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Fichamento: NOVAIS, Fernando Antônio. Condições da privacidade do Brasil. In NOVAIS, Fernando Antônio (org.). História da Vida Privada no Brasil.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
 
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
 
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
 
 
História Econômica Política e Social do Brasil
Profa. Dra. Cristina Campos 
Fichamento: NOVAIS, Fernando Antônio. “Condições da privacidade do Brasil”. In NOVAIS, Fernando Antônio (org.). História da Vida Provada no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1997. (p. 14-39).
Carolina Franchini Santiago RA 159643 
Análise dos mapas realizados em sala de aula no dia 16/04/15.
_______________________________________________________________
O texto de Fernando Novais fala sobre os limites do público e o privado, no período em que o Brasil ainda estava inserido no contexto da América portuguesa - período colonial. As esferas que faziam a delimitação entre o que era público e o que era privada, não eram tão explícitas como as que nós temos hoje. Pelo tamanho físico da colônia brasileira, Portugal não tinha como comandá-la por inteiro, por isso, precisou da "ajuda" de seus habitantes para colonizarem a terra que fora descoberta. Para a realização de tal atividade foi feita a distribuição de terras a partir de capitanias.
As capitanias, em teoria, eram "bons" métodos de urbanização - do ponto de vista português - já que permitia maior controle da metrópole sobre a colônia e afastava possíveis dominadores de terra. Contudo, não era deixado muito esclarecido, qual seria o papel do Estado português dentro da capitania, ou seja, o que era papel do donatário e qual seria a função do governo.
O papel de povoar a colônia foi atribuído aos donatários, já que as terras eram oferecidas pelo governo português. Contudo, apesar de as primeiras famílias estarem instaladas, a metrópole ainda mandava inúmeros contingente populacionais para dar continuidade ao aumento demográfico, sendo assim "Esta é a primeira e importantíssima característica que devemos ressaltar para iniciar a demarcação do plano demográfico, das estruturas do cotidiano da colônia: a contínua chegada de novos contingentes populacionais. A intensa mobilidade aparece, portanto, como mais geral característica da população no mundo colonial."(p.20). As pessoas se movimentavam dentro da colônia, mudavam-se e anexavam-se em novos locais, desse modo era possível notar com clareza " [...] a diversidade das populações na Colônia [...]" (p.22).
Essa diversidade foi ainda mais acentuada com o intenso tráfico de escravos para o Brasil, como consequência houve mais miscigenação de etnias e culturas de habitantes que eram provenientes de inúmeras regiões do mundo. Apesar de muitos historiadores não admitirem, os africanos também fazem parte de todo o processo de colonização que o Brasil sofreu, ou seja, o processo de imigração não se deu somente o período cafeeiro, quando o país recebeu grandes contingentes de imigrantes provenientes da Europa para trabalhar nos cafezais, mais sim, já nesse período de intensa exploração colonial para trabalhar nas lavouras de cana e, posteriormente, na exploração de ouro.
Uma outra informação que é muito interessante para se analisar, está relacionada ao pertencimento que os habitantes têm com relação à Colônia. Diferentemente do que ocorreu na América Espanhola, aqueles que estavam inseridos na América portuguesa não tinham o sentimento de pertencimento, era como se em algum momento todos voltassem para Portugal, como é apresentado na passagem "os colonos hispanos identificavam-se positivamente pelo o que eram ou acreditavam ser ("nós somos criollos"); os luso-brasileiros identificávamo-nos negativamente ("nós não somos reinóis"), pelo o que sabíamos não ser."(p.26).
O limite sobre o que era público ou provado sempre estava beirando a exploração dos colonos, tudo o que dava lucro para a metrópole deveria ser realizado por aqueles que moravam na colônia. A esfera de caracterização pública permeava sempre à favor de benfeitorias para Portugal, sem que fosse pensado no que seria melhor para a colônia, independentemente da relação que os habitantes tinham com a sua terra.

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