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Trabalho e Contemporaneidade

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Prévia do material em texto

2012
Trabalho e 
ConTemporaneidade
Prof. Fabio Roberto Tavares
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Fabio Roberto Tavares
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
306.36
T231t Tavares, Fábio Roberto
 Trabalho e contemporaneidade / Fábio Roberto Tavares; Vera
 Lúcia Hoffmann Pieritz. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 195 p. : il.
 
 
 ISBN 978-85-7830-341-9
1. Trabalho; 2. Formação profissional.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
 
III
apresenTação
Caro(a) acadêmico(a)!
Iniciamos os estudos de Trabalho e Contemporaneidade. Entraremos 
no mundo intrínseco do trabalho do assistente social e seus princípios 
norteadores, sua origem e evolução, no qual estudaremos a questão do 
trabalho nos dias de hoje e a formação profissional do assistente social 
brasileiro. Portanto, esta disciplina aborda a compreensão dos significados do 
capitalismo no mundo, além de propiciar um contato com as novas relações 
advindas do mundo do trabalho e promover uma reflexão e uma discussão 
sobre o trabalho no dia a dia de cada cidadão brasileiro.
Também trabalhar-se-ão, neste Caderno de Estudos, as questões do 
mundo do trabalho do assistente social, correlacionadas com as diversas 
questões sociais brasileiras, as demandas profissionais do assistente social 
e sua formação profissional no serviço social contemporâneo. Finalizamos 
os nossos estudos com uma reflexão sobre as dinâmicas do serviço social, a 
organização social do trabalho e as relações de trabalho e o serviço social.
Na Unidade 1, você discutirá questões em torno do trabalho na 
contemporaneidade, no intuito de possibilitar um entendimento referente 
à dinâmica do capitalismo, sua evolução e seu predomínio no mundo, e 
diferenciar as novas relações de trabalho que devem convergir para a 
dignidade do ser humano, além de possibilitar ao(à) acadêmico(a) uma 
compreensão da importância do trabalho na vida das pessoas como 
realização de todo ser humano.
Na Unidade 2, você conhecerá o mundo do trabalho do assistente 
social e sua formação profissional contemporânea, promovendo a reflexão e 
a discussão sobre o significado do mundo do trabalho do assistente social e 
aprofundar os conhecimentos acerca das diversas formas de enfrentamento 
das questões sociais brasileiras, além de possibilitar, ao(à) acadêmico(a), 
a identificação das diversas demandas profissionais do assistente social 
e compreender a trajetória histórica da formação profissional no serviço 
social contemporâneo.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Na Unidade 3, você compreenderá as novas relações que se estabelecem 
nas diferentes organizações presentes na sociedade e a dinamicidade do 
serviço social para acompanhar esta evolução, além de visualizar como 
se desenvolvem, nos dias atuais, os novos movimentos e suas principais 
características e entender a abrangência da questão social como realidade que 
acompanha a evolução da sociedade.
Pronto(a) para começar a compreender o significado da ciência 
política?
Bons estudos!
Prof. Fabio Roberto Tavares
Prof.ª Vera Lúcia Hoffmann Pieritz
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE ................................................... 1
TÓPICO 1 – O CAPITALISMO NO MUNDO .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 EXPANSÃO DO CAPITALISMO SOB O PADRÃO FORDISTA-KEYNESIANO ................. 3
3 O MARXISMO E O PENSAMENTO FENOMENOLÓGICO ..................................................... 8
4 O PREDOMÍNIO CAPITALISTA NAS BASES DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .... 10
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 12
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 17
TÓPICO 2 – NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO ........................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 19
2 AS RELAÇÕES ESTADO-SOCIEDADE PÓS-GUERRA ............................................................. 19
3 TRABALHO E DIGNIDADE ............................................................................................................ 22
4 ENTENDENDO A CONTEMPORANEIDADE ............................................................................. 24
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 26
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 30
TÓPICO 3 – O TRABALHO HOJE ...................................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 31
2 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA ............................................................................................................ 32
3 O TRABALHO SOLIDÁRIO ............................................................................................................. 35
4 ECONOMIA SOLIDÁRIA ................................................................................................................. 36
LEITURA COMPLEMENTAR ..............................................................................................................44
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 49
TÓPICO 4 – O TRABALHO NO BRASIL .......................................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 51
2 ANTES DO DESCOBRIMENTO ...................................................................................................... 51
3 FAMÍLIA REAL NO BRASIL ............................................................................................................ 58
4 IMIGRANTES NO BRASIL ............................................................................................................... 62
5 TRABALHO E DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 72 
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 81
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 84
sumário
VIII
UNIDADE 2 – O TRABALHO E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO SERVIÇO SOCIAL 
CONTEMPORÂNEO ............................................................................................................................. 85
TÓPICO 1 – O MUNDO DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL ..................................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 87
2 O TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL .......................................................................................... 89
2.1 CONCEPÇÕES DE TRABALHO .................................................................................................. 89
2.2 O SERVIÇO SOCIAL É TRABALHO OU NÃO? ....................................................................... 90
2.3 OS PROCESSOS DE TRABALHO NO SERVIÇO SOCIAL ..................................................... 91
3 O SERVIÇO SOCIAL NA CONTEMPORANEIDADE ................................................................ 94
3.1 CONEXÃO DO SERVIÇO SOCIAL COM A PRÁXIS PROFISSIONAL DA 
 ATUALIDADE ................................................................................................................................. 95
3.1.1 Rompimento da visão endógena e focalista ...................................................................... 96
3.1.2 A profissão do serviço social como tipo de trabalho ........................................................ 96
3.1.3 O serviço social como produção e reprodução da vida social ........................................ 97
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 98
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 102
TÓPICO 2 – AS QUESTÕES SOCIAIS BRASILEIRAS E O SERVIÇO SOCIAL ...................... 103
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 103
2 O OBJETO DA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL ...................................... 103
2.1 A QUESTÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL ........................................................................... 107
2.2 A POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL .......................................................................................... 110
3 A QUESTÃO SOCIAL BRASILEIRA .............................................................................................. 115
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 120
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 126
TÓPICO 3 – AS DEMANDAS PROFISSIONAIS DO ASSISTENTE SOCIAL ......................... 127
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 127
2 AS DEMANDAS E RESPOSTAS DOS PROFISSIONAIS DO SERVIÇO SOCIAL .............. 127
3 AS DEMANDAS PROFISSIONAIS NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES ENTRE ESTADO 
 E SOCIEDADE ..................................................................................................................................... 132
4 AS DEMANDAS DO SERVIÇO SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS ....................... 133
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 134
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 137
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 138
TÓPICO 4 – A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO SERVIÇO SOCIAL 
 CONTEMPORÂNEO ..................................................................................................... 139
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 139
2 O ENSINO – A FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SERVIÇO SOCIAL ................................ 139
3 AS NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES ................................................................................. 144
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 146
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 151
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 152
IX
UNIDADE 3 – SERVIÇO SOCIAL E TRABALHO NO BRASIL ................................................... 153
TÓPICO 1 – A DINAMICIDADE DO SERVIÇO SOCIAL ............................................................ 155
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 155
2 O SERVIÇO SOCIAL E AS NOVAS RELAÇÕES SOCIAIS ....................................................... 155
3 O SERVIÇO SOCIAL NA DINÂMICA DA ECONOMIA E DA SOCIEDADE ...................... 158
3.1 A MULHER NO TRABALHO ....................................................................................................... 158
3.2 TRABALHO INFANTIL ................................................................................................................ 160
3.3 PRIMEIRO EMPREGO E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL .................................................. 161
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 162
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................................165
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 166
TÓPICO 2 – ORGANIZAÇÃO SOCIAL E TRABALHO ................................................................ 167
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 167
2 O INDIVÍDUO E O COLETIVO ....................................................................................................... 167
3 NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS ................................................................................................ 168
4 MOVIMENTO ESTRUTURALISTA ................................................................................................ 170
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 173
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 178
TÓPICO 3 – AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A QUESTÃO SOCIAL .................................... 179
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 179
2 DESEMPREGO E SALÁRIO ............................................................................................................. 179
3 A QUESTÃO SOCIAL ........................................................................................................................ 182
4 EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL E DO TRABALHO ADVINDAS DE SITUAÇÕES 
 EXTREMAS ........................................................................................................................................... 183
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 185
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 187
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 188
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 189
X
1
UNIDADE 1
O TRABALHO NA
CONTEMPORANEIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• entender a dinâmica do capitalismo, sua evolução e seu predomínio no 
mundo;
• diferenciar as novas relações de trabalho, que devem convergir para a dig-
nidade do ser humano;
• compreender a importância do trabalho na vida das pessoas como realiza-
ção de todo ser humano.
