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PRIMEIROS SOCORROS 
NAS ESCOLAS 
ASPECTOS GERAIS DOS 
PRIMEIROS SOCORROS
Caro aluno, esta é a etapa inicial dos estudos do curso de Primeiros 
Socorros nas Escolas. O objetivo desta etapa é que você compreenda o trabalho 
do profissional socorrista, para tanto, serão abordados os fundamentos dos 
primeiros socorros, discorrendo sobre os aspectos legais do socorro, os serviços 
de utilidade pública disponíveis para a prestação de serviços à sociedade nos 
casos de urgência e emergência, e as peculiaridades sobre o transporte dos 
acidentados.
Para isso, disponibilizamos uma apostila sobre o conteúdo em formato 
PDF, materiais complementares e interativos, exercícios para você testar o seu 
conhecimento e um tema no fórum de discussão, a fim de manifestar a sua 
opinião. 
No caso de dúvidas, acesse o link Tire suas Dúvidas e relate-as para nós. 
APRESENTAÇÃO
Organização
Carla Eunice Gomes 
Correa
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Talita Cristiane Sutter
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
ASPECTOS GERAIS 
DOS PRIMEIROS 
SOCORROS
.01
1 INTRODUÇÃO
Todos nós estamos propensos a precisar de atendimento imediato de 
socorro, seja por um acidente ou até algum tipo de doença, e a importância 
de um profissional qualificado para os primeiros socorros pode ser crucial 
diante do acontecimento. Assim, se torna imprescindível que as pessoas 
tenham acesso às informações sobre como agir nessas situações. 
Como salienta Gonçalves e Gonçalves (2019, p. 5), “o conhecimento sobre 
os procedimentos de primeiros socorros deveria ser de domínio público, pois 
os acidentes acontecem a todo instante e em todos os lugares”.
 ATENDIMENTO (1)
FONTE: <https://reinaldoinstrutor.blogspot.com/2016/05/simulados-de-
primeiros-socorros-sem.html>. Acesso em: 23 jan. 2019.
Historicamente, os métodos que são utilizados durante os primeiros 
socorros, iniciaram em 1859, com Jean Henry Dunant, que teve apoio de 
Napoleão III. O projeto tinha como finalidade a educação das comunidades 
locais, tendo como alvo principal aquelas em que estavam em guerra. 
As causas de mortes dos muitos soldados em meio às batalhas, que 
não recebiam atendimento, eram ferimentos simples, pequenas fraturas e 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
lesões por armas. Devido ao sofrimento de milhares de soldados que morriam 
abandonados nos campos de batalha por complicações destas lesões, Dunant 
organizou um grupo de voluntários com os habitantes da região com o 
objetivo de ministrar os primeiros socorros para aqueles soldados feridos. 
Após a criação deste grupo de voluntários, Dunant escreveu um livro em 
que propõe a criação de grupos de primeiros socorros, para atendimento dos 
feridos. Mais tarde, em 17 de fevereiro de 1863, recebeu o apoio da Sociedade 
Pública de Genebra fundando um Comitê Internacional de Socorro aos 
Feridos. Este comitê era formado por cidadãos suíços, que organizaram uma 
Conferência Internacional em Genebra, com a representação de 16 países, 
que deram origem à Cruz Vermelha. As resoluções previam: 
• a criação, em cada país, de um Comitê de Socorro, que ajudaria em tempos 
de guerra, os serviços de saúde dos exércitos;
• a formação de enfermeiras voluntárias em tempos de paz; 
• a neutralidade das ambulâncias, dos hospitais militares e do pessoal de 
saúde; 
• a adoção de um símbolo definitivo uniforme: uma braçadeira branca com 
uma cruz vermelha em fundo branco (CRUZ VERMELHA, 2019, s.p.).
 Esses procedimentos, até hoje, são de grande valor para a vida humana, 
visto que muitos casos de acidentes podem levar o indivíduo a óbito antes de 
obter o atendimento presencial em uma unidade de saúde, por exemplo. Neste 
caso, faz-se necessário um atendimento adequado de primeiros socorros, que 
pode ser feito por pessoas instruídas de antemão para que o sujeito acidentado 
tenha mais chances de obter êxito no seu tratamento (SOARES, 2013).
