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EDIÇÃO - 2019 1.010 Questões da LEGISLAÇÃO DA PMCE. 600 Questões Comentadas e Separadas por Assunto e com referências. 410 Questões Gabaritadas e com referências. + Bizus de transgressões Prof. Victor Matheus e Prof. Airton “O MORAL” @victor.matheuus @profairtonmoral 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE Querido aluno, nos, professores Airton Moral e Victor Matheus, apresentamos nossa apostila de 1.010 questões. Estudar através da resolução de questões é uma forma muito eficaz de aprovação. Afinal, o candidato será avaliado através delas. Vamos ao funcionamento da apostila. Ela se divide em algumas partes. Primeiramente teremos 450 questões da maior parte da matéria cobrada na prova, que é o Estatuto dos Militares Estaduais e o Código Disciplinar dos Militares Estaduais. Após isso teremos 50 questões de Lei Complementar N° 98, que é matéria importante para a prova. A ideia é utilizar essas primeiras 500 questões para fixar o conteúdo. Detalhe, todas essas questões são separadas por assunto. Vamos supor que o aluno queira exercitar seus conhecimentos relacionados aos direitos dos militares. Basta ir na parte direcionada aos diretos, que você encontrará várias questões do assunto. Após isso, teremos mais 100 questões também do Estatuto e do Código. Essas questões, teoricamente, serão de um nível um pouco maior, com o intuito de testar mais ainda seus conhecimentos. Agora mais um diferencial da apostila. Essas 600 questões são todas comentadas, gabaritas e com referências. Temos comentários que passam de 8 linhas, pois em muitas questões, não basta só mostrar o erro, também é importante explicar o assunto da questão. Depois de ter resolvido 600 questões, o aluno ainda terá 410 questões para testar seus conhecimentos. A ideia dessas 410 questões é trabalhar como vai ser encontrado na prova, inclusive, trazendo questões de provas anteriores. Todas essas 410 questões tem o gabarito e as referências. Se não bastasse tudo isso, ainda teremos alguns bizus de transgressões, para ajudar ao aluno a lembrar de diversas transgressões que podem cair na sua prova. Basta se dirigir ao final da apostila e desfrutar disso. Em suma, você terá 1.010 questões + os Bizus de transgressões para trabalhar toda a Legislação Militar, matéria de grande importância para sua prova. Bons Estudos, Índice: QUESTÕES DO CÓDIGO DISCIPLINAR.................................................02 QUESTÕES DO ESTATUTO..........................................................12 QUESTÕES DA LEI DA CONTROLADORIA.................................20 QUESTÕES GABARITADAS.........................................................27 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS ............................47 GABARITO DAS QUESTÕES GABARITADAS COM REFERÊNCIAS (01 a 410)..............................................................74 BIZUS DE TRASNGRESSÕES......................................................78 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 2 QUESTÕES DO CÓDIGO DISCIPLINAR Parte Geral (1) O Código Disciplinar dispõe sobre o comportamento ético dos militares estaduais e estabelece os procedimentos para a apuração da responsabilidade administrativo-disciplinar, direitos, prerrogativas e situações dos militares estaduais. (2) Estão sujeitos ao Código Disciplinar os militares do Estado no serviço ativo e os da reserva remunerada. (3) O Código Disciplinar se aplica aos militares reformados do Estado. (4) Estão sujeitos ao código disciplinar os militares do serviço ativo ocupantes de cargos públicos não- militares e eletivos. (5) Hierarquia militar estadual é a ordenação progressiva da autoridade, em graus diferentes, da qual decorre a obediência, dentro da estrutura da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, culminando no Governador do Estado, Chefe Supremo das Corporações Militares do Estado (6) A ordenação da autoridade se faz por postos e graduações, de acordo com o escalonamento hierárquico, a antiguidade e a precedência funcional. (7) Posto é o grau hierárquico das praças, conferido por ato do Governador do Estado e confirmado em Carta Patente ou Folha de Apostila. (8) Graduação é o grau hierárquico das praças, conferido pelo Comandante‐Geral da respectiva Corporação Militar. (9) Posto é o grau hierárquico dos Oficiais, conferido por ato do Governador do Estado e confirmado em Carta Patente ou Folha de Apostila. (10) Graduação é o grau hierárquico das praças, conferido pelo Comandante‐Geral da respectiva Corporação Militar e confirmado em Carta Patente ou Folha de Apostila (11) A data da última promoção não é um critério utilizado para definição da antiguidade entre os militares dos Estado. (12) A antiguidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou graduação, será definida, sucessivamente, pelas seguintes condições: data da última promoção; prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anteriores; classificação no curso de formação ou habilitação; data de nomeação ou admissão e maior idade. (13) Nos casos de promoção a primeiro-tenente, de nomeação de oficiais, ou admissão de cadetes ou alunos-soldados prevalecerá, para efeito de antiguidade, a ordem de classificação obtida nos respectivos cursos ou concursos. (14) A precedência funcional ocorrerá quando, em postos ou graduações diferentes, o oficial ou a praça ocupar cargo ou função que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do órgão ou serviço que dirige, comanda ou chefia. (15) A precedência funcional ocorrerá quando, em igualdade de posto ou graduação, o oficial ou a praça estiver no serviço ativo, em relação aos inativos. Deontologia Militar (16) A deontologia militar estadual é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta. (17) Aplicada aos componentes das Corporações Militares, dependendo do posto ou graduação que o militar ocupa, a deontologia policial-militar reúne princípios e valores úteis e lógicos a valores espirituais superiores, destinados a elevar a profissão do militar estadual à condição de missão (18) Patriotismo, Hierarquia e Profissionalismo são valores dos militares estaduais (19) Os valores fundamentais, determinantes da moral militar estadual, são os seguintes: o patriotismo; o civismo; a hierarquia; a disciplina; o profissionalismo; a lealdade; a constância; verdade real; a honra; a dignidade humana; a honorabilidade e a coragem. (20) Os deveres éticos emanam dos valores militares estaduais. (21) Atuar com devotamento ao interesse público, relativizando a atuação de acordo com seus anseios particulares é um dever ético militar. (22) O militar deve cumprir os deveres de cidadão e preservar a natureza e o meio ambiente. (23) O militar não deve pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar do Estado. (24) Dedicar-se em tempo parcial ao serviço militar estadual, buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimoramento técnico-profissional e moral. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 3 (25) É dever ético dos militares estaduais proceder de maneira integra na vida pública e particular.(26) O militar deve abster-se do uso do posto, graduação ou cargo para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros, exercer sempre a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie. (27) Abster-se, somente na ativa, do uso das designações hierárquicas em atividade político- partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo é um dever ético dos militares estaduais. (28) Os militares devem abster-se do uso das designações hierárquicas em qualquer pronunciamento público a respeito de assunto militar. (29) O militar deve abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações hierárquicas em exercício de cargo ou função de natureza civil. (30) O militar que atuar com discriminação de ordem racial está ferindo um dever ético. (31) Atuar com prudência nas ocorrências militares, se esforçando para exacerbá-las é um dever ético dos militares estaduais. (32) Os militares devem manter atualizado seu endereço residencial, em seus registros funcionais, comunicando qualquer mudança. (33) Ao militar inativo é vedado exercer atividade de segurança particular, comércio ou tomar parte da administração ou gerência de sociedade empresária ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista, cotista ou comanditário. (34) Compete aos Comandantes fiscalizar os subordinados que apresentarem sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a remuneração do respectivo cargo, provocando a instauração de procedimento criminal e/ou administrativo necessário à comprovação da origem dos seus bens. (35) Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas e individuais sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário. (36) É assegurado ao militar do Estado inativo o direito de opinar sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público, devendo observar os preceitos da ética militar e preservar os valores militares em suas manifestações essenciais. Violação dos Deveres, dos Valores e da Disciplina (37) A disciplina militar é o exato cumprimento dos