21 pág.

Pré-visualização | Página 1 de 3
Emanuelle Lacerda é Fisioterapeuta formado pela FAFIS, Pós-Graduada em Fisioterapia Neurofuncional (ISBA) e Doutoranda em Saúde Pública (UCES). Possui Formação Completa em Pilates, Pilates Avançado, Pilates Clinico, Pilates em Suspensão, Pilates em Suspensão Avançado, Circuitos Funcionais e Treinamento Integrado Mormaii Fitness, Formação em RPG. Docente e Coordenadora do Curso de Fisioterapia da FAZAG. Emanuelle Lacerda A avaliação sistematizada (minuciosa) é uma premissa para o sucesso de seu tratamento, é através dela que o terapeuta poderá adotar condutas mais assertivas ao seu paciente/aluno, elencando objetivos e condutas adequadas à necessidade individual de cada caso. A sociedade atual vem cada vez mais sendo acometido por desequilíbrios e desalinhamentos pos- turais, resultado da nova configuração social atrelada a rotinas corriqueiras, estresse, vícios tecno- lógicos, sedentarismo... Entre outros fatores que comprometem à qualidade de vida do indivíduo. Postura é o termo designado à disposição dos segmentos corporais em um determinado momen- to, dotado de efeitos fisiológicos e biomecânicos em um determinado espaço. A postura reflete as vivências e experimentações do indivíduo, sendo assim, projeta a sua interação com os aspectos físicos, sociais, ambientais e emocionais. Entender todos esses aspectos e suas projeções compõe a avaliação postural. O paciente/aluno deve ser analisado como um todo, em sua globalidade e, de forma sistematizada, para que o te- rapeuta possa detectar as causas daquelas disfunções e entendendo também todas as compensa- ções geradas por ela. Portanto, a avaliação postural verifica possíveis desalinhamentos e causas de disfunções inerentes aquele corpo. Ressaltando que o corpo é um sistema e que desalinhamentos em segmentos acarretará em compensações em todos o corpo. A avaliação postural pode ser classificada em estática e dinâmica, na avaliação estática o avalia- dor analisa pontos anatômicos específicos em todos os planos de movimento (frontal/anterior e posterior; sagital/perfil; transverso/rotações), tensões musculares, desvios posturais e realiza testes especiais. Na avaliação dinâmica o avaliador irá focar na analise dos padrões de movimento. Vale ressaltar que uma avaliação criteriosa deverá conter a avaliação estática e dinâmica e que a avalia- ção deve ser processual. Introdução A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo as vértebras móveis composta por sete vértebras cervicais, doze torácicas e cinco lombares, as vértebras imóveis são compostas por cinco vértebras cocígeas e cinco vértebras sacrais. Possui função de sustentação, flexibilidade e proteção da medula espinhal. É dividida em quatro curvaturas que te dão força e equilíbrio, são duas curvaturas em convexidade cervical e a lombar formando as lordoses e as curvaturas cifótica da torácica e da sacrococcígea. A região que finaliza uma curvatura e inicia a outra geralmente é a mais móvel e mais susceptível a lesão. As vértebras são a unidade funcional da coluna, possuem segmento móvel e um disco entre duas vértebras adjacentes. A porção posterior do segmento é composta pelo forame, processos trans- versos e espinhosos, arcos neurais e ligamentos. A porção anterior do segmento móvel é formada pelo corpo vertebral, disco intervertebral e ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. Cada corpo vertebral tem forma cilíndrica e é mais espesso na frente onde recebe grandes forças com- pressivas. Anatomia da Coluna Vertebral As vértebras C1 (atlas) e C2 (axis) possuem formatos específicos; o atlas forma a articulação atlanto- -occipital e possui o corpo em forma de anel - com presença de tubérculos anteriores-posteriores e faces articulares lisas na parte inferior e acidentadas na porção superior, onde acontece a junção com os côndilos occipitais. A C2 possui uma saliência denominada dente que se articula com o atlas formando a articulação atlanto-axial. Possui processo