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Visão geral: é a nematodise causada por Ancylostoma duodenale e Necator americanus. Vivem no duodeno. Maior parte dos infectados é assintomática e alguns variam entre anemia e desnutrição. Infectados principalmente entre a população rural, em locais tropicais e subtropicais. Também conhecido como amarelão. Monteiro Lobato criou o personagem Jeca Tatu para ensinar medidas de controle e práticas de higiene contra esta parasitose. → Distribuída pelo mundo, mas endêmica em países tropicais e sub; além de climas temperados. → A. Duodenale = velho mundo; → N. americanos = novo mundo – mais prevalente no brasil. → Brasil – características geográficas (solo, clima e pobreza) somada a precárias condições sanitárias = elevados índices. → 1952 (último inquérito) = elevados índices. → Temperatura, umidade e chuvas são relevantes no ciclo – solo do parasita – local ideal: solo arenoso com elevado índice pluviométrico. → andar descalço e a ilusão da havaiana. → crianças e adolescente + afetados e são os maiores disseminadores → hiperendêmicas – lactantes. → os homens são mais infectados que as mulheres por causa da exposição. Classe: Nematoda; Família: Ancylostomidae; Espécie – parasitam humanos: ▪ Necator americanus ▪ A. duodenale → A. duodenale se encontra no duodeno, mas pode se alojar no jejuno e no íleo proximal. → helmintos de infecções zoonóticas causam infeções leves em humanos. → Cilíndricos, revestidos por uma cutícula resistente, afilados nas extremidades. → apresentam capsula bucal que se fixa nas vilosidades do intestino humano – dilaceração dos tecidos, sugando o sangue do hospedeiro. Necator → lâminas que circundam a margem da boca; → adulto macho 5 a 9mm e fêmeas 11mm; → suga 0,026mL/verme/dia → ovoposição de 3 a 6 mil ovos/verme/dia → sobrevida de 3 a 10 anos duodenale → dois pares de dente; → adulto macho 8 a 11mm e fêmea 10 a 18mm; → suga 0,3mL/verme/dia (10x mais) → ovopisção de 10 a 30 mil ovos/verme/dia → sobrevida de 1 a 3 anos → ações determinadas pelas formas larvárias e pelos vermes adultos, separadas em três etapas: invasiva, migração larvária pulmonar e fixação no intestino. Fase invasiva → penetração das lavas na pele, provocando lesões traumáticas mínimas e imperceptíveis → manifestações como erupções eritematopapulosas são mais comuns em Necator e podem persistir por dias Migração pulmonar → rompem os capilares, provocando lesões microscópicas com pequenas hemorragias até atingirem os alvéolos. Fixação ao intestino → fixa-se a mucosa pela capsula bucal → produzem erosões e ulcerações com necrose tecidual. → ingerem sangue da mucosa lesionada por meio de uma cascata de metalo-hemoglobinases → inibem a coagulação mediante a liberação de anticoagulante contra fatores Xa e VIIa, além de fatores contra a agregação plaquetária → a perda sanguínea intensa deriva da carga parasitara pois eles trocam de lugar a cada 4 a 8 horas para se fixaram a outro local – mini ulcerações e hemorragias da mucosa – causa estado carencial Obs. crianças e adolescentes de alta carga nutricional, mesmo com grande carga parasitaria, a anemia foi evitada. → agravamento do caso: infecção maciça favorece a invasão de germes entéricos e infecções bacterianas. → achados em infecção maciça: mucosa intestinal edemaciada, necrose de tecidos e infiltração leucocitária eosinofilica. → desnutrição e imunodeficiência podem ocorrer independente da anemia – enteropatia com perda de proteínas que agrava o estado nutricional e predispõe o hospedeiro a infecções. Obs. AIDS → quando a infeção se estabelece, ocorre uma forte reação de mediadas linfócitos T helper (Th) 2 – responsável por regular respostas eosinofilicas, mastocitose intestinal e elevada produção de IgE. → durante a infeção primeira ocorre a produção da IL-5 que aumenta a função eosinofilica e ajuda a limitar uma segunda infeção por larvar filarioides → a presença do verme adulto ativa a produção de IL-10, IL-4, IL-5, IL-13 (“induzidas” por Th2). → O verme, contudo, produz um fator inibidor de linfócitos natural Killer e, dessa maneira, suprimem a resposta do Th2 