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estar atento as compensações geradas pelo mesmo, se esta hipercifose é secundária, ou seja, gerada por uma compensação de desvio postural primário. O teste de Adam é um excelente recurso para se avaliar a simetria de tronco e desequilíbrios na re- gião torácica. Teste realizado com o paciente em ortostase, terapeuta atrás do paciente solicita que lentamente realize uma flexão de tronco, iniciando o movimento com a flexão cervical deixando os braços caírem em direção ao solo. O terapeuta deve acompanhar cada movimento do segmento vertebral, se houver assimetria, assim que se constatar uma assimetria dos paravertebrais traça-se uma linha imaginária sobre o segmento, dessa forma pode se determinar quais vértebras compõe o desalinhamento. A presença de gibosidade e lateralização dos processos espinhosos é um indi- cativo de escoliose e teste positivo, a presença de hipercifose também pode ser observada ao teste e acarretará em teste positivo. Avaliação Lombar Nessa região o terapeuta deve estar atento a presença do aumento da curvatura lordótica (hi- perlordose) ou presença de retificação nessa região. Os desvios posturais na região lombar estão ligados a movimentação da pelve, em uma hiperlordose lombar encontraremos uma pelve em anteversão e ao contrário em uma retificação lombar a pelve estará em retroversão. Cerca de 90% da população sofre com dores lombares, é importante o terapeuta investigar a causa dessa dor e suas possíveis compensações. O teste da perna estendida ou SLR, é um ex- celente instrumento de avaliação para lombalgias e/ou hérnias discais, consiste em posicionar o paciente em decúbito dorsal e pedir para que ele realize uma flexão de quadril com a perna es- tendida e dorsoflexão em pé até o seu limite. A técnica consiste em mobilizar a raiz nervosa com suspeita de ser a fonte de dor. Em presença de dor e restrição de movimento o teste é positivo. Vale ressaltar que devemos avaliar não apenas limitação de ADM, déficit de força, presença de dor mas também a trajetória do movimento. O iliopsoas potente flexor de quadril tem grande influência na região lombar e no mecanismo da hiperlordose, já que ele se insere nas vértebras lombares e a tensão do mesmo, traciona as vérte- bras lombares e gera mecanismos de desequilíbrios posturais e dor. Portanto, outro teste impor- tante a se realizar é o teste de Thomas que avalia o encurtamento no iliopsoas. O teste deve ser executa com o paciente/aluno em decúbito dorsal, solicitamos ao mesmo para abraçar sua perna e observamos o membro contralateral se houver uma semiflexão de joelho afastando o membro do contato com o solo teremos teste positivo. A ação do quadrado lombar possui grande influência nessa região também. Ele atua na flexão de tronco e na estabilização da pelve durante a caminhada. Retrações nessa musculatura geram desequilíbrio lombar e podem gerar dor. O glúteo máximo e médio -potentes estabilizadores pélvicos -, quando em desequilíbrios ocasionam antiversão, que irá tracionar a lombar e poderá gerar a hiperlordose lombar. Ressaltamos que devemos estar atentos às cadeias musculares e a ação delas no movimento. Grupos musculares compõem cadeias e o movimento ocorre pela ação da cadeia - que pode ser reta ou cruzada. Portanto, desequilíbrios em determinado grupo está gerando desequilíbrio na cadeia muscular que consequentemente gera disfunções. Importância da Avaliação A avaliação identifica as causas e compensações geradas pela disfunção, entende o paciente/aluno em seu contexto biopsicossocial e norteia o caminho a ser percorrido pelo terapeuta. À medida em que o terapeuta detecta o foco e suas repercurssões em todo o corpo, seu tratamento se torna mais assertivo. O sucesso de seu tratamento torna-se mais evidente. Não é possível elencar exercícios, métodos, técnicas de tratamento sem conhecer o indivíduo mi- nuciosamente, dos pequenos desequilíbrios às repercurssões globais no movimento e