deveres do militar estadual, traduzindo-se na rigorosa observância e acatamento integral das leis, regulamentos, normas e ordens, por parte de todos e de cada integrante da Corporação Militar. (38) A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos, permanentemente, pelos militares do Estado do serviço ativo, não se aplicando aos militares inativos. (39) A civilidade é parte integrante da educação policial militar, cabendo aos subordinados atitudes de respeito e deferência aos seus superiores, não sendo exigido o mesmo comportamento dos superiores para os seus subordinados. (40) As ordens legais devem ser prontamente acatadas e executadas, cabendo inteira responsabilidade à autoridade que as executar. (41) Quando a ordem parecer obscura, o subordinado, ao recebê-la, poderá solicitar que os esclarecimentos necessários sejam oferecidos de maneira formal. (42) Se um executante exorbitar no cumprimento da ordem recebida por conta de uma coação irresistível que esteja sofrendo, não será responsabilizado pelo abuso ou excesso que cometer. (43) Cabe ao executante que exorbitar no cumprimento da ordem recebida à responsabilidade pelo abuso ou excesso que cometer. (44) A ofensa aos valores e aos deveres vulnera a disciplina militar, constituindo infração administrativa, penal ou civil, sempre de maneira cumulativa. (45) O militar do Estado é responsável pelas decisões que tomar ou pelos atos que praticar, inclusive nas missões expressamente determinadas, bem como pela não-observância ou falta de exação no cumprimento de seus deveres. (46) Se um superior hierárquico presenciar o cometimento da transgressão e deixar de atuar para fazê-la cessar imediatamente, responderá solidariamente, na esfera administrativo-disciplinar, 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 4 incorrendo em sanção mais grave da transgressão praticada por seu subordinado. (47) O superior hierárquico responderá solidariamente, na esfera administrativo-disciplinar quando concorrer diretamente, por ação ou omissão, para o cometimento da transgressão, desde que esteja presente no local do ato. (48) A violação da disciplina militar será tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico de quem a cometer. (49) Transgressão disciplinar é a infração administrativa caracterizada pela violação dos deveres militares, cominando ao infrator as sanções previstas neste Código, sem prejuízo das responsabilidades penal e civil. (50) Os crimes previstos nos Códigos Penal ou Penal Militar também constituem transgressão disciplinar. Portanto, toda transgressão disciplinar também configura crime. (51) O militar que faltar com a verdade estará cometendo transgressão de natureza média. (52) O militar que dormir em serviço de policiamento, vigilância ou segurança de pessoas ou instalações sem autorização estará cometendo transgressão de natureza GRAVE. (53) O militar que comparecer, uniformizado, a manifestações ou reuniões de caráter político- partidário, não sendo motivo de serviço estará cometendo transgressão de natureza GRAVE. (54) O militar que apresentar-se, em qualquer situação, mal uniformizado, com o uniforme alterado ou diferente do previsto, contrariando o Regulamento de Uniformes da Corporação Militar ou norma a respeito estará cometendo transgressão de natureza média. (55) O militar que tomar parte em jogos proibidos ou jogar a dinheiro os permitidos, em local sob administração militar, ou em qualquer outro, quando uniformizado estará cometendo transgressão de natureza média. (56) O militar que faltar ao expediente ou ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado estará cometendo transgressão de natureza média. (57) O militar que chegar atrasado ao expediente, ao serviço para o qual esteja nominalmente escalado ou a qualquer ato em que deva tomar parte ou assistir estará cometendo transgressão de natureza média. (58) O militar que ingerir bebida alcoólica quando em serviço ou apresentar-se alcoolizado para prestá-lo estará cometendo transgressão de natureza GRAVE. (59) O militar que introduzir bebidas alcoólicas em local sob administração militar, mesmo que devidamente autorizado estará cometendo transgressão de natureza GRAVE. (60) O militar que retardar, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem legal recebida estará cometendo transgressão de natureza Média. (61) O militar que não cumprir, sem justo motivo, a execução de qualquer ordem legal recebida estará cometendo transgressão de natureza média. (62) O militar que retardar, com justo motivo, a execução de qualquer ordem legal recebida estará cometendo transgressão de natureza média. (63) O militar que comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os participantes portem qualquer tipo de armamento, ou participar de greve estará cometendo transgressão de natureza grave. (64) O militar que portar ou possuir arma em desacordo com as normas vigentes estará cometendo transgressão de natureza média. (65) O militar que agredir física, moral ou psicologicamente preso sob sua guarda ou permitir que outros o façam estará cometendo transgressão de natureza média. (66) O militar que entender-se com o preso, de forma velada, ou deixar que alguém o faça, sem autorização de autoridade competenteestará cometendo transgressão de natureza média. (67) O militar que disparar arma por imprudência, negligência, imperícia ou desnecessariamente estará cometendo transgressão de natureza grave. (68) O militar que comparecer ou tomar parte de movimento reivindicatório, no qual os participantes não portem qualquer tipo de armamento, que possa 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 5 concorrer para o desprestígio da corporação militar ou ferir a hierarquia e a disciplina estará cometendo transgressão de natureza média. (69) Toda ação ou omissão que viole os valores ou os deveres militares constituem transgressão disciplinar. (70) Todas as ações ou omissões que também violem os valores e deveres militares serão classificadas como graves, desde que venham a ser atentatórias aos Poderes Constituídos, às instituições ou ao Estado ou atentatórias aos direitos humanos fundamentais ou de natureza desonrosa. (71) Ações ou omissões de natureza desonrosa contrárias à disciplina militar serão classificadas como transgressão disciplinar de natureza GRAVE. (72) Ao militar do Estado, aluno de curso militar, aplica-se, no que concerne à disciplina, somente o disposto nos regulamentos próprios dos estabelecimentos de ensino onde estiver matriculado. (73) Aos procedimentos disciplinares serão garantidos o direito à ampla defesa e o contraditório, exceto nos casos em que não se reste dúvida do cometimento da transgressão. Sanções Disciplinares (74) Todo fato que constituir transgressão deverá ser levado ao conhecimento da autoridade competente para as providências disciplinares. (75) A advertência, forma mais branda de sanção, é aplicada verbalmente ao transgressor. (76) A advertência deverá ser publicada em boletim. (77) A advertência, forma mais branda de sanção, figurará no registro de informações de punições para oficiais, ou na nota de corretivo das praças. (78) A sanção denominada de advertência aplica-se exclusivamente às faltas de natureza leve e média, constituindo ato nulo quando aplicada em relação à falta grave. (79) A repreensão é a sanção feita por escrito ou verbalmente ao transgressor, publicada em boletim, devendo sempre ser averbada nos assentamentos individuais. (80) A repreensão aplica-se às faltas de natureza leve e média, constituindo ato nulo quando aplicada em relação à falta grave. (81) A permanência disciplinar é a sanção em que o transgressor ficará na OPM ou OBM, sem estar circunscrito a determinado compartimento. (82) O militar do Estado sob permanência disciplinar não comparecerá a nenhum ato de instrução e serviço, internos e externos. (83) A pedido do transgressor, o cumprimento da sanção de permanência disciplinar poderá, a juízo devidamente motivado, da autoridade que aplicou a punição, ser convertido em prestação de serviço extraordinário, desde que não implique prejuízo para a manutenção da hierarquia e da disciplina. (84) Considerar-se-á 1 (um) dia de prestação de serviço extraordinário equivalente ao cumprimento de 1 (um) dia de permanência, salvo nos casos em que o transgressor não possua nenhuma falta grave, média ou leve, quando 1 (um) dia de prestação de serviço extraordinário equivalerá ao cumprimento de 2 (dois) dias de permanência. (85) O pedido de conversão elide o pedido de reconsideração de ato, mesmo que o transgressor não tenha nenhuma transgressão grave ou média. (86) A prestação do serviço extraordinário consiste na realização de atividades, somente internas, por período nunca inferior a 6 (seis) ou superior a 8 (oito) horas, nos dias em que o militar do Estado estaria de folga. (87) O limite máximo de conversão da permanência disciplinar em serviço extraordinário são de 10 (dez) dias. (88) A prestação do serviço extraordinário não poderá ser executada imediatamente após ou anteriormente a este, ao término de um serviço ordinário. (89) A custódia disciplinar consiste na retenção do