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GEOGRAFIA Professora: Laís Mendonça Turma: 7º ano A região Norte é bastante conhecida por dois aspectos principais: é a maior região do Brasil em termos de extensão territorial e é a que concentra a maior biodiversidade graças à existência da Floresta Amazônica. Mais da metade dessa floresta está localizada no território brasileiro. Devido à presença da floresta, é na região Norte que percebemos a grande influência que a paisagem natural possui sobre as ocupações humanas no espaço geográfico. A existência de comunidades ribeirinhas e o uso com frequência de rios para o transporte de pessoas e/ou cargas podem exemplificar essa influência. Região Norte A Amazônia é a região formada pela bacia do Rio Amazonas e recoberta pela Floresta Amazônica: a maior floresta tropical do mundo; A Floresta Amazônica abrange nove países da América do Sul e uma área de 7,5 milhões de km². A área brasileira representa 66% desse total e envolve os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e pequena parte do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Região Norte O Norte do país é a única região brasileira cortada pela Linha do Equador. Com isso, grande parte do clima dessa região é o equatorial, além de ser encontrado o clima tropical continental. O clima equatorial é presente em todos os estados, exceto em algumas áreas do Tocantins, Pará e Roraima. Bastante quente e chuvoso, esse clima permite-nos dizer que não há inverno como nas outras regiões do Brasil. Já o clima tropical continental, encontrado nos trechos em que o equatorial não alcança, tem duas características bem definidas: um inverno seco e um verão chuvoso. Contudo, há um período do ano em que ocorre o fenômeno friagem. Durante o inverno, entre maio e junho, frentes frias oriundas do Sul e do Sudeste do Brasil penetram no sudoeste da região Norte, baixando as temperaturas para até 14 ºC. Esse fenômeno costuma durar, no máximo, uma semana. Os povos indígenas foram os primeiros a ocupar a região da Amazônia; aproximadamente 56% dos índios do Brasil vivem em aldeias, ou seja, 258 mil pessoas; alguns indígenas da Amazônia ainda vivem relativamente isolados no interior da floresta; Sobre a hidrografia da região, sabemos que a principal bacia é a do Amazonas, que é a maior bacia hidrográfica do mundo. Ela está presente em todos os estados, exceto no leste do Pará e Tocantins, que são banhados pela Bacia do Rio Tocantins-Araguaia. A conquista da Amazônia O povoamento da região Norte pelo homem “Branco”, estrangeiros e brasileiros de outras partes do país começou ao final do século XIX, com a exploração do látex da seringueira para a produção da borracha; O ciclo da borracha trouxe muita riqueza à região O ciclo da borracha durou apenas algumas décadas, porém foi suficiente para atrair muito migrantes para região Norte, sobretudo nordestinos; ainda assim, durante o início do século XX, a região permaneceu praticamente isolada econômica e politicamente do restante do país. A conquista da Amazônia Somente a partir da década de 1960, o processo de povoamento da região Norte passou a ser mais intenso; Essa região tornou-se fronteira econômica do país, pois a demanda por novas áreas para o desenvolvimento agropecuário e industrial levou o governo federal a incentivar a ocupação; Para isso, o governo criou a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). Projetos de ocupação da Amazônia Construção de rodovias ligando o norte às demais regiões do Brasil; Abertura de áreas para o desenvolvimento da agropecuária; Áreas para exploração de minérios de grande porte; Criação da Zona Franca de Manaus, para desenvolver a atividade industrial. Exploração de Minérios na Amazônia A partir das décadas de 1960 e 1970, quando foram descobertas grandes jazidas de ferro, cobre, manganês e cassiterita, além de muitas jazidas auríferas; então, grandes empresas mineradoras instalaram-se na região, assim como milhares de trabalhadores, que migraram de diversos lugares do país para as áreas de garimpo; Entre os projetos para a fiscalização das fronteiras e, ao mesmo tempo, gerenciamento de questões ligadas ao extrativismo ilegal, disputa por terras e tráfico de drogas, podemos destacar os projetos Calha Norte e SIVAM. O Projeto Calha