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Estruturas de Concreto III Prof. Jardim Solicitações Tangenciais Cortante em vigas: Dimensionamento e Detalhamento Revisão 2018 A existência de elementos tracionados (armadura) e de elementos comprimidos (concreto entre fissuras) dispostos, respectivamente, segundo as direções da tensão principal de tração (perpendicular á fissura) e da tensão principal de compressão (paralela à fissura), sugere um mecanismo de treliça que é tratado a seguir. A analogia do conjunto concreto fissurado e armadura com uma treliça, para o estudo da armadura transversal das vigas, admitindo essas armaduras trabalhando à tração, foi feita pela primeira vez por Ritter, em 1899, e, mais tarde, em 1903, por Morsch. σtração σtraçãoσcompr σcompr Solicitações Tangenciais - Introdução Solicitações Tangenciais Cortante em vigas: dimensionamento e detalhamento Analogia da Treliça Método Clássico ou de Morsch A analogia de treliça no denominado método clássico ou de Morsch, supõe uma treliça com banzos paralelos, diagonais de compressão a 45º e, diagonais de tração com ângulo α. 45º α 45ºα Em síntese, o método clássico, ou de Mörsch, no seu aspecto fundamental, estabelece a analogia entre a viga de concreto armado, depois de fissurada, e a treliça de banzos paralelos, conforme esquema representado a seguir: Banzo Superior (compressão) Diagonais: Bielas de Compressão Montantes: Diagonais Tracionadas Banzo Inferior: (tração) Onde: - Os banzos, tracionado e comprimido, são, respectivamente, a armadura principal de tração e a zona de compressão da viga (concreto). - As diagonais comprimidas (“bielas”) são paralelas as chamadas “fissuras de cisalhamento”, que são perpendiculares à tensão principal de tração na altura da linha neutra, e têm inclinação constante de 45º. - Os estribos ou barras inclinadas que constituem a armadura transversal são os montantes ou as diagonais tracionadas. - Todos elementos da treliça são supostos articulados nas extremidades (nós). Treliça Generalizada As pesquisas modernas demonstram que em geral, o método clássico ou de Mörsch, conduz a uma armadura transversal maior que à necessária, errando assim, a favor da segurança. Foram propostas várias correções ou generalizações da teoria clássica, a fim de eliminar, tanto quanto possível, aquele erro e possibilitar armaduras transversais mais econômicas. Assim, a conciliação dos resultados experimentais com as hipóteses básicas de Mörsch conduziu à idealização de uma nova treliça, denominada treliça generalizada, cuja única diferença em relação à treliça clássica é o ângulo de inclinação das diagonais comprimidas, alterado de 45º para θ. αθ De acordo com o Modelo de cálculo II da norma: 30º ≤ θ ≤ 45º Verificação e Dimensionamento ao Cisalhamento A resistência do elemento estrutural, em uma determinada seção transversal, deve ser considerada satisfatória quando verificadas, simultaneamente as seguintes condições: Onde: - Vsd - VRd2 - VRd3 - VC - Vsw força cortante solicitante de cálculo; força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína das diagonais à compressão; força cortante resistente de cálculo, relativa à ruína por tração diagonal; força cortante absorvida por mecanismos complementares à treliça; força cortante absorvida pela armadura transversal. NBR-6118:2014 item 17.4.2 Modelo de cálculo I O modelo I admite diagonais de compressão inclinadas de θ=45º em relação ao eixo longitudinal da peça, em que Vc é suposto constante. a) Verificação: esmagamento do concreto: Lascamentos Fissuras Onde: 2Rdsd VV ≤ dbfV wcdvRd ....27,0 