos essenciais da atualidade e suas indicações terapêuticas. Vamos lá? A mistura de dois ou mais óleos essenciais resulta em um blend ou sinergia. Fonte: Amaral (2016, p. 24). Tabela 4 - Óleos essenciais de A a Z Óleo Essencial Nome Botânico (Científico) Propriedades / Ações Usos / Indicações Terapêuticas Frase que representa o óleo ALECRIM Rosmarinus officinalis - Tônico; - Estimulante; - Atua no sistema circulatório. - Pernas; - Celulite; - Pressão baixa; - Fraqueza; - Queda de Cabelo; - Caspa; - Transformação; - Autoconfiança; - Decisão. Alecrim é ação, movimento e mudança. CEDRO Juniperus virginiana - Protetor; - Fortalecedor; - Atua no sistema circulatório; - Antisséptico. - Varizes; - Hemorroida; - Celulite; - Queda de Cabelo; - Caspa; - Acne; - Contra traças e insetos; - Meditação. Cedro é solidez, purificação e integridade. CIPRESTE Cupressus sempervirens - Tônico; - Adstringente; - Atua no sistema circulatório; - Antisséptico aéreo; - Antigripal; - Purificador. - Pernas; - Celulite; - Hemorroida; - Edema; - Tendinite; - Dores; - Reumatismo; - Gengivite. Cipreste é limpeza, expansão, rigidez e fortalecimento. 35UNIDADE 1 CITRONELA Cymbopogon nardus - Anti-infeccioso; - Bactericida; - Espasmolítico; - Antisséptico aéreo; - Fungicida. - Repelente; - Artrite; - Dores; - Reumatismo; - Sinusite; - Congestão nasal. O óleo de citronela simboliza o verão, o pôr do Sol, aquele fim de tarde agradável nos climas tropicais. CRAVO FOLHA Eugenia caryophyllus - Anestésico local; - Analgésico; - Antisséptico; - Viricida; - Fungicida. - Tratamentos dentários; - Gengiva; - Dores; - Artrite; - Reumatismo; - Verrugas; - Fungos. Cravo é força e recuperação física, atitude e confiança emocional. EUCALIPTO Eucalyptus globulus - Mucolítico; - Expectorante; - Descongestionante. - Melhorar e expandir a respiração; - Rinite; - Sinusite; - Gripo; - Resfriado; - Congestão nasal; - Sauna. Eucaliptoé liberdade, é expansão, ele renova a energia e mantém o olho aberto com foco na vida. ERVA-DOCE Foeniculum vulgare - Espasmolítico; - Galactogênico; - Regulador e facilitador da produção de hormônios (mulheres); - Emenagogo. - Sistema digestivo; - Flatulência; - Dispepsia; - Gastralgia; - Parasitose; - Dispneia nervosa; - Asma; -Bronquite; - Dores lombares; - Dores Estomacais; - Cólica. Erva-Doce é carinho, paz e equilíbrio. Ela ajuda a encontrar o conforto e o prazer físico e emocional. GERÂNIO Pelargonium graveolens - Clareador; - Rejuvenescedor; - Anti-idade; - Homogeneizador; - Hidratante; - Antidepressivo. - Rugas; - Manchas; - Hidratação; - Ressecamento; - Maciez; - Limpeza; - Envolvimento; - Maturidade; - Menopausa; - Agitação; -Ansiedade; - Eczema; - Depressão; - Medo; - Situações de perda e luto. Gerânio é a maturidade feminina, alinhada, nobre e sofisticada. 36 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas GRAPEFRUIT Citrus grandis, Citrus máxima, Citrus paradise - Lipolítico; - Antidepressivo; - Revigorante; - Digestivo; - Diurético; - Desintoxicante; - Enrijecedor. - Celulite; - Tônus; - Detox; - Gordura localizada; - Flacidez; - Sistema linfático; Inapetência; - Depressão; - Acne; - Oleosidade; - Convalescença; - Circulação. Grapefruit é energia pura, tem afinidade com o sol, com o verão, com a vitalidade e saúde. LARANJA DOCE Citrus aurantium dulcis - Lipolítico; - Desintoxicante; - Antidepressivo; - Antisséptico; - Hipotensor; - Emoliente; - Adstringente. - Sistema digestivo; - Celulite; - Tônus; - Detox; - Gordura localizada; - Flacidez; - Sistema linfático; Inapetência; - Depressão; - Acne; - Oleosidade; - Manchas; - Medo; - Equilíbrio; - Convalescença; - Circulação. O óleo de Laranja Doce é leveza, doçura infantil que conquista a alegria e a felicidade brincando. LAVANDA Lavandula augustifolia, Lavandula officinalis, Lavandula vera. - Antisséptico; - Cicatrizante; - Regenerador Celular; - Calmante; - Tranquilizante; - Relaxante muscular. - Estresse; - Insônia; - Tensão nervosa e muscular; - Cólicas; - Dores; - Inflamações; - Queimaduras; - Assaduras; - Cortes; - Feridas; - Pancadas; - Coceiras; - Eczemas; - Úlceras; - Harmonização; - Relaxamento; - Repouso. Lavanda é o colo da mãe num abraço harmonioso, incondicional, afetivo e carinhoso. É cuidar, é limpar. 