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efeitos e vinculam a obra do le juiz. Mas produzem a eficácia princip vidade plena, e não a eficácia própria direitos e obrigações. No que concerne à atividade do j sentir principalmente através dos atoS lação aos outros poderes, eis que lhe te regras de positivação dos princip-iciiS A eficácia — ou a normatividade do processo legislativo, administratil constitucional Os princípios, portanto, vão prO interpretação do direito financeiro, e nos casos de lacuna, como guise art. De notar, finalmente, que os prin ciam a legislação financeira e tributa abrem para urna "pluralidade de pos LARENZ, op. cit., p. 22), ou seja, pe conteúdos diferentes sem que se lhes II. PRINCÍPIOS VINCULADOS Á 5. A JUSTIÇA FINANCEIRA A ideia de justiça, em suas proj públicas, teve extraordinária import Pdade roncluz preciosis- anceiras, com o prejuízo da- toricidade e têm a sua com- po, sem que daí se possa ios da progressividade e do hoje um significado berr. auge do intervencionisrno iCEIROS s de eficácia, isto é, produ- dor, do adrninistrador e clo ca, conducente à normati- egra concreta, atributiva de eficácia dos princípios se faz tutivos negativos com re- mpete criar casuisticamen- Constituição se dá através judicial, isto é, pela práxis efeitos sobre a criação e a apenas sobre a integração, do CTN. s não informam nem influen- modo unívoco, senão que se dades de concretização" (K. em que se elejam regras de rometa a inteligibilidade. IA DE JUSTIÇA s para o campo das finanças na época da constituição do 91 90 Estado de Direito e d'a vitória do liberalismo (finã do séc. XVIII). Antes, ao tempo do Estado Patrimonial, o tributo era cobrado com fundamento na só necessidade do Príncipe e a justiça, comutativa ou privada, apenas lhe servia de justificativa periférica. Com o advento do Estado Fiscal as finanças passaram a se basear no tributo, cobrado agora com fundamento na justiça distributiva e no seu princípio maior da capacidade contributiva, sobre os quais se desenvolveu importante literatura. Com a supremacia dos positivismos, a partir de meados dos séc. X_IX até a metade do séc. XX, aproximadamente, enfraqueceu-se a reflexão sobre a justiça financeira, substituída pelas preocupacões com a utilidade. De 1111.5 40 anos para cá retornou, com redobrado vigor, a medita- ção sobre; justiça fises.1 e a orçamentária. As crises financeiras mun- diais. de,1967, 1973, -1979 e 2008, o arrefecirnento da ideologia da inesggtibilidade dos recursos públicos, a descrença no socialismo real e na utopia do Estado sem tributos, o aumento das demandas sociais pela melhor distribuição dos bens públicos, tudo conduziu à volta da preocupação com a justiça financeira. Alguns livros admiráveis, como aus Tipke (citados na bibliografia filial) deram. os de John Rawls e Ki novo impulso à questão. • A justiça fmanceira, portanto, é basicamente distributiva, carac- publicístico, consistindo em tratar desigualmente terística do regime aos desiguais na medida em que se desigualam; mas, às vezes, é comu- tativa, própria das relaçgês de troca, como ocorre com as taxas e as justiça tributária, a parafiscal, a extra- contribuições. Compreende a fiscal e a orçamentária e se concretiza através dos princípios que pas- samos a examinar.. 6. O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 6.1. Histórico A tr. ansição do patrimonialismo para o capitalismo, como vimos, se caracterizou jiistamente pela ideia de que o imposto deveria se ba- - sear na capacidade contributiva de cada' cidadão, princípio que se transformou em urn dos pontos cardeais do liberalismo na obra de Adam Smith e nos textos jurídicos fundamentais, como a Declaração dos Direitos cio Homem. 