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20 TEXTOS QUE VOCÊ PRECISA LER PARA O ENEM E VESTIBULAR – BIOLOGIA TOTAL
Quais os perigos da lama 'tóxica' do desastre de Minas Gerais?
O rompimento de duas barragens, na cidade mineira de Mariana, no final da última semana, causou mais do que vítimas fatais, pessoas feridas e a morte de animais. A lama que foi produzida durante o acidente pode se tornar 'tóxica'! No que se refere a mortes, também há informações de que o número de óbitos seja maior que o noticiado até agora – já que o acesso ao local do ocorrido é restrito à empresa responsável.  
	Toneladas de lama foram despejadas de uma mineradora. E, apesar de os responsáveis técnicos da empresa garantirem que o material não é tóxico, há indícios de que existem riscos para o meio ambiente. Isto por que foram despejados 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no local. O material é formado, principalmente por sílica e ferro. Especialistas afirmam que os riscos não são para os seres humanos diretamente, mas para o meio ambiente, e podem se estender por anos!
O principal problema é que a agricultura pode ser afetada por estas substâncias, conforme explicou o consultor de meio ambiente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Cleuber Moraes Brito. Ele explicou ainda que a fauna, flora e rios também podem ser ‘afetados’ por estas substâncias na natureza. Os danos ao meio ambiente no entorno da barragem podem ser, a grosso modo, químicos ou de ordem física. O primeiro diz respeito à desestruturação química do solo, não só pelo ferro, mas também por outros metais secundários descartados durante o processo de mineração. Segundo Cleuber, este solo recebe uma incorporação química anormal, já que o resíduo tem excesso de ferro, que pode alterar o pH da terra. Já o impacto físico dos rompimentos diz respeito à quantidade de lama - e não à composição. Outro risco é o de que muitas nascentes sejam soterradas. Este impacto nos recursos hídricos também afeta sua fauna, especialmente peixes e microrganismos que compõem a cadeia alimentar dos rios. Os especialistas salientam que é preciso fazer um levantamento do impacto, sendo que uma das primeiras medidas reais será retirar a lama o quanto antes, principalmente por meio de escavações.
Outras informações 
Segundo reportagem publicada no jornal Estado de Minas de hoje, a Barragem de Santarém, a segunda que se rompeu em Mariana, está com a Licença de Operação vencida desde maio de 2013. Na mesma situação está a mina do Germano, também rompida, que faz parte do mesmo complexo, que está com a licença vencida desde julho de 2013. A informação é da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semade). Em alguns jornais de Minas Gerais e do Espírito Santo há informações de que o desastre é o pior dos últimos 30 anos! Vale lembrar que este não é o primeiro fato ocorrido com rompimento de barragens. Houve também casos semelhantes em Algodões, Camará, Macacos, os três rompimentos de Cataguases, ocorridos em 2003, 2007 e 2009.
A bioquímica da Fosfoetanolamina
Este ano, um composto químico está causando muita polêmica e discussão: trata-se da Fosfoetanolamina. Após a divulgação de notícias sobre seus possíveis efeitos, a fosfoetanolamina passou a ser procurada por diversas pessoas diagnosticadas com câncer. Mas, afinal, o que é a fosfoetanolamina? Quais características fazem deste composto um potencial tratamento contra o câncer? Do ponto de vista bioquímico, trata-se de uma amina primária (composto químico) envolvida na biossíntese (fabricação) de lipídeos. Além da função estrutural, de formar a membrana celular, ela possui ainda uma função sinalizadora, ou seja, a fosfoetanolamina informa o organismo de algumas situações que as células estão passando. A fosfoetanolamina é produzida naturalmente pelo nosso organismo, com uma importante função no metabolismo celular – que é agir no transporte de ácidos graxos para as mitocôndrias – responsáveis pela produção de energia na célula. A fosfoetanolamina foi isolada pela primeira vez em 1936, após sua extração de tumores malignos de bovinos. A partir de então, descobriu-se que a fosfoetanolamina é um tipo de fosfolipídeo, um monoéster, que compõe a estrutura de membranas celulares. Por incrível que pareça, este composto está presente em todos os tecidos e órgãos animais! E por isso surgiu o interesse dos pesquisadores em elucidarem a bioquímica da fosfoetanolamina. Após a descoberta do composto, algumas pesquisas demonstraram uma relação entre a sua concentração no tecido e a existência de tumores. A fosfoetanolamina é encontrada em grandes quantidades em cérebros saudáveis, por exemplo, mas sua concentração pode ser 10 vezes maior, caso exista a presença de um tumor no tecido cerebral. Além disso, alguns estudos demonstraram que patologias do sistema nervoso central, como a doença de Alzheimer, poderiam estar relacionadas à deficiência de fosfoetanolamina. Atualmente, pesquisadores da área têm focado nos possíveis efeitos da fosfoetanolamina sobre os tumores, com a intenção de utilizar este composto em tratamentos anti-tumorais. Estes estudos geralmente utilizam culturas de células e camundongos para a realização dos tratamentos, por ser mais fácil a visualização dos processos bioquímicos. De acordo com as pesquisas publicadas, o tratamento de animais com fosfoetanolamina resultou em redução da massa tumoral de melanomas (câncer de pele). Já as pesquisas com culturas celulares utilizaram o composto no tratamento de células hepáticas tumorais e demonstraram dois possíveis fatores para a diminuição dos tumores: um aumento na indução do apoptose (morte) das células e uma diminuição no potencial de membrana das mitocôndrias. Estes e outros estudos apresentam resultados aparentemente bastante promissores, mas devemos sempre ter em mente que as pesquisas foram realizadas apenas em células e em animais não-humanos. Por diversas vezes medicamentos que apresentaram resultados satisfatórios em pesquisas celulares e de laboratório falharam durante os testes clínicos com pacientes humanos. Isto se deve às diferenças bioquímicas existentes entre os modelos utilizados em testes laboratoriais, geralmente roedores, e humanos. E são justamente estas diferenças que tornam a busca por novos medicamentos tão minuciosa. Diversos fatores com relação aos efeitos da fosfoetanolamina no organismo humano ainda são desconhecidos, dentre eles o envolvimento do sistema imunológico e os mediadores ativados durante os tratamentos com o composto. Esperamos que as pesquisas com a Fosfoetanolamina sejam incentivadas e recebam os investimentos necessários. Porém, assim como todas as demais pesquisas farmacêuticas, estas devem ser realizadas com um grande senso crítico, afinal, vidas humanas serão tratadas com os possíveis medicamentos liberados para comercialização.
Tudo sobre a COP 21 em Paris
O que é a COP?
A COP (conferência das partes) ocorre desde 1995. Neste evento, autoridades de diversos países se reúnem para discutir um tratado que visa diminuir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, a fim de evitar que o planeta se aqueça a um nível crítico.
Mas o que são gases de efeito estufa?
Grande parte da radiação solar que incide sobre a superfície terrestre retorna para o espaço. Entretanto, os gases de efeito estufa (ex: gás carbônico e metano) absorvem parte dessa radiação emitida pela Terra, retendo o calor na superfície terrestre. Este processo, conhecido como efeito estufa, é um processo natural. Sem estes gases a superfície terrestre seria congelante (cerca de 18º C negativos) e a maior parte dos organismos que conhecemos provavelmente não sobreviveria.
O problema é que a concentração destes gases na atmosfera vem aumentando desde a revolução industrial devido às ações antrópicas (as alterações realizadas pelo homem), causando um aumento acentuado e acelerado da temperatura na Terra. Embora uma minoria acredite que o aquecimento do planeta é um processo natural, a imensa maioria dos cientistas defende que a ação dohomem tem um papel fundamental neste processo, principalmente por conta do uso desenfreado de combustíveis fósseis (como o carvão, o petróleo e o gás natural).
