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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA XXXX VARA DO TRABALHO DA COMARCA XXXX Cicefran Samilton, nacionalidade, estado civil, profissão, nome da mãe, CTPS nº xxxx, série nº xxxx, PIS/PASEP nº xxxx, CPF nº xxxx, RG nº xxxx, residente e domiciliado à rua xxxx, nº xxxx, bairro xxxx, cidade/UF, por seu(a) advogado(a), que esta subscreve, mandato incluso vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 840 da Consolidação das Leis do Trabalho c/c artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC),propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito xxx em face da empresa DDD, inscrita no CNPJ nº xxxx, com sede à rua xxxx, nº xxxx, bairro xxxx, cidade/UF, pelos motivos de fato e de direito adiante descritos: DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante trabalhou para a empresa DDD Ltda., na função de ajudante geral, foi admitido em 01/04/2018, percebendo o último salário mensal de R$ 998,00. Laborava das 8 às 17 horas de segunda a sábado, com uma hora de intervalo para refeição e descanso. No local onde o empregado desenvolvia suas funções, os ruídos atingiam 90 dB (noventa decibéis). Em 10 de fevereiro de 2019, sofreu acidente típico do trabalho, permanecendo afastado de suas funções por 18 dias, recebendo auxílio-doença (B91). Retornando ao trabalho no dia 1º de março de 2019, foi dispensado sem justa causa, sem o recebimento de seus haveres rescisórios até a presente data. DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA O reclamante sofreu acidente de trabalho, conforme definição contida no artigo 19, da Lei nº 8.213/91, sendo necessário ficar afastado de suas funções por um período superior a 15 (quinze) dias; passando, nesse interim a ser detentor de estabilidade provisória, nos termos da súmula 378, I e II, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e artigo 118, da Lei nº 8.213/91, não podendo ser dispensado por, no mínimo, 12 (doze) meses, após a cessação do auxílio-doença, pois adquirira estabilidade provisória. DA REINTEGRAÇÃO ÀS ATIVIDADES LABORAIS O reclamado dispensou o reclamante de suas atividades laborais sem haver justificativa plausível para tal, indo contra à previsão legislativa da dispensa motivada por falta grave, prevista no artigo 482, da CLT; então, dada a inexistência de justa causa e em face da estabilidade provisória adquirida pelo reclamante conforme explicitado anteriormente, se requer a sua reintegração, nos termos do art. 495, da CLT, concedendo a antecipação dos efeitos da tutela conforme Orientação jurisprudencial 64 da 2ª subseção de dissídios individuais (OJ 64 SBDI – II). DO ACONSELHAMENTO À NÃO REINTEGRAÇÃO Caso o reclamado entenda ser desaconselhado o retorno do reclamante às suas atividades laborais, se requer a conversão da obrigação da reintegração em indenização, de acordo com o previsto no artigo 496, da CLT e o consequente pagamento das verbas rescisórias em dobro, nos termos do artigo 497, da CLT, entre as quais destacamos: aviso prévio indenizado, 13º salário, férias + 1/3, indenização dos depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o FGTS. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E DAS HORAS EXTRAS O local de trabalho onde o reclamante laborava, os ruídos atingiam 90 db (noventa decibéis continuamente, sendo considerado ambiente insalubre, conforme Norma Regulamentadora n.º 15 (NR-15), constante na portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho. De acordo com anexo dessa mesma norma, o trabalhador só poderia permanecer diariamente exposto a essa quantidade de ruído por no máximo 4 (horas). Nesse sentido se requer a condenação do reclamante ao pagamento do adicional de insalubridade nos termos do art. 7.º, XXIII, da Constituição Federal de 1988 c/c o art. 192, da CLT, incorporando-a em sua remuneração, que deve ser calculada conforme a súmula vinculante nº 4, do Supremo Tribunal Federal (STF), desde a sua admissão, conforme Orientação Jurisprudencial (OJ) 1720. Ademais, requer o pagamento de horas extras, haja vista o reclamante ter laborado de segunda a sábado, das 8:00 h às 17:00 h, com intervalo de uma hora para descanso e alimentação, perfazendo um total de 48 (quarenta e oito) horas semanais, acima da previsão constitucional do art. 7.º, XIII, da CF/1988 c/c art 59 da CLT e súmula 376 do TST, inclusive calculada, levando-se em consideração o adicional de insalubridade percebidas no período trabalhado, conforme OJ 47, do TST. DA MULTA DO ART. 467 DA CLT Em razão de tratar-se claramente de verbas incontroversas e caso o empregador entenda ser desaconselhável a reintegração do reclamante, requer também seu pagamento na audiência inaugural, sob pena de ser acrescida de 50% nos termos do dispositivo legal citado. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA Requer assistência judiciária gratuita, nos termos do art. 790, §§ 3.º e 4.º da CLT e do art. 14, da lei nº 5.584/70. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Requer o pagamento dos honorários de sucumbência na base de no mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico ou sobre o valor atualizado da causa com fulcro no art. 791-A da CLT. DO PEDIDO Pelo exposto, pleiteia: a) Reconhecimento da estabilidade provisória nos termos da súmula 378, I e II, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e artigo 118, da Lei nº 8.213/91- inestimável; b) Condenar o reclamado à reintegração do reclamante às suas atividades laborais conforme art. 495, da CLT, com antecipação de tutela nos termos da OJ 64 – SBDI-II, do TST – Inestimável c) Pagamento das verbas rescisórias da rescisão sem justa causa, nos termos em que o reclamado entende não ser aconselhável a reintegração do reclamante: b.1. aviso prévio indenizado no valor de R$ 1.746,35 (Mil setecentos e quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos); b.2 13º salário no valor de R$ 1.746,35 (Mil setecentos e quarenta e seis reais e trinta e cinco centavos); b.3 - férias + 1/3 no valor de R$ 2.134,44 (dois mil cento e trinta e quatro reais e quarenta e quatro centavos); b.4 - b.5 – FGTS no valor de R$ 3.352,99 (Três mil trezentos e cinquenta e dois Reais e noventa e nove centavos); b.6 - multa de 40% sobre o FGTS no valor de R$ 1.341,20 (mil trezentos e quarenta e um reais e vinte centavos); d) multa do art. 467 da CLT na quantia de R$ 5.160,67 (cinco mil cento e sessenta Reais e sessenta e sete centavos); e) honorários sucumbenciais – R$ 2.323,79 (Dois mil trezentos e vinte e três Reais e setenta e nove centavos); f) entrega de guias SD e TRCT ou comunicação aos órgãos competentes- inestimável. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal do reclamado, oitiva de testemunhas, sem prejuízo de outras provas eventualmente cabíveis. DA NOTIFICAÇÃO Requer, por fim, a notificação do reclamado para que conteste os itens supra arguidos, sob pena de serem admitidos como verdadeiros, o que, por certo, ao final restará comprovado, com a consequente declaração da TOTAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 15.491,96 (Quinze mil, quatrocentos e noventa e um Reais e noventa e seis centavos) Nesses termos, espera deferimento. Local e data. Nome e assinatura do(a) advogado(a). OAB nº xxx