No Brasil, em setembro de 2017, em Campinas/SP, o estudante Lucas 
Begalli Zamora, de 10 anos, morreu ao se engasgar com um sanduíche 
durante um passeio escolar. Para enfrentar situações como essa, o Congresso 
Nacional aprovou o Projeto de Lei 9.468/18. A proposta foi sancionada no 
dia 04/10/2018 pela Presidência da República e transformada na Lei Lucas 
13.722/18. A proposta obriga as escolas, públicas e privadas, de educação 
infantil e básica a fazerem curso de capacitação de professores e funcionários 
em noções básicas de primeiros socorros (BRASIL, 2018a).
Para Taddei et.al. (2006), mais importante do que saber o que fazer na 
hora do acidente é saber preveni-lo. Tratando-se de espaços que circulam 
crianças, estes devem ser planejados adequadamente, promovendo um 
ambiente seguro para poderem se desenvolver saudavelmente, sem limitar a 
sua capacidade de descobertas e curiosidades.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
2 FUNDAMENTOS DOS PRIMEIROS SOCORROS
 Como elucida a citação a seguir, o primeiro socorro é um tratamento 
inicial, pois tem caráter imediato a fim de preservar a vida. Também pode-se 
dizer que visa diminuir o sofrimento da pessoa, e pode ser oferecido tanto 
para acidentados como também vítimas de tipos de doenças súbitas. Segundo 
Brasil, (2003, p. 8), 
Podemos definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que 
devem ser prestados rapidamente a uma pessoa, vítima de acidentes ou de mal 
súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as 
funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas 
e procedimentos até a chegada de assistência qualificada.
O tipo de atendimento, em situações emergenciais vai depender 
da situação em que esta foi gerada, pode vir a ser, “proteção de feridas, 
imobilização das fraturas, controle de hemorragias externas, desobstrução 
das vias respiratórias e realização de manobras de Suporte Básico de Vida 
(SBV)” (REIS, 2010, p. 5).
Suporte Básico de Vida é uma sequência de ações válida para o socorrista que 
atua sozinho. Para saber mais sobre SBV acesse: file:///C:/Users/89120345968/
Downloads/Suporte%20b%C3%A1sico%20de%20vida.pdf.
De acordo com Soares, (2013, p. 2):
A expressão, primeiros socorros, é usada para caracterizar uma série de 
procedimentos adotados com o fim de preservar vidas sob risco iminente 
e em condições de urgência e/ou emergência. Esses procedimentos são 
realizados geralmente por pessoas comuns, com conhecimentos teóricos e 
práticos acerca das técnicas utilizadas.
Para prestar os primeiros socorros, a pessoa treinada deve realizar o 
ato com calma, sendo confiante e compreensivo. É importante manter o 
autocontrole assim como o das outras pessoas envolvidas no acontecimento. 
Por exemplo, informar o indivíduo que sofreu o acidente sobre sua 
situação atual, deve ser analisado pelo profissional com cautela, a fim de não 
causar sentimentos desnecessários no momento, como ansiedade e medo. Até 
mesmo o tom de voz que este utilizará com a vítima é importante, devendo 
ser calmo e confortante para gerar confiança mútua (BRASIL, 2003). 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Segundo Bergeron, et al. (2007, p. 6):
Os socorristas são treinados para aproximar-se do paciente, detectar problemas, 
oferecer assistência à emergência e, quando necessário, locomovê-lo, sem 
causar outras lesões. Os Socorristas são, em geral, as primeiras pessoas, com 
conhecimentos em primeiros socorros, a chegar no local. Os socorristas 
podem ser policiais, bombeiros, trabalhadores ou qualquer cidadão.
Neste caso é importante salientar que o profissional que prestará 
socorro, necessita estar atento inclusive a sua segurança pessoal, para ajudar 
o outro sem que, para isso, também acabe como vítima por tomaratitudes 
imprudentes (SOARES, 2013).
Outro ponto importante é que a pessoa habilitada deve alertar e 
ajudar a vítima evitando um possível agravamento do acidente, porém esse 
atendimento não pode substituir ou atrasar os outros serviços que estão 
disponíveis como emergências médicas (REIS, 2010).
OBJETIVOS DOS PRIMEIROS SOCORROS
FONTE: Adaptado de Reis (2010)
2.1 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Em nosso dia a dia é muito comum escutarmos as pessoas se referirem 
as situações de urgência e emergência como sinônimas, porém, sabemos que 
as situações são diferentes. Observe a figura a seguir, nela podemos verificar 
as diferenças entre situações de urgência e emergência. 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
DIFERENÇA ENTRE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA
FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-G95JILlZB9I/VGJeXD6hWbI/AAAAAAAAABs/6ljSPJag-qc/s1600/
601560_501330656544418_1422815089_n%2B(1).jpg>. Acesso em: 23 jan. 2019.
