Buscar

Resumo II - Microbiologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
Rafaela Pamplona 
Microbiologia 
 
Gram Negativos Atípicos 
Haemophylos 
- São bastonetes pequenos, às vezes pleomórfilos, presentes nas 
membranas mucosas dos seres humanos 
 
 
 
Fisiologia e Estrutura 
- O crescimento da maioria das espécies de Haemophilus requer 
suplementação do meio com uma ou ambos dos seguintes fatores de 
crescimento: Hemina (Fator X) 
Nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD – Fator V) 
- Ágar chocolate levemente aquecido para isolamento in vitro de 
Haemophilus. 
- Parede é típica de outros bastonetes Gram-negativos: parede delgada de 
peptidioglicanos com proteínas espécie-especificas na membrana externa. 
- Proteínas cepa específicas e espécie-específica são encontradas na 
membrana externa. 
 
Patogenia e Imunidade 
- : mais comum, colonizam o trato 
respiratório nos primeiros anos de vida. Podem se empalhar e causar 
doenças nos ouvidos (otite média), nos seios nasais (sinusite) e no trato 
respiratório inferior (bronquite, pneumonia). 
- frequente em crianças não vacinadas 
(pentavalente). Na ausência de anticorpos opsonizadores (= responsáveis 
por identificar e neutralizar) direcionados contra a cápsula polissacarídica, 
pode se desenvolver bacteremia intensa. 
 
Síndromes Clínicas 
- H. influenzae do tipo B (encapsulado): foi causa mais comum de meningite 
pediátrica, mas o quadro foi alterado rapidamente quando as vacinas 
conjugadas se tornaram amplamente utilizadas 
- 50% das crianças não imunizadas que desenvolvem a doença apresentam 
danos neurológicos graves. 
 
 
 
Diagnostico Laboratorial 
→ Coleta do Espécime Clínico 
- A aspiração direta com seringa deve ser utilizada para o diagnóstico 
microbiológico de sinusite ou otite 
- O escarro é utilizado no diagnóstico de pneumonia 
- Tanto sangue quanto o LCR devem ser coletados de crianças não 
imunizadas com o diagnóstico de meningite 
- Os espécimes para detecção de H. ducreyi devem ser coletados com 
um swab umedecido a partir da base ou da margem da úlcera. 
 
 
 
→ Microscopia 
- Podem ser detectados bastonetes Gram-negativos que variam em 
forma de cocobacilos a filamentos longos e pleomórficos 
→ Detecção de Antígeno 
- É específico para H. influenzae; 
- Teste de aglutinação de partículas; 
- Partículas de látex cobertas com anticorpos são misturadas com o 
espécime clínico. A aglutinação ocorre se o PRP (cápsula 
polissacarídica antifagocitária) estiver presente. 
→ Cultura – Ágar Chocolate 
- Meio de Ágar Chocolate é amplamente 
utilizado para o cultivo de microrganismos 
exigentes, embora cresçam neste meio 
quase todos os tipos de microrganismos. 
2 
 
 
Rafaela Pamplona 
- À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho 
em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando 
hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos 
microrganismos exigentes. 
- As bactérias aparecem como colônias lisas e opacas; 
- Devido a meios específicos para detecção do H. ducreyi, deve-se indicar 
investigação direcionada para esta espécie. 
→ Cultura – Satelitismo 
- Meio: Ágar Sangue 
- o sangue precisa estar contaminado com 
S. aureus que lisam eritrócitos e proporcionam os fatores de 
crescimento (fator X e fator V) 
 
Tratamento 
- Infecções graves são tratadas com cefalosporinas de amplo espectro; 
- Infecções menos graves – azitromicina ou uma fluoroquinolona 
- É recomendado que crianças recebam três doses de vacina contra H. 
influenzae do tipo b antes dos 6 meses de idade, seguidas por doses 
de reforço. 
 
Helicobacter 
- Bacilos Gram negativos espiralados (inflamação crônica do antro gástrico 
– final do piloro) 
- Helycobacter pylori (helicobactéria gástrica) tem sido associado com: 
• Gastrite e úlcera péptica 
• Adenocarcinoma gástrico 
• Linfoma de células B do tecido linfóide associado à mucosa gástrica 
(MALT) 
 
 
 
 
Fisiologia e Estrutura 
- Bacilos gram-negativos (associado a inflamação crônica do 
antro gástrico – final do piloro), podendo adquirir a forma cocoide em 
culturas mais velhas. 
- curvo e móvel, promove mobilidade rápida e em forma 
de saca-rolhas. 
: enzima que transforma ureia → NH3 + CO2.. Eleva 
o pH da mucosa gástrica se tornando básico, protegendo o 
microrganismo dos efeitos deletérios do pH ácido do estômago 
podendo ter acesso à camada protetora de muco 
- Catalase Positivo 
- Oxidase Positivo 
→ não utilizam carboidratos, mas utilizam aminoácidos 
como fonte de energia (diminuição do teor de oxigênio e aumento de 
dióxido de carbono) = condições microaerófila
- O crescimento de H. pylori requer um meio complexo suplementado 
com sangue, soro, carvão, amido ou gema de ovo 
- Temperatura variando entre 30ºC e 37ºC. 
 
Fatores de Virulência 
Urease 
Neutraliza ácidos gástricos 
Estimula a quimiotaxia de monócito e neutrófilos 
Estimula a produção de citocinas inflamatórias 
Proteína de 
Choque Térmico 
(HspB) 
Amplifica a produção de urease 
Proteína inibidora 
de ácidos 
Induz a hipocloridria durante a infecção aguda por 
bloquear a secreção ácida das células parietais 
Flagelos 
Permite a penetração para o interior da camada 
de muco gástrico e a proteção contra o 
ambiente ácido 
Adesinas 
Medeia a ligação a células do hospedeiro (ligação 
as células gástricas). 
Mucinase 
Degrada o muco (rompe a camada mucosa 
gástrica) 
Fosfolipases 
Degrada o muco (rompe a camada mucosa 
gástrica) 
Superóxido 
dismutase 
Impede a destruição fagocitaria por neutralizar 
metabolitos do oxigênio 
Catalase 
Impede a desnutrição fagocítica pode neutralizar 
peróxidos 
Citotoxina 
vacuolizante 
Induz a vacuolização das células epiteliais 
Estimula a migração de neutrófilos para a mucosa 
Fatores mal 
definidos: 
gene cag PAI 
 
Estimula a secreção de interleucina-8 pelas 
células epiteliais gástricas, que recruta e ativa 
neutrófilos. 
Estimula células gástricas a produzir fator ativador 
de plaquetas, que estimula a secreção de ácidos 
gástricos 
Induz o oxido nítrico sintase em células epiteliais 
gástricas, que medeia a lesão tecidual 
 
 
3 
 
 
Rafaela Pamplona 
Epidemiologia 
- 70 a 100% dos pacientes com gastrites, úlcera gástrica ou duodenal, 
estão infectados com H. pylori; 
- Os seres humanos são os reservatórios primários da infecção; 
- Acredita-se que a colonização persista por toda a vida, a menos que o 
paciente seja tratado especificamente; 
- A transmissão via fecal-oral é a mais provável. 
 
Síndromes Clínicas 
− Colonização por H. pylori invariavelmente leva à evidência histológica de 
gastrite, ou seja, infiltração de neutrófilos e células mononucleares na 
mucosa gástrica 
− A fase aguda da gastrite é caracterizada por uma sensação de 
plenitude, náusea, vômito e hipocloridria 
− A doença pode evoluir para gastrite crônica, confinada ao antro gástrico 
ou envolver o estômago inteiro 
− Aproximadamente 10% a 15% dos pacientes com gastrite crônica irão 
desenvolver úlcera péptica 
− H. pylori é responsável por 85% das úlceras gástricas e 95% das úlceras 
duodenais. 
− Eventualmente, a gastrite crônica leva à substituição da mucosa gástrica 
normal por fibrose e proliferação do epitélio do tipo intestinal 
− Este processo aumenta cerca de 100 vezes o risco de o paciente 
desenvolver câncer gástrico. 
 
Diagnostico Laboratorial 
→ Microscopia 
- H. pylori é detectado por meio de exame histológico de biópsias de 
mucosa gástrica 
- Coloração de Warthin-Starry, com prata, é a mais sensível 
→ Detecção antigênica 
- Amostras de biópsia também podem ser testadas para a presença da 
atividade enzimática da urease 
- A grande quantidade de urease produzida permite a detecção de um 
subproduto alcalino em menos de duas horas 
- A limitação desse método consiste na necessidade de se realizar uma 
biópsia. 
→ Teste de Urease 
- Fragmentos da mucosa gástrica são colocados em um meio contendo 
ureia e um indicadorde pH, em meio ácido. A presença de urease do H. 
pylori promove hidrolise da ureia em amônia, que aumenta o pH da 
solução e modifica a cor da solução. 
→ Cultura 
- H. pylori adere à mucosa gástrica não sendo recuperado de amostras 
de fezes ou sangue 
- O diagnóstico das infecções causadas por H. pylori pode ser realizado 
por métodos não invasivos (ex.: imunoensaio), sendo a cultura reservada 
para testes de suscetibilidade aos antimicrobianos. 
- Os meios de cultura com melhores resultados são os que utilizam agar 
sangue e ambiente microaerófilo, com 5% de O2 e 5-10% de CO2. 
→ Identificação 
- A identificação presuntiva dos microrganismos isolados baseia-se em 
suas características de crescimentos em condições seletivas, morfologia 
microscópica típica e detecção da atividade da oxidase, catalase e 
urease. 
 
Tratamento 
- Combinação: Inibidor da bomba de prótons (ex. omeprazol) 
Macrolídeo (ex. claritromicina) 
Betalactâmico (ex. amoxicilina) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Rafaela Pamplona 
Micologia 
Características Gerais 
- Fungos: seres unicelulares ou multicelulares. Dividem-se em: 
• Leveduras – unicelular 
• Filamentosos (bolores e mofos) – multi ou pluricelular 
- Amplamente distribuídos na natureza. 
- São quimio-heterotróficos por absorção – produzem e secretam 
enzimas digestivas para a absorção de nutrientes 
- São aeróbios ou anaeróbios facultativos. 
- Algumas espécies de fungos apresentam melanina na sua parede celular 
(demácios), conferindo resistência aos raios ultravioletas e as enzimas 
líticas. 
 
Hifas 
- Compostas por elementos multicelulares em forma de tubo. 
Micélio = conjunto de hifas 
- Tipos de Hifas 
 
- Podem ser divididas em compartimentos celulares através de septos 
(parciais, completos ou perfurados). 
• Micélio vegetativo: encontra-se no interior do substrato, conferindo 
sustentação e obtenção de nutrientes necessários ao desenvolvimento 
do fungo. 
• Micélio aéreo ou reprodutivo: quando o micélio se projeta além do 
substrato, que pode se diferenciar em estruturas especializadas na 
reprodução constituindo, portanto, o aparelho de frutificação. 
 
Estrutura e Composição dos Fungos 
Núcleo: características típicas de uma célula eucariótica, com tamanho 
reduzido e menor quantidade de DNA. 
 
