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Resumo de Interpretação Clínico Laboratorial

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Resumo de Interpretação Clínico Laboratorial 
· INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Transmissão por transfusão ou relações sexuais. No caso do HPV e da Trichonoma vaginalis é possível adquirir até mesmo por meio de saunas, toalhas e banheiros. 
Transmissão congênita via barreira placentária. 
As mais conhecidas são:
Bactérias: Neisseria gonorrhoeae (gonorréia – mulheres servem de reservatório, sintomatologia composta de uretrite que pode ter complicações como endometrite, infecção das tubas/ovários, inflamação pélvica (DIP) e esterelidade, nos homens sua sintomatologia compõe-se de uretrite com complicações para infecção crônica da próstata, estreitamento uretral e esterelidade. Amostra coletada por swab das secreções, urina, sangue ou liquido sinovial. Diagnóstico por esfregaço corado por gram e microscopia ou cultura.); 
Treponema pallidum (sífilis – patógeno que atinge a corrente sanguínea após infectar o organismo. Maior risco quando concomitante ao HIV. IgM presente na sífilis recente, fase de latência e IgG presente durante resposta secundária, pode ser observada em todas as fases da doença e é detectada durante toda a vida do paciente. Fase primária há ulcera, única ferida indolor pequena com cancro firme, duração de 3 a 6 semanas – regride sem tratamento, 10 semanas após a úlcera temos a secundária, onde há lesão polimórfica que pode passar despercebido – regride sem tratamento, no entanto na secundária recente tem-se rubéolas na boca e face semi-contagiosas. Na fase exantemática há discretas rubéolas palmares e plantares na pele e corpo, diz-se respeito à disseminação hematogênica. Após anos, a terciária há lesão gomosa, acomentendo principalmente fígado, ossos e tecido, comum ter problemas cardíacos(aneurismas) e neuro, causa complicações irreversíveis. 35% progride para cura espontânea. Amostra coletada diretamente da lesão. Diagnóstico imunológico por campo escuro, material corado, testes treponêmicos como FTA-abs, TPHA e ELISA, e testes não treponêmicos quali e quanti, como o padrão ouro VDRL.); 
Haemophilus ducreyi (cancroide/cancro mole – Se manifesta tipicamente com uma lesão avermelhada que repetidamente evolui como ulceras purulentas pequenas (1 a 4) na região genital, sendo absurdamente contagiosa. Causa dor e sua borda é mole – o que difere da sífilis. Diagnóstico por baterioscopia, coloração de gram, cultura, e PCR. Os testes sorológicos são solicitados apenas para descartar outros tipos de suspeitas clínicas.); 
Chamydia trachomatis (linfogranuloma venéreo).
Vírus: Herpes do tipo 1 e 2 (Causado pelo vírus HSV-2, forma pequenas bolhas agrupadas que em até 5 dias abrem ferida, seguido de cicatrização espontânea); HPV e HIV (Possui 3 fases, na primária temos febre, faringite, eritemas, linfodonopatia, mialgia, diarreia, náuseas, vômitos, cefaleia e perda de peso, após um bom tempo temos a secundária/crônica que há fadiga, linfoadenopatia, candidíase, herpes zoster e outras condições dermatológicas que indicam o início da doença. Quando temos a AIDS, já estamos com uma doença avançada, que causa uma imunodeficiência severa (depressão de linfócitos TCD4+), infecções oportunistas etc. Diagnóstico por Western Blotting, tendo 2 ou mais proteínas positivas, lauda-se como positivo. Gp120, Gp41, P17, P65.) 
Protozoários: Trichonoma vaginalis (vaginite/uretrite – No homem é imperceptível. Na mulher causa vulvovaginite. Quando presente manifesta-se como corrimento espumoso amarelo/esverdeado/acinzentado com forte odor ).
Fungos: Candida albicans (vaginite/candidíase – Caracterizada pelo prurido, ardor, corrimento vaginal em grumos bracentos, vulva e vagina inchadas e avermelhadas e dor ao ter relação. No homem é apresentada apenas com balanopostite e edema com pequenos pontos avermelhados.).
Artrópodes: Sarcoptes scarbiei (escabiose genital) e Phthirus púbis (pediculose genital).
· TUBERCULOSE
Causado pelo bacilo dikoch Mycobacterium tuberculosis. Bactéria oportunista, também – assim como a sífilis, anda concomitantemente à AIDS/HIV. Possui alta taxa de mortalidade. 
Sintomatologia caracterizada por tosse com escarro por mais de3 semanas, febre verpertina ou noturna com emagrecimento, sudorese vespertina e fadiga. Pulmão com aspecto de vidro fosco. Evitada pela vacina BCG em crianças. 
Amostra por escarro e diagnóstico por coloração de fundo azul/verde, também chamada de coloração de Ziehl ou cultura Lowestein-Jensen (bactéria BAAR, gram-positivo aeróbio).
· HANSENÍASE
Causada pela Mycobacterium lepral, tem afinidade à pele e extremidades nervosas. Transmissão por via aérea superiores e pelo contato próximo prolongado. Sintomatologia caracterizada por uma mancha branca/vermelha ou amarronzada em placa sem sensibilidade com calor. Perda de suor e pelos no local. 
Há também a causada pela Hansieniase virchocuiana, que pode causar a Hanseníase multibacilar (múltiplas lesões) ou fasibacilar (uma ou poucas lesões). Diagnóstico por baterioscopia, biopsia ou coloração de Ziehl. 
· MENINGITE
Manifestação por febre, rigidez da nuca e vômito. 
Causada por 4 tipos:
Em R.N – S. agalactiae; Crianças de 4 meses à 5 anos – Haemophilus influenza; Dos 5 anos até a idade adulta – Streptococcus pneumoniae (Possuem grupo alfa, beta e gama. Morfologia de vela e são imóveis. Patogenicidade maior em adultos. Diagnóstico por cultura cultura Thayer-Martin e Àgar chocolate – colônia mucoide quando semear) ou Neisseria meningitis (Transmite pelo ar. Amostra por liquor, sangue, swab nasofaginge ou lesões. Diagnóstico por baterioscopia ou semear em cultura Thayer-Martin e Àgar chocolate)
Pode causar síndrome toxêmica, irritação meníngea ou síndrome da hipertensão intracraniana. 
· COVID-19/SARS-COV-2: VIROLOGIA E EPIDEMIOLOGIA 
Vírus zoonótico. RNA envelopado com genoma e fita simples. Possui 4 gêneros de mesma ordem coronavírus. 
Sua infecção é caracterizada pela ligação da proteína Spike/proteína S junto à ECA2– que está expressa no epitélio das vias aéreas, vasculares, renais, intestino, encéfalo e células da Glia), permitindo a entrada nas células do hospedeiro, mas sua penetração apenas acontece quando há o priming da proteína S com auxílio da TMPRSS2, quebrando a ligação com a ECA2. 
Sua transmissão se dá por partículas suspensas e de superfície quando em contato com as mucosas etc. Período de incubação de ate 14 dias. Sintomatologia caracterizada por tosse, dispineia e fadiga, achados de TC – vidro fosco, febre apenas em 44% dos casos, e estas normalmente apresentam-se ao 7 dia. Achado sintomatológico recente: exantemas maculopapulares – lembram as lesões da sífilis secundária, bolhas hemorrágicas, erupções papulovesiculares, lesões urticariformes, petéquio-purpuras e trombose.
Diagnóstico por TC, sorológico e RT-PCR. Exames complementares como hemograma(linfopenia descartando a hipótese de pneumonia bacteriana), enzimas hepáticas, função renal e proteína C reativa servem apenas para confirmação clínica. 
· HEPATITES VIRAIS
	
	Hepatite A
	Hepatite B
	Hepatite C
	Hepatite D
	Hepatite E
	Fonte viral
	Fezes
	Sangue
	Sangue
	Sangue
	Fezes
	Transmissão
	Fecal-oral
	Permucosa
	Permucosa
	Permucosa
	Fecal-oral
	Cronicidade
	Não
	Sim
	Sim
	Sim
	Não
	Prevenção
	Pré e pós exposição + Tratamento de água
	Pré e pós exposição
	Teste de doadores mod. de comportamento
	Teste de doadores mod. de comportamento
	Tratamento de água
	Transmissão entérica 
	Sim
	Não
	Não
	Não
	Sim
	Transmissão parenteral
	Não
	Sim
	Sim
	Sim
	Não
	Sintomatologia
	Normalmente assintomático. Quadro gripal, icterícia, fadiga, falta de apetite, náuseas e dores articulares.
	Mal estar, dores articulares, fadiga, dor local, icterícia, náuseas e falta de apetite. Sintoma que sugere alteração neurológica:
Sonolência e confusão mental
	
	Coinfeccção da Hepatite B. Doença severa aguda, baixo risco de infecção crônica.
	Pode apresentar formas clínicas graves em gestantes.
	Diagnóstico
	Pesquisa anticorpo anti-HAV ou alterações lab. Inespecíficas como: elevação de bilirrubina, fosfatase alcalina, AST>ALT, linfocitose com apatia linfocitária
	Presença
de AgHBs (fase aguda e crônica). HBeAg aparece na fase aguda, se aparecer na crônica não é um bom sinal! Indica fim da fase replicativa. HbcAg marcador de hepatócitos. HBc IgM e IgG indentificado no soro do indivíduo, contato prévio ou cura. HBs marcador efetivo de IgG. 
	HCV-RNA qualitativo confirma o diagnóstico
	
	
	Pesquisa 
	Anti-HAV
	AgHBs; Anti-HBc; HBc IgM e IgG. 
	Anti-HCV
	VHD; AgHD
	Anti-HVE IgM e IgG
· DOENÇAS INFECCIOSAS PARASITÁRIAS 
A gravidade da evolução clínica depende do perfil do parasita e situação clínica do paciente. Existem duas grandes classes de parasitas: Helmintos e Protozoários. Os helmintos normalmente caracterizam-se pelo ciclo de Loss, ciclo do qual tem a maturação do micro-organismo no pulmão, ocasionando a síndrome de Loeffler – febre, perda de peso, tosse e pneumonia eosinofílica. 
CICLO: Penetração da larva pela pele > corrente sanguínea até os pulmões > intestino > ovos na luz intestinal > fezes com larvas > fecundação > ovos > larva em rabitoide > penetração da larva pela pele. Pode-se ter uma autoinfecção após a fase de fezes com larvas. 
Strongyloides stercoralis – Migração ativa de larvas – vermes adultos no duodeno. Diagnóstico pelo método Baermamn Moraes ou Rugai. 
Ancilostomadidae – Infecção apenas por fêmeas. Ovos não são desenvolvidos na fase infecciosa. Diagnóstico pelo método de Faust após uma centrifugação. 
Tênia sp. – CICLO: Ovos ou proglotes nas fezes > ingestão (homem ou porco) > penetração na parede intestinal > homem ingere na carne (CISTECERCOSE) > escolex se fixa no intestino > adultos no intestino delgado > ovos ou proglotes nas fezes. 
Há 3 termos para tal: TENÍASE é quando o humano está infectado, CISTECERCOSE é a ingestão de ovos, presente nos animais – tal como, porco, acidentalmente presente em humanos. 
NEUROCISTECERCOSE: Quando o parasita morre ao se instalar no SNC, causando crises convulsivas por calcificação do local. Diagnóstico por sedimentação espontânea, método Hoffman, Pons e Janer. Na imagem por Ressonância Magnética.
Enterobius vermiculares – CICLO: Ovos nas fezes > ingestão > alojamento no ânus causando prurido retal/perianal > ovos nas fezes. 
Assintomático quando os cistos estão nas fezes. Na forma aguda e crônica há diarreia, flatulência, náuseas, vômitos, diarreias prolongadas com pus ou sangue. Coleta da amostra por swab de fita durex. Diagnóstico pelo método de Holffman, Faust ou ELISA. 
Entamoeba histolytica – CICLO: Trofozoíto > adesão > invasão da mucosa intestinal > fígado > ruptura causando abscesso hepático > infiltração no pericárdio, pulmão e cérebro. Surtos de diarreia com vômito, anorexia, dor abdominal e constipação. Diagnóstico pelo método de Faust e ELISA. 
Trypanossoma cruzi – Possui 2 ciclos. Caracteriza-se pelo sinal de romaña ao paciente. 70% assintomático com cura expontânea. Pode causar aumento do coração, dilatação dos ventrículos e/ou miosite no esôfago, colon ou intestino delgado. Diagnóstico por testes diretos, sorológicos, hemoaglutinação direta (HAI), imunofluorescência indireta (IFI) e ELISA. 
Toxoplasma gondii – Ocorre por ingestão de carne crua ou mal cozida. Ingestão também de solo, água ou alimentos com oocitos esporulados que irão se desenvolver em taquzoitos. Na toxoplasmose congênita a criança pode desenvolver calcificações cerebrais, cardiorretinite, hidro/microcefalia, alterações psicossomáticas e até convulsões. Diagnóstico principalmente por exames de sangue e sorologia. 
· INTERPRETAÇÃO DE HEMOGRAMAS COM FOCO EM ANEMIA 
Para a clinica, não apresenta a doença mas sim os sinais dela. Útil para visualizar anemias e infecções virais e bacterianas.
Se divide em 3 partes:
Série vermelha, branca e plaquetas (coagulação). Hoje em dia a contagem não é mais manual, utilizam computadores automatizados. Há Tb a contagem por Impedância elétrica, que é a contagem por pulsos elétricos e convertidos em gráficos ou pixels – como no hemograma automatizado. Se os números não baterem, realizar a lâmina. 
Na série vermelha temos: Hb; He; Ht ; VCM – Tamanho; HCM – Peso de Hb no eritrócito; CHCM – Cor/Concentração de Hb no sangue ; RDW – Variações de tamanho 
Na série branca temos:
Neutrófilos – Desvio à esquerda? Aumento de formas imaturas. Desvio à direita, normal em anemia megaloblástica e em infecções crônicas. 
Eosinófilos – Parasitose ou quadro alérgico, reação a algum tipo de medicamento.
Basófilos – Quadros de inflamação e pode aparecer também em quadros infecciosos. 
Monócitos – Macrófagos. Comummente em casos de fungos, vírus ou parasitas.
Linfócitos – Imunidade celular(T) e humoral(B). 
Nas plaquetas:
Importante na avaliação da hemostasia. 
Saber se não está sob o uso de medicamentos que alterem o número de plaquetas.
Pode indicar trombose. Exame de coagulograma: Tempo de coagulação, atividade de protombina. 
*As anemias mais vistas clinicamente são: ferropriva e magaloblástica.
Diagnóstico diferencial em anemias:
He ou Hb alteradas. Normalmente deficiência de ferro ou vitaminas. 
Independem da faixa etária. 
Podem ser caracterizadas como aguda ou crônicas. 
Sinais e sintomas comuns: fadiga, vertigem, tontura, desânimo, palidez e pulso irregular. 
Na avaliação clínica inicial analisa-se VCM, HCM, VHCM. RDW normalmente é alterado precocemente na deficiência de ferro, mesmo que os outros parâmetros não estejam alterados. 
· Vit.B12 e Folato: Anemias microciticas, normalmente VCM <80. Macrocíticas – VCM<96. Anemia megaloblástica é a falta do fator intrínceco, falta de vitamina B12. Pode vir acompanhado de quadros neurológicos, como formigamento, perda de equilíbrio, memória etc. He maiores que o normal. Dietética rara exceto em vegetarianos restritos. VCM alto, porém para confirmação ver na dosagem se B12 está alterado. 
· Ferro: Sintomatologia importante pelo cansaço e palidez. Sangramento intenso (gastrointestinais, menstruação) pode causar a deficiência, assim como deficiência dietética e má absorção de ferro. Hb pode estar normal, mas irá apresentando alterações. VCM pode diminuir, HCM pode diminuir, CHCM pode diminuir e RDW pode aumentar. Ferro sérico nível de ferro – diferencial de anemias, ferritina quantidade armazenada – quando aumentada, também pode estar presente em patologias como: alcoolismo crônico, hepatites agudas e crônicas, infecção, inflamação etc . Ambos os exames para confirmação da anemia. TBIC – capacidade de ligação ao ferro, pode estar alto pois o organismo está em busca de se ligar à qualquer Ferro presente para suprir a deficiência. 
Anemias crônicas se iniciam como leve, 70% apresenta-se como normocítica em um primeiro momento, apenas 30% aparece como microcítica. 
Na anemia falciforme é a doença genética mais comum no Brasil. Pode obstruir os vasos sanguíneos por não estar em seu formato normal. Sintomatologia caracterizada por dor (por não estar chegando O2 nos tecidos), quadros de infecção, derrame cerebral em 80% dos casos – antes dos 20 anos de idade, formação de úlceras de difícil cicatrização. Investigação pelo teste do pezinho ou eletroforese de Hb. 
Beatriz Carvalho Pontes (
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