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Levantamento e Caracterização de Famílias 
Tipográficas para uso em Sistemas de Sinalização 
 
Survey and Characterization of Typographic Families for use in Wayfinding Systems 
 
Scherer, Fabiano de Vargas; Mestre; Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
fabiano.scherer@ufrgs.br 
 
Cardoso, Eduardo; Mestre; Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
eduardo.cardoso@ufrgs.br 
 
Fetter, Luiz Carlos; Mestre; UniRitter - Centro Universitário Ritter dos Reis 
luiz_fetter@uniritter.edu.br 
 
 
Resumo 
A tipografia desempenha papel vital na sinalização. Este trabalho propõe-se a levantar, 
através de bibliografia pertinente, as famílias tipográficas mais indicadas, bem como, 
caracterizar quais aspectos as tornam eficientes para uso em sistemas de sinalização. As 
características levantadas dizem respeito aos aspectos técnicos, como a legibilidade, que junto 
aos aspectos estéticos, como a adequação ao ambiente e a mensagem a ser passada, fazem 
parte quando escolha da família tipográfica mais adequada a um determinado projeto. 
 
Palavras Chave: Design, Sinalização; Tipografia. 
 
 
Abstract 
Typography plays a vital role in wayfinding. This paper intends to raise through the pertinent 
literature, the most suitable typographic families, as well as to characterize what aspects 
make them effective for use in wayfinding systems. Features raised relate to technical aspects, 
such as legibility, which together with the aesthetic aspects, such as suitability to the 
environment and the message, when choosing the typeface best suited to a particular project. 
 
Keywords: Design; Wayfinding; Typography. 
 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
Introdução 
Apesar da crescente valorização das imagens e de seu uso, a palavra escrita continua 
valiosa para a informação e comunicação. Assim como para a área editorial, a tipografia 
desempenha papel vital na sinalização. Diferentemente desta, no entanto, existem 
especificidades na sinalização que resultam em aspectos onde as regras tradicionais da 
tipografia são revistas e sensivelmente alteradas. 
Este trabalho propõe-se a levantar, através de bibliografia pertinente, as famílias 
tipográficas mais indicadas para usos em sistemas de sinalização. Bem como caracterizar 
quais aspectos tornam uma família tipográfica eficiente para uso em sistemas de sinalização. 
As características levantadas dizem respeito aos aspectos técnicos, como a legibilidade, que 
junto aos aspectos estéticos, como a adequação ao ambiente e a mensagem a ser passada, 
fazem parte quando escolha da família tipográfica mais adequada a um determinado projeto. 
O objetivo é avaliar, através de indicação pela bibliografia, tanto as características 
relativas ao tipo recomendado para uso em sistemas de sinalização quanto às famílias 
tipográficas sugeridas. Ressalta-se, entretanto, que neste estudo apenas se levará em questão 
as características inerentes a família tipográfica e não a questões relacionadas a composição 
entre os elementos de um sistema, sejam gráficos ou formais, e a percepção através da cor. 
 
1. Sinalização 
Segundo a SEGD (Society for Environmental Graphic Design), dentro dos sistemas 
gráficos para ambientes, o processo de sinalização pode ser definido como o planejamento, 
projeto e especificação de elementos gráficos no ambiente construído ou natural. Para a 
Associação dos Designers Gráficos - ADG (2000), o design de sinalização procura 
aperfeiçoar, por vezes, até viabilizar, a utilização e o funcionamento de espaços, sejam eles 
abertos ou construídos. A função da sinalização corresponde a ajudar os usuários a entender o 
espaço, identificando, orientando e informando; ainda pode realçar visualmente o ambiente e 
proporcionar segurança às pessoas. Segundo Bastos (2004) a sinalização é o ambiente 
“falando” com os usuários, com sua própria personalidade. 
Projetos de sinalização podem variar enormemente em tamanho e complexidade. Estes 
projetos precisam ser desenvolvidos com uma visão mais global e interdisciplinar, não 
somente definindo os conceitos gráficos (tipografia, pictogramas, setas, imagens, grafismos, 
diagramação e cor) e formais, mas considerando também as demais relações espaciais. 
Embora o termo sinalização possa ser considerado muito amplo e genérico, segundo Velho 
(2007), ao ir se modificando ao longo dos anos, ele reflete a complexidade ao incorporar 
novos atributos no seu desempenho (tais como o seu relacionamento com o ambiente, a 
introdução de uma linguagem gráfica mais expressiva e uma maior liberdade na escolha e no 
uso de tipografias e cores). Assim, um projeto de sinalização pode ser caracterizado pelo 
resultado da combinação de vários seus subsistemas. 
Um sistema de sinalização pode ser composto pelo conteúdo, pela forma e pelos 
materiais e as técnicas. Ou seja, o conteúdo representa a demanda, o problema e a solução 
com que o designer tem que trabalhar. Ele pode ser representado através de: tipos (letras, 
palavras, frases); e figuras (pictogramas, setas, imagens e grafismos). A forma representa a 
maneira pela qual o conteúdo vai ser apresentado ao usuário. Os materiais e as técnicas são os 
meios de materializar o conteúdo e a forma. (CARDOSO, SCHERER, 2011). 
 