Obs.: devido a semelhança estrutural das células fúngicas com as células 
humanas, há a toxicidade cruzada. O antifúngico acaba atacando tanto os 
fungos quanto as células humanas, não age de forma seletiva, por isso há 
poucos antifúngicos no mercado. 
 
Nucléolo: DNA, RNA e proteínas, sitio para a síntese de 
Organelas Citoplasmáticas: ribossomos, mitocôndrias, retículo 
endoplasmático, aparelho de golgi e vacúolos. 
Membrana Plasmática: modelo de mosaico fluido, presença de 
ergosterol (local de ação de antifúngicos, difere da humana que possui 
colesterol) 
♥Parede Celular: rígida, responsável por manter a homeostase e 
pela fixação do fungo às células hospedeiras. 
• Libera antígenos que estimulam a produção de anticorpos. 
• É constituída por: 
→ Polissacarídeos: papel enzimático e estrutural, representam o 
maior componente da parede celular. Os polissacarídeos ativam 
a cascata do sistema complemento, principalmente a via 
alternativa, desencadeando uma reação inflamatória. 
→ Proteínas: associadas aos polissacarídeos > glicoproteínas. 
→ Lipídios: concentração variável, podendo constituir 19% do peso 
seco celular. São constituídos de fosfolipídios, triglicerídeos e 
esteróis. (ergosterol). 
 
Leveduras 
- Unicelulares, não filamentosas, caracteristicamente esféricas ou ovais, 
formado e tamanho irregular 
- Reprodução por fissão binária, produzindo células iguais, ou por 
brotamento (gemulação), formando células desiguais. 
- Algumas leveduras produzem brotos que não se separam, formando 
uma cadeia de células – 
- Formam colônias circulares, pastosas ou mucoides 
 
Filamentosos - Bolor 
- Colônias filamentosas multinucleadas, tendo como unidade funcional as 
 
 
Dimórfico 
- Formam estruturas distintas em diferentes temperaturas. Apresentam-
se como bolores no meio externo, à temperatura ambiente e como 
leveduras, ou outras estruturas, nos tecidos humanos, à temperatura 
corporal. 
- Os fungos dimórficos crescem tanto na forma filamentosa quanto na 
forma de levedura 
- Ocorre dimorfismo principalmente nas 
- O dimorfismo é dependente de T°C e nutrientes 
 
Aplicações 
- Fornecedores de químicos (antibióticos) 
- Controle biológico 
- Simbiontes mutualistas 
- Parasitas T 
- Bebidas e alimentos 
5 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Biodegradação 
- Biotecnologia 
- Produção de Fármacos 
 
Penicilinas Cefalosporinas 
Penicillium chrysogenum Cephalosporium acremonium 
Síntese da parede celular Síntese da parede celular 
ᵦ-lactâmico ᵦ-lactâmico 
 
Doenças causadas por fungos 
- Causam: infeções, intoxicações e alergias 
- Classificação das Infecções 
• Micoses superficiais: pitiríase versicolor, piedra preta, piedra branca e 
tinea nigra 
• Micoses cutâneas: dermatofitoses e dermatomicose 
Dermatofitoses fungos dermatófitos, que utilizam a queratina da 
pele, unhas e pelo como alimento 
Dermatomicoses fungos filamentosos não-queratinizados e por 
leveduras do gênero Cândida 
• Micoses subcutâneas: pele e tecido conjuntivo. Esporotricose, 
cromomicose, lobomicose e rinosporidiose 
• Micoses sistêmicas: órgãos internos. Paracoccidioidomicose, 
blastomicose, hirtoplasmose e coccidioidomicose 
• Micoses oportunistas: criptococose, candidíase, zigomicose, hialo-
hifomicose, feo-hifomicose, pneumocistose, leveduras, micetomas etc. 
 
► Micoses Superficiais 
Tinea = Micose 
→ (Tinea Versicolor) 
= Pano branco 
- Agente etiológico: Malassezia furfur 
- Levedura lipofílica., faz parte da microbiota normal da pele. 
Quadro clínico: lesões acrômicas e pleomorficas (sem forma definida) 
ou hiperpigmentadas (versicolor), bordas delimitadas, tórax, abdômen, 
pescoço, face. Micoses das praias, pois o sol revela lesões existentes 
 
Diagnóstico: Observação direta de hifas curtas e não ramificadas e 
células esféricas. 
Técnica de Porto: cola um pedaço de durex no local da lesão e 
depois coloca na lâmina para reagir com azul de metileno 
Exame microscópico de pele infectada tratada com KOH a 10-20% 
ou corados com calcofluor 
 
→
= micose escura 
Agente etiológico: Exophiala werneckii
Prevalência em regiões costeiras quentes 
Quadro clínico: infecção assintomática do extrato córneo (palmas 
das mãos ou planta dos pés) com lesões de pigmentação escura 
Diagnóstico: exame microscópico revela hifas septadas ramificadas e 
células em brotamento, com paredes melaninizadas 
 
→ 
- Infecções crônicas e assintomáticas dos pelos axilares, pubianos, a 
barba e os cabelos.com formação de nódulos visíveis a olho nu. 
- Endêmica nos países tropicais subdesenvolvidos. 
Piedra Negra: nódulos escuros e fixos causados por Piedraia hortae 
Piedra Branca: formação de nódulos amarelados, de consistência 
amolecida causada por Trichosporon beigelli. 
 
Micoses Cutâneas – 
- Infecções no tecido queratinizado superficial (pele, cabelos e unhas). 
- Alta prevalência mundial., causadas por três gêneros: 
Trichophyton Microsporum Epidermophyton floccosum 
Infecta cabelos, 
pele e unhas 
Infecta pelos 
e pele 
Infecta pele e unha 
Colônia achatada, aveludada 
Coloração amarelo-
acastanhada a verde-oliva 
 
- Apresentam-se na forma de hifas hialinas septadas e ramificadas ou 
cadeias de artroconídios. 
- Adquiridos por contato com solo contaminado, animais ou humanos 
infectados. 
- Classificados em geofílicos (solo), zoofólicos (animais) ou antropofílicos 
(homem) 
 
 
 
6 
 
 
Rafaela Pamplona 
Patogenia: não penetra em tecido vivo, limita-se aos tecidos mortos da 
pele (queratina do extrato córneo, peloe unhas) e produzem metabolitos 
envolvidos na degradação da queratina 
Fragmentos de hifas 
↓ Escoriação pré-existente 
Pele (camada córnea) 
 ↓ 
Lesão de aspecto circular com vesículas nas bordas 
 ↓ 
Descamação com ou sem resposta inflamatória 
↓ 
Parte central curada com liberação de fungos visíveis 
Pele infectada por fungo 
 ↓ fonte de queratina 
Remoção da cutícula 
↓ 
Ganha o pelo 
↓ 
Coleta do bulbo capilar 
 
Manifestações clínicas: o fungo 
tende a “se mover” do local para “fugir 
da inflamação”, ocasionando o lesão em 
forma de anel 
Região central: esbranquiçada e em 
descamação, região de cicatriz, sem 
processo inflamatório, local em que há liberação de substâncias fúngicas, 
responsáveis pela transmissão. 
Região periférica: avermelhada devido a parede celular, rica em 
polissacarídeo, ativar a via alternativa do sistema complemento, gerando 
um processo inflamatório. 
 
→
Localiza-se em espaços interdigitais nos pés de pessoas que usam 
sapatos.
- Na forma aguda é pruriginosa, vesicular e avermelhada, e na crônica 
ocorre fissuras e descamação. 
 
→ 
= micose na unha 
- Localiza-se nas unhas. 
- As unhas tornam-se espessadas, 
quebradiças, despigmentadas e sem brilho. 
- Gêneros mais comuns: Trichophyton sp 
Epidermophyton sp 
Cândida sp 
 
→ 
Corporis Cruris Manus 
Corpo Virilha Mãos 
- Afeta pele lisa e glabra 
- Na cruris as lesões são descamativas 
e eritémato-pruriginosas. 
- Na corporis são placas circulares, bordas 
avermelhadas e vesiculares, 
pruriginosas, com descamação central. 
Gêneros comuns: Trichophyton sp e 
Microsporum sp 
 
→
Capitis Barbae 
Cabelo Barba 
- As lesões se localizam no couro cabeludo e nos 
pelos da barba. 
- Na capitis são placas circulares de calvície 
com pontas de cabelo ou cabelo quebrado 
no folículo. Gêneros comuns: Microsporun 
sp e Trichophyton sp 
- Na barbae são eritematosas e edematosas. Gênero comum: 
Trichophyton sp 
- Dermatofítide – reação de hipersensibilidade 
- Lesões vesiculares a bolhosas, pruriginosas 
 
Diagnóstico 
- Amostras: raspados da pele e de unhas, com pelos das áreas afetadas. 
- Exame microscópico 
- Cultura: (meio específico para fungos) contendo 
cloranfenicol e ciclo-heximida, com incubação durante 1-3 semanas à 
temperatura ambiente. → como demora, só é pedido quando a suspeita 
de resistência. 
 
Técnicas de Identificação 
• Exame direto a fresco: 
Pesquisa estruturas como células leveduriformes e ou esporos. 
Confecciona-se em uma lâmina de microscopia colocando-se soro 
fisiológico e a amostra em questão. 
• Exame direto clarificado: 
Pesquisa estruturas como células leveduriformes, esporos e ou micélios. 
Crescimento 
circular e 
centrifugo 
7 
 
 
Rafaela Pamplona 
Confecciona-se em uma lâmina de microscopia colocando-se a amostra 
em questão (pelo, fio de cabelo, unha ou escama epidérmica). 
Adiciona-se à amostra uma solução de hidróxido de potássio a 10% e 
coloca-se uma lamínula sobre o material. 
• Técnica de Porto 
Pesquisa estruturas que identifiquem a Malassezia furfur (pano branco) 
Levanta-se a fita previamente fixada em uma lâmina de microscopia, 
adiciona-se uma a duas gotas de azul de metileno e leva-se ao 
microscópio. 
• Cultura 
Utiliza-se o meio de Sabouraud acrescido de cloranfenicol, promovendo 
a inoculação da amostra em sete pontos equidistantes, ferindo o meio. 
• Microcultivo em lâmina. 
Possibilita a identificação de estruturas reprodutivas das culturas isoladas. 
Utiliza-se uma placa de petri contendo: uma lâmina; um fragmento de 
meio Sabouraud; um bastão em V e uma lamínula sobreposta a este. 
Obs.: Deve-se colocar na placa um chumaço de algodão hidrófilo com 
água estéril para evitar o ressecamento do meio. 
• Outras técnicas utilizadas na micologia médica: 
Prova de perfuração do pelo. 
Repique em tubo 
Armazenamento em meio com óleo. 
 
Epidemiologia 
- A incidência é maior em climas quentes e úmidos e em situações de 
aglomeração. 
- A suscetibilidade aumenta com a umidade, o calor, a composição química 
específica da pele, do sebo e do suor, da prematuridade, a exposição 
maciça e predisposição genética. 
- Na infecção por dermatófitos geofílicos e zoofílicos, os conídios podem 
permanecer viáveis por longo tempo no ambiente. 
- O contato direto e fômites são formas de transmissão das infecções 
por dermatófitos antropofílicos. 
 