que é a principal responsável pela possível resposta de expulsão do parasita. → Necator – secreta produtos que induzem a apoptose de linfócitos, criando uma área livre de sistema imune em torno de si, diminuindo a possível inflamação no local e tornando a infeção assintomática. Obs. resposta alérgica ao antígeno do verme é rara, apesar da quantidade alta de IgE e outros fatores da Th2 = tolerância do hospedeiro ao antígeno Obs. infeção por helmintos podem proteger o organismo de doenças alérgicas e autoimunes – possível relação simbiótica (necator) → adultos com sintomas menos graves. → considerar: espécie do parasita e carga parasitaria; idade; estado nutricional; e intensidade da anemia do paciente. → leve ou moderada: paciente elimina até 12.000 ovos/g de fezes; infecção intensa acima disso. → correlacionar o quadro com as fases: **Penetração: prurido e sensação de queimação local com lesão eritêmato- maculapapulosas e edema; reação proporcional ao número de larvas infectantes e a sensibilidade do hospedeiro. **Arvore pulmonar: assintomática; casos graves com alta carga parasitaria aparece a síndrome de Loeffler, uma pneumonite intersticial eosinofilica, além disso, sintomas como tosse seca, dispneia, rouquidão, broncoespasmo, febre baixa. ** Instalação gastrointestinal: inespecíficos e variáveis; casos de menor gravidade – náuseas, vômitos, anorexia, obstipação ou diarreia; infecção aguda e grave – dor abdominal (confundir com apendicite), náusea, anorexia e diarreia um mês após a infecção; infecção crônica – maior acometimento gastrointestinal, hematopoiético e circulatório. Infecção crônica → GI = dores epigástricas ou abdominais difusas frequentes e de maior intensidade; distúrbios de apetite; anorexia e bulimia ou geofagia e malácia. A diarreia é mais profusa, com enterorragia volumosa e melena (infantil 5 meses a 5 anos) → anemia = principal manifestação; moderada ou grave pode causar perda sanguínea sob forma de melena; insidiosa e só percebida por reflexo orgânico como palidez, anorexia, tortura; cansaço fácil, sonolência. Tipo hipocrômico e microcítica. Em infecção crônica grave, as crianças podem ter deficiência em seu desenvolvimento físico, intelectual e cognitivo. Gestante com parto prematuro e mortalidade maternal e fetal. → circulatório = dispneia, taquicardia, palpitações e dores anginosas. → estágio tardio com falência cardíaca e dispneia – palpitações devido ao aumento da força contrátil do miocárdio e dores anginosas por deficiente aporte de O2. Clínico: ▪ Impossível; ▪ Apenas nos casos considerados graves ocorrentes em regiões endêmicas ▪ Diagnostico diferencial a outras parasitoses de intestino alto Laboratorial: ▪ Exame microscópico das fezes – ovos ou larva rabditoides ▪ Os ovos dos ancilóstomos são semelhantes, não é possível identificar as espécies; ▪ Técnicas utilizadas – coprológicas de flutuação ou concentração - Método de concentração de Kato Katz é prático, de baixo custo; tem elevada sensibilidade e permite resultado qualitativo e quantitativo – utiliza-se um método de cultivo em que são postas as fezes contendo os ovos do parasita e, em cerca de oito dias, larvas filarioides aparecem e pode-se identificar morfologicamente qual a espécie - Método de Harada-Mori e Costa &Camillo-Coura – mais prático e eficiente para o cultivo de duas parasitoses, usando círculos de espuma nos quais são postos os ovos do ancilostoma obtidos por método de flutuação. Anemia: ▪ Hemograma - O exame da série vermelharevela anemia habitualmente do tipo hipocrômica e microcítica - A contagem de leucócitos é normal, podendo ocorrer leucocitose com eosinofilia (fase aguda e diminuindo na fase crônica). - A eosinofilia se inicia com frequência, durante a infecção assintomática e a migração da larva ate o pulmão. ▪ Pesquisa de sangue oculto nas fezes Quando o acometimento pulmonar é evidente, o exame de escarro corado pela Giemsa pode revelar presença de eosinófilos e cristais de Charcot-Leyden Exame de imagem: ▪ Imagens de infiltrados localizados ou difusos – síndrome de Loeffler. Anti – Helmíntico: ▪ Mebendazol – derivado benzimidazólico, absorvido