A Unidade 1 está dividida em quatro tópicos e você terá a oportunidade de 
fixar seus conhecimentos realizando as autoatividades disponibilizadas no 
final de cada um deles.
TÓPICO 1 – O CAPITALISMO NO MUNDO
TÓPICO 2 – NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
TÓPICO 3 – O TRABALHO NO MUNDO
TÓPICO 4 – O TRABALHO NO BRASIL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O CAPITALISMO NO MUNDO
1 INTRODUÇÃO
Seis mil anos antes de Cristo, no período neolítico, o ser humano 
desenvolveu a capacidade do polimento de pedras, de fabricar cerâmicas e, a 
partir daí, outras tantas atividades se desenvolveram para uma realidade cada 
vez mais controlada pelo homem. 
Assim, chegamos à Revolução Industrial com força total na mecanização, 
favorecendo a produção em massa, que tem sua grande expressão no conhecido 
fordismo. O contraponto do capitalismo, o socialismo, idealizado pelo marxismo e o 
pensamento fenomenológico, também serão tratados nessa unidade, evidenciando 
a predominância do capitalismo no mundo.
Estudaremos também, nessa unidade, as variantes do trabalho, que vão 
além da indústria, da prestação de serviços, seja ela pública ou privada, e o 
trabalho comunitário.
2 EXPANSÃO DO CAPITALISMO SOB O PADRÃO 
FORDISTA-KEYNESIANO
Vamos ilustrar o caminho do trabalho apenas em alguns momentos, mas não 
menos importantes, da vida do ser humano e sua ação transformadora na Terra.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
4
FONTE: Os autores
FIGURA 1 – ALGUNS MOMENTOS DO CAMINHO DO TRABALHO
.
.
Poderíamos fazer uma avaliação das consequências dessa hegemonia do 
capitalismo no mundo de hoje, porém essa realidade vai estar presente no decorrer 
de toda a Unidade.
As situações mostradas anteriormente também podem pecar pela 
superficialidade de informações, mas servem para nos conduzir até a padronização 
fordista-keynesiana, determinante na expansão do capitalismo.
NOTA
O keynesianismo surge a partir da necessidade de intervenção do estado nas 
relações de trabalho. Vejamos o conceito da teoria keynesiana e seus objetivos:
“Conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida econômica, com o objetivo de 
conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John Maynard Keynes tiveram enorme 
influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. 
Acreditava que a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma 
situação temporária, que desapareceria graças às forças do mercado. O objetivo do keynesianismo 
era manter o crescimento da demanda em paridade com o aumento da capacidade produtiva 
da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois 
isto provocaria um aumento da inflação. Na década de 1970 o keynesianismo sofreu severas 
críticas por parte de uma nova doutrina econômica: o monetarismo. Em quase todos os países 
industrializados o pleno emprego e o nível de vida crescente alcançados nos 25 anos posteriores 
à II Guerra Mundial foram seguidos pela inflação. Os keynesianos admitiram que seria difícil 
conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos 
sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Por essa razão, foram tomadas medidas 
que evitassem o crescimento dos salários e preços, mas, a partir da década de 1960, os índices de 
inflação foram acelerados de forma alarmante.
FONTE: Disponível em: <http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html>. Acesso 
em: 4 jan. 2010.
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
5
Qual a novidade que Henry Ford traz em relação ao que já estava em 
funcionamento em algumas indústrias dos Estados Unidos e na Europa no início 
do século XX? Já existia produção em massa, já existia a cadeia de montagem, já 
existia um grau de mecanização em forte expansão. A novidade que o fordismo 
apresenta é a mecanização da cadeia de montagem, com a instalação de uma 
esteira, na qual os objetos de trabalho circulavam continuamente. 
Ronaldo Dias apresenta-nos, em seu livro “Sociologia das Organizações” 
(2008), alguns objetivos que o fordismo alcançará com essa nova dinâmica da 
produção em massa. Observe:
FONTE: Dias (2008)
FIGURA 2 – OBJETIVOS DO FORDISMO
DICAS
Esse filme ilustra a realidade de trabalho dentro do sistema 
capitalista nos moldes de produção implantados por Henry Ford. 
Que tal assisti-lo?
FONTE: Disponível em: <http://www.museu.ufrgs.br/admin/
programacao/arquivos/moderntimes.jpg>. Acesso em: 4 jan. 2010.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
6
Vamos recorrer ao mesmo autor (DIAS, 2008) para entendermos a 
caracterização do processo de produção do fordismo:
FONTE: Dias (2008)
FIGURA 3 – CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO FORDISMOE o keynesianismo? Qual a contribuição desse método para o capitalismo 
quando ele – o keynesianismo – anda junto com o fordismo?
Sabemos que o keynesianismo é a teoria que resumidamente se caracteriza 
pela forte presença do Estado na economia e na dispensa de emprego. Com a 
contribuição e caracterização dessas duas teorias – fordismo e keynesianismo – o 
capitalismo vai dominar as forças produtivas até o final da década de 60, quando 
a rigidez desse modelo vai sendo substituída pela flexibilidade presente, e atuante 
de forma expressiva no Japão e nos países da Europa Ocidental, a partir do 
“aumento da demanda da produção”. A modernização dos parques industriais, 
a oferta de produtos desenvolvidos com mais competitividade e com preços mais 
baixos afetam de forma direta a demanda a nível mundial. Inglaterra e Estados 
Unidos, por excelência os representantes do modelo fodista-keynesiano, percebem 
que o Estado não tem a mesma capacidade de ser o regulador da economia, da 
oferta de empregos.
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
7
O início dos anos 70 agravou o quadro de instabilidade em decorrência 
da eclosão da Crise do Petróleo de 1973. A diminuição da oferta deste 
insumo energético fez aumentar os gastos com energia das nações 
industrializadas. Em médio prazo, ocorreu o aumento dos juros em 
âmbito financeiro internacional, o que contribuiu para o encarecimento 
dos empréstimos aos países pobres e especialmente, às nações 
emergentes ou em “via de desenvolvimento”. A economia do Brasil, a 
exemplo, neste período – final dos anos 70 – foi marcada pelo rápido e 
substancial crescimento da dívida externa e do processo inflacionário, 
bem como o início do processo recessivo, com aumento do desemprego 
e do arrocho salarial para a classe trabalhadora.
Em âmbito mundial, a segunda metade dos anos 70 marcou o início 
de um período de recessão, particularmente na economia norte-
americana. A partir daí as bases do modelo Keynesiano-Fordista foram 
questionadas.
No âmbito da produção, a crise instaurada demonstrou que o Fordismo 
era um sistema rígido, que não conseguiu dar respostas rápidas para 
superar os obstáculos que se apresentavam naquele novo contexto. No 
Japão, ao contrário, onde a produção baseava-se no modelo Toyotista, 
a produção já adotava os princípios da flexibilidade produtiva, por 
conseguinte, um sistema produtivo mais ágil e capaz de responder de 
forma mais eficiente às novas exigências de um mercado em crise e com 
profundas contradições. (VASCONCELOS; LIMA FILHO, 2009, p. 3-4).
Vimos a crise do modelo de produção fordista-keynesiano, substituído 
pelo modelo Toyotista do Japão. De que forma o fordismo e o keynesianismo 
implementarão o capitalismo neste período, que vai do início do século XX até o 
final da década de 60?
Após o desenvolvimento do 
Fordismo nos Estados Unidos, na 
primeira metade do século XX, o Japão 
se encontrou em um cenário totalmente 
desfavorável à implementação desse 
sistema de produção. O Fordismo tinha 
como característica principal a produção 
em massa, sendo necessários enormes 
investimentos e uma grande quantidade 
de mão de obra. Ora, o Japão tinha 
um pequeno mercado consumidor. 