Principais metas do tratado
O acordo histórico foi assinado por 195 países, incluindo a China, e os principais pontos estabelecidos foram os seguintes:
Ás nações devem trabalhar para que o aquecimento até o final do século seja bem abaixo de 2º C, buscando limitá-lo a 1.5 °C.
Mas como isso será feito? Este é um dos pontos que enfraquece esta meta, já que ela não vem acompanhada de um roteiro estabelecendo como os países deverão alcançá-la. Embora a redução da emissão de gases-estufa também seja uma meta, não há menção à porcentagem de corte de emissão desses gases necessária e nem quando elas precisam parar de subir!
O acordo deve ser revisto a cada cinco anos.
A cada cinco anos, a partir de 2023, deverão ser feitos ajustes nas metas estipuladas. Isto porque as metas apresentadas voluntariamente por alguns países até o momento não serão capazes de impedir o aumento da temperatura dentro do patamar estipulado. Mas, no acordo não há nenhum referencial para estes ajustes. Apenas consta que até a segunda metade do século deverá ser atingido um equilíbrio entre as emissões e o sequestro de carbono.
Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano entre 2020 e 2025.
Um dos pontos que gerou mais discussões na COP 21 foi a questão do financiamento de US$ 100 bilhões por ano que os países ricos deverão transferir aos mais pobres, a fim de que estes se adaptem para conter o aquecimento global. Entretanto, muitos pontos do texto não são claros, como o fato de não constar se depois de 2025 o patamar de US$ 100 bilhões será aumentado e nem mesmo se ele será mantido. 
Principais desafios
Embora o acordo sinalize que as nações estão cientes de que é preciso frear o aquecimento global, é importante que os setores público e privado sejam pressionados (por ONG's e pela sociedade civil, por exemplo) para que o tratado seja cumprido. É fundamental que os países estejam realmente comprometidos em diminuir (com urgência) a emissão de gases-estufa, por exemplo, investindo em fontes renováveis de energia, como a energia solar e a eólica; o que é um grande desafio, já que o custo do investimento nessas fontes é bem mais alto do que o de continuar utilizando combustíveis fósseis. Até o momento já foi emitido mais da metade de carbono que pode ser queimado para não ultrapassar o limiar de temperatura seguro. Outro ponto importante, mas com menor destaque no evento, é a necessidade do desenvolvimento de políticas para conter o desmatamento, já que as florestas têm um papel fundamental na assimilação do carbono da atmosfera. Na COP 21, embora a importância das florestas tenha sido reconhecida, também não ficou claro como os recursos financeiros deverão ser utilizados para sua preservação. É necessário pensar no custo ambiental antes que seja tarde demais. Torçamos pelo planeta!
Por que o Zica virou um problema no Brasil?
Inúmeras perguntas estão chegando ao meu site referente a um dos assuntos mais polêmicos do momento: o Zika vírus e sua relação com o surto de microcefalia no Brasil.
O Zika vírus
Vamos começar falando sobre o vírus. Ele foi descoberto no ano de 1947 na floresta de Zika, em Uganda, em macacos usados como sentinelas da febre amarela (animais usados para que se monitore o aparecimento de uma doença). O Zika é natural da África e do Sudeste da Ásia. Mas, até 2007, ele era relativamente desconhecido, até que surgiu um grande surto em ilhas próximas aos Estados Federados da Micronésia (acima da Austrália). Após esse primeiro episódio, foram identificadas outras epidemias de Zika em outros países. Houve alguns casos na Tailândia entre 2012 e 2014 e 8.264 casos suspeitos na Polinésia Francesa, entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014. Nesta ocasião, foram identificados 38 casos de pessoas que haviam sido infectadas pelo Zika e que desenvolveram a síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune caracterizada por uma inflamação aguda do sistema nervoso. Isso seria um indício de que o Zika já tem uma relação com o sistema nervoso, que pode fornecer pistas para entender a relação da microcefalia com o vírus. Além disso, já existe documentado na literatura científica internacional a relação entre o Zika, gestantes e problemas neurológicos nos bebês. O primeiro relato correlacionando microcefalia e o Zika foi identificado pela Fiocruz no mês passado. A descoberta inédita feita pelo Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz) foi que o Zika vírus é capaz de atravessar a barreira placentária e chegar até o líquido amniótico – fluido que envolve o feto durante a gravidez. Para isso, foram realizados testes com o líquido amniótico de duas mulheres que tiveram contato com o Zika vírus e que já tiveram o resultado positivo de Microcefalia em seus bebês, dentro do útero.  Em um comunicado emitido no dia 01/12/2015 pela Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde foi reconhecido pela primeira vez oficialmente a relação entre o Zika e os casos de microcefalia.
E por que houve tantos casos associados ao Zika no Brasil?
Entre as explicações possíveis para isso, estão a questão genética do hospedeiro (cada pessoa tem um perfil genético que determina sua sensibilidade para desenvolver uma doença) e as diferentes respostas do sistema imunológico (de defesa). Uma vez que o Zika não é natural do nosso país e, portanto, a população nunca teve contato com o vírus anteriormente. A ausência deste contato anterior faz com que a pessoa não tenha anticorpos específicos para enfrentar a doença. Na África, onde o vírus foi descoberto á população já teve um contato anterior com o vírus, o que provavelmente possibilitou uma “resistência” à doença. Isso é possível, pois o sistema imunológico possui capacidade de responder de forma rápida e efetiva patógenos encontrados anteriormente, processo chamado de memória imunológica. As informações sobre má formação na África são escassas, pois nos países onde o vírus prevalece, como Nigéria e Uganda, a mortalidade infantil é muito alta e falta documentação básica como registro de nascimento. Mesmo no Brasil, até pouco tempo atrás, muitas crianças não eram nem registradas. Na Polinésia Francesa, que é um território dependente da França, a interrupção da gestação é legal, diferentemente do Brasil. Lá, foi observado nos ultrassons durante a gravidez, alterações do cérebro muito parecidas com as que observamos agora (AMB). Outro ponto importante a ser levado em conta é a presença do vetor do Zika vírus no Brasil. O Zika é transmitido pela picada de mosquitos infectados, e foi isolado a partir de várias espécies de mosquitos Aedes, nomeadamente Aedes aegypti, que é difundido em regiões tropicais e subtropicais, e Aedes albopictus, que é estabelecido em muitas partes da Europa, especialmente nos países mediterrânicos. A presença do vetor em abundância, como é o caso do Aedes aegypti, possibilitou a chance de transmissão da doença no Brasil. As autoridades de saúde acreditam que o vírus chegou ao Brasil por causa do aumento no número de turistas que visitou o país na Copa do Mundo de 2014, ou até mesmo durante uma competição internacional de canoagem, quando atletas da Polinésia Francesa vieram para o Rio de Janeiro em agosto.
Boato: Microcefalia x Vacina contra rubéola fora da validade
Um boato que circulou na internet, levanta a hipótese de o desenvolvimento da microcefalia estar relacionado com a vacinação (vencida) de gestantes contra rubéola. Entretanto, a recomendação do Ministério da Saúde a ser seguida é de não se vacinar se estiver grávida e evitar a gravidez por, no mínimo, 30 dias após a vacinação (aquisição de proteção imunológica contra uma doença infecciosa).  A lógica da vacina é tentar estimular o organismo a produzir estes anticorpos sem que tenhamos que ficar previamente doentes. A vacina apresenta ao sistema imune uma bactériaou vírus a fim de que haja estímulo para produção de anticorpos. E não existe, até o momento, na literatura cientifica nacional e internacional, nenhum caso de microcefalia causada pela vacina contra a rubéola. As mulheres que foram vacinadas contra a rubéola e não sabiam que estavam grávidas não tiveram filhos com microcefalia ou qualquer outro problema. Além disso, todas tiveram acompanhamento médico. De qualquer maneira, para especialistas o caso já demonstra a incapacidade do Brasil de conseguir controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor de DENGUE, do CHIKUNGUNYA e do Zika. A única ferramenta efetiva para combater a doença é controlar o vetor. 