Por mais que as situações de emergência requerem atenção imediata
por acarretar riscos à vida do sujeito, uma ocorrência de urgência também 
necessita de uma solução em curto prazo. Observe o quadro a seguir, nele 
apresentamos exemplos de nosso cotidiano que caracterizam as situações 
de urgência e emergência.
Urgência Emergência
• Fraturas não expostas. • Traumatismo Craniano.
• Cólicas Renais. • Fraturas Expostas.
• Pressão Arterial Elevada. • Parada Cardiorrespiratória.
• Crise Asmática. • Hemorragias Graves.
EXEMPLOS DE SITUAÇÕES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
FONTE: Adaptado de Schmitz (2019)
Quando nos encontramos diante de uma situação de emergência, é 
exigindo de nós uma ação rápida e, neste momento, de acordo com Bartman 
(1996), muitos tipos de reações podem surgir, como por exemplo: 
• Não nos manifestarmos, pois não sabemos o que fazer.
• Independente de termos o conhecimento ou não sobre as técnicas que 
devem ser utilizadas podemos permanecer em “congelamento” pelo medo.
• Reagimos imediatamente mesmo sem conhecimento prévio, muitas vezes 
piorando a situação.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Todas essas manifestações são naturais ao ser humano, porém, em uma 
hora de emergência, é de suma importância que a pessoa saiba controlar 
esses instintos para agir corretamente. Neste caso, é tão importante confiar 
no que se sabe sobre primeiros socorros, quanto reconhecer os limites que 
cada caso pode nos infligir. De qualquer forma, a avaliação do socorrista é 
primordial e deve basear-se na averiguação das necessidades indicando as 
prioridades de cada caso (BRUNO; BARTMAN, 1996).
Alguns passos podem ser seguidos na hora de prestar o atendimento de 
emergência, analisando os fatores com rapidez e cautela.
Avalie
Formule um plano de 
ação
Aja
• Existe algum perigo 
no local que apresente 
risco para mim ou para a 
vítima?
• É possível me aproximar 
da vítima com 
segurança?
• O que causou a 
condição atual da 
vítima?
• É possível manter a 
segurança enquanto 
presto assistência?
• Que tipo de 
assistência de 
emergência pode ser 
necessária?
• Como o serviço 
médico de 
emergência local 
pode ser acionado?
• Acione o serviço médico 
de emergência ligando 
primeiro (vítima sem 
ventilação) ou cuidando 
primeiro (vítima sem 
ventilação devido 
afogamento).
• Siga as diretrizes treinadas 
para prestar assistência de 
emergência.
• Continue a levar em 
consideração a sua 
segurança.
AVALIAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
FONTE: Adaptado de TOLDO (2016)
3 ASPECTOS LEGAIS DOS PRIMEIROS SOCORROS 
A saúde é um princípio básico e de direito do ser humano, e está prevista 
na Constituição Federal, descrita no seguinte parágrafo:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL,1988, s.p.).
Todas as pessoas possuem o direito à proteção da vida e à saúde, com 
este intuito a lei do Código Penal foi estabelecida e ampliada para garantir 
tais direitos fundamentais.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
A omissão de socorro foi conceituada como “a atitude de deixar de 
socorrer pessoas em situação de vulnerabilidade, como crianças abandonadas 
ou perdidas, pessoas inválidas, com ferimentos, ou em situação de risco ou 
perigo” (BRASIL,1940, s.p.).
“O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa 
não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, 
já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro” (SOARES, 2013, p. 3).
OMISSÃO DE SOCORRO
FONTE: <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/imagens-
2016/21omissaodesocorro.jpg/@@images/0259c760-787f-4c98-a3cd-e092c3e5f613.jpeg>. 
Acesso em: 23 jan. 2019.
No Código Penal, a omissão de socorro foi prevista há muito tempo, 
até mesmo anterior à Constituição, prevalecendo suas principais implicações 
e diretrizes sobre esta situação até o dia de hoje. Na descrição do artigo a 
seguir é possível avaliar inclusive a gravidade da omissão, caso ocorra óbito 
oriundo da ausência de prestação do socorro.
O Art. 135 da CF estabelece que:
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, 
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao 
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública. 
[...]
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte (BRASIL,1940, s.p.).