no intestino em pequena proporção, é um indutor da inibição da captação de glicose → provocando a depleção de glicogênio e diminuição na ATP do parasita. É um medicamento de fácil administração, baixo custo, boa tolerabilidade e elevada eficácia terapêutica. O seu uso em massa pode ser recomendado como meio de controle de endemias (escolares). - Usado em dosagem de 100mg, 2x ao dia, durante 3 dias seguidos - 500mg em dose única, ingerido longe das refeições para aumentar sua eficácia - Bem tolerado com poucos relatos de hipersensibilidade Obs. em casos de infecção intensa, pode ter a eliminação de muitos vermes e causar náuseas, cólicas intestinais e diarreia. Obs. interação medicamentosa – carbamazepina e fenitoina diminuem a eficácia e cimetidina aumenta ▪ Albendazol – benzimidazólico que atua inibindo a polimerização da betatubulina (proteína), levando a degeneração de microtúbulos citoplasmáticos, diminuindo a produção de ATP no verme pela depleção de energia das células intestinais pela deficiência de ATP. Ocorre a imobilização, má absorção, enfraquecimento e morte. - Amplo espectro de ação e é contra atividade vermicida, ovicida e larvicida. - 400mg em cada 10 mL, dose única, suspensão oral para adultos e crianças acima de 2 anos - Crianças menos de 2 anos = 200mg em comprimido - Baixa toxicidade, boa tolerabilidade, sendo poucos pacientes com desconforto, náusea, vomito e secura na boca (reação advsersa) Obs. interação medicamentosa – carbamazepina diminui a eficácia e dexametasona, cimetidina e praziquantel podem aumentar a toxicidade ▪ Pamoato de pirantel – agente bloqueador da despolarização neuromuscular, inibindo a colinesterase, resultando em paralisia do verme. Pouca eficácia. Usado em 11mg/Kg dia, para crianças acima de 2 anos e adultos, durante três dias. → ocorre juntamente a utilização de anti-helmíntico, mas pode ser complementada pela suplementação de sulfato ferroso. → via oral, dosagem de 3 a 5 mg/Kg ao dia – 200mg, 3x ao dia, com dosagem máxima de 400 a 800mg, distante das refeições, durante três meses ou mais. → via parenteral – situações especiais, quando o paciente recusa a ingestão ou apresenta reação colateral e síndrome de má absorção. → controle do acometimento cardíaco é bem efetuado na administração do medicamento + sulfato → volume de sangue total ou concentrado de hemácias a ser administrado é de 10mL/kg/dia ** A. duodenale por via oral – quadro de hipersensibilidade imediata conhecida como “síndrome de Wakana”. Prurido faringeal, tosse, rouquidão, dispneia, náusea, vomito e oseonofilia. Visão geral: decorre da infecção do tubo digestivo alto pelo nematoide Ascaris lumbricoides, também chamado de lombriga. Possui capacidade de deslocamento quando em fase adulta, no interior do tubo digestivo e suas dimensões são avantajadas. É uma das helmintíases mais comuns, sobretudo em países em desenvolvimento, onde as conduções sanitárias facilitam a propagação. Parasita adulto → Ascaris lumbricoides é o nematódeo intestinal, parasito de homem, de grandes dimensões → conhecido como lombriga intestinal. → corpo recoberto por cutícula brilhante e estriada, amarelo-rosado; possui boca trilabiada. → fêmeas: 25 e 40 cm de comprimento por 3 a 6mm de diâmetro, com seu extremo posterior afiliado e reto ▪ Aparelho genital: vulva na altura do terço anterior, continuada com a vagina, útero duplo, ovidutos e ovários. Contém 27 milhões de óvulos com uma postura diária de 200 a 240 mil ovos. → machos: 15 a 20 cm por 2 a 4mm, apresentando enrolamento ventral da cauda, nela existindo dois espiculo quitinosos e retrateis utilizados para a cópula. ▪ Aparelho genital: longo túbulo enrolado e tortuoso, com testículos, condutos deferente e eferente que se abrem na cloaca subterminal junto aos espiculos → o aparelho digestivo começa na boca rodeada por três lábios proeminentes seguido do esôfago curto e intestino achatado, que desemboca no anu localizado em uma cloaca perto do extremo posterior. Possuem aparelho genital muito desenvolvido. Obs. quanto maior a carga parasitaria, menor será o tamanho dos vermes. → tempo de vida: 1 a 2 anos → 4 