Além disso, o país não possui uma grande quantidade de matérias-primas, 
inviabilizando, assim, o princípio fordista da produção em massa. Elaborado 
por Taiichi Ohno, o toyotismo surgiu nas fábricas da montadora de automóvel 
Toyota, após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, esse modo de produção 
só se consolidou como uma filosofia orgânica na década de 70. O toyotismo 
possuía princípios que funcionavam muito bem no cenário japonês, que 
era muito diferente do americano e do europeu. O toyotismo tinha, como 
elemento principal, a flexibilização da produção. Ao contrário do modelo 
fordista, que produzia muito e estocava essa produção, no toyotismo só se 
produzia o necessário, reduzindo ao máximo os estoques. Essa flexibilização 
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
8
tinha como objetivo a produção de um bem exatamente no momento em que 
ele fosse demandado, no chamado Just-in-Time. Dessa forma, ao trabalhar 
com pequenos lotes, pretende-se que a qualidade dos produtos seja a máxima 
possível. Essa é outra característica do modelo japonês: a Qualidade Total.
A crise do petróleo fez com que as organizações que aderiram ao 
toyotismo tivessem vantagem significativa, pois esse modelo consumia menos 
energia e matéria-prima, ao contrário do modelo fordista. Assim, através desse 
modelo de produção, as empresas toyotistas conquistaram grande espaço no 
cenário mundial.
FONTE: MUNDO EDUCAÇÃO. Toyotismo. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/
geografia/toyotismo.htm>. Acesso em: 30 nov. 2009.
Vamos destacar as características do toyotismo que o diferenciam do 
fordismo, tendo presente que aquele se desenvolve no Japão e vai sendo adotado 
por outras nações capitalistas:
•	 Mercado consumidor pequeno e reduzida matéria-prima.
•	 Produção flexível e voltada para produzir somente o necessário.
•	 Estoques reduzidos.
•	 Produção de pequenos lotes.
•	 Menor consumo de energia e de matéria-prima.
•	 Qualidade total.
Esses são os diferenciais que tornam o toyotismo o modelo ideal para o 
desenvolvimento econômico e para o novo florescimento do capitalismo, com 
roupagem nova, tornando-o ainda mais vigoroso frente ao socialismo referendado 
pelo marxismo.
3 O MARXISMO E O PENSAMENTO FENOMENOLÓGICO
A contribuição dessas duas realidades para a evolução das relações humanas 
e do trabalho são significativas no que tange à necessidade de termos referenciais 
que expõem os limites pelos quais deve caminhar a humanidade. Quando falamos 
em pensamento fenomenológico, devemos entendê-lo a partir da relação “sujeito e 
objeto”, do “eu e a coisa”, que sofrem a mediação da fenomenologia.
A fenomenologia, vista aqui como método de mediação entre o sujeito 
e objeto, pode ser compreendida a partir de três grandes linhas, em que cada 
uma delas tem seus representantes. A linha transcendental tem Husserl como 
representante, a segunda, a existencial, é defendida por Sartre e a terceira, a 
hermenêutica, traz Martin Heidegger como representante.
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
9
O pensamento marxista também se desenvolverá nesse embate entre duas 
realidades distintas, assim como o pensamento fenomenológico: indivíduo e 
sociedade, natureza e ser humano, meios de produção e distribuição etc.
A título de exemplo, pode-se tratar da questão da relação entre a 
consciência e a realidade. Esse ponto foi decisivo no contraponto entre o 
marxismo e o idealismo (fenomenologia). Para o idealismo é a consciência que 
produz a realidade. Para Marx é justamente o contrário: a realidade, ao invés 
de produto é a produtora da consciência. Com isso, o marxismo inaugura um 
método que se sustenta pela concreticidade do real a partir da ordem material 
das coisas e não pela especulação direcionada à consciência do espírito como no 
método fenomenológico.
FONTE: Disponível em: <http://www.urutagua.uem.br/011/11barra.htm>. Acesso em: 5 jan. 2010.
Nessa produção de conhecimento marxista, o clássico sujeito – conhecedor 
– e o objeto – conhecido – têm sua ordem invertida, quando a especulação é 
superada pela materialidade do objeto em si.
As palavras de Engels que veremos a seguir, na homenagem a Karl Marx 
em seu funeral, refletem a importância do pensamento marxista para o mundo do 
trabalho. Engels expõe de forma mais apaixonada do que informativa a condição 
do pensamento de Marx, mas serve para nos passar algumas informações do 
pensamento de Marx.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Karl_
Marx_001.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2009.
FIGURA 4 – KARL MARX
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
10
4 O PREDOMÍNIO CAPITALISTA NAS BASES DE ORGANIZAÇÃO 
DO TRABALHOPodemos imaginar que com o fim do modelo fordista, o capitalismo teria 
assinado seu atestado de óbito. Não! A sisudez, a rigidez do modelo, é substituída 
pelo modelo Toyotista, mais flexível e mais sensível às mudanças econômicas, às 
crises, em especial do petróleo, recessões, enfim, a necessidade de respostas mais 
eficientes vão se traduzir em:
● novos setores de produção;
● novos mercados;
● nova disposição dos sistemas financeiros.
Não podemos deixar de fora a tecnologia e a capacidade organizacional que 
contribuirão fortemente para que o capitalismo seja predominante nas novas bases 
de organização do trabalho. Nesse predomínio capitalista, o Estado tem participação 
mínima, com forte crítica a todos os sistemas que, de uma forma ou de outra, querem 
estabelecer a proteção social. O próprio mercado estabelece prerrogativas que 
subordinam tudo a sua volta: o mínimo de Estado e o máximo de liberdade econômica.
Assim discorre Engels no seu panegírico fúnebre:
Marx era, antes de tudo, um revolucionário. Sua verdadeira missão na 
vida era contribuir, de um modo ou de outro, para a derrubada da sociedade 
capitalista e das instituições estatais por esta suscitadas, contribuir para a 
libertação do proletariado moderno, que ele foi o primeiro a tornar consciente de 
sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. 
A luta era seu elemento. E ele lutou com uma tenacidade e um sucesso com 
quem poucos puderam rivalizar. [...] Como consequência, Marx foi o homem 
mais odiado e mais caluniado de seu tempo. Governos, tanto absolutistas como 
republicanos, deportaram-no de seus territórios. Burgueses, quer conservadores 
ou ultrademocráticos, porfiavam entre si ao lançar difamações contra ele. 
Tudo isso ele punha de lado, como se fossem teias de aranha, não tomando 
conhecimento, só respondendo quando necessidade extrema o compelia a tal. E 
morreu amado, reverenciado e pranteado por milhões de colegas trabalhadores 
revolucionários – das minas da Sibéria até a Califórnia, de todas as partes da 
Europa e da América – e atrevo-me a dizer que, embora, muito embora, possa 
ter tido muitos adversários, não teve nenhum inimigo pessoal. 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx>. Acesso em: 15 nov. 2009.
Nos dias atuais não podemos afirmar que o socialismo tenha sido 
exterminado. Em algumas nações ele ainda vigora com maior ou menor intensidade, 
mas nem de longe se supõe que ele ainda possa ameaçar ou suplantar a hegemonia 
do sistema capitalista.
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
11
Sabemos, hoje, com raras exceções, que a grande maioria dos países vive com 
sua economia nos moldes do capitalismo. Se ele é selvagem, domesticado, não vem ao 
caso. O que presenciamos é que esse sistema não consegue minimizar as desigualdades 
sociais e o suprimento das necessidades básicas de uma população, pelo contrário, 
torna mais evidente a concentração de renda, de riqueza e das oportunidades.
Se tivemos o fordismo keynesiano, o toyotismo, temos e tivemos também 
a capacidade de reestruturação produtiva, com novos produtos que buscam 
responder aos diferentes segmentos do mercado, a multifuncionalidade e a 
flexibilidade dos trabalhadores que não só fazem, mas sabem fazer. São tendências 
da pós-modernidade, quando o Estado vai se retirando do mercado – a não ser, 
é claro, no momento excepcional da crise de 2008, que foi marcada pela bolha 
imobiliária nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo – dando lugar ao que 
chamamos de livre mercado. 
Para encerrar este Tópico, e nos encaminharmos para o Tópico 2, que tratará 
das relações de trabalho, apresentamos as tendências que caracterizam esse novo 
modelo de mercado – livre mercado em seis realidades, desenvolvidas por Celso 
Antonio Pinheiro de Castro, em seu livro Sociologia Aplicada à Administração.
