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Intoxicação por paracetamol

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Visão geral: É um analgésico de ação central e antipirético com propriedades anti-inflamatórias mínimas. Muito utilizado em crianças. Ele parece produzir analgesia por elevação do limiar da dor 
sendo capaz de bloquear a cicloxigenase (COX) em locais com baixos teores de peroxidases. 
→É um AINE. 
→Fraca inibição pela COX, particularmente a 
cicloxigenase-2 (COX-2), porém não é seletivo; 
acredita-se que sua atividade inibitória sobre a 
COX pode estar relacionada a sua capacidade de 
inibir o radical tirosil presente na PGES. 
→Ação de pirógeno endógeno no centro 
termorregulador por bloqueio da produção e 
liberação de prostaglandina no sistema nervoso 
central. 
→ comprimido: 500/650/750 mg 
→ solução oral em gotas: 200mg/mL 
→ suspensão oral: 32 e 100mg/mL 
→ atenção para a apresentação de ação prolongada 
(Ex.: Tylenol AP com 650mg/comprimido) 
→ atenção para associação com medicamentos 
(Ex.: Tylex) 
→ conversão do paracetamol no metabólito tóxico 
NAPQI. 
→ as vias normais de biotransformação (fase II – 
glicuronídeo e sulfato) tornam-se saturadas a 
elevadas doses agudas; tal saturação faz com que 
o paracetamol siga por outra via de 
biotransformação: quantidades crescentes sofrem 
N-Hidroxilação mediada por CYP (CYP2E1) e 
formam o NAPQI. 
→ o NAPQI é eliminado rapidamente por 
conjugação com GSH → metabolizado a um ácido 
mecaptúrico → excretado na urina. 
→ quando ocorre uma superdosagem = depleção 
da GSH nos hepatócitos. Em consequência, o 
metabolito NAPQI liga-se por ligação covalente a 
macromoléculas celulares, acarretando disfunção 
de enzimas, metabolitos e estruturas. 
→ a depleção do GSH torna o hepatócito altamente 
suscetível ao estresse oxidativo e à apoptose – 
necrose hepática potencialmente fatal 
→ pode ocorrer necrose tubular e coma 
hiperglicêmico. 
Obs. condições em que á indução da CYP 
(consumo exagerado de álcool) ou depleção do 
GSH (jejum ou desnutrição) aumenta a 
suscetibilidade à lesão hepática. 
→ N-acetil benzoquinonaimina (NAPQI). 
→ A toxidade induzida pelo paracetamol ocorre 
pelo uso de sobre-dose, deficiências enzimáticas, 
doenças hepáticas ou renais e interações 
medicamentosas, sendo mais grave quando por 
múltiplos fatores. 
→ reação com as macromoléculas: a NAPQI passa 
a reagir com moléculas de proteínas hepáticas 
séricas ou tissulares contendo grupamentos ricos 
em elétrons, com a capacidade de reagir nas 
posições 3 e 5 por adição, acarretando com isso 
danos às células hepáticas e sanguíneas, problemas 
alérgicos e o metabólito oxidado pode formar 
adutos com bases nitrogenadas, apresentando 
alterações a nível de DNA e RNA. 
Obs. A ingestão aguda de álcool pode ser protetora, 
pois as enzimas hepáticas P450 metabolizam 
preferencialmente o etanol e, portanto, não 
produzem NAPQI tóxico. 
→ adulto: 7,5g a 10g – indicação de 4g/dia (seguro) 
→ criança com < 6 anos – 200mg/Kg 
→ criança com > 6 anos – 150mg/kg 
→ 10 a 15g (150-250mg/kg) pode causar 
hepatotoxicidade em uma única dose 
→ 20 a 25g – fatais 
→ dose oral convencional é de 325 a 650mg a cada 
4 a 6 horas – dose diária total não deve exceder 4g; 
sendo 2g em alcoolistas crônicos. 
Absorção 
→ rapidamente absorvido 
→ pico de concentração plasmática – 30 a 45 
minutos. 
→ apresentação prolongada – pico em 1 ou 2 
horas. Em alguns casos, a absorção pode 
persistir por ate 12 horas em doses terapêuticas 
e muito tempo caso ocorra uma overdose. 
Distribuição 
→ Vd = 0,7 a 1,2L/kg – uniforme pelos 
líquidos corporais 
→ ligação proteica = 10 a 25% - variável 
porem menor que a de outros AINES 
Metabolismo 
→ hepático – elucidado anteriormente 
Eliminação 
→ renal com meia vida de 1 a 3 horas, 
podendo aumentar em até 12 horas em 
overdoses. 
→ até 24 horas: assintomático ou com 
sintomas GI: anorexia, náusea, vomito. 
→ 24 a 72 horas: assintomático, mas apresenta 
alterações na função hepática 
→ 72 a 96 horas: necrose hepática, icterícia, 
náuseas, vômitos, distúrbios de coagulação, 
miocardiopatia, encefalopatia, confusão 
mental, coma e óbito. 
→ 4 dias a 2 semanas: recuperação hepática 
com fibrose residual nos pacientes que 
sobreviveram – lesão hepática reversível após 
semanas ou meses. 
→ clínico – dependa da história de ingestão e 
do nível sérico 
 
→ complementar – nível sérico (4 a 16 horas 
após a ingestão; o resultado deve ser lançado no 
monograma de Rumack-Matthew que 
correlaciona a concentração plasmática de 
paracetamol livre com o tempo em que ela foi 
obtida entre 4 a 24 horas de ingestão aguda única 
– determina a terapia e o antidoto) 
→ laboratório geral – hemograma, glicemia, 
eletrólitos, bilirrubinas totais e frações, função 
renal. 
→ lesão hepática com concentração plasmática 
acima de 300ug/mL dentro de 4 horas. 
→ medidas de suporte: desobstruir vias aéreas 
e administrar O2, caso necessário; monitorizar 
sinais vitais; obter acesso venoso calibroso; 
hidratação adequada. 
→ descontaminação: lavagem gástrica e 
administração de carvão ativado em até 1 horas 
após a ingestão. 
Obs. o carvão ativado pode ser usado em até 4 
horas após ingestão de dose superior a 7,5g 
(diminui entre 50% a 90%) 
→ antídoto: NAC (N-acetilcisteina) – ele é um 
percussor de GSH, promovendo sua síntese e 
reestabelecimento, além de poder se conjugar 
diretamente com a NAPQI (dextoxifica a 
NAPQI). Ademais, ele fornece aminoácidos que 
são utilizados para a produção de ATP, 
restabelecendo os níveis de ATP nos 
hepatócitos. 
Obs. NAC é indicada para qualquer individuo 
com risco da lesão hepática nas 8 primeiras 
horas. 
Obs. Fluimucil – injetável 
Obs. transplante hepático – aumenta a 
sobrevivência.

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