a 16 por individuo, mas pode chegar até a 500 a 700 vermes (documentado) – fatores do hospedeiro como idade, hábitos de geofagia, imunidade e prevalência de infecção. Ovos → três camadas: interna, média de natureza quintinosa e externa. Está última tem cor marrom devido a absorção de pigmentos biliares das fezes e é muito aderente – facilita a disseminação por meio de frutas, solo, vegetais e dinheiro. → podem ser férteis (forma oval, quase esférica; resistentes ao ambiente) ou inférteis (alongados, casca mais delgada; sua presença indicada parasitismo apenas por fêmeas. → resistentes as condições ambienteas: sobrevivem a baixas temperaturas de até 5°C, mas não mais do que 50°C; podem viver até 3 meses na ausência de O2; em solos argilosos, úmidos e sombreados sobrevivem até 6 meses. São dispersos no ambiente pelas chuvas, ventos, insetos e aves. → distribuição mundial, com média de 1,2 bilhões de pessoas infectadas → regiões de clima tropical, subtropical e até temperado. → Geo-helmintíase = água potável ou alimentos com contaminação do solo são fatores de relevância para a disseminação → países desenvolvidos possuem casos na zona rural → predomina em crianças e adolescentes → brasil com prevalência de 16%, ocupando o terceiro local em países com maior prevalência. → frequente; problema de saúde publica → formas larvárias → Dano tecidual diretamente ou por resposta inflamatória dependendo da carga parasitaria e de um possível contato prévio. → Interior do ovo – ao atingirem o intestino delgado, penetram na mucosa e migram para a circulação portal chegando ao fígado. Lá, não ocorrem alterações teciduais relevantes (contudo, grandes cargas de larva podem gerar quadro inflamatório, resultando em necrose e hemorragia) Obs. morte de larvas na mucosa ou submucosa intestinal podem resultar em alterações teciduais caracterizadas como micro-hemorragias e infiltrados inflamatórios constituídos por macrófagos e eosinófilos. → após o fígado, as larvas atingem a circulação sistêmica → câmara cardíaca direita → pulmões; nesse momento, sofrem duas mudas (estágio de maior poder antigênico) e ocasionam ruptura alveolar → em decorrência da ruptura, estabelecem-se áreas de hemorragia puntiforme, edema, → infiltrado inflamatório as custas de polimorfonucleares neutrófilos e eosinófilos → resposta imunológica adaptativa (Th2) → formação de granuloma eosinófilo com braço efetor através de IgA e IgE, eosinofilia, mastocitose e secreção de muco. → no intestino: alterações mediadas por IL-4 e IL-13, com aumento da permeabilidade da mucosa e aumento da contratilidade do musculo liso, leva a um aumento do peristaltismo. → a resposta humoral tem predominância de IgE e é responsável por algumas reações de hipersensibilidade (síndrome de Loeffler) → verme adulto – não invade a mucosa e as alterações patológicas se devem a interferência mecânica de suas dimensões, da excreçãode substâncias antigênicas e de sua capacidade de migração (ambiente hostil) – antígeno ABA-1 que induz produção de IgE. Obs. imunidade adquirida é parcial → invasão larvária – assintomática, exceto para grandes quantidades (hepatomegalia) → passagem pelos pulmões – quadro respiratório de intensidade variável, que assomam a tosse, dispneia, sibilância e dor retroesternal (síndrome de Loeffler) Obs. indivíduos hipersensíveis podem desenvolver reações alérgicas → maturação e presença das larvas no tubo digestivo ocasionam sintomas inespecíficos e variados – anorexia, dor abdominal, distensão abdominal, cólicas, náuseas, vômitos e diarreias – grau de má-absorção de proteínas, lactose e vitaminas lipossolúveis que, com o tempo, pode ocasionar sinais de desnutrição. → verme adulto pode ocasionar oclusão ou suboclusão intestinal (bolo de áscaris) → alta mobilidade é responsável pela presença do verme em locais onde o parasitismo não ocorre: apêndice cecal, vesícula biliar, colédoco. → ovos em material fecal → grande quantidade de ovos eliminados pelas fêmeas (até 200 mil por dia), eles são encontrados com facilidade, independente da técnica empregada. → ovos pesados – técnica de sedimentação de Lutz é a mais