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Universidade Federal do Paraná Curso de Bacharelado em Fisioterapia RADICAIS LIVRES E ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO Os radicais livres e demais espécies reativas são fundamentais para a homeostase celular e funcionamento adequado do organismo, e assim como a cultura chinesa descreve o yin e yang como o equilíbrio, no corpo humano esses radicais são essenciais para homeostasia metabólica e bom funcionamento do corpo. Espécies reativas de oxigênio (em ingles Reactive Oxygen Species -ROS) são átomos, moléculas, ou íons derivados do oxigênio, que em sua grande maioria, possuem alta reatividade. Produzidas naturalmente em nosso organismo através de processos metabólicos oxidativos, são compostos químicos resultantes da ativação ou redução do oxigênio molecular ou derivados dos produtos de sua redução, que podem agir como aceptores ou doadores de elétrons, criando alterações no ambiente molecular e ao seu redor, alguns exemplos são: OH⁺ (íon hidroxila), HOH⁺ (íon peroxil), O2- (ânion superóxido), NO (óxido nítrico) e O2 (oxigênio molecular). Em sistemas aeróbicos as ROS são controladas por um sistema de defesa de antioxidante compostos por enzimas como: Glutation-Peroxidase (que necessita do Selênio), Catalase, Metionina-Redutase e SuperóxidoDismutase (há vários tipos, e os 2 principais necessitam de Zinco e Cobre, e Manganês). Apesar da literatura popular recriminar os radicais livres pela sua característica lesiva ao corpo humano, as espécies reativas de oxigênio contribuem para o bom funcionamento do metabolismo, como exemplo, podemos citar os macrófagos que utilizam o peróxido de hidrogênio para destruir bactérias e outros elementos estranhos. São vários os compostos químicos gerados pelos radicais livres entre eles os mais comuns são: peróxido de hidrogênio, radical hidroxila e o ânion superóxido. No exercício físico, as células aumentam a demanda energética e por consequência produzem maior quantidade de ROS através do metalismo intermediário. Contudo é no exercício exaustivo que há o maior potencial lesivo para o corpo humano devido ao maior influxo de oxigênio e a insuficiência da ação antioxidantes do metabolismo para compensar. Os mecanismos de formação das espécies reativas de oxigênios são as interrupções temporárias das bombas de ATP Universidade Federal do Paraná Curso de Bacharelado em Fisioterapia dependentes de cálcio, períodos de exercícios intensos (elevam o estresse oxidativo devido a hipóxia e reoxigenação temporárias), aumento das reações leucocitárias, aumento das concentrações de cálcio. Os radicais livres podem ser causadores de complicações de lesões de reperfusão em salas de cirurgias e algumas outras situações. A Isquemia é uma condição em que à interrupção do fornecimento de sanguíneo para um tecido, ela pode ser causada por alguma patologia, como por um trombo, ou por uma intervenção humana como no caso de uma cirurgia. Contudo quando não controlada ela pode causar disfunções chegando até a morte do tecido. Quando o sangue é reestabelecido ocorre a reperfusão do tecido que pode ser um processo lesivo, Parks e Granger (1986) demostrou que após três horas de isquemia seguidas por uma hora de reperfusão determinavam maior lesão na mucosa intestinal do que se mantivessem 4 horas de isquemia. A lesão ocasionada pela reperfusão do tecido (isquemia de reperfusão) é definida como o dano que ocorre em determinado tecido com a restauração do fluxo sanguíneo após um periodo de isquemia. Havendo a interrupção do suprimento sanguíneo a ausência de oxigênio impede a fosforilação oxidativa da mitocôndria, que reduz o ATP da célula, com menos energia, a célula passa a realizar glicose anaeróbica para obtenção de energia e o déficit de ATP prejudica os transportes de íons, levando à um Reações químicas responsáveis pela formação das espécies reativas tóxicas do oxigênio Formação dos radicais livres do oxigênio a partir da ação da xantina- oxidase sobre a hipoxantina em condições de isquemia e reperfusão Universidade Federal do Paraná Curso de Bacharelado em Fisioterapia acúmulo de sódio no citoplasma e consequentemente edema celular. A degradação dos estoques de ATP aumenta os níveis intracelulares de hipoxantina, que precisam de oxigênio para sua metabolização formando o radical super oxido, sendo esse um dos subprodutos das espécies reativas de oxigênio (ROS). Outras alterações celulares induzidas pela isquemia-reperfusão são: alteração do potencial de membrana, alteração da distribuição de íons – aumento da relação Ca++/Na+ intracelular, edema celular, desorganização do citoesqueleto de órgãos e tecidos, diminuição da fosfocreatina e acidose celular. REFERÊNCIAS DE CASTRO E SILVA, O. et al. Basics aspects of the ischemia reperfusion injury and of the ischemic preconditioning. Acta Cirurgica Brasileira, [S. l.], v. 17, n. SUPPL. 3, p. 96–100, 2002. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0102-86502002000900020 FERREIRA, A. L. A.; MATSUBARA, L. S. Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Revista da Associação Médica Brasileira, [S. l.], v. 43, n. 1, p. 95–100, 1997. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-42301997000100014 PARKS, DALE A.; GRANGER, D. NEIL. Contributions of ischemia and reperfusion to mucosal lesion formation. American Journal of Physiology-Gastrointestinal and Liver Physiology, v. 250, n. 6, p. G749-G753, 1986.
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