Vacina contra a Dengue é aprovada no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no início desta semana, a primeira vacina contra Dengue (Dengvaxia®) no Brasil. Entretanto, a vacina produzida pela empresa francesa Sanofi Pasteur ainda levará um tempo para ser comercializada, pois a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos ainda precisa definir o valor de cada uma das doses. A previsão é de a imunização chegue ao mercado no primeiro semestre de 2016 e ainda será avaliado se ela será incorporada ao sistema público de saúde. A Dengvaxia® é feita com o vírus “enfraquecido” da Dengue, de forma que nosso sistema imunológico consegue reconhecê-lo e produzir anticorpos, gerando proteção sem que a doença se desenvolva. Ela deverá ser aplicada em três doses, em intervalos de seis meses. Isso porque a proteção vai caindo ao longo do tempo, mas de acordo com a Sanofi Pasteur 70% das pessoas são imunizadas de maneira eficaz a partir da primeira dose da vacina. O imunizante apresentou uma eficácia global (contra qualquer sorotipo da Dengue) de 65,5% na população acima de 9 anos de idade. No entanto, com relação aos casos de Dengue mais severos – aqueles que levam à hospitalização –, a eficácia foi de 80,8%! O preço irá depender da estratégia que o governo federal irá adotar para ofertar o produto à população, mas o custo é visto como um problema pelo ministério da saúde. Cada dose da vacina custa em torno de R$ 84,00! Por isso, uma ideia preliminar considerada, seria imunizar crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, baseada no argumento de que estas pessoas se movimentam mais e, portanto, estariam mais sujeitas à contaminação. No entanto, isso não faz sentido se considerarmos que grande parte das pessoas é contaminada na sua própria casa ou arredores. Além do custo elevado, há ainda outro problema. A empresa francesa consegue produzir apenas 100 milhões de doses por ano, logo não há vacina para todos! Portanto, se a vacina não for incorporada no sistema público, poucas pessoas terão acesso à imunização! Uma vez que problemas de saneamento básico estão associados com a prevalência do mosquito Aedes aegypti, e são maiores em locais carentes, as pessoas mais suscetíveis não teriam acesso. Além disso, vale ressaltar que a imunização contra a Dengue não protege contra os vírus Chikungunya e Zika, também transmitidos pelo Aedes aegypti. Por isso é importante que as campanhas de combate ao mosquito continuem para que a população não relaxe!
Por que o Aedes aegypti transmite tantas doenças?
O ano de 2016 foi fortemente marcado por uma explosão de casos de Zika no Brasil, especialmente por conta da sua relação com a microcefalia. Mas, ao que tudo indica, 2017 não ficará atrás no quesito epidemia, já que o país vive um surto de febre amarela. Até o momento, dos 1048 casos notificados no país 195 já foram confirmados. Mas o que estas duas doenças têm em comum? Ambas podem ser transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Além dessas duas doenças, este mosquito também é responsável pela transmissão da dengue, da Chikungunya – que também teve um aumento expressivo nos números de casos e mortes em 2016 –, da encefalite equina venezuelana e da febre de Mayaro. No mundo ele é conhecido como mosquito da febre amarela e no Brasil como mosquito da dengue. Mas, se tratando do mosquito capaz de transmitir a maior variedade de doenças, estes nomes não lhe parecem mais suficientes.
Mas como uma única espécie de mosquito é capaz de transmitir tantas doenças que nos causam tanto medo?
Proximidade ao Homem
O Aedes aegypti é uma espécie de mosquito da família Culicidae. Originalmente encontrados no continente Africano, estes mosquitos chegaram ao Brasil durante o período colonial, tendo seus ovos transportados acidentalmente em navios negreiros. A partir de então, a espécie proliferou-se e encontrou no ambiente urbano as condições ideais para sua proliferação.  Embora as fêmeas de Aedes aegypti prefiram colocar seus ovos em águas limpas, a ausência desta condição não impede que ela se reproduza. Estudos já mostraram que elas podem depositar seus ovos em água com maior presença de matéria orgânica. Isso torna a espécie adaptada a qualquer ambiente aquoso. Além disso, os ovos conseguem sobreviver por até um ano em ambientes secos, eclodindo rapidamente ao menor sinal de água. Outros vetores de doenças não são capazes de resistir tão fortemente ao ambiente. Por isso o Aedes aegypti está presente em quase todo o mundo.
Simbiose com os vírus
Apesar de também se alimentarem do sangue de outros mamíferos, o Aedes aegypti prefere o sangue de seres humanos, e foi isto que os tornou altamente adaptados à transmissão de doenças virais humanas! Os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti também se adaptaram aos humanos e passaram a viver em uma espécie de simbiose com os mosquitos, já que encontraram neles uma forma bastante eficaz de se reproduzir. Diferentemente de mosquitos noturnos, o Aedes aegypti pode picar seres humanos tanto de dia quanto de noite, o que aumenta ainda mais as chances de transmissão dos vírus.
Alta reprodutibilidade
Somado a tudo isso, tem-se ainda a alta reprodutibilidade da espécie. Uma única fêmea pode colocar centenas de ovos de uma só vez, distribuindo estes ovos por diferentes ambientes. Com uma grande quantidade de ovos espalhados por diversos locais, um número muito alto de larvas consegue desenvolver-se e chegar à vida adulta.
Estes são alguns dos motivos que tornaram o Aedes aegypti um mosquito tão temido e combatido por populações humanas. Por isso mesmo, nunca é demais reforçar: faça a sua parte contra os mosquitos, evite deixar água acumulada em sua casa e contribua para um país mais saudável!
Nota importante: o Aedes aegypti é vetor da febre amarela urbana e a febre amarela que temos no Brasil atualmente é a forma silvestre, não havendo surtos da forma urbana desde a década de 40. Mas, como sabemos bem, por termos o vetor da forma urbana em abundância, existe uma grande preocupação em evitar que a febre amarela seja reurbanizada.
Aedes aegypti do bem! Isso é possível?
Que o Aedes aegypti é o vilão do momento no Brasil nós já sabemos! Vetor de doenças como a Dengue, Chikungunya e Zika, este mosquito tem causado muita dor de cabeça! Mas você sabia que o próprio Aedes aegypti pode ser usado no combate a estas doenças? Como assim, Jubilut? Sabe-se que uma medida fundamental para proteção da saúde pública é o controle da proliferação do mosquito através de, por exemplo, a eliminação dos focos do vetor. Mas o que está sendo testado em algumas cidades brasileiras é uma ferramenta adicional para reduzir e manter baixa a quantidade do vetor, através de modificações genéticas! Uma empresa britânica, chamada Oxitec, desenvolveu mosquitos transgênicos. Ao portarem um gene alterado, os machos chamados de Aedes aegypti do Bem, produzem filhotes que não sobrevivem por muito tempo. Dessa forma essa nova prole não é capaz de se reproduzir, causando a redução da população desses insetos!
Mas a liberação de mais mosquitos Aedes aegypti não faria aumentar a incidência dessas doenças?
Neste caso não, porque os mosquitos transgênicos são machos e somente as fêmeas picam os humanos! Tanto machos como fêmeas se alimentam de néctar, seiva e outras substâncias com açúcar, mas somente as fêmeasingerem sangue, para que ocorra o desenvolvimento dos ovos. Como ela pica diferentes pessoas, ao entrar em contato com sangue de pessoas contaminadas, ela pode expor as pessoas saudáveis aos vírus que está carregando.
Resultados dos testes com o mosquito do Bem 
Em período de teste, a alternativa mostrou-se eficiente em bairros de Piracicaba (São Paulo) onde os mosquitos do Bem foram liberados: houve a redução de mais de 80% na quantidade de larvas do Aedes aegypti em comparação aos bairros próximos que não receberam o “tratamento”. No Brasil, alguns bairros de cidades na Bahia já foram tratados com o Aedes aegypti do Bem, e em todos eles houve redução de mais de 90% de Aedes aegypti selvagem.
