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MEDIAÇÃO EDUCATIVA 
EMESPAÇOS NÃO 
FORMAIS 1
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A educação ou aprendizagem não formal constitui atualmente um 
aspecto essencial do processo de aprendizagem e possibilita um caminho de 
aprendizagem com diversas dimensões tais como: a aprendizagem política dos 
direitos dos cidadãos enquanto indivíduos; a capacitação dos cidadãos para o 
trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ ou aperfeiçoamento 
de potencialidades; a aprendizagem e treino de práticas que capacitam 
os cidadãos a conhecerem sua própria cultura e identidade coletiva; a se 
organizarem com metas comunitárias, voltadas para a resposta de questões 
coletivas do cotidiano; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos 
cidadãos fazerem uma análise do mundo do ponto de vista do abarcamento 
do que se passa em suas comunidades; a educação desenvolvida no conjunto 
de meios de comunicação e da mídia etc. 
APRESENTAÇÃO
Organização
Vania Konell
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Brigitte 
Grossmann 
Cairus
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
EDUCAÇÃO NÃO 
FORMAL
.01
TÓPICO 1
A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1 INTRODUÇÃO
A educação ou aprendizagem não formal constitui atualmente um 
aspecto essencial do processo de aprendizagem e possibilita um caminho de 
aprendizagem com diversas dimensões tais como: a aprendizagem política dos 
direitos dos cidadãos enquanto indivíduos; a capacitação dos cidadãos para o 
trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ ou aperfeiçoamento 
de potencialidades; a aprendizagem e treino de práticas que capacitam 
os cidadãos a conhecerem sua própria cultura e identidade coletiva; a se 
organizarem com metas comunitárias, voltadas para a resposta de questões 
coletivas do cotidiano; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos 
cidadãos fazerem uma análise do mundo do ponto de vista do abarcamento 
do que se passa em suas comunidades; a educação desenvolvida no conjunto 
de meios de comunicação e da mídia etc. 
2 CONCEITO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A educação não formal é aquela que acontece fora do sistema formal 
de ensino, sendo complementar a esse. É um processo estruturado, porém 
frequentemente os resultados de aprendizado não são avaliados formalmente. 
A educação não formal possui como propósito adquirir de maneira efetiva, 
princípios fundamentais para a formação de indivíduos protagonistas de sua 
própria vida, possibilitando para eles o aprendizado da cidadania, apreensão 
comunitária, profissionalização, reforço escolar, dimensão sociocultural, entre 
outros. O profissional da educação que age em espaços não formais precisa 
estar a par da importância de oferecer o aprendizado de competências que 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
levem os indivíduos a uma melhora na sua qualidade de vida e autoestima, 
capacitando – os para seu desempenho nos mais variados espaços na 
sociedade.
Não conhecemos na atualidade um conceito único ou consensual de 
“educação não formal” (ou de “aprendizado não formal”). Esses termos são 
também alvo de interpretações distintas de acordo com as distintas culturas, 
tradições nacionais ou contextos político-educativos de cada país ou região. 
Nas últimas décadas, “Educação Não Formal” tornou-se a concepção sumária 
para aquilo que, no passado, se conhecia por “educação fora da escola”. 
Assumimos hoje, realmente, que a educação não formal se distingue da 
educação formal (ou ensino tradicional) em termos de estrutura, da maneira 
como é organizada e da forma de identificação e qualificação que essa forma 
de aprendizado confere. Entretanto, a pedagogia não formal é entendida como 
complementar – e não contraditória ou alternativa – ao sistema de educação 
formal e precisa, pois, ser desenvolvida em acordo permanente, quer com a 
educação formal, quer com a educação informal.
No decorrer dos últimos anos, a necessidade de formação contínua no 
decorrer da vida mostrou-nos que o progresso de competências múltiplas 
pode ser conseguido por intermédio do aprendizado em contextos formais 
ou não formais, sendo esse aprendizado mais efetivo em uns que em outros. 
É comum querermos identificar ou compreender a educação não formal 
através da educação formal. Na atualidade, é, entretanto, difícil encontrarmos 
modelos puros de educação formal e de educação não formal. Os âmbitos, os 
conteúdos, as metodologias e os princípios pedagógicos que as caracterizam 
são, felizmente, cada vez mais partilhados de maneira sinérgica e complementar. 
Para definir conceitos teremos que recorrer a exemplos extremos, ditos 
“tradicionais” ou “mais frequentes” destas distintas vias educativas.
É fácil compreendermos o conceito de educação formal se a ele 
associarmos aquilo que comumente conhecemos como as escolas e as 
universidades, enquanto instituições de ensino “tradicionais”, centradas nas 
figuras do professor e do aluno. Ao sistema educativo formal estão normalmente 
associadas várias etapas de desenvolvimento devidamente graduadas e 
avaliadas quantitativamente; estes anos acadêmicos organizam-se por 
disciplinas e a cada uma delas estão associados programas curriculares gerais 
aprovados e reconhecidos pelos órgãos competentes. Até um determinado 
nível, a educação formal é obrigatória. Mas a educação informal, de modo 
diferente, pode definir-se como tudo o que aprendemos mais ou menos 
espontaneamente a partir do meio em que vivemos: das pessoas com quem 
nos relacionamos informalmente, dos livros que lemos ou da televisão que 
vemos, da multiplicidade de experiências que vivemos quotidianamente com 
mais ou menos intencionalidade em relação ao seu potencial de aprendizagem. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FIGURA 1 - EDUCAÇÃO INFORMAL
FONTE: <http://jeferson-fabiano.blogspot.com.br/2016/06/tempo-de-
criancas-e-adolescentes.html>. Acesso em: 4 ago. 2017.
A educação informal não é impreterivelmente organizada ou ao 
menos orientada. De qualquer forma, a educação informal confunde-se 
com o processo de socialização dos cidadãos. Enquanto a educação formal 
possui lugar nas escolas, colégios e instituições de ensino superior, possui 
currículos e regras de certificação definidos, a educação não formal é 
acima de tudo um processo de aprendizagem social, centrado no aluno, por 
intermédio de atividades que têm lugar fora do sistema de ensino formal e 
sendo complementar a este. A educação não formal se baseia na motivação 
intrínseca do aluno e é voluntária e não hierárquica por natureza. Enquanto 
um sistema de aprendizagem, a educação não formal tem sido prática comum 
sobretudo no campo do trabalho comunitário, social ou juvenil, serviço 
voluntário, exercício de organizações não governamentais em nível local, 
nacional e internacional, abrangendo uma larga diversidade de espaços de 
aprendizagem: das associações às empresas e às instituições públicas, do 
setor juvenil ao meio profissional, ao voluntariado e às atividades recreativas.
A educação não formal possui formatos bastante diferenciados em 
questões de tempo, localização, número e tipo de integrantes, equipes de 
formação, dimensões de aprendizagem e aplicação dos seus resultados. É 
fundamental sublinhar, entretanto, que o fato de não ter um currículo único 
não significa que não seja um processo de aprendizado organizado, alicerçado 
no reconhecimento de metas educativas, com formatos de análise efetivas e 
atividades preparadas e implementadas por educadores altamente qualificados. 