37UNIDADE 1 LEMONGRASS Cymbopogon schoenanthus, Cymbopogon citratus - Lipolítico; - Diurético; - Desintoxicante; - Tônico Digestivo; - Vasodilatador; - Antiviral; - Lipolítico; - Desinfetante; - Repelente; - Equilibrante. - Oleosidade; - Celulite; - Equilíbrio; - Criatividade; - Memória; - Concentração; - Raciocínio; - Purificação; - Renovação. Lemongrass é atitude, é trabalho, é transformação pelo conhecimento. MELALEUCA (TEA TREE) Melaleuca alternifolia - Antisséptico; - Antiviral; - Fungicida; - Parasiticida; - Bactericida; - Germicida; - Cicatrizante; - Vermífugo; - Hipotérmico; - Regenerador; - Estimulante. - Sistema Imunológico; - Caspa; - Seborreia; - Candidíase; - Onicomicose; - Analgesia; - Acne; - Oleosidade; - Calos; - Frieiras; - Fungos. O óleo de Melaleuca é a regeneração, a volta ao estado natural da saúde. MENTA Mentha piperita - Adelgaçante; - Refrescante; - Constritor; - Analgésico; - Hipotérmico; - Anti-inflamatório; - Cefálico; - Bactericida. - Flatulência; - Repelente de mosquito; - Vômito; - Enjôo; - Náusea; - Enxaqueca; - Cansaço; - Inchaço; - Dor de cabeça; - Halitose. O óleo de Menta é a compactação, a renovação da energia, o frio refrescante e renovador. PALMAROSA WNF Cymbopogon martini - Emoliente; - Clareador; - Tônico para a pele; - Flexibilizante; - Antirrugas; - Antiflacidez; - Hidratante. - Face; - Rugas; - Manchas; - Ressecamento; - Maciez; - Limpeza; - Envolvimento; - Maturidade; - Menopausa; - Agitação; - Ansiedade; - Flacidez. Palmarosa é a brisa fortalecedora, impregnada de esperança e altivez. 38 Óleos Essenciais, Vegetais e Essências Sintéticas PATCHULI Pogostemon cablin - Antisséptico; - Cicatrizante; - Citofilático; - Febrífugo; - Bactericida; - Fungicida; - Anti-inflamatório; - Tônico; - Calmante; - Relaxante; - Afrodisíaco; - Regenerador; - Hidratante; - Umectante. - Varizes; - Hemorroida; - Eczemas; - Dermatoses seborreicas; - Rachaduras nos pés e mãos; - Escaras; - Escamações; - Acne; - Alergias; - Parasitoses; - Alinha o físico e o emocional. O Patchuli é como uma película protetora que envolve o nosso corpo e a nossa alma. ROSA Rosa damascena, Rosa centifolia, Rosa anatolia - Antiaging; - Antirrugas; - Homogeneizador; - Emoliente; - Clareador. - Face; - Rugas; - Manchas; - Hidratação; - Ressecamento; - Maciez; - Limpeza; - Envolvimento; - Maturidade; - Menopausa; - Agitação; - Ansiedade; - Eczema; - Depressão; - Medo; - Perda; - Luto. Rosa é nobreza, delicadeza e poder transformador para percepção da verdade. SÂNDALO AMYRIS Amyris Balsamifera - Hidratante; - Descongestionante; - Desintoxicante; - Flebotônico. - Face; - Rugas; - Manchas; - Hidratação; - Ressecamento; - Maciez; - Limpeza; - Envolvimento; - Maturidade; - Menopausa; - Agitação; - Ansiedade; - Depressão; - Medo; - Perda; - Luto. Sândalo amyris é o prazer, a doçura, a autoconfiança, sentidos de forma sólida e profunda. 39UNIDADE 1 TOMILHO Thymus vulgaris - Antifúngico; - Antisséptico; - Cicatrizante; - Imunoestimulante. - Onicomicoses; - Fungos; - Verruga plantar; - Calos; - Acne; - Furúnculos; - Estresse; - Fadiga; - Insônia; - Bronquite; - Dor de cabeça; - Amigdalite; - Tosse; - Laringite; - Halitose; - Sinusite. Tomilho é desinfecção, força que limpa, purifica e recupera a vitalidade natural. YLANG-YLANG Cananga odorata - Hipotensivo; - Sedativo; - Afrodisíaco; - Emoliente; - Antidepressivo; - Euforizante; - Hipotensivo; - Sedativo. - Menopausa; - Pele ressecada; - Frigidez; - Diabetes; - Palpitação; - Raiva; - Hiperpneia; - Depressão; - Regular o ciclo menstrual; - TPM. Ylan-Ylang é uma brisa mágica e misteriosa, que seduz, atrai e envolve. Harmoniza quem se entrega a ele. ZIMBRO (Junípero) Juniperus communis - Tônico; - Adstringente; - Diurético; - Antisséptico aéreo; - Antigripal; - Purificador. - Sistema circulatório; - Sistema linfático; - Edemas; - Hemorroida; - Celulite; - Tendinite; - Dores; - Reumatismo. Zimbro é rigidez, força e acerto. Foco na objetividade e na presença de espírito. Fonte: elaborada pela autora. Existem inúmeros outros óleos essenciais tão importantes e conhecidos quanto os apresentados. Agora, convido você a buscar esses óleos (nas referências indicadas neste livro) e estudar muito para aprofundar-se e especializar-se cada vez mais neste mundo maravilhoso da aromaterapia. Com isso, chegamos ao fim da nossa primeira unidade. Aqui, você aprendeu um pouco sobre os óleos essenciais, óleos vegetais e essências sintéticas. Você obteve uma base teórica para avançarmos no conteúdo e aplicarmos as propriedades dos óleos essenciais nos tratamentos clínicos, ou seja, para, de fato, utilizarmos a Aromaterapia. 