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TUMORES ODONTOGÊNICOS O termo tumor se refere apenas ao aumento de tamanho, que pode se dar pelo aumento de numero de células ou por acumulo de liquido e/ou material semissólido. Quando esse aumento de tamanho se dá pelo aumento de numero de células há duas possibilidades Hiperplasia: processo em que há proliferação celular, mitoses em maior quantidade com geração de novas células, sendo que essas novas células só se multiplicam porque há um estímulo, uma vez removido o estímulo o crescimento cessa. Neoplasia: há um aumento no numero de mitoses com geração de muitas células filhas, com isso um acúmulo de células que leva ao aumento de tamanho do tecido. Difere-se da hiperplasia porque quando se retira o estímulo a lesão continua crescendo (crescimento autônomo). Quando se fala de tumores no sentido de neoplasias, fala-se de crescimento celular autônomo que gera células filhas, que podem ser iguais-neoplasias benignas- ou diferentes-neoplasias malignas-. Tumores odontogenicos se referem à mitoses de uma ou várias células, que um dia participaram da odontogenese, gerando células filhas iguais a célula de origem. O crescimento é lento e independe de estímulos. As células que formam os tumores odontogenicos são os restos celulares da lamina dentaria (restos de serres), do órgão do esmalte (epitélio reduzido do órgão do esmalte) e da bainha de hertwig (restos epiteliais de malassez). A papila não participa ativamente da formação dos tumores epiteliais, mas participa como tecido conjuntivo em tumores mistos e mesenquimais Os tumores odontogenicos podem se dividir em 3 grupos: Epiteliais o Ameloblastoma (amelobalstoma, unicístico, periférico) o Tumor odontogênico epitelial calcificante o Tumor odontogenico adenomatoide o Tumor odontogênico escamoso Mesenquimais o Mixoma odontogênico o Cemento blastoma benigno o Fibroma odontogênico o Fibroma cemento ossificante Mistos o Fibroma ameloblástico o Odontoma o Tumor odontogenico primordial TUMORES ODONTOGÊNICOS Ameloblastoma Tumor de origem epitelial, ou seja, veio de estruturas do ectoderma: lâmina dentária, órgão do esmalte, bainha de hertwig ou do epitélio superficial, porém a estrutuda que mais define o ameloblastoma é o epitélio reduzido do órgão do esmalte. O histológico do ameloblastoma é como se estivéssemos observando vários órgãos do esmalte na lâmina, por isso se acredita que a origem mais comum dele seja o epitélio reduzido do órgão do esmalte. Clinicamente apresenta crescimento lento, mas com comportamento agressivo Não é o mais comum apesar de ser o mais famoso, é o mais famoso devido o comportamento agressivo Faz abaulamento de corticais vestibulares e/ou linguais Faz assimetria facial Toma muito o corpo de mandíbula Tumor reicidivante (paciente deve ser acompanhado por pelo menos 5 anos após procedimento cirúrgico) Localização preferencial: corpo e ramo de mandíbula Diagnostico diferencial: ceratocisto, dentígero, tumor mixoma Tipos: Ameloblastoma o Ocorre mais em mandíbula, afeta uma faixa etária de 20 a 40 anos, faz expansão de cortical o Interior da lesão rico em células, pois é um tumor neoplásico, e cresce tanto que o aspecto ao toque é de ovo cozido com casca, ou seja, possui um barulho característico: crepitação o Radiograficamente possui aspecto de bolha de sabão, porque é mutilobulado (não é uma massa única é como se houvesse várias subdivisões, entre estas subdivisões permanecem finas trabéculas ósseas da região afetada, como esses lóbulos são arredondados essas trabéculas também são arredondadas) o O mixoma também é mutilobulado, mas suas trabéculas não são arredondadas como a do ameloblastoma, isso é bom para que ao analizar uma radiografia seja mais fácil diferenciar as lesões o Os limites da lesão são imprecisos devidos o crescimento agressivo o Tradicionalmente as lesões benignas quando crescem próximos de dentes os deslocam, mas as lesões benignas com comportamento mais agressivo podem fazer reabsorção radicular o Histologicamente se parece muito com um órgão do esmalte e o órgão do esmalte é formado por um epitélio