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1 Rafaela Pamplona Microbiologia Gram Negativos Atípicos Haemophylos - São bastonetes pequenos, às vezes pleomórfilos, presentes nas membranas mucosas dos seres humanos Fisiologia e Estrutura - O crescimento da maioria das espécies de Haemophilus requer suplementação do meio com uma ou ambos dos seguintes fatores de crescimento: Hemina (Fator X) Nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD – Fator V) - Ágar chocolate levemente aquecido para isolamento in vitro de Haemophilus. - Parede é típica de outros bastonetes Gram-negativos: parede delgada de peptidioglicanos com proteínas espécie-especificas na membrana externa. - Proteínas cepa específicas e espécie-específica são encontradas na membrana externa. Patogenia e Imunidade - : mais comum, colonizam o trato respiratório nos primeiros anos de vida. Podem se empalhar e causar doenças nos ouvidos (otite média), nos seios nasais (sinusite) e no trato respiratório inferior (bronquite, pneumonia). - frequente em crianças não vacinadas (pentavalente). Na ausência de anticorpos opsonizadores (= responsáveis por identificar e neutralizar) direcionados contra a cápsula polissacarídica, pode se desenvolver bacteremia intensa. Síndromes Clínicas - H. influenzae do tipo B (encapsulado): foi causa mais comum de meningite pediátrica, mas o quadro foi alterado rapidamente quando as vacinas conjugadas se tornaram amplamente utilizadas - 50% das crianças não imunizadas que desenvolvem a doença apresentam danos neurológicos graves. Diagnostico Laboratorial → Coleta do Espécime Clínico - A aspiração direta com seringa deve ser utilizada para o diagnóstico microbiológico de sinusite ou otite - O escarro é utilizado no diagnóstico de pneumonia - Tanto sangue quanto o LCR devem ser coletados de crianças não imunizadas com o diagnóstico de meningite - Os espécimes para detecção de H. ducreyi devem ser coletados com um swab umedecido a partir da base ou da margem da úlcera. → Microscopia - Podem ser detectados bastonetes Gram-negativos que variam em forma de cocobacilos a filamentos longos e pleomórficos → Detecção de Antígeno - É específico para H. influenzae; - Teste de aglutinação de partículas; - Partículas de látex cobertas com anticorpos são misturadas com o espécime clínico. A aglutinação ocorre se o PRP (cápsula polissacarídica antifagocitária) estiver presente. → Cultura – Ágar Chocolate - Meio de Ágar Chocolate é amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. 2 Rafaela Pamplona - À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes. - As bactérias aparecem como colônias lisas e opacas; - Devido a meios específicos para detecção do H. ducreyi, deve-se indicar investigação direcionada para esta espécie. → Cultura – Satelitismo - Meio: Ágar Sangue - o sangue precisa estar contaminado com S. aureus que lisam eritrócitos e proporcionam os fatores de crescimento (fator X e fator V) Tratamento - Infecções graves são tratadas com cefalosporinas de amplo espectro; - Infecções menos graves – azitromicina ou uma fluoroquinolona - É recomendado que crianças recebam três doses de vacina contra H. influenzae do tipo b antes dos 6 meses de idade, seguidas por doses de reforço. Helicobacter - Bacilos Gram negativos espiralados (inflamação crônica do antro gástrico – final do piloro) - Helycobacter pylori (helicobactéria gástrica) tem sido associado com: • Gastrite e úlcera péptica • Adenocarcinoma gástrico • Linfoma de células B do tecido linfóide associado à mucosa gástrica (MALT) Fisiologia e Estrutura - Bacilos gram-negativos (associado a inflamação crônica do antro gástrico – final do piloro), podendo adquirir a forma cocoide em culturas mais velhas. - curvo e móvel, promove mobilidade rápida e em forma de saca-rolhas. : enzima que transforma ureia → NH3 + CO2.. Eleva o pH da mucosa gástrica se tornando básico, protegendo o microrganismo dos efeitos deletérios do pH ácido do estômago podendo ter acesso à camada protetora de muco - Catalase Positivo - Oxidase Positivo → não utilizam carboidratos, mas utilizam aminoácidos como fonte de energia (diminuição do teor de oxigênio e aumento de dióxido de carbono) = condições microaerófila - O crescimento de H. pylori requer um meio complexo suplementado com sangue, soro, carvão, amido ou gema de ovo - Temperatura variando entre 30ºC e 37ºC. Fatores de Virulência Urease Neutraliza ácidos gástricos Estimula a quimiotaxia de monócito e neutrófilos Estimula a produção de citocinas inflamatórias Proteína de Choque Térmico (HspB) Amplifica a produção de urease Proteína inibidora de ácidos Induz a hipocloridria durante a infecção aguda por bloquear a secreção ácida das células parietais Flagelos Permite a penetração para o interior da camada de muco gástrico e a proteção contra o ambiente ácido Adesinas Medeia a ligação a células do hospedeiro (ligação as células gástricas). Mucinase Degrada o muco (rompe a camada mucosa gástrica) Fosfolipases Degrada o muco (rompe a camada mucosa gástrica) Superóxido dismutase Impede a destruição fagocitaria por neutralizar metabolitos do oxigênio Catalase Impede a desnutrição fagocítica pode neutralizar peróxidos Citotoxina vacuolizante Induz a vacuolização das células epiteliais Estimula a migração de neutrófilos para a mucosa Fatores mal definidos: gene cag PAI Estimula a secreção de interleucina-8 pelas células epiteliais gástricas, que recruta e ativa neutrófilos. Estimula células gástricas a produzir fator ativador de plaquetas, que estimula a secreção de ácidos gástricos Induz o oxido nítrico sintase em células epiteliais gástricas, que medeia a lesão tecidual 3 Rafaela Pamplona Epidemiologia - 70 a 100% dos pacientes com gastrites, úlcera gástrica ou duodenal, estão infectados com H. pylori; - Os seres humanos são os reservatórios primários da infecção; - Acredita-se que a colonização persista por toda a vida, a menos que o paciente seja tratado especificamente; - A transmissão via fecal-oral é a mais provável. Síndromes Clínicas − Colonização por H. pylori invariavelmente leva à evidência histológica de gastrite, ou seja, infiltração de neutrófilos e células mononucleares na mucosa gástrica − A fase aguda da gastrite é caracterizada por uma sensação de plenitude, náusea, vômito e hipocloridria − A doença pode evoluir para gastrite crônica, confinada ao antro gástrico ou envolver o estômago inteiro − Aproximadamente 10% a 15% dos pacientes com gastrite crônica irão desenvolver úlcera péptica − H. pylori é responsável por 85% das úlceras gástricas e 95% das úlceras duodenais. − Eventualmente, a gastrite crônica leva à substituição da mucosa gástrica normal por fibrose e proliferação do epitélio do tipo intestinal − Este processo aumenta cerca de 100 vezes o risco de o paciente desenvolver câncer gástrico. Diagnostico Laboratorial → Microscopia - H. pylori é detectado por meio de exame histológico de biópsias de mucosa gástrica - Coloração de Warthin-Starry, com prata, é a mais sensível → Detecção antigênica - Amostras de biópsia também podem ser testadas para a presença da atividade enzimática da urease - A grande quantidade de urease produzida permite a detecção de um subproduto alcalino em menos de duas horas - A limitação desse método consiste na necessidade de se realizar uma biópsia. → Teste de Urease - Fragmentos da mucosa gástrica são colocados em um meio contendo ureia e um indicadorde pH, em meio ácido. A presença de urease do H. pylori promove hidrolise da ureia em amônia, que aumenta o pH da solução e modifica a cor da solução. → Cultura - H. pylori adere à mucosa gástrica não sendo recuperado de amostras de fezes ou sangue - O diagnóstico das infecções causadas por H. pylori pode ser realizado por métodos não invasivos (ex.: imunoensaio), sendo a cultura reservada para testes de suscetibilidade aos antimicrobianos. - Os meios de cultura com melhores resultados são os que utilizam agar sangue e ambiente microaerófilo, com 5% de O2 e 5-10% de CO2. → Identificação - A identificação presuntiva dos microrganismos isolados baseia-se em suas características de crescimentos em condições seletivas, morfologia microscópica típica e detecção da atividade da oxidase, catalase e urease. Tratamento - Combinação: Inibidor da bomba de prótons (ex. omeprazol) Macrolídeo (ex. claritromicina) Betalactâmico (ex. amoxicilina) 4 Rafaela Pamplona Micologia Características Gerais - Fungos: seres unicelulares ou multicelulares. Dividem-se em: • Leveduras – unicelular • Filamentosos (bolores e mofos) – multi ou pluricelular - Amplamente distribuídos na natureza. - São quimio-heterotróficos por absorção – produzem e secretam enzimas digestivas para a absorção de nutrientes - São aeróbios ou anaeróbios facultativos. - Algumas espécies de fungos apresentam melanina na sua parede celular (demácios), conferindo resistência aos raios ultravioletas e as enzimas líticas. Hifas - Compostas por elementos multicelulares em forma de tubo. Micélio = conjunto de hifas - Tipos de Hifas - Podem ser divididas em compartimentos celulares através de septos (parciais, completos ou perfurados). • Micélio vegetativo: encontra-se no interior do substrato, conferindo sustentação e obtenção de nutrientes necessários ao desenvolvimento do fungo. • Micélio aéreo ou reprodutivo: quando o micélio se projeta além do substrato, que pode se