2. Tipografia para Sinalização 
Baseadas no produto editorial, que imperou soberano neste segmento comercial durante 
muito tempo (aprox. 1450-1950), as regras da tipografia contemplam o todo, ou seja, o tipo 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
em performance na página. Compondo uma grande massa de texto (textura), a uniformidade 
gerada pelos espaçamentos contribui tanto ou mais do que o tipo em si para o fluxo 
confortável da leitura. Serifas e outros detalhes e seus benefícios são reais para a leitura, mas 
não precisam ser percebidos conscientemente pelo leitor. Vários desses detalhes são resultado 
de observação do comportamento dos processos industriais de impressão. Aspectos como a 
viscosidade da tinta, a alcalinidade do papel e até as características específicas de 
determinadas línguas geraram estes elementos. Uma orelha do “g” aumentada, um terminal 
mais pontudo ou uma serifa mais pesada e ligando-se de modo diferente a cada lado das 
hastes verticais não tem origem estético-artística, na maioria das vezes, mas sim uma resposta 
criativa e técnica às limitações de determinado processo de reprodução de um texto em um 
corpo (tamanho) específico, por exemplo. 
É por esse motivo que algumas famílias incluem versões entre as quais parece difícil 
perceber a diferença, mas elas existem. São versões frequentemente denominadas como 
display, book, ou medium e caption. Nestas, a ideia é alterar sutilmente alguns detalhes como 
o contraste entre as hastes ou dimensões para que, quando usados em tamanhos diferentes, 
esses detalhes que funcionam de determinado modo em corpo 9 não sejam um detalhe 
esquisito e que chame a atenção quando usado em corpo 72. Estas alternativas também 
modificam significativamente os espaços entre letras, caracteres e linhas, entre outros 
detalhes. 
O tamanho dos caracteres e a quantidade de texto usados em sinalização são, portanto, 
os grandes responsáveis pelos aspectos específicos que devemos considerar ao projetar para 
esta finalidade. A distância do observador é consideravelmente grande se comparada com um 
livro, revista ou jornal, e a quantidade de texto é ínfima. O usuário (equivalente ao leitor) está 
em movimento e quer apenas a informação direcional ou de identificação de determinado 
serviço oferecido. Autores consagrados da área recomendam alguns tipos que apresentam 
detalhes em determinados caracteres, que, ao serem drasticamente ampliados (em sinalização 
o uso de corpos com 30 cm é comum) resultam em um ruído, se fazem notar sobremaneira, 
mais atrapalham do que ajudam, pelo fato de chamarem atenção (UEBELE, 2006). Aquela 
serifa, aquele detalhe imperceptível no texto longo da página chama demasiadaatenção 
quando uma única palavra curta (como “Saída”, por exemplo) com 20 cm de altura. 
A necessidade de tipos em tamanho grande acarreta um problema de espaço, resultando 
em placas grandes demais, cuja fixação pode tornar-se crítica, além de gerar custos elevados. 
Assim, o desenho dos caracteres pode assumir certa condensação, desde que originalmente 
desenhada nessas características1, o que compensa um pouco. Em rodovias esses aspectos são 