É, a propósito, nesta acepção que a educação não formal se distingue mais 
fortemente da educação informal. Na educação não formal, os resultados 
do aprendizado individual não são julgados. Isto não significa, entretanto, 
que não haja avaliação. Ela é, geralmente, inerente ao próprioprocesso de 
desenvolvimento e integrada no programa de atividades. Assume diversos 
formatos e tem a participação de todos: professores e alunos na acepção de 
aferir desenvolvimento de estratégias pedagógicas ou aceitar necessidades 
suplementares. Do ponto de vista externo ao procedimento didático 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
propriamente mencionado, a eficiência dos mecanismos de aprendizado na 
educação não formal pode ser apreciada e avaliada pela investigação social 
e educacional com o mesmo nível de credibilidade que a educação formal.
FIGURA 2 - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/FhzSBL>. Acesso em: 4 ago. 2017.
O conceito de educação não formal envolve, como uma parte necessária 
do desenvolvimento de saberes e competências, um abrangente conjunto 
de princípios sociais e éticos tais como os direitos humanos, a tolerância, a 
fomento da paz, a cooperação e a justiça social, o diálogo intergeracional 
(entre as gerações, isto é, entre pessoas de idades diferentes), o equilíbrio de 
oportunidades, a cidadania democrática e o aprendizado intercultural, entre 
outros. Para além disto, a educação não formal valoriza o progresso de técnicas 
de aprendizado participativos, baseados na experiência, na autonomia e na 
responsabilidade de cada aluno. É habitual dizer-se que, em educação não 
formal, a forma é o conteúdo. As metas e as metodologias próprias das práticas 
educativas num ambiente de educação não formal levam fortemente em 
conta o desenvolvimento e a experiência única do acadêmico como indivíduo. 
Por causa disso, a educação não formal busca assegurar o enquadramento 
apropriado para atender às aspirações e necessidades específicas do aluno 
bem como para aumentar as suas competências pessoais, potenciando a sua 
criatividade. Ao desenvolver este acúmulo de potencialidades, competências 
e experiência em cada pessoa, o aprendizado por via da educação não formal 
vai inclusive de encontro àquelas que são na atualidade as necessidades 
específicas, as demandas e as expectativas do mercado de trabalho e em 
particular dos empregadores.
Tendo em vista esta nova realidade, de um mundo do trabalho num 
contexto altamente globalizado e multicultural, os empregadores buscam cada 
vez mais indivíduos que tenham tido experiências interdisciplinares dentro e 
fora de suas comunidades, que sejam capazes de trabalhar em equipe, e que 
tenham alto índice de adaptabilidade e mobilidade, características estas que 
são desenvolvidas através da educação não formal. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
2.1 DIFERENÇAS ENTRE EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E 
NÃO FORMAL
Geralmente, quando falamos em educação não formal, a comparação 
com a educação formal é quase que imediata. O termo não formal é também 
utilizado por alguns pesquisadores como sinônimo de informal. Iremos agora 
diferenciar e marcar as diferenças entre esses dois conceitos. Inicialmente 
podemos definir seus campos de desenvolvimento: a educação formal é aquela 
desenvolvida nas escolas, com conteúdos antecipadamente demarcados; a 
informal como aquela que os cidadãos aprendem ao longo do seu processo 
de socialização – na família, bairro, agremiação, museus, centros culturais etc., 
carregada de princípios e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos 
herdados e a educação não formal é aquela que se aprende “no mundo da 
vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, especialmente 
em espaços não formais de educação.
Vamos experimentar definir melhor essas diferenças por meio de uma 
série de questões, que são, aparentemente, surpreendentemente simples, mas 
nem sequer por isso simplificadoras da realidade: “Quem é o professor em 
cada campo de educação de que estamos tratando? Em cada campo, quem 
educa é o agente do processo de construção do saber?” Na educação formal, 
sabemos que são os professores. Na não formal, o grande docente é o “outro”, 
aquele com quem interagimos ou nos integramos. Na educação informal, os 
agentes educadores são os pais, a família em geral, os colegas, os vizinhos, 
amigos de colégio, a igreja paroquial, os meios de comunicação de massa 
etc. “Onde se educa? Qual é o espaço físico territorial no qual transcorrem 
as ações e os processos educativos?” Na educação formal esses espaços são 
os do território das escolas e universidades, são instituições regulamentadas 
por lei, certificadoras, organizadas de acordo com diretrizes nacionais. Na 
educação não formal, os espaços educativos localizam-se em territórios que 
acompanham as trajetórias de vida dos grupos e cidadãos, fora das escolas 
e universidades, em locais informais, locais onde há processos interativos 
intencionais. Já a educação informal possui seus espaços educativos 
demarcados por referências de naturalidade, localidade, idade, sexo, crença, 
cultura, etnia etc. A casa no qual se mora, a rua, o bairro, o condomínio, a 
agremiação que se frequenta, a igreja ou o local de culto ao qual se vincula 
sua religiosidade, o museu, o local no qual se nasceu etc.
 “Em que situação, em qual ambiente, e como se educa?” A educação 
formal admite ambientes normatizados, com regras e padrões comportamentais 
definidos antecipadamente. A não formal acontece em ambientes e situações 
interativas construídas em grupo, frequentemente a atividade das pessoas é 
optativa, porém ela também será capaz de acontecer por forças de determinadas 
circunstâncias da vivência histórica de cada um. Há na educação não formal 
uma intencionalidade na ação, no ato de compartilhar, de compreender e de 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
se comunicar ou trocar saberes. A informal opera em ambientes espontâneos, 
onde as relações sociais se desenvolvem de acordo com gostos, preferências, 
ou pertencimentos herdados.
Qual é o objetivo de cada um dos campos de educação? Na educação 
formal, entre outras metas destacam-se os relativos ao ensino e aprendizado 
de conteúdos historicamente sistematizados, normatizados por leis, dentre os 
quais destacam-se o de formar a pessoa como um indivíduo ativo, aperfeiçoar 
competências e habilidades diversas, aprimorar a criatividade, percepção, 
motricidade etc. A educação informal socializa os cidadãos, desenvolve 
práticas, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se apresentar no 
uso da linguagem, de acordo com princípios e crenças de comunidades que 
se frequenta ou que pertence por herança, desde o nascimento. Trata-se do 
processamento de socialização dos indivíduos.
A educação não formal possibilita às pessoas se tornarem cidadãos 
do mundo, no mundo. Sua intenção é abrir janelas de entendimento sobre 
o mundo que circunda estas pessoas e suas relações sociais. Suas metas 
não são dadas a priori, elas se constroem no decurso interativo, gerando 
um processo educacional. Uma forma de educar surge como resultado do 
processo direcionado para os objetivos e as necessidades que dele participa. 