No ano de 1984, o Código Penal foi ampliado e foi incluído em sua 
redação a responsabilidade da prestação do atendimento pelos profissionais 
de saúde ou pessoas habilitadas (ex.: socorristas). Neste caso, o conhecimento 
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
técnico, responsabiliza a pessoa quanto ao dever de prestar o atendimento 
com segurança. A seguir, consta tais descrições:
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia 
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei 
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a 
responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, 
criou o risco da ocorrência do resultado (BRASIL,1984, s.p.).
3.1 DIREITOS DA VÍTIMA
O prestador do socorro deve estar ciente que a vítima possui o direito de 
se recusar em receber a assistência. No caso de pessoas adultas, esse direito 
é válido quando eles estiverem conscientes e lúcidos. O motivo da recusa 
pode ocorrer por alguns fatores: crenças religiosas ou falta de confiança no 
prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, “a vítima não 
pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-
se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a 
vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo” (SILVEIRA; 
MOULIN, 2003, p. 1).
Caso a vítima esteja impedida de falar, em decorrência do acidente e 
com sinais que se compreende de que ela não deseja o atendimento, tome 
as seguintes providências:
Não discuta com a vítima.
Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças 
religiosas.
Converse com a vítima, informe a ela que você possui treinamento em primeiros 
socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que 
está pronto para auxiliá-la no que for necessário.
Esclareça às testemunhas de que o atendimento foi recusado por parte da 
vítima.
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe 
ou pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da 
chegada do socorroespecializado, o prestador de socorro deverá, se possível, 
conseguir testemunhas que comprovem o fato.
PROVIDÊNCIAS PARA O PRESTADOR DE PRIMEIROS SOCORROS EM CASOS DE RECUSA DA ASSISTÊNCIA PELA 
VÍTIMA ADULTA
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser formal, 
quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após 
o prestador de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima 
de que possui treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a 
vítima esteja inconsciente, confusa ou gravemente ferida a ponto de não 
poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o atendimento. Neste caso, a 
legislação infere que a vítima daria o consentimento, caso tivesse condições 
de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes 
envolvendo menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do 
mesmo modo, a legislação infere que o consentimento seria dado pelos pais 
ou responsáveis, caso estivessem presentes no local.
FONTE: Adaptado de Silveira; Moulin (2003)
4 SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA
A população conta com serviços especializados para o atendimento de 
urgência e emergência. Os principais são: SAMU — Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência — e o Corpo de Bombeiros. 
O SAMU foi desenvolvido pela Secretária de Estado da Saúde de Santa Catarina, 
em parceria com o Ministério da Saúde e Secretarias Municipais, cuja missão 
é regular atendimentos de urgência e emergência em todo o Estado. Também 
é responsável pelas transferências de pacientes graves, operando tanto em 
ambulâncias USAs (Unidades de Suporte Avançado) e USBs (Unidades de 
Suporte Básico), que são Unidades de Suporte Básico e Avançadas, como 
também no transporte aéreo, com sua aeronave, o Arcanjo. Nas Unidades 
de Suporte Básico, a equipe é composta por um condutor-socorrista e um 
técnico em enfermagem, enquanto, nas Unidades de Suporte Avançada, a 
organização da ambulância é combinada por um médico, um enfermeiro e 
um condutor-socorrista. Ao todo, em Santa Catarina, são 23 USAs e 97 USBs.
O SAMU conta no momento com 114 Serviços de Atendimento Móvel de 
Urgência no Brasil, estando em atividade em 926 municípios no Brasil e 
atingindo 92,7 milhões de pessoas (SANTA CATARINA, 2019a, s.p.).
LOGO SAMU
FONTE: <https://samu.saude.sc.gov.br/images/logo/logo.png>. Acesso em: 6 fev. 2019.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Conforme visto na Figura 5, o número para ligações ao SAMU é 192, 
quando um cidadão liga, ele é atendido por um Técnico auxiliar de Regulação 
Médico, esse técnico é que vai encaminhar o caso para um médico regulador, 
este vai avaliar a urgência do caso e entrará em contato com um rádio 
operador que por fim chamará a ambulância mais próxima ao local para a 
realização do atendimento. Como visto, no SAMU existem USB’s e USA’s, que 
são selecionadas conforme a gravidade da situação relatada. Quando há o 
risco de vida eminente é acionado o “código vermelho” e o objetivo do serviço 
é atingir cerca de 1 minuto e 30 segundos do atendimento do rádio operador 
até a ambulância (SANTA CATARINA, 2019a).
Missão Visão Valores
Prestar o atendimento 
pré-hospitalar 
de urgência 
com excelência 
a população de 
Santa Catarina, 
além de realizar 
a coordenação, 
a regulação e a 
supervisão médica, 
direta ou a distância, 
de todos os 
atendimentos.