militar do Estado no âmbito de sua OPM ou OBM, sem participar de qualquer serviço, instrução ou atividade. No entanto, ficará circunscrito a determinado comportamento. (90) Nos dias em que o militar do Estado permanecer custodiado perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do posto ou graduação, 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 6 inclusive o direito de computar o tempo da pena para qualquer efeito. (91) A custódia disciplinar somente poderá ser aplicada quando da reincidência no cometimento de transgressão disciplinar de natureza grave ou média. (92) Ao Governador do Estado compete conhecer da custódia disciplinar em grau de recurso, quando tiver sido aplicada pelo Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, cabendo ao Conselho de Disciplina e Correição o conhecimento do recurso quando a aplicação da sanção decorrer de ato das demais autoridades competentes. (93) O oficial que for julgado incompatível ou indigno profissionalmente para com o oficialato, após sentença passada em julgado no Tribunal competente estará passível de aplicação da sanção de reforma administrativa disciplinar. (94) O militar do Estado que sofrer reforma administrativa disciplinar receberá remuneração integral. (95) A demissão será aplicada ao oficial quando houver cumprido a pena consequente do crime de deserção, após apurada a motivação em procedimento regular, onde lhe seja assegurado o contraditório e a ampla defesa. (96) A demissão será aplicada ao militar que for condenado a pena de perda da função pública, por sentença passada em julgado. (97) O oficial demitido perderá a graduação, e a praça, o posto e a patente. (98) A demissão será aplicada a praça que cometer transgressão disciplinar, estando há mais de 2 (dois) anos consecutivos ou 4 (quatro) anos alternados no mau comportamento, apurado mediante processo regular. (99) A expulsão será aplicada, mediante processo regular, à praça que atentar contra a segurança das instituições nacionais. (100) A expulsão será aplicada, mediante processo regular, ao militar que atentar contra a segurança das instituições nacionais ou praticar atos desonrosos ou ofensivos ao decoro profissional. (101) A praça que praticar atos desonrosos ou ofensivos ao decoro profissional estará passível de ser punida com uma expulsão. (102) A participação em greve ou em passeatas, com uso de arma, ainda que por parte de terceiros, configura ato atentatório contra a segurança das instituições nacionais. (103) A proibição do uso de uniformes militares e de porte de arma será aplicada, nos termos deste Código, temporariamente, ao inativo que atentar contra o decoro ou a dignidade militar, até o limite de 06 (seis) meses. Recolhimento Transitório (104) Ao militar poderá ser aplicado o recolhimento transitório quando somente houver fortes indícios de cometimento de transgressão disciplinar ou crime propriamente militar. (105) O recolhimento transitório não constitui sanção disciplinar. (106) O recolhimento transitório deverá ter nota de punição publicada em boletim. (107) O recolhimento transitório não constitui sanção disciplinar, sendo medida preventiva e acautelatória da ordem social e da disciplina militar, consistente no desarmamento e recolhimento do militar à prisão.(108) Quando houver fortes indícios de autoria de crime propriamente militar e a medida for necessária ao bom andamento das investigações para sua correta apuração poderá ser aplicado o recolhimento transitório. (109) O militar encontrar-se embriagado e sob ação de substância entorpecente, mas sem indícios de cometimento de crime ou transgressão disciplinar. Portanto, poderá ser aplicado o recolhimento transitório. (110) A condução do militar do Estado à autoridade competente para determinar o recolhimento transitório somente poderá ser efetuada por superior hierárquico ou por oficial com precedência funcional ou hierárquica sobre o conduzido. (111) São autoridades competentes para determinar o recolhimento transitório aquelas que podem aplicar sanção disciplinar. (112) As decisões de aplicação do recolhimento transitório serão sempre fundamentadas e imediatamente comunicadas ao Juiz Auditor, Ministério Público e Controlador Geral de Disciplina 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 7 dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, no caso de suposto cometimento de transgressão militar, ou apenas a este último, no caso de suposta prática de crime. (113) O militar nunca poderá ficar recolhido por tempo superior a 5 (cinco) dias. (114) O militar do Estado não sofrerá prejuízo funcional ou remuneratório em razão da aplicação da medida preventiva de recolhimento transitório. (115) Ao militar estadual preso nas circunstâncias deste artigo, são garantidos os seguintes direitos: justificação, por escrito, do motivo do recolhimento transitório, identificação do responsável pela aplicação da medida, comunicação imediata do local onde se encontra recolhido a pessoa por ele indicada, ocupação da prisão conforme o seu círculo hierárquico e apresentação de recurso. (116) É direito do militar recolhido a apresentação de recurso. Sendo que a decisão do recurso será fundamentada e proferida no prazo de dois dias úteis. Expirado esse prazo, sem a decisão do recurso, o militar poderá interpor o recurso ao Controlador Geral de Disciplina, devendo aguardar a solução preso. Comunicação Disciplinar e Representação (117) A comunicação disciplinar dirigida à autoridade competente destina-se a relatar uma transgressão disciplinar cometida por subordinado hierárquico, quando houver indícios ou provas de autoria. (118) O signatário da comunicação disciplinar, poderá tecer comentários ou opiniões pessoais, inclusive sugerindo a sanção disciplinar a ser aplicada. (119) A comunicação disciplinar deverá ser apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, ressalvadas as disposições relativas ao recolhimento transitório, que deverá ser feita após o fim do recolhimento. (120) O indiciado poderá, por escrito, manifeste-se preliminarmente sobre os fatos que envolvem o possível cometimento de transgressão, no prazo de 3 (três) dias. (121) Após a elaboração do termo acusatório, o militar terá 5 (cinco) dias para exercitar seu direito à ampla defesa e contraditório, por escrito. (122) A manifestação preliminar nunca poderá ser dispensada, mesmo que haja motivos suficientes para elaboração do termo acusatório. (123) A solução do procedimento disciplinar é da inteira responsabilidade do signatário da comunicação disciplinar, que deverá aplicar sanção ou justificar o fato, de acordo com o Código Disciplinar. (124) A solução do procedimento disciplinar será dada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados a partir do recebimento da defesa do acusado, prorrogável, no máximo, por mais 15 (quinze) dias, mediante declaração de motivos. (125) Em qualquer circunstância, o signatário da comunicação disciplinar deverá ser notificado da respectiva solução, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias da data da comunicação. (126) O signatário da comunicação poderá solicitar, obedecida a via hierárquica, providências a respeito da solução do procedimento disciplinar caso não seja comunicado da solução dentro do prazo. (127) A comunicação disciplinar será verbal, tanto quanto possível, deve ser clara, concisa e precisa. (128) Representação é toda comunicação que se referir a ato praticado ou aprovado por subordinado, que se repute irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. (129) A representação será dirigida à autoridade funcional imediatamente superior àquela contra a qual é atribuída a prática do ato irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. (130) O prazo para o encaminhamento de representação será de 5 (cinco) dias úteis, contados da data do conhecimento do ato ou fato que a motivar. Competência, Do Julgamento, Da Aplicação e do Cumprimento Das Sanções Disciplinares (131) O Governador do Estado é a única autoridade competente para aplicar sanção aos militares reformados. (132) O Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário poderá aplicar sanção a todos os militares do Estado sujeitos ao Código Disciplinar. (133) As praças da ativa só podem aplicar sanção aos seus subordinados funcionais. (134) Os Subcomandantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar poderão aplicar sanção às praças inativas da reserva remunerada. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 8 (135) Ao Controlador Geral de Disciplina e aos Comandantes-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar compete conhecer das sanções disciplinares aplicadas aos inativos da reserva remunerada, em grau de recurso, respectivamente, se oficial ou praça. (136) O Governador do Estado é competente para aplicar todas as sanções disciplinares previstas no Código Disciplinar. (137) O Controlador Geral de Disciplina poderá aplicar todas as sanções disciplinares, inclusive a demissão de oficiais. (138) Os oficiais do posto de tenente-coronel poderão aplicar as sanções disciplinares de advertência, repreensão e permanência disciplinar de até 20 (vinte) dias. (139) Os oficiais do posto de capitão poderão aplicar as sanções disciplinares de advertência, repreensão e permanência disciplinar de até 05 (cinco) dias. (140) Os oficiais do posto de tenente poderão aplicar somente as sanções disciplinares de advertência e repreensão. (141) Na aplicação das sanções disciplinares serão sempre considerados a natureza, a gravidade e os motivos determinantes do fato, os danos causados, a personalidade e os antecedentes do agente, a intensidade do dolo ou o grau da culpa. (142) Haverá aplicação de sanção disciplinar quando o militar praticar a transgressão por motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovados. (143) Não haverá aplicação de sanção disciplinar quando for reconhecida legítima defesa própria ou de outrem. (144) Não haverá aplicação de sanção disciplinar quando for em obediência a ordem superior, desde que a ordem recebida seja manifestamente ilegal. (145) Estar, no mínimo, no bom comportamento é uma circunstância atenuante. (146) Caso o militar colabore na apuração da transgressão disciplinar, isso configurará como circunstância atenuante. (147) Se o militar tiver prestado serviços relevantes, não haverá aplicação de sanção disciplinar. (148) A reincidência é uma circunstância agravante. (149) Estar em comportamento regular é uma circunstância agravante. (150) Conluio de duas ou mais pessoas na prática da transgressão disciplinar configura circunstância agravante. (151) As alegações dedefesa do transgressor devem constar no enquadramento disciplinar. (152) No enquadramento disciplinar não deve constar a data de início de cumprimento da sanção disciplinar. Devendo a definição da data ser de acordo com o desejo do militar transgressor. (153) A publicação é a divulgação oficial do ato administrativo referente à aplicação da sanção disciplinar ou à sua justificação, e dá início a seus efeitos. (154) As sanções aplicadas a oficiais, alunos oficiais, subtenentes e sargentos serão publicadas somente para conhecimento dos integrantes dos seus respectivos círculos e superiores hierárquicos, nunca podendo ser dadas ao conhecimento geral. (155) Quando as circunstâncias atenuantes preponderarem, a sanção não será aplicada em seu limite máximo. (156) Quando as circunstâncias agravantes preponderarem, poderá ser aplicada a sanção até o seu limite máximo. (157) Pela mesma transgressão poderá ser aplicada mais de uma sanção disciplinar, desde de que devidamente motivado e justificado pela autoridade competente. (158) As faltas leves são puníveis com advertência ou repreensão e, na reincidência, com permanência disciplinar de até 10 (dez) dias. (159) As faltas médias são puníveis com permanência disciplinar de até 8(oito) dias e, na reincidência, com permanência disciplinar de até 20(vinte) dias. (160) As faltas graves são puníveis com permanência disciplinar de até 10 (dez) dias ou custódia disciplinar de até 8 (oito) dias e, na reincidência, com permanência de até 20 (vinte) dias ou custódia disciplinar de até 15 (quinze) dias, desde que não caiba demissão ou expulsão. (161) O início do cumprimento da sanção disciplinar dependerá de aprovação do ato pelo Comandante da Unidade ou pela autoridade funcional imediatamente superior, quando a sanção for por ele aplicada, e prévia publicação em boletim. (162) A sanção disciplinar exime o militar estadual punido da responsabilidade civil e criminal emanadas do mesmo fato. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 9 (163) Quando transgressões forem praticadas de forma conexa, serão impostas sanções correspondentes isoladamente. (164) Na ocorrência de mais de uma transgressão, sem conexão entre elas, as de menor gravidade serão consideradas como circunstâncias agravantes da transgressão principal. (165) Na ocorrência de transgressão disciplinar envolvendo militares do Estado de mais de uma Unidade, caberá ao comandante da área territorial onde ocorreu o fato apurar ou determinar a apuração e, ao final, se necessário, remeter os autos à autoridade funcional superior comum aos envolvidos. (166) Quando duas autoridades de níveis hierárquicos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre o transgressor, conhecerem da transgressão disciplinar, competirá à de maior hierarquia apurá-la, não podendo determinar que a menos graduada o faça. (167) A autoridade que tiver de aplicar sanção a subordinado que esteja a serviço ou à disposição de outra autoridade requisitará a apresentação do transgressor. (168) Nenhum militar do Estado será interrogado ou ser-lhe-á aplicada sanção se estiver em estado de embriaguez, ou sob a ação de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica. (169) O início do cumprimento da sanção disciplinar deverá ocorrer no prazo máximo de 10(dez) dias após a ciência, pelo militar punido, da sua publicação. (170) A contagem do tempo de cumprimento da sanção começa no momento em que o militar do Estado o iniciar, computando-se cada dia como período de 24 (vinte e quatro) horas. (171) Não será computado, como cumprimento de sanção disciplinar, o tempo em que o militar do Estado passar em gozo de afastamentos regulamentares, interrompendo-se a contagem a partir do momento de seu afastamento até o seu retorno. Comportamento (172) O comportamento dos oficiais segue as mesmas regras a serem aplicadas as praças. (173) A praça estará no comportamento BOM quando, no período de 2 (dois) anos, lhe tenham sido aplicadas até 2 (duas) permanências disciplinares. (174) A praça estará no comportamento EXCELENTE quando, no período de 10 (dez) anos, lhe tenham sido aplicadas até 2 (duas) repreensões. (175) Para a classificação do comportamento fica estabelecido que duas repreensões equivalerão a uma custódia disciplinar. (176) Para efeito de classificação, reclassificação ou melhoria do comportamento, ter-se-ão como bases as datas em que as sanções foram publicadas. (177) Ao ser admitida, a praça militar será classificada no comportamento ―regular‖. (178) A praça estará no comportamento MAU quando, no período de 1 (um) ano, lhe tenham sido aplicadas mais de 2 (duas) permanências disciplinares ou mais de 1 (uma) custódia disciplinar. Recursos Disciplinares (179) São recursos disciplinares o pedido de reconsideração de ato e o recurso hierárquico. (180) O militar do Estado, que considere a si próprio prejudicado, ofendido ou injustiçado por ato de superior hierárquico, poderá interpor recursos disciplinares. (181) O pedido de reconsideração de ato é recurso interposto, mediante parte ou ofício, à autoridade que praticou, ou aprovou, o ato disciplinar que se reputa irregular, ofensivo, injusto ou ilegal, para que o reexamine. (182) O pedido de reconsideração de ato deve ser encaminhado, diretamente, à autoridade recorrida e no máximo duas vezes. (183) O pedido de reconsideração de ato não tem efeito suspensivo (184) O pedido de reconsideração de ato deve ser apresentado no prazo máximo de 5 (cinco) dias, a contar da data em que o militar do Estado tomar ciência do ato que o motivou. (185) A autoridade a quem for dirigido o pedido de reconsideração de ato deverá, saneando se possível o ato praticado, dar solução ao recurso, no prazo máximo de 20 (vinte) dias, a contar da data de recebimento do documento, dando conhecimento ao interessado. (186) O recurso hierárquico, interposto por uma única vez, terá efeito suspensivo e será redigido sob a forma de parte ou ofício e endereçado diretamente à autoridade imediatamente superior àquela que não reconsiderou o ato tido por irregular, ofensivo, injusto ou ilegal. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 10 (187) Não será conhecido o recurso hierárquico intempestivo, procrastinador ou que não apresente fatos ou argumentos novos que modifiquem a decisão anteriormente tomada. Da Revisão dos Atos Disciplinares (188) Todas as autoridades competentes para aplicar sanção disciplinar podem praticar a revisão dos atos disciplinares. (189) A retificação consiste na correção de irregularidade formal sanável, contida na sanção disciplinar aplicada pela própria autoridade ou por autoridade superior. (190) A atenuação é a redução da sanção proposta ou aplicada, para outra mais rigorosa ou, ainda, o aumento do número de dias da sanção. (191) A agravação é a ampliação do número dos dias propostos para uma sanção disciplinar ou a aplicação de sanção mais rigorosa. (192) Não caberá agravamento da sanção em razão da interposição de recurso disciplinar pelo militar acusado. (193) Anulação é a declaração de invalidade da sanção disciplinar aplicada pela própria autoridade ou por autoridade subordinada, quando, na apreciação do recurso, verificar a ocorrência de ilegalidade, não retroagindo à data do ato. (194) A anulação de sanção administrativo-disciplinar poderá ser feita no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da datada publicação do ato que se pretende invalidar. Das Recompensas Militares (195) As recompensas militares constituem reconhecimento dos bons serviços prestados pelo militar do Estado e consubstanciam-se em prêmios concedidos por atos meritórios e serviços relevantes. (196) O elogio