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As políticas multiculturais representam um conjunto de ações públicas voltadas à valorização e ao reconhecimento da diversidade social e cultural de nosso país. Elas visam enfrentar situações de desigualdades, violências ou exclusões. Disserte sobre o objetivo do Estatuto da Igualdade Racial. ( * Máximo 4000 caracteres )
	
	
Multiculturalismo e pluralismo cultural
 No uso atual mais generalizado, multiculturalismo é geralmente entendido como o reconhecimento da coexistência de diferentes grupos culturais, dentro de um mesmo estado nacional. No entanto, o multiculturalismo tem outros significados que o pluralismo cultural, além da existência de fato de múltiplas culturas diferentes, nas quais elas coincidem.
surgimento e controvérsia do multiculturalismo é interessante: especificamente, o termo foi cunhado pelo governo anglófono canadense para se referir a uma nova política do final dos anos 1960, no contexto do movimento francófono canadense, que levou em consideração às três entidades sociais da Federação: a Anglófona, a Francófona e a Aborígene, sendo os Anglófonos a maioria étnica e as restantes consideradas minorias étnicas. Posteriormente, a política multicultural foi ampliada para incluir os imigrantes, considerados minorias étnicas, e o conceito fez referência às várias cidadanias segmentadas por cultura, idioma e história encontradas em um estado democrático.
 Ao expandir-se para outras situações, contextos e disciplinas, o multiculturalismo continuou a tratar todos os diferentes grupos como minorias. À medida que os imigrantes se tornaram progressivamente o foco das políticas multiculturais, quando se fala em minorias, as políticas multiculturais geralmente se referem aos diversos grupos demograficamente minoritários que chegaram a diferentes contextos nacionais em tempos mais ou menos recentes.
 O problema surge quando o conceito de minoria inclui também outros grupos sociais, como os povos indígenas, também chamados de indígenas. Do meu ponto de vista, os imigrantes (de diferentes origens étnicas) devem ser claramente distinguidos das populações aborígenes ou indígenas. 
No Brasil É impossível viver na escola e na sociedade sem se relaciona com pessoas diferentes de nos, não somos melhores do que nenhuma raça é igual às diferenças não devem ser vistas como barreiras e sim como o complemento de nossa existência e aprendizado. Mais uma vez coloco a participação dos docentes no sentido de comprometimento a estuda o multiculturalismo e respeita a bagagem cultural de seus alunos.
A manifestação do multiculturalismo nas análises educacionais, de fato trouxe desafios muito importantes às investigações sobre o conhecimento, e com isso abriu possibilidades para se pensar em práticas curriculares e de formação docente que pode ser voltadas à construção de identidades discente e docente multiculturalmente comprometidas com o ensino/aprendizagem, visando assim promover o respeito à diferença e à pluralidade cultural.
Entretanto, ainda não é possível vislumbrar a superação do abismo racial. Os dados disponíveis indicam um caminho: é preciso apostar em políticas de ação afirmativa de forma consistente.
Embora persistam os debates acerca da constitucionalidade das ações afirmativas especialmente nas cotas para ingresso em universidades e no serviço público , muitos avaliam que a agenda está consolidada. “O momento é de continuidade e de ampliação”, afirma Tatiana Dias Silva, coordenadora de Igualdade Racial do Ipea, especialista em análises da questão racial. “Temores de que as ações afirmativas criariam um ‘racismo ao contrário’ ou ‘reduziriam o nível das universidades’ desapareceram. Os dados disponívleis desmentem tudo isso.”
 Do meu ponto de vista, seria preferível referir-se ao multiculturalismo para incluir imigrantes de origens múltiplas que habitam os estados-nação latino-americanos; populações que não estão sujeitas a políticas públicas específicas em todos os países, e aos diversos grupos culturais internos, alguns dos quais são sujeitos de políticas públicas, e reservam o pluralismo cultural para se referir aos povos indígenas, que em maior ou menor grau são súditos políticas públicas regionais e nacionais.
	2.
	A noção de "tradições inventadas" é um importante conceito para entender o trajeto de constituição dos países e nações, elaborada pelo historiador britânico Eric Hobsbawm (1998). Segundo este autor, todas as tradições são resultado do esforço e do trabalho social, algo mais ficcional do que real. A partir disso, disserte sobre o conceito de "Tradições Inventadas", relacionando essa noção com as questões identitárias de nossa época.
