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DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA (DUG)- Romana Marzarotto (T6) doença ulcerosa péptica (dug) Resumo feito com base no MEDCURSO 2019- Gastroenterologia Vol. 01 Cap 02 e slides da Professora Rita Lima. TUDO o que a professora frisou em aula e nos slides está grifado em vermelho. conceito · A úlcera péptica gastroduodenal é uma lesão > 0.5 cm na parede do tudo digestivo (entre estômago e duodeno), ultrapassando a muscular da mucosa. · ÚLCERA: Ultrapassa a muscular da mucosa · EROSÃO: NÃO ultrapassa. · Podem surgir em outros locais além da região gastroduodenal – divertículo de Meckel (íleo), reto e epitélio de Barrett, síndrome de Zollinger-Elisson (gastrinoma gerando úlceras pépticas em diversos locais) · Úlcera de Cameron: úlcera gástrica clássica (na porção herniada do estômago), causadas por hérnias de hiato anteriores- cuidar com pacientes com histórico de hérnias! epidemiologia · A incidência de DUG vem reduzindo nos últimos anos, devido principalmente ao uso de antissecretores gástricos (IPB) e o uso de terapia de erradicação do H. pylori · Recente redução do número de hospitalizações por complicações · Mais frequente em homens (2/3) · Fatores de risco: infecção po H. pylori e uso de AINES, tabagismo · Úlceras duodenais: MAIS frequentes, pacientes jovens (20-50 anos)´ · Úlceras gástricas: comum em pacientes idosos (acima dos 60 anos), assintomáticos · O risco de recorrência de uma úlcera é de 50% em 12 meses PATOGENIA · Seguinte: tem que saber que as úlceras se formam na presença de hipercloridia (produção excessiva de ácido gástrico/clorídrico) OU na presença de normo ou hipocloridia (produção normal ou ácido clorídrico) porém com o H. pylori ou AINE. Observar as camadas do tecido REVISÃO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO GÁSTRICO E MECANISMOS DE DEFESA DA MUCOSA · Divisão anatômica do estômago · A mucosa do estômago é constituída de epitélio colunar, que sofre invaginações formando as fossetas gástricas · Região de corpo e fundo: células próximas as fossetas têm função secretora de muco (células foveolares e bicarbonato) · Mais profundamente, temos as células parientais (oxínticas), que secretam HCL e fator intrínseco · Junto com as parientais temos as células principais, que secretam pepsinogênio. HCL CONVERTE PEPSINOGÊNIO EM PEPSINA no lúmen gástrico Controle da Secreção Ácida · O HCL é secretado pelas células parietais através de ação da bomba de prótons (H+/K+ ATPase). · Na DUG temos aumento da sensibilidade da célula parietal e aumento da resposta ao estímulo do nervo vago · Mas quem ESTIMULA a secreção? 1. ACETILCOLINA: liberada pelo estímulo do nervo vago, influenciada pelos sentidos (visão, olfato, paladar), agindo nos receptores muscarínicos 2. HISTAMINA: produzida próxima as células parietais, tem ação parácrina (nas redondezas). Sua secreção é estimulada por gastrina e acetilcolina. 3. GASTRINA: Produzida pelas células G (antro), quando ocorre aumento de PH, presença de peptídeos ou distensão do estômago. Estimula a secreção gástrica, pela produção de histamina ou pela ação desse hormônio nas células parietais. É inibida pela diminuição do PH no estômago (óbvio porque é o aumento de PH que estimula a produção, em casos de hipocloridria com medicação a gastrina está aumentada) · E quem INIBE a secreção? · SOMATOSTATINA: produzidas nas células D (antro), inibindo a secreção gástrica de HCL de 2 formas: 1- sobre ação direta no receptor; 2- reduzindo a secreção de gastrina e histamina. · Quando as células D são destruídas, causa hipergastrinemia e hipercloridria. · Na fase prandial ou digestiva, que é composta por 3 fases: · Cefálica (você está pensando em comida, ou sente odor, ou tem o visual do alimento e já produz ácido, principalmente através da estimulação do nervo vago) · Gástrica (quando alimento chega no estômago você tem uma certa distensão gástrica que estimula as células G do antro a produzir gastrina, na fase gástrica então você tem grande quantidade de gastrina e acetilcolina estimulando a produção de ácido). · Intestinal – alimento