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Pulsos Digitais, Sinais de Clock e FF Tiago Alves de Oliveira Pulsos Digitais Como• você pode ver na explicação sobre latches S-R, há situações nos sistemas digitais em que um sinal passa de um estado normal inativo para o estado oposto (ativo), e isso faz com que algo aconteça ao circuito. Ent• ão o sinal volta a seu estado inativo, enquanto o efeito do sinal recentemente ativado permanece no sistema. Esses• sinais são chamados de pulsos. É• muito importante entender a terminologia associada a pulsos e formas de ondas de pulsos. Um• pulso que executa a função planejada quando o nível está ALTO é chamado de positivo, e um pulso que executa a função planejada quando o nível está BAIXO é chamado de negativo. Pulsos Digitais Nos• circuitos reais, leva tempo para que a forma de onda de um pulso varie de um nível para o outro. Esses• momentos de transição são chamados de: tempo• de subida (𝑡𝑟, 𝑟𝑖𝑠𝑒 𝑡𝑖𝑚𝑒) • e tempo de descida (𝑡𝑓, 𝑓𝑎𝑙𝑙 𝑡𝑖𝑚𝑒), • e são definidos como o tempo que a tensão leva para variar entre 10 e 90 por cento do nível ALTO de tensão, como mostrado no pulso positivo da Figura abaixo: Pulsos Digitais • A transição no início do pulso é chamada de borda de subida, e a transição ao final do pulso é a borda de descida. • A duração (largura) do pulso (𝑡𝑤) é definida como o tempo entre os pontos em que as bordas de subida e descida estão a 50 por cento do nível ALTO de tensão. • A Figura abaixo mostra um pulso ativo-em-baixo ou negativo. Pulsos Digitais Exemplo:• Quando• um microcontrolador quer ter acesso a dados em sua memória externa, ele ativa um pino de saída em estado ativo-BAIXO chamado 𝑅𝐷 (read). As folhas de dados dizem que o pulso 𝑅𝐷 costuma ter largura 𝑡𝑤 de 50 ns, tempo de subida 𝑡𝑟 de 15 ns e tempo de descida 𝑡𝑓 de 10 ns. Desenhe o pulso 𝑅𝐷 em escala. Pulsos Digitais • A Figura abaixo mostra o desenho do pulso. O pulso 𝑅𝐷 é ativo- BAIXO, então a borda de subida está, na verdade, em queda medida por 𝑡𝑓 e a borda de descida está se elevando medida por 𝑡r. Sinais de Clock Os• sistemas digitais podem operar tanto no modo assíncrono quanto no síncrono. Nos• sistemas assíncronos, as saídas de circuitos lógicos podem mudar de estado a qualquer momento em que uma ou mais entradas também mudarem. Tanto• o projeto quanto a análise de defeitos são mais difíceis em um sistema assíncrono. Em• sistemas síncronos, os momentos exatos em que uma saída qualquer pode mudar de estado são determinados por um sinal denominado clock, que geralmente é um trem de pulsos retangulares ou uma onda quadrada. Sinais de Clock Um • clock pode ser visto na Figura abaixo. Sinais de Clock Esse• sinal é distribuído para todas as partes do sistema, e a maioria das saídas (se não todas) muda de estado apenas quando ocorre transição no sinal de clock. As• transições (também denominadas bordas) estão indicadas na Figura abaixo. Quando• o clock muda de 0 para 1, denomina-se transição positiva (borda de subida); quando muda de 1 para 0, denomina-se transição negativa (borda de descida). Sinais de Clock Os• sistemas digitais, em sua maioria, são síncronos (embora tenham algumas partes assíncronas), porque o projeto e a análise de defeitos são mais fáceis em circuitos síncronos. • A análise de defeitos é mais fácil de ser realizada, porque as saídas dos circuitos só podem mudar de estado em instantes específicos. • Em outras palavras, quase todos os eventos são sincronizados com as transições do sinal de clock. • A sincronização dos eventos com o sinal de clock é obtida com o uso de flip-flops com clock, que são projetados para mudar de estado em uma das transições do sinal de clock. Sinais de Clock • A velocidade com que um sistema digital funciona depende da frequência em que ocorrem os ciclos de clock. Estes• são medidos de uma borda de subida até a próxima borda de subida, ou de uma borda de descida até a próxima borda de descida. • O tempo para completar um ciclo (em segundos/ciclo) é chamado de período (T), como mostra a Figura abaixo. • A velocidade de um sistema digital, normalmente, é representada pelo