diferenciar em estruturas especializadas na reprodução constituindo, portanto, o aparelho de frutificação. Estrutura e Composição dos Fungos Núcleo: características típicas de uma célula eucariótica, com tamanho reduzido e menor quantidade de DNA. Obs.: devido a semelhança estrutural das células fúngicas com as células humanas, há a toxicidade cruzada. O antifúngico acaba atacando tanto os fungos quanto as células humanas, não age de forma seletiva, por isso há poucos antifúngicos no mercado. Nucléolo: DNA, RNA e proteínas, sitio para a síntese de Organelas Citoplasmáticas: ribossomos, mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de golgi e vacúolos. Membrana Plasmática: modelo de mosaico fluido, presença de ergosterol (local de ação de antifúngicos, difere da humana que possui colesterol) ♥Parede Celular: rígida, responsável por manter a homeostase e pela fixação do fungo às células hospedeiras. • Libera antígenos que estimulam a produção de anticorpos. • É constituída por: → Polissacarídeos: papel enzimático e estrutural, representam o maior componente da parede celular. Os polissacarídeos ativam a cascata do sistema complemento, principalmente a via alternativa, desencadeando uma reação inflamatória. → Proteínas: associadas aos polissacarídeos > glicoproteínas. → Lipídios: concentração variável, podendo constituir 19% do peso seco celular. São constituídos de fosfolipídios, triglicerídeos e esteróis. (ergosterol). Leveduras - Unicelulares, não filamentosas, caracteristicamente esféricas ou ovais, formado e tamanho irregular - Reprodução por fissão binária, produzindo células iguais, ou por brotamento (gemulação), formando células desiguais. - Algumas leveduras produzem brotos que não se separam, formando uma cadeia de células – - Formam colônias circulares, pastosas ou mucoides Filamentosos - Bolor - Colônias filamentosas multinucleadas, tendo como unidade funcional as Dimórfico - Formam estruturas distintas em diferentes temperaturas. Apresentam- se como bolores no meio externo, à temperatura ambiente e como leveduras, ou outras estruturas, nos tecidos humanos, à temperatura corporal. - Os fungos dimórficos crescem tanto na forma filamentosa quanto na forma de levedura - Ocorre dimorfismo principalmente nas - O dimorfismo é dependente de T°C e nutrientes Aplicações - Fornecedores de químicos (antibióticos) - Controle biológico - Simbiontes mutualistas - Parasitas T - Bebidas e alimentos 5 Rafaela Pamplona - Biodegradação - Biotecnologia - Produção de Fármacos Penicilinas Cefalosporinas Penicillium chrysogenum Cephalosporium acremonium Síntese da parede celular Síntese da parede celular ᵦ-lactâmico ᵦ-lactâmico Doenças causadas por fungos - Causam: infeções, intoxicações e alergias - Classificação das Infecções • Micoses superficiais: pitiríase versicolor, piedra preta, piedra branca e tinea nigra • Micoses cutâneas: dermatofitoses e dermatomicose Dermatofitoses fungos dermatófitos, que utilizam a queratina da pele, unhas e pelo como alimento Dermatomicoses fungos filamentosos não-queratinizados e por leveduras do gênero Cândida • Micoses subcutâneas: pele e tecido conjuntivo. Esporotricose, cromomicose, lobomicose e rinosporidiose • Micoses sistêmicas: órgãos internos. Paracoccidioidomicose, blastomicose, hirtoplasmose e coccidioidomicose • Micoses oportunistas: criptococose, candidíase, zigomicose, hialo- hifomicose, feo-hifomicose, pneumocistose, leveduras, micetomas etc. ► Micoses Superficiais Tinea = Micose → (Tinea Versicolor) = Pano branco - Agente etiológico: Malassezia furfur - Levedura lipofílica., faz parte da microbiota normal da pele. Quadro clínico: lesões acrômicas e pleomorficas (sem forma definida) ou hiperpigmentadas (versicolor), bordas delimitadas, tórax, abdômen, pescoço, face. Micoses das praias, pois o sol revela lesões existentes Diagnóstico: Observação direta de hifas curtas e não ramificadas e células esféricas. Técnica de Porto: cola um pedaço de durex no local da lesão e depois coloca na lâmina para reagir com azul de metileno Exame microscópico de pele infectada tratada com KOH a 10-20% ou corados com calcofluor → = micose escura Agente etiológico: Exophiala werneckii Prevalência em regiões costeiras quentes Quadro clínico: infecção assintomática do extrato córneo (palmas das mãos ou planta dos pés) com lesões de pigmentação escura Diagnóstico: exame microscópico revela hifas septadas ramificadas e células em brotamento, com paredes melaninizadas → - Infecções crônicas e assintomáticas dos pelos axilares, pubianos, a barba e os cabelos.com formação de nódulos visíveis a olho nu. - Endêmica nos países tropicais subdesenvolvidos. Piedra Negra: nódulos escuros e fixos causados por Piedraia hortae Piedra Branca: formação de nódulos amarelados, de consistência amolecida causada por Trichosporon beigelli. Micoses Cutâneas – - Infecções no tecido queratinizado superficial (pele, cabelos e unhas). - Alta prevalência mundial., causadas por três gêneros: Trichophyton Microsporum Epidermophyton floccosum Infecta cabelos, pele e unhas Infecta pelos e pele Infecta pele e unha Colônia achatada, aveludada Coloração amarelo- acastanhada a verde-oliva - Apresentam-se na forma de hifas hialinas septadas e ramificadas ou cadeias de artroconídios. - Adquiridos por contato com solo contaminado, animais ou humanos infectados. - Classificados em geofílicos (solo), zoofólicos (animais) ou antropofílicos (homem) 6 Rafaela Pamplona Patogenia: não penetra em tecido vivo, limita-se aos tecidos mortos da pele (queratina do extrato córneo, peloe unhas) e produzem metabolitos envolvidos na degradação da queratina Fragmentos de hifas ↓ Escoriação pré-existente Pele (camada córnea) ↓ Lesão de aspecto circular com vesículas nas bordas ↓ Descamação com ou sem resposta inflamatória ↓ Parte central curada com liberação de fungos visíveis Pele infectada por fungo ↓ fonte de queratina Remoção da cutícula ↓ Ganha o pelo ↓ Coleta do bulbo capilar Manifestações clínicas: o fungo tende a “se mover” do local para “fugir da inflamação”, ocasionando o lesão em forma de anel Região central: esbranquiçada e em descamação, região de cicatriz, sem processo inflamatório, local em que há liberação de substâncias fúngicas, responsáveis pela transmissão. Região periférica: avermelhada devido a parede celular, rica em polissacarídeo, ativar a via alternativa do sistema complemento, gerando um processo inflamatório. → Localiza-se em espaços interdigitais nos pés de pessoas que usam sapatos. - Na forma aguda é pruriginosa, vesicular e avermelhada, e na crônica ocorre fissuras e descamação. → = micose na unha - Localiza-se nas unhas. - As unhas tornam-se espessadas, quebradiças, despigmentadas e sem brilho. - Gêneros mais comuns: Trichophyton sp Epidermophyton sp Cândida sp → Corporis Cruris Manus Corpo Virilha Mãos - Afeta pele lisa e glabra - Na cruris as lesões são descamativas e eritémato-pruriginosas. - Na corporis são placas circulares, bordas avermelhadas e vesiculares, pruriginosas, com descamação central. Gêneros comuns: Trichophyton sp e Microsporum sp → Capitis Barbae Cabelo Barba - As lesões se localizam no couro cabeludo e nos pelos da barba. - Na capitis são placas circulares de calvície com pontas de cabelo ou cabelo quebrado no folículo. Gêneros comuns: Microsporun sp e Trichophyton sp - Na barbae são eritematosas e edematosas. Gênero comum: Trichophyton sp - Dermatofítide – reação de hipersensibilidade - Lesões vesiculares a bolhosas, pruriginosas Diagnóstico - Amostras: raspados da pele e de unhas, com pelos das áreas afetadas. - Exame microscópico - Cultura: (meio específico para fungos) contendo cloranfenicol e ciclo-heximida, com incubação durante 1-3 semanas à temperatura ambiente. → como demora, só é pedido quando a suspeita de resistência. Técnicas de Identificação • Exame direto a fresco: Pesquisa estruturas como células leveduriformes e ou esporos. Confecciona-se em uma lâmina de microscopia colocando-se soro fisiológico e a amostra em questão. • Exame direto clarificado: Pesquisa estruturas como células leveduriformes, esporos e ou micélios. Crescimento circular e centrifugo 7 Rafaela Pamplona Confecciona-se em uma lâmina de microscopia colocando-se a amostra em questão (pelo, fio de cabelo, unha ou escama epidérmica). Adiciona-se à amostra uma solução de hidróxido de potássio a 10% e coloca-se uma lamínula sobre o material. • Técnica de Porto Pesquisa estruturas que identifiquem a Malassezia furfur (pano branco) Levanta-se a fita previamente fixada em uma lâmina de microscopia, adiciona-se uma a duas gotas de azul de metileno e leva-se ao microscópio. • Cultura Utiliza-se o meio de Sabouraud acrescido de cloranfenicol, promovendo a inoculação da amostra em sete pontos equidistantes, ferindo o meio. • Microcultivo em lâmina. Possibilita a identificação de estruturas reprodutivas das culturas isoladas. Utiliza-se uma placa de petri contendo: uma lâmina; um fragmento de meio Sabouraud; um bastão em V e uma lamínula sobreposta a este. Obs.: Deve-se colocar na placa um chumaço de algodão hidrófilo com água estéril para evitar o ressecamento do meio. • Outras técnicas utilizadas na micologia médica: Prova de perfuração do pelo. Repique em tubo Armazenamento em meio com óleo. Epidemiologia - A incidência é maior em climas quentes e úmidos e em situações de aglomeração. - A