individual, ato administrativo que coloca em relevo as qualidades morais e profissionais do militar, podendo ser concedido a depender da classificação de seu comportamento e não precisando ser registrado nos assentamentos. (197) A dispensa do serviço é uma recompensa militar e somente poderá ser concedida por oficiais do posto de coronel. (198) A dispensa do serviço é uma recompensa militar e somente poderá ser concedida por oficiais dos postos de tenente-coronel e coronel a qualquer militar. (199) A Recompensa Militar denominada Dispensa do Serviço deverá ser publicada em boletim. (200) O cancelamento de sanções disciplinares consiste na retirada dos registros realizados nos assentamentos individuais do militar da ativa e do inativo. (201) A recompensa militar denominada cancelamento de sanções disciplinares é inaplicável às sanções de reforma administrativa disciplinar, de demissão e de expulsão. (202) O cancelamento de sanções é ato do Comandante-geral de ofício comprovados em seus assentamentos, depois de decorridos os lapsos temporais correspondentes a cada sanção, de efetivo serviço sem qualquer outra sanção, a contar da data da última pena imposta. (203) O tempo de efetivo serviço sem qualquer outra sanção a contar da data da última pena imposta para o cancelamento de uma advertência será de 02 anos. (204) Os lapsos temporais para o cancelamento das sanções de Advertência, Repreensão, Custódia Disciplinar e Permanência Disciplinar são de, respectivamente, 02 anos, 03 anos, 07 anos e 10 anos. (205) Independentemente das condições previstas no Código, o Comandante-Geral poderá cancelar uma ou mais punições do militar que tenha praticado qualquer ação militar considerada especialmente meritória, que não chegue a constituir ato de bravura. (206) Configurando ato de bravura, assim reconhecido, o Comandante-Geral poderá cancelar todas as punições do militar, independente das condições previstas. (207) O cancelamento de sanções terá efeito retroativo. (208) O cancelamento de sanções não motivará o direito de revisão de outros atos administrativos decorrentes das sanções canceladas. Processo Regular (209) O Conselho de Disciplina é o processo regular aplicado aos oficiais. (210) O Processo Regular que aplica-se às praças será o Conselho de Disciplina, independentemente do tempo de serviço do militar. (211) O processo regular poderá ter por base investigação preliminar, inquérito policial-militar ou sindicância instaurada, realizada ou acompanhada 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 11 pela Controladoria Geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário. (212) A inobservância dos prazos previstos para o processo regular acarreta na nulidade do processo. (213) O militar do Estado submetido a processo regular poderá ser proibido do uso do uniforme e o porte de arma, como medida cautelar. (214) O militar do Estado submetido a processo regular não poderá ser designado para o exercício de outras funções, enquanto perdurar o processo. (215) Aplicam-se a esta Lei, subsidiariamente, pela ordem, as normas do Código do Processo Penal Militar, do Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil. (216) Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar pela passagem do transgressor para a reserva remunerada. (217) Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar pela prescrição. O prazo para prescrição da transgressão sujeita à advertência e repreensão será de 2 (dois) anos. (218) Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar pela prescrição que é em 4 (quatro) anos, para transgressão sujeita à permanência disciplinar. (219) Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar pela prescrição, para transgressão sujeita a reforma administrativa; disciplinar, demissão, expulsão e proibição do uso do uniforme e do porte de arma o prazo será de 05 (cinco) anos. (220) O início da contagem do prazo de prescrição de qualquer transgressão disciplinar é da data em que foi praticada, interrompendo-se pela instauração de sindicância, de conselho de justificação ou disciplina ou de processo administrativo-disciplinar ou pelo sobrestamento destes. (221) O Conselho de Justificação destina-se a apurar as transgressões disciplinares cometidas por praça e a incapacidade deste para permanecer no serviço ativo militar. (222) O Conselho de Justificação aplica-se também ao oficial inativo presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade. (223) O oficial submetido a Conselho de Justificação e considerado culpado, por decisão unânime ficará proibido de usar uniforme e de portar arma até decisão final do Tribunal competente. (224) O oficial submetido a Conselho de Justificação e considerado culpado, por decisão unânime ficará afastado das suas funções. (225) A constituição do Conselho de Justificação dar- se-á por ato do Governador do Estado ou do Controlador Geral de Disciplina, composto, cada um, por 3 (três) Oficiais, sejam Militares ou Bombeiros Militares Estaduais, ou das Forças Armadas, dos quais, um Oficial Intermediário, recaindo sobre o mais antigo a presidência da Comissão, outro atuará como interrogante e o último como relator e escrivão. (226) O Oficial que formulou a acusação poderá fazer parte do Conselho de Justificação. (227) Os Oficiais que tenham particular interesse na decisão não podem fazer parte do Conselho de Justificação. (228) Oficiais Subalternos podem fazer parte do Conselho de Justificação. (229) O Conselho de Justificação funciona sempre com a totalidade de seus membros, em local que a autoridade nomeante, ou seu presidente, julgue melhor indicado para a apuração dos fatos. (230) O Conselho de Justificação dispõe de um prazo de 30(trinta) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias para deliberação, confecção e remessa do relatório conclusivo. (231) A decisão do Conselho de Justificação será tomada por maioria de votos de seus membros, facultada a justificação, por escrito, do voto vencido. (232) O Conselho de Disciplina destina-se a apurar as transgressões disciplinares cometidas pela praça da ativa ou da reserva remunerada e a incapacidade moral desta para permanecer no serviço ativo militar ou na situação de inatividade em que se encontra. (233) A constituição do Conselho de Disciplina dar- se-á por ato do Secretário de Segurança Pública. (234) O Conselho de Disciplina será composto por 3 (três) Oficiais, sejam Militares ou Bombeiros Militares Estaduais, ou das Forças Armadas, dos quais, um Oficial Intermediário, recaindo sobre o mais antigo a presidência da Comissão, outro atuará como interrogante e o último como relator e escrivão. (235) O mais antigo do Conselho, no mínimo um Major, será o presidente e o que se lhe seguir em antiguidade ou precedência funcional será o interrogante, sendo o relator e escrivão o mais moderno. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 12 (236) Entendendo necessário, o presidente poderá nomear um subtenente ou sargento para funcionar como escrivão no processo, oqual não integrará o Conselho. (237) O Oficial que formulou a acusação não pode fazer parte do Conselho de Disciplina. (238) Os Oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco consanguíneo ou afim, na linha reta ou até o quarto grau de consanguinidade colateral ou de natureza civil não podem fazer parte do conselho de disciplina. (239) Os oficiais subalternos não podem fazer parte do conselho de disciplina. (240) O Conselho de Disciplina só poderá ser instaurado se houver inquérito policial comum ou militar, ou processo criminal ou de sentença criminal transitada em julgado. (241) Se no curso dos trabalhos do Conselho surgirem indícios de crime comum ou militar, o presidente deverá extrair cópia dos autos, remetendo- os, por ofício, à autoridade competente para início do respectivo inquérito policial ou da ação penal cabível. (242) O Conselho de Disciplina dispõe de um prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias para deliberação, confecção e remessa do relatório conclusivo. (243) Encerrada a fase de instrução do conselho de disciplina, a praça acusada será intimada para apresentar, por seu advogado ou defensor público, no prazo de 8 (oito) dias, suas razões finais de defesa. (244) O processo administrativo-disciplinar é o processo regular, realizado por comissão processante formada por 3 (três) oficiais, designada por portaria do Controlador-Geral de Disciplina, destinado a apurar as transgressões disciplinares cometidas pela praça da ativa, com menos de 10 (dez) anos de serviço militar no Estado e a incapacidade moral desta para permanecer no serviço ativo. (245) A comissão do processo administrativo- disciplinar dispõe de um prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar da data de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos relativos ao processo, e de mais 15 (quinze) dias para confecção e remessa do relatório conclusivo. (246) Para os efeitos do Código Disciplinar, considerasse Comandante de Unidade o oficial que estiver exercendo funções privativas dos postos de coronel e de tenente-coronel. (247) As expressões diretor e chefe têm o mesmo significado