► Micoses Subcutâneas 
→ 
- Agente etiológico: Sporothrix schenckii 
- Fungo dimórfico, que vive em superfícies. 
- Cresce na forma de bolor, produzindo hifas septadas, hialinas, ramificadas 
e conídios (19-30°C). 
- Produção de pequenos tumores subcutâneos. 
- A maioria dos indivíduos apresenta anticorpos específicos a 
esporotriquina 
 
 
 
Patogenia 
Trauma na pele 
↓ Penetração do S. schenckii 
Nódulo granulomatoso 
↓ 
Drenagem para linfáticos com espessamento e aspecto em corda 
 
Quadro Clínico: disseminação por via linfática e hematogênica para 
fígado, baço, sistema nervoso, pulmões 
• Cutâneo localizada ou dermo-epidérmica 
- Resulta de reinfecção cutânea. 
- Apresenta-se como lesões pleomórficas 
• Cutâneo-linfática 
• Extrategumentar ou visceral 
- Pode ser adquirida por traumatismo ou inalação 
 
 
 
 
Diagnóstico 
- Amostras: material de biópsia ou exsudatos de lesões ulcerativas. 
- Exame microscópico: 
Direto com KOH (10-40%): Baixa positividade. 
Corados pelo Giemsa e GRAM. 
Células leveduriformes, ovais, globosas. 
- Sorologia: Aglutinação em partículas de látex, ELISA, FC, IF 
- Exame histopatológico: 
Abcesso necrótico central 
Granuloma (zona tuberculóide) 
Tecido granular e fibrosado (zona sifilóide) 
- Macrocultivo: 
Sabouraud, 25-30ºC 
Cultura: Período de 4 a 12 dias 
Verificação de dimorfismo 
- Microcultivo: hifas hialinas, septadas 
8 
 
 
Rafaela Pamplona 
Epidemiologia 
- Distribuição mundial., mais frequente em clima tropical e temperado. 
- Frequente na América do Sul, destacando-se o Brasil. 
- Todas as faixas etárias, sem distinção racial. 
- Predominância do sexo masculino, pessoas com atividades associadas a 
terra. 
 
Tratamento 
- Iodeto de potássio VO 
- Itraconazol 
- Fluconazol, Terbinafina e Anfotericina B 
 
♥ É rara a solicitação de um antifungiograma, pois há poucas opções 
terapêuticas e pela demora na obtenção do resultado. 
 
→ 
- Ocorre por inoculação traumática de fungos residentes em solo e 
vegetações. 
- Ocasionada por fungos dematiáceos (=fungo negro), com paredes 
melaninizadas (pode produzir melanina) 
- Os agentes são: Phialophora verrucosa (lesões verrugosas), Fonsecaea 
pedrosoi, Rhinocladiella aquaspersa, Fonsecaea 
compacta e Cladosporium carrionii 
 
Patogenia 
Inoculação por traumatismo na pele 
↓ meses/anos 
Lesão verrugosa com ulceração e pontos negros hemopurulentos 
↓ 
Disseminação linfática local 
 
 
Quadro Clínico 
- Lesões polimórficas, caracterizando-se por nódulos, lesões papulosas, 
eritêmato-descamativas, verrucosas com ou sem ulceração. 
- Localizam-se principalmente nos MMII 
 
Diagnóstico 
- Amostras: raspados ou biópsia das lesões. 
- Exame microscópico: direto com KOH (10-40%) 
- Cultura em meio de Sabouraud por 7-15 dias. Esse meio de cultura deve 
ser associado a antibiótico, como o cloranfenicol, para inibir o crescimento 
bacteriano, já que a cultura fúngica necessita de vários dias para proliferar. 
 
• Fonsecaea pedrosoi: colônias de maturação lenta (14 dias), veludosa, 
marrom-escuro, verde-oliva ou negro, plano ou rugoso. 
• Cladosporium carrionii: colônias de maturação muito lenta (21 dias), 
veludosa, marrom ou verde-oliva escuro, recobertas por micélio 
algodonoso e cinza. 
• Rhinocladiella aquaspersa: colônias de maturação rápida (7 dias), veludosa, 
verde escuro ou preto. 
 
Epidemiologia 
- Distribuição mundial. 
- Sexo masculino é mais acometido, principalmenteem indivíduos com 
atividades associadas ao campo. 
 
→
- Infecções crônicas, granulomatosas 
- Causadas: 
~ Actinomicetos (bactéria): actinomicetoma 
~ Fungos: eumicetoma agregados de hifas 
- Inoculação por traumatismo ou por saprofitismo 
- Aumento de volume com microabscessos purulento-granuloso 
- Agente etiológico 
~ Actinomicetos: Actinomyces 
Nocardia 
Streptomyces 
Actinomadura 
~ Fungos Madurella 
Allescheria 
Cephalosporium 
Acremonium 
Grãos brancos > fungos hialinos 
Grãos negros > fungos dematiáceos 
 
Diagnóstico 
- Material coletado das fístulas, centrifugação em salina 
- Exame direto: observação de grãos 
~ Eumicóticos: hifas septadas com clamidoconídios 
~ Actinomicóticos: hifas finas, não septados 
KOH 10-20% e corante 
- Cultivo: Sabouraud histopatológico → não permite identificação 
 
 
 
9 
 
 
Rafaela Pamplona 
Tratamento 
- Eumicetoma: Cetoconazol diário (400-800mg): anos 
Itraconazol (400 mg/dia) 
Cirurgia 
- Actinomicetoma: terapia combinada 
~ Estreptomicina + dapsona 
~ Sulfametoxazol +trimetropim 
~ Amicacina + sulfametoxazol +trimetropim 
 
Epidemiologia 
- Tropical e subtropical (região quente e úmida) 
- Cinturão do micetoma: latitudes 15ºS – 30ºN 
- Estações secas, quentes e úmidas 
- Homens mais afetados faixa etária: 20-40 anos 
- Não transmissível 
 
► Micoses Sistêmicas 
→
- Blastose Sul Americana 
- Agente: Paracoccidioides brasilienses 
- Inalação de fezes ou reativação 
- Forma mucocutânea, pulmão e mucosa da boca 
 
Quadro Clínico 
- “Lesões na pele são abscessos ou inflamações granulomatosas com 
centros necróticos” 
- Nos tecidos ou secreções observam-se células esféricas ou ovais de 
tamanhos variáveis com paredes grossas, dupla membrana, múltiplos 
brotos ligados por bases estreitas à célula-mãe 
- Na forma pulmonar apresenta tosse seca 
 
Diagnóstico 
- Exame microscópico direto do espécime clínico (pus, escarro) 
- Células leveduriformes com 10 a 60μm, birrefringentes, 3 ou mais 
brotamentos que se ligam a célula-mãe por base estreita 
 
Birrefringência é uma propriedade óptica de um material que possui 
diferentes índices de refração para diferentes direções de propagação da 
luz.. 
 
 
→
- Agente: Cryptococcus neoformans 
~ Variação neoformans – sorotipo A, D, AD 
~ Variação Gattii – sorotipo B, C 
- Afeta principalmente as meninges 
- Distribuição mundial. 
- Em geral, está associada a AIDS, neoplasias malignas ou 
imunossupressão. 
- Transmissão inalação, fungo encontrado em grande quantidade em 
fezes secas de pombos. 
- Levedura esférica em brotamento, com cápsula de polissacarídeos. 
- Produtora de urease e fenol-oxidase. 
- Em cultura, forma colônia mucóide esbranquiçada em 2-3 dias. 
- Existem duas variedades 
de C. neoformans: 
~ C. gattii: árvores 
~ C. neoformans: aves 
 
 
Patogenia 
Inalação de células leveduriformes 
↓ 
Infecção pulmonar primária semelhante a influenza ou assintomática 
 
Resolução espontânea 
Imunocomprometidos multiplicação 
↓ 
Disseminação para outros órgãos (SNC, pele, 
olhos e próstata) 
Manifestações Clínicas 
- Ocorrem principalmente à nível de SNC, produzindo meningite crônica 
que se caracteriza por remissões e exacerbações espontâneas. 
- A história clínica pode ser semelhante à de um tumor ou abscesso 
cerebral, a doença degenerativa do SNC ou a meningite por 
micobactérias. 
10 
 
 
Rafaela Pamplona 
- O paciente pode apresentar cefaleia, rigidez de nuca, febre, vômitos e 
desorientação. 
- A pressão liquórica está aumentada. 
- O estudo do LCR revela pleocitose, com predomínio de células 
linfomonocitárias, com glicorraquia normal ou baixa e proteinorraquia 
elevada. 
- Todos os casos de meningite criptocócica não tratados são fatais. 
 
Diagnóstico 
- Análise: líquor, pus e escarro (tinta Nankin – coloração específica), 
evidencia a capsula espessa do C. neoforman 
- Cultura: crescimento de colônias em poucos dias em temperatura 
ambiente ou a 37°C; 
- Detecção da produção de urease. 
- Em meios contendo substratos difenólicos ocorre a produção de fenol-
oxidase e impregnação de melanina nas paredes celulares, dando uma 
coloração marrom. 
- Sorologia: 
~ Testes de aglutinação em látex para antígeno criptocócico mostra-
se positivo em 90% dos casos de Meningite criptocócica 
~ Testes com antígenos capsulares; 
~ Pacientes com AIDS apresentam títulos elevados de antígenos por 
longos períodos, mesmo com o tratamento efetivo. 
 
→
- Agente: Histoplasma capsulatum 
- Inalação do fungo 
Quadro Clínico 
- Inicial subclínico e assintomático ou semelhante a infecção pulmonar 
comum viral 
- Calcificações residuais nodulares, disseminando-se através de células 
do sistema reticulo endotelial, macrófago até baço, fígado, rins, medula 
óssea e suprarrenais 
- Lesões ulcerativas na mucosa orofaríngea 
Diagnostico 
- Difícil visualizar direto, devido a dificuldade de visualização 
- Esfregaço corado pelo Giensa 
- Células ovaladas dentro do citoplasma em biopsia corada pelo 
hematoxilina eosina, pas grocott-somory 
- Cultura: mais seguro e demorado 
 
► Micoses Oportunistas 
- Causadas por fungos amplamente distribuídos na natureza. 
- Causa infecção sistêmica em pacientes imunocomprometidos 
- Há infecções oportunistas por fungos endógenos (cândida), pertencentes 
a microbiota normal, e exógenos (C. neoformans), encontrados no solo, 
na água e no ar. 
 
→
- Micose sistêmica mais prevalente. 
- Causada por várias espécies de leveduras do gênero Cândida. 
- Presente na microbiota da pele, mucosas e do trato gastrointestinal 
- Em cultura, apresenta na forma de levedura oval, com brotamento, com 
isolamento em 24h, diferentes dos outros fungos. 
- Forma hifas e pseudo-hifas. 
- Em meio de ágar, em 24h a temperatura ambiente, produz colônias de 
coloração creme, de consistência mole e com odor de levedo. 
- A espécie albicans é o patógeno mais comum, a Cândida albicans é 
dimórfica. Diferencia-se das outras espécies por produzir hifas 
verdadeiras, em meios com nutrição deficiente produz clamidósporos 
esféricos. 
 
Estrutura Antigênica 
- Manana: substrato da parede celular (boa especificidade e baixa 
sensibilidade). 
- Proteases. 
- Proteínas de choque térmico. 
- A Cândida albicans apresenta dois sorotipos: A e B. 
 