número de ciclos de clock que ocorrem em um segundo (ciclos/segundo), conhecido como a frequência ( 𝒇 ). • A unidade padrão de frequência é o hertz. Um hertz (1 Hz) = 1 ciclo/segundo. Flip-Flops com Clock Vários• tipos de FFs com clock são usados em um grande numero de aplicações. Antes• de começarmos o estudo dos diferentes tipos de FFs com clock, apresentaremos as principais características comuns a esses FFs. Flip-Flops com Clock FFs1. com clock têm uma entrada de clock denominada CLK, CK ou CP (clock pulse). Em geral, usamos a • denominação CLK, conforme mostrado na Figura abaixo. Um pequeno triângulo na entrada CLK indica que a entrada é ativada com um borda de subida. Uma bolha e um triângulo indicam que a entrada CLK é ativada com um borda de descida. Flip-Flops com Clock • Na maioria dos FFs com clock, a entrada CLK é disparada por borda, o que significa que essa entrada é ativada pela transição do sinal de clock; isso é indicado por um pequeno triângulo na entrada CLK. • E diferencia os FFs dos latches, que são disparados por níveis. • A figura anterior esquerda mostra um FF com um pequeno trian̂gulo na entrada CLK, para indicar que essa entrada é ativada apenas quando ocorre uma borda de subida; nenhuma outra parte do pulso terá efeito na entrada CLK. • A Figura anterior da direita mostra o símbolo de um FF com um pequeno círculo e um pequeno triângulo na entrada CLK. Isso• significa que a entrada CLK é ativada apenas quando ocorre uma borda de descida; nenhuma outra parte do pulso de entrada terá efeito na entrada CLK. Flip-Flops com Clock FFs2. com clock também têm uma ou mais entradas de controle, que podem ter vários nomes, dependendo do funcionamento. As• entradas de controle não terão efeito sobre a saída Q, até que uma transição ativa do clock ocorra. Em• outras palavras, o efeito dessas entradas está sincronizado com o sinal aplicado na entrada CLK. Por• isso, são denominadas entradas de controle síncronas. Por• exemplo, as entradas de controle do FF mostrado na Figura da esquerda não terão efeito sobre a saída Q, até que ocorra uma borda de subida no sinal de clock. Do• mesmo modo, as entradas de controle do FF mostrado na Figura da direita não terão efeito, até que ocorra uma borda de descida no sinal de clock. Flip-Flops com Clock Resumindo,3. podemos dizer que as entradas de controle deixam as saídas do FF prontas para mudar de estado, enquanto a transição ativa da entrada CLK é que de fato dispara a mudança de estado. As• entradas de controle determinam O QUE ocorrerá com as saídas; a entrada CLK determina QUANDO as saídas serão alteradas, em função das entradas de controle. Tempos de setup (preparação) e hold (manutenção) Dois• parâmetros de temporização têm de ser observados para que um FF com clock responda de maneira confiável às entradas de controle, ao ocorrer uma transição ativa na entrada CLK. Eles estão ilustrados na Figura abaixo para um FF disparado por borda de subida. Tempos de setup (preparação) e hold (manutenção) • O tempo de setup, 𝑡𝑆 , é o intervalo de tempo que precede imediatamente a transição ativa do sinal de clock, durante o qual a entrada de controle tem de ser mantida no nível adequado. Os• fabricantes de CIs costumam especificar o tempode setup mínimo permitido 𝑡𝑆(mín). Se• esse param̂etro não for considerado, o FF pode responder de modo não confiável quando ocorrer a transição do clock. • O tempo de hold, 𝑡𝐻, é o intervalo de tempo que se segue imediatamente após a transição ativa do sinal de clock, durante o qual a entrada de controle síncrona tem de ser mantida no nível adequado. Os• fabricantes de CIs costumamespecificar um valor mínimo aceitável para o tempo de hold 𝑡𝐻(mín). Se• esse param̂etro não for considerado, o FF não será disparado de maneira confiável. Tempos de setup (preparação) e hold (manutenção) Assim,• para garantir que um FF com clock responda adequadamente quando ocorrer a transição ativa, as entradas de controle têm de estar estáveis (imutáveis) por pelo menos um intervalo de tempo igual a 𝑡𝑆(mín) antes da transição do clock e por pelo menos um intervalo de tempo igual