Norte foi instituído em 1985, e compreende a instalação de bases militares do Exército e Aeronáutica ao longo da calha norte dos rios Amazonas e Solimões, junto às fronteiras com a Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. O projeto SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) teve início em 1998 e foi implantado definitivamente em 2002, está fundamentado em recursos tecnológicos e sensoriamento remoto (radares e satélites). O Projeto Porto Trombetas surgiu em 1974 com a missão de acomodar os trabalhadores que construíam a estrutura para mineração na Serra do Saracá. Com o término da construção da estrutura, em 1976, e a necessidade de acomodação dos funcionários que iriam operar a extração na mina, a vila provisória se tornou permanente. Em 1999 a vila foi elevada a categoria de distrito. O distrito serve basicamente como acomodação aos trabalhadores da empresa Mineração Rio do Norte (MRN). O Projeto Carajás, oficialmente conhecido como Programa Grande Carajás é um projeto de exploração mineral, iniciado nas décadas de 1970 e 1980, nas mais ricas áreas minerais do planeta, pela Vale (antiga CVRD). Estende-se por 900 mil km², numa área que corresponde a um décimo do território brasileiro, e que é cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia, e engloba terras do sudeste do Pará, norte de Tocantins e sudoeste do Maranhão. Foi criado pela Empresa Estatal Brasileira Companhia Vale do Rio Doce, durante o governo Figueiredo O Projeto Rondon foi semeado em 11 de julho de 1967, quando uma equipe formada por 30 universitários e dois professores de universidades do antigo Estado da Guanabara, conheceram de perto a realidade amazônica no então território federal de Rondônia. O Projeto Rondon prioriza, assim, desenvolver ações que tragam benefícios permanentes para as comunidades, principalmente as relacionadas com a melhoria do bem-estar social e a capacitação da gestão pública. Busca, ainda, consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, contribuindo na sua formação acadêmica e proporcionando-lhe o conhecimento da realidade brasileira. A Indústria na Região Norte A partir da década de 1960, ocorreu um crescimento marcante na atividade industrial na região Norte, pois o governo passou a incentivar a instalação de indústrias no local; a atividade industrial foi estimulada com a criação de um distrito industrial localizado na cidade de Manaus (Amazonas), o qual recebeu o nome de Zona Franca (sem impostos); as indústrias mais importantes localizadas nessa área são as montadoras de aparelhos eletrônicos (computadores, televisores, relógios, aparelhos de som e vídeo), de motocicletas e de bicicletas. Atividades e Impactos ambientais A produção agropecuária na região Norte gera uma grande preocupação ambiental, pelo fato de abrigar a maior floresta equatorial do mundo. É bom lembrar também que o solo amazônico é pobre em nutrientes, desse modo, se retirada a cobertura vegetal a área se transforma praticamente em um deserto. A atividade pecuária também tem crescido na região Norte, modificando a paisagem de forma significativa, pois a vegetação da floresta Amazônica é substituída pela pastagem. Geralmente essa atividade rural é desenvolvida de maneira tradicional ou extensiva, os animais são criados soltos, sem receber maiores cuidados, resultando em baixa produtividade. As principais criações são de bovinos e bubalinos, desses a região possui o maior rebanho do Brasil. A principal causa do desmatamento da Amazônia é a ocupação de áreas de reserva florestal por diversas empresas estrangeiras e nacionais que são atraídaspara a região por incentivos do governo, que visa dinamizar a economia da região norte, e que, por falta de fiscalização adequada, acaba por desmatar ilegalmente grandes áreas de reserva florestal. A região é considerada uma fronteira agrícola do Brasil, nela são produzidos desde produtos tradicionais, como mandioca, milho e arroz, até de exportação, como a soja, que tem sido uma cultura bastante difundida na região e ao mesmo tempo a que mais provoca desmatamento da floresta Amazônica, sem contar que áreas cobertas por soja tendem a provocar a diminuição dos índices pluviométricos em cerca de 15%. As pastagens provocam uma redução inferior, aproximadamente 3,9%. Talvez pareça