suscetibilidade aumenta com a umidade, o calor, a composição química específica da pele, do sebo e do suor, da prematuridade, a exposição maciça e predisposição genética. - Na infecção por dermatófitos geofílicos e zoofílicos, os conídios podem permanecer viáveis por longo tempo no ambiente. - O contato direto e fômites são formas de transmissão das infecções por dermatófitos antropofílicos. ► Micoses Subcutâneas → - Agente etiológico: Sporothrix schenckii - Fungo dimórfico, que vive em superfícies. - Cresce na forma de bolor, produzindo hifas septadas, hialinas, ramificadas e conídios (19-30°C). - Produção de pequenos tumores subcutâneos. - A maioria dos indivíduos apresenta anticorpos específicos a esporotriquina Patogenia Trauma na pele ↓ Penetração do S. schenckii Nódulo granulomatoso ↓ Drenagem para linfáticos com espessamento e aspecto em corda Quadro Clínico: disseminação por via linfática e hematogênica para fígado, baço, sistema nervoso, pulmões • Cutâneo localizada ou dermo-epidérmica - Resulta de reinfecção cutânea. - Apresenta-se como lesões pleomórficas • Cutâneo-linfática • Extrategumentar ou visceral - Pode ser adquirida por traumatismo ou inalação Diagnóstico - Amostras: material de biópsia ou exsudatos de lesões ulcerativas. - Exame microscópico: Direto com KOH (10-40%): Baixa positividade. Corados pelo Giemsa e GRAM. Células leveduriformes, ovais, globosas. - Sorologia: Aglutinação em partículas de látex, ELISA, FC, IF - Exame histopatológico: Abcesso necrótico central Granuloma (zona tuberculóide) Tecido granular e fibrosado (zona sifilóide) - Macrocultivo: Sabouraud, 25-30ºC Cultura: Período de 4 a 12 dias Verificação de dimorfismo - Microcultivo: hifas hialinas, septadas 8 Rafaela Pamplona Epidemiologia - Distribuição mundial., mais frequente em clima tropical e temperado. - Frequente na América do Sul, destacando-se o Brasil. - Todas as faixas etárias, sem distinção racial. - Predominância do sexo masculino, pessoas com atividades associadas a terra. Tratamento - Iodeto de potássio VO - Itraconazol - Fluconazol, Terbinafina e Anfotericina B ♥ É rara a solicitação de um antifungiograma, pois há poucas opções terapêuticas e pela demora na obtenção do resultado. → - Ocorre por inoculação traumática de fungos residentes em solo e vegetações. - Ocasionada por fungos dematiáceos (=fungo negro), com paredes melaninizadas (pode produzir melanina) - Os agentes são: Phialophora verrucosa (lesões verrugosas), Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiella aquaspersa, Fonsecaea compacta e Cladosporium carrionii Patogenia Inoculação por traumatismo na pele ↓ meses/anos Lesão verrugosa com ulceração e pontos negros hemopurulentos ↓ Disseminação linfática local Quadro Clínico - Lesões polimórficas, caracterizando-se por nódulos, lesões papulosas, eritêmato-descamativas, verrucosas com ou sem ulceração. - Localizam-se principalmente nos MMII Diagnóstico - Amostras: raspados ou biópsia das lesões. - Exame microscópico: direto com KOH (10-40%) - Cultura em meio de Sabouraud por 7-15 dias. Esse meio de cultura deve ser associado a antibiótico, como o cloranfenicol, para inibir o crescimento bacteriano, já que a cultura fúngica necessita de vários dias para proliferar. • Fonsecaea pedrosoi: colônias de maturação lenta (14 dias), veludosa, marrom-escuro, verde-oliva ou negro, plano ou rugoso. • Cladosporium carrionii: colônias de maturação muito lenta (21 dias), veludosa, marrom ou verde-oliva escuro, recobertas por micélio algodonoso e cinza. • Rhinocladiella aquaspersa: colônias de maturação rápida (7 dias), veludosa, verde escuro ou preto. Epidemiologia - Distribuição mundial. - Sexo masculino é mais acometido, principalmenteem indivíduos com atividades associadas ao campo. → - Infecções crônicas, granulomatosas - Causadas: ~ Actinomicetos (bactéria): actinomicetoma ~ Fungos: eumicetoma agregados de hifas - Inoculação por traumatismo ou por saprofitismo - Aumento de volume com microabscessos purulento-granuloso - Agente etiológico ~ Actinomicetos: Actinomyces Nocardia Streptomyces Actinomadura ~ Fungos Madurella Allescheria Cephalosporium Acremonium Grãos brancos > fungos hialinos Grãos negros > fungos dematiáceos Diagnóstico - Material coletado das fístulas, centrifugação em salina - Exame direto: observação de grãos ~ Eumicóticos: hifas septadas com clamidoconídios ~ Actinomicóticos: hifas finas, não septados KOH 10-20% e corante - Cultivo: Sabouraud histopatológico → não permite identificação 9 Rafaela Pamplona Tratamento - Eumicetoma: Cetoconazol diário (400-800mg): anos Itraconazol (400 mg/dia) Cirurgia - Actinomicetoma: terapia combinada ~ Estreptomicina + dapsona ~ Sulfametoxazol +trimetropim ~ Amicacina + sulfametoxazol +trimetropim Epidemiologia - Tropical e subtropical (região quente e úmida) - Cinturão do micetoma: latitudes 15ºS – 30ºN - Estações secas, quentes e úmidas - Homens mais afetados faixa etária: 20-40 anos - Não transmissível ► Micoses Sistêmicas → - Blastose Sul Americana - Agente: Paracoccidioides brasilienses - Inalação de fezes ou reativação - Forma mucocutânea, pulmão e mucosa da boca Quadro Clínico - “Lesões na pele são abscessos ou inflamações granulomatosas com centros necróticos” - Nos tecidos ou secreções observam-se células esféricas ou ovais de tamanhos variáveis com paredes grossas, dupla membrana, múltiplos brotos ligados por bases estreitas à célula-mãe - Na forma pulmonar apresenta tosse seca Diagnóstico - Exame microscópico direto do espécime clínico (pus, escarro) - Células leveduriformes com 10 a 60μm, birrefringentes, 3 ou mais brotamentos que se ligam a célula-mãe por base estreita Birrefringência é uma propriedade óptica de um material que possui diferentes índices de refração para diferentes direções de propagação da luz.. → - Agente: Cryptococcus neoformans ~ Variação neoformans – sorotipo A, D, AD ~ Variação Gattii – sorotipo B, C - Afeta principalmente as meninges - Distribuição mundial. - Em geral, está associada a AIDS, neoplasias malignas ou imunossupressão. - Transmissão inalação, fungo encontrado em grande quantidade em fezes secas de pombos. - Levedura esférica em brotamento, com cápsula de polissacarídeos. - Produtora de urease e fenol-oxidase. - Em cultura, forma colônia mucóide esbranquiçada em 2-3 dias. - Existem duas variedades de C. neoformans: ~ C. gattii: árvores ~ C. neoformans: aves Patogenia Inalação de células leveduriformes ↓ Infecção pulmonar primária semelhante a influenza ou assintomática Resolução espontânea Imunocomprometidos multiplicação ↓ Disseminação para outros órgãos (SNC, pele, olhos e próstata) Manifestações Clínicas - Ocorrem principalmente à nível de SNC, produzindo meningite crônica que se caracteriza por remissões e exacerbações espontâneas. - A história clínica pode ser semelhante à de um tumor ou abscesso cerebral, a doença degenerativa do SNC ou a meningite por micobactérias. 10 Rafaela Pamplona - O paciente pode apresentar cefaleia, rigidez de nuca, febre, vômitos e desorientação. - A pressão liquórica está aumentada. - O estudo do LCR revela pleocitose, com predomínio de células linfomonocitárias, com glicorraquia normal ou baixa e proteinorraquia elevada. - Todos os casos de meningite criptocócica não tratados são fatais. Diagnóstico - Análise: líquor, pus e escarro (tinta Nankin – coloração específica), evidencia a capsula espessa do C. neoforman - Cultura: crescimento de colônias em poucos dias em temperatura ambiente ou a 37°C; - Detecção da produção de urease. - Em meios contendo substratos difenólicos ocorre a produção de fenol- oxidase e impregnação de melanina nas paredes celulares, dando uma coloração marrom. - Sorologia: ~ Testes de aglutinação em látex para antígeno criptocócico mostra- se positivo em 90% dos casos de Meningite criptocócica ~ Testes com antígenos capsulares; ~ Pacientes com AIDS apresentam títulos elevados de antígenos por longos períodos, mesmo com o tratamento efetivo. → - Agente: Histoplasma capsulatum - Inalação do fungo Quadro Clínico - Inicial subclínico e assintomático ou semelhante a infecção pulmonar comum viral - Calcificações residuais nodulares, disseminando-se através de células do sistema reticulo endotelial, macrófago até baço, fígado, rins, medula óssea e suprarrenais - Lesões ulcerativas na mucosa orofaríngea Diagnostico - Difícil visualizar direto, devido a dificuldade de visualização - Esfregaço corado pelo Giensa - Células ovaladas dentro do citoplasma em biopsia corada pelo hematoxilina eosina, pas grocott-somory - Cultura: mais seguro e demorado ► Micoses Oportunistas - Causadas por fungos amplamente distribuídos na natureza. - Causa infecção sistêmica em pacientes imunocomprometidos - Há infecções oportunistas por fungos endógenos (cândida), pertencentes a microbiota normal, e exógenos (C. neoformans), encontrados no solo, na água e no ar. → - Micose sistêmica mais prevalente. - Causada por várias espécies de leveduras do gênero Cândida. - Presente na microbiota da pele, mucosas e do trato gastrointestinal - Em cultura, apresenta na forma de levedura oval, com brotamento, com isolamento em 24h, diferentes dos outros fungos. - Forma hifas e pseudo-hifas. - Em meio de ágar, em 24h a temperatura ambiente, produz colônias de coloração creme, de consistência mole e com odor de levedo. - A espécie albicans é o patógeno mais comum, a Cândida albicans é dimórfica. Diferencia-se das outras espécies por produzir hifas verdadeiras, em meios com nutrição deficiente produz clamidósporos esféricos. Estrutura Antigênica - Manana: substrato da parede celular (boa especificidade e baixa sensibilidade). - Proteases. - Proteínas de choque térmico. - A Cândida albicans apresenta dois sorotipos: A e B. Patogenia Aumento no número de cândida + Lesão de pele ou mucosa ↓ Invasão local por leveduras e pseudo-hifas ↓ Candidíase superficial (cutânea ou mucosa) ex.: dermatofitose, vaginite Espécies do gênero Cândida ↓ Corrente sanguínea Hospedeiro imunocomprometido ↓ Crescimento Disseminação de leveduras (micose sistêmica) Patologia As lesões cutâneas e mucocutâneas caracterizam-se por reações inflamatórias (hipersensibilidade do tipo I, alergias, reações tópicas), desde abscessos piogênicos a granulomas crônicos, contendo grande quantidade de células leveduriformes em brotamento e pseudo-hifas. 