consequen- temente em suas habilidades funcionais e atividades de vida diária. Faz-se necessário compreender também a visão unilateral do indivíduo atualmente, pelo padrão social desenvolvido. As pessoas passam a maior parte do tempo em seus trabalhos sentadas ou em rotinas estressantes, vivenciando tecnologia (seja no computador ou no celular), adotando uma postura de retração da cadeia muscular com padrão flexor de tronco na maioria das vezes. Essa postura gera um desequilíbrio de grupos musculares que acarretará em dores (principalmente nas costas), formigamentos, cefaleias. Essas sintomatologias são decorrentes de tensões musculares e disfunções ocasionadas pelas mesmas. A avaliação sistematizada e minuciosa além de nortear o terapeuta, passa ao paciente/aluno mais segurança. Contribuindo muito para a fidelização de seu cliente e captação de novos clientes na propagação dos seus resultados. O famoso “boca a boca” ainda é uma excelente ferramenta de propaganda e multiplicação de clientes. Cuidados na hora de avaliar o paciente O terapeuta deverá estar atento a algumas situações no processo de avaliação. Dentre elas: . Informar sempre ao paciente/aluno quando irá tocá-lo, aonde irá tocar e para que, com que fina- lidade? . A postura profissional deve estar clara e cabe ao terapeuta sempre informar ao cliente o objetivo de cada postura, de cada movimento. . Outro ponto importante a ser salientado, é que devemos sempre perguntar ao paciente/aluno como ele está se sentindo. As atividades desenvolvidas pelo terapeuta devem ser registradas em prontuário, uma ficha de avaliação registrando todos os pontos avaliados assim como todas as intecorrências durante o pro- cesso de avaliação. A avaliação deve ser individual e o profissional deve ter cuidado com os aspectos motivacionais, desafiar o aluno/paciente e estimular ao processo de conquistas. O não consegue, deve ser ressig- nificado e poderá ser uma possível meta de tratamento. Dicas de avaliação É importante que o paciente/aluno esteja com roupa adequada para avaliação. A presença de sin- tomas como febre, náuseas, vômitos, vertigens e cefaleias intensas são limitantes ao processo de avaliação, portanto a avaliação não deve ser realizada na presença dos mesmos, pois irá compro- meter os resultados. A anamnese deve conter perguntas específicas ligadas a aspectos sócios, ambientais, familiar e voltadas ao histórico da disfunção, tais como: 1. “Como iniciou o quadro doloroso?”; 2. “Há alguma postura que alivie ou aumente a dor?”; 3. Se não há dor “O que incomoda?”; 4. “Há histórico da disfunção na família?”; 5. “Faz uso de medicamentos, quais?”; 6. “Já fez alguma cirurgia, quais?”; 7. “Está realizando ou já realizou algum acompanhamento fisioterapêutico?”; 8. “Realizou exames complementares? Quais?”. De acordo com a queixa do paciente vamos coletando o máximo de informações possíveis para compreender as possíveis causas e alterações inerentes à disfunção. A palpação correta nos pontos anatômicos e a comparação em ambos os lados favorece a detecta- ção de desequilíbrios. O terapeuta deverá montar o diagnóstico cineticofuncional, a elaboração do mesmo irá nortear os caminhos percorridos no tratamento, deixando mais claro as metas a curto, médio e longo prazo. O diagnóstico funcional pode ser um marco não apenas ao paciente, mas também um ponto de referência ao terapeuta que na reavaliação irá utilizá-lo como ponto de referência. E, caso as metas não sejam atingidas, poderá identificar com mais facilidade o por que da não evolução e retraçar plano de tratamento, caso seja necessário. Terapia Manual e Avaliação . Terapia Manual na Cervical Disfunções cervicais, como tensão muscular, podem tracionar e deslocar vértebras ocasionando pinçamentos neurais. A hiperlordose cervical é outra alteração postural que pode ocasionar dores irradiadas, já que geram forças de compresão e tensão que podem gerar um deslocamento do núcleo acarretando assim em hérnias cervicais. Cervicobraquialgias são