ainda mais críticos, uma vez que o motorista está se deslocando em maior velocidade e a 
iluminação não é constante, o que frequentemente causa ofuscamento. À noite, o material 
refletivo usado gera uma espécie de contorno (halo) luminoso em volta dos caracteres, o que 
demanda um espaçamento maior entre eles. 
No tocante a números, os old style (também conhecidos como números com ascendentes 
e descendentes ou desalinhados), eficientes para leitura em textos longos e horizontais, não o 
são aqui, tampouco para listas numeradas. O motivo é o mesmo: não temos textos longos em 
corpos pequenos; essa particularidade resulta exagerada em função da escala, causando 
estranheza para o usuário, o que gera retardamento na leitura em função da atenção que 
desperta - o que supera, neste caso, seus benefícios. Em termos de versatilidade o que 
realmente se necessita para sinalização são pesos médio e bold, além de condensadas ou semi-
condensadas, e, isso sim, uma boa versão otimizada para corpos grandes, cuja denominação 
pode variar: display ou titling, Mesmo as famílias que apresentam estas variantes, 
normalmente, estão otimizadas para tamanhos considerados grandes para design editorial, o 
que significa corpos 20-72. Para Gibson (2009) os tipos de texto podem adicionar lirismo 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
(sic) a um projeto, mas sempre que um número for usado isoladamente deve-se dar 
preferência aos maiúsculos (alinhados), caso contrário este chamará muita atenção e tende a 
ser interpretado como um ruído ou até como um erro, uma vez que grande parte das pessoas 
não está habituada a esta configuração. 
As medidas tipográficas tradicionais também não se aplicam à sinalização, uma vez que 
a altura-x é mais determinante do que no design editorial, e essas alturas podem variar 
bastante entre as fontes. Nenhuma unidade de medida tipográfica tradicional é usada, devido a 
variação existente entre as fontes: se tomarmos um corpo de 72 pontos, por exemplo, para 
diferentes fontes, poderemos ter uma diferença de altura significativa dos caracteres. Adota-se 
o sistema métrico para especificar tamanhos e espaçamentos, e neste momento percebe-se que 
nenhum tipo está livre da intervenção do designer: este deve ter um sólido conhecimento tanto 
de desenho tipográfico, de legibilidade e das particularidades da sinalização. O tamanho e a 
disposição dos elementos informacionais na placa desempenha papel importante para a sua 
rápida e eficiente leitura. O dimensionamento correto pode se apoiar em tabelas e fórmulas 
matemáticas, abundantes e fáceis de serem encontradas na literatura, porém, não dispensam 
testes com protótipos. Uma simples impressão digital colocada na distancia que se pretende 
que a placa seja lida pode revelar detalhes sobre a tipografia (ou sobre o desenho de 
determinados ícones), além de sugerir ajustes dimensionais, proporcionais e de arranjo. 
Assim, a sinalização demanda abordagem diferenciada tanto em termos de desenho 
como de espaçamentos. São poucas as fontes que foram elaboradas com esse propósito, como 
é o caso da Frutiger, para citar uma, projetada por Adrian Frutiger. 
 
