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Eixo hipotálamo-hipófise Os estudos de Galeno permitiram a descoberta de uma região na base do cérebro que tinha relação e terminava em um local semelhante a uma glândula. Posteriormente, o neurocientista Santiago Ramón y Cajal, através de marcação neuronal, conseguiu descrever a ligação entre o hipotálamo e a hipófise. O hipotálamo está situado no diencéfalo anteriormente ao tálamo e posteriormente ao quiasma ótico. Sua região anterior é composta pela área pré-óptica, sua região medial é a tuberal e a mamilar fica na parte posterior, sendo que cada uma possui núcleos para controles distintos. Tem grande relação e promove a coordenação do SNA. O hipotálamo promove a integração de respostas endócrinas, comportamentais e autonômicas para manutenção da homeostase. Recebe informações do meio ambiente (luz, temperatura) e do meio interno (pressão, osmolalidade plasmática, glicose). Essas informações chegarão de diversas regiões do tronco encefálico por meio das fibras do fórnice, principalmente das regiões septais, hipocampo e amigdala, relacionadas com o sistema límbico, participando do controle das emoções. É o principal centro de controle visceral, de modo que todas as aferências viscerais chegam no SNC a partir do trato do núcleo solitário pelo nervo vago, glossofaríngeo e facial, posteriormente seguindo para o hipotálamo (ainda não possui consciência visceral), que organiza uma resposta neural específica em decorrência do tipo do estímulo. Do hipotálamo tem-se eferência para controles talâmicos, onde asa informações podem tomar consciência. Informações viscerais não conscientes não tomam consciência, mas chegam até as regiões hipotalâmicas, que de alguma forma agirão para modular tais estímulos (algumas podem ser mandadas para o tálamo e promover certa consciência) e manter os reflexos vegetativos. As informações conscientes viscerais são limitadas, geralmente referentes a dor, essas que vão primeiramente para o tálamo e depois passam pelo hipotálamo. Além do hipotálamo, o córtex visceral regula reações viscerais involuntárias de acordo com a experiência de vida, como rubor em resposta a estímulo embaraçoso, vasoconstrição e palidez em reação ao medo e respostas vegetativas a reações sexuais. As demais ações, como reflexos, respiração, vômito e micção são dependentes de núcleos hipotalâmicos específicos. O tronco apresenta núcleos que organizam funções viscerais específicas como reflexos cardíacos, controle da bexiga e reflexos relacionados à função sexual e outros reflexos vegetativos críticos para a função As informações chegam até o núcleo do trato solitário, que mandam projeções e modulam núcleos específicos do sistema simpático e parassimpático, mas essas também ascendem para hipotálamo, onde são moduladas e podem voltar para os núcleos específicos na formação reticular (que também é modulada pelo hipotálamo, composta por núcleos autonômicos), promovendo controles autonômicos com o auxílio de núcleos hipotalâmicos específicos. O hipotálamo também tem projeções para a coluna intermédio-lateral da medula (T1-L2), onde tem-se os neurônios ganglionares catecolaminérgicos do sistema simpático, modulando-os. Se o hipotálamo for lesado, a formação reticular (onde estão os centros de controle autonômico) e o núcleo do trato solitário ainda mantêm o seu funcionamento, de modo que as atividades autonômicas permanecem preservadas, já que chegam diretamente no NTS e seguem para a formação reticular. O hipotálamo é responsável por comportamentos motivados como comportamento sexual e alimentar, sendo crucial para a sobrevivência do indivíduo e manutenção da espécie. A manutenção da homeostase ocorre pela influência nos sistemas neuroendócrinos (ajustes prolongados pela modulação da secreção hormonal) e SNA (ajustes agudos). Como exemplo tem-se o controle da pressão hormonal, que pode ser feito por ajustes cardiovasculares ou pelo controle da liberação de vasopressina. As modulação das funções do hipotálamo são dependentes de algumas regiões específicas do diencéfalo, como: Eminência mediana: ou infundíbulo, onde começa a haste hipofisária. Através de secreções nessa região existe a modulação da secreção de neurohormônios pela neurohipófise. Promoverá o controle direto do hipotálamo, já que por meio do infundíbulo as informações ascenderão ao hipotálamo e modulam as secreções neuroendócrinas. Órgão vascular da lâmina terminal: está relacionada com estímulos vindos da periferia associados a mediadores inflamatórios como as citocinas. É onde inicia o controle da temperatura em decorrência de um agente invasor, causando febre (aumento da temperatura controlada). É onde também Manutenção da homeostase SNA Ajustes rápidos Sistemas neuro- endócrinos Ajustes prolongados pela modulação da secreção hormonal está o centro da sede, em que o aumento da osmolaridade (pelo aumento da saída de água para o meio extracelular) nessas regiões é sentido por osmorreceptores, que promovem um estímulo para células em núcleos no hipotálamo, que disparam potenciais de ação e promovem sensação de sede. Órgão subfornical: relacionado com a entrada de angiotensina II, que atua no centro da sede e aumenta a ingesta de água, além de promover estímulos para secreção de ADH. Área postrema: onde ocorre a regulação da ingesta de líquido, já que um aumento da concentração iônica dispara regiões do hipotálamo e promove sede, aumentando também a secreção de ADH. Também tem relação com a recepção de colecistoquinina, produzida no TGI relacionada ao comportamento de fome. Pineal: relacionada com a via retino-talâmica, há modulação da secreção de melatonina pela entrada de luminosidade, controlando o ciclo sono-vigília. Região Função Eminência mediana ou infundíbulo Modulação da secreção de neurohormônios Órgão vascular da lâmina terminal Centro da sede e controle da temperatura, causando febre Órgão subfornical Liberação de angiotensina II e aumento da ingesta de água e secreção de ADH Área postrema Regulação da ingesta de água (sede e aumento do ADH) e recepção de colecistoquinina Pineal Modulação da secreção da melatonina pela entrada de luz pela via retino-talâmica Na vista lateral tem-se níveis pré-óptico, anterior, tuberal e mamilar (posterior). A vista frontal consegue visualizara a zona periventricular (controle neuroendócrino), zona medial (comportamento motivado) e zona lateral (integração de informações viscerais). Os núcleos hipotalâmicos são importante, já que estão relacionados com a secreção de hormônios que agem na adenohipófise para estimular a liberação de outros hormônios que atuarão na periferia. Dentre eles tem-se quatro núcleos importantes para alteração de secreção de hormônios liberadores que agirão em outras glândulas: Núcleo paraventricular: onde ocorre a liberação de vasopressina, hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e hormônio liberador de tireotrofina (TRH). Núcleo supra óptico: liberação de vasopressina e ocitocina. Núcleo arqueado: liberação de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH), hormônio liberador de GH, somatostatina ou hormônio inibidor de GH e dopamina. Está relacionado com comportamento motivado de fome e saciedade. Núcleo ventromedial: hormônio liberador de GH (somatrotofina), relacionado ao comportamento motivado de saciedade. Além disso, outros locais do hipotálamo são importantes para regulações corporais relacionados a comportamentos motivados. Corpo mamilar: relacionado com reflexos alimentares de deglutição e lamber os lábios. Núcleo posterior: promove aumento da FC e PA e dilatação da pupila, relacionado com atividades do SNA simpático. Área pré-óptica: diminuição da FC e PA, regulação da temperatura e contração (esvaziamento) da bexiga, relacionado com atividades do SNA parassimpático. A hipófise é uma glândula endócrina localizada na sela