Patogenia 
Aumento no número de cândida 
+ 
Lesão de pele ou mucosa 
↓ 
Invasão local por leveduras e pseudo-hifas 
↓ 
Candidíase superficial (cutânea ou mucosa) ex.: dermatofitose, vaginite 
 
Espécies do gênero Cândida 
↓ Corrente sanguínea 
Hospedeiro imunocomprometido 
↓ Crescimento 
Disseminação de leveduras 
(micose sistêmica) 
Patologia 
As lesões cutâneas e mucocutâneas caracterizam-se por reações 
inflamatórias (hipersensibilidade do tipo I, alergias, reações tópicas), desde 
abscessos piogênicos a granulomas crônicos, contendo grande quantidade 
de células leveduriformes em brotamento e pseudo-hifas. 
 
11 
 
 
Rafaela Pamplona 
Manifestações Clínicas 
•
- Fatores de risco: gravidez, diabetes, 
idosos, prematuridade, AIDS, 
traumatismo, uso de anticoncepcionais 
orais, corticosteróides e antibióticos. 
- Candidíase oral (sapinho): caracterizada por lesão pseudomembranosa 
esbranquiçada, única ou múltipla, composta de células epiteliais, 
leveduras e pseudo-hifas. 
- Vulvovaginite: caracterizada por irritação, prurido e corrimento vaginal. 
- Infecção intertriginosa: caracterizada por áreas avermelhadas e 
úmidas, podendo evoluir para vesículas, principalmente em obesos e 
diabéticos. 
- Infecção dos interdígitos das mãos: ocorre após imersão frequente e 
prolongada em água. 
• 
- Caracteriza-se pelo intumescimento eritematoso e doloroso da prega 
ungueal, podendo evoluir para destruição da unha. 
•
- Fatores de risco: uso prolongado de cateteres, cirurgia, abuso de 
drogas intravenosas,aspiração, lesão da pele ou TGI. 
- Em pacientes imunocompetentes a candidemia é transitória. 
Candidemia é a infecção da corrente sanguínea causada por leveduras 
do gênero Cândida 
 
Diagnóstico 
- Exame microscópico: observação de células em brotamento e pseudo-
hifas. 
- Cultura: a diferenciação entre as espécies de Cândida é feita através de 
testes bioquímicos. 
~ As culturas de lesões cutâneas confirmam o diagnóstico. 
~ As culturas de escarro não tem valor diagnóstico, porque o fungo 
pertence a microbiota oral, podendo dar falso positivo. 
~ O valor diagnóstico de uma cultura de urina está na dependência 
da integridade da amostra e do número de leveduras. ([ ] 
≥1000ufc/ml) 
- Sorologia: especificidade e sensibilidade baixa. 
 
Imunidade 
- A resposta imune mediada por células (CD4+) é importante para o 
controle da Candidíase mucocutânea. Por isso, pacientes 
imunodeprimidos são mais susceptíveis. 
- Os neutrófilos são importantes para a resistência à Candidíase sistêmica. 
 
 
Epidemiologia e Controle 
- A Candidíase não é contagiosa. 
- O controle efetivo é evitar o desequilíbrio da microbiota e das defesas 
do hospedeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Rafaela Pamplona 
Agentes Antifúngicos 
Considerações Gerais 
- Tradicionalmente, as infeções fúngicas são divididas em duas classes 
distintas: 
~ Sistêmicas – orais ou parenterais para infecções sistêmicas 
~ Tópicos para infecções mucocutâneas. 
Em consequência dessa característica os principais antifúngicos são 
categorizados como sistêmicos e tópicos. 
 
 
 
 
 
Termos Importantes 
→ Espectro antifúngico: variação de atividade de um agente antifúngico 
contra fungos. Um agente antifúngico de amplo espectro inibe uma 
ampla variedade de fungos, incluindo os fungos leveduriformes e fungos 
filamentosos, enquanto um agente de espectro restrito é ativo somente 
contra um número limitado de fungos. 
→ Atividade fungistática: nível da atividade antifúngica que inibe o 
crescimento de um organismo. Isto é determinado in vitro testando-se 
uma concentração padronizada de organismos contra uma série de 
diluições do antifúngico. A menor concentração da droga que inibe o 
crescimento do organismo é referida como concentração inibitória 
mínima (CIM). 
→ Atividade fungicida: Habilidade de um agente antifúngico para matar um 
organismo in vitro ou in vivo. A menor concentração da droga que mata 
99,9% do teste populacional é denominada concentração fungicida 
mínima (CFM). 
→ Combinações de agentes antifúngicos: As combinações de agentes 
antifúngicos podem ser utilizadas 
1. Para aumentar a eficácia no tratamento de uma infecção fúngica 
refratária 
2. Para ampliar o espectro da terapia antifúngico empírica 
3. para prevenir a emergência de organismos resistentes 
4. Para alcançar um efeito sinérgico. 
→ Sinergismo antifúngico: combinações de agentes antifúngicos que têm 
atividade antifúngica intensificada quando utilizados juntos, comparada 
com a atividade de cada agente isoladamente. 
→ Antagonismo antifúngico: Combinação de agentes antifúngicos em que 
a atividade de um dos agentes interfere na atividade do outro agente. 
→ Bombas de efluxo: Famílias de transportadores de drogas que servem 
para bombear ativamente agentes antifúngicos para fora das células 
fúngicas, diminuindo assim a quantidade de droga intracelular disponível 
para se ligar ao seu alvo. 
 
► Agentes Antifúngicos Sistêmicos 
→
- Foi isolada em 1955 a partir do actinomiceto Streptomyces nodosus, 
tendo sido aprovada em 1965, pela FDA, como o primeiro agente 
antifúngico. (Filippin e Souza, 2006). 
- O nome do fármaco do caráter anfotérico da molécula 
- Apresenta hidrossolubilidade em valores extremos de pH 
- É quase insolúvel em água, mas foi formulada para infusão IV através 
da formação de um complexo com o sal biliar desoxicolato. 
 
- É um polieno macrolídeo anfotérico 
~ Polieno = contém muitas ligações duplas 
~ Macrolídeo = contém um grande anel de lactona. 
 
Apresentações da Anfotericina B 
• ABD – Anfotericina desoxicolato 
~ Pico sérico menor 
~ Reação de infusão com febre e calafrio 
~ Nefrotoxicidade pode levar a lesão renal aguda 
• ABL – Anfotericina Lipossomal 
~ Maior pico sérico 
~ Menor nefrotoxicidade 
~ Menor reação de infusão 
~ Maior incidência de eventos adversos cardiovasculares, hepáticos e 
respiratórios. 
13 
 
 
Rafaela Pamplona 
As principais condições que indicam o uso da ABL são leishmaniose visceral, 
histoplasmose do sistema nervoso central, histoplasmose disseminada 
refratária à ABD, blastomicose no sistema nervoso central ou pacientes 
intolerantes à ABD. 
 
Mecanismo de Ação 
- A atividade antifúngica da anfotericina B depende de sua ligação a um 
grupo esterol, principalmente ergosterol, presente na membrana de fungos 
sensíveis. 
- Em virtude da interação com os esteróis das membranas celulares, os 
agentes poliênicos parecem formar poros ou canais 
- O resultado consiste em aumento da permeabilidade da membrana, 
permitindo o extravasamento de uma variedade de pequenas moléculas 
- Há algum nível de ligação com os esteróis da membrana humana 
(colesterol), o que provavelmente contribui para a toxicidade proeminente 
do fármaco. 
 
 
 
 
Resistencia Fúngica 
- Os mutantes selecionados in vitro para resistência à anfotericina B 
substituem o ergosterol por determinados esteróis precursores. 
- Também pode ocorrer redução de ergosterol da membrana 
prejudicando a ligação. 
- A absorção de todas as formulações de anfotericina pelo trato 
gastrointestinal é insignificante. São administradas por infusões IV 
- A principal reação adversa à anfotericina B IV consiste em febre calafrios. 
É comum a ocorrência de anemia normocítica hipocrômica 
 
Atividade Antifúngica 
Candida spp 
Cryptococcus neoformans 
Blastomyces dermatitidis 
Coccidioides immitis 
Paracoccidioides braziliensis 
Candidíase, criptococose, coccidiodomicose, blastoplasmose, 
histoplasmose, aspergilose, mucomicose rinocerebral. 
 
→
- Foi descoberta em 1957 durante uma pesquisa por novos agentes 
antineoplásicos 
- Embora desprovida de propriedades anticâncer, ficou evidente que se 
tratava de um potente agente antifúngico 
- Seu espectro de ação é muito menor do que o da anfotericina B. 
 
 
 
Atividade Antifúngica 
- A flucitocina tem atividade útil contra Cryptococcus neoformans 
Candida spp. 
- É rapidamente bem absorvida no trato gastrointestinal (> 90%) 
- Havendo comprometimento renal seus níveis aumentam com rapidez 
e podem provocar reações tóxicas 
- Como efeito adverso pode deprimir a função da medula óssea e levar 
ao desenvolvimento de leucopenia e trombocitopenia. 
 
Mecanismo de Ação 
- Não é usada de forma isolada devido ao efeito sinérgico com outros 
agentes 
- A flucitosina é captada pelas células fúngicas por meio da enzima citosina 
permease 
- É convertida em nível intracelular primeiramente em 5-fluoruracila e, 
em seguida, a monofosfato de 5 fluorodeoxiuridina e trifosfato de 
fluorouridina que inibem a síntese de DNA e RNA, respectivamente. 
- É utilizada predominantemente em combinação com a anfotericina B 
A sinergia pode estar relacionada com o aumento da 
penetração da flucitosina pela membrana das células 
fúngicas lesionadas pela anfotericina. 
- Todos os fungos sensíveis são capazes de desaminar a flucitosina em 
5-fluorouracil 
O qual produz um importante metabólito inibidor da 
timidilato sintetase comprometendo a síntese de DNA. 
- As células dos mamíferos não convertem a flucitosina em fluorouracil. 
Esse fato é de suma importância para a ação seletiva desse composto. 
 
14 
 
 
Rafaela Pamplona 
→
- Ambos compartilham o mesmo espectro antifúngico e o mesmo 
mecanismo de ação 
- Os triazólicos sistêmicos são metabolizados mais lentamente e exercem 
menos efeito sobre asíntese de esteróis humanos do que os 
imidazólicos 
- Devido a essas vantagens, os novos congêneres em desenvolvimento 
são, em sua maior parte, triazólicos. 
- Inibição da síntese de ergosterol 
• Imidazóis: cetoconazol, miconazol e clotrimazol 
 
Tratamento tópico 
• Triazóis: Itraconazol, fluconazol, voriconazol e posaconazol 
- A atividade antifúngica dos azóis resulta da redução da síntese do ergosterol 
por meio da inibição de enzimas do citocromo P450 fúngicas. 
- A toxicidade seletiva dos fármacos azóis resulta de sua maior afinidade 
pelas enzimas fúngicas do citocromo P450 do que pelas humanas. 
- Os imidazóis tem grau menor de seletividade do que os triazóis. 
 