de Comandante de Unidade. QUESTÕES DO ESTATUTO Generalidades (248) O Estatuto dos Militares Estaduais do Ceará regula a situação, direitos, prerrogativas, deveres e obrigações dos militares estaduais. (249) As Corporações Militares do Estado, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina são forças auxiliares e reserva do Exército e estão subordinadas ao Governador do Estado. (250) É Missão Fundamental da Polícia Militar exercer polícia ostensiva, preservar a ordem pública e a execução de atividades de defesa civil. (251) A vinculação é ato ou efeito de ficarem as Corporações Militares do Estado sob a direção operacional da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. (252) Os militares estaduais somente poderão estar em umas das seguintes situações: na ativa ou na inatividade. (253) Os Cadetes e Alunos-Soldados de órgãos de formação de militares estaduais não são considerados militares do serviço ativo, por ainda estarem nos respectivos cursos de formação. (254) Os militares reformados que estão na situação de inativos são dispensados, definitivamente, da prestação de serviço na ativa. Por tanto, não recebem remuneração pela respectiva Corporação. (255) A carreira militar estadual é privativa do pessoal da ativa das Corporações Militares do Estado, iniciando-se com o ingresso e obedecendo-se à sequência de graus hierárquicos. (256) Os militares estaduais da reserva remunerada poderão ser convocados para o serviço ativo e poderão também ser para estes designados, em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, por ato do Governador do Estado. (257) Caso seja necessário o aproveitamento dos conhecimentos técnicos e especializados do militar estadual que esteja na reserva remunerada, ele poderá ser designado para prestar serviço na ativa de forma compulsória, mediante convocação ex officio. (258) Em caráter transitório e mediante aceitação voluntária, o militar estadual da reserva remunerada poderá ser convocado para o serviço ativo se não 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 13 houver, no momento, na ativa, militar estadual habilitado a exercer a função vaga existente na Corporação Militar estadual. (259) A condição jurídica dos militares estaduais é definida pelos dispositivos constitucionais que lhes forem aplicáveis, por este Estatuto e pela legislação estadual que lhes outorguem direitos e prerrogativas e lhes imponham deveres e obrigações. (260) O disposto no Estatuto aplica-se, no que couber, aos militares estaduais da reserva remunerada, não se aplicando aos militares reformados. Dos Requisitos para Ingresso (261) O edital não poderá trazer novos requisitos além dos previstos no Estatuto. (262) O ingresso na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará dar-se-á para o preenchimento de cargos vagos, mediante prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos. (263) Somente o Brasileiro nato poderá ingressar na polícia militar. (264) Ter, na data da posse, idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos é um requisito para ingresso na PMCE. (265) Para ingressar na PMCE é necessário que se tenha, na data de inscrição no concurso, idade inferior a 30 (trinta) anos, para as carreiras de praça. (266) O condenado judicialmente por prática criminosa poderá ingressar na PM-CE desde que já tenha sido cumprida sua pena. (267) Para ingressar na PMCE é necessário possuir honorabilidade compatível com a situação de futuro militar estadual, tendo, para tanto, boa reputação social e não estando respondendo a processo criminal, nem indiciado em inquérito policial. (268) Estar em situação regular com as obrigações eleitorais e militares são requisitos para ingresso nas Corporações Militares do Estado. (269) Ter concluído, na data de inscrição do curso de formação, o ensino médio para ingresso na Carreira de Praças é um requisito para ingresso na PMCE. (270) Não ter sido licenciado de Corporação Militar ou das Forças Armadas no comportamento inferior ao ―regular‖ é um requisito para ingresso na PMCE. (271) Para ingressar na PMCE é necessário ter, no mínimo, 1,62 m de altura, se candidato do sexo feminino, e 1,57m, se candidato do sexo masculino. (272) A primeira etapa do concurso público constará dos exames intelectuais (provas), de caráter classificatório e eliminatório, e títulos, quando estabelecido nesta Lei, esse último de caráter classificatório. (273) A terceira etapa constará do Curso de Formação Profissional de caráter classificatório e eliminatório, durante o qual serão realizadas a avaliação psicológica, de capacidade física e a investigação social, todos de caráter classificatório. (274) Para ingressar na PMCE, o candidato deverá ser portador da carteira nacional de habilitação classificada, no mínimo, na categoria ―AB‖, na data da matrícula no Curso de Formação Profissional. (275) O ingresso na PMCE, dar-se-á, exclusivamente, para a carreira de Praça, como Aluno-Soldado do Curso de Formação de Soldados. (276) É vedada a mudança de quadro, salvo no caso de aprovação em novo concurso público. Quadro de Oficiais de Administração (277) O Quadro de Oficiais de Administração destina- se a prestar apoio às atividades da Corporação, mediante o desempenho de funções somente administrativas. (278) O Quadro de Oficiais de Administração – QOA, da Polícia Militare do Corpo de Bombeiros Militar serão constituídos de Segundos-Tenentes, Primeiros Tenentes, Capitães e de Majores. (279) Fica autorizada a designação de Oficial integrante do QOA para as funções de Comando e Comando Adjunto de Subunidades. (280) Oficiais do QOA têm os mesmos direitos, regalias, prerrogativas, vencimentos e vantagens atribuídas aos Oficiais de igual posto dos demais Quadros, ressalvado as restrições expressas em Lei. (281) Além de outros requisitos, para a seleção e ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais é necessário que ser Subtenente ou 1° Sargento do serviço ativo. (282) Para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais, o militar deverá estar classificado, no mínimo, no ―ótimo‖ comportamento. (283) Para ingresso no Curso de Habilitação de Oficiais é necessário possuir diploma de curso 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 14 superior de graduação plena, independentemente de ser reconhecido pelo Ministério da Educação. (284) O Subtenente do serviço ativo que estiver respondendo a processo-crime, mesmo quando decorrente do cumprimento de missão policial militar ou bombeiro militar, não poderá ingressar no Curso de Habilitação de Oficiais. Da Hierarquia e da Disciplina (285) A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Corporações Militares do Estado, nas quais a autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico do militar estadual. (286) A hierarquia militar estadual é a ordenação da autoridade em níveis diferentes dentro da estrutura da Corporação, obrigando os níveis superiores em relação aos inferiores. (287) O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à sequência decrescente de autoridade. (288) A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral às leis, regulamentos, normas e disposições que fundamentam a Corporação Militar Estadual. (289) A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias entre os militares. (290) O Círculo de Oficiais Subalternos é composto por oficiais dos postos de 1° Tenente, 2° Tenentes e pelos Cadetes. (291) O Círculo dos Oficiais Superiores é composto por oficiais dos postos de Coronel Cmt. Geral, Coronel, Tenente-Coronel e Major. (292) Os graus hierárquicos dos diversos Quadros e Qualificações são fixados separadamente para cada caso, de acordo com a Lei de Fixação de Efetivo da respectiva Corporação. (293) Sempre que o militar estadual da reserva remunerada fizer uso do posto ou graduação, deverá fazê-lo mencionando essa situação, não se estendendo essa obrigação aos militares reformados. (294) A precedência entre militares estaduais da ativa, do mesmo grau hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência funcional. (295) A antiguidade entre os militares do Estado, em igualdade de posto ou graduação, será definida, sucessivamente, pelas seguintes condições: data da última promoção; prevalência sucessiva dos graus hierárquicos anteriores; classificação no curso de formação ou habilitação; maior idade; data de nomeação ou admissão. (296) O 3° SARGENTO A foi promovido pela última vez em 2017, já o 3° SARGENTO B foi promovido a essa graduação em 2018. Portanto, podemos afirmar que o 3° SARGENTO A é mais antigo que o 3° SARGENTO B. (297) Em igualdade de posto ou graduação, os militares estaduais inativos têm precedência sobre os da ativa. (298) Em igualdade de postos ou graduações, entre os integrantes da Polícia Militar do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, aqueles militares terão precedências hierárquicas sobre estes. (299) A precedência funcional ocorrerá quando, em diferença de posto ou graduação, o oficial ou praça ocupar cargo ou função que lhe atribua superioridade funcional sobre os integrantes do órgão ou serviço que dirige, comanda ou chefia. (300) Os Cadetes são hierarquicamente