A construção de relações sociais baseadas em princípios de igualdade e 
justiça social, quando existentes num dado grupo social, fortalece o treino da 
cidadania. A transmissão de informação e formação política e sociocultural 
é um objetivo pertinente da educação não formal. Ela prepara os indivíduos, 
educa o ser humano para a civilidade e solidariedade, em oposição à barbárie, 
ao egocentrismo e ao individualismo. 
 
“Quais são os principais atributos de cada uma das modalidades 
educativas que estamos tratando?” A educação formal requer tempo, local 
específico, funcionários especializados, administração de diversos tipos, até 
mesmo a curricular, cadastro sequencial das atividades, disciplinamento, 
regulamentos e leis, órgãos superiores etc. Ela possui uma qualidade metódica 
e, frequentemente, divide-se os alunos por idade/ classe de conhecimento. 
A educação informal não é impreterivelmente organizada, as competênciasnão são sistematizadas e são repassadas a partir das práticas e experiência 
anteriores, frequentemente é o passado orientando o presente. Ela age 
no campo das emoções e sentimentos. É um procedimento perdurável e 
frequentemente não metódico. A educação não formal possui mais atributos: 
ela não é organizada por séries/idade/conteúdos; age sobre aspectos 
subjetivos do grupo; trabalha a cultura política de um grupo. Desenvolve laços 
de pertencimento. Auxilia na construção da identidade coletiva do grupo, e 
é uma das grandes características da educação não formal atualmente; ela 
pode ajudar para o progresso do amor-próprio e do empoderamento do grupo, 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
criando o que alguns analistas denominam, o capital social de um grupo. 
Fundamenta-se no critério da cooperação e reconhecimento de interesses 
comuns e é parte do processo de construção da cidadania coletiva.
 “Quais são os resultados esperados em cada campo assinalado?” Na 
educação formal espera-se, acima de tudo que haja um aprendizado efetivo 
(que, lamentavelmente nem sempre acontece), além da certificação e 
titulação que capacitam os alunos a seguir para graus mais avançados. Na 
educação informal os resultados não são esperados, eles apenas acontecem 
naturalmente através do aperfeiçoamento do senso comum nos cidadãos, 
senso esse que orienta suas formas de julgar e atuar espontaneamente.
2.2 OBJETIVOS E RESULTADOS DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Experiência vivida no quotidiano, e assinalada por momentos de intenso 
esforço de compreensão de dados e de fatos complexos, a educação durante 
toda a vida é o produto de uma dialética com várias dimensões. Se, por um 
lado, implica a repetição ou a imitação de gestos e de práticas, por outro é, 
também um processo de apropriação singular e de criação pessoal. Junta o 
conhecimento não formal ao conhecimento formal, o desenvolvimento de 
aptidões inatas à aquisição de novas competências. Implica esforço, mas traz 
também a alegria da descoberta. Experiência singular de cada pessoa ela é, 
também, a mais complexa das relações sociais, posto que se inscreve, ao 
mesmo tempo, no campo cultural, no laboral e no da cidadania” (UNESCO, 
1996. p. 92).
A educação não formal poderá promover uma série de processos tais 
como: 
• consciência e organização de como atuar em grupos coletivos; 
• a construção e reconstrução de ideias de mundo e sobre o mundo; 
• contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade; 
• prepara o indivíduo para a vida e suas dificuldades reais (e não apenas para 
entrar no mercado de trabalho); 
• em projetos com crianças, jovens adolescentes ou mesmo idoso a educação 
não formal resgata o sentimento de autoestima, ou seja, dá condições às 
pessoas desenvolverem sentimentos de autovalorização, de superação 
de preconceitos que lhes são dirigidos, o desejo de lutarem para ser 
reconhecidos como iguais (enquanto seres humanos), dentro de suas 
diferenças (raciais, étnicas, religiosas, culturais etc.); 
• as pessoas adquirem autoconhecimento e conhecimento de sua própria 
prática e de seu lugar no mundo, aprendem a ler e interpretar o mundo 
que os rodeia. 
A seguir listamos algumas características que a educação não formal 
pode atingir em termos de objetivos, em processos planejados de ações 
coletivas em grupo: 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
• a compreensão e aceitação das diferenças. Aprende-se a conviver com os 
outros. Valoriza-se o respeito mútuo; 
• adaptação do grupo a diferentes culturas, aceitação e valorização da 
diversidade cultural, trabalha a alteridade, o “estranhamento”, o preconceito 
contra o “outro”; 
• construção da identidade coletiva; 
• conhecimento das regras éticas voltadas às condutas aceitáveis socialmente. 
O que falta na educação não formal: 
• formação a educadores a partir da definição de seu papel e as atividades a 
realizar; 
• aprendizado e organização das metodologias uti l izadas no trabalho 
cotidiano; 
• construção de novas metodologias que auxiliem o acompanhamento do 
trabalho que vem sendo realizado; 
• construção de métodos avaliativos, de projetos e de análise do trabalho 
realizado.
Resumidamente podemos enumerar os objetivos da educação não 
formal como: educação para cidadania, para justiça social, para direitos 
(humanos, sociais, políticos, culturais etc.), para liberdade, para igualdade, 
para democracia, contra discriminação, pelo exercício da cultura, e para a 
manifestação das diferenças culturais.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
TÓPICO 2
A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
1 INTRODUÇÃO
A Educação Patrimonial, como uma proposta interdisciplinar de ensino, 
é norteada para questões pertinentes ao patrimônio histórico ambiental 
e cultural. Pode ser praticada em comunidades próximas a patrimônios 
reconhecidos, como sítios arqueológicos, do mesmo jeito que em escolas com 
intenção de sensibilização sobre a valia do reconhecimento, da valorização e 
da conservação do patrimônio da região. Grande parte das comunidades não 
tem conhecimento a respeito da riqueza do patrimônio histórico, artístico 
e ambiental de seus territórios. Analisaremos a seguir a valia da educação 
patrimonial e suas possibilidades como atividade para estimular a curiosidade 
científica sobre os primórdios da cultura local e regional.
2 CONCEITO DE PATRIMÔNIO
Patrimônio é o conjunto de bens materiais e/ou imateriais que contam 
a história de um povo e sua relação com o meio ambiente. É o legado que 
herdamos do passado e que transmitimos a gerações futuras. O patrimônio 
pode ser classificado em histórico, cultural e ambiental e também como 
material e imaterial. 
2.1 PATRIMÔNIO HISTÓRICO
É o conjunto de coisas que contam a história de uma comunidade por 
intermédio de sua arquitetura, trajes, acessórios, mobílias, objetos, armas, 
ferramentas, meios de transportes, obras de arte, documentos. Até o final 
da década de 1970, tinha propósito político/elitista. A partir de 1980 houve 
um processo de democratização destes princípios, no momento em que 
passaram a ser consideradas como importantes outras etnias e classes sociais. 
O patrimônio histórico é fundamental para a conhecimento da identidade 
histórica, para que os seus bens não se desarmonizem ou desapareçam da 
memória coletiva e para preservar vivos os usos e costumes culturais de uma 
determinada sociedade.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FIGURA 3 - LARGO DO PELOURINHO EM SALVADOR, BAHIA
FONTE: Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/patrimonio-
historico/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
Alguns exemplos bem conhecidos do patrimônio histórico nacional é 
o Largo do Pelourinho em Salvador; O Cristo Redentor, do Rio de Janeiro e 
a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. 