 
 
- Bastante utilizados no tratamento da candidíase 
- Quase completamente absorvido pelo trato gastrointestinal 
- A biodisponibilidade não é alterada pela presença de alimentos nem pela 
acidez gástrica 
- Pode-se observar a ocorrência de náuseas e vômitos com doses 
superiores a 200 mg/dia. 
 
Mecanismo de Ação 
 
- O principal efeito sobre os fungos consiste na inibição da esterol 14-α-
desmetilase 
- Levando ao comprometimento da síntese de ergosterol na membrana 
citoplasmática 
- Comprometendo as funções de determinados sistemas enzimáticos 
ligados à membrana, como a ATPase e as enzimas do sistema de 
transporte de elétrons, inibindo, assim, o crescimento dos fungos. 
 
Atividade Antifúngica 
Candida albicans 
Candida tropicalis 
Candida neoformans 
 
Efeitos Colaterais e Interações Medicamentosas 
- São relativamente atóxicos 
- A reação adversa mais comum é o desconforto gastrointestinal 
- Todos os azóis tendem a produzir interações medicamentosas porque 
afetam o sistema de enzima dos citocromos P450 dos mamíferos em 
alguma extensão. 
Ex.: 
• Imidazol (cetoconazol): efeitos adversos mais comuns consistem em 
náuseas, anorexia e vômitos. Enzimaticamente pouco seletivo, deixou 
de ser usado sistematicamente nos EUA 
• Triazol (Itraconazol): em forma de cápsulas, geralmente é bem tolerado 
em uma dose de 200mg/dia. 
~ Itraconazol: 
- Atividade antifúngica potente, mas sua efetividade pode ser 
limitada pela biodisponibilidade reduzida 
- As formulações mais modernas, inclusive uma apresentação oral 
líquida e uma intravenosa, utilizam a ciclodextrana como molécula 
transportadora para aumentar a solubilidade e a biodisponibilidade 
- Muito utilizado no tratamento de dermatofitose e da onicomicose 
 
→
- São ativos contra Cândida e Aspergiloses 
- Formam a classe mais nova de agentes antifúngicos 
- São grandes peptídeos cíclicos ligados a um ácido graxo de cadeia longa 
- Caspofungina, micafungina e anidulafungina. 
- As equinocandinas agem ao nível da parede celular fúngica inibindo a 
síntese do beta (1-3) glicano. Isso resulta em ruptura da parede celular 
fúngica e morte celular. 
 
 
 
 
 
Blastomyces dermatitidis 
Paracoccidioides brasiliensis 
15 
 
 
Rafaela Pamplona 
→ 
- Oral para infecção mucocutânea 
 
Mecanismo de Ação 
- A griseofulvina causa ruptura do fuso mitótico através de sua interação 
com os microtúbulos polimerizados 
 
 
- Perda da integridade da parede celular 
- Fragilidade osmótica 
- Efeito fungicida 
 
Usos terapêuticos 
- Doenças micóticas da pele, dos cabelos e das unhas causadas por 
Microsporum, Trichophyton ou Epidermophyton. 
 
► Agentes Antifúngicos Tópicos 
- O tratamento tópico é útil em muitas infecções fúngicas superficiais como 
aquelas confinadas ao extrato córneo, à mucosa escamosa ou à córnea 
- Em geral, a administração tópica de antifúngicos não tem sucesso para 
micoses das unhas (onicomicose) e do cabelo (tinea do couto cabeludo) 
- Classes de fármacos de uso tópico: imidazólicos e triazólicos 
 
→
- Aplicação cutânea: As preparações para uso cutâneo mostram-se 
eficazes na tinea do corpo, na tinea do pé, na tinea crural, e na tinea 
cutânea; 
- Aplicação vaginal: Os cremes, os supositórios e os comprimidos vaginais 
constituem as preparações de escolha na candidíase vaginal; 
- Aplicação oral: O uso de pastilhas orais de clotrimazol é apropriadamente 
considerado como terapia tópica – candidíase orofaríngea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Rafaela Pamplona 
Vírus 
Virologia: ramo da Biologia que estuda os vírus 
- Os vírus existem desde o início da vida. 
- Alguns vírus provavelmente evoluíram com a espécie 
- Agentes não eram visualizados ao microscópio 
- Agentes atravessavam os filtros que filtravam as bactérias de menores 
dimensões. 
 
Varíola 
- O aparecimento da varíola ocorreu com a domesticação do gado, pois 
existem registros de cerca de 1000 anos A.C. na região da Índia e Oriente 
Médio. 
- Em cerca de 700 D.C. chega à Europa e à América. 
- No século XX ocorreram cerca de 300 milhões de mortes por varíola, 
significando uma mortalidade de 30-35%. 
Primeira Vacina – 1798 
- Edward Jenner observa que os tratadores de gado em quem a varíola 
bovina causava uma lesão benigna na mão eram resistentes à varíola 
humana. 
- Decide então vacinar um rapaz (James Phipps) com pus de uma lesão 
de varíola bovina e posteriormente quando submetido a inoculação 
direta da doença James Phipps não apresentava sinais de varíola 
- 1ª Vacinação – Variolação. Introdução de pus de uma pústula com varíola 
na pele para provocar o contato e ativar uma resposta do corpo. 2% 
de mortalidade. 
1898 – Beijerink 
Confirma as observações de Ivanowsky e afirma que o agente patogênico 
devia ser desconhecido. 
“Fluido vivo contagioso” 
1898 – Loeffler e Frosch 
Observaram que o agente não sobrevivia na ausência de um hospedeiro. 
 
Febre Amarela 
O vírus da febre amarela foi o primeiro a ser detectado (1900). 
1901 – Walter Reed 
- Demonstra a natureza viral e Jesse Lazear inoculou-se voluntariamente 
para demonstrar o modo de transmissão. 
1915 – Felix d´Herelle – Pai da Virologia 
- Bacteriófagos; 
- Primeiro método de quantificação viral; 
- Descreveu também algumas etapas do processo de replicação viral: 
adsorção, lise e liberação. 
- Separando coisas vivas e coisas não vivas, não pode ser traçada.” 
Esse fato serve para aquecer a velha discussão sobre a questão “o que 
é a vida?” [Wendell Meredith Stanley (1904 - 1971)] 
 
Características Gerais dos Vírus 
- São estruturas subcelulares, com um ciclo de replicação exclusivamente 
intracelular, sem nenhum metabolismo ativo fora da célula hospedeira. 
- Microrganismos que: 
~ Se multiplicam dentro de células vivas – Parasitas Obrigatórios 
~ Usam (em maior ou menor grau) o sistema de síntese das células 
~ Induzem a síntese de ácido nucléico viral e proteínas 
~ Capazes de auxiliá-los a infectar novas células 
~ Seu único objetivo é perpetuar-se na natureza 
 
Vírus X Bactérias 
 Bactérias Vírus 
Parasita intracelular não S I M 
Membrana plasmática sim 
não 
envelope 
Divisão binária sim 
não 
replicação 
Possuem DNA e RNA sim não 
Produção de ATP sim não 
Ribossomos sim não 
Sensíveis a 
antibióticos 
sim N Ã O 
Relação de tamanho 
Os vírus parasitam todos os tipos de células: procariotos, tais como 
arqueias e bactérias (bacteriófagos) e eucariotos como fungos, 
microalgas, plantas e animais. São bastante pequenos, na ordem de 
0,02µm (= 10-6 m) até 0,3µm, a maioria dos vírus só pode ser visto com 
auxílio de um microscópio eletrônico. 
Por terem um tamanho muito reduzido, o tamanho dos seus genomas 
também é bastante limitado e codifica apenas algumas poucas proteínas 
funcionais (ex.: enzimas importantes para a replicação do vírus) e 
estruturais (componentes do capsídeo e envelope), dependendo em 
grande parte das enzimas e do metabolismo do hospedeiro. 
 
 
 
17 
 
 
Rafaela Pamplona 
Vírion 
- Partícula viral completa (ácido nucléico + capsídeo protéico) 
→ partículaviral infecciosa: serve como veiculo na transmissão 
de um hospedeiro para outro. 
 
Estrutura Viral 
→ informação genética, especificidade viral e 
infecciosidade. O genoma viral é constituído por DNA ou RNA ou ambos 
DNA e RNA (em diferentes etapas de seu ciclo de vida) 
 
 
→ (formado por capsômeros) relacionado a proteção, 
antigenicidade e imunogenicidade. Constituído por proteínas virais 
especificas (proteínas ligantes) codificadas pelo genoma viral 
 ~ Capsídeo + Núcleo = nucleocapsídio 
É uma cobertura formada por proteínas, com a função: 
- Proteger o ácido nucléico. 
- Ligar-se a receptores nas células 
- Penetrar na membrana celular 
- Modificar a célula hospedeira (alguns) → efeito citostático 
 
Capsídeo esférico – simetria cúbica/icosaédrica 
 
 
Capsídeo em bastão – simetria helicoidal 
 
 
Capsídeo Complexa 
 
→ (glicoproteínas – peplômeros) relacionado a proteção, 
antigenicidade e imunogenicidade. 
Quando a partícula viral vai ser liberada a membrana plasmática da célula 
hospedeira é incorporada, formando o envelope com proteínas ligantes 
especificas codificadas pelo genoma viral. Essas proteínas são 
necessárias para que o vírion reconheça a hospedeira e para se ligar a 
ela. Muitas vezes as glicoproteínas formam "espículas" (projeções a partir 
do envelope). Estas espículas proteicas têm função de reconhecimento 
da célula hospedeira, que o vírus vai parasitar. 
Outra forma de formação do envelope é no interior da célula 
hospedeira através do complexo de golgi ou do REL. 
~ Podem ser classificados: 
• Vírus Nus: aqueles que apresentam apenas capsídeo 
• Vírus Envelopados: apresentam além do capsídeo um 
envelope lipoproteico, com proteínas especificas. 
 
♥ Vírus envelopados são mais sensíveis que os vírus 
nus, pois os vírus nus possuem proteínas mais resistentes as mudanças 
de pH, temperatura e a solventes orgânicos, como detergentes. Essas 
características permitem que o vírus nu permaneça mais tempo no 
ambiente e o vírus envelopado. 
 