superiores aos Subtenentes, Primeiros-Sargentos, Cabos, Soldados e Alunos-Soldados. Do Cargo, Da Função e Do Comando (301) Os cargos de provimento efetivo dos militares estaduais são os postos e graduações previstos na Lei de Fixação de Efetivo de cada Corporação Militar. (302) Os cargos de provimento efetivo podem ser ocupados por militares inativos. (303) O provimento do cargo de Oficial é realizado por ato governamental e o da Praça, por ato administrativo do Comandante-Geral. (304) Os cargos de provimento em comissão estão previstos na Lei de Organização Básica da Corporação Militar. (305) Os cargos de provimento em comissão são de livre nomeação e exoneração pelo Chefe do Poder Legislativo. (306) Os cargos de provimento em comissão somente podem ser providos por militares do serviço ativo da Corporação. (307) O Comandante-Geral poderá, provisoriamente, por necessidade institucional urgente devidamente motivada, designar o oficial para o cargo em comissão ou dispensá-lo, devendo regularizar a situação na conformidade do Estatuto, no prazo de 15 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 15 (quinze) dias a contar do ato, sob pena de restabelecer-se a situação anterior. (308) A exoneração de cargo de provimento em comissão constitui sanção disciplinar. (309) O cargo militar estadual é considerado vago partir de sua criação e até que um militar estadual dele tome posse. (310) A partir do momento que o militar for exonerado, o cargo ficará vago. (311) Consideram-se vagos os cargos militares estaduais cujos ocupantes tenham sido considerados oficialmente desaparecidos de acordo com as regras do Estatuto. (312) É considerado ocupado para todos os efeitos o cargo preenchido cumulativamente, mesmo que de forma provisória, por detentor de outro cargo militar. (313) O Oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício do comando, da chefia e da direção das Organizações Militares Estaduais. (314) Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e complementam as atividades dos oficiais na capacitação de pessoal e no emprego dos meios, na instrução, na administração e no comando de tropas completas, mesmo agindo isoladamente nas diversas atividades inerentes a cada Corporação. (315) Os Cabos e Soldados são, essencialmente, os responsáveis pela execução. (316) Cabe ao militar estadual a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos atos que praticar. (317) Os militares estaduais, nos crimes militares definidos em lei, serão processados e julgados perante a Justiça Militar do Estado, em primeira instância exercitada pelos juízes de direito e Conselhos de Justiça, e em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Estado, enquanto não for criado o Tribunal de Justiça Militar do Estado. (318) Compete ao Conselho de Justiça do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares. Dos Direitos e Das Prerrogativas dos Militares Estaduais (319) A estabilidade é garantida para a praça, desde a investidura, e para o oficial, quando completar mais de 3 (três) anos de efetivo serviço. (320) Aos militares do estado é garantido o direito ao uso das designações hierárquicas. (321) O porte de arma só é garantido aos militares no serviço ativo. (322) Ao militar estadual é garantido o direito a assistência jurídica gratuita e oficial do Estado, independentemente se o ato for praticado no legítimoexercício da missão. (323) Ao militar estadual é garantido livre acesso, quando em serviço ou em razão deste, aos locais sujeitos à fiscalização policial militar ou bombeiro militar. (324) É um direito garantido no Estatuto o fardamento ou valor correspondente, constituindo-se no conjunto de uniformes fornecidos, pelo menos uma vez ao ano, ao Cabo e Soldado na ativa, bem como os Cadetes e Alunos-Soldados, e, em casos especiais, aos demais militares estaduais. (325) Fica assegurado a qualquer militar estadual, quando fardado e mediante a apresentação de sua identidade militar, acesso gratuito aos transportes rodoviários coletivos intermunicipais, ficando estabelecida a cota máxima de 2 (dois) militares por veículo. (326) É garantida ao militar estadual a isenção de pagamento da taxa de inscrição em qualquer concurso público para ingresso na Administração Pública Estadual, Direta, Indireta e Fundacional. (327) O militar estadual alistável é elegível. (328) O militar tiver menos de 10 (dez) anos de serviço que se candidatar a cargo eletivo, deverá afastar-se definitivamente da atividade militar estadual a partir do registro de sua candidatura na Justiça Eleitora. (329) O militar que contar com 10 ou mais anos de serviço perderá a remuneração caso se candidate a cargo eletivo durante o tempo que durar a campanha eleitoral. (330) O militar suplente, ao assumir o cargo eletivo será transferido para a reserva remunerada, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (331) A remuneração dos militares estaduais compreende vencimentos ou subsídio fixado em parcela única. (332) O militar estadual ao ser matriculado nos cursos regulares previstos nesta Lei, inclusive os de formação, e desde que esteja no exercício de cargo ou função gratificada por período superior a 6 (seis) meses, não perderá o direito à percepção do benefício correspondente. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 16 (333) O subsídio ou os vencimentos dos militares estaduais são irredutíveis. (334) O valor do subsídio ou dos vencimentos é igual para o militar estadual da ativa, da reserva ou reformado, de um mesmo grau hierárquico. (335) Os proventos da inatividade não poderão ser revistos quando se modificar o subsídio ou os vencimentos dos militares estaduais em serviço ativo. (336) Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar estadual terá direito a proventos proporcionais aos anos de serviço, computáveis para a inatividade, até o máximo de 30 (trinta) anos, computando-se, para efeito da contagem naquela ocasião, o resíduo do tempo igual ou superior a 240 (duzentos e quarenta) dias como se fosse mais 1(um) ano. (337) As férias são concedidas semestralmente de acordo com portaria do Comandante-Geral. (338) As férias são remuneradas com um terço a mais da remuneração normal e são de gozo obrigatório após a concessão. (339) As férias são atribuídas ao militar estadual para descanso, a partir do último mês do ano a que se referem ou durante o ano seguinte, devendo o gozo ocorrer nesse período. (340) As férias poderão ser restringidas por necessidade do serviço, identificada por ato do Comandante-Geral, não sendo mais garantida uma nova data de reinicio das férias. (341) Não fará jus às férias regulamentares o militar estadual que esteja aguardando solução de processo de inatividade. (342) As férias não poderão ser dividas, mesmo que em dois períodos iguais. (343) Os militares que estão nos cursos de formação para ingresso na Corporação também fazem jus ao direito de férias. (344) Por motivo de falecimento de pais, irmão, cônjuge, companheiro(a), filhos, sogros e avós o militar terá direito a se afastar do serviço pelo período de até 08 (oito) dias. (345) O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido, no primeiro caso, se solicitado por antecipação à data do evento, e, no segundo caso, tão logo a autoridade a que estiver subordinado o militar estadual tome conhecimento, de acordo com portaria do Comandante-Geral. (346) O militar que se afastar do serviço por motivo de Núpcias, Luto, instalação ou trânsito perderá o direito a percepção de remuneração. (347) A licença-maternidade será iniciada na data do nascimento do filho. (348) A licença a gestante nunca poderá ser concedida antes do 8° mês de gestação. (349) A licença-maternidade será prorrogada mediante requerimento efetivado até o final do terceiro mês após o parto e será concedida imediatamente após a fruição da licença- maternidade. (350) Durante o período de prorrogação da licença- maternidade, a militar estadual terá direito à sua remuneração, vedado o exercício de qualquer atividade remunerada pela beneficiária, não podendo também a criança ser mantida em creches ou organização similar, sob pena da perda do direito do benefício, mas sem apuração da responsabilidade funcional. (351) A licença-paternidade será iniciada na data do nascimento do filho e terá duração de 10 dias. (352) O militar poderá pedir a Licença para tratar de saúde de dependente por motivo de doença nas pessoas dos seguintes dependentes: pais; filhos; irmãos: cônjuge do qual não esteja separado; e de companheiro (a); em qualquer caso, desde que prove ser indispensável a sua assistência pessoal e esta não possa ser prestada simultaneamente com o exercício funcional. (353) O prazo máximo da licença para tratar de saúde de dependente será de 2 (dois) anos, dos quais os 6 (seis) primeiros meses sem prejuízo de sua remuneração. No período que exceder os 6 (seis) meses até o limite de 2 (dois) anos, implicará em prejuízo da remuneração, da contagem do tempo de serviço e/ou contribuição e da antiguidade no posto ou na graduação. (354) A licença para tratar de interesse particular é a autorização para afastamento total do serviço por até 2 (dois) anos, sempre contínuos, concedida ao militar estadual com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço que a requerer com essa finalidade, sem prejuízo da remuneração, da contagem do tempo de serviço e/ou contribuição e da antiguidade no posto ou na graduação. (355) Em caso de aborto, ainda que criminoso, comprovado mediante atestado médico, a militar terá direito à licença remunerada correspondente a 2 (duas) semanas. (356) As licenças poderão ser interrompidas a pedido. 