1 Reestruturação produtiva e novas relações do trabalho no capitalismo 
contemporâneo. O desemprego tornou-se estrutural e surgiram outros 
fenômenos, como: fragmentação da produção em massa e preço baixo de 
produtos de multinacionais que exploram a mão de obra barata e países 
periféricos. Aliada a inovações tecnológicas e estruturais, temos a flexibilidade 
nos contratos de trabalho. Para fugir ao desemprego, os trabalhadores sujeitam-
se a imposições ou se dirigem para o mercado informal. Desqualificação e 
requalificação no âmbito do trabalho.
2 Tendências no mundo do trabalho: heterogeneização, fragmentação e 
complexificação. Granjeou foros de instituição o processo de terceirização. 
É menos oneroso para as organizações celebrar contrato com uma empresa 
alocadora de mão de obra do que contratar um contingente de trabalhadores, 
enfrentando o acúmulo de tributos atinentes à legislação trabalhista, 
encargos sociais e previdenciários, sem contar as reivindicações trabalhistas. 
O governo, por sua vez, no Brasil, recupera como paródia a tradução máxima 
liberal lassez faire, laissez passer para: deixa como está, para ver como é que fica. 
As reformas, atingindo o arcabouço jurídico, converteram-se em “legislação 
de circunstância” ao sabor dos grupos que detêm o poder.
3 Nova divisão internacional do trabalho e nova questão social. Aumento da 
concorrência do mercado internacional e mobilidade de capital financeiro e 
produtivo (macroeconomia).
4 Administração das mudanças. Embora soe repetitivo, hoje é necessário 
levar em conta as mudanças imprevistas, ou pelo menos, descontínuas, 
decorrentes da globalização, aliadas à desregulamentação e de profundas e 
sucessivas transformações tecnológicas. Do administrador exige-se uma visão 
prospectiva para não ser presa, do que Mario Henrique Simonsen denominava 
“acidentalidades” e ter as melhores opções para enfrentar as mudanças.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
12
5 Desintegração da classe média que se amalgamou às classes mais baixas, 
distanciando-se das classes altas, com a consequente quebra do nível de aspiração.
6 Os sindicatos perdem a força de que gozavam anteriormente. As negociações 
tornam-se setorizadas na dimensão intraempresa. Com o desemprego 
estrutural, as reivindicações que poderiam atingir o movimento de paralisação 
(greve), hoje, tornam-se arriscadas por levar à demissão, sem a possibilidade 
de o excluído do mercado de trabalho a ele retornar. 
FONTE: CASTRO, Celso Antonio Pinheiro de. Sociologia aplicada à administração. São Paulo: 
Atlas, 2008. p. 211.
Podemos perceber que o próprio capitalismo precisa evoluir, ou, visto de outra 
forma, é-lhe cobrado novas respostas. As crises, principalmente as desses últimos 
anos, mostraram que o livre mercado,– quando o Estado não intervém na economia, – 
não sobreviveria sem o socorro do Estado. Esse livre mercado também evoluiu para o 
também conhecido neoliberalismo, que trouxe consigo algumas propostas: 
•	 reformas administrativas;
•	 reformas previdenciárias;
•	 ajustes fiscais;
•	 redução do Estado na economia e corte nos gastos sociais;
•	 liberação de: mercado financeiro, bens e serviços;
•	 diminuição do poderio dos sindicatos.
 
Somos testemunhas das rachaduras desse neoliberalismo, com o carro-
chefe bancário-financeiro, fazendo escolhas erradas nos empréstimos e no capital 
especulativo que se mostrava superior ao capital produtivo. Qual foi a consequência 
disso? Intervenção forte do Estado que, numa análise mais acurada, nunca deixou 
de intervir, mas nos momentos de crise se mostrou forte, vigoroso e presente.
CAPITALISMO E SOCIALISMO
1. AS RELAÇÕES DE TRABALHO NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA: 
A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO – A IDADE MODERNA, DE 1453 A 1789, E 
A FORMAÇÃO DO CAPITALISMO COMERCIAL 
No século XV, o comércio já era a principal atividade econômica da Europa. 
Os comerciantes, ou a classe burguesa, já tinham acumulado grandes capitais, 
realizando o comércio com a África e a Ásia, atravésdo mar Mediterrâneo. O 
capital torna-se a principal fonte de riqueza, substituindo a terra, do período 
feudal. De que forma o capital podia ser acumulado ou obtido?
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
13
•	 Por meio da ampliação cada vez maior do comércio.
•	 Por meio da exploração do ouro e da prata.
A expansão do comércio gerou a necessidade de se aumentar a produção, 
principalmente o artesanal. Os artesãos mais ricos começaram a comprar as 
oficinas dos artesãos mais pobres. Esses se transformaram, então, em trabalhadores 
assalariados, e o número de empregados nas oficinas foi aumentando. 
A fase de acumulação do capital por meio do lucro obtido com o comércio 
e, ainda, por meio da exploração do trabalho do homem, seja o assalariado ou o 
escravo, recebe o nome de capitalismo comercial. Nessa fase do capitalismo, nos 
séculos XV e XVI, ocorreu a expansão marítimo-comercial. A expansão marítima 
europeia fez ressurgir o colonialismo. 
2. A IDADE CONTEMPORÂNEA, DE 1789 ATÉ OS DIAS ATUAIS: A 
FORMAÇÃO DO CAPITALISMO EM SUA FORMA MODERNA – O 
CAPITALISMO INDUSTRIAL – E AS RELAÇÕES DE TRABALHO 
Até o século XVIII, o comércio era a principal atividade econômica da Europa, 
proporcionando grandes lucros à burguesia comercial. Nessa época começaram a 
surgir novas técnicas de produção de mercadorias. Como exemplo, podemos citar 
a invenção da máquina a vapor, do tear mecânico e, consequentemente, dos lucros 
da burguesia. Surge, desse modo, um novo grupo econômico, muito mais forte 
que a burguesia comercial. Cabia à burguesia industrial a maior parte dos lucros, 
enquanto a grande maioria dos homens continuava pobre, uns continuaram 
trabalhando a terra arrendada, outros se tornaram operários assalariados. Essa 
situação histórica é conhecida como Revolução Industrial. 
O primeiro país a realizar a Revolução Industrial foi a Inglaterra, em 1750. 
Posteriormente, já no século XIX, outros países realizaram a Revolução Industrial: 
França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia, Estados Unidos e Japão. 
O capitalismo industrial, firmando-se como novo modo de vida, fez com que 
o trabalho assalariado se tornasse generalizado. O homem passou, assim, a comprar 
o trabalho de outro homem por meio do salário. A Revolução Industrial tornou mais 
intensa a competição entre os países industriais, para obter matérias-primas, produzir 
e vender seus produtos no mundo, fazendo surgir um novo colonialismo no século 
XIX – o imperialismo. As potências industriais europeias invadiram e ocuparam 
grandes áreas dos continentes africano e asiático. Fundaram colônias e exploraram 
as populações nativas, pagando baixos salários pelo seu trabalho. Além de fornecer 
matérias-primas para as indústrias europeias, as colônias eram também grandes 
mercados consumidores de produtos industrializados. Os países americanos, apesar 
de independentes de suas metrópoles europeias – Portugal, Espanha e Inglaterra –, 
não escaparam dessa dominação colonial, principalmente da Inglaterra. 
Os países latino-americanos, inclusive o Brasil, continuaram como simples 
vendedores de matérias-primas e alimentos para as indústrias europeias e como 
compradores dos produtos industrializados europeus. 
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
14
A Revolução Industrial levou a um aumento da produção, dos lucros e, 
também, da exploração do trabalho humano. O trabalhador foi submetido a longas 
jornadas de trabalho, 14 horas ou mais, recebendo baixos salários. Não eram 
somente adultos que se transformavam em operários: crianças de apenas seis anos 
empregavam-se nas fábricas, executando tarefas por um salário menor que o do 
adulto. Essa situação levou os trabalhadores a se revoltarem. Inicialmente eram 
revoltas isoladas, mas, depois, os operários se organizaram em sindicatos, para 
lutar por seus interesses. E os trabalhadores descobriram uma arma para lutar 
contra a exploração de sua força de trabalho – a greve. 
A atual fase do capitalismo recebe o nome de capitalismo financeiro. A 
atividade bancária, ou seja, empréstimos de dinheiro a juros, predomina. Todas 
as outras atividades dependem dos empréstimos bancários. A moeda tornou-se a 
principal “mercadoria” do sistema. 