11 Rafaela Pamplona Manifestações Clínicas • - Fatores de risco: gravidez, diabetes, idosos, prematuridade, AIDS, traumatismo, uso de anticoncepcionais orais, corticosteróides e antibióticos. - Candidíase oral (sapinho): caracterizada por lesão pseudomembranosa esbranquiçada, única ou múltipla, composta de células epiteliais, leveduras e pseudo-hifas. - Vulvovaginite: caracterizada por irritação, prurido e corrimento vaginal. - Infecção intertriginosa: caracterizada por áreas avermelhadas e úmidas, podendo evoluir para vesículas, principalmente em obesos e diabéticos. - Infecção dos interdígitos das mãos: ocorre após imersão frequente e prolongada em água. • - Caracteriza-se pelo intumescimento eritematoso e doloroso da prega ungueal, podendo evoluir para destruição da unha. • - Fatores de risco: uso prolongado de cateteres, cirurgia, abuso de drogas intravenosas,aspiração, lesão da pele ou TGI. - Em pacientes imunocompetentes a candidemia é transitória. Candidemia é a infecção da corrente sanguínea causada por leveduras do gênero Cândida Diagnóstico - Exame microscópico: observação de células em brotamento e pseudo- hifas. - Cultura: a diferenciação entre as espécies de Cândida é feita através de testes bioquímicos. ~ As culturas de lesões cutâneas confirmam o diagnóstico. ~ As culturas de escarro não tem valor diagnóstico, porque o fungo pertence a microbiota oral, podendo dar falso positivo. ~ O valor diagnóstico de uma cultura de urina está na dependência da integridade da amostra e do número de leveduras. ([ ] ≥1000ufc/ml) - Sorologia: especificidade e sensibilidade baixa. Imunidade - A resposta imune mediada por células (CD4+) é importante para o controle da Candidíase mucocutânea. Por isso, pacientes imunodeprimidos são mais susceptíveis. - Os neutrófilos são importantes para a resistência à Candidíase sistêmica. Epidemiologia e Controle - A Candidíase não é contagiosa. - O controle efetivo é evitar o desequilíbrio da microbiota e das defesas do hospedeiro. 12 Rafaela Pamplona Agentes Antifúngicos Considerações Gerais - Tradicionalmente, as infeções fúngicas são divididas em duas classes distintas: ~ Sistêmicas – orais ou parenterais para infecções sistêmicas ~ Tópicos para infecções mucocutâneas. Em consequência dessa característica os principais antifúngicos são categorizados como sistêmicos e tópicos. Termos Importantes → Espectro antifúngico: variação de atividade de um agente antifúngico contra fungos. Um agente antifúngico de amplo espectro inibe uma ampla variedade de fungos, incluindo os fungos leveduriformes e fungos filamentosos, enquanto um agente de espectro restrito é ativo somente contra um número limitado de fungos. → Atividade fungistática: nível da atividade antifúngica que inibe o crescimento de um organismo. Isto é determinado in vitro testando-se uma concentração padronizada de organismos contra uma série de diluições do antifúngico. A menor concentração da droga que inibe o crescimento do organismo é referida como concentração inibitória mínima (CIM). → Atividade fungicida: Habilidade de um agente antifúngico para matar um organismo in vitro ou in vivo. A menor concentração da droga que mata 99,9% do teste populacional é denominada concentração fungicida mínima (CFM). → Combinações de agentes antifúngicos: As combinações de agentes antifúngicos podem ser utilizadas 1. Para aumentar a eficácia no tratamento de uma infecção fúngica refratária 2. Para ampliar o espectro da terapia antifúngico empírica 3. para prevenir a emergência de organismos resistentes 4. Para alcançar um efeito sinérgico. → Sinergismo antifúngico: combinações de agentes antifúngicos que têm atividade antifúngica intensificada quando utilizados juntos, comparada com a atividade de cada agente isoladamente. → Antagonismo antifúngico: Combinação de agentes antifúngicos em que a atividade de um dos agentes interfere na atividade do outro agente. → Bombas de efluxo: Famílias de transportadores de drogas que servem para bombear ativamente agentes antifúngicos para fora das células fúngicas, diminuindo assim a quantidade de droga intracelular disponível para se ligar ao seu alvo. ► Agentes Antifúngicos Sistêmicos → - Foi isolada em 1955 a partir do actinomiceto Streptomyces nodosus, tendo sido aprovada em 1965, pela FDA, como o primeiro agente antifúngico. (Filippin e Souza, 2006). - O nome do fármaco do caráter anfotérico da molécula - Apresenta hidrossolubilidade em valores extremos de pH - É quase insolúvel em água, mas foi formulada para infusão IV através da formação de um complexo com o sal biliar desoxicolato. - É um polieno macrolídeo anfotérico ~ Polieno = contém muitas ligações duplas ~ Macrolídeo = contém um grande anel de lactona. Apresentações da Anfotericina B • ABD – Anfotericina desoxicolato ~ Pico sérico menor ~ Reação de infusão com febre e calafrio ~ Nefrotoxicidade pode levar a lesão renal aguda • ABL – Anfotericina Lipossomal ~ Maior pico sérico ~ Menor nefrotoxicidade ~ Menor reação de infusão ~ Maior incidência de eventos adversos cardiovasculares, hepáticos e respiratórios. 13 Rafaela Pamplona As principais condições que indicam o uso da ABL são leishmaniose visceral, histoplasmose do sistema nervoso central, histoplasmose disseminada refratária à ABD, blastomicose no sistema nervoso central ou pacientes intolerantes à ABD. Mecanismo de Ação - A atividade antifúngica da anfotericina B depende de sua ligação a um grupo esterol, principalmente ergosterol, presente na membrana de fungos sensíveis. - Em virtude da interação com os esteróis das membranas celulares, os agentes poliênicos parecem formar poros ou canais - O resultado consiste em aumento da permeabilidade da membrana, permitindo o extravasamento de uma variedade de pequenas moléculas - Há algum nível de ligação com os esteróis da membrana humana (colesterol), o que provavelmente contribui para a toxicidade proeminente do fármaco. Resistencia Fúngica - Os mutantes selecionados in vitro para resistência à anfotericina B substituem o ergosterol por determinados esteróis precursores. - Também pode ocorrer redução de ergosterol da membrana prejudicando a ligação. - A absorção de todas as formulações de anfotericina pelo trato gastrointestinal é insignificante. São administradas por infusões IV - A principal reação adversa à anfotericina B IV consiste em febre calafrios. É comum a ocorrência de anemia normocítica hipocrômica Atividade Antifúngica Candida spp Cryptococcus neoformans Blastomyces dermatitidis Coccidioides immitis Paracoccidioides braziliensis Candidíase, criptococose, coccidiodomicose, blastoplasmose, histoplasmose, aspergilose, mucomicose rinocerebral. → - Foi descoberta em 1957 durante uma pesquisa por novos agentes antineoplásicos - Embora desprovida de propriedades anticâncer, ficou evidente que se tratava de um potente agente antifúngico - Seu espectro de ação é muito menor do que o da anfotericina B. Atividade Antifúngica - A flucitocina tem atividade útil contra Cryptococcus neoformans Candida spp. - É rapidamente bem absorvida no trato gastrointestinal (> 90%) - Havendo comprometimento renal seus níveis aumentam com rapidez e podem provocar reações tóxicas - Como efeito adverso pode deprimir a função da medula óssea e levar ao desenvolvimento de leucopenia e trombocitopenia. Mecanismo de Ação - Não é usada de forma isolada devido ao efeito sinérgico com outros agentes - A flucitosina é captada pelas células fúngicas por meio da enzima citosina permease - É convertida em nível intracelular primeiramente em 5-fluoruracila e, em seguida, a monofosfato de 5 fluorodeoxiuridina e trifosfato de fluorouridina que inibem a síntese de DNA e RNA, respectivamente. - É utilizada predominantemente em combinação com a anfotericina B A sinergia pode estar relacionada com o aumento da penetração da flucitosina pela membrana das células fúngicas lesionadas pela anfotericina. - Todos os fungos sensíveis são capazes de desaminar a flucitosina em 5-fluorouracil O qual produz um importante metabólito inibidor da timidilato sintetase comprometendo a síntese de DNA. - As células dos mamíferos não convertem a flucitosina em fluorouracil. Esse fato é de suma importância para a ação seletiva desse composto. 14 Rafaela Pamplona → - Ambos compartilham o mesmo espectro antifúngico e o mesmo mecanismo de ação - Os triazólicos sistêmicos são metabolizados mais lentamente e exercem menos efeito sobre asíntese de esteróis humanos do que os imidazólicos - Devido a essas vantagens, os novos congêneres em desenvolvimento são, em sua maior parte, triazólicos. - Inibição da síntese de ergosterol • Imidazóis: cetoconazol, miconazol e clotrimazol Tratamento tópico • Triazóis: Itraconazol, fluconazol, voriconazol e posaconazol - A atividade antifúngica dos azóis resulta da redução da síntese do ergosterol por meio da inibição de enzimas do citocromo P450 fúngicas. - A toxicidade seletiva dos fármacos azóis resulta de sua maior afinidade pelas enzimas fúngicas do citocromo P450 do que pelas humanas. - Os imidazóis tem grau menor de seletividade do que os triazóis. - Bastante utilizados no tratamento da candidíase - Quase completamente absorvido pelo trato gastrointestinal - A biodisponibilidade não é alterada pela presença de alimentos nem pela acidez gástrica - Pode-se observar a ocorrência de náuseas e vômitos com doses superiores a 200 mg/dia. Mecanismo de Ação - O principal efeito sobre os fungos consiste na inibição da esterol 14-α- desmetilase - Levando ao comprometimento da síntese de ergosterol na membrana citoplasmática - Comprometendo as funções de determinados sistemas enzimáticos ligados à membrana, como a ATPase e as enzimas do sistema de transporte de elétrons, inibindo, assim, o crescimento dos fungos. Atividade Antifúngica Candida albicans Candida tropicalis Candida neoformans Efeitos Colaterais e Interações Medicamentosas - São relativamente atóxicos - A reação adversa mais comum é o desconforto gastrointestinal - Todos os azóis tendem a produzir interações medicamentosas porque afetam o sistema de enzima dos citocromos P450 dos mamíferos em alguma extensão. Ex.: • Imidazol (cetoconazol): efeitos adversos mais comuns consistem em náuseas, anorexia e vômitos. Enzimaticamente pouco seletivo, deixou de ser usado sistematicamente nos EUA • Triazol (Itraconazol): em forma de cápsulas, geralmente é bem tolerado em uma dose de 200mg/dia. ~ Itraconazol: - Atividade antifúngica potente, mas sua efetividade pode ser limitada pela biodisponibilidade reduzida - As formulações mais modernas, inclusive uma apresentação oral líquida e uma intravenosa, utilizam a ciclodextrana como molécula transportadora para aumentar a solubilidade e a biodisponibilidade - Muito utilizado no tratamento de dermatofitose e da onicomicose → - São ativos contra Cândida e Aspergiloses - Formam a classe mais nova de agentes antifúngicos - São grandes peptídeos cíclicos ligados a um ácido graxo de cadeia longa - Caspofungina, micafungina e anidulafungina. - As equinocandinas agem ao nível da parede celular fúngica inibindo a síntese do beta (1-3) glicano. Isso resulta em ruptura da parede celular fúngica e morte celular. Blastomyces dermatitidis Paracoccidioides brasiliensis 15 Rafaela Pamplona → - Oral para infecção mucocutânea Mecanismo de Ação - A griseofulvina causa ruptura do fuso mitótico através de sua interação com os microtúbulos polimerizados - Perda da integridade da parede celular - Fragilidade osmótica - Efeito fungicida Usos terapêuticos - Doenças micóticas da pele, dos cabelos e das unhas causadas por Microsporum, Trichophyton ou Epidermophyton. ► Agentes Antifúngicos Tópicos - O tratamento tópico é útil em muitas infecções fúngicas superficiais como aquelas confinadas ao extrato córneo, à mucosa escamosa ou à córnea - Em geral, a administração tópica de antifúngicos não tem sucesso para micoses das unhas (onicomicose) e do cabelo (tinea do couto cabeludo) - Classes de fármacos de uso tópico: imidazólicos e triazólicos → - Aplicação cutânea: As preparações para uso cutâneo mostram-se eficazes na tinea do corpo, na tinea do pé, na tinea crural, e na tinea cutânea; - Aplicação vaginal: Os cremes, os supositórios e os comprimidos vaginais constituem as preparações de escolha na candidíase vaginal; - Aplicação oral: O uso de pastilhas orais de clotrimazol é apropriadamente considerado como terapia tópica – candidíase orofaríngea. 16 Rafaela Pamplona Vírus Virologia: ramo da Biologia que estuda os vírus - Os vírus existem desde o início da vida. - Alguns vírus provavelmente evoluíram com a espécie - Agentes não eram visualizados ao microscópio - Agentes atravessavam os filtros que filtravam as bactérias de menores dimensões. Varíola - O aparecimento da varíola ocorreu com a domesticação do gado, pois existem registros de cerca de 1000 anos A.C. na região da Índia e Oriente Médio. - Em cerca de 700 D.C. chega à Europa e à América. - No século XX ocorreram cerca de 300 milhões de mortes por varíola, significando uma mortalidade de 30-35%. Primeira Vacina – 1798 - Edward Jenner observa que os tratadores de gado em quem a varíola bovina causava uma lesão benigna na mão eram resistentes à varíola humana. - Decide então vacinar um rapaz (James Phipps) com pus de uma lesão de varíola bovina e posteriormente quando submetido a inoculação direta da doença James Phipps não apresentava sinais de varíola - 1ª Vacinação – Variolação. Introdução de pus de uma pústula com varíola na pele para provocar o contato e ativar uma resposta do corpo. 2% de mortalidade. 1898 – Beijerink Confirma as observações de Ivanowsky e afirma que o agente patogênico devia ser desconhecido. “Fluido vivo contagioso” 1898 – Loeffler e Frosch Observaram que o agente não sobrevivia na ausência de um hospedeiro. Febre Amarela O vírus da febre amarela foi o primeiro a ser detectado (1900). 1901 – Walter Reed - Demonstra a natureza viral e Jesse Lazear inoculou-se voluntariamente para demonstrar o modo de transmissão. 1915 – Felix d´Herelle – Pai da Virologia - Bacteriófagos; - Primeiro método de quantificação viral; - Descreveu também algumas etapas do processo de replicação viral: adsorção, lise e liberação. - Separando coisas vivas e coisas não vivas, não pode ser traçada.” Esse fato serve para aquecer a velha discussão sobre a questão “o que é a vida?” [Wendell Meredith Stanley (1904 - 1971)] Características Gerais dos Vírus - São estruturas subcelulares, com um ciclo de replicação exclusivamente intracelular, sem nenhum metabolismo ativo fora da célula hospedeira. - Microrganismos que: ~ Se multiplicam dentro de células vivas – Parasitas Obrigatórios ~ Usam (em maior ou menor grau) o sistema de síntese das células ~ Induzem a síntese de ácido nucléico viral e proteínas ~ Capazes de auxiliá-los a infectar novas células ~ Seu único objetivo é perpetuar-se na natureza Vírus X Bactérias Bactérias Vírus Parasita intracelular não S I M Membrana plasmática sim não envelope Divisão binária sim não replicação Possuem DNA e RNA sim não Produção de ATP sim não Ribossomos sim não Sensíveis a antibióticos sim N Ã O Relação de tamanho Os vírus parasitam todos os tipos de células: procariotos, tais como arqueias e bactérias (bacteriófagos) e eucariotos como fungos, microalgas, plantas e animais. São bastante pequenos, na ordem de 0,02µm (= 10-6 m) até 0,3µm, a maioria dos vírus só pode ser visto com auxílio de um microscópio eletrônico. Por terem um tamanho muito reduzido, o tamanho dos seus genomas também é bastante limitado e codifica apenas algumas poucas proteínas funcionais (ex.: enzimas importantes para a replicação do vírus) e estruturais (componentes do capsídeo e envelope), dependendo em grande parte das enzimas e do metabolismo do hospedeiro. 17 Rafaela Pamplona Vírion - Partícula viral completa (ácido nucléico + capsídeo protéico) → partículaviral infecciosa: serve como veiculo na transmissão de um hospedeiro para outro. Estrutura Viral → informação genética, especificidade viral e infecciosidade. O genoma viral é constituído por DNA ou RNA ou ambos DNA e RNA (em diferentes etapas de seu ciclo de vida) → (formado por capsômeros) relacionado a proteção, antigenicidade e imunogenicidade. Constituído por proteínas virais especificas (proteínas ligantes) codificadas pelo genoma viral ~ Capsídeo + Núcleo = nucleocapsídio É uma cobertura formada por proteínas, com a função: - Proteger o ácido nucléico. - Ligar-se a receptores nas células - Penetrar na membrana celular - Modificar a célula hospedeira (alguns) → efeito citostático Capsídeo esférico – simetria cúbica/icosaédrica Capsídeo em bastão – simetria helicoidal Capsídeo Complexa → (glicoproteínas – peplômeros) relacionado a proteção, antigenicidade e imunogenicidade. Quando a partícula viral vai ser liberada a membrana plasmática da célula hospedeira é incorporada, formando o envelope com proteínas ligantes especificas codificadas pelo genoma viral. Essas proteínas são necessárias para que o vírion reconheça a hospedeira e para se ligar a ela. Muitas vezes as glicoproteínas formam "espículas" (projeções a partir do envelope). Estas espículas proteicas têm função de reconhecimento da célula hospedeira, que o vírus vai parasitar. Outra forma de formação do envelope é no interior da célula hospedeira através do complexo de golgi ou do REL. ~ Podem ser classificados: • Vírus Nus: aqueles que apresentam apenas capsídeo • Vírus Envelopados: apresentam além do capsídeo um envelope lipoproteico, com proteínas especificas. ♥ Vírus envelopados são mais sensíveis que os vírus nus, pois os vírus nus possuem proteínas mais resistentes as mudanças de pH, temperatura e a solventes orgânicos, como detergentes. Essas características permitem que o vírus nu permaneça