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LESÕES ENCEFÁLICAS FRATURAS CRANIANAS As fraturas podem ser definidas como uma ruptura parcial ou total do osso. Quando ocorrem nas regiões do crânio são denominadas de fraturas cranianas e classificam-se de várias maneiras distintas, de distintas causas e achados histológico e clínicos. FRATURA CRANIANA COM DESLOCAMENTO Esse tipo de fratura é caracterizada, como o próprio nome já diz, pelo deslocamento do osso craniano, invadindo as cavidades cranianas e o parênquima craniano. É grande o risco nesses tipos de lesões, principalmente por conta de sangramentos elevados, hemorragias e hematomas que estão presentes no local da fratura. FRATURAS DIASTÁTICAS São aquelas fraturas em que, devido a um forte impacto na região craniana ocasionado por diversas causas, levam ao rompimento das suturas cranianas que conectam os ossos. Esse rompimento faz com que a lesão adentre essa sutura e chegue as regiões encefálicas. FRATURAS DE BASE DE CRÂNIO Esses tipos de fraturas acontecem nas regiões da base do crânio e são as mais frequentemente encontradas casos de acidentes automobilísticos por exemplo. Os ossos da base do crânio (porção inferior do crânio) sofrem algum tipo de fratura que podem provocar sintomas referentes aos nervos cranianos inferiores ou região cervicomedular devido à proximidade com a região cervical da medula. É importante notar alguns sinais típicos como presença de hematomas em regiões orbitais como abaixo dos olhos, atrás das orelhas ou em pontos distantes do impacto local do choque. Em casos mais graves, podem ocorrer ainda a saída de líquor pelo nariz ou orelha externa, o que não é algo muito comum e ocorrência de infecções também são muito comuns como meningite por facilitar a entrada de bactérias no local. LESÕES PARÊNQUIMATOSAS: CONCUSSÃO As lesões parenquimatosas são aquelas que ocorrem no parênquima cerebral, mais especificamente no cérebro ou na massa cerebral. A concussão é um tipo de lesão parenquimatosa ocorre quando o parênquima cerebral se choca fortemente com os ossos do crânio devido algum movimento brusco como uma freada de um carro ou impacto de uma colisão que não ocorreu diretamente sobre o indivíduo. É uma lesão causada pelo movimento de elástico. É uma síndrome clinica temporária relacionada ao trauma causado, está associada à perda de consciência, parada respiratória momentânea e perda de reflexos. Pode ainda ocorrer amnesia para o evento desencadeante. E casos mais graves e repetitivos, podem desencadear a síndrome neuropsiquiátricas pósconcussivas. A Síndrome Neuropsiquiátrica Pósconcussiva é causada concussões repetitivas geradas por impacto frequente sobre essa região craniana. Muitos lutadores de boxe, MMA ou outros esportes como futebol americano sofrem com o tempo essa tipo de síndrome, que leva a perda de memória, além de problemas não só na cognição mas também psicomotores. LESÕES PARENQUIMATOSAS DIRETAS São aquelas que ocorrem diretamente no parênquima e não apenas como resultado de algum impacto em outro local do corpo como as concussões. As lacerações são lesões penetrantes que provocam as rupturas do tecido parenquimatoso, como por exemplo, uma facada na região craniana. Já as contusões são lesões provocadas por choques diretos na região do parênquima que provocam lesões exatamente naquele local, sendo as cristas de giros mais suscetíveis. As contusões podem ser divididas em lesões por golpes quando ocorrem diretamente no local atingido ou lesões por contragolpe quando ocorrem nas regiões opostas as regiões atingidas. É muito comum ocorrência de contusão em jogadores de futebol quando chocam as cabeças ou em acidentes automobilísticos que causam um impacto muito forte em determinado local. Na microscopia desse tipo de lesão é comum observar a presença de hemorragia e edemas, a presença neurônios isquêmicos (mais avermelhados) após cerca de 24 horas da lesão e cicatriz glial marrom-amarelada deprimida que se estende até a