3. AS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA CAPITALISTA 
Esse sistema se caracteriza, em linhas gerais: 
•	 pela propriedade privada ou particular dos meios de produção; 
•	 pelo trabalho assalariado; 
•	 pelo predomínio da livre iniciativa sobre a planificação estatal.
A interferência do Estado nos negócios é pequena. Diante do que foi 
exposto, percebe-se que a sociedade capitalista divide-se em duas classes sociais: 
a que possui os meios de produção, denominada burguesia; a que possui apenas a 
sua força de trabalho, denominada proletariado.
A preocupação com as injustiças sociais já existia desde a Antiguidade. 
Desde a Antiguidade algumas pessoas, preocupadas com a vida em sociedade, 
pensavam em modificar a organização social e assim melhorar as relações entre 
os homens. Na Idade Moderna também houve essa preocupação. Um inglês de 
nome Thomas More escreveu um livro chamado Utopia, no qual mostrou como 
imaginava a sociedade de uma forma menos injusta. 
Entretanto, com as grandes desigualdades sociais criadas pela Revolução 
Industrial, as ideias de reformar a sociedade ganharam mais força. Foi assim que 
surgiram pensadores como Saint-Simon, Charles Fourier, Pierre Proudhon, Karl Marx, 
Friedrich Engels e outros. Esses pensadores ficaram conhecidos como socialistas. 
Essas ideias socialistas espalharam-se pela Europa e depois por todo 
mundo; e não ficaram somente na teoria. É o caso da Revolução Socialista de 1917, 
na Rússia, onde a população colocou em prática as ideias socialistas. 
TÓPICO 1 | O CAPITALISMO NO MUNDO
15
4. AS CARACTERÍSTICAS DO SOCIALISMO E A SUA PROPAGAÇÃO PELO 
MUNDO 
Até 1917 a Rússia era um país feudal e capitalista. O povo não participava 
da vida política e vivia em condições miseráveis. Essa situação fez com que a 
população, apoiada nas ideias socialistas, principalmente nas de Marx, derrubasse 
o governo do czar Nicolau II e organizasse uma nova sociedade oposta à capitalista 
– a socialista. A Rússia foi o primeiro país a se tornar socialista e, posteriormente, 
passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). 
Em linhas gerais, podemos caracterizar o socialismo como um sistema no qual: 
•	 não existe propriedade privada ou particular dos meios de produção; 
•	 a economia é controlada pelo Estado, com o objetivo de promover uma 
distribuição justa da riqueza entre todas as pessoas da sociedade; 
•	 o trabalho é pago segundo a quantidade e qualidade do mesmo. 
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), outros países se tornaram 
socialistas, como, por exemplo, a Iugoslávia, a Polônia, a China, o Vietnã, a Coreia 
do Norte e Cuba. Entretanto, esse novo sistema, colocado em prática nesses países, 
principalmente na União Soviética, apresenta vários problemas: 
•	 falta de participação do povo nas decisões governamentais; 
•	 falta de liberdade, de pensamento e expressão; 
•	 formação de um grupo político altamente privilegiado. 
A teoria econômica elaborada por Karl Marx, Friedrich Engels e outros 
pensadores foi interpretada de várias formas, dando origem a diferenças entre os 
socialismos implantados.
FONTE: Disponível em: <http://netopedia.tripod.com/historia/socxcap.htm>. Acesso em: 28 nov. 2009.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico vimos:
•	 As fases pelas quais o capitalismo foi evoluindo, a partir da Revolução Industrial 
até os dias atuais.
•	 As características de como se desenvolveu o fordismo, o keynesianismo e sua 
união dentro do sistema capitalista.
•	 A importância do marxismo dentro do socialismo, como ideologia marcadamente 
comunista nas relações de trabalho.
•	 As adaptações docapitalismo para as necessidades surgidas a partir do 
desenvolvimento econômico, de modo especial o toyotismo e o neoliberalismo.
17
1 Apresente as características do socialismo a partir de sua dinâmica 
sistemática. 
2 Quais são as propostas que vêm junto com a evolução do mercado, o 
conhecido neoliberalismo? 
3 Quais são os diferenciais do toyotismo, que vão dar novo fôlego ao 
capitalismo?
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Temos noção de que o trabalho é a chave de toda questão social, quando 
usamos o caminho que leva para o bem do homem? Vários estudos nessa área 
apontam para essa realidade: o trabalho é a “chave primordial” que se abre para o 
bem do homem. 
Nesse tópico queremos discutir sobre as relações do Estado com a sociedade 
após a Segunda Guerra Mundial e, também, sobre a dignidade que advém da 
realização do trabalho, como valor, necessidade e realização do ser humano.
2 AS RELAÇÕES ESTADO-SOCIEDADE PÓS-GUERRA
Quando queremos dar um passo adiante no conhecimento sobre a 
questão social, devemos ter presente que essa realidade não pode se resumir 
em desigualdades, em injustiças entre classes, pois vai além da questão social, 
chegando até a dimensão mundial, na qual se desenvolvem, realmente, as relações, 
sejam elas humanas ou institucionais. 
Com efeito, se em tempos passados se punha em relevo no centro de 
tal questão, sobretudo o problema da classe, em época mais recente, 
é posto em primeiro plano o problema do mundo. Por isso, deve ser 
tomado em consideração não apenas o âmbito da classe, mas o âmbito 
mundial das desigualdades e das injustiças; e, como consequência, não 
apenas a dimensão da classe, mas sim a dimensão mundial das tarefas a 
assumir na caminhada que há de levar à realização da justiça no mundo 
contemporâneo”. (PAULO II, 2004, p. 8).
 
As relações entre as instituições, sejam elas econômicas, sociais e, é claro, 
políticas, sempre sofrem influência do Estado, seja para gerenciar, seja para 
interferir, seja para opinar, seja para intermediar. A partir do pós-guerra, várias 
transformações vão ocorrendo, em resposta aos efeitos das guerras. Os Estados 
assumem, então, a responsabilidade de tornar possível o desenvolvimento, 
transcorrendo, daí, novas relações entre o Estado e a sociedade.
 
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
20
Podemos trazer como exemplo o petróleo como recurso essencial para o 
desenvolvimento das economias. Vários acontecimentos se desenvolvem a partir 
do petróleo, seja em benefício das economias de determinadas nações, seja em 
prejuízo das mesmas. Podemos nos perguntar como se visualiza, nessa questão, a 
presença ou não do Estado, visto que o petróleo é um produto fundamental para 
todas as economias mundiais. 
Vamos verificar essa realidade na ilustração a seguir, que mostra um 
pequeno histórico do preço do petróleo e os vários eventos que se sucedem por 
influência do petróleo e dos Estados.
FONTE: Disponível em: <http://netopedia.tripod.com/historia/socxcap.htm>. Acesso em: 4 jan. 
2010.
FIGURA 5 – PREÇO DO PETRÓLEO
UNI
Caro(a) acadêmico(a), você pode fazer esse mesmo exercício, recordando alguma 
realidade que teve ou tem importância de influenciar ou até de estabelecer novas relações na 
sociedade, seja ou não com a presença do Estado.
TÓPICO 2 | NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
21
O mundo está em contínua transformação. O mundo não permite que seja 
diminuído quando discutimos a sobrevivência do ser humano na Terra. Classes 
sociais, Estado, sociedade, tudo deve convergir para que esse mundo seja um 
habitat digno a todos.
Vimos anteriormente que o modelo keynesiano estabelecia a participação 
ativa do Estado na criação de empregos, na regulação do mercado. As crises 
recessivas e outras tantas crises, principalmente do petróleo, expressam muito 
bem a necessidade de novas relações entre o Estado e a sociedade, no que tange à 
questão do mercado e do trabalho. O novo modelo de flexibilização da produção 
na economia traz consigo novas relações entre Estado e sociedade, que trazem 
consigo a justeza entre liberdade civil e liberdade política e a participação mínima 
do Estado na economia. 
O ajuste neoliberal da crise preconiza a defesa do mercado livre, como 
pressuposto da liberdade civil e política; a desregulamentação da economia e 
administração; a configuração do estado mínimo, subordinados às prerrogativas 
do mercado; e, finalmente, oposição e crítica aos sistemas de proteção social [...] 