2.2 PATRIMÔNIO CULTURAL
O patrimônio cultural é o conjunto de manifestações, realizações 
e representações de um povo, como seus costumes, comidas típicas, 
espiritualidade, lendas, cantos, danças, dialeto superstições, rituais, celebrações. 
Ele está presente em todos os lugares e atividades: nas ruas, em nossas casas, 
nas artes, nos museus, escolas, igrejas e praças. Nos nossos modos de realizar, 
criar, cozinhar, trabalhar e de orar. Nos livros que escrevemos, na poesia que 
declamamos, nas brincadeiras que fazemos, nas religiões que professamos. 
Ele faz parte de nossa rotina, constrói as identidades e determina os princípios 
de uma coletividade. O patrimônio cultural nos faz ser o que somos.
FIGURA 4 - EXEMPLO DE PATRIMÔNIO CULTURAL: A RENDA DE BILRO 
CATARINENSE
FONTE: Disponível em: <http://www.hak.com.br/artesanato/a-renda-de-
bilro-e-suas-mulheres/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Entre a grande multiplicidade de patrimônio cultural do Brasil, podemos 
destacar a renda de bilro, o carnaval, o samba, o frevo,a culinária amazonense 
etc. 
2.3 PATRIMÔNIO AMBIENTAL OU NATURAL
Os patrimônios ambientais, também chamados de patrimônios naturais, 
são territórios escolhidos por conta de suas qualidades naturais ou científicas 
figurarem como prioritárias em processos de preservação para as gerações 
futuras. Órgãos nacionais e internacionais, como a Organização das Nações 
Unidas (ONU), escolhem esses locais e, ao destacarem a sua valia, buscam 
criar critérios para que essas áreas não sofram ações destrutivas. Observar 
uma área ou formação natural como patrimônio equivale dizer que ela é 
fundamental e pertence a todos, por causa disso necessita ser tratada com 
máximo zelo para que perdure no tempo. Um processo que na sua essência 
é bastante similar ao da preservação do patrimônio histórico e cultural. Áreas 
de grande biodiversidade acabam sendo beneficiadas ao serem consideradas 
patrimônios naturais, especialmente se estão na lista de Patrimônios Naturais 
da Unesco, órgão das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura. 
A visibilidade internacional que se ganha ao entrar nesta lista faz com que 
autoridades e ambientalistas de todo o mundo passem a exigir a preservação 
das áreas consideradas patrimônio, uma força a mais na luta em defesa delas.
FIGURA 5 - O PANTANAL MATO-GROSSENSE
FONTE: Disponível em: <http://www.reportermt.com.br/geral/pantanal-mato-
grossense-pode-liderar-o-ecoturismo-na-europa/54448>. Acesso em: 15 ago. 2017.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
O Brasil , com a sua imensa diversidade ambiental, tem sete áreas 
consideradas pela Unesco como Patrimônios Naturais da Humanidade. São 
elas:
• Parque Nacional de Iguaçu.
• Mata Atlântica – Reservas do Sudeste.
• Costa do Descobrimento – Reservas da Mata Atlântica.
• Complexo de conservação da Amazônia Central.
• Área de conservação do Pantanal.
• Costa do Descobrimento – Reservas de Mata Atlântica (Bahia e Espirito 
Santo).
• Ilhas Atlânticas Brasileiras: Fernando de Noronha e Atol das Rocas.
2.4 PATRIMÔNIO MATERIAL OU IMATERIAL 
Um patrimônio pode ser material ou imaterial. Podemos dizer que 
patrimônio material são os aspectos mais concretos ou materiais da vida 
humana, e que fornecem informações sobre as pessoas. Cultura material é o 
mesmo que uma construção, arte, objeto ou artefato. 
FIGURA 5 - PATRIMÔNIO MATERIAL: PINTURA RUPESTRE DA SERRA DA 
CAPIVARA NO PIAUÍ
FONTE: Disponível em: <http://viagemeturismo.abril.com.br/cidades/
serra-da-capivara-2/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
Patrimônio imaterial é o conjunto de manifestações populares e religiosas 
de um povo, transmitidos oralmente, festivamente ou ritualmente, recriados e 
transformados ao longo do tempo. Não é um objeto, mas uma manifestação 
cultural. Também são considerados como patrimônio imaterial os locais 
dotados de expressivos valores para a história, assim como as paisagens. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FIGURA 6 - CAPOEIRA: PATRIMÔNIO IMATERIAL BRASILEIRO
FONTE: Disponível em: <http://importanciadopatrimoniocultural.blogspot.com.
br/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
3 CONCEITO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Ao possibilitar ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, 
a Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que 
possibilita à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-
temporal em que está inserido. Este processo leva ao fortalecimento da 
autoestima dos indivíduos e comunidades e à valorização da cultura brasileira, 
compreendida como dinâmica e plural.
A Educação Patrimonial é um processo permanente e sistemático 
de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte 
primeira de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir 
da experiência e do contato direto com as evidências e manifestações da 
cultura, em todos os seus múltiplos aspectos, sentidos e significados, o 
trabalho da Educação Patrimonial busca levar as crianças e adultos a um 
processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança 
cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando 
a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo 
de criação cultural. O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas 
comunidades do seu Patrimônio são fatores indispensáveis no processo de 
preservação sustentável desses bens, assim como no fortalecimento dos 
sentimentos de identidade e cidadania. 
O diálogo contínuo que está implícito neste processo educacional 
estimula e favorece a comunicação e a ação entre as comunidades e os 
agentes responsáveis pela conservação e pesquisa dos bens culturais, 
ajudando a troca de competências e a formação de parcerias para a proteção 
e reconhecimento desses bens. A metodologia característica da Educação 
Patrimonial pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação 
da cultura, seja um objeto ou conjunto de bens, um monumento ou um sítio 
histórico ou arqueológico, uma paisagem natural, uma reserva ou uma área 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
de proteção ambiental, um centro histórico urbano ou uma comunidade da 
área agrícola, uma manifestação popular de natureza folclórico ou cerimonial, 
um processo de fabricação industrial ou artesanal, tecnologias e saberes 
populares, e qualquer outra expressão resultante da relação entre os pessoas 
e seu meio ambiente.
A Educação Patrimonial compreende o abarcamento nos currículos 
escolares de todos os graus de ensino de temáticas ou conteúdos programáticos 
que versem sobre o entendimento e a conservação do patrimônio, até a prática 
de cursos de aperfeiçoamento e extensão para os educadores e a comunidade 
em geral. Nesse sentido, espera-se que sejam divulgadas informações a 
respeito do acervo cultural, visando aguçar nos estudantes e na sociedade o 
senso de preservação da memória histórica e o consequente interesse pelo 
tema. A metodologia adotada pelos programas de Educação Patrimonial 
tornou-se uma alternativa de alfabetização cultural. Implantada no Brasil 
em 1980, por Maria de Lourdes Parreiras Horta, do Museu Imperial do Rio de 
Janeiro, a Educação Patrimonial promove uma mudança na forma de tratar a 
cultura e procura revisão e aperfeiçoamento nas formas de transposição do 
conhecimento científico para o público leigo.