2.1. Características 
A escolha do tipo ou da família tipográfica a ser usada, - deve levar em conta aspectos 
conceituais como a adequação ao ambiente e a mensagem a ser transmitida assim como os 
aspectos técnicos como a legibilidade. Neste ponto, é importante ressaltar que fontes têm 
personalidades específicas e sugerem certas associações. Por outro lado, é importante abordar 
os conceitos de legibilidade e leiturabilidade, que não são a mesma coisa, como pode parecer 
em um primeiro momento, embora uma influencie a outra. Legibilidade diz respeito ao 
reconhecimento que nos permite reconhecer caracteres individuais e distingui-los uns dos 
outros: aspectos como o tamanho e o contraste figura-fundo em relação ao seu suporte são 
essências, além de um desenho que se aproxime do que Frutiger chama de “núcleo das letras 
forjado por 500 anos de leitura no Ocidente” (FRUTIGER 2002). Leiturabilidade é a 
facilidade de leitura, diz respeito a composição e a diagramação do texto no suporte. A 
capacidade de leitura concentra-se na rapidez e facilidade com que o leitor assimila e 
apreende a informação. Apesar dos componentes individuais serem legíveis, isso não significa 
automaticamente que a leitura seja fácil. Lemos palavras não como sequências de letras, mas 
como grupos de letras. Esses grupos facilitam o rápido reconhecimento das palavras. Tudo 
que possa contribuir para interrupções desta captura quase que fotográfica das palavras torna 
mais difícil o processo da comunicação. O reconhecimento das palavras é mais fácil ao 
usarmos a combinação tradicional de caixa alta e baixa (maiúsculas e minúsculas), por isso 
criar um desenho mais particular e iconográfico para cada palavra, particularmente acentuado 
pelas variações de alturas geradas pelas ascendentes e descendentes – o que inexiste nas 
maiúsculas, que resultam em configurações muito semelhantes entre as palavras. O valor 
relativo do tipo (peso) também pode afetar a legibilidade: os valores médios são mais fáceis 
de ler devido ao equilíbrio visual entre os espaços interiores e a espessura das hastes das 
letras. Valores externos de tipos finos ou em negrito (bold ou black) são mais cansativos de 
ler, já que o contraste entre as hastes da letra e dos espaços internos são mais causadores de 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
distrações. A tipografia perfeita é aquela não tão clara (ligth, leve) que desapareça e nem tão 
escura (bold, pesada) que suas partes internas fechem. 
O espaçamento entre pares específicos de letras (kerning) necessita de uma atenção 
especial em projetos de sinalização. Como os elementos de informação carregam poucas 
palavras, sua estrutura deve ser visualmente correta para assegurar clareza e legibilidade. O 
fato de estas letras serem lidas a distancias muito maiores do que em um livro, por exemplo, 
requer características específicas e muito próprias tanto do desenho das letras como dos 
espaçamentos entre caracteres, palavras e entre linhas. 
Deve-se, então, entender as necessidades tipográficas de um projeto e selecionar uma 
fonte que seja ao mesmo tempo adequada (clara, legível) e comunicativa (estar de acordo com 
a mensagem e o ambiente onde estará inserida). Para Calori (2007), a escolha do tipo é 
elemento chave na aparência gráfica de um sistema de sinalização. Para a autora, 
genericamente existem três fatores que podem auxiliar na seleção da tipografia para sistemas 
de sinalização: adequação formal, longevidade estilística e legibilidade. Bastos (2004), coloca 
que na escolha da família tipográfica, deve-se questionar: se o desenho do tipo tem 
personalidade; que peso deverá ser utilizado; se o tipo é altamente legível à distancia e 
quando iluminado à noite; se planejarmos construir letreiros em três dimensões (letra-caixa), 
as letras serão facilmente percebidas em angulo; e se o tipo de letra escolhido é compatível 
com as técnicas de execução/fabricação. 
Como este trabalho concentra-se nos aspectos técnicos referentes a legibilidade do tipo 
para uso em sistema de sinalização, as características levantadas terão como base aspectos 
básicos pertinentes, como menciona, por exemplo, Calori (2007): ter clareza, ou seja, possuir 
letras de fácil reconhecimento; ter uma grande altura-x; ter peso médio, com larguras que não 
são nem muito grossasnem muito finas; e ter largura de caractere médio ou normal, com 
formas que são nem muito condensados nem muito expandidas. Bastos (2004), mais 
pragmaticamente, coloca que ao selecionar um determinado tipo de letra para sinalização 
deve-se levar em conta sete itens (figura 1), ressaltando-se que estas serão as características 
tipográficas que serão utilizadas para análise das famílias selecionadas: 
� altura da maiúscula ou versal, que deve ser proporcional à largura da letra (1, 2); 
� desenho, que deve ser o mais robusto possível, com pouco contraste de hastes (3); 
� descendente, que deve ser o menor possível (4); 
� ascendente, que deve ser, preferencialmente, mais alto que a maiúscula (5); 
� forma interna (também conhecida como olho ou oco), que deve ser o mais aberta 
possível (6); 
� altura-x, que deve ser grande (7); 
� serifa (de preferência sem serifa ou com serifa forte, do tipo slab ou egípcia). 
 