O neoliberalismo tem seus princípios expressos na economia de mercado, na 
regulação estatal mínima e na formação de uma cultura que deriva liberdade 
política da liberdade econômica.
FONTE: Disponível em: <http:/http//www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/
quarta_tema3/quartaTema2Artigo4.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2010.
FONTE: Disponível em: <http://www.logdemsn.com/wp-content/
uploads/2008/03/leonardo-davinci.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2010.
FIGURA 6 – HOMEM VITRUVIANO
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
22
Queremos acreditar que as novas relações entre Estado e sociedade, 
advindas das transformações do mercado, sejam realmente fundadas na urgência 
de recolocar o ser humano como centro de todo o processo de produção, como 
sujeito do trabalho e não como mero objeto ou apenas um detalhe.
3 TRABALHO E DIGNIDADE
Reafirmamos o que de antemão já sabemos e constatamos cotidianamente 
na nossa vida: o trabalho é um forte indicativo da capacidade humana de criar, de 
inovar, de transformar a natureza, mas o ser humano não pode se contentar somente 
com essa adaptação da natureza e das coisas para suprir suas necessidades. O ser 
humano tem que se sentir realizado, sentir-se satisfeito por realizar tal prodígio, 
sentir-se mais humano.
 
No primeiro capítulo do livro de Gênesis, no versículo 28, encontramos 
o ordenamento de Deus para que o homem frutifique e se multiplique na terra, 
dominando todas as criaturas, enfim, todo o universo.
 
Vamos ilustrar essa condição, para visualizarmos a importância de 
compreender o ser humano como agente de transformação e como principal 
beneficiário dessa condição. Observe:
FONTE: Os autores
FIGURA 7 – O SER HUMANO COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO
Podemos observar que o texto bíblico deixa claro, através de expressões, o 
quanto Deus deposita confiança no ser humano quando lhe dá a responsabilidade 
sobre a “gerência” da criação.
TÓPICO 2 | NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
23
Nossos consultórios estão cheios de pessoas angustiadas com seus 
trabalhos, suas escolhas profissionais. Adoecidas pelo trabalho. 
Retrofletindo, introjetando. Lutando com o controle de dentro e o 
controle de fora. Hipnotizadas pelo espetáculo do qual fazem parte.
O trabalho é constituinte do sujeito. Tomar consciência de si, de 
suas necessidades, de sua vocação e de suas escolhas pode acordar o 
indivíduo desse sono e o implicar com seu desejo e sua vocação reais, o 
que pode permitir a ele trilhar um encontro mais verdadeiro e prazeroso 
com o trabalho, revestindo-o de significado e sentido. Contato, enquanto 
relação eu-trabalho-mundo.
“Trabalhar é impor à natureza nossa face. O mundo fica mais 
parecido conosco e, portando nossa subjetividade ali, fora de nós, nos 
representando” (CODO; SAMPAIO; HITOMI, 1992, p. 190). 
Devemos acreditar que a dignidade do trabalho só é possível quando se 
firma na dignidade do trabalhador. E essa realidade se traduz em:
•	 salário justo;
•	 participação nos lucros;
•	 formação de associações;
•	 direitos e deveres cumpridos tanto para empregado, quanto para o empregador;
•	 ambiente de trabalho digno, que propicie o bem-estar de todos.
FONTE: Disponível em: <http://opovo.uol.com.br/opovo/
empregospopulares/img/763478_not_fot.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2010.FIGURA 8 – AMBIENTE DE TRABALHO
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
24
Podíamos continuar essa lista, mas devemos acreditar que dignidade e 
trabalho devem ser uma realidade do cotidiano, que passa pelo próprio ambiente 
de trabalho, pelas nossas vidas e pelo mundo em que vivemos.
E é esse o mundo em que vivemos que tem suas peculiaridades muito 
próprias e características muito marcantes deste tempo. Que tempo é esse? É a 
contemporaneidade. É o que veremos no próximo ponto.
4 ENTENDENDO A CONTEMPORANEIDADE
Vamos apresentar nosso entendimento por contemporaneidade que é 
compartilhado por muitos estudiosos da história. Primeiramente vejamos seu 
conceito para depois ver algumas características que marcam o período em que 
estamos vivendo.
A professora Daisy Pecininni, livre-docente da Escola de Artes da USP, 
apresenta o seguinte conceito para contemporaneidade:
A contemporaneidade diz respeito aos tempos recentes, dos últimos vinte 
anos, e pode-se considerar a marca desta época o fenômeno da globalização 
ou da mundialização. Definida basicamente como estabelecimento 
de uma rede de informações a distância e de fluxo contínuo, tem como 
suporte a tecnologia avançada da informação, a informática, que organiza 
a vida econômica, política e social, segundo uma ordem mundial. As 
comunicações ultrapassam quaisquer limites ou barreiras nacionais dos 
Estados, estabelecendo, apoiadas na alta tecnologia, um fluxo rápido e em 
modo contínuo de dados – sons, imagens e textos cruzando o planeta, sem 
controle e sem limites, abertos. Definida como a terceira a onda industrial, 
a informatização, ou revolução eletrônica, propiciou esse grande salto das 
comunicações, vencendo as distâncias, acelerando o tempo da história e da 
veiculação, de notícias e dados, potencializando e mantendo a memória, 
da otimização de estocagem destes, expandindo possibilidades no futuro, 
a partir de pressupostos ou probabilidades. 
FONTE: Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/
seculoxx/modulo7/contemp/index.html>. Acesso em: 13 fev. 2012.
Quando ouvimos aquela máxima em propagandas “imagem é tudo”, 
constatamos a alta rotatividade de tudo que vemos, tanto nos meios de comunicação, 
quanto na realidade próxima, que nos cerca. Um exemplo muito evidente é a 
moda. As roupas estão em constante transformação, em mudança. O que estava na 
moda na semana passada já foi substituído por outro estilo, outra referência, outra 
cor, outra modelagem. Somente essa realidade do que vestir nos apresenta muitos 
questionamentos que nos deixam inseguros quanto ao que vestir, quanto ao que 
os outros vão falar, o que vamos sentir com determinada roupa, vale a pena seguir 
o conselho dos outros, dos amigos antenados, dos editoriais de moda, das revistas, 
ou vamos aceitar a roupa adequada como aquela que nos faz sentir bem.
TÓPICO 2 | NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
25
FIGURA 9 – A MODA
FONTE: Disponível em: <http://simplesmenteelegante.com/2010/11/cores-imagens-e-
movimentos-de-moda/>. Acesso em: 13 fev. 2012.
A imagem anterior nos reporta a essas dúvidas atuais: a partir da moda, 
que caminhos tomar quando tantos caminhos se apresentam e se temos que, no 
fim das contas, fazer uma escolha por vez? Isso é a contemporaneidade.
A globalização trouxe consigo a possibilidade da igualdade, da equidade, 
do acesso a tantas coisas que em décadas anteriores não se visualizavam. A 
informação é uma dessas características marcantes da contemporaneidade, com 
desenvolvimento acentuado a partir da década de 90 do século passado. Não se 
trata só de informação, mas da sua facilidade de transitar por todo o mundo com 
extrema velocidade. Não vamos questionar a veracidade e a qualidade dessas 
informações, vamos ficar somente na sua capacidade de difusão, de tornar algo 
conhecido em segundos no mundo todo. Algo do cotidiano, simples, paroquial 
passa a ter importância mundial, porém, em segundos, volta à sua, digamos, 
insignificância. Os 15 minutos de fama para todo ser vivente, apregoados por 
Andy Warrol no século passado, viraram 15 segundos que podem ser eternos.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
26
A década de 90 vem ampliar ou confirmar o processo de globalização 
mediante o desenvolvimento tecnológico da informática nas comunicações. 