40 Você pode utilizar seu diário de bordo para a resolução. 1. O Óleo Essencial é todo grupo de princípio ativo natural, de poder volátil e fragrância variável, proveniente de partes das plantas. Na espécie vegetal em que se encontra, ele participa de várias atividades importantes, por exemplo, o metabolismo, a proteção e a conservação. Diante do exposto e a respeito das características dos óleos essenciais, analise as afirmações a seguir: I) São relativamente fluidos e a maioria é opticamente ativa. II) Todos têm densidade menor que a da água e coloração preta. III) Sua coloração é variável e seu índice de refração é alto. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. 2. Alguns tratamentos com óleos essenciais consistem na aplicação destes na pele do paciente. Para essas técnicas, é preciso que o óleo essencialesteja associado a uma substância, chamada de base, como os óleos vegetais. Diante do exposto e do conteúdo estudado nesta unidade, aponte três carac- terísticas dos óleos vegetais. 3. No mercado atual, existem inúmeros óleos essenciais disponíveis para tratamen- tos. Cada um com suas propriedades e indicações terapêuticas específicas. Um bom profissional sabe avaliar bem o seu paciente e escolher o óleo essencial que melhor se enquadra em suas necessidades. Diante do exposto e dos conteúdos apresentados nesta unidade, escolha dois óleos essenciais e, para cada um, aponte duas propriedades e duas indicações terapêuticas. 41 O Guia Completo dos óleos Essenciais. Como usar os óleos essenciais para a saúde, a beleza e o bem-estar Autor: Gill Farrer-Halls Editora: Pergaminho Sinopse: nesse livro, a especialista Gill Farrer-Halls ensina você a usufruir de todos os benefícios dos óleos extraídos de plantas aromáticas para tranquilizar o corpo e a mente, aliviar os males mais comuns e preparar seus próprios cos- méticos e tratamentos de pele em casa. São 40 receitas passo a passo, como creme antienvelhecimento para o rosto, repelente de insetos, tônico capilar e receitas culinárias. Um livro indispensável para todos que querem integrar o mundo fascinante dos aromas ao dia a dia e ter uma vida mais saudável, natural e equilibrada. LIVRO 42 AMARAL, F. Técnicas de Aplicação de Óleos Essenciais – Terapias de Saúde e Beleza. São Paulo: Cengage Learning, 2016. BORGES, F. dos S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética: Conceitos e Técnicas. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2016. CLÍNICA MÉDICA. Alergia e imunologia clínica, doenças da pele, doenças infecciosas e parasitárias. 2. ed. Barueri: Manole, 2016. Volume 7. CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Editora Senac, 2010. FERRAZ, A. Guia Completo da Aromaterapia para Iniciantes. Como usar a Aromaterapia para Transformar sua Saúde e Equilibrar suas Emoções. Viver de Aromas, on-line. Disponível em: https://viverdearomas.com. br/wp-content/uploads/2019/10/Guia_completo_da_aromaterapia_para_iniciantes_2019-2_compresso.pdf. Acesso em: 05 dez. 2019. MIRANDA, C. A. S. F.; CARDOSO, M. das G.; BATISTA, L. R.; RODRIGUES, L. M. A.; FIGUEIREDO, A. C. da S. Óleos essenciais de folhas de diversas espécies: propriedades antioxidantes e antibacterianas no crescimento espécies patogênicas. Revista Ciência Agronômica, v. 47, n. 1, p. 213-220, 2016. PRICE, S. Guia Prático da Aromaterapia: Como usar os óleos essenciais para ter saúde e vitalidade. 6. ed. São Paulo: Siciliano, 1996. REFERÊNCIAS ON-LINE 1Em: https://www.dicio.com.br/peciolo/. Acesso em: 05 dez. 2019. 2Em: https://www.ambarbaltico.com.br/o-que-e-ambar-baltico. Acesso em: 05 dez. 2019. 3Em: https://www.dicio.com.br/polimata/. Acesso em: 05 dez. 2019. https://www.dicio.com.br/peciolo/ https://www.ambarbaltico.com.br/o-que-e-ambar-baltico https://www.dicio.com.br/polimata/ 43 1. D. 2. • Ricos em ácidos graxos; • Ricos em vitaminas; • Ricos em nutrientes, como os sais minerais; • Promovem maciez e umectação na pele; • Penetram de forma rápida leve e suave na pele; • Auxiliam na manutenção da hidratação natural da pele; • Auxiliam na redução da velocidade de desidratação, diminuindo a perda de água transdérmica da pele; • Não deixam a pele oleosa. 3. Exemplos: 1) • Óleo essencial: Alecrim. • Propriedades: tônico e estimulante. • Indicações terapêuticas: para celulite e para melhorar a autoconfiança do paciente. 2) • Óleo essencial: Gerânio • Propriedades: clareador e antidepressivo. • Indicações terapêuticas: para manchas na pele e para pacientes com depressão. 3) • Óleo essencial: Melaleuca • Propriedades: antisséptico e fungicida. • Indicações terapêuticas: para caspa e fungos. 44 PLANO DE ESTUDOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conhecer a origem e a evolução da aromaterapia na história. • Associar a aromaterapia com o uso dos óleos essenciais e entender a definição desse termo. • Compreender a diferença de aromaterapia e aromacologia. • Conhecer a ciência chamada osmologia, bem como entender a relação do olfato com os sentimentos de bem-estar. • Apresentar as estruturas do nariz e do sistema límbico responsáveis pela captação, processamento e resposta aos odores. A Origem da Aromaterapia Aromaterapia e o Uso dos Óleos Essenciais Osmologia O OlfatoAromacologia Me. Fernanda Gomes Lodi Aromaterapia A Origem da Aromaterapia Olá, aluno(a)! Agora que você conheceu os óleos essenciais e suas propriedades terapêuticas, en- tenderá um pouco sobre a ciência que utiliza as essências para benefício da saúde e bem-estar. Primeiramente, estudaremos o conceito e a origem do termo “aromaterapia”, bem como sua relação com os óleos essenciais. Em seguida, você será apresentado ao estudo dos cheiros, ou seja, como nosso corpo se com- porta com determinados odores, quais estruturas estão envolvidas e qual a relação com os resulta- dos em tratamentos clínicos. O uso de substâncias aromáticas para fins te- rapêuticos e de embelezamento é relatado desde muitos anos a.C. Diversas culturas orientais uti- lizavam plantas, defumação e incensos em seus rituais e em sua medicina. 47UNIDADE 2 Inúmeros relatos e dados históricos são encontra- dos na literatura e, de forma sucinta, serão apre- sentados a seguir. Começaremos com indícios do uso destas substâncias de, aproximadamente, 7 mil anos a.C., em que peças de cerâmica, que seriam utilizadas para guardar líquidos e incensórios para a quei- ma de ervas, foram encontradas nas civilizações chamadas de Oriente Próximo (Mesopotâmia, Irã e países do Levante, que se estendia da índia ao Mar Mediterrâneo) (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). No período chamado Neolítico (4 mil anos a.C.), os homens das tribos cultivavam plantas e extraíam óleos graxos vegetais através da pressão aplicada por meio de pedras. Nessa época, já era conhecida a toxicidade de algumas plantas que passaram a ser usadas com cuidado (AMARAL, A defumação é o processo de expor alguns tipos de alimentos à fumaça proveniente da queima de partes de plantas, com o objetivo de os conservar e modificar o seu sabor. Fonte: adaptado de Gava, Da Silva e Frias (2008). 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREI- RA, 2014). Anos depois, aproximadamente 3 mil anos a.C., estudos demonstram, diversas atividades aromáti- cas no Antigo Egito. Essas variam desde o uso de incensos em rituais até a mumificação – procedi- mento feito com bandagens contendo substâncias provenientes de plantas aromáticas, destinadas à conservação do corpo, ou seja, substâncias de óleos essenciais que, milhares de anos depois, puderam ser identificadas, tamanho seu grande poder de conservação (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Esta cultura (Figura 1) é descrita como a mais aromatizada do passado e foi marcada pelo uso de diversas plantas, óleos e resinas – substâncias consideradas valiosíssimas e de uso restrito de sacerdotes e faraós. Figura 1 - Representação da cultura egípcia em um mural com hieróglifos e símbolos egípcios