externo e um interno e dentro um reticulo estrelado (células estreladas espaçadas).aumentando e epitélio do órgão do esmalte, pode-se observar células colunares uma ao lado da outra (células em paliçadas), além disso no órgão do esmalte o epitélio interno vai se diferenciar em uma camada de ameloblasto, o qual vai secretar matriz em direção a papila. Toda célula que é secretora e secreta alguma coisa, normalmente uma proteína, e que joga essa secreção para fora da célula, se organiza da seguinte forma: núcleo é sempre do lado oposto à saída da secreção, logo, no órgão do esmalte o núcleo está em direção ao retículo estrelado e a saída da secreção está em direção à papila dentária. Já no ameloblastoma há células que imitam o retículo estrelado, mas como é um tumor que não produz secreção (esmalte) o núcleo não fica em direção a essas células, ele fica virado para baixo e isso recebe o nome de polarização reversa o Polarização reversa é patognomônico(característico) do ameloblastoma: olhou uma lâmina e viu várias estruturas com várias células em paliçadas com virado para núcleo para baixo que parecem o órgão do esmalte, já se sabe que é um ameloblastoma o Região de preferencia: mandíbula mais próxima ao ângulo o Não secreta matriz, pois é uma célula tumoral que não completa seu processo de direrenciação, ou seja, o epitélio interno não se diferencia em ameloblasto. o Descrição histológica do ameloblastoma: múltiplas estruturas circundadas por epitélio (células em paliçadas com polarização reversa) com células estreladas espaçadas no interior. Lâmina: Ameloblastoma Epitélio Células estreladas espaçadas Lâmina 2: Ameloblastoma Ameloblastoma unicístico o Está muito associado a 3° molar deslocado e afeta bastante a mandíbula, portanto, o diagnóstico diferencial é feito com cisto dentígero (unilocular, associado a dentes não erupcionados, principalmente 3° molares e caninos superiores), porém se fizer uma biopsia em um será encontrado um cisto cheio de liquido e no outro um tumor de células neoplásicas,então, o conteúdo dessa lesão que é o ameloblastoma unicístico é solido. o Afeta uma faixa etária mais jovem 16-20 anos, e as vezes crianças. o Radiograficamente é radiolucido unilocular bem delimitado o Faz abaulamento de corticais, desloca raízes o É um pouco menos agressivo que o ameloblastoma, então, não possui muita tendência de fazer reabsorção radicular o Possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso, o que é bom, pois facilita a enucleação o Ao envelhecer pode apresentar uma cavidade chamada lúmen, mas se sabe que não é cisto, já que inicialmente era uma massa coesa de células além de não apresentar conteúdo liquido em seu interior o O seu epitélio se cora muito (hipercromático), com células em paliçadas e como polarização reversa o Diferenças ameloblastoma e ameloblastoma unicístico: o ameloblastoma unicistico afeta uma faiza etária mais jovem; pode criar uma cavidade em seu interior ao envelhecer; está normalmente associdado a um dente, porém histologicamente são muito parecidos. o Bem delimitado por um tecido conjuntivo denso, o que facilita a enucleação, e talvez seja o motivo pelo qual é mais fácil causar deslocamento que reabsorção radicular o Procedimento cirúrgicos: enucleação (lesão como um todo). Ressecção (lesão+ osso) Epitélio mais espesso Ameloblastoma periférico o Extra ósseo o Ocorre no tecido mole, portanto, não apresenta IR da lesão, mas sim das consequências dela o Afeta mais a mandíbula e é uma lesão bem mais rara que os 2 outros tipos de ameloblastoma o Histológico: vê-seum pouco de diferença das 2 anteriores, pois apresenta ilhas de cordões odontogênicos rodeados por tecido conjuntivo, não se vê tanata organização daquelas estruturas que mimetizam o órgão do esmalte, porém a origem é a mesma o Se a lesão ocorre na mandíbula e na gengiva, cresce fora do osso, mas faz uma pressão, por gravidade, sobre o osso. Muitas vezes, então, poderá ser observada radiograficamente uma depressão no osso, o que nada mais é que uma pressão sobre a mandíbula o Se ela cresce no tecido mole entre os dentes, ou seja, na