chega até o intestino, você tem a liberação de hormônio intestinal que pode fazer também um pouco da liberação de ácido. *FASE gástrica e cefálica as mais importantes* as defesas da mucosa · Muco · Produzido pelas células foveolares e degradado pela pepsina · Quanto maior a distensão gástrica maior a produção de muco · AINE reduz produção · Bicarbonato · Secretado pelas células epiteliais foveolares, ficando abaixo da mucosa e não atingindo a luz- permitindo que a mucosa não seja destruída · Renovação Celular · Fluxo sanguíneo da mucosa (intensa vascularização) · Prostaglandinas (estimulam tudo acima) · Originadas do ácido aracdônico mediante a COX (por isso que AINE quando bloqueia essa produção, acaba com as defesas do estômago) · Óxido Nítrico · Aumenta fluxo sanguíneo, produção de bicarbonato e mucina · Estudos mostram que: as úlceras não se formam apenas pela autodigestão da mucosa (desequilíbrio entre agressão péptica e barreiras de defesa) mas também de falhas no processo de cicatrização (por causa do h.pylori, AINE, estresse isquêmico/tóxico) o PAPEL DA HELICOBACTER PYLORI · H. pylori: bactéria gram-negativa · Colonizadores da mucosa gástrica, tendo afinidade pelas células que produzem muco no antro · Produz urease (que converte a ureia em bicarbonato e amônia), fazendo isso para formar um ambiente alcalino em meio ácido para a sua sobrevivência. · Acomete homens e mulheres na mesma proporção. · Fatores de risco: idade avançada, baixa renda, más condições de saneamento e higiene · No Brasil: infecção crônica de 50-80% dos adultos; 95% dos pacientes com úlcera duodenal e 75% dos com úlcera gástrica · Relacionada às patologias gástricas · Alta prevalência na população geral, porém taxa de 15% de desenvolver úlcera? POR QUÊ? Subtipos com fatores de virulência (genes) que estimulam maior agressão e desenvolvimento da doença · H. pylori possui adesinas que colonizam a mucosa gástrica, se ligando as células epiteliais e sendo envolvido pelo muco, produzindo reação imune. · A maior liberação do fator de ativação de plaquetas aumenta a isquemia e trombose na região, podendo produzir as úlceras o papel do ácido gástrico · As úlceras são pépticas porque mesmo a descoberta de outros fatores que influenciam na DUG não podemos negar que o HCL+Pepsina tem papel importante na gênese da lesão: MAIOR PRODUÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO AUMENTO A POPULAÇÃO PARIETAL · A secreção ácida basal (noturna principalmente) está aumentada em pacientes com úlceras gástricas do tipo II e III. relação entre h. pylori, hipercloridia e outros fatores 1. Úlcera Duodenal a. O micro organismo infecta cronicamente a mucosa antral e inibe a somatostatina (células D) b. A perda do fator inibitório promove hipergastrinemia o que gera hipercloridria c. Maior secreção de HCL faz o duodeno receber mais ácido, o que gera uma metaplasia gástrica, surgindo um epitélio do tipo gástrico no duodeno! d. Isso gera uma infecção pela h. pylori que gera duodenite e úlcera. 5 TIPOS DE ÚLCERA: (de acordo com a localização) I. Da pequena curvatura (maioria): hipocloridria, gastrite por h. pylori (proliferação da bactéria na junção antro corpo que lesa a mucosa deixando ela sensível ao ácido) II. Do corpo gástrico: parecida com a formação da úlcera gastroduodenal III. Pré-pilórica: igual a II. IV. Próxima a junção gastroesofágica(rara): mesma fisiopatologia da úlcera do tipo I. V. Relacionada a drogas (AINES) etiologia (resumo da profe) · FATOR AGRESSÃO: Ácido, Pepsina, AINE – AAS; H pylori, cigarro; · FATOR DEFESA: Muco, Bicarbonato, Fluxo sanguíneo, Camada surfactante; Epitélio de revestimento; · FATOR REPARAÇÃO: Angiogênese, Proliferação celular, Reconstituição epitelial, Fatores de crescimento; anti inflamatórios não esteroidais (AINEs) · AINES inibem a COX 1 e COX 2. Há os AINES seletivos (que inibem a COX 2 somente), todavia eles estão associados a mortes por causas cardíacas. · DUP está presente em menor incidência em AINES seletivos, todavia, a maioria deles saiu domercado devido ao risco de morte. · AINES agem impedindo a formação da mucosa gástrica, reduzindo a produção