O marco neste período final do século e do milênio é a instauração da 
internet, essa plataforma do mundo virtual, onde sem limites imagens 
e textos, dígitos, todo o imaginário possível se altera, se reparte e se 
repete, em trânsito contínuo.O volume de imagens deste mundo virtual 
é infinitamente maior que o do mundo real, romperam-se as barreiras 
de tempo e espaço, os limites históricos das leis e da moral, das línguas, 
das religiões e mitos. A internet assume um poder de ser uma verdadeira 
extensão do viver cotidiano atual. Por outro lado, possibilita a sedução 
da liberdade, de um espaço ilimitado de comunicação e de expressão do 
indivíduo. Consequentemente, Z. Bauman afirma que o valor supremo da 
pós-modernidade é a vontade de liberdade. No campo da arte, jamais o 
artista teve tanta liberdade de criação, e experimentação; sem limites ou 
ideologias, o artista é demiurgo e taumaturgo no seu universo de criação, 
observa-se o desenvolvimento da Arte e Tecnologia, em que se operam os 
meios da alta tecnologia, em cruzamentos e intermediações com outros 
meios, o poliglotismo de meios e linguagens configuram hibridismos, 
conjugando fragmentos de diferentes naturezas – semânticas, técnicas e 
tecnológicas.
FONTE: Disponível em: <http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/
seculoxx/modulo7/contemp/index.html>. Acesso em: 13 fev. 2012.
É neste mundo que estamos inseridos e é este mundo que nos oferece tantas 
ferramentas para o pleno desenvolvimento de diferentes atividades, obras, coisas, 
objetos, relações etc.
O Serviço Social na contemporaneidade se faz cada vez mais presente 
em instituições, às vezes por obrigatoriedade de lei, às vezes por incremento das 
relações no trabalho, mas sempre para melhorar no respeito e na dignidade de 
cada pessoa envolvida nas relações entre empregado, empregador, colaborador.
LEITURA COMPLEMENTAR
O CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, 
político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das 
gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer 
suas próprias necessidades. Essa concepção começa a se formar e difundir junto com 
o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que 
esse é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente 
perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente 
injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos 
seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e 
aos das demais espécies. O conceito de sustentabilidade comporta sete aspectos 
principais, a saber:
TÓPICO 2 | NOVAS RELAÇÕES DE TRABALHO
27
•	 Sustentabilidade Social - melhoria da qualidade de vida da população, 
equidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com 
participação e organização popular.
•	 Sustentabilidade Econômica - públicos e privados, regularização do fluxo 
desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo, 
equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e tecnologia.
•	 Sustentabilidade Ecológica - o uso dos recursos naturais deve minimizar danos 
aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, 
reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior 
eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental.
•	 Sustentabilidade Cultural - respeito aosdiferentes valores entre os povos e 
incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais. 
•	 Sustentabilidade Espacial - equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de 
migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agrícolas mais 
inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das 
florestas e industrialização descentralizada. 
•	 Sustentabilidade Política - no caso do Brasil, a evolução da democracia 
representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção 
de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e 
descentralização da gestão de recursos. 
•	 Sustentabilidade Ambiental - conservação geográfica, equilíbrio de 
ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos 
humanos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de 
processos complexos. 
Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, 
político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das 
gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer 
suas próprias necessidades. Essa concepção começa a se formar e difundir junto com 
o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que 
esse é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente 
perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente 
injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos 
seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e 
aos das demais espécies.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
28
O grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem 
dúvida, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), na qual se aprovaram 
uma série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de 
ação mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, 
em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária. A Agenda 21 apresenta como um 
dos principais fundamentos da sustentabilidade o fortalecimento da democracia 
e da cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de 
desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia 
e satisfação de necessidades. O processo iniciado no Rio em 92 reforça que, antes 
de se reduzir a questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar 
alianças entre os diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das 
transformações necessárias.
FONTE: Disponível em: <http://www.catalisa.org.br/site/index.php?option=com_
content&view=article&id=30&Itemid=59>. Acesso em: 28 nov. 2009.
29
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico vimos que:
•	 Novas relações do Estado com a sociedade surgiram após a Segunda Guerra 
Mundial e influenciaram de forma direta as relações estabelecidas no trabalho.
•	 O ser humano deve ser agente de transformação, não só de sua própria vida, 
mas de todas as realidades a que está condicionado, porque ele é o principal 
beneficiário dessa condição.
•	 A dignidade do trabalho só é possível quando se firma na dignidade do 
trabalhador, que busca sua realização e o seu desenvolvimento em seu próprio 
trabalho.
•	 “A contemporaneidade diz respeito aos tempos recentes, dos últimos vinte 
anos, e pode-se considerar a marca desta época o fenômeno da globalização ou 
da mundialização”.
30
1 Complete corretamente as lacunas da frase:
Classes sociais, Estado, ____________________, tudo deve convergir para que 
esse mundo seja o habitat ___________________ a todos.
2 Que itens podemos elencar para traduzir a dignidade do trabalhador fundada 
na dignidade do trabalho?
3 Qual a definição para desenvolvimento sustentável?
AUTOATIVIDADE
31
TÓPICO 3
O TRABALHO HOJE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Bolha imobiliária, crise das bolsas, moratórias na Argentina, em Dubai. O que 
fazer com todas essas situações econômicas influindo em nossas vidas? Ou será que 
elas não chegam até nós? A globalização tem seus prós e, como nesses casos, contras.
O Brasil sempre foi um forte exportador de alimentos. Regiões como o Nordeste, 
atualmente, estão exportando alimentos para europeus, para o Oriente Médio, o 
Japão e os Estados Unidos, de forma mais sistemática do que tempos atrás. Regiões 
tradicionais na exportação de alimentos, como o Centro-Oeste, estão modernizando 
cada vez mais a sua produção, desde a semente, o plantio, a colheita, a logística, para 
embutir mais valor aos seus produtos quando chegam no mercado externo.
Todo país quer um desenvolvimento que abranja todas suas regiões de 
forma igualitária e sustentável. Identificar o potencial da região e trabalhar 
para o seu desenvolvimento. É a distribuição do desenvolvimento para chegar 
à distribuição de renda. É o caminho mais justo e sustentado. Quando isso não 
acontece, surgem as desigualdades regionais. Ninguém quer isso. Porém, existe. 
Tanto o setor privado quanto o público precisam buscar soluções para essa condição 
presente, hoje, principalmente, nos países pobres e em desenvolvimento.
Outra realidade muito conhecida é a do trabalho solidário, que estabelece 
um diferencial tanto na sua forma quanto no resultado do seu produto.
Tudo isso é o que veremos neste tópico.
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
32
2 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Iniciaremos esse item trazendo alguns conceitos que estão perceptivelmente 
próximos do termo distribuição de renda, que envolvem três realidades distintas, 
mas que se complementam:
FONTE: Os autores
FIGURA 10 – CONCEITOS PRÓXIMOS AO TERMO “DISTRIBUIÇÃO DE RENDA”
De forma mais resumida, podemos dizer que distribuição de renda é a 
distribuição de toda a riqueza produzida em um país entre seus habitantes.
Vamos começar, então, com o primeiro conceito que trata sobre índices 
estatísticos. Qual a função deles? Analisam as questões ligadas à distribuição de 
renda na economia de um país, de um conjunto de países, de uma região com 
vários países. Recordemos aqui de dois desses índices que são muito usados – 
Coeficiente de Gini e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que avalia e 
mede o bem-estar dos habitantes de um determinado país. 
A seguir, oportunizamos um exemplo do Coeficiente de Gini, que apresenta 
a distribuição do rendimento das pessoas economicamente ativas e também a 
distribuição do rendimento domiciliar per capita do Brasil.
Brasil e 
Grandes 
Regiões
PIB(1) per 
capita Rendimento Médio 
Mensal (2) em R$ 
Índice 
de Gini
Taxa de 
Atividade 
(4)
Taxa de 
Desocupação 
(4)CR$ US$
Brasil (3) 5.861,0 3.229,7 313,3 0,567 61,0 9,6
Norte - - 244,3 0,547 58,6 11,4
Nordeste - - 144,9 0,587 61,1 8,0
Sudeste - - 273,4 0,537 59,0 11,2
Sul - - 334,4 0,543 66,0 8,0
Centro-Oeste - - 291,3 0,573 63,5 9,6
TÓPICO 3 | O TRABALHO HOJE
33
Departamento de Contas Nacionais do IBGE. O valor em US$ foi 
convertido pela taxa de câmbio.
(1) Os valores em US$ estão baseados na taxa média de câmbio do Banco 
Central do Brasil e foi feito pela média anual, divulgada pelo Banco Central. 
A cotação média em 2000 foi de 1,8147/US$.
(2) População de 10 ou mais anos de idade, com ou sem rendimentos. O valor 
em R$ é o valor nominal.
(3) Exclusive a população rural de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e 
Amapá.
