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Anestesia Geral Injetável

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Giovanna Rossi de Souza 
 
 Anestesia Geral Injetável 
Quando se pensa em anestesia geral se pensa em: depressão 
do SNC causada pelo fármaco, gerando assim uma ausência da 
percepção da dor, ausência de resposta a estímulos nociceptivos e 
perda dos reflexos protetores. Espera-se também miorrelaxamento. 
Pode se utilizar assim: 
Indução com AG injetável e manutenção por AG inalatório. Indução 
e manutenção com AG inalatório ou indução e manutenção com AG 
injetável. 
Os anestésicos injetáveis produzem sedação e anestesia 
confiáveis em animais. Frequentemente, esses agentes são 
administrados por via intravenosa para induzir um estado de 
inconsciência apropriado para intubação e aplicação de um 
anestésico inalatório. Entretanto, quando administrados por infusão 
de velocidade constante, bolus intermitente ou por via intramuscular, 
os anestésicos injetáveis também podem ser usados para manter a 
anestesia por curtos períodos de tempo. Os anestésicos injetáveis 
produzem sedação do SNC de forma dose-dependente e 
reversivelmente. 
O que se espera de uma anestésico geral? Hipnose (sono profundo), 
estabilidade hemodinâmica, estabilidade da função pulmonar, 
miorrelaxamento, indução e recuperação rápidas e tranquilas, que 
não tenha efeito cumulativo, acessibilidade e baixo custo. 
Utilização dos AG injetáveis: Anestesia geral sendo para indução ou 
para manutenção (TIVA). Para sedação profunda em doses sub-
anestésicas, e para contenção física. 
Indicações: Indução anestésica (pela rápida velocidade de ação, alta 
concentração plasmática rapidamente, biodisponibilidade rápida no 
terceiro compartimento. Para manutenção da anestesia (TIVA), 
sedação em UTI, controle de status epilepticus. Utilizada em 
procedimentos pequenos em bolus intermitentes (em procedimentos 
diagnósticos ou procedimentos menos invasivos. 
Quais as vantagens da anestesia total injetável (TIVA): Baixo custo dos 
fármacos, não necessita de equipamentos específicos. Pode se usar a 
bomba de infusão contínua, mas da pra realizar sem, e ela é bem 
mais barata que equipamentos de anestesia inalatória. Não depende 
da função pulmonar. Não ocorre poluição ambiental. 
Quais as desvantagens: Depende da biotransformação dos fármacos 
(depende da função hepática para biotransformar e função renal 
para eliminar). Precisa avaliar condição corporal do paciente pois 
isso afeta a distribuição do fármaco e sua ligação a proteínas 
plasmáticas. Teria uma dificuldade de mudanças no plano anestésico 
(superficialização lenta e aprofundamento rápido por bolus 
anestésico injetável). E a recuperação é prolongada 
Fármacos anestésicos gerais injetáveis 
Barbitúricos Tiopental: depressão cardiorrespiratória, 
hipotensão e grande duração de efeito. Utilizado 
em eutanásia 
Pentobarbital 
Alquifenois Propofol 
Compostos 
imidazólicos 
Etomidato 
Derivados da 
fenciclidina 
Cetamina, tielamina, mas esses são anestésicos 
dissociativos 
 
Propofol 
Características 
Emulsão aquosa a 1%, com glicerol, óleo de soja e fosfolipídios 
purificados do ovo. Toda essa emulsão é um ótimo meio de cultura, 
por isso possui fácil contaminação após aberto, diminuindo seu tempo 
de uso pois ocorre contaminação. Além disso essa emulsão contém 
substâncias que podem facilmente causar reações alérgicas. Seu pH 
é 7. Possui baixa solubilidade em água, tem aspecto 
leitoso/esbranquiçado. 
Farmacologia 
Biotransformação: é hepática com a conjugação com ácido 
glicurônico (lembrar sempre que felinos tem dificuldade de 
conjugação). Existem outros sítios de biotransformação, como o 
plasma (esterases plasmáticas), intestino, pulmão e rins. 
Excreção: é renal, é eliminado metabólitos inativos. 
É um fármaco de alta ligação a proteínas plasmáticas, por isso é 
muito importante pensar na condição corporal do animal. 
Em galgos, eles possuem deficiência na família de enzimas do 
citocromo P-450, tento baixa biotransformação, e menor quantidade 
de albumina sérica, deixando maior fração de fármaco livre para 
agir (cuidar de sobredose). 
Ação do Propofol 
Age no SNC, potencializando o efeito GABA. No SNC causa 
diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, reduz pressão intracraniana 
(PIC), e tem efeito miorrelaxante. No sistema cardiovascular reduz 
resistência vascular periférica, reduz pressão arterial, reduz 
sensibilidade barorreflexa, reduz FC, e reduz o débito cardíaco de 40 
a 60%. Entretanto não causa arritmias, mas pode intensificar 
arritmias causas pela adrenalina. Aumenta o fluxo coronariano, e 
reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio. 
No sistema respiratório causa depressão respiratória, apneia 
transitória velocidade-dependente (quanto mais rápido maior o pico 
de concentração plasmáticas, deprimindo centro respiratório), 
redução da FR, diminuição da amplitude, isso faz acumular CO2, 
causando hipercapnia com acidose respiratória e redução da Pa02. 
Outros efeitos adversos são a hiperextensão dos membros torácicos 
uni ou bilateral, tremores, hipotermia por depressão do centro 
termorregulador, dor/reação na administração. 
Doses e indicações 
Indução: com sedação prévia (4 a 5 mg/kg – bolus IV), sem sedação 
(6 a 8 mg/kg – bolus IV). Sua administração é dose-efeito. Seu efeito 
dura aproximadamente de 3 a 10 minutos. 
Giovanna Rossi de Souza 
 