de prostaglandinas, reduzindo as defesas do organismo contra a secreção ácida, dificultando o reparo tecidual e a neutralização do HCL. · 20-30% das úlceras duodenais são causadas pelos AINES. · AAS mesmo em doses baixas pode causar DUP · Maior risco de DUP usando AINE e tendo as seguintes características: · Idade maior que 60 anos · História prévia · Uso de glicocorticoide, AAS (baixa dose) · Uso de altas doses de AINE · Outras comorbidades OUTRAS CONDIÇÕES ASSOCIADAS A ÚLCERA GASTRODUODENAL · Tabagismo · DUP mais comum em tabagistas x não fumantes · Maior recorrência de DUP · Cicatrização mais lenta das úlceras pépticas · Resposta terapêutica lenta · Maior incidência de complicações · PORQUE ISSO ACONTECE? Por causa do pouco bicarbonato produzido + lentidão no esvaziamento do estômago + maior incidência de infecção por H. pylori · Fatores Genéticos · Difícil correlação · Infecção por h. pylori mais comum em pacientes com sangue O. · Outras Patologias · DPOC · Insuficiência renal crônica · Cirrose · Nefrolitíase · Deficiência de alfa-a-antitripsina · Mastocitose sistêmica · Medicamentos e drogas · Bisfosfonatos 4 Micofenolato mofetil · Clopidogrel · Cloreto de potássio · Quimioterapia e radioterapia · Anfetaminas, crack e cocaína · Síndrome de Zollinger-Ellison · O objetivo é manter, nos grupos de maior risco, o pH gástrico acima de 4. · Dois fatores de risco mais importantes são a coagulopatia e insuficiência respiratória. manifestações clínicas · Vamos para algumas distinções! · Úlcera duodenal: dor abdominal epigástrica, em queimação, 2-3h após as refeições e à noite, podendo acordar de madrugada devido ao incômodo (pico da secreção por descarga vagal), possuindo alívio com uso de antiácidos ou ALIMENTOS. · Úlcera gástrica: os sintomas são desencadeados pelos alimentos, aparecendo após a comida (o que faz com que o paciente deixe de comer e perca peso muitas vezes). Náusea é bem comum. · Somente os sintomas NÃO dão certeza da localização · Síndrome dispéptica: dor ou desconforto epigástrico, azia (queimação epigástrica), náuseas, sensação de plenitude pós-prandial- Nem toda a pessoa que possui síndrome dispéptica tem DUP (somente 20-30%). · 40% dos que possuem DUP são assintomáticos. para provas · Úlceras duodenais são mais comuns que gástricas · Maioria das que perfuram está na parede anterior do bulbo duodenal · Maioria das que sangram está na parede posterior do bulbo duodenal · Localização mais comum é na pequena curvatura do estômago · Penetrante ou tenebrante é quando a úlcera é tamponada por outros órgãos diagnóstico 1) EDA a) Para diagnosticar úlcera péptica, realizamos EDA (Endoscopia Digestiva Alta), padrão-ouro. b) Ter sintomas pépticos não significa realizar EDA. Se o paciente tem queixas, pode-se pesquisar h. pylori por métodos não invasivos e caso positivo, tratar com ABT+ IBP. Em caso negativo, tratar somente com antissecretores (IBP ou bloqueadores H2) por 4 semanas para aliviar sintomas. c) EDA é em casos refratários do tratamento farmacológico OU em casos de: · Início dos sintomas acima dos 45 anos · Sinais de alerta para CA gástrico · Sempre que tiver úlcera péptica (estas podem ocultar ou ser o próprio câncer de estômago/pâncreas ou metástases de outros cânceres a distância como mama, cólon, tireóide, rim, linfomas) · Biópsia de pelo menos 7 pedaços das bordas da lesão (entre a úlcera e a mucosa). A cicatrização ocorre entre 8-12 semanas junto com o final do tratamento clínico 2) H. pylori a) Sempre que tivermos úlcera em que a sintomática aponte para h. pylori devemos investigar b) Pode ser feito por testes não invasivos ou invasivos c) Testes Invasivos i) Teste rápido de urease do fragmento biopsiado: método de escolha para pacientes com EDA, sendo necessário suspender a medicação para fazer o exame. ii) Histopatologia iii) Cultura: menos utilizado d) Testes Não-invasivos i) Sorologia: ELISA (IgG anti h. pylori), lembrar que fica positivados após anos da cura. ii) Teste respiratório de ureia (TRU): só pode ser realizado 1 mês após ABT e 2 semanas após IBP para evitar erros. iii) Pesquisa de antígeno fecal tratamento clínico · Medidas gerais · Dieta: devem fazer 3 refeições básicas, de forma regular, evitando comidas que exacerbam os sintomas. · Fumo: torna o reparo e a cicatrização do tecido mais lenta · Álcool: NÃO forma úlceras mas aumenta risco de hemorragia digestivas, sendo evitado durante o tratamento. tratamento farmacológico · Reduzir acidez do conteúdo gástrico + erradicar h. pylori antissecretores de primeira linha · Inibidores de bomba de prótons (IBP) · Atuam na bomba de Na+/K+ ATPase reduzindo a secreção de HCL da célula parietal · Primeira escolha · Efeito ocorre de 2 a 6 horas após ingerir (rápido) · Administração em jejum (bomba de prótons ativada) · Pode levar a hipergastrinemia e trofia das células ECL e parietais · Omeprazol. Lansoprazol. Dexlansoprazol etc etc · Tempo mínimo de tto: 7 dias (geralmente mantido de 3 a 7 semanas) · Tem sido associado a maior incidência de pneumonia comunitária, fraturas (má absorção de cálcio) · Interferem na ação do clopidogrel (para usar em conjunto tomar IBP de manhã e clopidogrel a noite) · Bloqueadores H2 · Bloqueiam competitivamente receptores H2 de histaminas das células parietais, que produzem ácido gástrico (menos sensíveis a histamina, acetilcolina e gastrina) · Cimetidina, ranitidina, famotidina, nizatidina. · Antiácidos não podem ser ingeridos junto com BH2 · Cuidado em pacientes com problemas renais (dose menor) · Inibem a desidrogenase alcoólica gástrica drogas de segunda linha · Antiácidos · Reagem com HCL neutralizando o PH · Hidróxido de alumínio (constipante), hidróxido de magnésio (laxante), bicarbonato de sódio · Ingestão 1 hora após as principais refeições e ao deitar para efeito de tamponamento do ácido · Sucralfato · Hidrato de carbono + porção inorgânica · Citoprotetor da base da úlcera, formando uma película que impede a ação do ácido, pepsina e sais biliares. · Estimula a produção de prostaglandinas, bicarbonato e muco · 1 g/ 4x ao dia tratamento do helicobacter pylori · Tratar na DUG e no Linfoma de MALT e em indivíduos com histórico de CA gástrico pessoal ou familiar de 1º grau · Tratar também em pacientes com síndrome dispéptica que não fazem EDA (fazer nesses indivíduos o teste respiratório de ureia) · Usuários crônicos de AINE/AAS · PTI (púrpura trombocitopênica imune) · Esquema com 3 drogas por pelo menos 7 dias (Omeprazol + Claritromicina + Amoxicilina OU Omeprazol + Claritromicina + Furazolidona) · Fazer TRU para atestar cura · Tratamento de resgate: IBP+levofloxacino+amoxicilina+furazolidona de 7-10 dias · Possibilidade de recidiva após tratamento cai para menos de 10% tratamento cirúrgico · 2 indicações · Intratabilidade clínica · Presença de complicações (hemorragia, perfuração e obstrução) · Intratabilidade clínica: não cicatrização da úlcera após 8-12 semanas de tratamento ou recidiva após o término da terapia. · Úlcera refratária: erradicação do h. pylori confirmada e uso de AINE afastado, deve-se descartar a malignidade. Para fechar esse diagnóstico, solicitamos gastrina sérica em jejum. · Deve-se verificar se o uso de doses mais altas de IBP não reduz o problema · Mais comum via cirúrgica por complicações. procedimentos para úlcera duodenal · Objetivo é sempre inibir a secreção ácida · Vagotomia: interrupção da estimulação das células parietais por acetilcolina · Antrectomia: interrupção da estimulação das células parietais pela gastrina · Nervo vago: funções motoras · Relaxamento gástrico proximal ou receptivo e acomodação do alimento no estômago, reduzindo a pressão intragástrica · Mantém a contração tônica do estômago · Relaxamento do piloro e força motriz do antro nas contrações rítmicas para o alimento deixar o estômago. · 3 formas de Vagotomia · Troncular: remoção dos troncos vagaisanteriores e posteriores, desnervando diversas vísceras. Isso gera um esvaziamento rápido de líquidos e retardo do esvaziamento de sólidos. Por isso, deve ser realizado junto a drenagem que é a retirada do antro ou piloro e anastomose do estômago e duodeno. · PILOROPLASTIA: Pode se empregar a piloroplastia de heinecke-mikulicz para evitar a estase gástrica · Gastrite alcalina: Refluxo de bile e suco