FONTE: HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. ( * Máximo 4000 caracteres )
Hobsbawn; Ranger, no ano de 1984 definiu tradição inventada, um conjunto de práticas de natureza simbólica, normalmente reguladas por regras ou abertamente aceitas, que visam estabelecer certos valores e comportamentos baseados na repetição, implicando automaticamente em uma continuidade em relação ao passado –
A tradição, aqui, é entendida pelos autores como um conjunto de práticas de natureza simbólica, que servem mais a justificativas ideológicas do que técnicas; neste ponto, se diferenciam de atitudes e modos de operação que se instalam como costumes, de utilidade prática, e que podem ser facilmente modificadas se o contexto demandar. Enquanto, no universo da música clássica, a tradição de realizar a afinação dos instrumentos da orquestra com base na nota Lá tocada pelo oboé serve a uma praticidade técnica (uma vez que este instrumento é o que consegue soar a nota Lá com mais precisão, próxima de sua frequência ideal de 440 Hz), a tradição de os músicos se levantarem para a entrada do maestro no palco vem de um hábito respeitoso, herdeiro provável de uma época em que os regentes eram todopoderosos e dirigiam suas orquestras com punho de ferro. Exemplos de tradições inventadas incluem a utilização de um tipo específico de chapéu e casaco vermelho pelos participantes de uma caçada e a indumentária solene, composta por toga, peruca e outros acessórios ritualísticos, adotada por juízes e magistrados em algumas culturas, segundo Hobsbawm e Ranger (2015), assim como, segundo Martino e Marques (2012), o costume social ritualizado do consumo de chá na Inglaterra, instituído em paralelo à constituição do Império Britânico como grande ator nas relações internacionais do século XIX.
A identidade – ou identificação – como conjunto de particularidades representativas associadas a um sujeito surge a partir do jogo social e de tomadas de posição, conscientes ou inconscientes, ligadas diretamente ao contexto onde se está inserido, na interação entre o ator e a sociedade. O processo de identificação segue em constante movimento, sendo formado ao longo do tempo e nunca se fechando como algo completo (HALL, 2011). Esta dinâmica, no entanto, não é naturalmente empreendida, ou determinada por algum tipo de força cósmica; não se nasce com a identidade pré-definida, como um caminho que se deve trilhar durante a vida. A formação se dá ao longo do tempo através de escolhas, considerando que a identidade ou diferença têm que ser ativamente produzidas. Elas não são criaturas do mundo natural ou de um mundo transcendental, mas do mundo cultural e social. Somos nós que as fabricamos, contexto de relações culturais e sociais. A identidade e a diferença são criações sociais e culturais (SILVA, T.T., 2014, p.76). A produção da identidade diz muito, ao mesmo tempo, tanto sobre o que se é quanto sobre o que se pretende ser. A evocação de um passado histórico atua como elemento estratégico não somente para afirmar uma identidade já plenamente adquirida, que defina quem especificamente se é, mas sim quem se pode vir a se tornar, como pode-se representar a si Ao mesmo tempo em que alça sua orquestra a uma posição de um grupo straussiano do século XXI, Rieu empreende neste processo de narrativização lançando-se como o grande representanteda tradição vienense, uma personificação viva da música clássica – em grande parte representada por um processo de estereotipagem, que se apossa de poucas caraterísticas representativas e reduzem o todo desta expressão cultural a meia dúzia de características (HALL, 2016) - sustentado por mitos resgatados diretamente do século XIX.
O poder de sedução do passado manifesta constantemente sua influência nas relações sociais e práticas do quotidiano. Seja para buscar pistas de como se comportar nos jogos sociais, seja para atuar como elemento legitimador de atitudes – ou muitas vezes de argumentos em debates e discussões acaloradas – recorrer àquilo que já foi visto ou vivenciado se configura como uma prática constante na sociedade. Quando as referências buscadas se inscrevem em um contexto reconhecido socialmente como pertencente a uma tradição, as práticas e costumes ganham em diferenciação simbólica, como resultado, em parte, da postura solene que passa a permear atitudes e discursos (remetendo a um passado misterioso de origem desconhecida), e, em parte, do orgulho e responsabilidade que vêm da noção de estar-se perpetuando algo que decorre de décadas ou séculos

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