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Há medicamentos que impedem a absorção, a maturação, a transcriptase. Porém, depois que o RNA viral se transforma em DNA, não há medicamento, pois não consegue identificar apenas o DNA viral, por isso que os medicamentos atuam em etapas específicas do vírus: principalmente na transcriptase reversa, já que não temos esse mecanismo. O ciclo viral ocorre tanto nos linfócitos T quanto nos macrófagos, é o mesmo mecanismo. O vírus do HIV compromete a imunidade inata, adaptativa e atrapalha a produção de anticorpos, se ligando a macrófagos e células dendríticas. Na imunidade inata, o HIV se liga às células dendríticas e não as infecta - porém não se sabe como o HIV atrapalha especificamente as células da imunidade inata, apenas sabe-se que elas ficam completamente ineficientes. As células TCD8 possuem função citotóxica, atinge células após a apresentação de antígenos por macrófagos. A TCD8 entra em disfunção, pois não há macrófagos ativando-as corretamente. Não ocorre a ligação do TCD8, pois ela não reconhece o anticorpo e fica sem função. As células produzem anticorpos e quando ele volta ele não se liga mais. As TCD8 não morrem com o HIV, elas apenas param de funcionar, pois ela não tem as outras células que colaboram na sua função. Pacientes soropositivos sempre produzem anticorpos contra GP120 e GP41, porém eles são inativos - pois a especificidade para células virais e infectadas é diferente. A imunidade inata para de funcionar, células TCD8 não têm mais células que colaboram com ela, pois CD4 e macrófagos estão mortas - além dos anticorpos que já não funcionam mais. Os anticorpos não atuam contra GP120 e GP41 devido a variabilidade genética muito grande. Assim que o paciente é infectado, tem-se a morte dessas células TCD4 recentemente infectadas, só que como o paciente acabou de ser infectado ocorre uma reposição eficiente dessas células. Porém, com o tempo essa reposição deixa de ser eficiente e passa a diminuir cada vez mais o número dessas células. Outras razões para essa diminuição do número de células TCD4 é que, tanto os macrófagos como os linfócitos quando pegam uma célula eles percorrem um caminho até chegar no linfonodo, quando ele chega no linfonodo ele encontra todas as células que o vírus gostaria de infectar e começa, também a destruir o linfonodo o que piora todo o processo, porque como os linfócitos TCD4 precisam desses órgãos para funcionar ele começa a não ter mais. Outro motivo é a morte celular induzida por ativação: as células não infectadas ficam recebendo sinalização o tempo todo, e essas células são muito reguladas então, quando elas recebem uma sinalização muito crônica termina causando a morte dela. Então essa ativação crônica do sistema imune das células TCD4 também leva elas a morte. Ou seja, temos as células TCD4 infectadas e as não infectadas e todas as duas estão recebendo sinalização e essa sinalização acaba levando elas a morte. Quando a célula é infectada por um vírus ou ela morre por uma atividade T citotóxica ou ela se auto elimina, isso é natural da célula infectada por qualquer vírus. Mas, quantas infecções virais existem e a pessoa não tem uma redução tão grande de célula? O HIV tem essa reação brusca porque ele vai levar a morte por todos esses mecanismos, não só pela via normal, que é através da ativação da apoptose. Os macrófagos são muito mais resistentes do que os linfócitos T, se os linfócitos T infectados ativam a apoptose dele mesmo, o macrófago não faz isso, ele vive tranquilamente com muita partícula viral dentro dele; isso é bom para o macrófago, contudo é péssimo para nós, pois ele vira um reservatório, então para onde ele for estará levando partícula viral. Esses macrófagos vão levar o sistema nervoso - uma das alterações clássicas da síndrome é alteração do sistema nervoso, isso ocorre porque os macrófagos cheios de vírus levam esses vírus para o SN. Além dos macrófagos espalharem os vírus para todos os tecidos, eles apesar de estarem vivos, quando for feito um exame a quantidade de macrófagos estará normal, no entanto a função dele estará completamente alterada. A quimiotaxia, que é aquela mesma estudada na inflamação, o caminho que ele faz para procurar os patógenos está reduzida, então ele não vai responder a processo inflamatório de forma natural, ele não vai ter a secreção de M1, M2 e NFA; todo papel dele estará completamente alterado. O anticorpo perde a especificidade, já as células B, não viram plasmócito e não começam a produzir anticorpo, elas precisam de alguém que apresente (APCs); então ao ver um exame de sangue, ela não estará alterada em número, mas a função dela está completamente deturpada. Primeiro porque não vai ter células T auxiliando elas, segundo porque os poucos anticorpos que ela consegue produzir não têm efeito nenhum, não consegue se ligar a vírus nenhum por causa da variabilidade, assim elas também perdem a função. As neuropatias são fortemente associadas com o vírus do HIV; o vírus do HIV não infecta células nervosas, a forte associação que existe nas neuropatias com o HIV se dá principalmente pelos macrófagos: quando o macrófago está infectado e as células estão se multiplicando, ele libera muitas coisas fora. Quando a célula está produzindo o vírus, a todo o momento ele está soltando gp120, secretando algumas proteínas virais, porque tudo isso é muito rápido. São esses componentes liberados pelo macrófago que são altamente tóxicos com os neurônios; são esses produtos virais, liberados no meio, que matam os neurônios. O déficit neurológico que ocorre, será justamente por esses produtos virais, solúveis; então o vírus de maneira alguma infecta as células neuronais, o problema é que toda secreção de proteínas virais no meio extracelular danificou os neurônios, pois eles são altamente sensíveis.
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