https://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Fuma%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Conserva%C3%A7%C3%A3o_de_alimentos 48 Aromaterapia Entre 2551 e 28 a.C., foram datados os primeiros registros sobre o uso das ervas na medicina, após o desenvolvimento da técnica de fabricação do papiro (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Na tumba do faraó Quefén, guardada pela esfinge de Gizé, eram realizadas oferendas devocionais de incenso e olíbano. Na tumba de Tutancamon (1550-1295 a.C.), foram encontrados óleos aro- máticos de cedro, coentro, mirra, olíbano e zimbro (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). O olíbano é uma resina aromática usada para ritos religiosos, incensos e perfumes. Na Figura 2, podemos observar uma resina de olíbano de alta qualidade de Dhofar, Omã e Mirra da Etiópia.Figura 2 - Olíbano Em meados do século V, os registros referem-se às culturas Gregas, Etruscas e Romanas. O uso de aromas nesta época ainda é demons- trado nas castas nobres e nos rituais religiosos (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Aponta-se a presença de incensórios e defumadores em obras de arte e na decoração doméstica, assim como vasos e recipientes para o armazenamento de unguentos, pomadas, mel e, provavelmente, óleos vegetais. Nessa época, materiais como o bronze, a terracota, a prata, entre outros aparecem como matéria-prima (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Até aqui, não se tem relatos de destilação. No entanto, essas in- formações auxiliam na compreensão de como a cultura do perfume, da higiene pessoal, do conhecimento das ervas, da farmácia e da medicina foram, aos poucos, sendo desenvolvidas. 49UNIDADE 2 A partir do século VII, na Idade Média, por meio de registros das antiguidades Islâmicas, percebemos a evolução dos materiais metálicos e, com ela, o surgimento dos destiladores, dando início à era do perfume sólido, da fumaça, do unguento e da resina (AMA- RAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). A destilação, descoberta por Avicena, como vimos na Unidade 1, permitiu chegar aos princípios ativos de forma líquida que, quando provenientes de plantas aromáticas, são óleos essenciais; com a as- sociação destes a outras substâncias, formam os perfumes líquidos (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). Não podemos, historicamente, separar o óleo essencial do perfu- me, como vocês puderam perceber. Um sempre dependeu do outro, tanto na busca pelo prazer como em seu entendimento e ligação com o comportamento humano. Primeiro, veio Avicena, com a extração do óleo essencial mais parecido com o que temos. Em seguida, os alquimistas, com a refrigeração dos produtos destilados e, por fim, descobriu-se o álcool, dando origem ao perfume líquido. A palavra perfume tem sua origem no latim “per fumum”, que quer dizer “através da fumaça”. Isto porque, desde a antiguidade, o homem cultivava plantas e fazia fogo para assar a caça e se aque- cer, e passou a sentir cheiros à medida que usava o fogo, pois cada madeira, cada erva, cada folha ou flor que contenha um pouco de óleo essencial em sua estrutura vegetal libera uma névoa aromáti- ca e duradoura no ambiente quando queimada (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Com este longo percurso, finalizando na criação do perfume, a humanidade concluía uma de suas etapas na busca pela posse do aroma agradável para a manutenção de seu corpo e ambientes. Seguindo esse caminho do perfume, para chegar aos dias atuais e finalizar nosso tour pela história, é importante ressaltar que, por volta do ano de 1200, os perfumistas foram reconhecidos como profissionais pelo rei Felipe Augusto II, que concedeu licença à abertura de locais para a comercialização de essências (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). Em 1492, com a descoberta da América, muitas plantas até en- tão desconhecidas chegaram à Europa, mas foi apenas no século XVII que a perfumaria foi difundida pelo mundo (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; FERREIRA, 2014). 