pancreático para dentro do estômago · Dumping: Saída do conteúdo sólido do estômago direto para o intestino proximal · ANTRECTOMIA: tira antro junto com piloro. Rara, porém tem menor taxa de recidiva. Mesmas consequências da piloroplastia (listadas acima). · Seletiva: somente a inervação vagal do estômago, sem comprometer os demais órgãos. Porém, não traz benefícios em relação a troncular · Superseletiva: preserva a inervação do antro e do piloro, retirando somente a inervação de corpo e fundo (nervos de latarjet), presente na pequena curvatura e entre o piloro e a junção esofagogástrica. Não utilizada em casos de: úlceras pré-pilóricas; bulbo duodenal deformado, retardo no esvaziamento gástrico e tabagismo. Relaxamento receptivo e acomodação são prejudicados porém motilidade antral e pilórica estão preservadas, esvaziamento gástrico não prejudicado. · CIRURGIA DE ESCOLHA ATUALMENTE É A VAGOTOMIA SUPERSELETIVA. procedimentos para úlcera gástrica · Deve ser retirada a porção do estômago que contém a úlcera · Neoplasias gástricas são mais comuns em antro e as lesões benignas mais comuns em terço inferior da pequena curvatura · Mais comum é do tipo I na pequena curvatura do estômago: Vagotomia troncular NÃO é feita. Geralmente é feito uma gastrectomia distal + reconstrução · Úlceras II e III tem procedimentos semelhantes as duodenais com vagotomia troncular + antrectomia · Úlcera IV: Pode ser feito gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux (Csendes) ou uma hemigastrectomia com extensão vertical + Y de Roux (Pauchet). complicações pós operatórias · Irei citar somente as principais! (se quiser ver todas, favor consultar MEDCURSO de Gasto Volume 01 Capítulo 02 Parte I) perfuração tardia · Vagotomia superseletiva · Resultado da desvascularização da pequena curvatura · Isquemia + perfuração com quadro séptico diarreia pós-vagotomia · Comum, principalmente após vagotomia troncular. · Mecanismo: desnervação do sistema biliar, aumentando a liberação de sais biliares no lúmen intestinal, que chegam ao cólon, onde estimula diarréia secretória. · Quadro clínico intenso em 20-30% dos casos · Tratamento com antidiarreicos (difenoxilato, loperamida) síndrome de dumping · Ocorre quando a função do piloro é prejudicada- esvaziamento rápido demais! · Decorre do rápido esvaziamento gástrico pós-prandial podendo ser precoce ou tardio · Precoce: ocorre 15-30 minutos após as refeições ocorrem sintomas gastrointestinais e vasomotores (náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, rubor, tonteira, taquicardia). Resultado de conteúdo hiperosmolar no duodeno: · Distensão pelo bolo alimentar · Rápida contração do volume sanguíneo por causa do movimento dos líquidos · Liberação dos hormônios vasoativos · Tardio: 1-3h após a refeição · Sintomas de hipoglicemia · Tratamento dietético, evitando o consumo de carboidratos e fazendo pequenas refeições. Muita proteína e lipídios; não beber líquidos durante; comer lentamente; deitar 30 min após as refeições gastrite alcalina/ gastropatia por refluxo biliar · Piloro impede que conteúdo alcalino retorne ao estômago · Refluxo do conteúdo intestinal (sais biliares e lisolecitina) é lesivo para a mucosa estomacal, podendo gerar lesões neste órgão. · Sintomas clássicos: · Dor abdominal em queimação contínua · Vômitos biliosos · EDA com biópsia para verificar a gastrite e cintilografia biliar para verificar refluxo · Tratamento cirúrgico (clínico não tem efeito) - gastrojejunostomia com Y de Roux síndrome da alça aferente · Obstrução da alça aferente (duodeno) por diversas razões (volvo, dobradura, angulação, torção, aderência, estenose) · Quando ocorre a ingestão dos alimentos, as secreções hepáticas e pancreáticas são derramadas na alça aferente que já está parcialmente obstruída, causando distensão e dor. Muitas vezes essas secreções acabando indo para o estômago e causando vômito bilioso e jato que alivia os sintomas · Diagnóstico diferencial com gastrite alcalina. · Tratamento cirúrgico complicações agudas da doença ulcerosa péptica hemorragia digestiva alta · Complicação mais comum de DUP e causa mais frequente de hemorragia