Além disso, considerando que o cidadão necessita compreender sua 
importância no processo sociocultural-ambiental no qual está inserido 
e vislumbrar mudanças positivas no relacionamento com o patrimônio 
histórico-cultural e ambiental, a Educação Patrimonial desponta como 
instrumento vital para a tarefa de educar para a preservação, conservação 
e valorização cultural . Em termos teórico-metodológicos, a Educação 
Patrimonial utiliza os lugares e os suportes da memória (museus, monumentos 
históricos, arquivos, bibliotecas, sítios históricos, vestígios arqueológicos etc.) 
no processo educativo, a fim de desenvolver a sensibilidade e a consciência 
dos estudantes e dos cidadãos para a importância da conservação desses 
bens culturais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino 
fundamental, elaborados pelo Ministério da Educação (MEC), trazem uma 
inovação ao permitir a necessária interdisciplinaridade na educação básica, 
mediante a introdução dos chamados "temas transversais'' que deverão 
perpassar as diferentes disciplinas escolares. Dois desses temas transversais 
possibilitam à escola o estudo do Patrimônio Cultural e a consequente adoção 
de projetos de educação patrimonial. Trata-se dos temas do meio ambiente 
e da pluralidade cultural.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
FIGURA 7 - EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
FONTE: Disponível em: <http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-acoes/
patrimonio-cultural/o-que-e-afinal-educacao-patrimonial>. Acesso em: 4 ago. 
2017.
Assim, a Educação Patrimonial contribui para rompercom práticas 
segregacionistas, procura resgatar valores dos grupos sociais em torno 
dos bens patrimoniais, valoriza e incentiva novas propostas e alternativas 
de resguardo e ativação da memória, sejam elas naturais e/ou culturais. A 
Educação Patrimonial pode e deve ser desenvolvida em comunidades próximas 
a sítios arqueológicos ou outros sítios considerados patrimônios. Portanto, 
é também um programa que tem por objetivo sensibilizar as comunidades 
acerca da importância da criação, valorização e conservação do patrimônio 
arqueológico/natural local. A observação e a manipulação de vestígios da 
cultura material promovem o conhecimento, a apropriação e a valorização da 
herança cultural. O processo de divulgação da produção científica por meio 
da educação resulta em: geração e produção de conhecimentos, melhor 
usufruto dos bens patrimoniais e um processo contínuo de criação cultural. 
Neste caso, a Educação Patrimonial atua de forma integrada com o trabalho 
arqueológico e fundamenta-se nos princípios éticos, estético-pedagógicos 
e políticos. 
A sensibilização deve ser um exercício de interação da população com 
os patrimônios da sua região. Para que haja uma melhor compreensão inicial, 
devem-se utilizar o patrimônio concreto, através de vestígios que possam 
ser tocados e/ou percebidos. Paulo Freire destacou com veemência que 
a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e a expressividade é 
uma necessidade essencial do ser humano. Nesse contexto, a arqueologia 
serve como subsídio na aplicação das diretrizes da Educação Patrimonial, 
uma vez que tem por objeto de estudo os vestígios da cultura material de 
sociedades passadas. Portanto, a metodologia da Educação Patrimonial é 
materializada através do estudo de objetos comunitários como estratégia 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
de aprendizagem do contexto sociocultural/ambiental. Todo programa de 
Educação Patrimonial deve ser elaborado tendo em vista as necessidades das 
comunidades envolvidas.
3.1 EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E DINÂMICA CULTURAL 
Todas as ações através das quais os povos expressam suas formas 
específicas constituem a sua cultura e esta vai ao longo do tempo adquirindo 
formas e expressões diferentes. A cultura é um processo eminentemente 
dinâmico, transmitido de geração em geração, que se aprende com os 
ancestrais e se cria e recria no cotidiano do presente, na solução dos pequenos 
e grandes problemas que cada sociedade ou indivíduo enfrentam. Neste 
processo dinâmico de sociabilização em que se aprende a fazer parte de 
um grupo social, o indivíduo constrói a própria identidade. Reconhecer que 
todos os povos produzem cultura e que cada um tem uma forma diferente de 
se expressar é aceitar a diversidade cultural. Este conceito nos permite ter 
uma visão mais ampla do processo histórico, reconhecendo que não existem 
culturas mais importantes do que outras. O Brasil é um país pluricultural que 
deve esta característica ao conjunto de etnias que o formaram e à extensão 
do seu território. Estas diversidades culturais regionais, contribuem para a 
formação da identidade do cidadão brasileiro, incorporando-se ao processo de 
formação do indivíduo, e permitindo-lhe reconhecer o passado, compreender 
o presente e agir sobre ele. O Patrimônio Cultural Brasileiro não se resume 
aos objetos históricos e artísticos, aos monumentos representativos da 
memória nacional ou aos centros históricos já consagrados e protegidos pelas 
Instituições e Agentes Governamentais. Existem outras formas de expressão 
cultural que constituem o patrimônio vivo da sociedade brasileira: artesanatos, 
maneiras de pescar, caçar, plantar, cultivar e colher, de utilizar plantas como 
alimentos e remédios, de construir moradias, a culinária, as danças e músicas, 
os modos de vestir e falar, os rituais e festas religiosas e populares, as relações 
sociais e familiares, revelam os múltiplos aspectos que pode assumir a cultura 
viva e presente de uma comunidade. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
TÓPICO 3
OS ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
1 INTRODUÇÃO
Os espaços ou ambientes formais de educação são aqueles vinculados à 
escola, instituição mais conhecida pelo seu papel social de prestar educação 
básica em nossa sociedade. Por outro lado, locais que não são sedes destinadas 
especificamente para o funcionamento da instituição escolar são denominadas 
espaços ou ambientes não formais de educação. Assim, podemos considerar 
como espaços não formais todos aqueles situados fora dos limites geográficos 
da escola, tais como uma praça, uma avenida, uma quadra comercial e/ou 
residencial, centros comerciais, uma indústria, centros de pesquisa, reservas 
naturais, museus, centros de ciências, feiras, parques, entre outros ambientes 
urbanos, rurais e naturais. Neste tópico iremos conhecer alguns destes espaços 
não formais e sua relevância nos processos educativos. 
2 DEFINIÇÃO DE ESPAÇO DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A educação formal é aquela que ocorre nos espaços formais de educação, 
em situações onde há intenção de ensinar e desenvolver aprendizagens. Já 
a não formal é aquela que ocorre em ambientes não formais, como a que 
ocorre em situações informais como conversa entre amigos, entre outros. As 
situações onde ocorrem ações de educação informal podem ser consideradas, 
então, todas aquelas que não se relacionam aos objetivos da educação formal 
e da educação não formal. Podemos então compreender que as situações 
informais são aquelas do cotidiano das pessoas em seus ambientes familiares, 
profissionais, de lazer e entretenimento, entre outros que são passíveis de 
ocorrer em diferentes ambientes. Alguns autores consideram educação formal 
como sinônimo de educação escolar. A educação escolar é aquela onde o 
saber é sistematizado, o que justifica a sua definição como educação formal. 
