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Hipotálamo e sistema límbico Emoção é a execução de um programa completo de ações que aparece quando confrontamos algo intenso, repentino e que não depende de estruturas hierarquicamente superiores, sendo algo automático e inconsciente na tentativa de proteção à vida diante um perigo. Sabe-se que emoções como prazer, euforia, tristeza, medo e ansiedade contribuem para a riqueza da nossa vida pessoal. Sentimento é um processo subsequente quando se toma consciência da emoção e a conecta com o que você percebe dos acontecimentos. É como você se sente em relação à emoção, que fica na memória e permite a construção de uma visão de mundo e influencia os planejamentos futuros. Será mais consciente se comparado com a emoção, envolvendo estruturas diencefálicas, tronco encefálico e o córtex-frontal. O primeiro estudo das emoções foi feito por Darwin, que estudou a expressão das emoções no homem e nos animais, concluindo que as vertentes emocionais possuem determinação inata e evoluem com as espécies. Posteriormente chegaram à conclusão que uma resposta fisiológica primária gerava uma alteração emocional (ficamos tristes porque choramos), já que pacientes com lesão medular, sem informações do SNA, possuíam uma redução das emoções. Uma das retroalimentações que poderia existir é a chegada dessa informação a centros superiores, em que um feedback positivo mantinha as sensações. Todavia, posteriormente, viu-se que um indivíduo sofre alterações fisiológicas após perceber um estímulo que de alguma forma o afeta, tendo manifestações como palpitações, falta de ar e angústia, de modo que o reconhecimento desses sintomas pelo cérebro gera a emoção. Pode haver retroalimentação positiva por respostas endócrinas que mantêm as sensações fisiológicas mesmo com a retirada do estímulo. Em 1929 criou-se uma teoria de que as reações fisiológicas não estariam sozinhas, mas que elas fossem simultâneas às experiências emocionais. Quando um estímulo aversivo ocorre, o impulso nervoso atinge inicialmente o tálamo, seguindo para o córtex cerebral e para o hipotálamo. Assim, relacionaram o tálamo com o centro inicial e causador das emoções e o hipotálamo como o centro que promove as alterações vegetativas e os sintomas. Alguns estudos com estimulações elétricas mostraram a relação da localização hipotalâmica e estados emocionais. O estímulo em regiões mediais conferia comportamento calmo, mas em laterais apresentava reações agressivas. Com o passar do tempo, promoveu-se uma ideia inicial de que o córtex participava das emoções. Conclui-se que o córtex traduz sinais periféricos, mesmo inespecíficos, em sentimentos específicos, criando uma resposta consistente com as expectativas e contexto social do indivíduo. Até 1937 as emoções eram tratadas como sendo responsabilidade de centros isolados. Todavia, após o estudo feito por James Papez, sugeriu-se que a emoção não era função de centros cerebrais específicos, e sim de um circuito envolvendo hipotálamo e seus corpos mamilares, núcleo anterior do tálamo, giro cingulado e hipocampo. Assim, o circuito de Papez atuando harmonicamente é responsável pelo mecanismo de elaboração das funções centrais das emoções e de suas expressões periféricas. O giro cingulado se projetava ao hipocampo (memória emocional), que se projeta ao hipotálamo pelo caminho do fórnix, alcançando regiões talâmicas e, posteriormente, corticais. Notou-se também a possibilidade dessas informações chegarem do córtex entorrinal, relacionado com informações olfatórias. Em 1952 foram acrescentadas algumas estruturas no circuito de Papez, como a área pré-frontal, giro parahipocampal, amígdala, núcleo mediano do tálamo, núcleos basais do prosencéfalo e formação reticular (núcleos autonômicos). Como áreas límbicas corticais tem-se o giro cingulado, giro subcalosal, córtex orbitofrontal e giro parahipocampal. Anatomia funcional do sistema límbico 1) Hipotálamo É o principal componente do sistema límbico, sendo responsáveis pelas funções vegetativas como controle da temperatura, osmolaridade, sede, fome e peso corporal. Sabe-se que esse controle está fortemente relacionado com o comportamento, já que está localizado em um local estratégico, em que comanda e recebe influências de várias estruturas do sistemas límbico. O hipotálamo pode receber informações de: Olfação: relacionada com sobrevivência e funções reprodutivas, em que muitas estruturas prosencefálicas processam a informação sensorial, como o córtex entorrinal, mandando diretamente ao hipotálamo, que promove a secreção de hormônios importantes. Enviado pelo bulbo olfatório a informação atinge regiões do córtex piriforme, tendo informações que vão para o córtex entorrinal e seguem diretamente para o giro para-hipocampal, tendo relação com as emoções relacionadas com odores, causando a recordação das memórias olfativas. Tem-se também ativações talâmicas pela mesma via, em que essas informações podem ascender para núcleos talâmicos específicos, que ativam de forma consciente que certa substância conhecida foi sentida pelo indivíduo. Projeções visuais: irão controlar o ciclo endógeno biológico, em que a secreção de melatonina impõe uma organização temporal para outras áreas do neuro-eixo. Sensações viscerais: são provenientes das vísceras, que mandam a informação ao NTS, que são repassadas para subnúcleos na formação reticular, ascendendo até o hipotálamo, em que algumas podem chegar ao tálamo (consciente) ou ser modulada no hipotálamo, voltar para a formação reticular e promover uma resposta visceral. Projeções de regiões límbicas: como hipocampo, septo, amígdala e córtex pré-frontal, modulando o hipotálamo e promovendo alterações em seus componentes, causando secreções hipotalâmicas específicas, podendo até mesmo modular as funções neuroendócrinas. 2) Amígdala É um complexo formado por três áreas principais lateral, basolateral e centro-medial. Na região lateral e basolateral chegam todas as informações provenientes da periferia, diencéfalo, tronco encefálico e de estruturas corticais, sendo núcleos de entrada da amígdala. A região centro-medial é composta por núcleos de saída da amígdala. Um dos primeiros estudos que correlacionou a amígdala com o medo condicionado foi feito por um estudo em que ratos sofriam dois estímulos (auditivos e dolorosos). O sinal sonoro antecedia a dor, de modo que eles passaram a demonstrar um estado de congelamento quando escutavam o som. Mesmo após o cessamento do estímulo doloroso, o rato ainda congelava quando escutava o som, mostrando um estímulo condicionado. Em contraposição, em casos de lesão da amígdala não se tinha resposta ao estímulo com comportamento de congelamento. Tem-se duas vias de acesso à amígdala: Via direta: é uma via auditiva que passa pelo núcleo geniculado do tálamo e é direcionada diretamente para a amígdala. Está relacionada com comportamentos defensivos primitivos, em que não tem avaliação, apenas atitude. Via indireta: a via auditiva passa pelo núcleo geniculado do tálamo e segue para o córtex auditivo para depois seguir para amígdala. Está relacionada com uma resposta apropriada para um estímulo mais refinado, tendo uma resposta direcionada com base em uma avaliação. A amígdala faz ligação entre regiões hipotalâmicas e corticais de processamento de informação sensória, como área tegmentar periaquedutal, tronco encefálico, núcleos da base, sistema endócrino, SNA, entre outros. Ela está envolvida com desenvolvimento emocional normal, aprendizado emocional e aprendizado condicionado, processamento de memória e atenção, avaliação emocional de estímulos, aprendizado social do medi e distúrbios de ansiedade. 3) Córtex pré-frontal e cingulado O córtex cingulado será responsável por levar as informações para as estruturas límbicas pelo giro do cíngulo. No cortéx pré-frontal tem-se três regiões importantes: Córtex