(4) População de 10 anos ou mais de idade. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/
indicadoresminimos/tabela2.shtm>. Acesso em: 5 jan. 2010.
Nessa figura, o Coeficiente de Gini faz uma análise dos fatores econômicos 
no Brasil e traz o conceito de renda per capita. Que conceito é esse? É uma equação 
que apresenta uma média entre asoma do salário da população de um determinado 
país dividido pelo número de habitantes desse mesmo país, resultando numa 
média por pessoa no país.
Concentração de renda é o terceiro conceito: é o processo no qual boa parte 
dos rendimentos ficam concentrados nas mãos de poucas pessoas, causando a 
desigualdade.
Para entender essa questão, vejamos o seguinte raciocínio, especificamente 
no caso do Brasil. Temos, no Brasil, aproximadamente, 190.000.000 de habitantes. 
80 milhões de habitantes que fazem parte da população pobre detém 12% da renda 
nacional, que é praticamente o mesmo valor – 13% – do que ganha o grupo dos 
mais ricos do Brasil, que congrega, aproximadamente, 1% da população. Façam 
suas contas!
Tendo presente esses conceitos e exemplos, podemos averiguar como 
é feita a distribuição de renda em nosso próprio país e, assim, fazermos outros 
questionamentos. Enfim, por que há uma grande concentração de renda – má 
distribuição da renda – em países em desenvolvimento e, por excelência o Brasil 
que é o segundo pior em distribuição de renda no mundo? Podemos dizer que 
esses países em desenvolvimento estão realmente em desenvolvimento ou estão 
num crescimento econômico que, justamente, leva para uma concentração de 
renda e a maioria da população não desfruta desse crescimento?
34
UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
FONTE: Disponível em: <http://bastidoressf.files.wordpress.
com/2009/09/renda-brasileira-dreamstime.jpg>. Acesso em: 5 jan. 2010.
FIGURA 11 – MÁ DISTRIBUIÇÃO DA RENDA
Nos países subdesenvolvidos e em alguns emergentes, há grande 
concentração de renda nacional em mãos de uma pequena parcela da população, 
enquanto nos desenvolvidos, a riqueza está melhor distribuída. Há basicamente 
dois fatores que explicam a concentração de renda: O sistema tributário e a 
inflação. Esta, nunca repassada integralmente aos salários. Se os preços das 
mercadorias subirem sem que esse índice seja repassado aos salários, aumenta 
a taxa de lucro dos empresários e diminui o poder aquisitivo dos assalariados; 
com o constante processo de concentração de renda. 
O sistema tributário constitui o modo como são arrecadados os impostos 
que podem ser diretos ou indiretos em um país. É um poderoso mecanismo de 
distribuição de renda na forma de serviços públicos. 
O imposto direto é aquele que recai diretamente sobre a renda ou sobre 
a propriedade dos cidadãos. Pode ser cobrado de maneira progressiva e quem 
tem pouca posse paga menos ou fica isento. O governo pode distribuí-lo na 
forma de escolas ou hospitais, como financiamento da aquisição da casa própria, 
subsidiando setores econômicos geradores de empregos, saneamento básico 
entre outros. 
Os impostos indiretos já estão incluídos nos preços das mercadorias. Pode ser 
considerado injusto quando assume proporções elevadas, já que é cobrado sempre 
o mesmo valor do consumidor, não importando a sua faixa de renda. É um imposto 
que pesa mais no bolso de quem ganha menos, pois não há possibilidade alguma 
de aplicar a progressividade na arrecadação e, portanto, distribuir a renda. A carga 
tributária brasileira, além de ser umas das maiores do mundo, está mal distribuída 
entre as três esferas do governo, que são: a União, os estados e os municípios. 
TÓPICO 3 | O TRABALHO HOJE
35
Em muitos países subdesenvolvidos o maior volume de recursos 
arrecadados pelo governo recai sobre os impostos diretos. Na Escandinávia, mais 
do que em outros países desenvolvidos, há uma elevada tributação. Entretanto, 
paga mais quem ganha mais, e os serviços públicos são eficientes, o que 
consiste em um eficiente mecanismo de distribuição de renda. A Globalização 
intensificou a abertura ou transferência de filiais de empresas para países onde 
os salários são mais baixos e a legislação trabalhista mais flexível em detrimento 
aos trabalhadores.
FONTE: MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio. Distribuição de renda. Publicado em: maio 
23, 2009. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/social-sciences/economics/1899659-
distribui%C3%A7%C3%A3o-renda/>. Acesso em: 1 dez. 2009.
DICAS
Caro(a) acadêmico(a), no site:
<http://www.integral.br/zoom/materia.asp?materia=304&pagina=2> podemos encontrar vários 
indicadores socioeconômicos, de trabalho, de distribuição de renda, de exclusão, muito bem 
ilustrativos e atualizados. Acesse-o e complemente seus estudos!
A distribuição de renda é urgente, é necessária, justamente porque todos 
querem não só crescimento econômico, mas desenvolvimento, do qual todos 
contribuíram e, por justiça, todos devem usufruir do resultado.
3 O TRABALHO SOLIDÁRIO
Verifica-se uma grande dinâmica e expressão do trabalho solidário, 
que se traduz no cooperativismo, no associativismo, no trabalho comunitário e 
também no trabalho artesanal, realidades essas que agregam aquelas pessoas que 
desenvolvem principalmente suas habilidades no desenvolvimento de materiais 
diferenciados dos de uma produção em série.
O trabalho solidário não foge às regras básicas de qualquer trabalho, 
conforme regulamentado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho):
•	 deve ser produtivo;
•	 remunerado;
•	 exercido com segurança;
•	 desenvolvido na liberdade.
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UNIDADE 1 | O TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE
No Brasil, o trabalho solidário é muito bem-vindo e, nos empreendimentos 
econômicos aqui presentes, são regidos dentro da solidariedade, mas na seriedade 
de um desenvolvimento econômico e social sustentável.
Conforme o mapeamento oficial feito pelo governo federal, constatou-se 
que, dos 14.954 empreendimentos econômicos, solidários pesquisados 
no país, em 2005, 77% foram criados nos últimos 10 anos. Eles operam sob 
autogestão: os trabalhadores são proprietários das empresas e decidem 
democraticamente tudo o que lhes seja relevante, particularmente a 
destinação de excedentes. Inexistem as figuras clássicas de patrão ou 
empregado, a propriedade é coletiva, a gestão compartilhada e atua-se 
sob princípios solidários. (MANCE, 2007, p. 14).
O trabalho solidário é, via de regra, uma resposta às necessidades muito 
específicas, localizadas, ou seja, desejo de emprego, de geração de riqueza, que se 
integram a outras redes sociais e que dá uma nova dinâmica, um novo caminho, 
possível, palpável, para um novo desenvolvimento econômico mais humano, mais 
sustentável, mais justo. 
Vemos, portanto, que uma nova economia, não capitalista, ecologicamente 
sustentável e sociologicamente justa, centrada nos valores da participação 
democrática e distribuição de riqueza está crescendo, trazendo consigo a 
proposta de um novo modelo de desenvolvimento e a esperança de um 
mundo melhor para todos. (MANCE, 2007, p. 14).
O trabalho solidário deve primar pela união. É o contraponto do que temos 
hoje no mundo do trabalho: competição e individualismo.
Se no ponto anterior sobre a distribuição de renda vimos a dificuldade 
de se colocar em prática essa condição e, muito pelo contrário, percebemos as 
injustiças que resultam dessa má distribuição, vemos, aqui, uma possibilidade real 
do desenvolvimento econômico sustentável, com distribuição de renda equânime, 
sistema altamente produtivo, investimentos, renovação, expansão etc. É possível. 
Basta querer.
4 ECONOMIA SOLIDÁRIA
No que tange às questões relativas à Economia Solidária (ES), poderemos 
visualizar no texto adaptado de Pieritz (2008, p. 22-30) que:
As transformações do mundo do trabalho no Brasil reconfigura as relações 
laborais. A falta de oportunidades e o crescente aumento das desigualdades 
sociais, e da precariedade das condições de sobrevivência geram condições para 
o questionamento do comportamento civilizatório na sociedade capitalista. 
TÓPICO 3 | O TRABALHO HOJE
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Como reação a este cenário, começam a surgir questionamentos sobre 
o tipo de desenvolvimento ideal para a humanidade. Deste contexto

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