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NEGÓCIOS DIGITAIS Prof. Me. Danillo Xavier Saes Prof. Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Prof.ª Me. Márcia Pappa GRADUAÇÃO Unicesumar Acesse o seu livro também disponível na versão digital. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Edu- cação a Distância; SAES, Danillo Xavier; PAPPA, Márcia; ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha Loureiro. Negócios Digitais. Danillo Xavier Saes; Márcia Pappa; Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque. Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. 216 p. “Graduação - EaD”. 1. Administração. 2. Digitais. 3. Negócios 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1777-9 CDD - 22 ed. 005.2 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Designer Educacional Hellyery Agda G. Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Ellen Jeane da Silva Qualidade Textual Jaqueline Mayumi Ikeda Loureiro Ilustração Marta Kakitani Rodrigo Barbosa da Silva Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian- do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi- ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complemen- tando sua formação profissional, desenvolvendo com- petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe- cimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó- runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra dis- ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO RE S Professor Me. Danillo Xavier Saes Possui mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá. pós-graduação em Ambientes para Internet pelo Centro Universitário de Maringá, especialização em Gestão Estratégica de Empresas pelo Instituto Paranaense de Ensino e Graduação em Processamento de Dados também pelo Centro Universitário de Maringá, também possui Formação em Coaching Integral Sistêmico pela Febracis. Atua como Professor Universitário desde 2008 e coordena os cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Sistemas para Internet do EAD Unicesumar desde 2012. No contexto acadêmico do Unicesumar, teve inúmeras oportunidades de articular projetos pedagógicos e tecnológicos, participando de ações internas, como a implantação da plataforma de estudos desenvolvida pela Instituição (Studeo), além de acompanhar e participar do recebimento de Comissões do MEC para avaliações institucionais e de cursos. <http://lattes.cnpq.br/8228177169774711>. Professora Me. Márcia Pappa Graduada em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual de Maringá (2004), especialista em Gestão Empresarial pelo Centro Universitário de Maringá (2009) e mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá (2012). <http://lattes.cnpq.br/9032725512494940>. Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002), Pós-Graduado em Dinâmica dos Grupos pela SBDG – Sociedade Brasileira da Dinâmica dos Grupos, Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Maringá (1998). É avaliador do Ministério da Educação desde 2002. Foi professor do Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá nos anos de 2006 e 2007. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Gestão de Negócios, atuando principalmente nos seguintes temas: Desenvolvimento de Pessoas, Negócios Digitais, Empreendedorismo, Cultura Organizacional, Cultura Digital, Diagnóstico Organizacional, Planejamento Estratégico. Atualmente assessor da coordenação dos cursos de Administração e Gestão e professor do Departamento de Administração do Centro Universitário de Maringá - Unicesumar, nos cursos presenciais e a distância (EAD). <http://lattes.cnpq.br/4578255535407075> SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, seja bem-vindo(a) ao mundo dos negócios digitais. Antes de falar um pouco sobre o livro, queremos lhe parabenizar pela sua disposição em estudar um tema atual e que traz muitas oportunidades de negócios que nemsempre exigirá de você muito investi- mento financeiro, mas sim, investimento intelectual e criativo. A internet está repleta de exemplos de pessoas que têm conseguido empreender no mercado digital de várias maneiras e vêm alcançando excelentes resultados financeiros. Atenção, isso não quer dizer que seja fácil, muito pelo contrário, para ter sucesso neste segmento altamente competitivo é necessário muito esforço e dedicação, sem contar com o conhecimento necessário dos consumidores que se procura alcançar. É disso que este livro trata, das ferramentas necessárias para que se tenha sucesso em- preendendo no mundo dos negócios digitais. Para tanto, o livro está dividido em cinco unidades de maneira que cada uma lhe dará a oportunidade de aumentar o seu co- nhecimento para ajudar você a alcançar o sucesso naquilo que esteja almejando com a leitura deste material. Logo na primeira unidade, você tomará conhecimento a respeito do conceito de siste- mas, isso é muito importante, considerando entender que o seu negócio, mesmo sendo virtual, é parte de um cenário maior e mais complexo que irá lhe ajudar a planejar suas ações com maior cuidado. Isso irá remeter à necessidade de elaborar sistemas de infor- mação que sejam capazes de controlar os dados necessários para o bom desenvolvi- mento do seu negócio, por isso, neste tópico, lhe será explicado o que é um sistema de informação, o que se deve fazer para informatizar o seu sistema de informação, além de pontuar a estrutura necessária para que isso seja possível. Também, ainda nessa unida- de, você ficará sabendo da importância dos dados para o seu negócio e, principalmente, os cuidados que são necessários para transformar esses dados em informações valiosas para o seu empreendimento. A segunda unidade inicia abordando os conceitos do e-commerce ou comércio eletrô- nico. Neste momento, você aprenderá sobre os tipos de e-commerce existentes, seus diferenciais, as estruturas necessárias para ter o seu comércio eletrônico, desde o mais simples até o mais completo sistema de e-commerce existente. No final desta unidade, será apresentando um parâmetro do crescimento do comércio eletrônico no Brasil, o qual trago algumas informações que, tenho certeza, irão animá-lo (a) investir neste tipo de negócio. Na terceira unidade, conceituaremos os sistemas de e-business, apresentando os tipos de sistemas que existem e diferenciando os sistemas interfuncionais dos funcionais. Ou- tro ponto importante será lhe mostrar como os processos de gerenciamento dos siste- mas de e-business evoluíram, e finalizo essa unidade tratando das fases do planejamen- to para a implementação dos sistemas de e-business. APRESENTAÇÃO NEGÓCIOS DIGITAIS Na unidade quatro, o foco será o capital humano na administração das tecnologias de e-business, de maneira que vou lhe explicar como é a relação que existe entre os negócios eletrônicos e os processos da empresa. Como a realidade da maioria das pessoas no Brasil está muito mais relacionada com microempresas e empresas de pequeno e médio porte, vou lhe apresentar soluções de baixo custo para a re- alidade desses tipos de empreendimentos, além de lhe mostrar algumas soluções gratuitas de modo que você possa iniciar o seu negócio digital com o mínimo de investimento possível. Finalizamos a unidade trazendo um assunto muito importante: a segurança da in- formação de e-business. Apesar de não muito extenso, este tópico vai deixá-lo (a) em alerta para tomar os devidos cuidados e as providências necessárias para evitar fraudes, e até mesmo ser vítima de roubos virtuais. Por fim, a quinta e última unidade apresentará os passos necessários para a criação de negócios digitais, expondo a infraestrutura necessária para sua criação e mos- trar alguns conceitos importantes que precisam ser levados em consideração na gestão desse tipo de negócio. Finalizamos a unidade explicando, rapidamente, os princípios do marketing digital de maneira que, sem me aprofundar no assunto, seja possível levá-lo (a) a entender os caminhos iniciais para vislumbrar o sucesso dos seus negócios digitais. Não é possível esgotar alguns assuntos neste livro, mas temos certeza que ele é o ponto de partida para que você consiga tirar do papel seus sonhos empreendedo- res voltados especificamente para o mercado digital, e ter todo o sucesso o qual você nasceu para alcançar. Boa sorte nessa aventura! Um grande abraço. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 15 Conceito de Sistemas 24 Conceito de Sistemas de Informação 26 Recursos de um Sistema de Informação 29 Tipos de Sistemas de Informação 35 Transformação de Dados em Informação 52 Referências 53 Gabarito UNIDADE II COMÉRCIO ELETRÔNICO 57 Conceito de Comércio Eletrônico 62 Estrutura do Comércio Eletrônico (E-Commerce) 64 B2B, B2C, C2C e Compras Coletivas 79 Funcionamento de um Site de Comércio Eletrônico 80 Crescimento do E-Commerce no Brasil 91 Referências 93 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III SISTEMAS DE E-BUSINESS (EB) 97 Sistemas de E-Business 102 Sistemas Interfuncionais 109 Sistemas Funcionais 118 Processos de Gerenciamento de E-Business 124 Implementação de E-Business 139 Referências 141 Gabarito UNIDADE IV RELAÇÃO ENTRE EMPRESA E ADMINISTRAÇÃO DA TECNOLOGIA DE E-BUSINESS (EB) 144 O Capital Humano na Administração das Tecnologias de E-Business 147 A Relação entre o E-Business e os Processos de Negócios da Empresa 150 Soluções Gratuitas para E-Business 153 Segurança dos Sistemas de E-Business 180 Referências 181 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V NEGÓCIOS DIGITAIS 184 Criação de Negócios Digitais 192 Infraestrutura dos Negócios Digitais 196 Gestão dos Negócios Digitais 201 Marketing Aplicado aos Meios Digitais (E-Marketing) 214 Referências 215 Gabarito 216 CONCLUSÃO U N ID A D E I Prof. Me. Danillo Xavier Saes Prof. Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Prof.ª Me. Márcia Pappa CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar o conceito de sistemas. ■ Explicar sistemas de informação. ■ Descrever os recursos necessários na implementação de sistemas de informação. ■ Apresentar os diferentes tipos de sistemas de informação. ■ Explicar como é realizada a transformação de dados em informação. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceito de Sistemas ■ Conceito de Sistemas de Informação ■ Recursos de um Sistema de Informação ■ Tipos de Sistemas de Informação ■ Transformação de dados em informação Conceito de Sistemas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 CONCEITO DE SISTEMAS Caro(a) aluno(a), a palavra “sistema”, em nosso cotidiano, é utilizada em diversos contextos, por exemplo, em nossa casa, temos os sistemas: elétrico, hidráulico e de aquecimento. Em uma cidade, na sua infraestrutura, podemos encontrar o sistema de iluminação pública, da rede de esgoto, de transportes etc., se voltar- mos nossos olhos para o poder público, veremos o sistema de saúde e também a rede pública de ensino. Finalmente, dentro das empresas, nos deparamos com sistemas de limpeza, rotinas de atendimento e também os famosos Sistemas de Informação (SI). Então, é possível dizer que muito do que está ao nosso redor tem relação com o conceito de sistema, no entanto, muitas vezes, não paramos para pensar no real significado dessa terminologia. Afinal, o que é um sistema? Como pontuamos, essa palavra faz parte do nosso dia a dia e é interessante compreendê-la. Um sistema não é simplesmente um computador que automatiza tarefas, vai muito além disso. Um sistema é mais abrangente e não se prende apenas ao computador. É claro que, com a infor- mática, sistemas tecnológicos se tornam cada vez mais comuns e deutilidade essencial para o funcionamento de empresas. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 De acordo com Batista (2006), um sistema é caracterizado pela influência que cada componente exerce sobre os demais e também pela união de todos, pro- porcionando resultados que fazem com que o objetivo almejado seja atingido. Para o autor, existe uma definição clássica para sistemas: “o conjunto estru- turado ou ordenado de partes ou elementos que se mantém em interação, ou seja, em ação recíproca, na busca da consecução de um ou de vários objetivos” (BATISTA, 2006, p. 13). O objetivo desta unidade é contribuir para o seu entendimento sobre o funcio- namento de um SI e a sua importância no contexto empresarial, para que, como futuros administradores e gestores em empresas, tenham subsídios suficientes para entender as ferramentas existentes no mercado que podem contribuir para a otimização do seu trabalho e também para o alcance de melhores resultados. Para resumir, sistema é o conjunto de pequenas partes isoladas que são organizadas para que possam interagir entre si e formar um todo unitário e, con- sequentemente, mais complexo. O corpo humano é um exemplo bem próximo da sua realidade, como mostra a Figura 1 a seguir. Figura 1 - Os sistemas do corpo humano Fonte: Shutterstock Conceito de Sistemas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Nós, seres humanos, somos um organismo vivo e sistêmico formado por inúmeras partes isoladas que, em conjunto, formam o nosso corpo como um todo. Temos o sistema nervoso, o sistema respiratório, cérebro, pulmões, coração, membros superiores e inferiores. Cada parte isolada com uma função específica, mas que se comunicam e dependem umas das outras para o seu perfeito funcionamento. Imagine uma situação simples que muitas pessoas vivenciam, como uma simples dor de cabeça. Para que você possa tratar esse mal-estar, é necessário ingerir um medicamento, um analgésico, por exemplo. Não é necessário, porém, que você injete esse remédio diretamente na sua cabeça, que é a fonte da dor que você está sentindo. Você pode tomar um comprimido que entra por sua boca, vai até seu estômago, se dissolve, entra na sua corrente sanguínea e faz o efeito para que sua enfermidade seja curada. Assim, nosso corpo é sistêmico, ou seja, partes isoladas mas interconectadas para se comunicar. Outro exemplo simples de entender é o nosso sistema solar. Os planetas são pequenas partes isoladas e interdependentes, que giram em torno do sol. A Terra, mais especificamente, possui um satélite natural, a Lua. Essas partes iso- ladas (Terra, Sol, Lua e planetas) fazem parte de um conjunto e se relacionam de alguma maneira. Essas ligações entre as partes proporcionam as estações do ano, fases da lua, sucessão de dias e noites e assim por diante, como mostra a Figura 2. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Figura 2 - O sistema solar Fonte: Shutterstock Outra definição de sistema, mas que permeia o mesmo contexto, é enfatizada por O’Brien (2004, p. 7), afirmando que “um sistema é um grupo de componentes inter-relacionados que trabalham rumo a uma meta comum, recebendo insu- mos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação”. Diante dessa definição, é importante enfatizarmos que um sistema possui três funções básicas de interação: Uma estrutura oferece um caráter de sistemas, consistindo em elementos combinados de tal forma que qualquer modificação num deles implica uma modificação em todos os outros. (Claude Lévi-Strauss) Conceito de Sistemas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Para exemplificar essas fases, vamos imaginar uma fábrica de móveis. Essa indús- tria recebe a madeira bruta, que é sua matéria-prima, para iniciar a fabricação de seus produtos. Nesse momento, estamos na fase da entrada. Em seguida, essa mesma madeira começa a passar por um processo de transformação, em que será convertida em um produto, aqui é o momento do processamento. Ao finalizar a produção, temos os móveis prontos, que serão enviados para serem comercia- lizados para os consumidores, essa é a fase da saída. Outro exemplo para você entender ainda mais: uma loja utiliza um programa de computador para cadastrar seus clientes, organizar o estoque e controlar as vendas, isso é muito comum hoje. Esse tipo de sistema é chamado de Sistema de Informação, pois o seu produto maior são as informações que ficam armaze- nadas em seu banco de dados. Então, ao chegar um novo cliente, o atendente fará o seu cadastro no sistema. Essa é fase da entrada de dados que, isoladamente, não tem muita utilidade. Posteriormente, imagine que o gerente comercial desta loja quer enviar um car- tão para os aniversariantes do mês. Nesse momento, ele consulta no sistema quais são os clientes que estão comemorando seu aniversário naquele período. Aqui contece o processamento daqueles dados que foram inseridos anteriormente. Para finalizar, esse mesmo gerente emite um relatório com a lista desses aniver- sariantes para confeccionar o cartão, esse relatório é a saída. Simples, não é? Agora, além das funções de entrada, processamento e saída, O’Brien (2004) coloca que o conceito de um sistema fica ainda mais útil quando incluímos mais dois componentes adicionais: feedback e controle. O autor explica que siste- mas que são dotados desses componentes podem ser conhecidos como sistemas cibernéticos, ou seja, sistema automonitorado ou autorregulado. Conheceremos os detalhes sobre esses dois componentes: ■ Feedback: são dados sobre o desempenho do sistema. Dados sobre o desempenho das vendas são relevantes para que o gerente de vendas possa tomar decisões baseadas em informações importantes. ■ Controle: é a monitoração e a avaliação do feedback, de forma que possa determinar se o sistema está caminhando para a realização da sua meta. Conceito de Sistemas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Essa função proporciona que sejam feitos ajustes necessários nas funções de entrada e processamento, de forma que proporcione maior garantia para que seja alcançada a produção adequada. Observe a Figura 3 a seguir para compreender com mais facilidade o funciona- mento de um sistema. Figura 3 - Funções básicas de um sistema Fonte: Shutterstock De acordo com O’Brien (2004), é possível e necessário, identificar as atividades básicas dos Sistemas de Informação, sendo elas: entrada, processamento, saída, armazenamento e controle. Tais atividades ocorrem em todo SI que estiver sendo utilizado. Observe, na tabela a seguir, alguns exemplos que poderão ajudar a clarear um pouco mais sobre essas atividades: Tabela 1 - Atividades básicas dos Sistemas de Informação Entrada Escaneamento ótico de etiquetas com códigos de barras em mercadorias. Processamento Calcular salários, impostos e outras deduções na folha de pagamento de funcionários. Saída Produzir relatórios e demonstrativos de desempenho de vendas. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Armazenamento Manter registros sobre clientes, empregados e produtos. Controle Gerar sinais audíveis para indicar entrada adequada de dados de vendas. Fonte: O’Brien (2004, p. 14). O SISTEMAEMPRESARIAL Como conceituamos anteriormente, o sistema é um conjunto de pequenas par- tes independentes que formam um todo unificado. Pensando em uma empresa, o seu funcionamento é sistêmico, pois a organização é esse “todo unificado”, que é formado por “pequenas partes independentes” que são os seus departamentos. Todas trabalham exercendo suas funções específicas, mas com o objetivo maior que é ver a empresa gerar lucro, crescer e se manter no mercado. Batista (2006) esclarece que existem dois tipos de sistemas: ■ Sistema aberto: depende e sofre influência de fatores internos e externos a ele. Ex.: sistemas biológicos e sistemas sociais. ■ Sistema fechado: não depende e não sofre influência de fatores externos. Ex.: relógio e máquina. O dinamismo do mercado faz com que a empresa se transforme constantemente, por esse motivo, o autor coloca a empresa como um sistema aberto, devido a essa interação existente, não apenas com os atores ligados diretamente a ela, mas também com o meio ambiente em que se encontra. Para o mesmo autor (2006, p. 18), “define-se uma empresa como um sistema aberto, pois ela sofre intera- ção dos seus subsistemas (departamentos) e do ambiente externo (mercado em que atua)”. Como vimos, um sistema, de maneira geral, funciona por meio da entrada, processamento e saída de insumos. Para uma empresa, é exatamente da mesma maneira. Veja a figura que mostra um modelo genérico de um sistema empre- sarial, segundo Batista (2006, p. 18). Conceito de Sistemas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Figura 4 - Modelo de um Sistema Empresarial Fonte: Batista (2006, p. 18). Por meio dessa representação, você consegue verificar a prova de que uma empresa é um sistema aberto. Temos o ambiente interno da organização, no qual encontramos matéria-prima, funcionários, equipamentos e departamentos que transformarão tais insumos em produtos ou serviços acabados, como já exem- plificamos anteriormente. Também, vemos que o ambiente externo à empresa a influencia por meio da sociedade, economia, concorrência, legislação e outros fatores que não ficam fora dos limites empresariais. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 CONCEITO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Até o momento, tratamos de conceitos que irão ajudá-lo a compreender melhor os assuntos que estão por vir. Agora, abordaremos um assunto que se aproxima mais diretamente aos pontos do nosso estudo: os Sistemas de Informação (SI). Hoje é muito comum ouvir falar nessa expressão, visto que faz parte do coti- diano empresarial. O que devemos sempre lembrar é que vivemos um período em que a infor- mação e o conhecimento são extremamente valorizados no cenário do mercado. A informação em si passa a ser moeda de troca, tendo, muitas vezes, maior valor do que um produto palpável. O QI de uma empresa é determinado pelo grau em que sua infraestrutura conecta, compartilha e estrutura informações. (Steve H. Haeckel e Richard L. Nolan) Conceito de Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Se olharmos para o passado, é possível observar diversas mudanças em nossa sociedade que causam impactos positivos a ela. Antes de acontecer a Revolução Industrial, os trabalhos eram realizados de forma artesanal, sendo desenvolvi- dos pelas habilidades específicas de algumas pessoas. Com a mudança ocorrida, foram desenvolvidas máquinas e equipamentos que substituíram o trabalho bra- çal realizado até então. Mais à frente, surgem as linhas de produção, como as de Henry Ford, permitindo que os produtos fossem desenvolvidos em série. Após a invenção do computador muita coisa mudou, proporcionando gran- des impactos, como aqueles mencionados no parágrafo anterior. Com o passar do tempo, as atividades operacionais são cada vez mais substituídas por máquinas. Hoje, robôs fazem os “trabalhos artesanais” que eram realizados antigamente. A informática vem como uma ferramenta importante para o mundo empresa- rial, com o intuito de melhorar o fluxo das informações geradas no ambiente da empresa, para que as pessoas envolvidas possam tomar decisões sábias e funda- mentadas nessas informações, pensando sempre no crescimento da organização. Então, como forma de gerenciar todas as informações produzidas em uma empresa (e sabemos que não são poucas), entram em cena os famosos Sistemas de Informação, que têm por finalidade auxiliar gestores e administradores no momento de gerenciar a empresa e tomar suas decisões. Afinal, o que é um Sistema de Informação? Observaremos as definições de dois autores para enfatizar o seu entendimento. De acordo com Côrtes (2008, p. 25), um sistema de informação é considerado um conjunto de componentes ou módulos inter-relacio- nados que possibilitam a entrada ou coleta de dados, seu processamen- to e a geração de informações necessárias à tomada de decisões volta- das ao planejamento, desenvolvimento e acompanhamento de ações. Para O’Brien (2004, p. 6), Sistema de Informação é “um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma organização”. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 RECURSOS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO De acordo com a definição do autor O’Brien (2004), o “conjunto organizado”, que é o SI, apresenta a seguinte forma: Figura 5 - Recursos de um Sistema de Informação Fonte: O’Brien (2004, p. 6). Recursos de um Sistema de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Agora, para exemplificar e esclarecer melhor cada uma das partes desse con- junto, observe a tabela a seguir, com alguns detalhes sobre cada item pontuado pelo autor: Tabela 2 - Recursos de um Sistema de Informação e suas particularidades Recursos Humanos Especialistas: analistas de sistemas, programadores, operadores de computador. Usuários finais: todos os demais que utilizam sistemas de informação. Recursos de Hardware Máquinas: computadores, monitores de vídeo, unidades de disco, impressoras e scanners. Mídias: fita magnética, discos óticos, cartões e formulá- rios de papel. Recursos de Software Programas: sistemas operacionais, planilhas eletrôni- cas, processadores de textos e programas de folha de pagamento. Recursos de Dados Descrição de produtos, cadastro de clientes, arquivos de funcionários e banco de dados de estoque. Recursos de Rede Meios de comunicação, acesso a redes e software de controle. Fonte: adaptado de O’Brien (2004, p. 11). Muitas vezes, pensamos que quando se fala em Sistema de Informação (SI), rela- cionamos apenas os computadores e os programas devidamente instalados neles, mas observando a definição do autor e a Figura 5, é possível perceber que tem uma dimensão maior, pois seus recursos envolvem tanto a tecnologia como as pessoas que participam do processo. Um SI em uma empresa possui grande importância para o bom funciona- mento desta. Primeiramente, para melhorar o fluxo das informações geradas pelos mais diversos subsistemas (departamentos e setores). Posteriormente, para tirar o máximo de proveito desse fluxo de informações de maneira eficaz, de forma que o administrador ou gestor possa tomar decisões corretas e respon- der ao mercado com o mesmo dinamismo e agilidade que o mundo globalizado impõe (BATISTA, 2006). CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28Um exemplo de Sistema de Informação é o sistema nervoso do corpo hu- mano, também chamado de rede neural humana. Suas entradas são as informações que lhe chegam do meio ambiente, por meio de seus órgãos dos sentidos: olfato, audição, gustação, visão, tato e sexto sentido (telepatia, premonição, feeling e outros fenômenos conhecidos, mas ainda não expli- cados). As saídas são constituídas pelos movimentos musculares e pela fala. Os canais de comunicação são os nervos. A memória e o processador se en- contram espalhados pelo sistema nervoso, mais concentrados no cérebro e no cerebelo. A velocidade de processamento do cérebro é baixa — cerca de 100 sinais por segundo — mas por operar em paralelo, ele