Perspectivas
Mesmo com os bons resultados, especialistas alertam para o fato de que a redução dos casos de doenças no bairro pode não ser uma consequência exclusiva da liberação de mosquitos transgênicos, mas sim de uma associação com a eliminação de criadouros, por exemplo. Então, essa alternativa deve ser vista como uma possível aliada, sem tirar a atenção nas medidas tradicionais de controle do mosquito.
Uma vacina para a Zika? Empresa indiana dá início a testes clínicos
Quando uma doença surge ou torna-se uma epidemia, a ciência inicia ou intensifica suas pesquisas em busca de formas de combater seus responsáveis. Quando os responsáveis pelas doenças são vírus, uma das melhores formas de combatê-las é a produção de vacinas, que “apresentam” o vírus ao nosso organismo, fortalecendo nosso sistema imune contra a doença. Doenças como a Hepatite, a Poliomielite e a Varicela (também conhecida como Catapora) possuem vacinas bem estabelecidas e já são bem controladas na maioria dos países. Porém, novas doenças surgem a todo o momento, e a pesquisa e produção de novas vacinas necessitam de tempo e esforço consideráveis para serem desenvolvidas. Nos últimos meses, o vírus responsável pela transmissão da Zika tem se espalhado de forma alarmante, especialmente por países do hemisfério sul, como o Brasil. Apesar de possuir sintomas aparentemente mais leves do que a Dengue, o Zika vírus tem sido fortemente associado ao enorme aumento no número de crianças nascidas com Microcefalia em nosso país, o que é muito preocupante! Coincidentemente, uma empresa indiana de biotecnologia afirma possuir duas vacinas candidatas para o controle do vírus da Zika. Segundo os responsáveis pela pesquisa, as vacinas estavam sendo pesquisadas apenas por serem muito similares às pesquisadas para outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, principalmente a Dengue. Com o aumento no número de casos e a recente preocupação mundial em relação à doença, os pesquisadores resolveram aumentar seus esforços com as pesquisas, em busca de uma vacina para a doença. Os testes com as possíveis candidatas à vacina devem ser iniciados em março deste ano, e serão inicialmente realizados em animais de laboratório. Caso estes testes mostrem resultados positivos, as potenciais vacinas serão encaminhadas para testes clínicos em pacientes humanos.
Como funcionam as possíveis vacinas?
O melhoramento de técnicas biotecnológicas tem permitido uma ampliação nas formas de produção de vacinas. No caso das vacinas contra o Zika vírus, dois métodos de vacinação serão testados: o primeiro consiste em uma vacina recombinante – que utiliza o material genético do Zika vírus para imunizar nosso organismo –, e o segundo em uma vacina inativada – utiliza o vírus inativado, que é incapaz de replicar-se ou transmitir qualquer infecção. Apesar da boa notícia, os testes clínicos em animais devem durar, ao menos, cinco meses. Após uma possível aprovação destes, os testes realizados em seres humanos devem demorar ainda mais tempo para serem realizados, pois dependem da aprovação e do apoio de organizações e instituições de saúde. Esperamos que todos eles sejam realizados com sucesso, e que as vacinas possam ser comercializadas e utilizadas o mais rápido possível!
Pesquisadores descobrem uma bactéria que degrada plástico PET
Apesar de serem extremamente úteis para a vida moderna dos seres humanos, os compostos plásticos possuem uma enorme resistência e são de difícil degradação ambiental. Pouquíssimas enzimas possuem a capacidade de catabolizar processos de degradação destes compostos, e os plásticos do tipo PET, que possuem uma grande quantidade de componentes aromáticos, são ainda mais difíceis de serem degradados.
Mais de 50 milhões de toneladas de plástico PET são produzidas a cada ano em nosso planeta, e grande parte deste plástico permanece no ambiente, poluindo corpos d'água e até mesmo levando à morte de animais aquáticos, que acabam enforcados ou engasgados por pedaços de plástico ou confundem os produtos transparentes com alimentos. Pensando nisso, cientistas das mais renomadas universidades têm estudado microrganismos em busca de enzimas possivelmente degradadoras do material. Agora, pesquisadores japoneses publicaram um artigo na revista Science, no qual afirmam terem encontrado uma nova espécie de bactéria, capaz de degradar plástico PET.
Em busca da bactéria "heroína", os pesquisadores coletaram centenas de amostras de sedimento, solo, água e lodo contaminados por materiais PET. Estas amostras foram analisadas em busca de um ou mais organismos que pudessem utilizar o PET como fonte de carbono, ou seja, de espécies que se alimentassem de PET e utilizassem sua energia para crescer. Durante as análises alguns microrganismos cresceram sobre as amostras de PET, e inclusive induziram modificações no plástico. A análise microscópica destes microrganismos permitiu aos pesquisadores que identificassem bactérias, fungos e protozoários ali presentes. Após o isolamento destes microrganismos em um meio de cultura enriquecido com fibras PET, apenas uma espécie de bactéria conseguiu sobreviver. A bactéria, denominada Ideonella sakaiensis 201-F6, degradou praticamente toda a fibra de PET após seis semanas, sendo mantida a uma temperatura de 30 °C. Pode parecer um processo demorado, porém ele abre portas para o estudo das enzimas utilizadas pela espécie para este tipo tão raro de metabolismo. Para encontrar tal enzima responsável pela degradação do PET, os pesquisadores sequenciaram todo o genoma das bactérias, analisando cada um de seus genes. Uma das sequências analisadas pelos cientistas apresentou mais de 50% de identidade com a de um gene que regula outra enzima degradadora de PET, extraída da bactéria gram-positiva Thermobifida fusca, pertencente ao filo Actinobacteria. Para comprovar, então, a real eficácia da enzima potencialmente degradadora de plástico, os pesquisadores a isolaram e incubaram em um filme de plástico PET, de forma similar ao que fizeram com as bactérias. Após 18 horas de incubação, o filme de PET já apresentava diversos pontos de perfuração. Além disso, grande parte das moléculas de PET havia sido convertida a ácido terefltálico e etilenoglicol, monômeros ambientalmente benignos. Agora, os pesquisadores esperam estudar mais as enzimas e todos os processos responsáveis pela degradação do plástico PET, em busca de uma nova técnica de degradação que consiga reduzir o acúmulo de plástico da forma mais ambientalmente segura possível.
São Paulo enfrenta surto de H1N1
Ele chegou com tudo! O vírus influenza A (H1N1) ressurgiu este ano mais forte do que nunca e já causou, em apenas três meses no estado de São Paulo, praticamente o dobro de casos registrados no ano de 2015 para todo o país. Na região noroeste de São Paulo, o número de casos já é tão grande que a Secretaria de Saúde decidiu antecipar a campanha de vacinação. O objetivo das campanhas antecipadas é levar a vacina a quase 70 cidades da região, imunizando mais de 300 mil pessoas, especialmente aquelas que se enquadram nos grupos de maior risco: idosos, crianças, gestantes, agentes de saúde e pessoas com doenças crônicas, para os quais a distribuição da vacina ocorre de forma gratuita. De acordo com o relatório epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde, entrejaneiro e março deste ano, 225 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave foram registrados em decorrência dos vírus Influenza, a maior parte deles em São Paulo. Destes, 34 resultaram no óbito dos pacientes, sendo a grande maioria causada pelo vírus do tipo A (H1N1). Ainda segundo o relatório, a grande maioria dos indivíduos que foram a óbito apresentavam algum fator de risco para complicações, dentre eles idade acima de 60 anos, obesidade ou alguma outra doença, como diabetes e cardiopatias. Mas qual seria a explicação para a chegada precoce da doença em nosso país? Segundo especialistas, as viagens ao exterior seriam as grandes culpadas. Uma grande quantidade de brasileiros tem viajado a países do hemisfério norte, especialmente aos Estados Unidos e Europa, onde o clima está frio e propício à transmissão de doenças virais. Orlando, na Florida, por exemplo, também está passando por um surto da doença.