22 α= (em MPa)fckv 250 12 −=α Verificação: wuwd Rdsd ou ττ ττ ≤ ≤ 2 b) Dimensionamento: armadura transversal Onde: swcRdsd VVVV +=≤ 3 ( )αα cossin...9,0. + = ywd sw sw fds AV 0cc VV = Critério: Fissuras em 90º e menoresFissuras em 45º e maiores Insuficiência de armadura transversal Na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção: dbfV wctdc 6,00 = c ctk ctd f f γ inf,= fctk,inf ver item 8.2.5 da NBR-6118:2014 Armadura transversal mínima: ywk mct w sw sw f f sensb A ,2,0 .. ≥= α ρ Todos os elementos lineares submetidos a força cortante devem conter armadura transversal mínima constituída por estribos, com taxa geométrica igual à: Onde: - Asw - s - α - fywk - fct,m é a área da seção transversal dos estribos; é o espaçamento dos estribos; é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural; é a resistência característica ao escoamento do aço; é a resistência a tração direta média. NBR-6118:2014 item 17.4.1.1.1 Dimensionamento de Seções Próximas ao Apoio Nas proximidades aos apoios, a quantidade de Asw pode ser reduzida devido ao caminhamento destas cargas ao apoio. A redução de Asw se dá através da correção* de Vsd próximo ao apoio. * Não é permitido a utilização de Vsd corrigido na verificação do concreto ao esmagamento. NBR-6118:2014 - item 17.4.1.2.1 a) Para carga distribuída: )2/(, dsdcorrsd VV = d sdV corrsdV , 2d Diagrama corrigido b) Para cargas concentradas: d aVV sdcorrsd 2 ., = Se aplicadas à do centro do apoio, neste trecho a cortante pode ser reduzida pelo fator: da 2≤ d a 2 d sdV corrsdV , Diagrama corrigido P a Disposições Construtivas NBR-6118:2014 - item 18.3.3.2 a) Diâmetro dos estribos: ØW 10 5 ww bmm ≤≤ φ b) Espaçamento longitudinal: S ≤→>→ ≤→≤→ ≤≤ cm dSVVse cm dSVVse Scm máxRdsd máxRdsd 20 3,067,0 30 6,067,0 7 2 2 Na prática c) Espaçamento dos ramos: St ≤→>→ ≤→≤→ ≤ cm dStVVse cm dStVVse St máxRdsd máxRdsd 35 6,020,0 80 20,0 2 2 St 2 estribos c/ 2 ramos cada = 4 ramos d) Espaçamento mínimo: Smín Smín → permitir o adensamento Ø agregado Ø agulha vibrador Na prática Ø agulha 20 à 40mm – peças delgadas e CP’s; 30 à 60mm – vigas, pilares e paredes; 50 à 90mm – vigas, pilares paredes e lajes espessas; 80 à 150mm – concreto massa slump<5cm; 130 à 180mm – barragens e blocos. Ganchos NBR-6118:2014 - item 9.4.6.1 Tipos de Ganchos Øi – diâmetro interno ØW ≤ 10mm → Øi = 3ØW 10mm < ØW < 20mm → Øi = 5ØW ØW ≥ 20mm → Øi = 8ØW iφ wφ cmw 55 ≥φ semicircular 45º iφ wφ cmw 55 ≥φ reto* cmw 710 ≥φ iφ wφ * Não é permitido em barras e fios lisos Exercícios Ex.1: Para uma viga de seção 12x40cm, C20, CA-50, pede-se determinar a armadura transversal para a cortante solicitante dada abaixo: 110 kN 55 kN 55 kN Exercícios Ex.2: Dada a mesma viga e materiais do exemplo anterior, determine a armadura transversal em toda a sua extensão, conforme o gráfico de esforço de cortante abaixo: q 55 kN 55 kN 6m Exercícios Ex.3: Dado o esquema de análise abaixo, determine o diagrama de esforço cortante e dimensione a armadura transversal: 20kN/m 3m 80 kN 80 kN 4m 3m Materiais: fck = 25MPa CA-50 Seção da viga: 15cm 1m Exercícios Ex.4: Dada a mesma viga e materiais do exemplo anterior, determine, para o esquema de análise abaixo, o diagrama de esforço de cortante e a armadura transversal em toda a sua extensão: 36kN/m 10m Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (2014). NBR 6118:2014 – Projeto de Estruturas de Concreto. Rio de Janeiro; OBATA, S.H. Estruturas de Concreto Armado. (Notas de aula). www.cruzeirodosul.edu.br Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24
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