consegue reali- zar até 10 quatrilhões de operações por segundo, com seus 100 bilhões de neurônios. Fonte: adaptado de Mattos (2005). Tipos de Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Dentro de uma empresa é muito comum encontrarmos pessoas ou departamentos que precisam de níveis e também quantidade de informações diferentes. Vamos imaginar, por exemplo, uma pequena empresa na área de treinamento: para que seja feita a aquisição de material de ensino para os novos alunos, é necessário que a empresa tenha uma informação sobre a quantidade de alunos matriculados e ativos em cada curso, para poder efetuar esse pedido. Essa é uma informação simplesmente operacional para tomar uma decisão momentânea de curto prazo. Agora, dentro desta mesma empresa de treinamento, imagine a situação de abrir uma filial da empresa em outra cidade. Para tomar essa decisão, é necessá- rio uma quantidade muito maior de informações, como: número de habitantes, poder aquisitivo do público-alvo, cultura da cidade, concorrência, dentre outras. Tais informações são mais estratégicas e envolvem mais cruzamentos de dados para que os gestores possam tomar uma decisão mais assertiva. Uma empresa possui uma estrutura hierárquica dividida em camadas que podem explicar a natureza, a abrangência e a profundidade das decisões e ações a serem desenvolvidas. No topo dessa camada, são tomadas as decisões de cará- ter estratégico, que envolvem questões internas e externas e também de médio e longo prazo. Em nível intermediário, as decisões tomadas são consideradas táticas, ou seja, utilizam um parâmetro externo, porém voltam-se mais para a CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 implantação e o desenvolvimento das decisões estratégicas. Por fim, temos as decisões operacionais, que envolvem pontos de ordem prática (CÔRTES, 2008). Para facilitar o seu entendimento, exemplificaremos nos baseando na empresa de treinamento que foi citada anteriormente: A decisão estratégica se encaixa na prospecção de uma nova empresa, em que é feita uma pesquisa de mercado, análise da concorrência, dentre outras informações relevantes. Em um nível tático, a escola decide ampliar o negócio já existente, como a criação de uma sala de berçário ou maternal, que até então não existia. É claro que essa deve se amparar nos sinais de mercado e se basear nas informações estratégicas que são obtidas. Agora, em um nível operacional, encontram-se as atividades do cotidiano dessa escola, como distribuição de turmas, contratação de professores, compra de materiais e assim por diante. Observe o organograma a seguir, para enfatizar ainda mais o entendimento desse assunto: Figura 6 - Exemplo de tipos de Sistemas de Informação Fonte: o autor. Com base nessas informações, podemos observar a existência de tipos diferentes de sistemas de informação que podem ser utilizados dentro da mesma organiza- ção, mas para finalidades e objetivos distintos. O’Brien (2004, p. 23) afirma que: Tipos de Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 em termos conceituais, os sistemas de informação no mundo real po- dem ser classificados de maneiras diferentes. Vários tipos de sistemas de informação, por exemplo, podem ser classificados conceitualmente ora como operações, ora como sistemas de informação. Eles são classi- ficados dessa maneira para destacar os papéis principais que cada um desempenha nas operações e administração de um negócio. Agora, observe a seguinte ilustração desse mesmo autor e veja que ele classifica os Sistemas de Informação em duas categorias: Figura 7 - Categorias dos Sistemas de Informação Fonte: O’Brien (2004). Os Sistemas de Apoio às Operações são utilizados para processar dados gera- dos e utilizados nas operações que acontecem dentro da empresa. Eles produzem uma grande diversidade de informações que podem ser utilizadas interna ou externamente à organização. Esses sistemas não se caracterizam por criar infor- mações específicas para serem utilizadas a níveis gerenciais. O’Brien (2004, p. 24) aponta que “o papel dos sistemas de apoio às operações de uma empresa é processar transações eficientemente, controlar processos industriais, apoiar comunicações e atualizar bancos de dados da empresa”. Veja a tabela a seguir: CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Tabela 3 - Sistemas de Apoio às Operações SISTEMAS DE APOIO ÀS OPERAÇÕES Sistemas de Apoio de Processamento de Transações Processam dados resultantes de ope- rações empresariais, atualizam banco de dados e produzem documentos empresariais. Ex.: processamento de vendas e reabas- tecimento do estoque. Sistemas de Controle de Processos Monitoram e controlam processos industriais. Ex.: refinamento de petróleo por meio da utilização de sensores eletrônicos conectados a computadores para monitorar continuamente os processos químicos e fazer ajustes em tempo real que controlam o processo de refino. Sistemas Colaborativos Apoiam equipes, grupos de trabalho, bem como comunicações e colabo- ração nas empresas, permitindo o aumento de produtividade. Ex.: e-mail, chat e sistemas de video- conferência. Fonte: adaptado de O’Brien (2004, p. 24). Uma outra categoria de sistema pontuada pelo autor que foi possível observar na Figura 7, vista anteriormente, são os Sistemas de Apoio Gerencial. Estes sistemas são responsáveis por fornecer informações pertinentes que servi- rão de apoio aos gerentes para realizar a tomada de decisão de maneira eficaz. Normalmente, as tarefas desempenhadas por esse tipo de sistema são mais com- plexas. Observaremos a tabela que, de forma objetiva, mostra as subdivisões desse tipo de sistema. Tipos de Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Tabela 4 - Sistemas de Apoio Gerencial SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL Sistemas de Informação Gerencial Fornecem informações na forma de relatórios e demonstrativos pré-estipu- lados para os gerentes. Ex.: gerente de vendas obtém um relatório para analisar as vendas de um período; relatórios das tendências de custo. Sistemas de Apoio à Decisão Fornecem apoio interativo especifica- mente para o processo de decisão dos gerentes. Ex.: atribuição de preço de produtos; previsão de lucros; análise de riscos. Um gerente de propaganda pode utilizar um pacote de planilhas eletrô- nicas para realizar análise de simulação quando é testado o impacto de orça- mentos alternativos de propagandas sobre as vendas previstas para novos produtos. Sistemas de Informação Executiva Proporcionam informações críticas e elaboradas especificamente para as ne- cessidades de informação dos executi- vos. Tais informações devem ser de fácilvisualização para uma multiplicidade de gerentes. Ex.: um terminal acionado por um executivo em que visualiza instantane- amente textos e gráficos que destacam áreas fundamentais de desempenho organizacional e competitivo. Fonte: adaptado de O’Brien (2004, p. 25). Com base nessa etapa do nosso estudo, é possível observar que tudo gira em torno da informação, seja para uma simples realização de uma atividade puramente operacional, seja para uma tomada de decisão estratégica que poderá definir os rumos que a empresa irá tomar. Como já pontuamos no início desta unidade, CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 a informação é moeda de troca e cada vez mais tem maior valor agregado. Por isso, a valorização desse bem precioso faz com que as empresas se preocupem em organizá-las e utilizá-la da melhor maneira possível. Da mesma maneira que uma loja precisa manter sua vitrine bem arrumada para atrair seus clientes, ou um açougue necessita que a higiene de seu ambiente seja impecável, ou ainda uma indústria que precisa manter um controle eficiente de seu estoque de matéria-prima para evitar o desperdício e ter prejuízo, assim também devemos tratar a Senhora Informação. Então, os sistemas são utiliza- dos justamente para isso: cuidar desse patrimônio da empresa. Além dos dois tipos de sistemas elencados, O’Brien (2004) enfatiza que existem outras categorias de sistemas de informação que podemos encontrar e utilizar nas organizações. São elas: ■ Sistemas Especialistas: sistemas baseados no conhecimento, fornecendo conselho especializado. Funcionam para usuários como consultores e especialistas. Ex.: acesso à intranet de uma empresa. ■ Sistemas de Administração do Conhecimento: sistemas baseados no conhecimento e dão apoio à criação, à organização e à disseminação de conhecimento empresarial dentro da organização. Ex.: acesso à intranet para melhores práticas de negócio; estratégias de propostas de vendas; sistemas de resolução de problemas do cliente. ■ Sistemas de Informação Estratégica: fornecem à empresa produtos/ser- viços estratégicos com o intuito de obter vantagem competitiva. Por meio dele é possível verificar as necessidades da empresa e obter informações relevantes para que a vantagem competitiva seja alcançada. ■ Sistemas de Informação para as Operações: servem para apoiar as apli- cações operacionais e gerenciais das funções organizacionais mais básicas. Ex.: sistemas que apoiam aplicações de contabilidade, finanças, marke- ting, administração de recursos humanos, dentre outros. Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 TRANSFORMAÇÃO DE DADOS EM INFORMAÇÃO Normalmente, as pessoas confundem os termos dados e informação como sendo sinônimos e isso é muito comum de acontecer, porém como estamos falando de Sistemas de Informação, é importante diferenciar essas terminologias, pois tec- nicamente são distintas. Quando falamos em dados, estamos nos referindo a fatos isolados e bru- tos, que não estão organizados, não são interpretados e não fazem parte de um contexto. Côrtes (2008, p. 26) explica que dados “são sucessões de fatos brutos, que não foram organizados, processados, relacionados, avaliados ou interpreta- dos, representando apenas partes isoladas de eventos, situações ou ocorrências”. A partir dos dados é que são produzidas as informações. Após o dado ser processado, organizado e interpretado, como mencionou o autor, gera-se, então, a informação propriamente dita. Podemos dizer que a informação é o resultado de alguns dados que se transformaram em algo útil para quem irá utilizá-la. Este autor pontua que “quando os dados passam por algum tipo de relacionamento, avaliação, interpretação ou organização, tem-se a geração de informação. A partir CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 do momento que os dados são transformados em informações, decisões podem ser tomadas” (CÔRTES, 2008, p. 26). No início do nosso estudo, foram pontuadas as três funções básicas de um sistema. No caso de um Sistema de Informação, o funcionamento é exatamente o mesmo. Observe a figura a seguir: Figura 8 - Esquema básico de funcionamento de um sistema de processamento de dados Fonte: Côrtes (2008, p. 27). Para que você entenda melhor, exemplificaremos. No dia em que você foi efe- tuar sua matrícula no curso de graduação, foi necessário que a responsável pela secretaria fizesse o seu cadastro. Naquele momento, a secretária fez uma coleta de dados em que você informou seu nome, endereço, telefones, e-mail, números de documentos e outro dados relevantes ao cadastro. Se considerarmos apenas um desses itens, isoladamente, temos apenas um dado e pronto. Este dado iso- lado não possui relevância para tomar decisões. Com o passar do tempo, o seu cadastro na instituição ficou mais recheado de pequenos dados isolados, pois você quitou suas mensalidades, participou de atividades extraclasse, seus pro- fessores fizeram o lançamento de suas notas e assim por diante. Agora, vamos imaginar que você se formou, mas quer iniciar um outro curso de graduação na mesma instituição. Como foi um aluno exemplar e também manteve a sua situação financeira em dia com a faculdade, você, então, resolve negociar um desconto diferenciado para o seu próximo curso de graduação. Para que os gestores possam decidir em te conceder esse desconto, eles precisarão ter acesso ao seu histórico, ou seja, a toda sua vida acadêmica durante o outro curso que você fez. Assim, terão informações suficientes que comprovam seus argu- mentos de bom aluno e bom pagador para concederem o desconto solicitado. Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Observe, então, a real importância das informações no cotidiano de uma empresa. Pegamos uma situação simples de tomada de decisão com base nas informações disponíveis. Um SI fazendo parte efetiva da vida de uma organiza- ção ajuda, de maneira positiva, o tomador de decisões, de forma que ele possa se basear em informações concisas e confiáveis, diminuindo a chance de erros. ATRIBUTOS DA INFORMAÇÃO Empresas diferentes, sistemas diferentes e realidades diferentes. É muito impor- tante ter essa consciência de que, para cada realidade, uma necessidade distinta. De qualquer maneira, em qualquer uma dessas realidades, as informações são de suma importância para os seus gestores. Assim, Cortês (2008) pontua alguns critérios que permitem analisar as infor- mações sobre diferentes aspectos, de forma que não apenas o seu potencial de utilização seja verificado, mas também a realização de comparações que podem ser úteis no momento de análise da relevância dos dados originais em relação ao sistema de informação que os processou para resultar na informação desejada. Nesse contexto, o autor enaltece alguns atributos que podem ser utilizados para qualificar uma informação. Vamos a eles: 1. Nível de utilização: atributo que indica a quantidade de vezes que uma informação é utilizada. Possibilita prospectar as necessidades do públi- co-alvo (usuários) em relação àquele tipo de informação. 2. Facilidade de acesso: qual a facilidade de encontrar uma determinada informação? Uma baixa facilidade de acesso pode comprometer a velo- cidade com que uma decisão é tomada ou mesmo tornar a informação inútil. Embora não seja a mesma coisa, esse atributo está relacionado à velocidade com que a informação é obtida (ver próximo item). Uma baixa facilidade de acesso, por exemplo, pode ser compensada por um usuário com bons conhecimentossobre o sistema em uso. Nessas con- dições, apesar do acesso ser difícil, ele poderá obter a informação com uma velocidade superior àquela obtida por um usuário com menor grau de conhecimento técnico. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 3. Velocidade: a informação deverá ser fornecida na velocidade necessária à resolução de um problema ou tomada de decisão. De pouco ou nada adianta uma informação que seja verídica, exata, precisa e reprodutível (vide próximos itens), se ela chegar quando não há mais tempo para que o problema seja resolvido. Esse atributo está relacionado com a facili- dade de acesso. 4. Qualidade: característica superior ou atributo distintivo positivo que faz uma informação ou um sistema de informações se sobressair em relação a outros. Embora seja um atributo por vezes subjetivo, é de fundamen- tal importância que a opinião dos usuários de sistemas de informação sobre a qualidade (dos sistemas ou da informação) seja considerada, for- necendo subsídios à melhoria dos processos de geração e processamento de informações. 5. Atualidade: a informação apresentada é atual ou condizente com o momento presente. Mesmo uma informação gerada há algum tempo pode ser atual à medida que fornece subsídios ao entendimento de certos con- textos ou situações (ou seja, ela é condizente com o momento presente). 6. Fidedignidade: as informações apresentadas são merecedoras de crédito, de confiança e de fé. Em geral, esse atributo se refere mais a aspectos qua- litativos do que quantitativos da informação (por exemplo, um relatório que avalie as condições para execução de um projeto pode ser fidedigno em sua análise, sendo, portanto, merecedor de crédito). 7. Veracidade: capacidade de ser verdadeira ou de representar a verdade. Isso está relacionado à origem dos dados (sua veracidade) e ao seu proces- samento, por exemplo, quando um relatório informa que uma aplicação financeira resultou em lucro, obviamente que essa informação deverá ser verdadeira. 8. Exatidão: que não contém erro, transmitindo fatos com rigor, por exem- plo, quando o sistema calcula o valor de uma dívida, esse valor deverá ser correto. Dados deverão ser apresentados exatamente da maneira (valor e conteúdo) como foram obtidos. “Santos” (município localizado no lito- ral paulista) não pode ser tomado como sinônimo de “litoral paulista” (que engloba outros municípios) ou vice-versa. Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 9. Precisão: capacidade de lidar com valores numéricos tais como eles se apresentam originalmente, por exemplo, 24,5º C é diferente de 24º C ou 18,45 não é igual a 18,5. Alguns sistemas de informação promovem o arredondamento (18,458 torna-se 18,5) ou truncamento (18,458 torna- -se 18,4) de números, seja para facilitar operações de digitação, seja para melhorar a apresentação de relatórios. Nesses casos, é necessário verifi- car o quanto essas operações (arredondamento ou truncamento) podem comprometer a qualidade da informação apresentada. Para uma análise desse tipo de problema, sugere-se pesquisar a teoria dos erros, que ana- lisa questões, como quantidade de casas decimais, arredondamento e truncamento, dentre outras. 10. Reprodutibilidade: sob as mesmas circunstâncias de processamento e com o mesmo conjunto original de dados, a informação gerada deverá ser sempre a mesma, por exemplo, o resultado de uma operação contábil deverá ser sempre igual para um mesmo conjunto de dados processados da mesma maneira. 11. Economia: a informação deverá conter apenas o que for importante, suprimindo o que for desnecessário (ver próximo item). 