9 ? .Fosteriormente, ainda no séc. XIX e até quase os nossos dias, o princípio da capacidade contributiva ficou algum tanto obscurecido pela exsurgência dos positivismos, transferindo-se a reflexão sobre ele do campo do direito para o da ciência das finanças. A justificativa dos impostos passou a se cifrar na legalidade ou na vontade do dirigente, revestindo a relação entre o Estado e o cidadão as características de relação de poder ou de relação ex lege. Nas últimas décadas reacerideu-se a preocupação com o princí- pio. As Constituições da Itália (1947) e da Espanha (1978) fizeram remissão explicita à capacidade econômica. Alguns escritos do maior valor foram lançados nesse período. As reformas tributárias realizadas nos Estados Unidos (Governo Reagan), na Inglaterra e na Aleman_ha denotam a preocupação de ajustar os respectivos sistemas tributários ao princípio da capacidade contributiva. No Brasil as vicissitudes da ideia de capacidade contributiva acompanhararn as do pensamento universal. Ingressou com a consti- tuição do nosso Estado Fiscal no início do século passado, cabendo ao Visconde de Cairu captar os princípios lançados na obra de Adam Smith. Hibernou longarnente ao depois, pela nossa vocação para o positivismo. Ressurgiu explicitamente na Constituição de 1946 e me- receu considerações judiciosas por parte da doutrina liberal, especial- mente através da obra de Aliomar Baleeiro. Dasapareceu da letra das Cartas outorgadas pelo regirne autoritário (1967/69) e, também, do discurso-da doutrina sua contemporânea, que retornou ao positivismo normativista. Reapareceu, vigorosamente, no texto do art. 145, § 12, da CF 88, o que provocou a ressurgência da meditação sobre o tema. 6.2. Conceito . A capacidade contributiva se subordina à ideia de justiça distribu- tiva. Manda que cada qual pag,ue o imposto de acordo com a sua rique- za, atribuindo conteúdo ao vetusto critério de que a justiça consiste em dar a cada um o que é seu (suum cuique tribuerej e que se tornou uma das "regras de ouro" para se obter a verdadeira justiça distributi- va. Existe igualdade no tributar cada quà de acordo com a sua capaci- dade contributiva, mas essa tributação produz resultados desiguais por se desigualarem as capacidades contributivas individuais. Capacidade contributiva é capacidade econômica do contribuir.- te, como, aliás, prefere a CF/88, mantendo a tradição da CF/46 e 93 coincidindo, também, com a da Espanha. É capacidade de pagar (abi- litv to pay) como dizem os povos de língua inglesa. Significa que cada um deve contribuir na proporção de suas rendas e haveres, inde- pendentemente de sua eventual disponibilidade financeira. 6.3. Subprincipios: Progressividade, Proporcionalidade, Personalização e Seletividade A capacidade contributiva é um princípio constitucional aberto e indeterminado, servindo de orientação para o ulterior processo de concretização normativa. Pode aparecer explicitamente no texto constitucional, como agora acontece no Brasil, ou sobreviver implici- tamente, como aconteceu na Carta de 1967/69. Abre-se para uma pluralidade de possibiltçlade de concretização, inicialmente através de subprincípiõs, para alcánçar grau maior de concretude nas normas de imposição. 0,s'ublirincípio da progressividade significa que o imposto deve ser cobrado por aliquotas maiores na medida em que se alargar a base de calaulo. Aplica-se ao imposto de renda (art. 153, § 22, 1). Quanto ao IPTU, a sua progressividade é instrumento de e3ctrafiscalidade e não emana do princípio da capacidade contributiva (art. 156, § 12 e art. 182, § 42, da CF), conforme já disse o STF (vide p. 131); mas a EC 29/2000, deu nova redação ao art. 156, §12, da CF, para admitir a progressividade também em razão do valor do imóvel. O subprincípio da proporcionalidade não se tornou explicito na CF. Indica que o imposto incide sempre pelas mesmas aliquotas, inde- pendentemente do valor da base de cálculo, o que produzirá maior receita na medida em que o bem valer mais. É objeto