digestiva alta na população · Maioria dos pacientes desenvolve sobretudo se foram <60 anos e usarem AINE ou AAS. · Sangramento Oculto - > 40% · HDA – 50% dos casos – Origem Péptica · Lugar onde mais sangra: incisura angular · Úlcera que causa isso está na parede POSTERIOR do bulbo duodenal e a artéria que causa é a GASTRODUODENAL · Sintomas: hematêmese e/ou melena. · 80% das hemorragias cessam espontaneamente. · Tratamento clínico · Estabilizar a hemodinâmica do paciente e avaliar perda volêmica em casos graves (hipotensão postural e não postural, taquicardia, choque) · Se tratando de urgência, tratamento conforme os padrões com foco na reposição de líquidos (soro na veia!!) · Passar sonda nasogástrica e fazer lavagem, verificando coloração do sangramento (indicativo de prognóstico) · Administração de IPB via parenteral pois reduz mortalidade, ressangramentos e cirurgias. Geralmente Omeprazol em bolus e depois infusão contínua- Bloq dos receptores H2 da Histamina; Inibidores da Bomba de Prótons; Sucralfato; Somatostatina; etc · Atingiu estabilidade hemodinâmica: fazer EDA Classificação de Forrest para sangramentos · Tratamento endoscópico · Sangramento de úlceras Ia, Ib, IIa e IIb · Solução salina, adrenalina, etanol, etc. · Eletrocoagulação (eficácia temporária) · Fotocoagulação com Laser · Uso de tratamento clínico e devem ser testados para h. pylori · Indicação de cirurgia somente em casos refratários de hemorragia · Tratamento cirúrgico · Pacientes graves cuja terapia endoscópica não surtiu efeito desejado · Úlceras maiores ou iguais a 2 cm, que estão na parede posterior do duodeno e úlceras gástricas em geral · Quando operar? · Persistência do Sangramento; Hemorragia Refratária ou Inacessível ao Tratamento Endoscópico · Doentes em Choque Hipovolêmico · > 50 anos com Repercussão Hemodinâmica () · Antecedente de Sangramento Recente · Tipo Sanguíneo Raro; · Recusa de Transfusões por motivos Religiosos ou Ideológicos S · Sangramento Intenso de uma Úlcera Gástrica não controlável com tratamento endoscópico. perfuração · Segunda complicação mais encontrada na DUP e a com maior mortalidade · Úlcera duodenal: parede anterior do bulbo. Podem perfurar o pâncreas, causando pancreatite. · Úlcera gástrica: pequena curvatura do estômago · Úlcera livre: conteúdo gástrico cai livremente na cavidade abdominal gerando peritonite · Úlcera tamponada/penetrante: derramamento é evitados pelos órgãos ao redor- se for na pequena curvatura e grande pode ser maligna! · Uso de AINEs é fator de risco · Quadro clínico: dor abdominal evoluindo para agudização com dor difusa, hipotensão, taquicardia e taquipneia. · Exame físico paciente com joelhos fletidos e sinais de irritação peritoneal · Uso de TC para diagnóstico · Tratamento cirúrgico dependendo da complicação · Sempre biopsiar para descartar malignidade Classificação de SAKITA (1973) obstrução · Conhecida como estenose pilórica do adulto, é a complicação menos frequente da DUP. · Se trata de uma obstrução do trato de saída do estômago · Quadro clínico: plenitude epigástrica, saciedade precoce, náuseas e vômitos repetidos, perda de peso, desidratação e alcalose metabólica · EDA confirma diagnóstico · Tratamento com hidratação venosa com soro, correção do desequilíbrio ácido base, administração de IBP e lavagem gástrica com sonda · Dilatação endoscópica e erradicação do h. pylori é a terapia mais usada. lesão da mucosa gástrica induzida por stress (profe) · Resultado de uma isquemialocal associado a insuficiência orgânica múltipla; · 11% de óbito; · 5% - 20% dos internados em UTI’s podem apresentar sangramento. · *Úlcera de Cushing (Trauma do SNC – TCE) · **Úlcera de Curling (Grandes queimados >50% SCQ) trATAMENTO GERAL (RESUMO DA PROFE) · Toda lesão gástrica deve ser biopsiada mesmo que tenha característica de benignidade · E após o tratamento, devem ser rebiopsiadas. · Os IBP’S são as drogas de primeira escolha para tratamento da DUG, especialmente quando associado aos antibióticos para tratamento de Hp. Os índices de cicatrização em quatro semanas são próximos a 95%.
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