adequada. → medicamentoso – emprego de várias drogas → drogas de aspecto amplo anti- helmínticas como albendazole (400mg, dose única) e mebendazole (100mg, 2x ao dia por 3 dias ou 500mg dose única) podem ensejar complicações da mobilização – NÃO são drogas de primeira escolha → Levamisole – 80mg, dose única para crianças e 150mg, dose única para adultos) que ocasiona paralisia espástica nos vermes, facilitando sua eliminação. → no caso de bolo de áscaris: piperazina (50mg/kg) é uma droga que causa paralisia flácida nos vermes por ação sobre os canais de cloro dependentes do GABA, facilitando a eliminação dos vermes por meio do peristaltismo estimulado pelo óleo mineral ministrado simultaneamente. → falta de resposta = tratamento cirúrgico → controle de cura = três exames de fezes, no 7°, 14° e 21° dias após ministração do anti-helmíntico Visão geral: é uma helmitíase de distribuição mundial que foi reconhecida a primeira vez em 1876 – larvas dos parasitas nas fezes de soldados franceses. Infecção assintomática ou oligossintomática, que pode assumir formas mais graves em pacientes imunocomprometidos (uso de corticoides). Completa o ciclo de vida no organismo do hospedeiro; com isso, o número de parasitas pode manter-se ou ate mesmo aumentar, propiciando condições para que a parasitose se perpetue por tempo indefinido. → Ordem = Rhabdiasoidea; que é uma superfamília. → Família = Strongyloididae → Gênero = Strongyloides → Espécie = S. sterxoralis, que é a mais adaptada ao parasitismo humano. Obs. Espécie S. fuelleborni, é parasita de macaco no velho mundo e pode exercer parasitismo no homem em regiões da África central e oriental fêmea →mede de 1,5 a 10mm de comprimento por 27 a 95mm de largura e é raramente encontrada nas fezes. →fica alojada na mucosa e submucosa do intestino delgado (duodeno e início do jejuno). →reproduz por partenogênese e os ovos embrionados eclodem logo após – origem as larvas rabditoides (L1) Larvas rabditoides (L1) → 400mm de comprimento por 20 a 25mm de diâmetro → formas parasitarias + encontradas no exame parasitológico das fezes. → passam por duas mudas e dão origem às larvas filarioides (L3) Larvas filarioides (L3) → longas e afiladas, medindo 400 a 700mm de comprimento por 12 a 20mm de diâmetro → capacidade de invadir tecidos (forma infectante) → doença disseminada = outros tec. Obs. machos adultos não são identificados; são de vida livre → ocorre em áreas com clima quente e úmido (tropicais e sub) → Brasil = área endêmica; os dados epidemiológicos são escassos e pontuais → atenção para a ocorrência de caso em populações institucionalizadas, (asilos e prisões); além de ambientes que favoreçam a transmissão por contato com o solo ou objeto contaminado – veteranos da segundo guerra e capacidade da infecção de se manter. → HTLV – I = elevada coinfecção → HIV = sem coinfecção; contudo, podem ser elevadas por causa da utilização frequente de corticosteroides como a adjuvante no tratamento de algumas condições definidoras da aids → penetração das larvas filarioides (L3) na pele integra ou nas mucosas – aquisição mais relevante da parasitose (larva originada de ciclo direto) → aquisição por ingestão de água → transmissão vertical (aleitamento) → infecção aguda: migração das larvas para o pulmão, pode ocorrer a síndrome de Loeffler. → fêmeas alojadas na mucosa ou submucosa do intestino delgado, a população parasitaria atinge um certo tamanho e se estabiliza (manutenção do ciclo de autoinfecção) → transformação das larvas de rabditoides para filarifomes e a capacidade reprodutiva da fêmea por partenogenética são estimuladas por susbtancias hormonais ecdisteroides – tais substâncias teriam significativo papel, juntamente a resposta imune, na regulação da população parasitaria através de um equilibro com o sistema imune → dessa forma, o processo inflamatório e a lesões que decorrem dele tornam-se discretos – presença de IgE, citocinas IL- 4, IL-5 e IL-13 e da eosinofilia periférica e tecidual sugere que a resposta imune polarizada p/ Th2 desempenha papel importante no início da infecção. → outro acontecimento de fase inicial são os