Atender o paciente de 
forma ágil e eficiente, 
com profissionais 
capacitados e 
recursos tecnológicos 
adequados, cumprindo 
100% das solicitações 
no menor tempo-
resposta possível, com 
a finalidade de ser 
referência neste tipo de 
procedimento. 
Garantir o acesso do 
paciente à Unidade de 
Saúde mais adequada e 
proporcionar o melhor 
atendimento pré-
hospitalar de urgência, 
tanto em casos de 
traumas quanto em 
situações clínicas, 
prestando sempre os 
cuidados médicos 
apropriados ao estado 
de saúde do cidadão.
MISSÃO, VISÃO E VALORES DO SAMU
FONTE: Adaptado de Santa Catarina (2019a)
Outro serviço que pode ser solicitado em caso de emergência é o do 
corpo de bombeiros. Eles surgem com a missão de atuar em atividades de 
defesa civil, prevenção e combate de incêndios e também em situações de 
salvamentos, cada qual em suas respectivas unidades federativas. Em Santa 
Catarina contamos com o Corpo de Bombeiros Militar, cujo número é 193. 
De acordo com a Constituição do Estado de Santa Catarina: 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA (1989)
“Art. 108. O Corpo de Bombeiros Militar, órgão permanente, força auxiliar, 
reserva do Exército, organizado com base na hierarquia e discipl ina, 
subordinado ao Governador do Estado, cabe, nos limites de sua competência, 
além de outras atribuições estabelecidas em Lei:
I – realizar os serviços de prevenção de sinistros ou catástrofes, de combate 
a incêndio e de busca e salvamento de pessoas e bens e o atendimento pré-
hospitalar;
II – estabelecer normas relativas à segurança das pessoas e de seus bens 
contra incêndio, catástrofe ou produtos perigosos;
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
III – analisar, previamente, os projetos de segurança contra incêndio em 
edificações, contra sinistros em áreas de risco e de armazenagem, manipulação 
e transporte de produtos perigosos, acompanhar e fiscalizar sua execução, 
e impor sanções administrativas estabelecidas em Lei;
IV – realizar perícias de incêndio e de áreas sinistradas no limite de sua 
competência;
V – colaborar com os órgãos da defesa civil;
VI – exercer a polícia judiciária militar, nos termos de lei federal;
VII – estabelecer a prevenção balneária por salva-vidas; e
VIII – prevenir acidentes e incêndios na orla marítima e fluvial (SANTA 
CATARINA, 2019b).
LOGO CORPO DE BOMBEIROS SC
FONTE: <https://dat.cbm.sc.gov.br/images/logo_marcas/Logo_sem_fundo.
png>. Acesso em: 7 fev. 2019.
Agora, caracterizados os dois serviços, é importante esclarecer para 
qual deles ligar dependendo da situação de emergência. A imagem a seguir 
demonstra alguns exemplos de fatos em que devemos chamar o SAMU e o 
Corpo de Bombeiros:
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
SAMU E CORPO DE BOMBEIROS
FONTE: <http://www.guiacaldasnovas.com.br/userfi les/image/samu.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2019.
Após ligar para o número indicado àquela situação, a comunicação deve 
ser eficaz afim de facilitar a compreensão dos profissionais sobre o tipo de 
equipamento e pessoal necessário para o atendimento, então, forneça sempre:
Tipo de acidente Número de vítimas Localização exata
Incêndio, acidentes 
com veículos, 
quantos e quais os 
tipos de veículos 
envolvidos, 
atropelamento, 
vazamento de 
gás ou produtos 
químicos, inundação, 
desmoronamento, 
brigas etc.
O número, tipo e 
gravidade das lesões 
sofridas, se foram 
removidas do local, se 
precisam ser resgatadas 
de local perigoso. 
Informe a idade 
aproximada das vítimas, 
se há crianças, pessoas 
idosas ou mulheres 
grávidas.
Se for na cidade, 
forneça a localização 
exata da rua, o 
número e o ponto de 
referência mais fácil. 
Em rodovias, forneça 
o nome ou número, 
o quilômetro, se for 
possível, ou a indicação 
de entroncamentos ou 
pontos de referência.
PASSOS PARA COMUNICAÇÃO COM A EMERGÊNCIA
FONTE: Adaptado de Júnior (2014)
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
No quadro a seguir estão listados outros telefones úteis dependendo 
de cada ocorrência:
181 DISQUE-DENÚNCIA: é um serviço gratuito oferecido à comunidade para o 
repasse de informações sobre crimes. O denunciante não precisa se identificar. 
