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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1° VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS PEDRO GOMES DOS SANTOS, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por sua advogada que esta subscreve, não se conformando com a decisão de pronúncia à fls “...”, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fulcro no art. 581, IV, do Código de Processo Penal, apresentando desde logo as razões recursais. Requer o recorrente que o presente instrumento seja recebido, processado e, na hipótese de Vossa Excelência não considerar os argumentos e manter a sentença de pronúncia, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Nestes termos, pede deferimento. Porto Alegre/RS, 24 de novembro de 2020 “Advogada ...” “OAB ...” EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Recorrente: Pedro Gomes dos Santos Recorrido: Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul Autos n° “...” Egrégio Tribunal de Justiça, Em que pese a respeitável decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito a quo não merece prosperar a pronúncia do recorrente, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas: I- DOS FATOS Pedro estava dirigindo seguindo todos os protocolos de segurança e velocidade, trafegando em via de mão dupla e resolveu ultrapassar um caminhão, que estava em baixa velocidade. Ao executar a manobra, deixa de ligar a seta e colide frontalmente com Ary, que estava dirigindo em alta velocidade no sentido oposto. Pedro prestou todos os socorros mas Ary veio a falecer. O Ministério Público denunciou o réu por incurso nas sanções dos artigos 121 e 18, I, por homicídio simples na modalidade de dolo eventual. Ao final da instrução, o juiz resolveu pronunciar Pedro pelo crime descrito na denúncia. Vem, então o recorrente requerer o que segue. II- FUNDAMENTOS JURÍDICOS Primeiramente, cabe salientar que o art. 581, CPP, IV, trata que decisões que pronunciarem o réu podem ser questionadas. In verbis: Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: IV – que pronunciar o réu; A) DO DOLO EVENTUAL: Não há de se falar em dolo eventual, tendo em vista que, caso o réu fosse imputado por algum fato criminoso, deveria ser então homicídio culposo na direção de veículo automotor, como dispõe o art. 302 CTB: Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. O réu não desejava que o fato ocorresse, não devendo se quer ser arguida autoria de um homicídio doloso, além disso, o mesmo estava trafegando dentro dos limites de velocidade permitida. A respeitável sentença deve ser reformada a fim de desclassificar o crime de homicídio doloso. Diante do exposto, fica evidente que não há de se falar em homicídio simples com dolo eventual, uma vez demonstrada que o réu não desejava o resultado morte, ficando a mercê de situações como alta velocidade da vítima, além da sua imprudência na hora de não sinalizar a manobra. III- DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso em sentido estrito, para que haja a devida reforma, impronunciando o acusado pela ausência de dolo eventual, em consequência da falta de dolo, o réu então deveria ser pronunciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, conforme o art. 302 CTB. Nestes termos, pede deferimento. Porto Alegre/RS, 24 de novembro de 2020 “Advogada ...” “OAB ...”
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