 
→ : H (hemaglutinina) → adsorção 
N (neuraminidase) → adsorção/penetração 
F (fusão) → fusão 
 
 
Resumo 
Possuem informação genética, capsídeo e em alguns casos, possuem 
envelope 
Não possuem maquinaria específica 
Não ingerem nutrientes, não produzem resíduos e não têm 
metabolismo. 
No entanto, eles replicam-se! 
DNA RNA 
Fita simples Fita simples 
Fita dupla Fita simples segmentada 
Fita circular 
 
Dita dupla segmentada 
18 
 
 
Rafaela Pamplona 
Principais Viroses Humanas 
Caxumba Raiva ou hidrofobia Gripe Varicela 
Hepatite Sarampo AIDS Arboviroses 
Poliomielite Varíola Febre amarela SARS 
 
Classificação e Taxonomia 
A nomenclatura ou classificação é atribuída em função dos dados 
conhecidos na data da descoberta 
- De acordo com as doenças às quais estão associados. Ex.: HIV 
- Alterações histológicas que causam. Ex.: Citomegalovírus 
- Local de isolamento. Ex.: Enterovírus 
- Locais ou pessoas que o descobriram. Ex.: Vírus de Epstein Barr ou 
Vírus de Nilo 
- Características Bioquímicas/genéticas. 
Ex.: Retrovírus (RNA → DNA → RNA) 
 
A classificação taxonômica se baseia em 
- Tipo e forma dos ácidos nucléicos 
- Estrutura 
- Presença ou ausência de Envelope 
- Modo de replicação 
- Organização do genoma ou diferenças antigênicas 
 
Estruturas menores que os vírus que causam infecção 
→ : possui ácido nucléico incompleto, necessitando de um 
outro vírus para completar seu ciclo replicativo. 
→ : estão situados um nível abaixo dos vírus satélites, estão 
associados aos vírus de plantas e, até o momento, não foram 
encontrados em humanos. 
→ : geralmente apresentam genomas maiores que os virusóides 
e causam doenças em plantas. 
→ : partículas que possuem genoma incompleto, “vírus 
defeituoso”. Estabelecem infecções persistentes. Ex.: o vírus da hepatite 
D (HDV) necessita do vírus da hepatite B (HBV). 
→ são elementos que se integram no 
genoma da bactéria 
→ são agentes subvirais e se compõem SOMENTE de proteínas 
(PrP) e são muito resistentes à inativação por processos químicos e 
físicos. São proteínas infecciosas. = proteínas modificadas que podem 
gerar infecções. 
 
Doenças → Príons 
Transmissão 
- As proteínas anormais interagem com as formas normais reorganizando 
sua estrutura. 
~ Proteína X 
- Transmissão familiar (doença familiar) 
- Transmissão infecciosa 
~ Contato com objetos 
~ Contato com material biológico (transplantes, materiais cirúrgicos). 
 
•
- As evidências sugerem fortemente que a Scapie, que nunca foi transmitida 
para humanos, passou para os bovinos, causando a Encefalopatia 
Espongiforme Bovina (BSE), quando a ração feita com restos de ovinos 
passou a ser empregada para alimentação de bovinos. 
- Os animais doentes esfregam seu corpo contra superfícies rígidas, como 
cercas ou paredes até perderem todo o couro, ficando em carne viva. 
Ao mesmo tempo, o animal perde o controle muscular e as funções 
motoras, adquire aspecto e comportamento totalmente descoordenado, 
daí o nome "vaca louca", pelo qual a moléstia ficou conhecida. 
 
• –
- De ocorrência global, atinge uma pessoa em um milhão, geralmente ao 
redor dos 60 anos, e acaba por causar demência. 
- Sabe-se que 10 a 15% dos casos são familiares. Uma certa porcentagem é 
devida a contaminação decorrente de tratamento médico, como 
transplantes de córnea, uso de instrumentos cirúrgicos contaminados, ou 
injeção de hormônio de crescimento extraído de hipófises humanas. 
 
•
- Foi observada em habitantes de uma tribo da Nova Guiné, em que a tribo 
comia o encéfalo dos líderes após a morte.. Caracteriza-se por uma perda 
da coordenação, e mais tarde por demência, e é sempre fatal. 
- Muito possivelmente, os doentes se contaminaram através de rituais de 
canibalismo; os componentes da tribo costumavam honrar seus mortos 
comendo seus cérebros. 
 
Biossíntese viral 
Definição de vírus: Seres acelulares, sem metabolismo próprio e que são 
parasitas obrigatórios 
Infecção = penetração → replicação 
Tipos de infecção 
- Infecção produtiva 
- Infecção abortiva 
 
Ciclo Replicativo 
Vírus entra na célula → Libera o genoma → Síntese proteica 
1º - Proteínas que asseguram replicação do genoma 
2º - Responsáveis pelo empacotamento do genoma e as que alteram a 
estrutura e função da célula hospedeira. 
19 
 
 
Rafaela Pamplona 
Etapas da Replicação 
• Contato com a superfície celular 
- “Ligação específica das partículas virais nos receptores das células 
hospedeiras”. 
• Proteínas de superfície dos vírions 
- Proteínas do capsídeo (vírus nu) 
- Glicoproteínas (vírus envelopado) 
• Receptores celulares 
- Proteínas (glicoproteínas) 
- Carboidratos 
Exemplo de receptores 
 
 
1. Receptor poliovírus (PVR) 6. Receptor LDL: alguns rinovírus 
2. CD4: HIV 7. Aminopeptidase N: coronavírus 
3. Antigeno carcinoembrionico: 
MHV (coronavírus) 
8. Ác. Siálico (na glicoproteína): 
influenza, reovírus, rotavírus 
4. ICAM-1: Rinovírus 
(de 1 – 4 são todos moléculas da 
superfamília das imunoglobulinas) 
9. Transportador de AA catiônico: vírus 
leucemia murina 
5. Integrina VLA-2: Echoviruses 
10. Transportador de F-Na-dependente: 
vírus leucemia macaco gibão 
 
Vírus Envelopados 
Endocitose (engloba o vírus) e Fusão (incorpora o vírus) 
 
Vírus Não Envelopados 
Translocação (vírus lança o material genético no interior da 
clélula) e Endocitose 
 
• Desnaturação das proteínas do capsídeo 
• Exposição do genoma para transcrição/tradução e replicação 
- Estar acessível às enzimas 
- A transcrição pode se iniciar sem a dissociação total entre ácido 
nucleico e proteína (vírus helicoidal) 
Vírus Envelopado 
Fusão (degrada o capsídeo) e Endocitose (enzimas degradam a 
partícula viral) 
 
Vírus Não Envelopado 
 Translocação (não necessita de desnudamento) e Endocitose 
 
Vírus carregam informação genética para 
- Assegurar a replicação de seupróprio genoma 
- Assegurar o empacotamento de seu genoma no nucleocapsídio 
- Alterar a estrutura ou função da célula hospedeira. 
 
DNA RNA 
geralmente ocorre no núcleo 
(poxvírus) 
Ocorre no citoplasma 
(ortomixovírus) 
Replicação 
Transcrição: produção de RNAm 
Tradução: leitura da informação genética contida no RNAm. 
~ Proteínas estruturais: proteínas do vírus maduro 
~ Proteínas não-estruturais: são codificadas pelo vírus e que não são 
empacotadas na partícula viral madura (são regulatórias) 
Funções das proteínas não estruturais 
- Proteger o ácido nucléico - Ajudar a replicar o ác. nucléico 
- Ligar-se a receptores nas células - Iniciar o programa de replicação 
- Penetrar na membrana celular - Modificar a célula hospedeira 
 
20 
 
 
Rafaela Pamplona 
• Morfogênese 
- Processo de montagem das partículas virais 
- Ocorre no final do ciclo replicativo. 
• Maturação 
- Aquisição da capacidade infectante (vírion) 
DNA RNA 
geralmente ocorre no núcleo ocorre no citoplasma 
- Maturação e liberação 
~ Membranas celulares (RER, Golgi e MP) contendo as glicoproteínas 
virais inseridas darão origem ao envelope 
~ Nucleocapsídio brota para o interior das membranas celulares 
 
Formação do envelope: a membrana plasmática que irá ser incorporada ao 
vírus sofre modificação, devido ao efeito citostático, nessa região da 
membrana há glicoproteínas virais com receptores específicos que permite 
o vírus infectar novas células. 
 
 
Liberação do vírion no ambiente (partícula viral completa, infecciosa) 
 
Resumo 
 
 
Adsorção 
Ligação do vírus à célula 
Penetração Entrada do vírus na célula 
Desnudamento Liberação do ácido nucléico 
Síntese de novos 
componentes 
Transcrição RNAm 
Tradução 
1. Proteínas reguladoras 
2. Enzimas 
3. Proteínas estruturais 
Replicação Novos ácidos nucléicos 
Maturação Reunião dos novos componentes 
Egresso Saída dos vírions 
 
Multiplicação Viral 
ocorre a lise e a morte da célula hospedeira, fases: 
Adsorção, Penetração, Desnudamento, Estratégias de 
Replicação, Morfogênese/maturação e Liberação. 
a cél. hospedeira permanece viva., o DNA do vírus se liga 
ao cromossomo da célula hospedeira e se multiplica juntamente com ele. 
 
 
 
HIV 
Características Gerais 
- É um retrovírus, membro da subfamília Lentivirinae. 
- Infecta células do sistema imune. 
- A replicação é altamente espécie-específica (TCD4, macrófagos) 
- Provoca doença crônica lentamente progressiva. 
- É totalmente inativado por tratamento com desinfetante doméstico a 
10%; etanola 50%; isopropanola 35%; NonidetP40 1%; Lysol a 0,5%; 
paraformaldeídoa 0,5% ou H2O2 a 0,3%, por 10 min a temperatura 
ambiente. 
- É inativado por extremos de pH. 
- É inativado em líquidos ou soro a 10% por aquecimento a 56°C, durante 
10 min. 
 
Estrutura Morfológica 
- 100nm diâmetro 
- 72 complexos de glicoproteínas de superfície 
- RNA fita simples → não consegue se transformar em RNAm, 
necessitando ser transformado em DNA pela transcriptase reversa. Esse 
DNA então é transformado em RNAm Por isso o HIV é chamado de 
retrovírus. 
- Envelope viral é proveniente da célula hospedeira 
21 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
Proteína Função 
p17 Matriz 
Proteção ♥ p24 Capsídeo 
p9, p6 Nucleocapsídio 
p10 Protease 
Enzimas que ajudam na 
replicação viral 
♥ p31 Endonuclease 
♥ p50 Transcriptase reversa 
♥ gp120 Proteína de envelope 
Responsáveis pelo processo 
de adsorção ♥ gp41 
Proteína de envelope 
(transmembrana) 
p14 Transativação de todas as proteínas do HIV 
p13 
Aumenta a produção de proteínas estruturais 
Transporta sliced/unspliced RNA do núcleo ao citoplasma 
p23 Necessário para infectividade 
p27 Retarda replicação do HIV 
? Inicia a produção de esteroides celulares para produção de HIV 
 
 
 
Obs.: para o vírus causar infecção é necessário que a proteína superficial 
gp120 se ligue ao receptor CD4 + correceptor CXCR4. Sem o receptor e 
correceptor o vírus não consegue realizar adsorção e penetração, com 
isso o indivíduo não é infectado. 
 