espinhoso ascendente e permite as ro- tações da cabeça. Os discos intervertebrais são compostos por 80% de água e 20% de colágeno, nele encontra-se o núcleo pulposo que é envolto pelo anel fibroso, as cargas são absorvidos por essa estrutura e distribuída uniformemente. O disco é resistente às forças compressivas, contudo em casos de de- sidratação que gerem a ruptura do anel ou em processo de desgaste excessivo pode gerar uma hérnia discal. Na porção anterior do segmento vertebral passam os ligamentos longitudinais, que passam por toda extensão da coluna do occipital ao sacro. O ligamento longitudinal anterior é um ligamento bastante denso e potente, esse ligamento restringe a hiperextensão da coluna e limita o movimen- to para frente de uma vértebra sobre a outra. O ligamento longitudinal posterior desce pela super- fície posterior dos corpos vertebrais, dentro do canal espinhal. A face póstero lateral do segmento vertebral não é coberta pelo ligamento o que fica susceptível a protusão discal. Ele é mais largo na região cervical e mais estreito na lombar. O ligamento longitu- dinal posterior exerce limitação de movimento posterior. Na projeção lateral da união das lâminas, tem-se os processos transversos e espinhosos nos quais ocorrem a inserção dos músculos espinhais que correm na coluna. Existem duas articulações sino- viais, denominadas de articulações apofisárias, formadas pelas facetas articulares localizadas na borda superior e inferior de cada vértebra. As facetas articulares possuem um lado côncavo e convexo às vértebras adjacentes e, organizadas em ângulos diferentes nas regiões cervical, torácica e lombar – as quais são responsáveis pelas di- ferenças funcionais entre as regiões. As articulações apofisárias possuem as características de uma articulação sinovial comum e impedem que uma vértebra deslize sobre a outra e participam da sustentação do peso. Os músculos dorsais mais profundos são os eretores da coluna (espinhais, iliocostal e longíssimo) e os transversos espinhais (multifidos, rotadores e semiespinhais). Esses músculos quando ativados bilateralmente realizam a extensão da coluna e unilateralmente ativam a rotação e flexão lateral. Os abdominais realizam a flexão de tronco com a participação do iliopsoas e quadrado lombar, que tracionam e estabilizam a pelve respectivamente durante o movimento de flexão do tronco. Duran- te a flexão de tronco, à medida em que as vértebras lombares vão encerrando sua contribuição, o movimento continua pela contribuição da pelve na inclinação pélvica anterior. Os isquiotibiais e o glúteo Máximo atuam excentricamente no controle da inclinação pélvica para frente. Avaliação Cervical No plano frontal vista anterior, o terapeuta deverá observar o alinhamento cervical, traçando uma linha imaginária da testa até o manúbrio. Se o paciente/aluno mantém a cervical alinhada ou reali- za a lateralização de cervical e para que lado ocorre essa lateralização. Na vista posterior, deve-se comparar com os achados na vista anterior e na ocorrência da lateralização - se nesta vista mantém- -se para o mesmo lado. Na vista em perfil, no plano sagital o avaliador irá verificar se há presença de anteriorização de cer- vical ou retificação da mesma. Havendo anteriorização de cervical, é muito comum estar associado a hiperlordose cervical ou aumento da curvatura cervical. O que pode gerar desgaste progressivo no disco intervertebral com aumento da força compressiva posterior e tensiva anteriormente, po- dendo levar a ruptura do anel fibroso, compressão de raízes nervosas e extravasamento do núcleo. Avaliação Torácica A palpação das vértebras de toda a coluna é fundamental, no processo de avaliação devemos palpar vértebra por vértebra e observar os pontos específicos de cada região, sempre atentos ao alinhamento vertebral. Na região torácica, deve-se no plano frontal na vista posterior está atento a presença de hipercifo- se, aumento da curvatura torácica, na existência destes desvios posturais é necessário