mais tempo no ambiente e o vírus envelopado. → : H (hemaglutinina) → adsorção N (neuraminidase) → adsorção/penetração F (fusão) → fusão Resumo Possuem informação genética, capsídeo e em alguns casos, possuem envelope Não possuem maquinaria específica Não ingerem nutrientes, não produzem resíduos e não têm metabolismo. No entanto, eles replicam-se! DNA RNA Fita simples Fita simples Fita dupla Fita simples segmentada Fita circular Dita dupla segmentada 18 Rafaela Pamplona Principais Viroses Humanas Caxumba Raiva ou hidrofobia Gripe Varicela Hepatite Sarampo AIDS Arboviroses Poliomielite Varíola Febre amarela SARS Classificação e Taxonomia A nomenclatura ou classificação é atribuída em função dos dados conhecidos na data da descoberta - De acordo com as doenças às quais estão associados. Ex.: HIV - Alterações histológicas que causam. Ex.: Citomegalovírus - Local de isolamento. Ex.: Enterovírus - Locais ou pessoas que o descobriram. Ex.: Vírus de Epstein Barr ou Vírus de Nilo - Características Bioquímicas/genéticas. Ex.: Retrovírus (RNA → DNA → RNA) A classificação taxonômica se baseia em - Tipo e forma dos ácidos nucléicos - Estrutura - Presença ou ausência de Envelope - Modo de replicação - Organização do genoma ou diferenças antigênicas Estruturas menores que os vírus que causam infecção → : possui ácido nucléico incompleto, necessitando de um outro vírus para completar seu ciclo replicativo. → : estão situados um nível abaixo dos vírus satélites, estão associados aos vírus de plantas e, até o momento, não foram encontrados em humanos. → : geralmente apresentam genomas maiores que os virusóides e causam doenças em plantas. → : partículas que possuem genoma incompleto, “vírus defeituoso”. Estabelecem infecções persistentes. Ex.: o vírus da hepatite D (HDV) necessita do vírus da hepatite B (HBV). → são elementos que se integram no genoma da bactéria → são agentes subvirais e se compõem SOMENTE de proteínas (PrP) e são muito resistentes à inativação por processos químicos e físicos. São proteínas infecciosas. = proteínas modificadas que podem gerar infecções. Doenças → Príons Transmissão - As proteínas anormais interagem com as formas normais reorganizando sua estrutura. ~ Proteína X - Transmissão familiar (doença familiar) - Transmissão infecciosa ~ Contato com objetos ~ Contato com material biológico (transplantes, materiais cirúrgicos). • - As evidências sugerem fortemente que a Scapie, que nunca foi transmitida para humanos, passou para os bovinos, causando a Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), quando a ração feita com restos de ovinos passou a ser empregada para alimentação de bovinos. - Os animais doentes esfregam seu corpo contra superfícies rígidas, como cercas ou paredes até perderem todo o couro, ficando em carne viva. Ao mesmo tempo, o animal perde o controle muscular e as funções motoras, adquire aspecto e comportamento totalmente descoordenado, daí o nome "vaca louca", pelo qual a moléstia ficou conhecida. • – - De ocorrência global, atinge uma pessoa em um milhão, geralmente ao redor dos 60 anos, e acaba por causar demência. - Sabe-se que 10 a 15% dos casos são familiares. Uma certa porcentagem é devida a contaminação decorrente de tratamento médico, como transplantes de córnea, uso de instrumentos cirúrgicos contaminados, ou injeção de hormônio de crescimento extraído de hipófises humanas. • - Foi observada em habitantes de uma tribo da Nova Guiné, em que a tribo comia o encéfalo dos líderes após a morte.. Caracteriza-se por uma perda da coordenação, e mais tarde por demência, e é sempre fatal. - Muito possivelmente, os doentes se contaminaram através de rituais de canibalismo; os componentes da tribo costumavam honrar seus mortos comendo seus cérebros. Biossíntese viral Definição de vírus: Seres acelulares, sem metabolismo próprio e que são parasitas obrigatórios Infecção = penetração → replicação Tipos de infecção - Infecção produtiva - Infecção abortiva Ciclo Replicativo Vírus entra na célula → Libera o genoma → Síntese proteica 1º - Proteínas que asseguram replicação do genoma 2º - Responsáveis pelo empacotamento do genoma e as que alteram a estrutura e função da célula hospedeira. 19 Rafaela Pamplona Etapas da Replicação • Contato com a superfície celular - “Ligação específica das partículas virais nos receptores das células hospedeiras”. • Proteínas de superfície dos vírions - Proteínas do capsídeo (vírus nu) - Glicoproteínas (vírus envelopado) • Receptores celulares - Proteínas (glicoproteínas) - Carboidratos Exemplo de receptores 1. Receptor poliovírus (PVR) 6. Receptor LDL: alguns rinovírus 2. CD4: HIV 7. Aminopeptidase N: coronavírus 3. Antigeno carcinoembrionico: MHV (coronavírus) 8. Ác. Siálico (na glicoproteína): influenza, reovírus, rotavírus 4. ICAM-1: Rinovírus (de 1 – 4 são todos moléculas da superfamília das imunoglobulinas) 9. Transportador de AA catiônico: vírus leucemia murina 5. Integrina VLA-2: Echoviruses 10. Transportador de F-Na-dependente: vírus leucemia macaco gibão Vírus Envelopados Endocitose (engloba o vírus) e Fusão (incorpora o vírus) Vírus Não Envelopados Translocação (vírus lança o material genético no interior da clélula) e Endocitose • Desnaturação das proteínas do capsídeo • Exposição do genoma para transcrição/tradução e replicação - Estar acessível às enzimas - A transcrição pode se iniciar sem a dissociação total entre ácido nucleico e proteína (vírus helicoidal) Vírus Envelopado Fusão (degrada o capsídeo) e Endocitose (enzimas degradam a partícula viral) Vírus Não Envelopado Translocação (não necessita de desnudamento) e Endocitose Vírus carregam informação genética para - Assegurar a replicação de seupróprio genoma - Assegurar o empacotamento de seu genoma no nucleocapsídio - Alterar a estrutura ou função da célula hospedeira. DNA RNA geralmente ocorre no núcleo (poxvírus) Ocorre no citoplasma (ortomixovírus) Replicação Transcrição: produção de RNAm Tradução: leitura da informação genética contida no RNAm. ~ Proteínas estruturais: proteínas do vírus maduro ~ Proteínas não-estruturais: são codificadas pelo vírus e que não são empacotadas na partícula viral madura (são regulatórias) Funções das proteínas não estruturais - Proteger o ácido nucléico - Ajudar a replicar o ác. nucléico - Ligar-se a receptores nas células - Iniciar o programa de replicação - Penetrar na membrana celular - Modificar a célula hospedeira 20 Rafaela Pamplona • Morfogênese - Processo de montagem das partículas virais - Ocorre no final do ciclo replicativo. • Maturação - Aquisição da capacidade infectante (vírion) DNA RNA geralmente ocorre no núcleo ocorre no citoplasma - Maturação e liberação ~ Membranas celulares (RER, Golgi e MP) contendo as glicoproteínas virais inseridas darão origem ao envelope ~ Nucleocapsídio brota para o interior das membranas celulares Formação do envelope: a membrana plasmática que irá ser incorporada ao vírus sofre modificação, devido ao efeito citostático, nessa região da membrana há glicoproteínas virais com receptores específicos que permite o vírus infectar novas células. Liberação do vírion no ambiente (partícula viral completa, infecciosa) Resumo Adsorção Ligação do vírus à célula Penetração Entrada do vírus na célula Desnudamento Liberação do ácido nucléico Síntese de novos componentes Transcrição RNAm Tradução 1. Proteínas reguladoras 2. Enzimas 3. Proteínas estruturais Replicação Novos ácidos nucléicos Maturação Reunião dos novos componentes Egresso Saída dos vírions Multiplicação Viral ocorre a lise e a morte da célula hospedeira, fases: Adsorção, Penetração, Desnudamento, Estratégias de Replicação, Morfogênese/maturação e Liberação. a cél. hospedeira permanece viva., o DNA do vírus se liga ao cromossomo da célula hospedeira e se multiplica juntamente com ele. HIV Características Gerais - É um retrovírus, membro da subfamília Lentivirinae. - Infecta células do sistema imune. - A replicação é altamente espécie-específica (TCD4, macrófagos) - Provoca doença crônica lentamente progressiva. - É totalmente inativado por tratamento com desinfetante doméstico a 10%; etanola 50%; isopropanola 35%; NonidetP40 1%; Lysol a 0,5%; paraformaldeídoa 0,5% ou H2O2 a 0,3%, por 10 min a temperatura ambiente. - É inativado por extremos de pH. - É inativado em líquidos ou soro a 10% por aquecimento a 56°C, durante 10 min. Estrutura Morfológica - 100nm diâmetro - 72 complexos de glicoproteínas de superfície - RNA fita simples → não consegue se transformar em RNAm, necessitando ser transformado em DNA pela transcriptase reversa. Esse DNA então é transformado em RNAm Por isso o HIV é chamado de retrovírus. - Envelope viral é proveniente da célula hospedeira 21 Rafaela Pamplona Proteína Função p17 Matriz Proteção ♥ p24 Capsídeo p9, p6 Nucleocapsídio p10 Protease Enzimas que ajudam na replicação viral ♥ p31 Endonuclease ♥ p50 Transcriptase reversa ♥ gp120 Proteína de envelope Responsáveis pelo processo de adsorção ♥ gp41 Proteína de envelope (transmembrana) p14 Transativação de todas as proteínas do HIV p13 Aumenta a produção de proteínas estruturais Transporta sliced/unspliced RNA do núcleo ao citoplasma p23 Necessário para infectividade p27 Retarda replicação do HIV ? Inicia a produção de esteroides celulares para produção de HIV Obs.: para o vírus causar infecção é necessário que a proteína superficial gp120 se ligue