superfície da pia-máter. Essas regiões mais pretas ou avermelhadas são focos de hemorragias, causadas por impacto direto naquele local. LESÃO AXONAL DIFUSA É um tipo de lesão diferente, não ocorre especificamente nos neurônios, mas sim nos axônios, devido as forças mecânicas que interrompem a integridade e o fluxo dos axônios. São muito comuns em pacientes que ficam em coma após algum tipo de trauma. Ocorrem de maneira difusa por todo o cérebro, sendo muito difícil delimitar esse tipo de lesão, generalizado e com alguns focos de hemorragia. Os achados tardio podem indicar degeneração axonal e gliose no local. Como indicados pelas setas, são alguns pontinhos mais claros encontrados no exame de imagem que indicam as lesões difusas no cérebro. LESÕES VASCULARES As lesões vasculares são aquelas que ocorrem nos vasos da região craniana, das meninges e até em regiões mais internas intracerebrais. São classificadas conforme o local em que ocorrem e a morfologia que apresentam. HEMATOMA SUBGALEAL É aquele comum do dia a dia, que forma o “calo” quando o indivíduo bate a cabeça por exemplo. Ocorre entre a camada subcutânea e a pele, sendo bastante externo e menos preocupante, melhora com o passar dos dias. HEMATOMA EPIDURAL Ocorrem em acima da camada mais dura, a dura máter assim como o próprio nome já diz: epi = acima, dural = camada mais dura. Esse tipo de hematoma se desenvolve mais comumente com fraturas dos ossos temporais e da região parietal que lesam os vasos meníngeos médios. São vistos em cerca de 4% dos TCE e tem uma mortalidade geral de 10%. As fraturas cranianas estão associada em até 90% dos casos desses tipos de lesões e os sintomas de aumento da PIC em hematomas epidurais com ruptura arterial são geralmente desenvolvidos poucas horas após a lesão. HEMATOMA SUBDURAL Como o próprio nome já diz, ocorrem abaixo da camada mais dura, da dura-máter. Apresenta mortalidade mais elevada por estar mais próxima do cérebro, com cerca de 40% a 60% de chance de morte. Estão associadas a rompimento das veias de pontes que se localizam entre o crânio e camada mais superficial do cérebro. São mais internas que as lesões epidurais e logo, são também mais letais. Inicialmente o hematoma subdural organiza-se como um coagulo entre a dura e a membrana aracnoide e não está ligado ainda a dura-máter. Os fibroblastos começam a se organizar posteriormente, formando coágulo em direção a dura-máter. Após 5 a 6 dias ocorre a lise do coagulo e o crescimento dos fibroblastos faz com que ele fique levemente ligado a dura-máter. Em 10 a 20 dias uma membrana fibrosa é formada entre a dura-máter e o coagulo na membrana externa. Após isso, o tecido fibroso então cresce ao redor das bordas do hematoma e ao longo da sua superfície interna (membrana interna), encapsulando-o totalmente. Após vários meses, ocorre a formação de um saco com uma parede fibrosa, gerando um hematoma subdural crônico. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA É a lesão cerebral traumática mais frequente, resulta em ruptura dos vasos corticomeníngeos e das contusões hemorrágicas do cérebro. Geralmente são difusas e não exercem pressões localizadas. O sangue é diluído pelo líquor e não coagula, a menos que seja maciço. Uma grande hemorragia subaracnóidea aumenta a pressão intracraniana e prejudica a perfusão cerebral já que o sangue diluído não coagula, e logo, mais volume, maior é a pressão. A hemoglobina liberada de hemácias no espaço lesionado subaracnóideo desencadeia espasmos vasculares que podem levar a um quadro de hipóxia cerebral, associado ao aumento da pressão intracraniana e queda da perfusão tecidual. Além disso, a fibrose no espaço subaracnóideo prejudica a circulação do LCR, levando a hidrocefalia. HEMATOMA INTRAPARENQUIMATOSO Ocorrem dentro do cérebro, geralmente associado aos traumas e lesões como contusões elacerações. Promove massas de forças e compressões sobre outros tipos de estruturas cerebrais.
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