eosinófilos se comportando para células apresentadoras de antígeno → IgG + sistema complemento + granulócitos = destruir larvas (pós resposta imune) – papel efetor final (equilíbrio) → equilíbrio perdido = hiperinfecção** → infecção por HIV não imunodeprime os agentes necessários para o equilíbrio (Th2); por outro lado, na HTLV-I, ocorre a substituição de Th1 no lugar do Th2 na mucosa intestinal, imunodeprimindo a resposta a parasitose. → hiperinfecção por anormalidade anatômica como a “alça cega” → estudo histopatológico indica petéquias, congestão vascular e edema nas áreas de penetração da larva na pele → parasitismo limitado = pouca resposta inflamatória tecidual ao redor dos vermes adultos e larvas → patologia intestinal definida em três padrões: Enterite catarral – infecção leve, congestão da mucosa do intestino com pontos esparsos de hemorragia petenquial e a mucosa é recoberta com uma secreção mucoide abundante (infiltrado mononuclear na submucosa) Enterite edematosa – infecção mais significativa, parede intestinal é espessada, edema da submucosa, vilos intestinais tornam-se achatados e são observados parasitas ao longo da lâmina própria Enterite ulcerativa – hiperinfecção, forma mais grave de lesão tecidual, paredes intestinais rígidas pelo edema e fibrose decorrente do processo inflamatório prolongado, mucosa com atrofia, erosões e ulcerações, pode ocorrer perfuração intestinal a nível de jejuno. O infiltrado inflamatório é constituído por neutrófilos e número variável de eosinófilos. → forma disseminada: alterações teciduais refletem a atividade migratória das larvas. Mucosa gástrica e esofágica com edema e ulceração Obs. se esse paciente receber corticoide, a reação inflamatória é escassa em relação ao montante de lesões teciduais. → pulmões: formas disseminadas, muitas larvas, hemorragia alveolar, broncopneumonia (coninf. bactérias). Forma aguda → penetração – nem sempre são observadas, mas pode encontrar lesões papulares pruriginosas no local ou um quadro urticariforme linear migratório que pode progredir de 5 a 10cm/h (larvas currens) – mais comum na região perineal e no bumbum por causa da autoinfecção → pulmão – sintomas respiratórios leves, como tosse secae sibilos esparsos; pode ocorrer crises de broncoespasmo, com tosse intensa e desconforto respiratório – pneumonite eosinofilica (síndrome de Loeffler) e infiltrados pulmonares vistos em radiografia e eosinofilia periférica. → mucosa intestinal – dor abdominal inespecífica ou epigastralgia, que simula quadro doloroso de úlcera duodenal; diarreia, náuseas e vomito. Contudo, esse estágio é normalmente assintomático e passa despercebido. Forma crônica habitual → parasitado por muito tempo, população controlada a nível de duodeno e início de jejuno. → sintomas digestivos despercebidos → dor abdominal (epigástrica), náuseas, vomito, diarreia, meteorismo. Quadro diarreico acentuado dependendo da extensão do comprometimento intestinal, síndrome disabsortiva com perda de proteínas e gorduras. → artrite reacional e síndrome nefrótica relacionados a formação de imunocomplexos que contém antígenos helmínticos Hiperinfecção e doença disseminada → sinais e sintomas decorrentes de migração larvária (maior carga parasitaria em decorrência da autoinfecção) → acentuado quadro digestivo, características disemteriformes quando ocorrer parasitismo do íleo e intestino grosso + náuseas, diarreia e vômitos (estomago e esôfago) → obstrutivos e hemorragia com repercussão hemodinâmica → enteropatia perdedora de proteínas – levando a hipoalbuminemia → exame de imagem: distensão das alças do intestino delgado com nível hidroaéreo e edema da mucosa ▪ Ultrassonografia ou tomografia: linfadenomegalia ▪ Confusão diagnostica com doença inflamatória intestinal → hiperinfecção: manifestação pulmonar, tosse, sibilância, dispneia, dor torácica, hemoptise → exame do escarro com larvas – alcalose respiratória e manifestações cardíacas (palpitação e fibrilação atrial). → enterobactérias: condensação alveolar e broncopneumonia → comprometimento do sistema nervoso central → formas disseminadas de estrongiloídiase são frequentes