Tipos 
- HIV 1: mais frequente (99%) → nove subtipos (A-I) 
- HIV 2: mais frequente na África (40% homologia com HIV-1) → cinco 
subtipos (A-E) 
 
Patogenia 
• Características importantes: 
- O vírus é transmitido por troca de fluidos orgânicos. 
- O vírus apresenta alta taxa de mutação. 
- A infecção evolui lentamente através de estágios específicos. 
- Às vezes, é necessário vários anos para o desenvolvimento da doença. 
• Receptores do vírus 
- Receptor CD4 
- Correceptor CXCR4 
 
 
 
 
As células TCD4 podem ser infectadas de formas latente ou ativa pelo HIV 
 
• Infecção latente e ativa 
- Nas infecções latentes nenhum gene viral está sendo transcrito, e o 
vírus novos estão sendo formados. 
- Nas infecções ativas, o DNA proviral controla a síntese de novos 
vírus, que brotam da célula do hospedeiro 
 
 
 
Evolução da Doença 
- Infecção primaria das células do sangue e mucosa 
- Infecção se estabelece nos tecidos linfoides. Ex.: linfonodos 
- Disseminação da infecção pelo corpo – Síndrome aguda 
- Resposta imune 
- Latência 
- AIDS 
22 
 
 
Rafaela Pamplona 
 
 
- Infecção de células TCD4 + e macrófagos 
- Infecção disseminada 
- Resposta imune específica: imunidade humoral 
imunidade celular 
- Destruição da maior parte dos vírus 
- Alguns persistem 
- Destruição gradual de células TCD4+ 
- Desorganização da resposta imune 
 
Estágios da Infecção 
- Infecção Primária: ocorre replicação viral e viremia (detectada em cerca 
de 8-12 semanas) 
- Disseminação do vírus para órgãos linfóides: 50 a 75% desenvolvem 
síndrome semelhante à Mononucleose aguda, em 3 a 6 semanas. 
- Latência clínica: alta taxa de replicação viral, com aparecimento de 
sintomas ou a doença, podendo perdurar por 10 anos. 
- Doença clínica: expressão elevada do vírus e surgimento de doenças 
oportunistas. 
- Morte. 
 
Transmissão 
Mecanismo de infecção 
Sêmen → sangue Sangue → sangue 
- Categorias de exposição 
- Contato homossexual masculino 
- Uso de drogas injetáveis 
- Contato heterossexual 
- Transfusões/transplantes 
- Profissionais de saúde 
 
 
Diagnóstico 
- Identificar indivíduos com a infecção 
- Identificar portadores (doadores de sangue, de órgãos, gestantes e 
parceiros sexuais) 
- Confirmar o diagnóstico 
- Detecção de anticorpos 
 Soro/plasma 
ELISA IFI Soro-Neutralização 
Positivo Negativo 
Repete Se suspeito 
Positivo 
Repetir mais adiante e fazer 
detecção de vírus (PCR etc.) 
Testes complementares: 
western blot, IFI, FIP 
 Fazer testes complementares 
 
• ELISA – triagem: busca os anticorpos. anti gp120, anti gp41 e anti gp24 
• Westernr-Blot (padrão ouro) – confirmatório: separa e define as 
proteínas e busca anticorpos.. anti gp120. anti gp41, anti gp24 e anti gp31 
- Detecção de antígenos → proteínas de superfície. Ex.: gp120 
- Cultura viral 
- Amplificação do genoma do vírus → RT- PCR 
 
Prevenção 
- Vacinas contra HIV 
- Agentes antivirais 
 
Tratamento 
- Inibidores análogos nucleosídeos TR (2) (AZT com 3TC) 
+ 
- Inibidores análogos não-nucleosídeos TR (1) (Efavirenze) 
ou 
- Inibidores de Protease (1) (ritonavir) 
 
Controle 
- Esclarecimento à população sobre as formas de transmissão da infecção 
- Incentivo ao uso de preservativos; 
- Esclarecimento quanto ao uso de agulhas e seringas descartáveis; 
- Controle do sangue e hemoderivados 
- Adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico. 
 
Viroses 
- Os vírus pertencentes à família Herpes viridae são chamados de herpes 
vírus. Apresentam características como formação de vesículas (herpes 
simples e varicela-zoster) ou de linfadenopatias (citomegalovírus e 
mononucleose). 
23 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Vírus: 
~ Herpes simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) → herpes labial e genital 
~ Varicela-zoster (HHV-3) → catapora e o herpes-zoster 
~ Citomegalovírus (HCMV) → citomegalovirose~ Epstein-Barr → mononucleose 
 
► Herpes Simples 1 e 2 
- Os vírus de herpes HSV-1 e HSV-2 causam vesículas recorrentes, não 
evoluindo para a cura. 
HSV – 1 HSV – 2 
Herpes labial Herpes genital 
Transmissão por contato com 
secreções das vesículas 
Transmissão por contato com 
secreções das vesículas 
 
► Varicela – zoster 
- Agente etiológico: vírus varicela-zoster 
- A catapora é considerada uma virose da infância. Após a catapora, o vírus 
pode ficar em estado latente no organismo e, em algum momento da 
vida, desenvolver herpes-zoster. 
- A catapora e a herpes-zoster ocorrem como eventos únicos. 
Varicela (catapora) Herpes zoster (cobreiro) 
Presença de mácula, seguida 
de vesículas eritematosas 
Dor intensa e vesículas que acompanham o 
trajeto do nervo afetado 
 
 
 
Citomegalovirose e Mononucleose 
- Causam: linfadenopatias locais ou generalizadas 
- Podem ocorrer de forma assintomática ou com grande manifestação de 
sintomas. 
Citomegalovirose Mononucleose 
Casada por citomegalovírus (CMV) Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) 
Transmissão oral (saliva), parenteral 
e sexual 
Chamada de “doença do beijo” 
Não evolui para cura 
Presença de linfócitos atípicos na 
circulação 
Presença de linfadenopatia localizada 
Inflamação da orofaringe e glândulas 
salivares 
Promove fetopatias Linfadenopatia generalizada 
 
- Gênero da família Flaviviridae 
- Possuem genoma RNA de cadeia simples, com sentido positivo. 
- São transmitidos por mosquitos, outros insetos ou carrapatos 
- As principais flavoviroses são a dengue e a febre amarela 
- As doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes vetores são 
chamados de arboviroses. 
Dengue (DEN) 
- Tipo de vírus da dengue descritos: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4 e DEN-
5 
- São transmitidos no momento do repasto sanguíneo da fêmea do 
mosquito Aedes aegypti. 
- O vírus DEN-5 foi descoberto em 2007 e ainda não existem casos 
epidêmicos relacionados a ele. 
- Todos os vírus dengue podem causar desde sintomas inaparentes, 
dengue clássica, dengue hemorrágica ou choque por dengue que, 
geralmente, evolui para óbito. 
- As variações dos quadros de dengue dependem do estado imune do 
indivíduo e inócuo viral. 
Aspectos Clínicos 
- Período de incubação: 3 a 15 dias, com média de 5 a 10dias. 
- Variações: ~ Dengue clássica (DC) 
~ Dengue hemorrágica (DH) 
~ Síndrome de choque por dengue (SCD) 
 
 
Ciclo biológico 
- As fêmeas do mosquito Aedes aegypti podem transmitir, no Brasil, 
diferentes Flavivírus, como os vírus que causam dengue, febre amarela, 
febre Zika e febre Chikungunya. 
- O ciclo do Aedes aegypti possui quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto 
 
24 
 
 
Rafaela Pamplona 
- Uma fêmea pode dar origem a 1500 mosquitos, a partir de ovos 
colocados na parede de recipientes contendo água parada e limpa. 
- Os ovos podem permanecer em torno de 450 dias no meio ambiente 
e, caso tenham sido postos por uma fêmea contaminada, os mosquitos 
já nascem contaminados por contaminação transovariana. 
- O mosquito possui hábitos diurnos. 
 
Controle Biológico 
 
 
Febre Amarela 
- É uma doença febril, que não ocorre em todo o Brasil, mas apresenta 
gravidade. 
- É transmitida pelo Aedes aegypti em ambiente urbano e por outros 
mosquitos no ambiente silvestre, onde animais vertebrados servem de 
reservatório para o vírus. 
- A partir de julho de 2014, o vírus da febre amarela reemergiu no Brasil. 
Em outubro de 2015, foram evidenciados casos na região Centro-Oeste. 
- Os sintomas são febre, pele e olhos amarelados (icterícia), dor de cabeça, 
calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo e hemorragias. 
- A vacina contra febre amarela está disponível na rede pública, em postos 
regionalizados. 
 
Zika e Chikungunya 
- Em 2014 e 2015 novos casos de febres causadas por Flavivírus: 
Febre Zika (FK) e Febre Chikungunya (FC) 
- Primeiramente, os casos de febre Zika e febre Chikungunya foram 
confundidos como variantes de casos de dengue. 
- Os casos foram descritos em todas as regiões geográficas do Brasil. 
 
Dengue Chikungunya Zika 
Dor retroorbital Manchas vermelhas Dor muscular 
Tontura Dor articular intensa Dor articular 
Manchas vermelhas Dor de cabeça Olhos vermelhos 
Dor articular Febre alta Dor nas costas 
Náusea e vômito Dor muscular Febre baixa 
Perda de peso 
Fraqueza 
Dor de cabeça 
 Lesões com pontos 
brancos e vermelhos 
na pele 
Febre alta 
Sangramento no 
nariz e gengiva 
 
 
Vírus associados ao sistema respiratório 
- As infecções respiratórias podem ter causas diversas, como vírus, 
bactérias, fungos, protozoários e helmintos. 
- Entre os vírus que causam infecções respiratórias, temos, principalmente: 
~ Influenza vírus 
~ Parainfluenza vírus 
~ Coronavírus 
~ Vírus Respiratório Sincicial 
~ Rinovírus 
~ Adenovírus 
 
Gripe e Resfriado 
São infecções virais diferentes entre si 
Diferem quanto aos agentes etiológicos e também na intensidade das 
manifestações clínicas. 
Gripe Resfriado 
Influenza vírus B ou C Rinovírus e outros 
Febre (>38º) 
Dor na garganta 
Dor de cabeça 
Mal-estar 
Perda de apetite 
Tosse e espirros 
Congestão nasal 
Estado febril (<37,5º) 
Espirros 
Congestão nasal 
Leve mal-estar 
Sintomas brandos da gripe 
 
Pneumonias Virais 
- Os pulmões são alvo de infecção por diversos microrganismos, 
principalmente, bactérias e vírus. 
~ Vírus do sincício respiratório (VSR) 
~ Gripe H1N1 
VSR H1N1 
Pneumovírus, família Paramyxoviridae Influenza vírus, família Orthomyxoviridae 
Infecção respiratória aguda 
Mais frequente em crianças entre 2 
meses a 2 anos 
Transmissão por gotículas e fômites 
Formação de sincícios, necrose de 
células do epitélio ciliado respiratório e 
outras alterações brônquicas 
Infecção respiratória aguda 
Sintomas de gripe sazonal B ou C, 
acrescentados de dificuldade na 
inspiração 
Transmissão por gotículas ou fômites 
Possui vacinação 
 
 
Os vírus Influenza H2N2, H3N2, H5N1 e H9N2 também causam infecções 
respiratórias humanas. 
 