papila pode fazer afastamento dentário Lâmina 3:Ameloblastoma Tumor odontogênico epitelial calcificante Se é tumor tem aumento de volume Se é odontogênico veio dos restos epiteliais que formaram os dentes Se é epitelial veio do ectoderma Se é calcificante em seu interior ocorre calcificações Aspecto radiográfico: misto, pois na porção que tem células é radiolúcido e na porção que tem calcificações é radiopaco O esquema da lesão é este, se assemelha ao cisto dentígero, mas não está associado a junção amelo-cementária. Células em paliçadas, mas não da pra se observar a polarização reversa, já que o núcleo esta ocupando quase todo espaço da célula Essa raiopacidade vai aumentando ao longo do tempo (as calcificações só vão aumentando) Ele é totalmente intra ósseo Apresenta consistência endurecida Calcificações distróficas (não se assemelha a alguma coisa) normalmente arredondadas É um tumor agressivo, que cresce rápido quando comparado aos demais benignos Pode ser central ou periférico, mas o mais comum é o central, ou seja, o intra ósseo 2/3 das lesões ocorrem na mandíbula, afeta a região de molares e uma faiza etária de 20-60 anos Lesão radiograficamente mista de limites imprecisos Lâmina 4: Tumor odontogênico epitelial calcificante Tumor odontogênico adenomatoide Oide: Parece, mas não é Adeno: Glândula Na histologia desse tumor se observa estruturas que se assemelham a estruturas glandulares, mas que não secretam algo, são apenas adenomatoides Tem origem epitelial, vem do epitélio reduzido do órgão do esmalte É uma lesão bem circunscrita ao redor de dentes anteriores não erupcionados, portanto, o diagnostico diferencial é o cisto dentígero, mas no tumor se apresenta abaixo da junção amelo-cementária Afeta mais mulheres em uma faiza etária mais jovem É radiolucido unilocular com limites bem definidos associado a dentes não erupcionados Gera impactação dentária Tecido conjuntivo Célula epitelial: quadrada com núcleo arredondado Calcificações distróficas Lâmina 5: Tumor odontogênico adenomatoide Explicação: Células epiteliais em volta de um centro vazio que se assemelha a um ducto glandular cortado transversalmente. As células epiteliais tumorais se acumulam em volta desse centro, formando um redemoinho de células. Tudo isso circundado por um tecido conjuntivo. Impactação do canino clinica e radiograficamente Camada epitelial (redemoinho de células) Centro vazio de origem epitelial Mixoma Temida como o odontoblastoma, pois apesar de ser um tumor benigno apresenta comportamento agressivo e além de possuir esse comportamento é puro tecido conjuntivo, ou seja, possui consistência gelatinosa O tratamento é difícil, pois cresce mais rápido que os demais benignos, além disso a consistência da lesão é gelatinosa, logo, se faz uma curetagem não uma enucleação. Faz tumefação; crescimento lento, porém mais rápido que os demais; agressivo; desloca dentes, devido seu comportamento agressivo; cresce por dentro de toda cortical atravessando a linha media, ou seja, se ele começar a se desenvolver do lado direito ele não só expande a cortical, mas também cresce dentro do osso até o outro lado. É radiolucido multilocular, por isso o diagnóstico diferencial é com ameloblastoma que também é multilocular e intraósseo, porém o padrão de trabéculas internas é diferente. No ameloblastoma elas são mais arredondadas já no mixoma são mais retas formando angulas de 90° quando se cruzam, formando aspecto de raquete de tênis. Radiografia: Multilocular com trabéculas mais retas Reconstrução tomográfica 3D: mostra estravazamento da linha média Lâmina 6: Mixoma Explicação: Assemelha-se a tecido conjuntivo frouxo com células fusiformes (alongadas) amplamente separadas, com substancia fundamental por fora (matriz extracelular) não fibrilar, ou seja, sem fibras o que faz com que a consistência seja ainda mais gelatinosa Células alongadas espaçadas Matriz extracelular Cementoblastoma benigno Oma: benigno Cementoblasto: células que secretam cemento Cementoblasto sofre mitose gerando células filhas iguais ao cementoblasto de origem Tumor que secreta cemento Aspecto radiográfico: misto: pois é um tumor que é circundada por um alo radiolucido (espaço do ligamento periodontal) Continuidade com o cemento do ápice, ou seja, não se consegue ver na radiografia uma separação entre o tumor e o cemento da raiz Continuação da membrana periodontal, ou seja, a medida que o tumor cresce o ligamento periodontal continua a circunda-lo Ocorre ente 20-30 anos Afeta mais molares e pré-molares, no caso dos multirradiculares pode afetar apenas uma das raízes Cresce devagar, mas é uma neoplasia, então, pode chegar a fazer expansão de cortical Se na hipercementose se têm um cemento normal circundado por um ligamento periodontal, qual a diferença? A natureza da lesão. Na hipercementose o dente se formou com mais cemento e parou, já no cementoblastoma benigno o dente se formou com cemento normal e em determinado momento o cementoblasto começou a sofrer mitose fora da fase de desenvolvimento do dente. Outra diferença é que a hipercementose não cresce, já o cementoblastoma sim, pois é uma neoplasia e a neoplasia tem crescimento autônomo. Para se ter certeza do diagnóstico basta fazer radiografias periódicas, se crescer é cementoblastoma se não crescer é hipercementose. É unilocular bem delimitado, e misto (centro radiopaco com alo radiolucido) No inicio da lesão pode não ser radiopaco, pois primeiro é secretada a matriz e depois ela é mineralizada. Então, no inicio quando há secreção da matriz é radiolúcida, depois quando há mineralização fica radiopaco (quanto mais radiopaco mais velha é a lesão) Pode fazer reabsorção apical de dentes vizinhos, pois uma estrutura dura em contato com a raiz de um dente vizinho pode estimular a reabsorção externa. Tratamento: exodontia ou exosilize da raiz afetada(quando há diagnostico precoce) Lâmina 7: cementoblastoma benigno Tumores mistos São tumores que apresentam componente mesenquimais e epiteliais Odontoma e fibroma ameloblastico estão nesse grupo. São tumores de fases distintas de diferenciação. Na fase inicial da odontogênese se tem ectoderma e mesoderma, onde há proliferação celular do ectoderma em direção ao mesoderma. Na fase final se tem o dente. No fibroma se encontra a fase inicial, já no odontoma se encontra a fase final Fibroma ameloblástico Há componentes epiteliais e mesenquimais, por isso é um tumor misto Proliferação de células epiteliais em um tecido conjuntivo Afeta faixa etária jovem, possui crescimento lento Afeta mais molares inferiores Pode envolver dentes não erupcionados Radiograficamente é radiolucido, uni ou multilocular, pode haver linha de osteogênese reacional Lâmina 8: Fibroma ameloblástico Explicação: Células espalhadas imitam o conjuntivo, células unidas por cordão imitam o epitélio mais precisamente a lâmina dentária, ou seja, o ectoderma proliferando dentro do conjuntivo Odontoma Tumor odontogênico mais comum Tumor que imita a fase final da odontogenese, ou seja, nesse tumor deve conter esmalte, dentina e polpa maduros,não necessariamente organizados, mas madutos (secretados e mineralizados) Esmalte tem origem ectodérmica, polpa e dentina mesodérmica Cresce lentamente, então, geralmente é assintomático, a pessoa sente abaulamento de cortical quando ele já está em um tamanho avantajado Pode ser: Composto o Composto por dentículos, ou seja, E, D e P tentaram se organizar em dente o Os dentículos se assemelham a dentes, mas não possuem forma anatômica correta o Unilocular com múltiplas estruturas radiopacas que lembram dentes em miniatura o Afetam mais a região anterior que a posterior o Tratamento: enucleação o Denticulos envoltos por tecido conjuntivo individualmente e coletivamente Lâmina 9: odontoma composto Complexo o Não se organizam em estrutura dentária, esta tudo misturado como uma maçaroca o Rx: massa solida radiopaca cercada por fina zona radiotransparente, região posterior o Histo: massa desorganizada e retorcida de esmalte, dentina e polpa sem forma detectáveis Lâmina 10: odontoma complexo Explicação: Mais corado (rosa) está estruturas mais mineralizadas esmalte ou dentina, em branco é a polpa
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