Influenza, gripe A e H1N1
Muitas pessoas confundem os termos relacionados ao surto viral pelo qual nosso país está passando. Então, qual a diferença entre influenza, gripe A e H1N1?
Os vírus influenza pertencem à família de ortomixovírus e são os grandes responsáveis pela transmissão das mais diversas gripes. Estes podem ser classificados em influenza A, B ou C. O tipo C causa infecções respiratórias brandas, aquela gripe comum, sem grandes impactos na saúde pública. Já os vírus A e B causam epidemias sazonais, sendo as gripes causadas pelo influenza.  As mais, mais graves, podendo resultar também em pandemias – epidemias em grandes regiões geográficas como, por exemplo, um continente.
A influenza A é classificada em subtipos, de acordo com os subtipos de proteínas (hemaglutinina e neuraminidase) encontrados na superfície de cada tipo viral. O vírus H1N1 é caracterizado, portanto, por ser uma influenza do tipo A, possuindo ambas as proteínas hemaglutinina (H) e neuraminidase (N) do tipo 1. Em 1918, este vírus causou a chamada gripe espanhola, levando centenas de milhares de pessoas à morte. Mais recentemente, em 2009, o mesmo vírus causou a gripe conhecida como gripe suína, e, atualmente, a gripe A. Como estamos enfrentando o início de uma nova epidemia da doença, a principal indicação frente ao aparecimento dos sintomas mais comuns (febre, dor de cabeça e no corpo, calafrios, tosse e dor de garganta), é que o paciente procure um médico o quanto antes, especialmente caso o paciente pertença a algum dos grupos de riscos já mencionados. Para evitar a disseminação da doença, permanecem as dicas de sempre! Lave bem as mãos, cubra a face ao espirrar ou tossir e evite encostar as mãos na boca, nariz ou nos olhos, especialmente se estiver em locais públicos e com baixa circulação de ar, como em transportes coletivos.
Técnica molecular elimina o HIV de células infectadas 
Apesar das mudanças e melhora na vida de pacientes HIV positivos, o vírus da AIDS permanece no ranking das doenças humanas mais desafiadoras. Atualmente, cerca de 35 milhões de pessoas estão contaminadas com o vírus em todo o mundo, e estes números crescem cada vez mais, com dois milhões de pessoas contaminadas a cada ano. Com o avanço das pesquisas e o desenvolvimento de terapias antiretrovirais, tem avançado também a estimativa de vida de pacientes HIV positivos, que hoje em dia conseguem não apenas sobreviver ao vírus, mas também viver uma vida saudável e sem grandes dificuldades. Porém, ainda que os medicamentos minimizem os efeitos virais e restaurem as células imunes dos pacientes, nenhum deles consegue, por enquanto, eliminar totalmente o vírus. Isto porque, durante o tratamento antiretroviral, o vírus permanece em um estado dormente nas células, sendo reativado pouco tempo após a interrupção no uso de medicamentos.
Durante o tratamento, o HIV mantém-se na forma de provírus – estado latente do RNA, incorporado ao DNA da célula hospedeira – sendo reativado com a ativação das células T – glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo. Por isso, uma das metodologias pesquisadas em busca da eliminação total do vírus é a sua eliminação durante o período de dormência, ainda sob a forma de provírus.
Pensando nisso, pesquisadores da Escola de Medicina da Temple University, nos Estados Unidos, desenvolveram uma metodologia que se utiliza da técnica molecular CRISPR/Cas9 (Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas) para que esta identifique sequências do DNA viral, eliminando-o das células infectadas. O CRISPR/Cas9 é uma técnica molecular que permite o direcionamento e a modificação de qualquer sequência genômica. O complexo, formado por uma nuclease guiada por RNAs, consegue clivar uma sequência genômica com grande especificidade e eficácia, tendo se tornado uma das mais valiosas ferramentas da biologia molecular moderna. De acordo com os pesquisadores envolvidos, os resultados deste estudo pioneiro mostraram-se bastante promissores, potencialmente abrindo portas para uma futura nova técnica terapêutica contra o vírus da AIDS. Além de eliminar o vírus do DNA das células infectadas, a nova técnica de edição genética também conseguiu introduzir mutações no genoma viral, impedindo que este conseguisse replicar-se nas células e protegendo-as de uma nova infecção. Além disso, a metodologia não gerou nenhum efeito tóxico ao DNA das células hospedeiras, mostrando-se potencialmente segura para testes novos e mais avançados. Segundo os pesquisadores, novos experimentos devem ser realizados em breve, e cada nova conquista permitida pela técnica nos permitirá avançar em direção aos testes pré-clínicos e clínicos. Porém, estes resultados foram obtidos apenas em testes com culturas de células. Resta-nos esperar e torcer para que os próximos testes continuem apresentando resultados promissores!
O HIV venceu novamente: Técnica com método CRISPR/Cas9 não funciona!
Recentemente, divulgamos aqui no blog sobre uma nova e promissora técnica molecular para eliminação do vírus HIV de células T. Quase dois meses após a publicação do artigo na prestigiada revista Nature, porém, os pesquisadores se retrataram e afirmaram que, após um curto período de tempo, o HIV consegue derrotar a técnica e volta a dominar a célula infectada. O CRISPR/Cas9 é uma técnica molecular que permite o direcionamento e a modificação de qualquer sequência genômica. O complexo, formado por uma nuclease guiada por RNAs, consegue clivar uma sequência genômica com grande especificidade e eficácia, tendo se tornado uma das mais valiosas ferramentas da biologia molecular moderna. A técnica havia sido utilizada para a eliminação do HIV em estado de dormência – provírus – através de culturas de linfócitos T – responsáveis pela defesa do organismo – infectados. Para a infelicidade dos pesquisadores, porém, cerca de duas semanas após a elaboração da técnica e possível eliminação do vírus, os linfócitos T passaram a bombear cópias das partículas virais que haviam escapado da eliminação molecular. O sequenciamento das partículas que haviam sido liberadas pelas células permitiu que os pesquisadores observassem alterações genéticas no vírus, indicando que este havia sofrido mutações em locais muito próximos aos atacados pela técnica de CRISPR/Cas9. O vírus HIV já demonstrou seu alto poder de resistência durante o desenvolvimento de demais técnicas, especialmente após o uso constante de drogas anti-retrovirais. Este é, justamente, um dos maiores desafios enfrentados por virologistas e pesquisadores da área. Os pesquisadores não desanimaram e já formularam algumas ideias para tentar contornar o novo problema. Durante os próximos meses, eles pretendem reforçar a técnica, utilizando-a em combinação com o uso de medicamentos anti-HIV. Outra ideia seria utilizar a técnica CRISPR/Cas9 para a inativação de diversos genes virais de uma só vez, tornando, assim, mais difícil para o vírus reforçar-se. Outros pesquisadores também têm desenvolvido técnicas diferenciadas no combate ao HIV. Uma das abordagens em andamento seria a utilização de técnicas de edição gênicapara tornar as células imunológicas do hospedeiro – dentre elas, os linfócitos T – mais resistentes ao HIV.
Branqueamento da Grande Barreira de Corais atinge nível extremo
Corais são animais magníficos em com suas cores e formas. Estes animais, do filo Cnidaria formam colônias de indivíduos, os chamados Recifes de Corais, que são importantes abrigos e sítios de alimentação e reprodução de muitas espécies de peixes e outros organismos marinhos. O maior exemplo deles é a Grande Barreira de Corais da Austrália, que chega a 2.300 km de extensão, incluindo vários recifes, ilhas e uma grande área de ocupação. Pesquisas têm revelado que muitos corais pelo mundo estão sofrendo um fenômeno denominado de branqueamento. Condições incomuns do ambiente – como o aumento de temperatura dos oceanos – fazem com que os corais expilam pequenas algas unicelulares, chamadas de zooxantelas, que vivem em mutualismo com eles. Estes pequenos organismos moram dentro do tecido dos corais e, através da fotossíntese, fornecem a eles oxigênio, açúcares, aminoácidos e outros produtos orgânicos. Em troca, as zooxantelas adquirem gás carbônico e nutrientes excretados pelo coral.  A perda das zooxantelas é visível, pois elas são responsáveis pela coloração dos corais e a sua perda leva os corais a ficarem brancos. Se a temperatura não diminui e os corais não restabelecem suas estruturas com as zooxantelas, eles morrem. Esse é um dos mais visíveis, e também preocupantes, resultados das mudanças climáticas nos oceanos mundiais! Um recente levantamento aéreo feito na Grande Barreira de Corais da Austrália indicou que 93% de sua porção nordeste está branqueada. Este estudo foi conduzido por pesquisadores do ARC Centre of Excellence for Coral Reef Studies, da Universidade James Cook em Townsville na Austrália. Depois de achar níveis sem precedência de branqueamento em estudos extensivos submarinos, eles conduziram o levantamento aéreo resultando nesses dados alarmantes. Medidas para tentar parar ou reduzir o branqueamento são aquelas que conhecemos para mitigar as mudanças climáticas: parar ou reduzir a queima de combustíveis fósseis e usar alternativas de energia limpa. Medidas que devem ser tomadas com responsabilidade por todo planeta. Terry Hughes, que conduziu o estudo, disse que é cedo para determinar quantos corais vão morrer, mas julgando a partir do nível extremo observado, ele acredita que pelo menos metade destes corais deve morrer no próximo mês, mais ou menos. Um problema sério relacionado a mudanças climáticas e que está acontecendo agora!
Novo tratamento contra o câncer promete melhorar o sistema imune dos pacientes
O câncer ainda é uma das doenças mais temidas por todos. Isto porque os tratamentos contra a doença, apesar de serem muitas vezes eficientes, trazem consigo uma gama de efeitos colaterais terríveis. A quimioterapia e a radioterapia, por exemplo, destroem não apenas as células tumorais, mas também as células saudáveis – por isso resultam em mal-estar, fadiga, queda de cabelo, vulnerabilidade a infecções, dentre outros sintomas. Por isso, pesquisadores de todo o mundo buscam por novos métodos de tratamentos contra os mais diversos tipos tumorais. Muitas novas técnicas aparentemente promissoras mostram-se ineficientes depois de alguns testes, porém esta "corrida científica" em busca de melhores tratamentos é extremamente importante tanto para o câncer como para tantas outras doenças. Uma das novas e promissoras técnicas para o tratamento de tumores é a chamada imunoterapia. A imunoterapia busca aperfeiçoar o sistema imune dos pacientes para que este possa lutar contra a doença. Mas para entender como funciona a imunoterapia, precisamos primeiro entender como funciona o nosso sistema imunológico. Nosso sistema imunológico funciona como uma barreira contra células ou organismos desconhecidos. Quando ficamos doentes, as células sanguíneas, denominadas glóbulos brancos ou leucócitos, são as responsáveis por identificar os organismos responsáveis por causar a doença – ou as células infectadas, no caso do câncer – apresentando-os, então, aos leucócitos responsáveis por destruir as células infectadas. No caso dos pacientes com câncer, infelizmente, o organismo acaba sendo "enganado" pela doença, que desenvolve mecanismos de barreira contra a identificação dos leucócitos. Além disso, como as células cancerígenas já foram saudáveis, o sistema imune também acaba não as reconhecendo como um perigo para o organismo, e a doença acaba passando despercebida. Por isso, técnicas para o melhoramento do nosso sistema imune em casos como estes são tão importantes. Agora, uma nova pesquisa divulgada pela revista científica Science demonstrou a eficácia de uma técnica que utiliza o sistema imune de um paciente saudável como um "impulsionador" do sistema imune de um paciente com câncer. Para o estudo, os pesquisadores do Instituto do Câncer dos Países Baixos e da Universidade de Oslo, na Noruega, coletaram amostras sanguíneas de pacientes saudáveis e extraíram as células T – um tipo de leucócito – destas amostras sanguíneas. Estas células foram então modificadas através da inserção de partes do DNA de células tumorais extraídas de pacientes em tratamento contra o câncer. Estes leucócitos geneticamente modificados foram, então, transplantados nos pacientes com câncer, e, segundo os testes realizados, o tratamento melhorou significativamente a resposta imunológica dos pacientes. Isto porque o DNA inserido nos leucócitos possuía sequências genéticas para fragmentos proteicos encontrados na superfície das células tumorais, conhecidos como neoantígenos.
A partir destes fragmentos de DNA, as células seriam então "ensinadas" sobre como identificar as células contaminadas pelo tumor, melhorando sua eficiência em destruir estas células. Além disso, o estudo demonstra a possibilidade de criação de tratamentos específicos para cada paciente, de acordo com o genoma das células tumorais, o qual pode variar entre os pacientes. Por enquanto, a nova técnica foi testada em apenas três pacientes. Porém, os resultados são promissores e abrem portas para novos testes, com um maior número de pacientes. Esperamos que estes novos tratamentos sejam melhorados e que seus resultados possam trazer esperança aos pacientes com câncer!
Biorremediação é promessa para um planeta menos poluído
O problema da poluição ambiental já é constante em nossas vidas, e a cada dia surgem novas notícias sobre rios e terrenos poluídos por esgoto humano ou contaminados por resíduos industriais. E não precisamos ir muito longe para conhecer casos de poluição extrema: o rio Tietê, que atravessa o estado de São Paulo, é um exemplo de corpo d'água que sofre com a poluição resultante da ação humana. Mas será que é possível despoluir um ambiente contaminado? O desenvolvimento de técnicas de biorremediação é uma das esperanças de pesquisadores e biólogos de todo o mundo na busca por um planeta menos poluído. A técnica consiste na utilização de plantas e microrganismos, como bactérias, para retirar elementos contaminantes do ambiente. Estes organismos podem absorver e acumular determinado elemento, utilizando-o para seu próprio crescimento, ou podem transformá-lo em outros compostos, menos tóxicos ou mais fáceis de seres detectados e retirados do ambiente. As plantas utilizam suas raízes para absorver nutrientes do solo ou da água, consumindo estes nutrientes durante seu desenvolvimento. Algumas plantas possuem a habilidade específica de sobreviver em ambientes com grande concentração de contaminantes, e são justamente estas plantas as mais utilizadas em técnicas de biorremediação. Elas são realocadas ao ambiente contaminado, e permanecem no ambiente até que tenham absorvido o máximo possível de contaminantes, quando são retiradas e dão espaço para novas plantas, até que o ambiente esteja finalmente livre de contaminantes. Outro método muito utilizado de biorremediação é a transformação de determinado contaminante em outro, com menor potencial de contaminação.O mercúrio, por exemplo, é um metal pesado extremamente tóxico e que pode ser bioacumulado ao longo da cadeia trófica. O consumo de animais contaminados por mercúrio pode resultar no aparecimento de doenças neurodegenerativas, e seu consumo deve ser evitado especialmente por mulheres grávidas, pois pode levar a problemas no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê. Algumas plantas são utilizadas para transformar o mercúrio de sua forma iônica – mais tóxica – para sua forma metálica. Além de ser menos tóxico, o mercúrio metálico também é mais volátil, e pode ser liberado pelas plantas através da transpiração, sendo eliminado do ambiente aquático.