12. Integralidade: (qualidade do que é integral) a informação deverá conter tudo o que for necessário à tomada de decisão. Nessa relação de atributos, os termos economia e integralidade podem parecer antagônicos, mas, na verdade, acabam sendo complementares. Muitos sistemas de informação “confundem” quantidade com qualidade, fornecendo aos usuários mais informações do que o necessário ao entendimento de um problema ou à tomada de uma decisão. Uma informação fornecida de maneira integral (com integralidade) deverá conter tudo o que for necessário ao entendi- mento ou à solução de um problema, mas apenas isso (economia). 13. Inteligibilidade: uma informação deverá ser compreensível ao usuário. Na concessão de crédito, por exemplo, uma pessoa que atue no aten- dimento ao consumidor deverá ser informada de maneira simples se o crédito deverá ou não ser concedido a um cliente. É mais inteligível informar “o crédito não foi aprovado, pois o cliente não quitou um finan- ciamento anterior” do que “o cliente encontra-se com saldo devedor além do prazo admitido pelo departamento financeiro”. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 14. Orientação: informar ao usuário a que se destina a informação apresen- tada, facilitando a sua compreensão e uso. PAPÉIS DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Dentro de uma empresa tudo precisa ter uma finalidade clara e definida, sendo que cada setor, departamento, equipamento e até mesmo o processo possui uma atribuição definida de maneira individual, mas que tem como foco principal o bem-estar coletivo da empresa. Uma organização deve funcionar de forma simi- lar a uma engrenagem. Todas as “peças e pedaços” precisam trabalhar de forma sincronizada, cada uma assumindo o seu papel individual, mas que possuem o mesmo objetivo comum, que é fazer com que a empresa como um todo se sus- tente e possa almejar o crescimento no mercado. Assim como os departamentos, pessoas e equipamentos têm suas atribui- ções definidas dentro das empresas, os Sistemas de Informação também possuem seus papéis. O’Brien (2004) explica que existem três razões fundamentais para as aplica- ções de tecnologia da informação existirem dentro das empresas. Tais razões são encontradas nos três papéis vitais que os sistemas de informação podem desem- penhar no contexto organizacional, são eles: ■ Suporte aos processos e às operações. ■ Suporte para a tomada de decisões de funcionários e gerentes. ■ Suporte às estratégias na busca de vantagem competitiva. As redes sociais têm importante papel na política, no entanto elas também têm sido celeiro das fake news. Será que podemos confiar em informação que não seja dos veículos de comunicação oficial? Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 De maneira resumida, os sistemas de informações devem fornecer para as empre- sas apoio às operações, subsídios para os momentos de tomada de decisão gerencial e também suporte para a obtenção de vantagem competitiva. Observe a figura seguinte: Figura 9 - Papéis dos Sistemas de Informação Fonte: O’Brien (2004, p. 18). Com o passar do tempo, os Sistemas de Informações vão expandindo seus papéis no contexto empresarial, permeando e integrando cada vez mais todas as fases, etapas e hierarquias da empresa, como é possível observar na figura anterior. Lidar com a informação e saber utilizá-la com sabedoria, hoje, é um diferencial competitivo para as empresas que querem crescer no mercado. Não basta ter informações, é preciso gerenciá-las para poder utilizá-las com competência, e esse suporte, um SI pode fornecer para os administradores e gestores que estão inseridos nas organizações. A inserção de SI dentro das organizações está cada vez mais comum. O’Brien (2004) mostra essa realidade por meio de uma linha de tempo interessante que vale a pena você observar na figura e nas explicações a seguir.CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 Veja só: Figura 10 - Inserção de SI nas organizações através do tempo Fonte: O’Brien (2004, p. 20). Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Fazendo uma leitura rápida dessa figura, podemos observar que até os anos 60, os sistemas de informação eram simples, sendo responsáveis apenas processa- mento eletrônico de transações, manutenção de registros e contabilidade, sendo utilizados única e exclusivamente para setores operacionais das empresas. Com o passar do tempo, chegando à década de 70, fica visível que os pro- dutos da informação não estavam atendendo adequadamente às necessidades de tomada de decisão. Nesse período, surge o conceito de sistemas de apoio à decisão, com o intuito de fornecer aos seus usuários finais e gerenciais subsídios significativos para os processos de decisão empresarial. Mais à frente, chegando aos anos 80, um SI passa assumir novos papéis dentro das empresas. Por conta da evolução dos computadores, os pacotes de software, os aplicativos e as redes de comunicação passaram a fornecer condições para o surgimento da computação pelo usuário final. Nessa fase, os usuários finais passam ter a possibilidade de utilizar seus próprios recursos de computação que forneciam apoio às suas exigências de trabalho, não sendo mais necessária a espera pelo apoio indireto do departamento de serviços de informação. Nessa fase, é possível notar que os usuários ganham mais autonomia, tempo e eficiên- cia em seus trabalhos. Ainda nesse mesmo período, os sistemas começam a auxiliar os executivos como uma maneira fácil de obter as informações críticas que eram necessárias. Por fim, nessa fase, aconteceram as inovações no desenvolvimento e aplicações de técnicas de inteligência artificial (IA) nos sistemas de informações das empresas. Começam a existir sistemas especialistas e também baseados no conhecimento, fazendo com que os SI passassem a assumir um novo papel dentro das organiza- ções. Atualmente, esse tipo de sistema serve como um consultor pelos usuários, fornecendo conselhos e informações especializadas em áreas temáticas específicas. Passando o tempo, chegamos aos anos 90, quando esse novo papel dos sis- temas de informação vindos da década anterior teve continuidade. Nessa fase, os sistemas de informação passam a assumir um conceito mais estratégico den- tro das organizações. A tecnologia se torna um componente integrante dos seus processos, produtos e serviços, ficando inserida nas empresas como forma de obter vantagem competitiva no mercado, que está cada vez mais globalizado. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 No final dos anos 90, vivenciamos o acelerado crescimento das redes de comunicação (internet, intranets etc.). Estas tecnologias modificam radicalmente o potencial dos sistemas de informação no mundo dos negócios, rumando para o século XXI. Os sistemas de e-business e de e-commerce passam a fazer parte do cotidiano das empresas de maneira revolucionária. Foi possível perceber, no estudo desta unidade, que a informação é vital para o funcionamento de uma empresa, porém não basta reter informações, é necessário filtrá-las, organizá-las, analisá-las, processá-las e, principalmente, utilizá-las de maneira estratégica, obtendo vantagem competitiva. Assim, uma empresa precisa investir na organização da informação, que é a força motriz, a qual permite que a empresa viva de verdade. Procure ligar as ideias que serão expostas nas próximas unidades para que você possa construir novos conhecimentos por meio dessa ligação de conceitos, teorias e práticas. Na próxima unidade, faremos uma abordagem mais específica sobre o comércio eletrônico, em que falaremos sobre o conceito, seu funciona- mento, tipos diferentes de lojas virtuais e outros assuntos. Transformação de Dados em Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 • Você aprendeu nesta unidade que sistemas são um conjunto de partes inter-relacionadas e interdependentes que, juntas, formam um todo, por exemplo, o corpo humano. • Os sistemas de informação são um conjunto de componentes inter-rela- cionados e interdependentes com entrada, processamento, saída e fee- dback que transformam dados em informação e informação, em conhe- cimento. • Para que um sistema de informação funcione adequadamente, depende de seus recursos: hardware, software, redes, dados e pessoas. • Os sistemas de informação são divididos em dois tipos, sendo: de apoio às operações de apoio à tomada de decisão gerencial. • Talvez a principal utilidade dos sistemas de informação, além do apoio à gestão da organização, é a transformação de dados em informação, uma vez que, sem informação, as organizações terão muita dificuldade em crescer. 