Existe alguma relação entre o conceito de educação formal e o de educação 
não formal, uma relação indireta, onde ambos são independentes. 
As atividades práticas escolares desenvolvidas em espaços não formais 
recebem diferentes denominações que podem variar de acordo com a sua 
natureza, mas que têm em comum a sua execução em um ambiente não 
escolar. Incluem-se aí aulas de campo, aulas de educação ambiental, estudos 
do meio, saídas de campo, visitas externas, excursões, visitas orientadas e 
passeios. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A educação não formal não é estática, é uma atividade aberta que ainda 
está em construção, portanto, não tem uma identidade pronta e acabada. É 
uma área bastante diversa, e esse aspecto é muito interessante, pois permite, 
além de contribuições de várias áreas, a composição de diferentes contextos 
culturais, tendo a diversidade como uma de suas características.
 
Os espaços não formais de educação variam enormemente em suas 
características e funções sociais, podendo, inclusive, não serem destinados 
primariamente à educação. Entretanto os espaços não formais utilizados em 
atividades de educação formal possuem, dentre os seus objetivos, alguma 
finalidade associada à educação não formal. Dentre os espaços não formais que 
atuam com a educação não formal, mas que podem também ser empregados 
para o desenvolvimento de atividades de educação formal, destacamos os 
museus, os parques recreativos urbanos, os jardins botânicos e zoológicos, 
as unidades de conservação, as feira e exposições, entre outros. Os espaços 
associados à educação não formal são os mais utilizados como extensões 
para práticas de educação formal. Entretanto, existem outros ambientes, cuja 
função principal não está relacionada com a educação não formal, mas que, 
da mesma forma, são passíveis de utilização como “cenário” para propostas 
provenientes do ensino formal, ou seja, também podem funcionar como 
extensões para atividades escolares, tais como fábricas, centros comerciais 
(como shoppings efeiras alimentícias), praças de alimentação, pedreiras, 
mineradoras, pesque-pague, clubes, entre outras grandes organizações 
particulares e sociais, bem como representações públicas. 
O uso de ambientes não formais possibilita a contextualização, aplicação 
e associação de conceitos e conhecimentos já aprendidos com as informações 
novas, do ambiente, reduzindo as exigências de abstração do aprendiz e 
permitindo uma compreensão mais eficiente dos conhecimentos. Esse 
processo de associação de informações novas com outras já incorporadas, 
de forma interrelacionada, denomina-se aprendizagem significativa. Novas 
ideias e informações podem ser aprendidas e retidas na medida em que 
conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente claros e disponíveis 
na estrutura cognitiva do indivíduo. O desenvolvimento de aulas em espaços 
não formais pode possibilitar a integração de informações oriundas da 
intervenção e interpretação do ambiente para a associação com os conceitos 
já interiorizada na estrutura cognitiva do aprendiz. As excursões escolares 
têm uma importante dimensão cognitiva. Sobre este aspecto cognitivo, vale 
ressaltar que as práticas desenvolvidas fora de sala de aula devem estar em 
consonância com os objetivos curriculares, possibilitando assim a percepção 
de um sentido maior ao que é estudado, pelos estudantes. As tarefas de 
observação e as experiências práticas podem enriquecer a interação dos 
estudantes com o conteúdo do curso regular e ajudá-los a ver a relevância 
do curso para as questões da vida real e das experiências humanas. Mas se 
os estudantes forem encorajados a tentar uma integração intelectual de suas 
experiências de fora da classe com o conteúdo do curso, tais tarefas também 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
podem ajudá-los a analisar, sintetizar e a avaliar os conceitos aos quais foram 
apresentados. As atividades de observação e de experiência prática terão 
mais valor educacional se forem planejadas para serem integradas com os 
objetivos globais do curso e ativamente relacionadas ao que está ocorrendo 
em classe. Quando estas atividades representam apenas uma pequena parte 
de um curso, elas podem, como temperos na comida, enriquecer grandemente 
o todo, se forem perfeitamente combinados. O interacionismo também é um 
dos resultados que devem ser almejados com a realização de atividades em 
espaços não formais, como os estudos do meio, que propõem uma ênfase 
na atividade do aluno como propiciadora de desenvolvimento corresponde à 
visão interacionista entre indivíduo e meio, na construção de conhecimento. 
Outra questão importante diz respeito à possibilidade de integração entre 
saberes de dentro e de fora da sala de aula. O mais importante não é indicar 
se as atividades dentro ou fora da classe são mais importantes, mas sim a 
forma como elas podem ser melhor integradas para satisfazer um conjunto 
combinado de finalidades. 
De qualquer forma, não é muito difícil entender porque na maioria das 
vezes os alunos se identificam mais e mostram melhores resultados com a 
educação não formal, visto que ela não se prende a burocracias, horários, e 
ocorre em locais totalmente diferentes das instituições escolares. Podemos 
dizer que o aprendiz tem uma certa “liberdade”, no ato de aprender. 
2.1 OS MUSEUS DE ARTE E CIÊNCIAS, EXPOSIÇÕES E 
GALERIAS DE ARTE E CULTURA
As visitas e trabalhos em museus, exposições e galerias têm sido uma 
prática pedagógica recorrente de professores tanto do Ensino Fundamental, 
quanto do Ensino Médio. O trabalho com museus requer uma capacidade 
de recontextualização espaço/temporal, histórica e cultural por parte dos 
professores, pois, geralmente, os conteúdos desses museus estão deslocados 
no tempo e no espaço. Geralmente são expostas peças que foram extraídas 
de outras épocas, outras regiões, as quais estavam imersas em outras culturas. 
Nessa direção interpretativa, os museus sempre foram espaços privilegiados 
para se traçar ideias e concepções acerca de costumes, modos de vidas, 
hábitos, tradições, crenças, estilos artísticos, enfim os diferentes aspectos 
que marcam a identidade cultural de um povo, de um grupo social ou de 
uma etnia. Os museus, assim como seu conceito vieram num processo de 
evolução ao longo dos tempos adaptando-se e readaptando-se às mudanças 
culturais e sociais, às evoluções tecnológicas e científicas de cada período 
da história mais recente da humanidade.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
Durante algum tempo, era muito comum perceber nas pessoas um certo 
“preconceito” em relação à palavra museu, por nos remeter a objetos “antigos” 
e “ultrapassados”. O termo museu vem do latim "museum" que por sua vez 
se origina do grego "mouseion", denominação, na antiga Grécia, do templo 
ou santuário das musas.
FIGURA 8 - AS NOVE MUSAS GREGAS
FONTE: Disponível em: <http://www.greekboston.com/culture/mythology/the-muses/>. Acesso em: 4 
ago. 2017.