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 17 (357) As licenças poderão ser interrompidas em caso de mobilização, estado de guerra, estado de defesa, estado de sítio, caso de decretação de estado ou situação de emergência ou calamidade pública. (358) As licenças poderão ser interrompidas para cumprimento de punição disciplinar, conforme determinado pelo Comandante-Geral. (359) As dispensas do serviço podem ser concedidas aos militares estaduais para desconto em férias não publicadas e já gozadas no todo. (360) Em decorrência de prescrição médica o militar poderá ser dispensado do serviço. (361) As dispensas do serviço serão concedidas com a remuneração integral, mas não serão computadas como tempo de efetivo serviço e/ou contribuição militar. (362) As prerrogativas dos militares estaduais são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus hierárquicos e cargos que lhes estão afetos. (363) São prerrogativas dos militares estaduais o uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias, divisas, emblemas, agidas e peças complementares das respectivas Corporações, correspondentes aoposto ou à graduação. (364) São prerrogativas dos militares estaduais as honras, tratamentos e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos. (365) O militar só poderá cumprir pena de prisão ou detenção, mesmo após o trânsito em julgado da sentença, somente em Organização Militar da Corporação a que pertence. Não sendo necessário que o comandante, chefe ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o militar. (366) É uma prerrogativa dos militares estaduais o julgamento por crimes militares, em foro especial, na conformidade das normas constitucionais e legais aplicáveis. (367) O militar estadual só poderá ser preso em caso de flagrante delito. (368) O militar poderá ser preso por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente ou de autoridade militar estadual competente, nos casos de transgressão disciplinar ou de crime propriamente militar, definidos em lei. (369) Somente em casos de flagrante delito, o militar estadual poderá ser preso por autoridade policial civil. (370) O militar preso em flagrante delito por autoridade policial civil ficará retido na Delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante, comunicando-se imediatamente ao juiz competente e ao comando da respectiva Corporação Militar, após o que deverá ser encaminhado preso à autoridade militar de patente superior mais próxima da Organização Militar da Corporação a que pertencer. (371) O militar estadual ativo e da reserva remunerada é dispensado do serviço na instituição do Júri e do serviço na Justiça Eleitoral. (372) Os uniformes das Corporações Militares Estaduais, com seus distintivos, insígnias, divisas, emblemas, agidas e peças complementares são privativos dos militares estaduais e representam o símbolo da autoridade militar. (373) É proibida a utilização de uniformes no estrangeiro, quando em atividade relacionada com a missão policial militar ou bombeiro militar. (374) É permitida a utilização de uniformes em manifestação de caráter político-partidário. (375) É proibida a utilização de uniformes na inatividade. (376) Para comparecer as solenidades militares estaduais, cerimônias cívico comemorativas das grandes datas nacionais ou estaduais ou a atos sociais solenes, o militar poderá utilizar o uniforme da inatividade, quando devidamente autorizado pelo Comandante-geral. (377) É permitido a qualquer civil ou organizações civis o uso de uniforme ou a ostentação de distintivos, insígnias, agildas ou emblemas, iguais ou semelhantes, que possam ser confundidos com os adotados para os militares estaduais. (378) Além dos indivíduos que a tenham cometido a infração, os diretores ou chefes de repartições, organizações de qualquer natureza, firmas ou empregadores, empresas, institutos ou departamentos que tenham adotado ou consentido sejam usados uniformes ou ostentados distintivos, insígnias, agildas ou emblemas, iguais ou que possam ser confundidos com os adotados para os militares estaduais também serão responsabilizados. Das Situações Especiais (AGREGAÇÃO, REVERSÃO, EXECEDENTE, AUSENTE) (379) A agregação é a situação na qual o militar estadual inativo deixa de ocupar vaga na escala 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE 18 hierárquica do seu Quadro, nela permanecendo sem número. (380) O militar que estiver aguardando transferência para a inatividade, após transcorridos mais de 90 (noventa) dias de tramitação administrativa regular do processo, ficando afastado de toda e qualquer atividade a partir da agregação. (381) Ter sido julgado incapaz temporariamente, após 06 meses contínuos de tratamento de saúde é uma situação que acarreta na agregação do militar. (382) O militar ficará agregado quando for julgado, por junta médica da Corporação, definitivamente incapaz para o serviço ativo militar, enquanto tramita o processo de reforma. (383) O militar será agregado após ter ultrapassado 6 (seis) meses contínuos de licença para tratar de interesse particular ou de saúde de dependente. (384) O militar que for considerado oficialmente desparecido será agregado. (385) Quando houver transcorrido o prazo de graça e caracterizado o crime de deserção, o militar estadual será agregado. (386) Se o militar for condenado à pena de perca do exercício do cargo ou função, será agregado. (387) O militar que for condenado a pena restritiva de liberdade, independente da duração, será agregado. (388) O militar estadual agregado fica dispensado das obrigações disciplinares concernentes às suas relações com os outros militares e autoridades civis. (389) A agregação se faz por ato do Comandante- Geral, devendo ser publicada em Boletim Interno da Corporação até 10 (dez) dias, contados do conhecimento oficial do fato que a motivou, recebendo o agregado a abreviatura ―AG‖. (390) Se dá através da Reversão o retorno do militar agregado para o seu respectivo Quadro. (391) Reversão é o ato pelo qual o militar estadual agregado, ou inativado, retorna ao respectivo Quadro ou serviço ativo, quando cessado o motivo que deu causa à agregação ou quando reconduzido da inatividade para o serviço temporário. (392) A reversão da inatividade para o serviço ativo temporário é ato da competência do Governador do Estado, não podendo ele designar outra autoridade para praticar esse ato. (393) Compete ao Comandante–Geral efetivar o ato de reversão, devendo ser publicado no Boletim Interno da Corporação até 10 (dez) dias, contados do conhecimento oficial do fato que a motivou. (394) Excedente é a situação transitória na qual, automaticamente, ingressa o militar estadual que, sendo o mais moderno na escala hierárquica do seu Quadro ou Qualificação, ultrapasse o efetivo fixado em Lei. (395) O militar estadual, cuja situação é a de excedente, é considerado como em efetivo serviço para todos os efeitos. (396) O militar estadual na situação de excedente não concorre a promoção. (397) É considerado ausente o militar estadual que por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas deixar de comparecer a sua Organização Militar Estadual, sem comunicar qualquer motivo de impedimento. (398) É considerado ausente o militar estadual que por mais de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas ausentar-se, mesmo que autorizado, da Organização Militar Estadual onde serve ou local onde deve permanecer. Do Desligamento do Serviço Ativo (399) O desligamento do serviço ativo será processado após a expedição de ato do respectivo Comandante-Geral. (400) O militar estadual da ativa aguardando transferência para a reserva remunerada continuará, pelo prazo de 90 (noventa) dias, no exercício de suas funções até ser desligado da Corporação Militar Estadual em que serve. (401) O desligamento da Corporação Militar Estadual em que serve deverá ser feito quando da publicação em Boletim Interno da Corporação do ato correspondente. (402) A passagem do militar estadual à situação da inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada, se efetua a pedido ou ―ex officio‖. (403) A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, mediante requerimento do militar estadual que conte com 53 (cinquenta e três) anos de idade e 30 (trinta) anos de contribuição, dos quais no mínimo 25 (vinte e cinco) anos de contribuição militar estadual ao SUSPEC. (404) Não será concedida transferência para a reserva remunerada, a pedido, ao militar estadual que estiver respondendo a processo na instância penal ou 1.010 QUESTÕES DE LEGISLAÇÃO MILITAR PROF. AIRTON MORAL E PROF. VICTOR MATHEUS PMCE
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