pouco, mas é preocupante, pois a expansão agropecuária ocorre de forma geométrica, se a ocupação para essa atividade continuar nesse ritmo, em pouco tempo o clima característico da região (quente e úmido) se alterará, comprometendo todo o ecossistema. A floresta amazônica vai dando lugar a pastagens e lavouras. Provocando uma série de impactos para o meio ambiente do Brasil e do mundo, dentre eles estão: a perda de biodiversidade, uma vez que várias espécies de plantas são desmatadas. Além disso, algumas espécies de plantas e animais não conseguem sobreviver nas pequenas áreas florestais que restam. empobrecimento do solo exposto, que passa a ser mais lixiviado pela água, causando erosão, já que, em razão da exposição, o solo fica mais suscetível à ação da chuva e acaba sendo transportado com mais facilidade. O fenômeno conhecido como "Terras Caídas", que costuma ocorrer no período de seca dos rios, causa transtornos em comunidades ribeirinhas no Amazonas. Ao menos quatro cidades registram o problema. A situação é mais crítica em Tonantins, onde famílias ficaram desabrigadas. A Defesa Civil afirma que realiza vistorias em localidades atingidas. O "terras caídas" ocorre quando a água atua sobre as margens dos rios, causando erosão e abrindo extensas "cavernas subterrâneas", até que uma ruptura provoque a queda do terreno, que é tragado pelas águas. (http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/10/fenomeno-terras-caidas-ameaca-comunidades-ribeirinhas-no-am.html) impactos no ciclo hidrológico da região, uma vez que as árvores exercem uma função fundamental no processo de infiltração e percolação da água no solo. https://www.ecodebate.com.br/2009/01/14/sem-chuva-da-amazonia-sp-vira-deserto-entrevista-com-antonio-nobre-pesquisador-do-inpe/ construção de barragens para usinas hidrelétricas: A usina hidrelétrica de Belo Monte já nasce com o título de quarta maior do mundo e a maior 100% brasileira (a usina de Itaipu é metade brasileira, metade paraguaia). Também ostenta o título de obra mais cara em andamento no País, com um orçamento que já supera os R$ 30 bilhões. Instalada no interior do Pará, no rio Xingu, é um empreendimento gigantesco, capaz de gerar energia suficiente para abastecer, sozinha, 40% de todas as residências brasileiras. A hidrelétrica vai comprometer o escoamento natural do rio, o que pode afetar gravemente a flora e a fauna local. A obra pode destruir igarapés que cortam cidades importantes do interior do Pará, como Altamira e Ambé. Áreas de agricultura de pequeno porte serão inundadas. Muitos produtores já perderam seu chão. Também pode comprometer o transporte fluvial em algumas áreas e isolar totalmente centenas de comunidades ribeirinhas. O alagamento permanente de áreas deverá destruir milhões de árvores e comprometer a vida de muitas espécies de peixes. O projeto pode aumentar a pressão por desapropriação de terras indígenas, protegidas por lei. Extração Mineral A Serra dos Carajás localizada no estado do Pará é a maior província mineralógica do planeta. Atingindo uma área de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados, a rica região mineral abrange o sudoeste de estado do Pará, o oeste do Maranhão e o norte do Tocantins. Para a extração dos minérios, foi montada uma infraestrutura que priorizou a exportação, com a construção da Estrada de Ferro de Carajás - EFC, que interliga extrair aos terminais marítimos, da Ponta da Madeira e Itaqui, ambos no Maranhão. A construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins, no entanto, representou o efetivo impulso para a concretização e ampliação da atividade mineradora na região da Serra de Carajás. A instalação da hidrelétrica foi essencial para o projeto, uma vez que, a mineração é um ramo que possui elevado consumo de energia elétrica. A região da Serra dos Carajás é também alvo de polêmicas envolvendo ambientalistas. Como a maior parte jazidas minerais estão localizadas em áreas cobertas por floresta, muito do que foi construído e explorado até hoje foi às custas da destruição da vegetação, solos e rios amazônicos. O desafio hoje, nesta porção do Norte brasileiro, é buscar um modelo de mineração compatível com a manutenção dos demais recursos naturais existentes na região.
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