Segundo a mitologia grega havia nove musas que presidiam as chamadas 
artes liberais: história, música, comédia, tragédia, dança, elegia, poesia lírica, 
astronomia e a poesia épica e a eloquência. O termo estava mais ligado 
ao clima ou à atmosfera do local do que às suas características físicas. Era 
sobretudo um lugar de inspiração onde a mente podia se desligar da realidade 
cotidiana.
 
Nos séculos XVII e XVIII, surgem os primeiros museus públicos, pois se 
inicia uma preocupação de se “organizar o conhecimento existente”, acrescida 
da reivindicação da sociedade em fazer parte deste conhecimento. Nesta 
mesma época inicia-se a criação de museus voltados para a ciência. 
FIGURA 9 - O MUSEU BRITÂNICO EM LONDRES É UM DOS MAIS ANTIGOS DA 
EUROPA E FOI FUNDADO EM 1753
FONTE: Disponível em: <https://www.europeanbestdestinations.com/top/best-
museums-in-europe/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
No final do século XIX e início do século XX, a ênfase na educação que 
marcava os museus americanos começou a se disseminar também pela 
Europa, e um dos marcos dessa tendência é a criação do Museu de Ciências 
de Munique em 1908. Introduzindo inúmeras inovações, procurava tornar 
acessíveis ao público as conquistas mais modernas da ciência e da tecnologia. 
Apresenta réplicas e equipamentos em tamanho natural, modelos animados 
acionados pelo visitante através de botões ilustrando o funcionamento de 
máquinas ou princípios físicos, entre outras coisas. Mesmo sendo criado 
em 1908, até hoje o Museu de Ciências de Munique está entre os museus 
de Ciência e Tecnologia mais importantes do mundo. Sua exposição conta 
com mais de 100 mil objetos, dentre eles a primeira aeronave motorizada, 
construída pelos irmãos Wright, o Submarino U1, o primeiro motor a diesel, 
o primeiro automóvel, a mesa de laboratório, no qual o primeiro átomo foi 
encontrado, entre outros.
A educação em espaços não formais de ensino, mais precisamente em 
museus e centros de ciências, proporciona aos educadores estimular a produção 
de novos conhecimentos a partir do conjunto das atividades humanas, dentro 
de um contexto político, social, cultural e histórico. Contudo, para que isso 
ocorra é preciso que haja pesquisa, bem como a divulgação delas, sobretudo 
por se tratar de um campo da educação ainda em construção. Nesse sentido, 
consideramos que a educação em espaços não formais de ensino, possui uma 
tarefa fundamental: estimular a produção de novos conhecimentos a partir 
do conjunto das atividades humanas. Quando trabalhamos os conteúdos no 
ensino formal, faz-se necessário a “significação desses conteúdos”, apregoada 
por Freire (1997, p. 37), quando nos chama à reflexão: “Por que não discutir 
com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo 
conteúdo se ensina? [...] Por que não estabelecer uma necessária digamos 
“intimidade” entre os saberes curriculares fundamentaisa as experiências que 
eles têm como indivíduos? ” Além disso, exige a compreensão dos hábitos, 
costumes, enfim, da rede de vivências sociais, históricas e culturais dos 
educandos. Assim, o trabalho com a educação em espaços “não formais”, 
pode servir de importante aliado, além de potencializar a educação formal. 
Nessa linha de compreensão professores e educandos devem ser estimulados 
a pesquisar. Por intermédio da pesquisa eles vão construindo as condições 
para terem a exata compreensão dos vários conteúdos e a melhor forma de 
ministra-los e apreendê-los, seja fora ou dentro da sala de aula. O incentivo 
a pesquisa passa pelo alinhamento da teoria com a prática educativa, com 
o comprometimento, com os valores individuais e coletivos. Incentivar a 
pesquisa é abrir horizontes para a formação de sujeitos produtores de sua 
própria história.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
2.2 TRILHAS ECOLÓGICAS
As trilhas ecológicas se apresentam como uma possibilidade de tornar o 
conhecimento pertinente, contextualizado e real. O contato com a natureza é o 
elemento motivador para dar encanto e interesse pela atividade desenvolvida. 
Sua preocupação básica centra-se na melhor maneira de conduzir a atividade, 
de forma a alcançar finalidades educativas, por meio da experiência prática.
As trilhas visam não somente à transmissão de conhecimentos, bem 
como propiciam atividades que revelam os significados e as características 
do ambiente por meio do uso dos elementos originais, por experiência direta 
e por meios ilustrativos, sendo assim instrumento básico de programas de 
educação ao ar livre.
O contato do homem com a natureza, nas sociedades contemporâneas, 
encontra uma barreira cultural ditada pelos meios de comunicação e pelo 
consumismo, o que torna esse contato dificilmente harmonioso. Nesse 
contexto, a prática da Educação Ambiental é essencial para harmonizar 
a interação do ser humano com o ambiente natural. De fato, a Educação 
Ambiental vem sendo largamente discutida como ferramenta fundamental para 
o desenvolvimento do ecoturismo e também como conteúdo indispensável 
na educação formal e não formal. Tanto para o ensino formal quanto para o 
não formal, as trilhas ecológicas constituem excelentes espaços para a prática 
de programas de Educação Ambiental, que devem ir além de simplesmente 
ensinar o que os visitantes devem fazer nos ambientes visitados, mas também 
propor mudanças no modo como as pessoas pensam e avaliam a sua relação 
com o ambiente promovendo a sensibilização nesse processo educativo. 
Nesse sentido, em trilhas ecológicas, diferentes formas de trabalho podem 
alcançar variados níveis na estruturação de um novo paradigma ambiental. 
FIGURA 10 - TRILHA ECOLÓGICA
Fonte: Disponível em: <http://www.quintadaestancia.com.br/lazer/attachment/trilha-
ecologica-s-2>. Acesso em: 4 ago. 2017.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
A Educação Ambiental instituída em Lei nº 9.795, 27 de abril de 1999 e 
sancionada pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso, 
diz: “Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos 
quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida 
e sua sustentabilidade. Art. 2º A educação ambiental é um componente 
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, 
em caráter formal e não formal. Art. 3º Como parte do processo educativo 
mais amplo, todos têm direito à educação ambiental [...]” (MMA, 27 de abril de 
1999). Assim, a Educação Ambiental sempre deve estar presente em todo o 
ciclo educacional, já que é de direito de todos terem um ensino de qualidade 
em diferentes âmbitos. Mais do que isso, a Educação Ambiental tem como 
objetivo revelar a importância do convívio equilibrado entre o homem e 
meio ambiente, levando-o a entender de que ele faz parte de todo processo 
ecológico e que revendo hábitos pode-se conviver em constante harmonia 
com a natureza, por meio de atitudes sustentáveis. E é assim que a trilha 
ecológica se torna ferramenta para que os educadores ambientais levem 
os seus visitantes a pensar sobre seu papel na natureza. Da teoria à prática, 
a Educação Ambiental possibilita ao participante de suas atividades a rever 
conceitos e resgatar suas boas maneiras e comportamentos sobre a natureza. 