Desde sua criação, em 2003, não houve nenhum caso de divulgação da 
identidade das pessoas que ligaram no 181.
190POLÍCIA MILITAR: é o telefone de emergência da Polícia Militar por meio do 
qual podem ser repassadas/relatadas situações de furto, roubo, homicídio, 
violência doméstica, agressão, depredação do patrimônio público, invasão de 
domicílio, entre outros delitos que imponham o cidadão ao risco iminente de 
um ilícito penal ou no momento em que estas situações estejam ocorrendo.
191 POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL: utilizado pela Polícia Rodoviária Federal, a 
população poderá ligar para informar sobre ocorrências nas rodovias federais 
como, por exemplo, crimes, acidentes ou irregularidades.
197 POLÍCIA CIVIL: o telefone utilizado pela Polícia Civil para quem tiver 
informações que colaborem com as investigações da instituição possa entrar 
em contato. A ligação é gratuita e não há necessidade de identificação.
198 BPRv: o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), unidade especializada da Polícia 
Militar para atuação na fiscalização, policiamento em rodovias estaduais, está 
à disposição dos usuários por meio do 198. Por este canal, o cidadão tem 
acesso a informações como prevenção de acidentes, educação no trânsito, 
condições de veículos e documentação; fluidez do trânsito; e atendimento 
de acidente de trânsito no local.
199 DEFESA CIVIL: o número poderá ser discado quando ocorrer inundações, 
desabamentos, incêndios ou desastres naturais que tenham vítimas e 
desabrigados. 
NÚMEROS ÚTEIS E SUAS FUNÇÕES
FONTE: Adaptado de Brasil (2016)
5 PERFIL DO SOCORRISTA
Para exercer os primeiros socorros, é necessário que o socorrista tenha 
atenção nas considerações a seguir, buscando avaliar constantemente se está 
realizando a sua função com eficácia e mantendo o controle emocional.
 CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS
Manter a 
Calma
Manter o autocontrole para enfrentar situações de emergência que 
muitas vezes envolvem pânico e sofrimento.
Liderança Assumir o controle da situação e passar confi ança na assistência 
realizada.
Fazer tudo 
o que for 
possível
Deve tentar realizar todas as medidas que forem de seu conhecimento 
e que estiver ao seu alcance sem agravar a situação da vítima.
Não temer 
críticas
O socorrista que tem conhecimento e sabe o que está fazendo 
não precisa temer em prejudicar a vítima. Se for possível, sempre 
estabeleça uma comunicação clara com os familiares explicando o 
que pretende fazer.
Não correr 
riscos
Antes de socorrer alguém sempre avaliar se a sua segurança não 
está em risco.
Colaboração Quando o atendimento especializado chegar, relate todo o 
procedimento realizado, a avaliação da vítima e a evolução que ela 
apresentou desde o início do atendimento e se ofereça para auxiliar 
no que mais for necessário até a fi nalização da assistência.
Não se sentir 
frustrado
Se você fez o máximo possível e percebeu que a sua ajuda não foi 
sufi ciente, não se sinta culpado nem permita que isso interfi ra em 
seus atendimentos futuros.
PERFIL DO SOCORRISTA
FONTE: Adaptado de Júnior (2014)
FONTE: Gonçalves; Gonçalves (2009, p. 11)
ATENDIMENTO (2)
6 CENÁRIO DO SOCORRO
Ao se deparar com alguma situação de emergência, o socorrista precisa 
avaliar rapidamente todo o cenário que envolvendo tais implicações:
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Avaliação das 
condições de 
segurança
Analisar se o local está seguro para realizar de imediato 
o atendimento. Não se colocar em risco podendo ser 
uma segunda vítima. Verificar a segurança da via púbica, 
caso for acidente de trânsito, analisar se poderá envolver 
outras vítimas através do cenário estabelecido pós-trauma, 
considerar possíveis deslizes de terra em encostas em caso 
de chuvas, e demais situações que podem ser imprevisíveis 
quando se trata de emergências.
Avaliação 
inicial das 
vítimas
Identificar a prioridade de atendimento entre as vítimas, 
tipos de equipamento que será utilizado para o socorro, 
caso a vítima tiver consciente converse com ela durante a 
assistência buscando acalmá-la. Mantenha o controle da 
situação, pois cabe ao socorrista ter a liderança da situação 
até a vinda da equipe especializada.