	
Mais recentemente, as técnicas clássicas de biorremediação têm sido mescladas com técnicas de biologia molecular, permitindo o melhoramento genético dos organismos para sua maior eficiência. Nestes casos, diversos genes podem ser isolados de um organismo e inseridos em outro, melhorando a catabolização enzimática de compostos tóxicos, conferindo resistência aos organismos utilizados ou mesmo melhorando o rendimento de captação dos elementos tóxicos, tornando a técnica de biorremediação ainda mais eficiente.
Controle biológico do “Aedes aegypti “ é estudado por brasileiros
Transmissor de diversas doenças virais, como a dengue, zika e chikungunya, o Aedes aegypti já entrou pra lista de animais mais temidos pela população humana. Somente a dengue infecta centenas de milhões de pessoas todos os anos. Para piorar, as alterações climáticas têm aumentado o alcance destes mosquitos, expandindo as áreas infectadas pelas doenças, e os inseticidas normalmente utilizados já não fazem mais efeito. Pensando nisso, pesquisadores brasileiros resolveram estudar mais a fundo uma possível alternativa de controle biológico do Aedes aegypti – o fungo da espécie Metarhizium brunneum. O controle biológico consiste em uma técnica que utiliza meios naturais para diminuir a população de outros organismos. Esta é uma técnica interessante, pois pode ser capaz de combater espécies transmissoras de doenças sem causar riscos à saúde humana ou ao meio ambiente. Os pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense, em parceria com a Universidade de Swansea, no Reino Unido, estudaram as diferenças entre duas formas patogênicas do fungo, analisando qual delas seria mais eficiente no combate ao Aedes aegypti. Os blastosporos e conídios são os esporos que podem ser produzidos pelos fungos. Os blastosporos possuem uma parede fina e são formados quando o fungo entra em contato com a água, enquanto que os conídios são formados em ambientes mais secos e sólidos. Para comparar a ação dos esporos sobre as larvas de Aedes aegypti, os pesquisadores infectaram diferentes larvas com conídios e blastosporos, comparando suas atividades através de diversos métodos analíticos. Apesar de possuírem um menor tempo de vida, os blastosporos apresentaram métodos mais eficientes na luta contra as larvas do mosquito. Segundo o artigo, eles conseguem invadir as larvas utilizando-se de força mecânica, enquanto que os conídios precisam liberar enzimas que digerem a cutícula para então invadir os animais. Além disso, os blastosporos conseguem formar diversos pontos de entrada na cutícula dos animais e, uma vez dentro dos organismos, estes esporos reproduzem-se rapidamente e logo invadem a corrente sanguínea, levando-os à morte.
Além de todas as vantagens biológicas apresentadas pelos blastosporos, estes ainda possuem um baixo custo de cultivo, podem ser rapidamente produzidos e não apresentam qualquer risco à saúde humana ou ao meio ambiente. Os pesquisadores pretendem continuar estudando a biologia e o método de ação destes esporos para, um dia, poder utilizá-los na luta contra o Aedes aegypti.
Perda de biodiversidade mundial atinge nível perigoso
Sabemos que qualquer organismo influencia e causa mudanças no ambiente em que vive, e o ser humano é a espécie que mais altera a biodiversidade. Mas será que os rastros deixados por nossas atividades são realmente tão impactantes a ponto de ameaçar a biodiversidade em todo o planeta? Segundo uma nova pesquisa publicada na revista Science, sim! Para calcular o impacto das atividades humanas sobre toda a biodiversidade do planeta, pesquisadores da University College London, no Reino Unido, analisaram mais de 2 milhões de dados sobre cerca de 40 mil espécies dos mais variados ambientes e, a partir deles, geraram mapas sobre a biodiversidade existente em cada local e sua relação com o uso da terra por populações humanas. Pesquisas anteriores indicam que uma taxa de até 10% de redução da biodiversidade poderia ser considerada segura para a manutenção do planeta (o total, 100%, seria a taxa antes da ocupação humana). Porém, os mapas gerados pelos pesquisadores ingleses demonstram que, em praticamente 60% da superfície terrestre, a redução da biodiversidade já ultrapassou essa taxa. Isso indica que a devastação resultante da pressão humana já é tão grande que há chances de os ecossistemas nunca mais se recuperarem. De acordo com as pesquisas, a perda da biodiversidade é ainda maior nas regiões chamadas de hotspots – pontos “quentes” de biodiversidade, onde há grande quantidade de espécies endêmicas, isto é, que vivem apenas naquele local. Apesar do desmatamento e demais impactos sofridos, a floresta Amazônica demonstrou estar entre as regiões com baixa perda de biodiversidade, com mais de 95% das espécies preservadas. De acordo com os pesquisadores, esta foi a primeira vez que o efeito humano sobre a perda de habitat e diversidade de espécies foi quantificada em todo o mundo com tamanho detalhamento. Tamanha perda na biodiversidade mundial tem aproximado nosso planeta de uma situação irreversível, e os pesquisadores esperam que seus dados e mapas sejam úteis para a criação de novas políticas ambientais em níveis nacional e internacional.
Gene para resistência em bactérias é encontrado no Brasil
O desenvolvimento de medicamentos antibióticos facilitou muito nossa luta contra microrganismos patogênicos e foi o responsável pela cura de milhões de pessoas em todo o mundo. Porém, o uso indiscriminado deste tipo de medicamento vem resultando na seleção de bactérias resistentes, tornando as infecções bacterianas novamente uma ameaça às populações humanas. Recentemente, um gene responsável pela resistência de bactérias aos antibióticos mais poderosos foi encontrado em uma amostra coletada em território brasileiro, preocupando não apenas pesquisadores de nosso país, mas de todo o continente. O gene, chamado mcr-1, foi encontrado em amostras isoladas de animais de produção e também de um paciente humano internado em um hospital no Rio Grande do Norte. O paciente é diabético e possuía uma infecção em um dos pés, de onde as amostras com a bactéria resistente foram coletadas. O gene mcr-1 torna as bactérias resistentes a antibióticos poderosos como a colistina, descoberta em 1949 e, até então, um dos últimos recursos utilizado pela medicina mundial contra microrganismos resistentes. A mera existência deste tipo de bactéria em nosso país assusta, pois pode indicar o início de novos casos de bactérias resistentes. Porém, a pesquisa publicada a partir das amostras coletadas indica ainda outro dado alarmante. O gene mcr-1 da bactéria brasileira localiza-se em um plasmídeo muito similar aos demais plasmídeos identificados em bactérias resistentes ao redor do planeta, o que indica que este possa ser o vetor para dispersão do gene. Os plasmídeos são pequenos DNAs circulares tipicamente encontrados em bactérias e demais microrganismos procariontes, e sua transferência entre diferentes indivíduos ocorre muito facilmente, através de um mecanismo conhecido como transferência horizontal de genes. Como o paciente não possui histórico de viagens ao exterior e o plasmídeo da bactéria é parecido com o de bactérias coletadas em países da Ásia, África, Europa e América do Norte, a conclusão que os pesquisadores chegam é de que este gene realmente esteja sendo transmitido entreas bactérias. E a velocidade com que esta transferência pode ocorrer, dispersando um gene por todo o globo, é realmente impressionante! O aparecimento de novas cepas de bactérias resistentes tem assustado pesquisadores da área, e cada vez mais se torna necessária uma conscientização da população quanto à correta forma de utilização dos antibióticos. Por isso, da próxima vez que você for ao médico e ele te receitar um destes medicamentos, utilize-o exatamente da maneira recomendada, nas dosagens e dias corretos. Caso contrário, você também pode estar contribuindo para a seleção de bactérias resistentes a antibióticos!
Alertas: DSTs causadas por bactérias estão se tornando intratáveis
Estamos em pleno ano de 2016 e apesar de toda a abundância de informação ainda ouvimos falar – e muito! – Sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Agora, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), um novo problema relacionado a essas doenças tem preocupado especialistas: algumas delas estão se tornando intratáveis devido ao uso indiscriminado de antibióticos, é o caso da sífilis, gonorreia e clamídia.