 
 
Figura 1: Características de uma fonte adequada ao uso em sinalização. 
 
A escolha de uma família versátil é outro ponto importante. A necessidade de variantes 
vai depender da complexidade do sistema de informações, e, de modo geral, as versões bold e 
itálico são desejáveis, podendo ser necessários para qualquer projeto2. Todavia a hierarquia 
pode ser conferida apenas alterando-se tamanho. Uma fonte normal padronizada terá símbolos 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
e personagens suficientes para realizar o trabalho de sinalização da média. Os números têm 
um papel importante na sinalização, por isso a disponibilidade de um conjunto de números 
que se encaixam nas necessidades do projeto é um importante aspecto a ser levado em conta. 
 
2.2. Análise de Famílias Tipográficas 
Foram consultadas as bibliografias referentes a sistemas de sinalização relacionadas a 
tipografia: A Sign Systems Manual de Crosby, Fletcher e Forbes (1970); The Wayfiding 
Handbook de Gibson (2009); Wayshowing de Mollerup (2005); The Americans Disabilities 
Act White Paper da SEGD (1993); Signage Design Manual de Smitshuijzen (2007); e 
Signage System & Information Graphics de Uebele (2006). Nestas, foram levantadas as 
famílias tipográficas indicadas e, posteriormente, destacadas as mais citadas (tabelas 1a e 1b). 
Outras bibliografias examinadas, apesar de abordar o tema tipografia, não sugerem nenhuma 
família tipográfica especificamente. 
 
Tabela 1a: Levantamento Famílias tipográficas. 
 
Tabela 1b: Levantamento Famílias tipográficas. 
 
 
As famílias tipográficas mais citadas foram: Univers (5 vezes); Frutiger, Futura e 
Helvética (4 vezes); Gill Sans (3 vezes); e Akzidenz Grotesk, Franklin Gothic e Interstate (2 
vezes). As demais fontes obtiveram apenas uma citação entre as seis bibliografias 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
consultadas. Assim, passa-se ao estudo de cada uma das oito fontes destacadas, em ordem 
alfabética: 
 
Akzidenz Grotesk: desenhada por Günter Gerhard Lange (1921-2008) em 1956, sobre 
um tipo mais antigo denominado Accidenz-Grotesk, é a ancestral da Helvetica - em alemão 
Akzidenz significa tipo de comércio e Grotesk sem serifa. Segundo Uebele (2006), esta fonte 
na sua versão principal e suas variações bold, light e heavy são recomendáveis para uso em 
sinalização. Smitshuijzen (2007) não especifica entre os pesos book (que vem a ser um peso 
médio, entre o normal e o bold) ou bold. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Família da Akzidenz Grotesk CE Roman e suas características. 
 
No que diz respeito às características levantadas anteriormente, a Akzidenz Grotesk 
(figura 2) possui (1,2) altura da maiúscula proporcional a largura (proporção de 10 x 7,2 
módulos, ou seja, 1,3:1); (3) desenho robusto com pouco contraste de hastes; (4) descendente 
um pouco menor que a ascendente; (5) ascendente da mesma altura que a maiúscula; (6) 
forma interna bastante aberta (5,2 módulos na vertical por 4 módulos na horizontal – 1,3:1); 
(7) altura-x grande (6,8 módulos); e, como todos os tipos selecionados, não possui serifa. 
Estes resultados, assim como os resultados das análises das demais fontes selecionadas estão 
na tabela 02. 
 
Franklin Gothic : baseado na série original Franklin Gothic da American Type 
Founders, de 1902, com aumento da altura x e caracteres condensados para legibilidade e 
economia. Enquanto Smitshuijzen (2007) não menciona o peso recomendado, Uebele (2006) 
sugere unicamente a versão heavy. 
 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
 
 
 
 
Figura 3: Família da Franklin Gothic Medium e suas características. 
 
Frutiger : de 1976 é resultado de um refinamento da fonte “Roissy” (criada para a 
sinalização do aeroporto Charles de Gaulle de Paris, em 1968). A partir daí estabeleceu-se 
como o estado da arte tipográfico para sinalização. Foi redesenhada por Akira Kobayashi 
(Linotype) em 2001, gerando a Frutiger Next, com novos pesos e itálicas verdadeiras. 
 
 
 
 
 
Figura 4: Família da Frutiger LT Std 55 Roman e suas características. 
 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
Futura : com sua rigorosa geometria, foi desenhada por Paul Renner (1878-1956) 
entre 1927-8 e é a expressão da filosofia de design da Bauhaus, embora Renner nunca tenha 
feito oficialmente parte da escola. 
 