Locais 
públicos
Quando os acidentes ocorrem em locais públicos que 
concentram muitas pessoas (exemplo: teatros, supermercados, 
estádios, casas de shows), muitas vezes acometem maior 
número de v í t imas , o que ex ig i rá d iscernimento do 
socorrista. Depois de isolar o local, providenciar a chamada 
para o serviço especializado, retirar as vítimas que estejam 
em local instável, determinar prioridades de atendimento, 
prestar assistência para os casos mais graves e transportar 
de forma adequada os feridos avaliando sempre a segurança 
da remoção para a vítima.
AVALIAÇÃO DO CENÁRIO
FONTE: Adaptado de Júnior (2014) e Bruno; Bartman (1996)
ACIDENTE
FONTE: Gonçalves; Gonçalves (2009, p. 17)
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7 TRANSPORTE DE ACIDENTADOS 
O conhecimento das técnicas corretas de resgate torna-se imprescindível 
para evitar risco para o socorrista e principalmente impedir um segundo 
trauma para a vítima.
A seguir, vamos citar alguns meios de retirada da vítima em casos de 
risco eminente no local, ou seja, em incêndios, desabamentos, tiroteios etc.
7.1 TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA
a) Resgate por arrastamento: arrastar a vítima no sentido da cabeça, utilizando 
camisa ou casaco como ponto de apoio. Também podemos utilizar um 
cobertor na execução desta técnica, contudo, a vítima deve ser rolada para 
cima do cobertor. A técnica de arrastamento permite que um socorrista 
transporte vítimas pesadas, acima de sua capacidade de carga (JUNIOR, et 
al. 2007).
RESGATE POR ARRASTAMENTO
FONTE: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/tranpac7.gif>. Acesso em: 7 
fev. 2019.
b) Transporte tipo bombeiro: indicado para vítimas inconscientes e em 
situações nas quais o socorrista possui força física para suportar o peso da 
vítima. Nunca utilize esta técnica com a vítima apresentando um possível 
trauma.
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TRANSPORTE TIPO BOMBEIRO
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 112)
c) Apoio lateral simples: técnica utilizada para apoio em vítimas que são 
capazes de andar.
APOIO LATERAL SIMPLES
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 112)
d) Transporte nos braços: ter o cuidado para passar o braço da vítima sobre 
os seus ombros atrás do pescoço e envolver com o seu outro braço a 
cintura da vítima
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TRANSPORTE NOS BRAÇOS
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 112)
e) Transporte em cadeira: pode ser utilizada com ou sem cadeira, neste caso, 
levantando as pernas da vítima, simulando a posição de sentado.
TRANSPORTE EM CADEIRA COM A CADEIRA
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 113)
TRANSPORTE EM CADEIRA SEM A CADEIRA
FONTE: Júnior et al. (2007, p. 113)
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O transporte da vítima politraumatizada deverá ser realizada por um 
mobilizador que seja capaz de manter a estabilidade de toda a coluna vertebral. 
A melhor posição para esta estabilização é o decúbito dorsal, que também 
contribui para uma melhor visualização para o início das medidas do suporte 
de vida (JÚNIOR et al. 2007).
Nenhuma técnica acima é indicada ou considerada segura para o transporte 
de vítimas com suspeita de traumatismos.
Sempre que houver situações que acarretem maior risco para a vítima, o serviço 
de resgate especializado deverá ser acionado.
A Lei 13.722 de 4 de outubro de 2018, mais conhecida como Lei Lucas, foi 
aprovada por unanimidade pelo Senado, que torna obrigatória a capacitação 
em Noções Básicas de Primeiros Socorros, de professores e funcionários 
de estabelecimentos de ensino público e privado de educação básica e de 
estabelecimentos de recreação infantil.
O nome da nova legislação, Lei Lucas, prestahomenagem ao menino 
Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, que morreu engasgado com um sanduíche 
durante um passeio escolar, sem que ninguém pudesse socorrê-lo. Por isso, 
quanto maior o número de pessoas treinadas e prontas para o primeiro 
atendimento em primeiros socorros, melhor é o prognóstico das vítimas.
LEI LUCAS
A Lei 13.722 de 4 de outubro de 2018 é apresentada da seguinte maneira: 
Art. 1º Os estabelecimentos de ensino de educação básica da rede 
pública, por meio dos respectivos sistemas de ensino, e os estabelecimentos 
de ensino de educação básica e de recreação infantil da rede privada deverão 
capacitar professores e funcionários em noções de primeiros socorros.