Sífilis, gonorreia e clamídia, graves problemas de saúde em todo mundo, são doenças sexualmente transmissíveis causadas por bactérias e, por isso, na maior parte dos casos são tratadas com antibióticos. Porém, já não é novidade que usar este tipo de medicamento de forma errada resulta na seleção de bactérias resistentes, reduzindo as opções de tratamento e tornando as infecções por estas doenças novamente uma ameaça às populações humanas. Já existem cepas da bactéria causadora da gonorreia, por exemplo, que não respondem a nenhum medicamento disponível atualmente.
O problema é que, se não forem tratadas adequadamente, estas DSTs podem levar homens e mulheres à infertilidade – no caso da gonorreia e clamídia – e a um maior risco de infecção pelo HIV – no caso das três doenças. Em mulheres, elas podem levar a doenças inflamatórias na região pélvica, gravidez ectópica e abortos espontâneos. Sendo assim, a OMS recomendou novos tratamentos adaptados para cada uma destas doenças e reiterou a necessidade de tratá-las com os antibióticos adequados, nas doses corretas e pelo tempo indicado. Não se esqueça disso da próxima vez que um médico te receitar um antibiótico, seja lá qual for o motivo – ainda que seja uma “simples” infecção na garganta. Mesmo que você se sinta melhor, nunca pare de tomá-los por conta própria, antes do tempo estipulado. Caso contrário, você também estará colaborando para a seleção de bactérias resistentes a antibióticos! Ainda, vale ressaltar que a prevenção dessas doenças sexualmente transmissíveis ainda é a melhor estratégia. Afinal, é como diz o velho ditado: é melhor prevenir do que remediar.
Mudanças climáticas podem favorecer bactérias causadoras de doenças 
Apesar de ainda serem consideradas um mito por algumas pessoas, as mudanças climáticas têm sido comprovadas por pesquisadores de todo o mundo, assim como seus impactos aos mais diversos organismos. O aumento na temperatura da água tem resultado, por exemplo, em alterações ecológicas, pois afeta negativamente a fisiologia de plantas e animais marinhos. Mas parece que nem todos os organismos estão se dando mal nessa história. Segundo um artigo publicado recentemente na revista científica PNAS, águas mais quentes podem favorecer alguns microrganismos procariontes, especialmente bactérias potencialmente causadoras de doenças. As bactérias do gênero Vibrio, transmissoras da cólera e responsáveis pela morte de mais de 100 mil pessoas por ano, estão entre os microrganismos favorecidos pelo aumento na temperatura da água. Para o estudo, pesquisadores europeus e americanos analisaram amostras de microrganismos marinhos coletados entre os anos de 1958 e 2011 e as relacionaram com os padrões de temperatura da água em todos estes anos. Seus resultados indicam que um aumento de apenas 1.5 °C na temperatura da água já foi suficiente para promover um aumento nas populações da bactéria ao longo dos 54 anos analisados. Além disso, este aumento na temperatura da água pode tornar ambientes antes inabitáveis mais propensos a serem habitados pelas bactérias, facilitando a dispersão de novas doenças por todo o planeta. De acordo com os pesquisadores, o grande problema a ser enfrentado nos próximos anos será a dificuldade em controlar esta e outras espécies de bactérias patogênicas em países em desenvolvimento, onde os sistemas sanitários ainda não eliminam de forma eficiente estes e outros microrganismos transmissores de doenças. Um aumento no nível das águas em regiões costeiras também pode representar perigo para populações humanas, pois reflete em uma maior exposição de pessoas aos microrganismos. A partir de agora, os pesquisadores afirmam que este devem ser desenvolvidos novos métodos de detecção de microrganismos marinhos, de forma que um aumento na população destes organismos possa ser detectado de forma antecipada, facilitando o uso de ferramentas de para reduzir o impacto e proteger populações humanas.
Acidificação dos oceanos: causas e consequências 
Como você provavelmente já sabe, faz alguns anos que a comunidade internacional vem alertando para o grave problema do aquecimento global, resultado da liberação dos chamados gases de efeito estufa por atividades humanas. Entre os vilões mais famosos está o gás carbônico (CO2), que é gerado pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, entre outras fontes. A emissão desses gases atingiu níveis tão altos que recentemente a concentração de CO2 na atmosfera bateu o recorde em toda a história do nosso planeta.
Contudo, há uma segunda grave consequência da emissão de CO2 na atmosfera que pouca gente conhece e que tem preocupado especialmente pesquisadores da área de biologia marinha: a acidificação dos oceanos! Mas afinal, o que é isso? Grande parte do gás carbônico que vai para a atmosfera acaba sendo absorvida pelos oceanos, rios e lagos. Uma vez dissolvido na água, parte do CO2 reage com moléculas de água (H2O) e produz ácido carbônico (H2CO3) que, por ser instável, se dissocia liberando íons bicarbonato (HCO3-) e prótons de hidrogênio (H+). Os íons bicarbonato, por sua vez, também se dissociam, liberando íons carbonato (CO32-) e mais íons H+ – sendo este último o responsável direto pela redução do pH do oceano. O aumento dos íons H+ no oceano faz com que íons carbonato (CO32-), que já são presentes em abundância no oceano, se liguem a eles, formando mais íons bicarbonato a fim de atingir um equilíbrio químico, reduzindo a concentração deste íon no oceano.
Embora alguns organismos possam se beneficiar dessa alteração na química dos oceanos, como algas fotossintetizantes e fanerógamas marinhas, a acidificação dos oceanos pode ter efeitos graves em muitos organismos. Existem evidências, inclusive, de que a maior extinção da história da Terra (entre o fim do período Permiano e início do Triássico), teria sido causada pela acidificação dos oceanos resultante da intensa atividade vulcânica. As espécies calcificadoras – como corais, moluscos e crustáceos –, que são aquelas que utilizam o carbonato de cálcio(CaCO3) como matéria prima para construir seus esqueletos, conchas e carapaças, são os organismos que mais se prejudicam com a acidificação dos oceanos. Isso porque a menor concentração de íons carbonato no ambiente (“sequestrados” pelas reações químicas resultantes da dissolução do CO2), torna o carbonato de cálcio menos abundante na água, o que tem levado diversos dos organismos a experimentar uma redução na calcificação ou um aumento na dissolução de suas estruturas calcificadas. A acidificação dos oceanos pode também afetar a fisiologia e o desenvolvimento de diversos organismos, seja pela redução do pH interno (acidose) ou pelo aumento da pressão de CO2 (hipercapnia). Até mesmo organismos que nem conseguimos ver a olho nu podem ser afetados pela acidificação dos oceanos. Em um estudo feito com diversos organismos que compõem a meiofauna – nomedado à minúscula fauna que vive enterrada no solo ou no sedimento de ecossistemas aquáticos –, pesquisadores que estudam a biologia marinha observaram que muitas espécies são sensíveis à redução do pH. E isso pode gerar efeitos em cascata sobre outros organismos, já que a meiofauna desempenha um importante papel na ciclagem de nutrientes e no fluxo de energia nos ecossistemas aquáticos. Segundo estimativas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), em um cenário otimista, até o final do século a queda do pH nos oceanos deverá ser entre 0,06 e 0,07 e, em um cenário pessimista, entre 0,30 e 0,32. Não é possível prever, no entanto, todos os impactos negativos que estes níveis de acidificação dos oceanos poderão causar. Mas de uma coisa podemos ter certeza: a redução da emissão de CO2 é a única solução que temos para aliviar as consequências da acidificação dos oceanos.
Fonte : https://www.biologiatotal.com.br/blog/20-textos-importantes-para-o-enem-e-vestibulares.html
Fragmentos do texto retirados também de artigos científicos e notícias, baseado de acordo pelos meios de comunicação como SCIENCE.

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