 
 
 
25 
 
 
Rafaela Pamplona 
SARS – COV – 2 
 
- A expressão não neural de genes de entrada SARS-COV-2 no epitélio 
olfatório sugere mecanismos subjacentes à anosmia em pacientes com 
COVID-19. 
~ Hiposmia 
~ Anosmia 
 
 
 
Resposta Imune Disfuncional Resposta Imune Saudável 
Infiltração excessiva de monócitos, 
macrófagos e células T 
Células infectadas eliminadas 
rapidamente 
Tempestade sistêmica de citocinas 
Vírus inativado por anticorpos 
neutralizantes 
Edema pulmonar e pneumonia 
Inflamação mínima e dano 
pulmonar 
Inflamação generalizada e danos a 
múltiplos órgãos 
 
Hemograma 
- Linfocitopenia relativa 
- Neutrofilia com desvio a esquerda 
- Leucocitose 
- Trombocitopenia leve 
- Hemoglobina baixa 
- Linfocitose 
- Leucócitos/Neutrófilos normais 
 
Diagnóstico 
- RT–PCR → swab nasal 
- Sorologia 
 
Viroses da Infância 
- Algumas infecções virais são comuns na infância, principalmente pelo 
contato entre crianças, compartilhamentos de objetos em unidades 
educacionais, deixando-os mais vulneráveis a infecções. 
- No Brasil, o Calendário Nacional de Imunizações inclui vacinas obrigatórias 
para as viroses da infância: caxumba, catapora, rubéola, sarampo, rotavírus, 
poliomielite e gripes. 
Rubéola, Sarampo e Caxumba 
- Sarampo e rubéola precisam ter diagnóstico laboratorial, em função de 
suas semelhanças 
- Vacina MMR 
Caxumba Rubéola Sarampo 
Paramixovírus, da 
Família Paramyxoviridae. 
Inflamação e aumento 
das glândulas parótidas 
(parotidite). 
Transmissão por 
gotículas de saliva e 
secreções respiratórias. 
Rubellavírus, da 
Família Togaviridae. 
Exantema pelo corpo 
e gânglios 
aumentados e sinais 
prodrômicos. 
Transmissão por 
gotículas de saliva e 
secreções 
respiratórias. 
Morbillivírus, da Família 
Paramyxoviridae. 
Pontos brancas na 
boca, exantema e sinais 
prodrômicos. 
Transmissão por 
gotículas de salivae 
secreções respiratórias. 
 
Hepatites Virais 
- Hepatite = distúrbio inflamatório do fígado 
 
26 
 
 
Rafaela Pamplona 
Tipos 
A B C D E 
Fezes Sangue e 
derivados 
Sangue e 
derivados 
Sangue e 
derivados 
Fezes 
Fecal-oral Percutânea 
Permucosa 
Percutânea 
Permucosa 
Percutânea 
Permucosa 
Fecal-oral 
Não 
cronifica 
Cronifica Cronifica Cronifica Não cronifica 
Imunização 
pré e pós 
exposição 
Lavagem 
de mãos 
Imunização 
pré e pós 
exposição 
Modificação 
comportament
o de risco 
Triagem 
doação de 
sangue 
Modificação 
comportamento 
de risco 
Imunização 
pré e pós 
exposição 
 
Garantia de 
ingestão de 
água tratada e 
alimentos 
corretamente 
processados 
 
► Hepatite A 
- Capsídeo icosaédrico 27-32nm 
- Sem envelope 
- RNA fita simples → RT – PCR 
- Família Picornaviridae, gênero Hepatovirus 
- Vírus penetra via TGI → hepatócitos 
- Viremia é passageira 
- Vírus começa a ser eliminado nas fezes 2 semanas antes dos sinais 
clínicos 
- Produz apenas doença aguda 
- Pode evoluir com a forma fulminante 
- Não gera estado de portador ou hepatite crônica 
- Período de incubação: 15 - 45 dias 
- Marcadores sorológicos → sorologia 
~ IgM – anti-HAV 
~ IgG – anti-HAV 
 
 
- O IgG oferece imunidade protetora 
- Vacinação não faz parte do calendário vacinal: 2 doses 
 
► Hepatite B 
- Gênero Hepadnavirus, da Família Hepadnaviridae 
- Vírus envelopado 
- DNA fita dupla circular incompleto 
- Vírus muito estável e resistente, o que o torna bastante infecioso. 
 
- Vírus: HBV (DNA) 
- Transmissão: parenteral, vertical, sexual 
- Período de incubação: 30 a 180 dias 
- Proporciona ambiente apropriado para o vírus defectivo da hepatite 
delta. 
- Vacina: 3 doses, 95% produzirão os anticorpos e, nestes, a proteção 
contra a hepatite é próxima de 100% 
 
♥ Marcadores da Hepatite B 
 
•
~ Antígeno de superfície do HBV → vírus presente = sinal de infecção 
~ Presente no envelope viral (parte externa do vírus), sua detecção na 
sorologia evidencia a presença do vírus, mas não determina se há 
replicação ou não 
~ Produz Anti-HBs 
~ É o marco da infecção pelo HBV 
~ Detectado a partir de 1 a 10 semanas após exposição 
~ Eliminado dentro de 4 a 6 meses pelos pacientes que se recuperam 
~ Persistente nas formas crônicas 
 
•
~ Anticorpo contra o antígeno de superfície 
~ É um anticorpo neutralizante que oferece imunidade protetora contra 
o HBV 
~ Marca a cura da hepatite B, junto como desaparecimento do HBsAg 
~ A coexistência de ambos é rara (forma crônica, com anti-HBs não 
neutralizante) 
~ A ausência de ambos define a “janela imunológica” 
 
•
~ Antigeno estrutural que faz parte do capsídeo, só é possível detectá-
lo se o vírus for destruído. 
~ Na clínica, não é solicitada a sorologia para HBcAg, pois ele dá muito 
falso negativo 
 
•
~ Indica infecção aguda 
~ Primeiro anticorpo a ser identificado após a infecção por HBV (1mês 
após o HBsAg) 
~ Presente em altas titulações na fase aguda da infecção 
Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 
IgM - - + +↓ 
IgG - + - +↑ 
Sem contato prévio Tem memória Fase aguda Convalescente 
27 
 
 
Rafaela Pamplona 
~ Diminui na fase de recuperação ou nos casos que evoluem para 
infecção crônica 
~ Pode persistir em baixas titulações por anos após a infecção aguda 
~ Pode aumentar nas fases de exacerbação da hepatite crônica 
 
•
~ Aumenta na fase de recuperação, à medida em que diminuem as 
titulações de Anti-HBc IgM 
~ O Anti-HBc é o único anticorpo detectável durante o período de 
“janela imunológica” 
 Não detecta nenhum antigeno e anticorpos devido a baixa [ ] 
 
•
~ Indicativo de replicação viral e infectividade 
~ Surge no período de incubação 
~ Presença associada à detecção do HBV-DNA 
~ É rapidamente eliminado na fase aguda, antes do desaparecimento 
do HBsAg 
~ Sua persistência por mais de 6 meses indica tendência à cronicidade 
 
•
~ Anticorpo contra a replicação viral 
~ Anti–HBe presente com HBeAg ausente indica bom prognostico 
 
•
~ PCR exame padrão ouro 
 
 
Interpretação dos Marcadores Sorológicos da Hepatite B 
Interpretação 
HBs 
Ag 
HBe 
Ag 
Anti HBc 
IgM 
Anti 
HBc 
Anti 
HBe 
Anti 
Hbs 
Fase de 
incubação 
+ - - - - - 
Fase aguda + + + + - - 
Portador COM 
replicação viral 
+ + - + - - 
Portador SEM 
replicação viral 
+ - - + + - 
Provável 
cicatriz 
sorológica 
- - - + - - 
Imunidade pós 
HepB 
- - - + + + 
Imunidade pós 
HepB 
- - - + - /+ + 
Imunidade pós 
vacina HepB 
- - - - - + 
Sem contato 
prévio 
- - - - - - 
 
Diagnóstico 
Clínico e provas de função hepática 
Testes laboratoriais específicos 
ELIZA para: - HBsAg 
~ Anti – HBsAg 
~ Anti – HBcAg 
- HBeAg 
~ Anti – HBeAg 
- IgM presente até 6 meses após a infecção 
 
► Hepatite C 
- Transmissão parenteral, vertical e sexual 
- Período de incubação: 20 a 90 dias 
- Fase aguda em geral assintomática 
- Não apresenta forma fulminante 
- Alta taxa de progressão para doença crônica e cirrose (85%) 
 
- HCV–RNA: identificável (por PCR) simultaneamente à elevação das 
transaminases 
- Anti–HCV: anticorpo neutralizante, porém parece não conferir 
imunidade efetiva para infecções subsequentes por HCV 
28 
 
 
Rafaela Pamplona 
► Hepatite D 
- São Vírus Defectivos: partículas que possuem genoma incompleto, “vírus 
defeituoso”. Estabelecem infecções persistentes. 
- O vírus da hepatite D (HDV) necessita do vírus da hepatite B (HBV). 
 
- Coinfecção 
HDV HBV 
 Individuo sadio 
 Raro 
Hepatite fulminante Recuperação com 
imunidade 
Hepatite crônica 
Morte Cirrose 
 
- Superinfecção 
 HDV 
 
 
Portador HBV 
 
 
Doença fulminante 
 
Doença aguda grave 
 
Doença crônica 
 
Morte 
 
 
Cirrose 
 
- HDV–RNA: detectável (por PCR) antes e nos primeiros dias da doença 
sintomática aguda 
- Anti–HDV IgM: indicador infecção recente, porém de detecção tardia e 
curta duração. 
 
 
 
► Hepatite E 
- Transmissão fecal-oral 
- Incubação é a mesma da HepA 
- Mais comum em adultos jovens e mais grave em gestantes 
- A maioria evolui para a cura 
 
 A B C D E 
Vírus HAV HBV HCV HDV HEV 
Genoma RNA DNA RNA RNA RNA 
Transmissão Fecal-oral 
Parenteral 
Sexual 
Vertical 
Parenteral 
Sexual 
Vertical 
Parenteral 
Sexual 
Vertical 
Fecal- oral 
Incubação 15-45 30-180 20-90 30-50 15-60 
Antigeno HAV-Ag 
HBsAg 
HBcAg 
HBeAg 
---- HDV-Ag HEV-Ag 
Anticorpo Anti-HAV 
Anti-HBs 
Anti-HBc 
Anti-HBe 
Anti-HCV Anti-HDV Anti-HEV 
Hepatite 
fulminante 
0,1 a 
0,4% 
1 a 4% Rara 
3 a 4% na 
coinfecção 
0,3 a 3% 20% 
em gest 
Cronicidade Não Sim Sim Sim Não 
Carcinoma 
hepatocelular 
Não Sim Sim 
Não há 
aumento 
Não 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Rafaela Pamplona 
Agentes Antivirais 
 
Não Retrovirais 
Agentes Anti-Herpesvírus 
- A infecção pelo herpesvírus tipo 1 causa tipicamente doenças na boca, 
na face, na pele, no esôfago ou no cérebro; 
- O herpesvírus simples tipo 2 geralmente causa infecção da genitália, do 
reto, da pele, das mãos ou meninge; 
- O Aciclovir é um protótipo de um grupo de agentes antivirais que 
sofrem fosforilação intracelular por uma cinase viral, transformando-se 
em inibidores da síntese do DNA viral. 
 
→
Mecanismo de ação 
- Inibe competitivamente as DNA polimerases virais inibindo a síntese de 
DNA viral 
Aciclovir 
- Indicado no tratamento de infecções por herpesvírus (HSV) e nas 
primeiras 24h de infecção pelo varicela-zoster (VZV) 
- O fanciclovir oral, penciclovir tópico e penciclovir intravenoso são 
aprovados para tratamento de HSV e VZV. 
 
→
 
Mecanismo de ação 
- Inibe a síntese de DNA viral inibindo a incorporação do trifosfato de 
desoxiguanosina no DNA provocando, em última análise, a interrupção 
do alongamento da cadeia de DNA 
- Eficaz no tratamento e na supressão crônica da retinite por 
citomegalovírus em pacientes

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes