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DIREITO PROCESSUAL PENAL
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
1. CONCEITO
É uma ferramenta voluntária de impugnação da decisão judicial, construída na mesma relação processual e que antecede a formação da coisa julgada, tendo aptidão para invalidar, reformar, esclarecer ou integrar a decisão.
2. NATUREZA JURÍDICA
De acordo com a doutrina majoritária, o recurso é um desdobramento do direito de ação.
3. PRINCÍPIOS:
3.1. PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: 
a) CONCEITO: Inxiste imposição legal para interposição de recurso. Logo, a parte só recorre se entender que é o melhor a ser feito.
b) RECURSO EX OFFICIO / 2º GRAU NECESSÁRIO / REMESSA OBRIGATÓRIA:
b.1) CONCEITO: temos a imposição legal de que algumas decisões judiciais sejam reapreciadas pelo tribunal, mesmo que as partes não recorram, um fenômeno rotulado de recurso "ex officio".
b.2) NATUREZA JURÍDICA: de acordo com a súmula 423 do STF, o instituto é uma condição de eficácia da decisão, que não transita em julgado enquanto não ocorrer a reapreciação pelo tribunal.
b.3) PRINCIPAIS HIPÓTESES: 
* concessão de HC pelo juiz de 1º grau;
* Concessão de reabilitação pelo juiz de 1º grau (art. 746 do CPP).
ADVERTêNCIA. PARA O STJ, O INCISO II DO ARTIGO 574 DO CPP ENCONTRA-SE TACITAMENTE REVOGADO, JÁ QUE NÃO CABE RECURSO DE OFÍCIO DA DECISÃO DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA NO JÚRI, PELA ABSOLUTA OMISSÃO DO ART. 415 DO CPP.
3.2. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE:
a) CONCEITO: quando a decisão comporta recurso, teremos apenas uma ferramenta para a correspondente impugnação.
b) MITIGAÇÃO: quando uma mesma decisão viola a CF e a legislação federal infraconstitucional, admitimos a interposição de recurso especial e extraordinário, mitigando-se a unirrecorribilidade.
3.3. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE / TEORIA DO RECURSO SEM ROSTO:
a) CONCEITO: um recurso equivocado para a hipótese pode ser conhecido e julgado como se fosse o recurso correto.
b) REQUISITOS: 
b.1) Ausência de má-fé.
ADVERTÊNCIA. SEGUNDO O STF, PRESUMIMOS A MÁ-FÉ QUANDO O RECURSO EQUIVOCADO GOZA DE MAIS PRAZO DO QUE O CORRETO E O RECORRENTE FOI BENEFICIADO POR TAL CIRCUNSTÂNCIA.
b.2) Ausência de erro grosseiro.
OBS.1. para o STJ, é necessário que exista dúvida substancial para o recurso adequado para o caso concreto.
OBS.2. o CPP é omisso quando a exigência de tal requisito, em que pese ser amplamente aceito pela doutrina e pela jurisprudência.
3.4. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
a) CONCEITO: os recursos criminais estão exaustivamente previstos em lei, inexistindo recurso de improviso.
CONCLUSÃO. percebe-se a lógica da legalidade recursal.
3.5 PRINCÍPIO DA CONVERSÃO
a) CONCEITO: o recurso endereçado de forma equivocada será reapontado e encaminhado ao órgão competente, sem qualquer formalidade prévia.
3.6. PRINCÍPIO DA COMPLEMENTARIDADE
a) CONCEITO: a parte que já interpôs o recurso será admitida a complementar as razões, diante das seguintes circunstâncias:
a.1) alteração ex officio para correção de equivocos formais;
a.2) alteração da decisão pelo acatamento de embargos declaratórios opostos pela parte contrária
3.7. PRINCÍPIO DA SUPLEMENTARIDADE
a) CONCEITO: quando a mesma decisão comporta mais de um recurso, a apresentação de um só deles não ocasiona a preclusão consumativa. Logo, o outro recurso também pode ser interposto, mesmo que sucessivamente, desde que dentro do prazo.
3.8. PRINCÍPIO "DA NON REFORMATIO IN PEJUS" (PROIBIÇÃO DA REFORMA PARA PIOR)
a) CONCEITO: no julgamento do recurso da defesa, a situação do réu não pode ser piorada, seja diretamente, ou como desdobramento de tal julgamento (art. 617 do CPP).
ADVERTÊNCIA. NADA IMPEDE QUE A SITUAÇÃO DO RÉU SEJA MAJORADA PELO JULGAMENTO DE UM RECURSO DA ACUSAÇÃO COM ESSA FINALIDADE.
b) MODALIDADES DE PROIBIÇÃO DA REFORMA PARA PIOR (CLASSIFICAÇÃO)
b.1) PROIBIÇÃO DA REFORMA PARA PIOR DIRETA: é aquela aplicada ao tribunal, que não poderá piorar a situação do réu, ao julgar um recurso da defesa.
b.2) PROIBIÇÃO DA REFORMA PARA PIOR INDIRETA: é aquela aplicada ao juiz de 1º grau quando recebe os autos do processo para proferir uma nova decisão, pois a primeira decisão foi anulada pelo provimento de um recurso da defesa.
CONCLUSÃO: o efeito limitador extraído do patamar de sanção da primeira decisão é rotulado de EFEITO PRODÔMICO.
c) QUESTÕES COMPLEMENTARES: 
c.1) de acordo com o STF, o tribunal do júri, mesmo diante da soberania, deve observar a proibição da reforma para pior.
c.2) INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: de acordo com a súmula 160 do STF, o tribunal não pode declarar de ofício nulidades que prejudiquem a defesa e que não foram apontadas no recurso da acusação, mesmo que a nulidade seja absoluta.
3.9. PRINCÍPIO DA "REFORMATIO IN MELLIUS" (REFORMA PARA MELHOR):
a) CONCEITO: de acordo com a doutrina majoritária, no julgamento de um recurso acusatório com objetivo de majorar a situação do réu, o tribunal poderá decidir de forma diametralmente oposta, melhorando a situação do imputado, mesmo que o julgamento seja "extra petita".
4. EFEITOS RECURSAIS: 
4.1. EFEITO OBSTATIVO: o recurso impede a formação da coisa julgada.
4.2. EFEITO DEVOLUTIVO: o recurso devolve ao poder judiciário o conteúdo da matéria impugnada, almejando-se a correspondente reapreciação.
OBS.1. podemos recorrer de toda a decisão (devolutividade ampla) ou de parte dela (devolutividade limitada).
OBS.2. se a parte pretende limitar a amplitude do recurso, deverá fazer na interposição e não nas razões.
4.3. EFEITO SUSPENSIVO: a decisão não será implementada no mundo jurídico enquanto o recurso não for definitivamente julgado.
OBS.1. o efeito suspensivo pressupõe previsão legal.
OBS.2. de acordo com a súmula 604 do STJ, o MP não pode impetrar Mandado de Segurança para obter efeito suspensivo que não foi conferido por lei a determinado recurso.
OBS.3. a apelação da sentença condenatória tem efeito suspensivo, evitando o imediato cumprimento da pena, em razão da presunção de inocência.
ADVERTÊNCIA. TODAVIA, O ARTIGO 492 DO CPP PERMITE A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA SENTENÇA EMANADA DO JÚRI QUE IMPÕE 15 OU MAIS ANOS DE RECLUSÃO AO RÉU. PARA TANTO, RETIRARAM O EFEITO SUSPENSIVO DO RECURSO DE APELAÇÃO.
OBS.4. a apelação da sentença absolutória não possui efeito suspensivo. Logo, o réu preso será imediatamente libertado (art. 596 do CPP).
4.4. EFEITO EXTENSIVO: um réu que não recorreu pode ser beneficiado pelo recurso interposto pelo seu comparsa, desde que o fundamento seja comum, aproveitando a todos (art. 580 do CPP).
ADVERTÊNCIA. TAL EFEITO É TAMBÉM APLICÁVEL ÀS AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO, NOTADAMENTE O HC, A REVISÇÃO CRIMINAL E O MS.
4.5. EFEITO ITERATIVO / REITERATIVO / DIFERIDO / REGRESSIVO: ele permite a retratação da decisão proferida, diante da interposição do recurso.
OBS. PRINCIPAIS HIPÓTESES:
i) recurso em sentido estrito;
ii) agravo em execução;
iii) carta testemunhada.
RECURSOS EM ESPÉCIE
1. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
1.1 CONCEITO: é a ferramenta impugnativa apta ao combate das decisões interlocutória e eventualmente das sentenças, nas hipóteses consignadas no art. 581 do CPP.
OBS.1. o caput do dispositivo merece reparos, afinal, não cabe RESE (recurso em sentido estrito) para impugnar despachos, que são essencialmente irrecorríveis, pois não possuem conteúdo decisório.
OBS.2. vale lembrar que de sentença condenatória ou absolutória não caberá RESE, pois a ferramenta adequada é a apelação (art. 593, I do CPP).
OBS.3. o RESE e a apelação são cabíveis das decisões do juiz de 1º grau e nunca de decisão de tribunal, mesmo que monocrática.
1.2. HIPÓTESES DE CABIMENTO (REGRAS DE INTERPRETAÇÃO):
a) 1ª REGRA: as decisões do juiz da execução penal são passíveis de agravo em execução, regulado no artigo 197 da LEP (7.210/84) tendo o prazo de 5 dias para interposição.
CONCLUSÃO. logo, todos os incisos do artigo 581 do CPP, que informam caber RESE para impugnar decisão do juiz da execução estão tacitamente revogados, vejamos: 
XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV, art. 581 do CPP. (todos inaplicáveis).
b) 2º REGRA: as decisões sobre o tema "fiança" emanadas do juiz de 1º grau, desafiam recurso em sentido estrito(art. 581, V, VII do CPP).
OBS. quanto ao tema liberdade provisória sem fiança e prisão cautelar, caso a decisão prejudique a acusação caberá RESE. Se prejudicar a defesa, ela é irrecorrível. Todavia, a defesa poderá impetrar HC (art. 581, V do CPP).
c) 3ª REGRA: a decisão do juiz de 1º grau que reconhece ou denega a extinção da punibilidade é desafiada por RESE (art. 581, VIII e IX, CPP).
d) 4ª REGRA: a concessão ou denegação do HC pelo juiz de 1º grau é desafiada por RESE (ART. 581, X do CPP).
OBS.1. vale lembrar que a concessão do HC pelo juiz de 1º grau ainda comporta recurso de ofício (art. 574, I do CPP).
OBS.2. vale lembrar que se o HC é denegado no TJ ou no TRF, caberá ROC no STJ. Por oportuno, quando um HC originário é denegado em Tribunal Superior, caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STF.
e) 5ª REGRA: quando o juiz de 1º grau negar a homologação do acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP), caberá RESE (art. 581, XXV do CPP).
3. PROCEDIMENTO
3.1. PERANTE O JUÍZO "A QUO" (ÓRGÃO QUE PROFERIU A DECISÃO QUE ESTAMOS IMPUGNANDO)
a) 1º PASSO: INTERPOSIÇÃO DO RECURSO: o RESE pode ser interposto por petição ou a termo, leia-se, sem rigor formal.
OBS. PRAZO. 5 dias, contados da intimação.
b) 2º PASSO: o recorrente é intimado para formular as razões no prazo de 2 dias.
c) 3º PASSO: a parte contrária é intimada para apresentar contrarrazões, gozando do prazo de 2 dias.
d) 4º PASSO: com as razões e contrarrazões, os autos são conclusos ao juiz, que dispõe de 2 dias para adotar uma das seguintes medidas:
d.1) 1ª MEDIDA: no juiz pode ratificar a decisão, remetendo o recurso para julgamento pelo tribunal;
d.2) 2ª MEDIDA: O juiz pode se retratar da decisão proferida, evidenciando que o RESE goza de efeito iterativo.
OBS. a parte prejudicada pela retratação poderá recorrer em sentido estrito, sem a necessidade de formular novas razões, desde que a decisão fruto da retratação esteja prevista no artigo 581 do CPP como uma decisão que comporta RESE.
CONCLUSÃO. se a decisão decorrente da retratação não estiver enquadrada no artigo 581 do CPP, a parte prejudicada pode se valer das ações autônomas de impugnação, notadamente o HC e o MS.
3.2. PERANTE O JUÍZO "AD QUEM" (ÓRGÃO COMPETENTE PARA JULGAR O RECURSO): como não admitimos julgamento monocrátivo do RESE no tribunal, resta concluir que o recurso será julgado por uma câmara do TJ ou por uma turma do TRF.
4. EFEITOS:
4.1. EFEITO OBSTATIVO: o RESE impede que aquela decisão se estabilize enquanto a ferramenta não for julgada;
4.2. EFEITO DEVOLUTIVO: a devolutividade está vinculada ao cabimento da ferramenta, em consonância com o artigo 581 do CPP;
4.3. EFEITO SUSPENSIVO: o artigo 584 do CPP, indica as hipóteses em que o RESE é dotado de efeito suspensivo;
4.4. EFEITO EXTENSIVO: para tanto, é necessário que o fundamento do RESE aproveite a todos os imputados (art. 580 d0 CPP);
4.5. EFEITO ITERATIVO: o RESE oportuniza a retratação da decisão proferida pelo magistrado de 1º grau (art. 589 do CPP).
2. APELAÇÃO
1. CONCEITO: é o recurso destinado ao combate das sentenças, assim como das decisões definitivas e com força de definitivas, diante da previsão do artigo 593 do CPP.
ADVERTÊNCIA.1. AS DECISÕES DEFINITIVAS E COM FORÇA DE DEFINITIVAS COMPORTAM APELAÇÃO QUANDO NÃO ESTIVEREM PREVISTAS NO ARTIGO 581 DO CPP.
ADVERTÊNCIA.2. VALE LEMBRAR QUE A APELAÇÃO, ASSIM COMO O RESE, É DESTINADA A IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES DO JUIZ DE 1º GRAU, JAMAIS DE TRIBUNAL.
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO DA APELAÇÃO:
2.1. DE SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA
a) SENTENÇA CONDENATÓRIA: é aquela que julga procedente a pretensão da acusação, sendo regulada no artigo 387 do CPP.
b) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA: 
b.1) CLASSIFICAÇÃO QUANTO A IMPOSIÇÃO (OU NÃO) DE SANÇÃO:
i) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA PRÓRPIA: é aquela que não impõe sanção ao imputado.
ADVERTÊNCIA.QUANDO A DECISÃO ABSOLUTÓRIA PRÓPRIA TRANSITA EM JULGADO, TEMOS A CHAMADA COISA SOBERANAMENTE JULGADA, JÁ QUE NÃO CABERÁ AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL.
ii) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA: é aquela que aplica medida de segurança ao absolutamente inimputável.
b.2) CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO:
i) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA ANTECIPADA: ela é rotulada como absolvição sumária, justificando o julgamento antecipado da causa diante de um juízo de certeza (art. 397; art. 415 do CPP);
ii) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA NÃO ANTECIPADA: é aquela cabível após o exaurimento da instrução, estando pautada no princípio do "in dubio pro reo", afinal, a certeza da inocência e a dúvida da culpa (debilidade probatória) justificam a absolvição (art. 386 do CPP).
2.1.1. SISTEMA RECURSAL
a) REGRA GERAL: da sentença condenatória ou absolutória, caberá apelação (art. 593, I, CPP; art. 416, CPP; art. 82, Lei 9.099/95);
b) REGRA ESPECIAL: no julgamento dos crimes políticos (art. 109, IV, CF), caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STF (art. 102, II, "b", CF).
CONCLUSÃO. esse ROC leva ao STF toda a matéria fática e jurídica, seguindo o rito da apelação.
2.2. DAS DECISÕES DEFINITIVAS E COM FORÇA DE DEFINITIVAS, DESDE QUE NÃO ESTEJAM CONTEMPLADAS NO ARTIGO 581 DO CPP.
OBS.1. tais decisões acabam sendo as interlocutórias mistas ou as decisões terminativas, que comportam apelação por inexistir previsão quanto ao cabimento de RESE.
OBS.2. ENQUADRAMENTO:
i) homologação do incidente de insanidade mental;
ii) homologação da hipotexa legal
iii) reconhecimento "ex officio" da litispendência;
iv) reconhecimento de ofício da ofensa a coisa julgada material.
2.3. SENTENÇA AO FINAL DA SEGUNDA FASE DO JÚRI.
OBS.1. de acordo com a súmula 713 do STF, a apelação da sentença emanada do júri tem fundamentação vinculada, estando adstrita aos contornos do artigo 593, III, do CPP e moldando o comportamento do tribunal ao apreciar o recurso;
OBS.2. ENQUADRAMENTO: (cabe apelação quando...)
a) nulidade posterior a decisão de pronúncia.
OBS.1. o êxito da apelação provoca a nulidade do processo a partir da ocorrÊncia do vício. Como consequência, o réu será levado a um novo júri, como outros jurados.