 
 
 
Figura 5: Família da Futura BT Medium e suas características. 
 
Gill Sans: desenhada por Eric Gil (1982-1940) entre 1928-32, foi originalmente 
produzida para o London & North Eastern Railway (metrô de Londres) pelo calígrafo Edward 
Johnston (1872-1944), e utilizada para todos os sinais, tabelas de horários e publicidade da 
empresa. Gill foi aluno de Johnston. 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Família da Gill Sans MT Regular e suas características. 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
Helvética: desenvolvida na Suíça, para competir com a fonte Akzidenz Grotesk, 
conseguiu se tornar a fonte mais popular do mundo. Foi originalmente chamada de "Neue 
Haas Grotesk" quando desenvolvida por Max Miedinger (1910-1980) e Edouard Hoffman 
(1892-1980) em 1956-58, e renomeada Helvética em 1961. Em 1983 foi redesenhada e 
ampliada pela Linotype como Neue Helvetica com alterações sutis e vários acréscimos em 
sua família. O sucesso da Helvetica gerou vários clones, dentre os quais a mais conhecida é a 
Arial, bastante popular por ter sido embutida no sistema operacional Windows 95. 
 
 
 
 
Figura 7: Família da Helvética LT Std Roman e suas características. 
 
Interstate: baseada na tipografia utilizada nas placas das rodovias interestaduais 
norte-americanas foi desenvolvida por Tobias Frere-Jones (1970-__) em 1993-99. 
 
 
 
 
Figura 8: Família da Insterstate Regular e suas características. 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
Univers: desenvolvida por Adrian Frutiger (1928-__) em 1954 faz parte de uma 
família que oferece uma gama bastante ampla de estilos e pesos. Foi redesenhada e ampliada 
(63 versões) em 2000 e rebatizada Linotype Univers. 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Família da Univers LT Std 55 Roman e suas características. 
 
 De acordo com o resumo da análise (tabela 2), verificam-se as características 
colocadas por Bastos (2004). 
 
Tabela 2: Levantamento Famílias tipográficas. 
 
 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
Pode-se, então, aferir algumas características como a que diz respeito ao (3) desenho, 
onde todas as fontes podem ser classificadas como robustas com pouco ou pouquíssimo 
contraste de hastes, exceto a Franklin Gothic; na relação entre (4) descendente e ascendente, 
onde as fontes Akzidenz Grotesk / Frutiger / Futura / Interstate / Univers apresentam a 
descente menor, configurando boa legibilidade; no que se refere a relação das (5) ascendentes, 
maiores que asmaiúsculas nas fontes Frutiger / Futura; e na altura-x (7), onde se sobressaem 
as fontes Interstate e Franklin Gothic. Nota-se que as fontes citadas na bibliografia específica 
se sobressaem em pelo menos duas das características analisadas. Conclui-se então que as 
características apontadas por Bastos (2004) mostram pertinentes na categorização de fontes 
indicadas para uso em sistemas de sinalização. Ressalta-se, porém, que a fonte mais citada na 
bibliografia – Univers, não é a que apresenta os mais destacados índices na análise, levando a 
conclusão de que não são apenas as características, isoladas, que indicam uma boa fonte 
tipográfica, mas também o conjunto e o arranjo dos tipos. 
 Assim, avaliaram-se ainda as oito famílias tipográficas de acordo com o teste de 
Frutiger (2002), aplicando desfoque gradativo dos caracteres para simular o efeito de 
distanciamento do observador em relação aos caracteres. Este teste (figuras 10a e 10b) 
revelou a necessidade de “abrir” terminais arredondados que na Helvética / Univers, por 
exemplo, tendem a “fechar” à medida que nos distanciamos. Como podemos observar, a fonte 
Frutiger resiste a um desfoque/afastamento superior à da Akzidenz Grotesk / Helvetica / 
Univers. Percebe-se também que seu desenho levemente condensado não prejudica a 
legibilidade, e ao mesmo tempo permite um espaçamento mais generoso entre os caracteres, o 
que é benéfico, pois evita a fusão de uma letra com as suas vizinhas. Essa tendência de 
caracteres com espaços internos mais abertos tem sido amplamente adotada pelos tipos 
contemporâneos. 
 