Assim, a Educação Ambiental pode causar mudanças de comportamento 
e desenvolvimento de valores éticos por meio da sensibilização para os 
detalhes da natureza, despertando o interesse pelo convívio com a mesma 
e a transmissão de conhecimentos ambientais de forma vivenciada, como o 
desenvolvimento sustentável dos ecossistemas. 
2.3 SAIDAS A CAMPO
Nos últimos anos, as saídas de campo foi uma das modalidades didáticas 
que começou a ganhar destaque nas aulas de Ciências entre outras atividades 
educativas. Esta atividade por ser realizada em ambientes naturais estimula a 
curiosidade dos alunos e proporciona uma aprendizagem mais significativa 
em virtude de o professor ter disponível diversos recursos naturais. As 
atividades em ambientes naturais envolvem e motivam os alunos superando 
a fragmentação dos conteúdos, além de promover uma mudança de valores 
e uma postura em relação à natureza, estabelecem uma nova perspectiva na 
relação homem natureza. Além disso, a saída de campo é uma metodologia 
que auxilia na construção dos conhecimentos científicos relacionados ao 
meio ambiente. A busca por novos métodos de ensino eficazes é discutida nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, os quais estimulam a busca de atividades 
diferentes que possam explorar o meio ambiente através de uma abordagem 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
multidisciplinar (BRASIL, 1998). Assim, as saídas de campo se tornam uma 
opção para os professores de Ciências ampliarem os conhecimentos dos alunos 
e de não ficarem restritos apenas à sequência de conteúdos dos currículos 
escolares, pois esta metodologia favorece a abrangência de diferentes temas. 
As saídas de campo facilitam a interação dos alunos com o meio ambiente 
em situações reais aguçando a busca pelo saber, além de estreitar as relações 
entre aluno/professor. Em ambiente natural é possível agrupar e relacionar os 
diferentes conteúdos, e esta dependência existente entre uma parte e outra 
é que possibilita uma abordagem mais ampla. A metodologia em discussão 
proporciona aos estudantes observações diretas de fatos reais, a exploração 
de diversos sentidos e possibilita relacionar a teoria da sala de aula com a 
prática do seu cotidiano. Leva-os a fazer uma leitura do mundo de forma 
mais ampla partindo do local para o global. É esta a visão de mundo que o 
aluno precisa ter, pois as mudanças que ocorrem e os fatos que acontecem 
não se dão separadamente, pois existem inter-relações, em que até mesmo 
um acontecimento pode influenciar em outro. 
FIGURA 11 - SAÍDA A CAMPO
FONTE: Disponível em: <http://cervas-aldeia.blogspot.com.br/2014/10/fim-de-
semana-europeu-de-observacao-de.html>. Acesso em: 4 ago. 2017.
O trabalho de campo é uma metodologia de ensino/aprendizagem capaz 
de levar o aluno ao encontro dos fenômenos in loco, corroborando com os 
conceitos estudados em sala de aula, podendo ainda, ser utilizado por diversas 
disciplinas e como parte de outras metodologias visa oferecer ao aluno, 
experiências relacionadas aos sentidos e à aquisição de conhecimento, por 
meio de outra forma, mais interessante e dinâmica, que não aquela arraigada 
em práticas docentes ultrapassadas, baseadas somente no livro didático e 
no quadro de giz. Este encontro com o real pode favorecer o entendimento 
sobre vários aspectos da Ciência relacionados ao meio, independenteda sua 
origem física ou humana, natural ou social. 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
2.4 VISITAS ÀS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS
As visitas feitas pelos alunos às instituições públicas e privadas, também 
conhecidas como visitas técnicas para os alunos de ensino médio, são 
atividades externas à instituição com fins pedagógicos e sob a orientação 
de professores, com o objetivo de propiciar aprendizados complementares 
à formação integral dos estudantes. A atividade deve estar relacionada 
às unidades curriculares do projeto pedagógico do curso e a visita deve, 
preferencialmente, constar no plano de ensino da unidade curricular.
FIGURA 12 - VISITA TÉCNICA
FONTE: Disponível em: <http://www.universo.edu.br/portal/campos/visita-
tecnica/>. Acesso em: 4 ago. 2017.
A visita técnica tem os objetivos de promover a integração entre a teoria 
e a prática no que se refere aos conhecimentos adquiridos pelos alunos na 
instituição de ensino; proporcionar ao estudante a vivência do mercado 
de trabalho, produtos, processos e serviços in loco e a integração entre os 
mesmos; propiciar ao estudante a oportunidade de aprimorar a sua formação 
científica, cultural e tecnológica.
A visita vinculada às atividades de ensino sempre possuem um fim 
pedagógico e abrange as seguintes modalidades: a participação como visitante 
em feiras, congressos, seminários, exposições e eventos similares; visitas às 
instituições públicas e privadas; visitas às empresas e/ou institutos de pesquisa, 
de serviços e/ou produção; visitas às propriedades rurais ou locais públicos. 
A realização da visita deverá ser precedida de submissão e aprovação de 
um projeto contendo, no mínimo a identificação do proponente e público-
alvo da visita; a justificativa para realização da visita; objetivos pedagógicos 
vinculados à(s) unidade(s) curricular(es); metodologia (atividades pedagógicas 
e administrativas realizadas antes, durante e depois da visita); roteiro detalhado 
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
da visita; ciência e aprovação das instituições a serem visitadas, licenças 
necessárias para a visita e quaisquer outras especificidades do município a 
ser visitado; detalhamento das normas específicas e exigências da instituição 
a ser visitada, incluindo a vestimenta adequada.
 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
REFERÊNCIAS
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formal do conhecimento científico nos diferentes espaços de ensino e 
aprendizagem. Caderno PDE, Curitiba: 2014. 
BOMFIM, Sonia Regina Monsores. Espaço educativo não formal: práticas 
na escola pública. UERJ, 2014.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Disponível em: <http://www.
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em: 4 ago. 2017.
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FERREIRA, Carmen Lucia. O lugar da educação em espaços não formais: 
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HORTA, M. L. P.; GRUNBERG, E.; MONTEIRO, A. Q. guia básico da educação 
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MINISTÉRIO DA CULTURA, IPHAN. Educação patrimonial: manual de 
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EduPat_EducPatrimonialProgramaMaisEducacao_fas1_m.pdf>. Acesso em: 4 
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OLIVEIRA, R. I. R; GASTAL, M. L. A. Educação formal fora da sala de aula: 
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PACHECO, I. A.; VARGAS, I. A. Educação Patrimonial: um recurso para 
alfabetização cultural no Ensino Fundamental. Ateliê Geográfico, Goiânia-
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 CURSO LIVRE - EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
SANTOS, R. F. S.; ALMEIDA, R. C. Educação ambiental e trilhas ecológicas: 
o caminhar para um futuro consciente e sustentável. Revista Científica do 
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UNESCO. Educação: um Tesouro a Descobrir, Rio Tinto, Edições Asa, 1996.

Outros materiais