46 1. A palavra “sistema” pode ser utilizada em diversos contextos sem perder o seu sentido literal, por exemplo, em uma residência, é possível encontrar os siste- mas elétrico, hidráulico e de aquecimento, cada um com uma função diferente, mas sem que altere o significado da palavra “sistema”. Assim, analise as senten- ças a seguir e marque V para verdadeiro e F para falso: )( Sistema é a relação existente entre estruturado ou ordenado de partes ou elementos que se mantêm em interação. )( A sociedade contém uma unicidade de sistemas, incluindo os indivíduos e suas funções sociais, políticas e econômicas. )( Sistema é o conjunto de pequenas partes isoladas que são organizadas para que possam interagir entre si e formar um todo unitário. )( As organizações são exemplos de sistemas fechados porque fazem interfa- ce e interagem com outros sistemas em seu ambiente. Assinale a alternativa correta: a) V, V, V e V. b) F, F, F e F. c) V, F, V e F. d) F, V, F e V. e) V, V, F e F. 2. Todo sistema é formado pelo ciclo de entrada, processamento, saída e feedback. Este ciclo tem como funções controlar os resultados do sistema de forma que possam ser atendidas as metas definidas. Diante dessa informação, assinale a alternativa correta: a) Entrada é responsável pela transformação de insumos em produtos. b) Saída é responsável pela captação e reunião de elementos que são transfor- mados em produtos. c) Processamento é a transferência de elementos produzidos durante o ciclo do sistema até seu destino final. d) Feedback é a informação obtida no início do ciclo do sistema antes deste ser finalizado. e) Saída é responsável pela transformação de insumos em produtos. 47 3. Os sistemas de Informação, segundo O’Brien (2004, p. 6), são “um conjunto or- ganizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informações em uma organiza- ção”. Diante dessa informação, leia as afirmações a seguir: I. Recursos de rede são os meios de comunicação, acesso a redes e software de controle. II. Recursos de software são programas: sistemas operacionais, planilhas ele- trônicas, processadores de textos e programas de folha de pagamento. III. Recursos de dados computadores, monitores de vídeo, unidades de disco, impressoras e scanners. IV. Recursos de hardware, analistas de sistemas, programadores e operadores de computador. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. a) Somente a afirmativa I está correta. b) Somente as afirmativas I e II estão corretas. c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 4. O’Brien (2004, p. 24) nosexplica que “o papel dos sistemas de apoio às opera- ções de uma empresa é processar transações eficientemente, controlar proces- sos industriais, apoiar comunicações e atualizar bancos de dados da empresa”. Com base nessa informação, marque V para verdadeiro e F para falso nas sen- tenças a seguir: )( Sistemas de apoio ao processamento de transações processam dados re- sultantes de operações empresariais. )( Sistemas colaborativos monitoram e controlam processos industriais. )( Sistemas de controle de processos apoiam equipes, grupos de trabalho, bem como comunicações e colaboração nas empresas. )( Sistemas de apoio ao processamento de transações monitoram e contro- lam processos industriais. 48 Assinale a alternativa correta: a) V, V, V e F. b) F, F, F e V. c) V, F, V e F. d) F, V, F e V. e) V, F, F e F. 5. Uma das diversas funções dos sistemas de informação é processar dados em informação. Para que essa informação seja útil, é necessário, no entanto, que ela tenha alguns atributos, caso contrário, a informação perde seu valor. Dian- te dessa informação, assinale a alternativa correta a respeito dos atributos da informação. a) Um atributo importante da informação está relacionado à sua facilidade de acesso, de modo que uma baixa facilidade de acesso pode auxiliar na velo- cidade com que uma decisão seja tomada. b) A velocidade da informação é um outro atributo relevante, uma vez que esta deve ser fornecida no tempo necessário à resolução de um problema. c) O atributo de qualidade da informação é uma característica que, por seu caráter subjetivo, não tem tanta importância. d) A informação deve sempre ser atual, portanto, o atributo atualidade é fun- damental, tendo em vista que toda informação antiga é inapropriada. e) A informação deverá conter não só o que for importante, uma vez que o atributo economia é fundamental no processo de análise de informação. 49 A FORD E A UPS LOGISTICS: O VALOR PARA OS NEGÓCIOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A Ford Motor Company e a UPS Logistics perceberam ganhos de produtividade seis me- ses antes do esperado, com um sistema de informação projetado para tornar a entrega de carros e caminhões novos mais rápida e confiável. A Ford adotou um software aplica- tivo de logística de propriedade da UPS Logistics, uma divisão da United Percel Service, Inc., a maior companhia de entregas de pacotes do mundo. Ela substituiu um grupo de sistemas e processo manuais locais que não pode fornecer aos gerentes da Ford um relato completo sobre o estado de seus carros e caminhões enquanto estes se dirigem a concessionárias locais da Ford nos Estados Unidos e no Canadá. Em fevereiro de 2000, a Ford começou a trabalhar com a UPS Logistics num esforço que já reduziu quatro dos 14 ou 15 dias do ciclo típico necessário para deslocar um veículo de uma unidade industrial para uma concessionária. Fazendo isso, a Ford também viu o valor de seu estoque de veículos encolher em US$ 1 bilhão, o que, por sua vez, esperou- -se reduzir os cursos de manutenção de estoques em US$ 125 milhões, de acordo com os funcionários do fabricante de autos. A meta final das duas companhias é diminuir tempo de entrega em mais dois dias – para um total de seis – e eles estão quase conse- guindo. No passado, a Ford dava às suas concessionárias locais datas de entrega calculadas que não eram precisas. Essas datas eram, então, passadas para os clientes que estavam aguardando. Além disso, os atrasos da ferrovia ou dos transportes por caminhão altera- riam mais os prazos. No final, a Ford não tinha um bom controle sobre o estado de seus veículos em trânsito. “Uma vez que o tivesse despachado, não poderíamos dar uma data precisa, apenas um número aproximado de dias, quanto qualquer um poderia vê-lo ou saber onde estava”, diz Taylor. “Agora podemos”. Por exemplo, Pete Greiner, proprietário da concessionária Greiner da Ford em Casper, Wyoming, diz que começou a ver melhores previsões de entrega seis meses após o iní- cio do processo. Antigamente, ele falaria para os clientes em espera que seus carros e caminhões chegariam dentro de um certo número de dias. Às vezes, isso não era bom o suficiente. “Tivemos consumidores que ficaram tão frustrados porque tinham férias ou viagens de caça se aproximando e disseram: ‘Se você não puder conseguir o caminhão a tempo, eu vou a outro lugar’”, conta Greiner. “Agora podemos dizer aos clientes: ‘Acre- ditamos firmemente que seu caminhão estará aqui em 25 de agosto’, e, caramba, ele chega mesmo”. A maioria dos sistemas tradicionais da Ford para localizar a entrega de veículos era de soluções momentâneas locais que não davam para a companhia uma visão unificada dos eventos. De fato, grande parte das informações utilizadas para localizar veículos era escrita em papel. O novo sistema online da Ford localiza carros e caminhões por meio de um número de identificação de veículo (NIV). Os funcionários da UPS Logistics e da Ford, assim como as pessoas nas estradas de ferro e companhias de transportes rodoviários, que levam veículos da Ford, utilizam computadores portáteis para ler o código de barras 50 de cada NIV, enquanto o veículo segue de uma fábrica por trem ou por caminhão para uma concessionária. Executivos, tanto da UPS Logistics, sediada em Atlanta, e da Ford, recusaram-se a fazer um comentário sobre quanto o projeto custou. Contudo, 120 pessoas se envolveram: 93 da UPS Logistics e 27 da Ford. Paralelamente às mudanças de tecnologia, a reorganização dos processos pessoais de companhias ao longo da cadeia de distribuição também tem ajudado a melhorar o de- sempenho na entrega. Por exemplo, a Ford persuadiu algumas de suas 6.000 conces- sionários a ampliar as horas durante as quais recebem e descarregam novos veículos. Anteriormente os negociantes recebiam os veículos de segunda à sexta-feira, das 9 às 17 horas, quando a maioria do pessoal de seus escritórios e da manutenção estava traba- lhando. Agora, muitos negociantes locais alteraram suas jornadas de trabalho de forma a poder receber entregas à noite e nos fins de semana. A UPS Logistics ajudou a Ford nas ferrovias e nas rotas de transportadoras rodoviárias. A UPS Logistics monitora o trânsi- to em escritórios ferroviários e fora deles, no campo, diz Andy Gonta, vice-presidente de despachos de automóveis da Canadian National Railrod Co., em Montreal, Canadá. Antes, uma remessa de carros e caminhões “chegaria numa fábrica numa sexta-feira a pararia até segunda-feira, assim como os veículos que chegassem no sábado ou no do- mingo”, explica Gonta. “Demoraria até quarta-feira para que você conseguisse retirá-lo”. A próxima inovação no programa de trabalho da Ford: um aplicativo de rede projetado para possibilitar às concessionárias locais localizarem, em tempo real, veículos específi- cos em trânsito. O sistema permite aos concessionários obter dados de muitos sistemas industriais finais diferentes da Ford, juntá-los com informações de transportadoras por ferrovias e estradas de rodagem e selecioná-los num sistema de middleware* que orga- niza a informação e a torna disponível na web, acessível online. Finalmente, diz Taylor que o sistema é “muito semelhante” ao aplicativo de acompanhamento de pacotes da UPS, existente na Internet. Fonte: O’Brien (2004, p. 36). *Middleware é uma camada de software entre a rede e os aplicativos. Este software for- nece serviços como identificação, autenticação, autorização, diretórios e segurança. Na Internet atual, os aplicativos, geralmente, precisam eles mesmos fornecer esses serviços, o que os levam a competir gerando padrões incompatíveis. Os middlewares promovem a padronização e a operacionalidade, tornando os aplicativos de rede muito mais fácil de usar. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Sistemas de Informação Gerenciais - 11ª edição Kenneth C. Laudon e Jane Price Laudon Editora: Pearson Sinopse: Sistemas de informação gerenciais traz ferramentas valiosas para que profissionais de Administração, Sistemas de Informação, Ciências Contábeis, Engenharia da Computação e Engenharia de Produção atinjam as metas corporativas, tais como excelência operacional, desenvolvimento de novos produtos e serviços, melhoria na tomada de decisões e conquista de vantagem competitiva. Esta obra apresenta uma ampla gama de estudos de caso e exemplos reais, com diversos exercícios e uma apresentação teórica clara. Aborda temas variados, como social business, ferramentas de mídias sociais, tecnologia móvel e serviços baseados em localização, computação em nuvem, big data, comércio eletrônico, dentre outros. O Quinto Poder Ano: 2013 Sinopse: ao fundar o polêmico site WikiLeaks, Julian Assange conta com o apoio do amigo Daniel Domscheit-Berg. O objetivo da página é fornecer uma plataforma para que denunciantes, anonimamente, exponham segredos do governo e crimes corporativos. Com o crescimento do site, a dupla logo passa a dar mais furos noticiosos do que a mídia convencional. O grau de infl uência de Assange aumenta, e a relação entre os dois amigos acaba bastante abalada. O site olhar digital é uma página que trata a respeito de tecnologia e possui um acervo imenso de vídeos muito interessantes, além de reportagens a respeito de tecnologia. É uma excelente forma para se manter atualizado. Web: <https://olhardigital.com.br/>. REFERÊNCIAS BATISTA, E. O. Sistemas de Informação: o uso consciente da tecnologia para o ge- renciamento. São Paulo: Saraiva, 2006. CÔRTES, P. L. Administração de sistemas de informação. São Paulo: Saraiva, 2008. LÉVI-STRAUS, C. [1972]. Structuralism and Ecology. Conferência republicada no Le regard éloigné. Paris: Plon, 1983, p. 143-166. MATTOS, A. C. M. Sistemas de informação: uma visão executiva. São Paulo: Saraiva, 2005. O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da inter- net. São Paulo: Saraiva, 2004. GABARITO 53 1) Alternativa C. 2) Alternativa C. 3) Alternativa B. 4) Alternativa E. 5) Alternativa B. GABARITO U N ID A D E II Prof. Me. Danillo Xavier Saes Prof. Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Prof.ª Me. Márcia Pappa COMÉRCIO ELETRÔNICO Objetivos de Aprendizagem ■ Expor o conceito de comércio eletrônico. ■ Entender a estrutura de um sistema de e-commerce. ■ Estudar os tipos de e-commerce. ■ Mostrar o funcionamento de um sistema de e-commerce. ■ Verificar informações sobre o crescimento do e-commerce no Brasil. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceito de comércio eletrônico ■ Estrutura do e-commerce ■ B2B, B2C, C2C e compras coletivas ■ Funcionamento de um site de comércio eletrônico ■ Crescimento do e-commerce no Brasil Conceito de Comércio Eletrônico Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 CONCEITO DE COMÉRCIO ELETRÔNICO Comércio! Esta palavra movimenta a nossa economia. Diversos municípios brasileiros têm o comércio como principal setor econômico, que impulsiona o desenvolvimento de inúmeras regiões. Com o passar do tempo, os consumido- res foram se tornando mais exigentes e também conhecedores dos produtos e serviços que pretendem comprar. O acesso à informação proporciona a todas as classes maior possibilidade de se manterem informado sobre novidades e ten- dências a respeito dos mais variados ramos de atividade. Assim como o consumidor evoluiu, as empresas também evoluíram. Como vimos na unidade anterior, os sistemas de informação passam a fazer parte do cotidiano das empresas, pois as tecnologias vêm com o objetivo de otimizar o trabalho e a vida dos empresários, sejam eles micros, sejam eles grandes. O mundo capitalista em que vivemos oferece os mais variados produtos e serviços. Esta oferta vai desde um simples eletrodoméstico para sua cozinha até a realização do sonho pessoal de levar sua família para passear 20 dias pela COMÉRCIO ELETRÔNICO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E58 Europa. O consumo de bens e serviços passa por altos e baixos, de maneira que, em alguns anos, as pessoas gastam muito e, em outros, consomem menos. E assim a economia vai girando. As lojas abastecem seus estoques com seus produtos, preparam suas equipes de vendedores, fazem suas divulgações para atrair a atenção dos consumidores e fecham as suas vendas. Esta é uma dinâmica vivenciada pelas empresas do comér- cio. Então, surgem alguns concorrentes, fazendo com que os preços comecem a ser comparados, as facilidades de pagamento são levadas em consideração e o atendimento de qualidade passa a se tornar um diferencial competitivo. É preciso inovar e melhorar diariamente mediante a busca por capacitação e qualificação, permitindo que o trabalho se profissionalize cada vez mais. Muñoz-Seca (2004) explica que o conhecimento é o motor da melhora permanente. Diante da realidade vivenciada pelas pessoas, com o passar do tempo, as empresas identificaram formas de tentar se aproximar ainda mais dos seus clien- tes e de se superar diante da concorrência que, a cada dia, torna-se mais acirrada. Com a popularização da Internet e a facilidade de acesso à tecnologia, os comer- ciantes passam a contar com novas possibilidades para os negócios, não apenas como uma ferramenta que irá facilitar o seu dia a dia de trabalho, mas como uma forma de proporcionar o aumento das chances de crescimento por meio da conquista de novos mercados. Mediante a Internet, as fronteiras territoriais são quebradas, proporcionando, além da conquista de novos clientes, a possibi- lidade de ser mais competitivo. No período em que vivemos atualmente, é muito comum falarmos de comér- cio eletrônico ou e-commerce. Com o passar dos anos, as pessoas se acostumaram mais com a ideia de fazer negócio com alguém que não se vê fisicamente. O para- digma de não confiar em uma loja virtual tem sido quebrado e isso é possível de confirmar pelo grande crescimento das vendas feitas pela Internet. Esta realidade começou singela há alguns anos e foi ganhando espaço e con- fiança dos consumidores. No início da Internet, a rede não tinha fins empresariais, era utilizada pelo estado e por universidades como ferramenta de pesquisa e para permitir e facilitar a comunicação. Com o passar do tempo, as empresas começaram a perceber que ela poderia ter finalidades comerciais como forma de crescimento e aumento de receita. Conceito de Comércio Eletrônico Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 59 Posteriormente, com o desenvolvimento da parte visual da Internet, as com- panhias começaram a se inserir nesta grande rede, inicialmente, por meio de páginas com objetivos institucionais como forma de divulgar os produtos e ser- viços oferecidos. Mais adiante, devido à popularização do acesso à rede mundial e também facilidade na obtenção de tecnologia, as organizações passam a perce- ber que é possível oferecer mais do que apenas um lugar onde os clientes entram para ver e conhecer os seus produtos de maneira passiva. Assim, surgem as lojas virtuais e o crescimento do comércio eletrônico mundial e também no Brasil. Catalani et al. (2006, p. 16) faz uma pontuação a respeito do surgimento do uso comercial da Internet: de início, houve até polêmica e resistência da comunidade acadêmica a respeito do uso comercial da rede. Esse fato foi superado pela força das empresas diante do gigantesco apelo que o novo meio oferecia, capaz que era de alcançar milhões de pessoas e, consequentemente, gerar inú- meras oportunidades de negócio. Diante dessa nova realidade, diversas empresas começam a se inserir virtualmente no mercado não apenas para divulgar seus produtos e serviços, mas também para negociá-los com clientes que até então não faziam parte de suas
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