§ 1º O curso deverá ser ofertado anualmente e dest inar-se-á à 
capacitação e/ou à reciclagem de parte dos professores e funcionários dos 
estabelecimentos de ensino e recreação a que se refere o caput deste artigo, 
sem prejuízo de suas atividades ordinárias.
§ 2º A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento 
de ensino ou de recreação será definida em regulamento, guardada a proporção 
com o tamanho do corpo de professores e funcionários ou com o fluxo de 
atendimento de crianças e adolescentes no estabelecimento.
§ 3º A responsabilidade pela capacitação dos professores e funcionários 
dos estabelecimentos públicos caberá aos respectivos sistemas ou redes de 
ensino.
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Art. 2º Os cursos de primeiros socorros serão ministrados por entidades 
municipais ou estaduais especializadas em práticas de auxílio imediato e 
emergencial à população, no caso dos estabelecimentos públicos, e por 
profissionais habilitados, no caso dos estabelecimentos privados, e têm 
por objetivo capacitar os professores e funcionários para identificar e agir 
preventivamente em situações de emergência e urgência médicas, até que 
o suporte médico especializado, local ou remoto, se torne possível.
§ 1º O conteúdo dos cursos de primeiros socorros básicos ministrados 
deverá ser condizente com a natureza e a faixa etária do público atendido 
nos estabelecimentos de ensino ou de recreação.
§ 2º Os estabelecimentos de ensino ou de recreação das redes pública e 
particular deverão dispor de kits de primeiros socorros, conforme orientação 
das entidades especializadas em atendimento emergencial à população.
Art. 3º São os estabelecimentos de ensino obrigados a afixar em local 
visível a certificação que comprove a realização da capacitação de que trata 
esta Lei e o nome dos profissionais capacitados.
Art. 4º O não cumprimento das disposições desta Lei implicará a 
imposição das seguintes penalidades pela autoridade administrativa, no âmbito 
de sua competência:
I - notificação de descumprimento da Lei;
II - multa, aplicada em dobro em caso de reincidência; ou
III - em caso de nova reincidência, a cassação do alvará de funcionamento 
ou da autorização concedida pelo órgão de educação, quando se tratar 
de creche ou estabelecimento particular de ensino ou de recreação, ou a 
responsabilização patrimonial do agente público, quando se tratar de creche 
ou estabelecimento público.
Art. 5º Os estabelecimentos de ensino de que trata esta Lei deverão 
estar integrados à rede de atenção de urgência e emergência de sua região 
e estabelecer fluxo de encaminhamento para uma unidade de saúde de 
referência.
Art. 6º O Poder Executivo definirá em regulamento os critérios para a 
implementação dos cursos de primeiros socorros previstos nesta Lei.
Art. 7º As despesas para a execução desta Lei correrão por conta de 
dotações orçamentárias próprias, incluídas pelo Poder Executivo nas propostas 
orçamentárias anuais e em seu plano plurianual.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias 
de sua publicação oficial. 
FONTE: BRASIL. Lei n. 13.722, de 4 de outubro de 2018. Torna obrigatória a capacitação em noções básicas de 
primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de educação 
básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Brasília: Senado Federal, 2018a. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13722.htm. Acesso em: 18. abr. 2019.
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Portanto, o curso de Primeiros Socorros nas Escolas, deverá ser ofertado 
anualmente para a capacitação e/ou reciclagem de parte dos professores e 
funcionários dos estabelecimentos de ensino e recreação.
Os estabelecimentos de ensino de educação básica e de recreação infantil 
terão até abril de 2019 para se adequarem às normas da Lei 13.722/2018. O não 
cumprimento pode acarretar em notificação, multa e até cassação do alvará 
de funcionamento ou da autorização concedida pelo órgão de educação, 
quando se tratar de creche ou estabelecimento particular de ensino ou de 
recreação, ou a responsabilização patrimonial do agente público, quando se 
tratar de creche ou estabelecimento público.
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REFERÊNCIAS
BERGERON, D. et al. Primeiros socorros. São Paulo: Ed. Atheneu, 2007.
BRASIL. Lei n. 13.722, de 4 de outubro de 2018. Torna obrigatória a 
capacitação em noções básicas de primeiros socorros de professores 
e funcionários de estabelecimentos de ensino públicos e privados de 
educação básica e de estabelecimentos de recreação infantil. Brasília: 
Senado Federal, 2018a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13722.htm. Acesso em: 18. abr. 2019.
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BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Rio 
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