 
Figura 10a: teste de Frutiger simulando leitura à distancias progressivas. 
 
 
Figura 10b: teste de Frutiger simulando leitura à distancias progressivas. 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA) 
 
Ainda pode-se observar, em relação ao teste: 
� quanto mais os caracteres cuja estrutura e desenho remete a um círculo (caso do “c”, 
do “e” tendem a “fechar” esse círculo, menos resistem ao distanciamento, pois logo 
as partes separadas se tocam e podem ser perfeitamente confundidos com outros 
caracteres do alfabeto. 
� quanto mais diferenciado cada caractere for em relação a todos ou outros do alfabeto, 
melhor. O contraste de direção das hastes ao se encontrarem é mais importante do 
que o contraste entre as espessuras destas. O “amaciamento” transicional no “a” 
minúsculo da Helvética, por exemplo, embora gracioso, não resulta melhor que o 
angulo formado pelo mesmo detalhe na maioria das outras fontes aqui apresentadas, 
bem como a perna arredondada de seu “R”, que aproxima seu desenho de alguns 
tipos de “A” maiúsculo. 
� os caracteres podem ser parcialmente condensados (“semi-condensed”), ocupando 
assim um espaço horizontal individual menor – o que permite - e compensa – um 
espaçamento entre letras mais generoso e confere maior resistência ao afastamento 
do observador. 
 
3. Conclusões 
Algumas diferenças podem ser percebidas ao longo de um exame da bibliografia 
oferecida, e, principalmente entre Smithshuijzen (2007) e Uebele (2006) as orientações 
diferem: o primeiro inclui, entre as recomendadas, algumas famílias que se sabe foram 
produzidas com o propósito de atender à necessidades específicas do mercado de livros ou 
periódicos impressos - o que, por si só, deveria excluí-las da lista. Senão, como afirmar que 
existem tipos adequados e que foram cuidadosamente desenhados levando em conta 
necessidades específicas para a leitura de sinalização? Afirmá-las implicaria em negar a 
necessidade de um projeto tipográfico específico para sinalização, o que, como levantado, tem 
características próprias. Embora a gama de fontes adequadas para uso em sinalização seja 
muito mais ampla do que a propagada e tradicional fonte robusta e sem serifa, a bibliografia 
consultada indica algumas fontes com características particulares, como altura-x grande e o 
baixo contraste de espessura das hastes, além de um desenho “aberto”, onde as proporções 
entre forma e contra-forma (espaços brancos internos) sejam proporcionais – e se mantenham 
proporcionais ao nos distanciarmos. Estas são recomendações mínimas para a correta 
funcionalidade de uma tipografia em um projeto de sinalização. 
Fica como sugestão para futuros trabalhos, aplicar esta análise a outras fontes para 
verificar sua funcionalidade e sua resistência ao distanciamento do observador. Assim como 
estudar as relações de composição entre os tipos e entre a tipografia e os elementos de um 
sistema e a sua percepção através da cor. 
 
Notas 
1 Referimo-nos aqui aos tipos originalmente assim desenhados, e não ao processo de 
condensação feito posteriormente através de software, pois este gera distorções entre as 
proporções das hastes. 
2 Há uma crescente oferta das assim chamadas “superfamílias”, onde há inúmeras variações 
de espessuras e, não raro, versões serifadas e sem serifa e até uma hibridização dessas 
(chamadas semi-serifadas). Embora tal configuração seja útil para produtos editorias, onde a 
hierarquização pode assumir maior complexidade, tamanha quantidade de integrantes de uma 
família normalmente não são necessárias em um projeto de sinalização. 
 
 
10º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, São Luís (MA). 
Referências 
 
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termos e verbetes utilizados em design gráfico. São Paulo: ADG, 2000. 
 
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Sons, 2007. 
 
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2006. 
 
VELHO, Ana Lucia de Oliveira Leite. O Design de Sinalização no Brasil - A Introdução de 
Novos Conceitos de 1970 a 2000. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2007. Dissertação de mestrado. 
 
 
Agradecimentos 
Aos acadêmicos de Design Visual Camila Ozio e Vinicius Ludwig Strack.

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