e fatais – rápida evolução e difícil diagnostico. Inespecífico → leucograma → dependem dor órgãos e sistemas envolvidos, além de sua extensão. → forma crônica – eosinofilia discreta ou moderada entre 500 e 1500 eosinófilos por mm3 → hiperinfecção – não há eosinofilia (terapêutica dos imunossupressores) → forma disseminada – invasão do parênquima hepático e vias biliares, podendo resultar em enzimas hepatocelulares e camaliculares → níveis de IgE e IgG elevados em 50 a 70% Específico ▪ Exame parasitológico das fezes – pesquisadas larvas rabditoides; encontrar outras formas é raro ▪ Eliminação não é constante, dessa forma, uma única pesquisa resulta em positividade que varia entre 30 a 60%. ▪ Rotina laboratorial: métodos de Baermann-Morais e de Rugai e colaboradores - Métodos bastante sensíveis, desde que sejam examinadas, pelo menos, três amostras de fezes coletadas em dias consecutivos. Obs. Larvas podem ser observadas graças ao método de cultura de Harada-Moris (cultura em papel filtro) e Koga e colaboradores (cultura em placas de ágar) que apresentar elevada sensibilidade, mas não são muito utilizadas. ▪ Método de coleta através do aspirado duodenal por meio de procedimento endoscópico ou da utilização de capsula gelatinosa (deglutida pelo paciente) e recuperada depois de algumas horas, tem eficácia diagnostica, mas pouca utilização por serem invasivos. ▪ Hiperinfecção – detecta ovo e vermes adultos nas fezes com maior frequência; larvas filarioides no escarro ▪ Sorológico: detecção de anticorpos dirigidos a antígenos larvários é promissor porem não utilizado ainda (dificuldade de obtenção do antígeno apropriado) ▪ Imunodiagnóstico – imunofluorescência indireta (antígenos de superfície com alta sensibilidade) e o teste ELISA. → benzoimidazólico tiabendazol – foi a droga de escolha terapêutica, dose de 25mg/kg de peso, 2x ao dia, repetindo o esquema após 10 a 15 dias; taxa de cura na forma crônica não complicada é razoável → hiperinfecção – ministrado na mesma dose diária, 7 dias ou 500mg durante 30 dias. → contudo, é um fármaco que possui muitos efeitos colaterais que vão desde intolerância gástrica até sintomas neurológicos, como sonolência, tontura e convulsão. → Cambendazol – mais bem tolerado, dose única de 5mg/kg, tem boa ação antiparasitária, inclusive sobre as formas larvárias; não possui um bom tratamento para a hiperinfecção. → albendazol – pouca eficácia, 400mg/dia por 3 dias consecutivos, bem tolerado e seu uso é restrito as formas clínicas não complicadas → Ivermectina – anti-helmíntico de amplo espectro, boa eficácia e boa tolerabilidade no esquema de 200mg/kg/dia, durante dois dias consecutivos; ação sobre as larvas filarioides – droga promissora → controle de cura – três exames parasitológicos das fezes no oitavo, nono e decimo dias após o final do tratamento. ** ▪ condições de imunodepressão – principalmente aquelas motivadas pelo uso de glicocorticoides. ▪ Aparecimento de alterações no mecanismo imune do hospedeiro ou na biologia do parasita – aumento indefinido de carga parasitaria e aceleração do processo de autoinfecção ▪ Dessa forma, ocorre a supressão dos eosinófilos, bloqueio da ativação dos linfócitos e mecanismos imune (ação dos glicocorticoides) ▪ Ademais, as glicocorticoides têm uma ação ecdisteroidesímile que acelera a maturação das larvas e incrementa o número de fêmeas = aumento da carga e da autoinfecção – parasitas ocupam qualquer porção do intestino delgado, órgãos e tecidos – infecção disseminada. ▪ Comum: disseminação hematogênica enterobactérias – atingem a circulação sanguínea por intermédio de lesões na mucosa intestinal decorrentes do processo parasitário intenso. ▪ Contudo, hiperinfecção e forma disseminada da parasitose podem ocorrer por outros motivos além da administração de glicocorticoides = doenças que alteram a função imune, defeitos congênitos ou adquiridos do sistema imune, mesenquimopatias, doenças metabólicas ▪ Exceção = ciclosporina-A (imunossupressor utilizado após transplante; acredita-se que está droga, inclusive, tem ação antiparasitária)
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