ao receptor CD4 + correceptor CXCR4. Sem o receptor e correceptor o vírus não consegue realizar adsorção e penetração, com isso o indivíduo não é infectado. Tipos - HIV 1: mais frequente (99%) → nove subtipos (A-I) - HIV 2: mais frequente na África (40% homologia com HIV-1) → cinco subtipos (A-E) Patogenia • Características importantes: - O vírus é transmitido por troca de fluidos orgânicos. - O vírus apresenta alta taxa de mutação. - A infecção evolui lentamente através de estágios específicos. - Às vezes, é necessário vários anos para o desenvolvimento da doença. • Receptores do vírus - Receptor CD4 - Correceptor CXCR4 As células TCD4 podem ser infectadas de formas latente ou ativa pelo HIV • Infecção latente e ativa - Nas infecções latentes nenhum gene viral está sendo transcrito, e o vírus novos estão sendo formados. - Nas infecções ativas, o DNA proviral controla a síntese de novos vírus, que brotam da célula do hospedeiro Evolução da Doença - Infecção primaria das células do sangue e mucosa - Infecção se estabelece nos tecidos linfoides. Ex.: linfonodos - Disseminação da infecção pelo corpo – Síndrome aguda - Resposta imune - Latência - AIDS 22 Rafaela Pamplona - Infecção de células TCD4 + e macrófagos - Infecção disseminada - Resposta imune específica: imunidade humoral imunidade celular - Destruição da maior parte dos vírus - Alguns persistem - Destruição gradual de células TCD4+ - Desorganização da resposta imune Estágios da Infecção - Infecção Primária: ocorre replicação viral e viremia (detectada em cerca de 8-12 semanas) - Disseminação do vírus para órgãos linfóides: 50 a 75% desenvolvem síndrome semelhante à Mononucleose aguda, em 3 a 6 semanas. - Latência clínica: alta taxa de replicação viral, com aparecimento de sintomas ou a doença, podendo perdurar por 10 anos. - Doença clínica: expressão elevada do vírus e surgimento de doenças oportunistas. - Morte. Transmissão Mecanismo de infecção Sêmen → sangue Sangue → sangue - Categorias de exposição - Contato homossexual masculino - Uso de drogas injetáveis - Contato heterossexual - Transfusões/transplantes - Profissionais de saúde Diagnóstico - Identificar indivíduos com a infecção - Identificar portadores (doadores de sangue, de órgãos, gestantes e parceiros sexuais) - Confirmar o diagnóstico - Detecção de anticorpos Soro/plasma ELISA IFI Soro-Neutralização Positivo Negativo Repete Se suspeito Positivo Repetir mais adiante e fazer detecção de vírus (PCR etc.) Testes complementares: western blot, IFI, FIP Fazer testes complementares • ELISA – triagem: busca os anticorpos. anti gp120, anti gp41 e anti gp24 • Westernr-Blot (padrão ouro) – confirmatório: separa e define as proteínas e busca anticorpos.. anti gp120. anti gp41, anti gp24 e anti gp31 - Detecção de antígenos → proteínas de superfície. Ex.: gp120 - Cultura viral - Amplificação do genoma do vírus → RT- PCR Prevenção - Vacinas contra HIV - Agentes antivirais Tratamento - Inibidores análogos nucleosídeos TR (2) (AZT com 3TC) + - Inibidores análogos não-nucleosídeos TR (1) (Efavirenze) ou - Inibidores de Protease (1) (ritonavir) Controle - Esclarecimento à população sobre as formas de transmissão da infecção - Incentivo ao uso de preservativos; - Esclarecimento quanto ao uso de agulhas e seringas descartáveis; - Controle do sangue e hemoderivados - Adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico. Viroses - Os vírus pertencentes à família Herpes viridae são chamados de herpes vírus. Apresentam características como formação de vesículas (herpes simples e varicela-zoster) ou de linfadenopatias (citomegalovírus e mononucleose). 23 Rafaela Pamplona - Vírus: ~ Herpes simples 1 e 2 (HSV-1 e HSV-2) → herpes labial e genital ~ Varicela-zoster (HHV-3) → catapora e o herpes-zoster ~ Citomegalovírus (HCMV) → citomegalovirose~ Epstein-Barr → mononucleose ► Herpes Simples 1 e 2 - Os vírus de herpes HSV-1 e HSV-2 causam vesículas recorrentes, não evoluindo para a cura. HSV – 1 HSV – 2 Herpes labial Herpes genital Transmissão por contato com secreções das vesículas Transmissão por contato com secreções das vesículas ► Varicela – zoster - Agente etiológico: vírus varicela-zoster - A catapora é considerada uma virose da infância. Após a catapora, o vírus pode ficar em estado latente no organismo e, em algum momento da vida, desenvolver herpes-zoster. - A catapora e a herpes-zoster ocorrem como eventos únicos. Varicela (catapora) Herpes zoster (cobreiro) Presença de mácula, seguida de vesículas eritematosas Dor intensa e vesículas que acompanham o trajeto do nervo afetado Citomegalovirose e Mononucleose - Causam: linfadenopatias locais ou generalizadas - Podem ocorrer de forma assintomática ou com grande manifestação de sintomas. Citomegalovirose Mononucleose Casada por citomegalovírus (CMV) Causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) Transmissão oral (saliva), parenteral e sexual Chamada de “doença do beijo” Não evolui para cura Presença de linfócitos atípicos na circulação Presença de linfadenopatia localizada Inflamação da orofaringe e glândulas salivares Promove fetopatias Linfadenopatia generalizada - Gênero da família Flaviviridae - Possuem genoma RNA de cadeia simples, com sentido positivo. - São transmitidos por mosquitos, outros insetos ou carrapatos - As principais flavoviroses são a dengue e a febre amarela - As doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes vetores são chamados de arboviroses. Dengue (DEN) - Tipo de vírus da dengue descritos: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4 e DEN- 5 - São transmitidos no momento do repasto sanguíneo da fêmea do mosquito Aedes aegypti. - O vírus DEN-5 foi descoberto em 2007 e ainda não existem casos epidêmicos relacionados a ele. - Todos os vírus dengue podem causar desde sintomas inaparentes, dengue clássica, dengue hemorrágica ou choque por dengue que, geralmente, evolui para óbito. - As variações dos quadros de dengue dependem do estado imune do indivíduo e inócuo viral. Aspectos Clínicos - Período de incubação: 3 a 15 dias, com média de 5 a 10dias. - Variações: ~ Dengue clássica (DC) ~ Dengue hemorrágica (DH) ~ Síndrome de choque por dengue (SCD) Ciclo biológico - As fêmeas do mosquito Aedes aegypti podem transmitir, no Brasil, diferentes Flavivírus, como os vírus que causam dengue, febre amarela, febre Zika e febre Chikungunya. - O ciclo do Aedes aegypti possui quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto 24 Rafaela Pamplona - Uma fêmea pode dar origem a 1500 mosquitos, a partir de ovos colocados na parede de recipientes contendo água parada e limpa. - Os ovos podem permanecer em torno de 450 dias no meio ambiente e, caso tenham sido postos por uma fêmea contaminada, os mosquitos já nascem contaminados por contaminação transovariana. - O mosquito possui hábitos diurnos. Controle Biológico Febre Amarela - É uma doença febril, que não ocorre em todo o Brasil, mas apresenta gravidade. - É transmitida pelo Aedes aegypti em ambiente urbano e por outros mosquitos no ambiente silvestre, onde animais vertebrados servem de reservatório para o vírus. - A partir de julho de 2014, o vírus da febre amarela reemergiu no Brasil. Em outubro de 2015, foram evidenciados casos na região Centro-Oeste. - Os sintomas são febre, pele e olhos amarelados (icterícia), dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo e hemorragias. - A vacina contra febre amarela está disponível na rede pública, em postos regionalizados. Zika e Chikungunya - Em 2014 e 2015 novos casos de febres causadas por Flavivírus: Febre Zika (FK) e Febre Chikungunya (FC) - Primeiramente, os casos de febre Zika e febre Chikungunya foram confundidos como variantes de casos de dengue. - Os casos foram descritos em todas as regiões geográficas do Brasil. Dengue Chikungunya Zika Dor retroorbital Manchas vermelhas Dor muscular Tontura Dor articular intensa Dor articular Manchas vermelhas Dor de cabeça Olhos vermelhos Dor articular Febre alta Dor nas costas Náusea e vômito Dor muscular Febre baixa Perda de peso Fraqueza Dor de cabeça Lesões com pontos brancos e vermelhos na pele Febre alta Sangramento no nariz e gengiva Vírus associados ao sistema respiratório - As infecções respiratórias podem ter causas diversas, como vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos. - Entre os vírus que causam infecções respiratórias, temos, principalmente: ~ Influenza vírus ~ Parainfluenza vírus ~ Coronavírus ~ Vírus Respiratório Sincicial ~ Rinovírus ~ Adenovírus Gripe e Resfriado São infecções virais diferentes entre si Diferem quanto aos agentes etiológicos e também na intensidade das manifestações clínicas. Gripe Resfriado Influenza vírus B ou C Rinovírus e outros Febre (>38º) Dor na garganta Dor de cabeça Mal-estar Perda de apetite Tosse e espirros Congestão nasal Estado febril (<37,5º) Espirros Congestão nasal Leve mal-estar Sintomas brandos da gripe Pneumonias Virais - Os pulmões são alvo de infecção por diversos microrganismos, principalmente, bactérias e vírus. ~ Vírus do sincício respiratório (VSR) ~ Gripe H1N1 VSR H1N1 Pneumovírus, família Paramyxoviridae Influenza vírus, família Orthomyxoviridae Infecção respiratória aguda Mais frequente em crianças entre 2 meses a 2 anos Transmissão por gotículas e fômites Formação de sincícios, necrose de células do epitélio ciliado respiratório e outras alterações brônquicas Infecção respiratória aguda Sintomas de gripe sazonal B ou C, acrescentados de dificuldade na inspiração Transmissão por gotículas ou fômites Possui vacinação Os vírus Influenza H2N2, H3N2, H5N1 e H9N2 também causam infecções respiratórias humanas. 