OBS.2. tal fundamento da apelação não tem limitação numéria. Logo, ocorrendo nulidade no novo júri, admitimos uma nova invalidação
b) quando a sentença do juiz presidente é contrária ao texto da lei ou a deliberação dos jurados.
OBS. o êxito da apelação autoriza que o tribunal profira um acórdão ajustando a decisão ao texto da lei ou a deliberação dos jurados.
c) quando ocorre erro ou injustiça no tocante a aplicação da pena ou da medida de segurança.
OBS.1. o erro acontece quando o juiz transborda os limites da lei. Já a injustiça ocorre quando o juiz é muito brando ou muito árido, dentro dos limites legais.
OBS.2. o êxito da apelação autoriza que o tribunal afaste o erro ou debele a injustiça, proferindo acórdão com os novos contornos.
d) quando os jurados decidem de forma manifestamente contrária a prova dos autos.
OBS.1. a procedência da apelação faz com que o júri seja cassado. Como desdobramento, o réu é levado a um novo júri, como outros jurados.
OBS.2. tal fundamento só poderá ser invocado uma vez, pouco importa a parte que o invocou primeiro (art. 593, §3º, CPP).
3. PROCEDIMENTO:
3.1. JUÍZO "A QUO" (ÓRGÃO QUE PROFERIU A DECISÃO A SER IMPUGNADA):
a) 1º PASSO: a apelação pode ser interposta por petição ou a termo, leia-se, sem rigor formal.
OBS. PRAZO. 5 dias contados da correspondente intimação.
b) 2º PASSO: o recorrente é intimado para apresentar as razões do recurso, dispondo do prazo de 8 dias;
c) 3º PASSO: a parte contrária é intimada para apresentar contrarrazões, dispondo do prazo de 8 dias;
d) 4º PASSO: com as razões as contrarrazões, os autos são conclusos ao juiz para remeter o recurso para julgamento pelo tribunal.
ADVERTÊNCIA. PERCEBE-SE QUE A APELAÇÃO NÃO TEM EFEITO ITERATIVO,JÁ QUE NÃO OPORTUNIZA A RETRATAÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA.
3.2. JUÍZO "AD QUEM" (ORGÃO COMPETENTE PARA JULGAR O RECURSO): como não há julgamento monocrático da apelação, o recurso será julgado por uma câmara do TJ ou por uma turma do TRF.
3.3. QUESTÕES COMPLEMENTARES:
a) em que pese as críticas doutrinárias, orecurso de apelação, de acordo com o CPP, pode subir ao tribunal com ou sem as razões;
b) o apelante pode optar por apresentar as razões diretamente no tribunal.
c) no juizado especial a apelação goza do prazo de 10 dias, sendo interposta já com as razões.
4. EFEITOS:
a) EFEITO OBSTATIVO: o recurso impede a formação da coisa julgada.
b) EFEITO DEVOLUTIVO: a amplitude da apelação pode ser limitada na interposição. Diante do silência do apelante, é sinal de que todo o julgado foi impugnado.
c) EFEITO SUSPENSIVO:
c.1) SENTENÇA CONDENATÓRIA: a apelação da sentença condenatória é dotada de efeito suspensivo, obstando o imediato cumprimento do comando da decisão.
ADVERTÊNCIA. A APELAÇÃO DA SENTENÇA EMANADA DO JÚRI QUE IMPÕE AO RÉU 15 OU MAIS ANOS DE RECLUSÃO NÃO É DOTADA DE EFEITO SUSPENSIVO (§4º, ART. 492, CPP). LOGO, É ADMITIDA A EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA EM TAL HIPÓTESE.
c.2) SENTENÇA ABSOLUTÓRIA: a apelação da sentença absolutória não é dotada de efeito suspensivo. Logo, se o réu está preso, será imediatamente libertado (art. 596 do CPP);
d) EFEITO EXTENSIVO: o réu que não apelou pode ser beneficiado pelo recurso interposto pelo seu comparsa, desde que o argumento seja comum (art. 580 do CPP).
ADVERTÊNCIA. VALE LEMBRAR, QUE A APELAÇÃO NÃO É DOTADA DE EFEITO ITERATIVO, POIS NÃO ADMITE O JUÍZO DE RETRATAÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA DIANTE DA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO.

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