Pode ser usado isolado ou com outro fármaco (fentanil, 
benzodiazepínicos, isso aumenta analgesia e diminui dose do 
anestésico). E usada como infusão contínua para TIVA. 
 
Etomidato 
Características 
É incolor, seu pH é 6,9. É hidrossolúvel mas instável em solução 
aquosa. Seu veículo é o propileno glicol que é uma substância 
associada a dor, flebite, e reações no momento da administração 
(puxar membro, tremores) 
Farmacologia 
Sua biotransformação é hepática e extra-hepática (por esterases 
hepáticas e plasmáticas). Produz metabólito inativo (80% ácido 
carboxílico imidazólico), sua excreção é 78% renal, 22% biliar e 3% é 
excretado de forma inalterada. 76% dele é ligado a proteína 
plasmática. Tem ultra curta duração, é dose-dependente e não 
cumulativo. 
Ação do etomidato 
No SNC tem ação depressora semelhante ao GABA, reduz fluxo 
sanguíneo cerebral, reduz consumo de oxigênio cerebral, reduz 
pressão intracraniana, não altera a PAM e por isso a perfusão 
cerebral é mantida ou até aumentada. No sistema cardiovascular 
produz poucas alteração, sendo fármaco de eleição para cardiopatas, 
ele causa redução discreta da pressão arterial, redução da resistência 
vascular periférica e aumento discreto de FC, volume sistólico e 
débito cardíaco. No sistema respiratório causa desde apneia a 
aumento discreto da FR, diminuição do volume corrente e diminuição 
do volume minuto. 
Desvantagens 
Causa mioclonia, dor no local da aplicação, tromboflebite, náusea e 
vômitos (descrita em humanos). 
É contraindicado para infusão contínua por inibe a síntese de cortisol. 
Doses 
Pequenos: 0,5 a 2 mg/kg – bolus IV. Indicado para indução anestésica. 
Associação com benzodiazepínicos, fentanil e lidocaína (diminui dose 
e efeitos adversos). Não indicada para manutenção 
 
 Anestesia total intravenosa 
TIVA. Infusão contínua 
Propofol 0,2 a 0,4 mg/kg/min. Não utiliza Propofol sozinho: 
Remifentanil 0,15 a 0,3 mcg/kg/min. Fentanil 20 a 30 mcg/kg/min (2 
a 3 mcg/kg). Cetamina 10 mcg/kg/min (1 a 2 mcg/kg). Interromper 
fentanil 20 minutos antes do fim da anestesia. 
 
 Anestesia parcial intravenosa 
AG inalatório + infusão contínua (analgésico, sedativos ou anestésico). 
Associação diminui dose do AG inalatório e diminui efeitos adversos. 
MILK: morfina, lidocaína, cetamina (redução 45% CAM) 
FILK: fentanil, lidocaína e cetamina (reduz 97% CAM) 
MILK 
Morfina 1,1 ml 
Lidocaína 2% SV 7,5 ml 
Cetamina 10% 0,3 ml 
SRL 500ml 
= 10 ml/kg/h 
 
Bolus 
Morfina 0,5 mg/kg 
Lidocaína 2% SV 1,0 mg/kg 
Cetamina 10% 1,0 mg/kg 
FILK 
Fentanil 7,5 ml 
Lidocaína 2% SV 7,5 ml 
Cetamina10% 0,3 ml 
SRL 500ml 
= 10 ml/kg/h 
 
Bolus 
Fentanil 3 mcg/kg 
Lidocaína 2% SV 1,0 mg/kg 
Cetamina 10% 1,0 mg/kg

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