25 Rafaela Pamplona SARS – COV – 2 - A expressão não neural de genes de entrada SARS-COV-2 no epitélio olfatório sugere mecanismos subjacentes à anosmia em pacientes com COVID-19. ~ Hiposmia ~ Anosmia Resposta Imune Disfuncional Resposta Imune Saudável Infiltração excessiva de monócitos, macrófagos e células T Células infectadas eliminadas rapidamente Tempestade sistêmica de citocinas Vírus inativado por anticorpos neutralizantes Edema pulmonar e pneumonia Inflamação mínima e dano pulmonar Inflamação generalizada e danos a múltiplos órgãos Hemograma - Linfocitopenia relativa - Neutrofilia com desvio a esquerda - Leucocitose - Trombocitopenia leve - Hemoglobina baixa - Linfocitose - Leucócitos/Neutrófilos normais Diagnóstico - RT–PCR → swab nasal - Sorologia Viroses da Infância - Algumas infecções virais são comuns na infância, principalmente pelo contato entre crianças, compartilhamentos de objetos em unidades educacionais, deixando-os mais vulneráveis a infecções. - No Brasil, o Calendário Nacional de Imunizações inclui vacinas obrigatórias para as viroses da infância: caxumba, catapora, rubéola, sarampo, rotavírus, poliomielite e gripes. Rubéola, Sarampo e Caxumba - Sarampo e rubéola precisam ter diagnóstico laboratorial, em função de suas semelhanças - Vacina MMR Caxumba Rubéola Sarampo Paramixovírus, da Família Paramyxoviridae. Inflamação e aumento das glândulas parótidas (parotidite). Transmissão por gotículas de saliva e secreções respiratórias. Rubellavírus, da Família Togaviridae. Exantema pelo corpo e gânglios aumentados e sinais prodrômicos. Transmissão por gotículas de saliva e secreções respiratórias. Morbillivírus, da Família Paramyxoviridae. Pontos brancas na boca, exantema e sinais prodrômicos. Transmissão por gotículas de salivae secreções respiratórias. Hepatites Virais - Hepatite = distúrbio inflamatório do fígado 26 Rafaela Pamplona Tipos A B C D E Fezes Sangue e derivados Sangue e derivados Sangue e derivados Fezes Fecal-oral Percutânea Permucosa Percutânea Permucosa Percutânea Permucosa Fecal-oral Não cronifica Cronifica Cronifica Cronifica Não cronifica Imunização pré e pós exposição Lavagem de mãos Imunização pré e pós exposição Modificação comportament o de risco Triagem doação de sangue Modificação comportamento de risco Imunização pré e pós exposição Garantia de ingestão de água tratada e alimentos corretamente processados ► Hepatite A - Capsídeo icosaédrico 27-32nm - Sem envelope - RNA fita simples → RT – PCR - Família Picornaviridae, gênero Hepatovirus - Vírus penetra via TGI → hepatócitos - Viremia é passageira - Vírus começa a ser eliminado nas fezes 2 semanas antes dos sinais clínicos - Produz apenas doença aguda - Pode evoluir com a forma fulminante - Não gera estado de portador ou hepatite crônica - Período de incubação: 15 - 45 dias - Marcadores sorológicos → sorologia ~ IgM – anti-HAV ~ IgG – anti-HAV - O IgG oferece imunidade protetora - Vacinação não faz parte do calendário vacinal: 2 doses ► Hepatite B - Gênero Hepadnavirus, da Família Hepadnaviridae - Vírus envelopado - DNA fita dupla circular incompleto - Vírus muito estável e resistente, o que o torna bastante infecioso. - Vírus: HBV (DNA) - Transmissão: parenteral, vertical, sexual - Período de incubação: 30 a 180 dias - Proporciona ambiente apropriado para o vírus defectivo da hepatite delta. - Vacina: 3 doses, 95% produzirão os anticorpos e, nestes, a proteção contra a hepatite é próxima de 100% ♥ Marcadores da Hepatite B • ~ Antígeno de superfície do HBV → vírus presente = sinal de infecção ~ Presente no envelope viral (parte externa do vírus), sua detecção na sorologia evidencia a presença do vírus, mas não determina se há replicação ou não ~ Produz Anti-HBs ~ É o marco da infecção pelo HBV ~ Detectado a partir de 1 a 10 semanas após exposição ~ Eliminado dentro de 4 a 6 meses pelos pacientes que se recuperam ~ Persistente nas formas crônicas • ~ Anticorpo contra o antígeno de superfície ~ É um anticorpo neutralizante que oferece imunidade protetora contra o HBV ~ Marca a cura da hepatite B, junto como desaparecimento do HBsAg ~ A coexistência de ambos é rara (forma crônica, com anti-HBs não neutralizante) ~ A ausência de ambos define a “janela imunológica” • ~ Antigeno estrutural que faz parte do capsídeo, só é possível detectá- lo se o vírus for destruído. ~ Na clínica, não é solicitada a sorologia para HBcAg, pois ele dá muito falso negativo • ~ Indica infecção aguda ~ Primeiro anticorpo a ser identificado após a infecção por HBV (1mês após o HBsAg) ~ Presente em altas titulações na fase aguda da infecção Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 IgM - - + +↓ IgG - + - +↑ Sem contato prévio Tem memória Fase aguda Convalescente 27 Rafaela Pamplona ~ Diminui na fase de recuperação ou nos casos que evoluem para infecção crônica ~ Pode persistir em baixas titulações por anos após a infecção aguda ~ Pode aumentar nas fases de exacerbação da hepatite crônica • ~ Aumenta na fase de recuperação, à medida em que diminuem as titulações de Anti-HBc IgM ~ O Anti-HBc é o único anticorpo detectável durante o período de “janela imunológica” Não detecta nenhum antigeno e anticorpos devido a baixa [ ] • ~ Indicativo de replicação viral e infectividade ~ Surge no período de incubação ~ Presença associada à detecção do HBV-DNA ~ É rapidamente eliminado na fase aguda, antes do desaparecimento do HBsAg ~ Sua persistência por mais de 6 meses indica tendência à cronicidade • ~ Anticorpo contra a replicação viral ~ Anti–HBe presente com HBeAg ausente indica bom prognostico • ~ PCR exame padrão ouro Interpretação dos Marcadores Sorológicos da Hepatite B Interpretação HBs Ag HBe Ag Anti HBc IgM Anti HBc Anti HBe Anti Hbs Fase de incubação + - - - - - Fase aguda + + + + - - Portador COM replicação viral + + - + - - Portador SEM replicação viral + - - + + - Provável cicatriz sorológica - - - + - - Imunidade pós HepB - - - + + + Imunidade pós HepB - - - + - /+ + Imunidade pós vacina HepB - - - - - + Sem contato prévio - - - - - - Diagnóstico Clínico e provas de função hepática Testes laboratoriais específicos ELIZA para: - HBsAg ~ Anti – HBsAg ~ Anti – HBcAg - HBeAg ~ Anti – HBeAg - IgM presente até 6 meses após a infecção ► Hepatite C - Transmissão parenteral, vertical e sexual - Período de incubação: 20 a 90 dias - Fase aguda em geral assintomática - Não apresenta forma fulminante - Alta taxa de progressão para doença crônica e cirrose (85%) - HCV–RNA: identificável (por PCR) simultaneamente à elevação das transaminases - Anti–HCV: anticorpo neutralizante, porém parece não conferir imunidade efetiva para infecções subsequentes por HCV 28 Rafaela Pamplona ► Hepatite D - São Vírus Defectivos: partículas que possuem genoma incompleto, “vírus defeituoso”. Estabelecem infecções persistentes. - O vírus da hepatite D (HDV) necessita do vírus da hepatite B (HBV). - Coinfecção HDV HBV Individuo sadio Raro Hepatite fulminante Recuperação com imunidade Hepatite crônica Morte Cirrose - Superinfecção HDV Portador HBV Doença fulminante Doença aguda grave Doença crônica Morte Cirrose - HDV–RNA: detectável (por PCR) antes e nos primeiros dias da doença sintomática aguda - Anti–HDV IgM: indicador infecção recente, porém de detecção tardia e curta duração. ► Hepatite E - Transmissão fecal-oral - Incubação é a mesma da HepA - Mais comum em adultos jovens e mais grave em gestantes - A maioria evolui para a cura A B C D E Vírus HAV HBV HCV HDV HEV Genoma RNA DNA RNA RNA RNA Transmissão Fecal-oral Parenteral Sexual Vertical Parenteral Sexual Vertical Parenteral Sexual Vertical Fecal- oral Incubação 15-45 30-180 20-90 30-50 15-60 Antigeno HAV-Ag HBsAg HBcAg HBeAg ---- HDV-Ag HEV-Ag Anticorpo Anti-HAV Anti-HBs Anti-HBc Anti-HBe Anti-HCV Anti-HDV Anti-HEV Hepatite fulminante 0,1 a 0,4% 1 a 4% Rara 3 a 4% na coinfecção 0,3 a 3% 20% em gest Cronicidade Não Sim Sim Sim Não Carcinoma hepatocelular Não Sim Sim Não há aumento Não 29 Rafaela Pamplona Agentes Antivirais Não Retrovirais Agentes Anti-Herpesvírus - A infecção pelo herpesvírus tipo 1 causa tipicamente doenças na boca, na face, na pele, no esôfago ou no cérebro; - O herpesvírus simples tipo 2 geralmente causa infecção da genitália, do reto, da pele, das mãos ou meninge; - O Aciclovir é um protótipo de um grupo de agentes antivirais que sofrem fosforilação intracelular por uma cinase viral, transformando-se em inibidores da síntese do DNA viral. → Mecanismo de ação - Inibe competitivamente as DNA polimerases virais inibindo a síntese de DNA viral Aciclovir - Indicado no tratamento de infecções por herpesvírus (HSV) e nas primeiras 24h de infecção pelo varicela-zoster (VZV) - O fanciclovir oral, penciclovir tópico e penciclovir intravenoso são aprovados para tratamento de HSV e VZV. → Mecanismo de ação - Inibe a síntese de DNA viral inibindo a incorporação do trifosfato de desoxiguanosina no DNA provocando, em última análise, a interrupção do alongamento da cadeia de DNA - Eficaz no tratamento e na supressão crônica da retinite por citomegalovírus em pacientes
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