50 Aromaterapia Nesta mesma época, os óleos essenciais caíram em desuso, pois devido ao avanço da pesquisa científica, foram substituídos por substâncias sintéticas com maior poder de cura em menor tempo e passaram a ser vistos apenas por sua propriedade em perfumar. Apenas no século XIX, em meados de 1928, os óleos essenciais voltam a ser reconhecidos por seus poderes curativos. Isto porque o francês René Maurice de Gattefossé sofreu queimaduras em um acidente ocorrido em seu laboratório e, sem perceber, mergulhou as mãos em um recipiente contendo óleo essencial de Lavanda, pensando que fosse água. Para sua surpresa, a dor passou e ocorreu cicatrização do ferimento sem infecção (AMARAL, 2016; ANDREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). A partir deste evento, estudiosos passaram a investigar, por meio de pesquisas, as atividades terapêuticas dos óleos essenciais, sendo assim, instituída finalmente no mundo, o termo Aromaterapia, que é a cada dia mais valorizada, devido às comprovações científicas de sua eficácia para a saúde. Após este fato, podemos encontrar relatos de diversas práticas aromaterápicas usadas na Segunda Guerra Mundial para tratar os feridos no livro Aromatherapie, escrito em 1964 por Jean Valnet (AN- DREI; DEL COMUNE, 2005; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). Pudemos observar que, na história da humanidade, à medida que as civilizações progrediam, procuravam por formas de obter e armazenar os preciosos produtos aromáticos. Nas últimas décadas, houve um aumento significativo na busca dos aromas e seus poderes terapêuticos. Este fato pode ser confir- mado com o surgimento de instituições dedicadas apenas ao estudo e divulgação das propriedades dos óleos essenciais. Hoje, no mundo civilizado, todas as pessoas têm acesso a algum tipo de perfume e/ou óleo essencial, o que é importante e reforça a necessidade do nosso conhecimento e constante atualização sobre suas ações, efeitos e propriedades terapêuticas. 51UNIDADE 2 Agora que conhecemos um pouco da história do uso das plantas aromáticas, vamos entender o que significa o termo “AROMATERAPIA”. Aromaterapia é um ramo da ciência chama- da fitoterapia e consiste no conjunto de técni- cas de inalação, administração oral e tópica de aplicação de óleos essenciais com finalidades terapêuticas, de bem-estar e de embelezamento (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010; PENTEA- DO, 2019; PRICE, 1996). São práticas naturais e não invasivas capazes de atuar não só no sintoma ou na doença, mas também na manutenção do equilíbrio físico e emocional do organismo, dando a esta tera- pêutica uma característica holística (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2002; FERRAZ, 2016; PEN- TEADO, 2019). Esta abordagem complementar tem por base a complexa relação entre o sistema nervoso, o olfato e o resto do organismo, assunto que será discutido mais adiante. Aromaterapia e o Uso dos Óleos Essenciais 52 Aromaterapia Diante disso, quando falarmos em aromaterapia, devemos, primeiramente, remeter à função odorífera e, em seguida, lembrar das seguintes características (AMARAL, 2016): 1. Só é aromaterapia aquela prática de saúde ou beleza na qual se utiliza o óleo essencial como ativo principal da técnica. 2. A técnica não pode conter nenhuma outra substância que altere a característica natural da atividade do óleo essencial. 3. O resultado esperado deve ser a atividade da propriedade do óleo essencial. Reforçamos, com isto, a informação de que o uso de óleos essenciais e a aromaterapia andam de mãos dadas em um caminho de crescimento contínuo desde muito tempo. Pode-se dizer que a década de 80 representou o renascimento da aromaterapia, sendo o momento de conhecimento fármaco-químico, de aprimora- mento, aperfeiçoamento e expansão das atividades com óleos essenciais. No Brasil, a aromaterapia começou a popula- rizar-se, de fato, em 1995, época em que se conso- lidou o trabalho de empresas e profissionais que sustentam esse setor no nosso País (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). Para a prática do uso de óleos essenciais por profissionais de saúde e beleza, estes devem en- tender bem o que é a aromaterapia e sua relação com o óleo essencial e vice-versa. O universo dos óleos essenciais é maior que o da Aromaterapia, pois eles, como vimos até aqui, são os princípios ativos amplamente utilizados pela indústria; são matérias-primas das indústrias far- macêuticas, de cosméticos e de perfumes, e tam- bém das indústrias veterinária, saneante e agrícola (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CORAZZA, 2002; FERREIRA, 2014). O fato de os óleos essenciais constituírem um universo tão abrangente é positivo para a aromate- rapia,pois todos esses setores estão constantemen- te se expandindo e desenvolvendo cada vez mais suas pesquisas e estudos sobre o tema. 53UNIDADE 2 Atualmente, alguns países, como a Inglaterra e a França, são os que mais realizam pesquisas sobre o uso dos óleos essenciais na terapêutica, mas países como os Estados Unidos, o Brasil, a Austrália e o Egito também têm feito a sua parte (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CO- RAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). No Brasil, em 1985, foi realizado o I Simpó- sio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), com a finalidade de avaliar o desenvolvimento das pes- quisas daquela época e colher subsídios para os próximos anos. Muitos eventos aconteceram depois deste e acontecem até hoje. Eles visam apresentar novos estudos sobre os óleos essenciais, bem como os tratamentos propostos. Junto a este crescente interesse pela área, au- mentou também a indústria de produtos sintéticos, os quais não podem ser comparados aos naturais, por não possuírem os mesmos efeitos terapêuticos. Todo esse conhecimento está na base do desen- volvimento da aromaterapia, sinalizando que, cada vez mais, devemos estudar os recursos oferecidos pelas plantas aromáticas e seus óleos essenciais, assim como desvendar os mistérios do corpo hu- mano em suas relações com o universo dos odores (ANDREI; DEL COMUNE, 2005; BRITO et al., 2013; CORAZZA, 2010; FERREIRA, 2014). O tratamento aromaterápico oferece inúme- ras possibilidades, que relacionam problemas diversos, como indigestão, infecções, fadiga ou insônia, aos óleos essenciais e aos diversos mé- todos de aplicação mais indicados para cada uso (CORAZZA, 2010). Para finalizar este tópico, é importante destacar que muitas pessoas entendem como sendo iguais a aromaterapia e aromacologia. No entanto, apesar de os dois termos se referirem a estudos relacio- nados ao aroma, a aromacologia não se propõe a aplicações terapêuticas, dedicando-se, principal- mente, às questões sensoriais. Veremos um pouco mais sobre esta ciência a seguir. 54 Aromaterapia Aromacologia é o termo utilizado para definir a psicologia do olfato e descrever as inter-relações entre os aromas e seus efeitos psicofisiológicos, ou seja, estuda o que nós chamamos de cheiros relaxantes, estimulantes, polarizantes, mascu- linos, femininos, infantis, alegres, refrescantes, entre outros adjetivos (AMARAL, 2016; CO- RAZZA, 2010). Segundo Corazza (2010), este termo foi criado em 1989, pelo Sense of Smell Institute, de Nova York, que é uma fundação de pesquisa do olfato, sendo uma área de conhecimento bastante nova, que dará fundamento científico à aromaterapia. A aromacologia é, portanto, uma ciência em pleno desenvolvimento, que promoverá a inte- gração entre diversas áreas, tais como a neurofi- siologia, a química, a cosmetologia etc., trazendo avanços tecnológicos para as fragrâncias e levan- do à elaboração de compostos aromáticos capazes de trazer bem-estar e harmonia para as pessoas, além, é claro, de agradar o olfato (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). Aromacologia 55UNIDADE 2 Como comentado anteriormente, é comum a confusão dos ter- mos aromacologia e aromaterapia, no entanto, existem duas dife- renças básicas entre ambas: quanto à aplicação e quanto ao foco (AMARAL, 2016). 1ª. Quanto à aplicação: a) A aromaterapia utiliza apenas óleos essenciais puros e na- turais, preconizando sua aplicação no corpo e no ambiente de forma terapêutica. b) A aromacologia utiliza óleos essenciais, essências e fragrân- cias sintéticas, preconizando sua aplicação no corpo e no ambiente para fins de perfumação funcional. O objetivo é o desenvolvimento de um produto para o consumo, no qual o aroma esteja alinhado a uma função, de modo a comple- mentar a funcionalidade do produto. 2ª. Quanto ao foco: a) O foco da aromaterapia é a melhora do estado físico e psí- quico e/ou emocional de um indivíduo, por meio de técnicas específicas de aplicação. b) O foco da aromacologia é entender como uma fragrância ou essência podem influenciar o humor e o comportamento dos indivíduos por meio de produtos de consumo habituais e da perfumação do corpo ou do ambiente. Todas as fragrâncias, naturais ou sintéticas, podem receber uma classificação, e com o avanço da aromacologia, teremos um en- tendimento mais profundo da linguagem destas fragrâncias e das respostas físicas e emocionais que provocam no ser humano. Agora que vimos a diferença de aromacologia e aromaterapia, vamos complementar nosso conhecimento estudando a anatomia, neurofisiologia e a química do olfato, mostrando como a ciência moderna explica esse engenhoso caminho que o aroma percorre até chegar ao nosso cérebro, onde, mais precisamente no sistema límbico, causará reações psicofisiológicas inconscientes. 56 Aromaterapia Osmologia, do grego “os” = cheiro e “logos” = ló- gica, é um ramo da ciência que estuda o olfato e os odores. Por meio da compreensão dos meca- nismos da influência que o odor exerce sobre um indivíduo, ela nos dá o entendimento de como o ser humano reage aos odores e, assim, classifica as substâncias aromáticas e busca reproduzir sua ação em outros indivíduos (AMARAL, 2016; CO- RAZZA, 2010). O Olfato é um dos nossos cinco sentidos bá- sicos e refere-se à capacidade de captar odores com o sistema olfativo, e odores, por sua vez, são emanações invisíveis que se desprendem de um corpo (eflúvios) e afetam o olfato. Ainda que invisíveis, os odores são formados de moléculas – no caso, moléculas odoríferas – que evocam memórias e provocam sensações, as quais se convertem em reações físicas e compor- tamentais (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). Osmologia 57UNIDADE 2 É sabido que o olfato é o mais evocativo dos sentidos, fazendo a conexão entre memórias, instintos e prazer, e estudá-lo de manei- ra mais completa significa entender os segredos que envolvem a escolha de um perfume ou as memórias que um odor pode trazer. Cada pessoa possui uma assinatura aromática, ou seja, os pro- dutos odorizantes de sua preferência, construídos ao longo de sua vida, com base em experiências vivenciadas de forma positiva ou negativa e em sua personalidade (Figura 3). Figura 3 - O olfato e as memórias afetivas Se os cheiros não se conectassem aos eventos que vivenciamos e ao modo peculiar de cada um lidar com tais eventos, nós poderíamos usar a mesma fragrância, pois ela agradaria a todos. Contudo, essa conexão existe e responde pela nossa individualidade na maneira como nos perfumamos; afinal, cada um de nós é um ser único, e a expressão, o estilo, o modo de se vestir, de se expressar e de se perfumar constituem a nossa personalidade. A quantidade de odores conhecidos é imensa, tanto que muitos deles ainda não foram experimentados. De acordo com a osmo- logia, suas propriedades devem ser bem conhecidas para que, ao utilizá-los em diversos produtos, as pessoas possam obter benefícios extras para a sua saúde e bem-estar. Agora que destacamos a importância do odor na vida dos seres humanos, vamos conhecer os mecanismos responsáveis por pro- porcionar essas sensações. 58 Aromaterapia Os estudos científicos sobre o odor e sua aplica- ção em aromaterapia, aromacologia e osmologia unem-se em torno de um único sentido: o olfato. Veremos, então, como funciona esse importan- te sentido a partir das duas estruturas orgânicas que lhe são necessárias: o nariz e o sistema lím- bico; a primeira cumprindo uma função pratica- mente mecânica, e a segunda, uma função mais complexa, que é a de interpretação dos cheiros (AMARAL, 2016). O Olfato 59UNIDADE 2 O Nariz O nariz é o segmento superior da via respiratória. Ele apresenta dois orifícios externos que são as narinas, e dois orifícios internos que se comunicam com a rinofaringe, chamados de coanas (AMARAL, 2016; CORAZZA, 2010). Devido à sua localização, este órgão, normalmente, é a primeira estrutura que observamos quando conversamos “face a face” com uma pessoa, pois ele fica no meio do nosso