a 𝑡𝐻(mín) após a transição do clock. Tais• intervalos são necessários para permitir os atrasos de propagação das portas internas que controlam a operação dos dispositivos de flip-flop. Flip• -flops em CIs têm os valores mínimos de 𝑡𝑆 e 𝑡𝐻 na faixa de nanossegundos. Os• tempos de setup normalmente estão situados na faixa de 5 a 50 ns, enquanto os tempos de hold estão na faixa de 0 a 10 ns. Observe• que esses tempos são medidos entre os instantes em que as transições estão em 50 por cento. Tempos de setup (preparação) e hold (manutenção) Esses• parâmetros de temporização são muito importantes em sistemas síncronos porque, conforme veremos, existem diversas situações em que as entradas de controle síncronas de um FF mudam de estado aproximadamente ao mesmo tempo que a entrada CLK. Exercícios Quais1. são os dois tipos de entradas que um FF com clock possui? Qual2. é o significado do termo disparado por borda? Verdadeiro3. ou falso: a entrada CLK afeta a saída do FF apenas quando ocorre transição ativa na entrada de controle. Defina4. os parâmetros tempo de setup e tempo de hold, para um FF com clock. Respostas Entradas1. de controle síncronas e entradas de clock. 2. A saída do FF pode mudar apenas quando a transição apropriada do clock ocorrer. Falso3. . Tempo4. de setup é o intervalo de tempo imediatamente anterior à borda ativa do sinal CLK, durante o qual as entradas de controle devem permanecer estáveis. Tempo de hold é o intervalo de tempo imediatamente após a borda ativa do sinal CLK, durante o qual as entradas de controle devem permanecer estáveis Flip-Flop com Clock • A Figura abaixo mostra o símbolo lógico para um flip-flop S-R com clock disparado na borda de subida do sinal de clock. Isso• significa que o FF pode mudar de estado apenas quando o sinal aplicado na entrada de clock transitar de 0 para 1. As• entradas S e R controlam o estado do FF como descrito anteriormente para um latch NOR, mas o FF não responde a essas entradas até que ocorra uma borda de subida no sinal de clock. Flip-Flop com Clock • A tabela-verdade abaixo mostra, para várias combinações das entradas S e R, como a saída do FF responde a uma borda de subida na entrada CLK. Essa• tabela-verdade usa algumas nomenclaturas novas. • A seta para cima (↑) indica que uma borda de subida é necessária na entrada CLK; a denominação 𝑄0 indica o nível na saída 𝑄 antes da borda de subida do clock. • Essa nomenclatura é usada frequentemente pelos fabricantes de CIs em seus manuais. Flip-Flop com Clock As• formas de onda abaixo ilustram a operação do flip-flop S-R com clock. Flip-Flop com Clock • Se levarmos em conta que os parâmetros de tempo de setup e hold são considerados em todos os casos, poderemos analisar essas formas de onda da seguinte maneira: Inicialmente,1. todas as entradas estão em nível 0; vamos supor que a saída 𝑄 esteja em nível 0, ou seja, 𝑄0 = 0. Quando2. ocorre a borda de subida do primeiro pulso de clock (ponto a), as entradas S e R estão em nível 0, de modo que a saída do FF não é afetada, permanecendo no estado 𝑄 = 0 (ou seja, 𝑄 = 𝑄0). Quando3. ocorre a borda de subida do segundo pulso de clock (ponto c), a entrada S está em nível alto e a entrada R ainda está em nível baixo. Assim, o FF é setado para o estado 1 no instante da borda de subida do pulso de clock. Quando4. ocorre a borda de subida no terceiro pulso de clock (ponto e), S é igual a 0 e R é igual a 1, fazendo com que o FF seja resetado para o estado 0. Flip-Flop com Clock 5. No quarto pulso de clock, o FF é setado novamente, levando a saída Q para o estado 1 (ponto g), porque S = 1 e R = 0 no instante em que ocorre a borda de subida do clock. 6. No instante da borda de subida do quinto pulso de clock, as entradas são as mesmas (S = 1 e R = 0). Entretanto,como a saída Q já está em nível alto, ela permanece nesse estado. 7. A condição em que S = R = 1 não deve ser usada, porque resulta em condição ambígua. Deve• -se observar, a partir dessas formas de onda, que o FF não é afetado pelas bordas de subida dos pulsos de clock. Observe, • também, que os níveis lógicos nas entradas S e R não têm efeito no FF, exceto nos instantes de ocorren̂cia das bordas de subida do sinal de clock. Flip-Flop com Clock S e R • são entradas de controle síncronas. Elas• controlam para qual estado lógico o FF irá quando ocorrer o pulso de clock; a entrada CLK é a entrada de disparo (trigger) que faz com que o FF mude de estado lógico de acordo com os níveis lógicos nas entradas S e R no instante em que ocorre a transição ativa do clock. Flip-Flop com Clock • A figura abaixo mostra o símbolo e a tabela-verdade para um flip-flop S-R disparado na borda de descida que ocorre na entrada CLK. • O pequeno círculo e o pequeno triângulo na entrada CLK indicam que esse FF é disparado apenas quando aentrada CLK muda de 1 para 0. Esse• FF opera da mesma maneira que um FF disparado por borda de subida, exceto pelo fato de a saída mudar de estado lógico apenas nos instantes em que ocorrerem as bordas de descida nos pulsos de clock (pontos b, d, f, h e j, na Figura anterior). Tanto• os FFs disparados por borda de subida quanto os por negativa são usados em sistemas digitais. Circuito interno de um flip-flop S-R disparado por borda Uma• análise detalhada do circuito interno de um FF com clock não é necessária, visto que todos os tipos estão disponíveis como CIs. Apesar• de nosso principal interesse estar no funcionamento externo do FF, podemos entendê-lo melhor analisando o circuito interno de uma versão simplificada de um FF. • A Figura abaixo mostra esse circuito para um flip-flop S-R disparado por borda. Circuito interno de um flip-flop S-R disparado por borda O circuito • contém três seções: NAND 1. básico formado pelas portas NAND nº 3 e nº 4. Circuito direcionador de pulsos formado pelas portas NAND nº 2. 1 e nº 2. Circuito detector de borda.3. Conforme• mostrado na Figura anterior, o circuito detector de borda produz um pulso estreito e positivo (CLK*), que ocorre no instante da transição ativa do pulso na entrada CLK. • O circuito direcionador de pulsos ‘direciona’ esse pulso estreito para a entrada SET ou a RESET do latch, de acordo com os níveis lógicos presentes em S e R. Por exemplo• , com S = 1 e R = 0, o sinal CLK* é invertido na passagem pela NAND nº 1, e produz um pulso de nível BAIXO na entrada SET, o qual resulta em Q = 1. Com S • = 0 e R = 1, o sinal CLK* é invertido na passagem pela NAND nº 2, e produz um pulso de nível baixo na entrada RESET do latch, o qual resulta em Q = 0. Circuito interno de um flip-flop S-R disparado por borda • A Figura ao lado mostra como o sinal CLK* é gerado para FFs disparados por borda de subida. • O INVERSOR produz um atraso de alguns nanossegundos, de modo que a transição de CLK ocorra um pouco depois da transição de CLK. • A porta AND produz um spike (pulso estreito) na saída de nível ALTO por apenas alguns nanossegundos, no intervalo em que CLK e CLK estão ambos em nível ALTO. • O resultado é um pulso estreito em CLK*, que ocorre na borda de subida de CLK. Circuito interno de um flip-flop S-R disparado por borda • A configuração do circuito na Figura ao lado produz um sinal CLK* na borda de descida do sinal CLK para os FFs que são disparados por borda de descida. Visto•que o sinal CLK* fica em nível ALTO por apenas alguns nanossegundos, a saída Q é afetada pelos níveis lógicos em S e R apenas por um curto período de tempo, após a ocorrência da borda ativa do sinal CLK. • É isso que dá aos FFs essa característica de serem disparados por transição. Exercícios 1. Suponha que as formas de onda na Figura da esquerda sejam aplicadas nas entradas do FF mostrado na Figura da direita. O que acontecerá com a saída Q no ponto b? E no ponto f ? E no ponto h? Explique por que as entradas S e R afetam a 2. saída Q apenas durante a transição ativa de CLK. Respostas ALTO; BAIXO; ALTO. 1. Porque CLK2. * permanecerá em nível ALTO apenas por alguns nanossegundos. Exercício Aplique• as formas de onda mostradas na abaixo no FF mostrado na Figura a direita 1 e determine a forma de onda da saída Q. Repita o procedimento para o FF da Figura da direita 2. Considere inicialmente Q = 0.
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