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SARA: Síndrome da Angústia Respiratória Aguda Camila, Francyelle, Juliana, Larissa, Laura Vanielle, Letícia Alves e Ricardo CONCEITO CONCEITO A síndrome de angústia respiratória aguda (SARA) é um processo inflamatório, secundário a insultos locais (e sistêmicos), sobre a membrana alvéolo-capilar pulmonar, resultando em um aumento da permeabilidade vascular local com edema intersticial e alveolar, rico em proteína. As principais características desta síndrome incluem um fator de risco para o seu desenvolvimento (por exemplo: sepse, trauma, ou pancreatite), hipoxemia grave com uma fração inspirada de oxigênio (FiO2) relativamente alta, complacência pulmonar reduzida, infiltrações pulmonares bilaterais e nenhuma evidência clínica de hipervolemia. (VIANA, 2015) CONCEITO Como foi dito, para caracterizar a SARA é necessário um insulto agudo, melhor descrito através dos Critérios de Berlim. Critérios de Berlim: 1. Tempo: dentro de uma semana de um insulto clínico; 2. Imagem de tórax (Rx ou TC): opacidades bilaterais não explicadas por derrames, colapso lobar/pulmonar ou nódulos; 3. Origem do edema: IR não completamente explicada por insuficiência cardíaca ou sobrecarga de fluidos; 4. Hipoxemia: PaO2/FiO2 ≤ 300; ● Leve: entre 200 e 300; ● Moderada: entre 100 e 200; ● Grave: menor que 100. (SÍNDROME..., 2020) INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA A SARA corresponde a 20% das internações em UTI´s, a incidência dessa doença ainda não é bem determinada, estudos feitos no EUA mostram que tem frequência alta no período de inverno e seus fatores podem ser caracterizados direto ou indiretamente no desenvolvimento da síndrome. Calcula-se que nos EUA chega a quase 150 mil casos por ano, e devido a isso a mortalidade é alta prevalecendo índices entre 34% e 60% dos casos. (MENDES; KEMPINSKI, 2014) INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA Frente a esses resultados é de grande importância identificar o paciente com risco de desenvolver a síndrome Os fatores de risco comumente relacionados a SARA são: ● Direto: aspiração, infecção pulmonar difusa, inalação tóxica, contusão pulmonar, toxicidade pelo oxigênio. ● Indireto: síndrome séptica, politraumatizados, choque, grandes queimados, pancreatite, excesso de fluidos, coagulação intravascular. (ANTONIAZZI, 1998) SINAIS E SINTOMAS SINAIS E SINTOMAS Os sintomas mais precoces são: aumento da freqüência respiratória, dispnéia e cianose. Ao exame físico, estertores inspiratórios finos podem ser audíveis (são ruídos finos sendo auscultados na fase inspiratória). O raio X de tórax mostra infiltrado bilateral difuso, embora inicialmente possa ser mínimo ou ausente. Posteriormente, o paciente torna-se mais cianótico e com aumento da dispnéia e taquipnéia. Os estertores são mais proeminentes. O raio X pode mostrar completa opacificação. (SÍNDROME..., 2002) FISIOPATOLOGIA FISIOPATOLOGIA FASE EXUDATIVA OU INICIAL FASE PROLIFERATIVA FASE DE FIBROSE PULMONAR OU DE REPARO Estágio onde predomina o edema pulmonar. Caracterizada pela organização dos exsudatos em fibrose. Pulmão é totalmente remodelado por colágeno, levando o paciente a um quadro de hipoxemia grave. A SARA tem início agudo, com duração que pode variar no período de instalação de dias a semanas. Dividida em 3 fases: FISIOPATOLOGIA ● FASE EXUDATIVA: Liberação de mediadores inflamatórios que aumentam a permeabilidade alvéolo-capilar, levando ao extravasamento de líquido proteico no interstício (aumentando resistência das VA) e liberação de mediadores na circulação. ● FASE PROLIFERATIVA: migração de neutrófilos e fibroblastos por quimiotaxia intensa, produção de fibrina e mediadores inflamatórios. Constituição da fibrose pulmonar precoce. ● FASE DE FIBROSE OU REPARO: pode haver melhora progressiva dos parâmetros a partir da 2ª semana de evolução, ou instalação de fibrose - podendo durar meses. PROGRESSÃO DA FIBROSE = destruição e obstrução de partes da circulação pulmonar = reduz área vascular, aumenta resistência e pressão vasculares. (SOUZA; SERAFINI; CRUZ, 2019) EXAMES COMPLEMENTARES EXAMES COMPLEMENTARES ● Radiografia de Tórax e GSA: A hipoxemia é reconhecida primeiro por oximetria de pulso. Pacientes com baixa saturação de oxigênio devem ser submetidos à radiografia de tórax e GSA, e tratados com oxigênio suplementar enquanto aguardam o resultado dos exames. EXAMES COMPLEMENTARES O raio X de tórax mostra infiltrado bilateral difuso, embora inicialmente possa ser mínimo ou ausente. Posteriormente, o paciente torna-se mais cianótico e com aumento da dispnéia e taquipnéia. Os estertores são mais proeminentes. O raio X pode mostrar completa opacificação. EXAMES COMPLEMENTARES ● Tomografia: O uso da TC na SARA permite, num primeiro momento, uma análise qualitativa que, quando realizada por profissional experiente, possibilita localizar com precisão hiperdensidades predominantemente difusas ou localizadas e identificar a presença de outras alterações associadas. A) Tomografia computadorizada de um paciente com SDRA e fotomicrografias do tecido pulmonar mostrando B) a distribuição heterogênea da lesão pulmonar com relativa preservação da região não dependente e C) infiltrado inflamatório, edema, exsudatos e atelectasia na região dependente. (VIEIRA, 1999) TRATAMENTO MÉDICO TRATAMENTO MÉDICO Apesar de a SARA ter sido descrita há mais de trinta (30) anos, várias dúvidas ainda persistem quanto à ao seu tratamento, em decorrência da complexidade e diversidade dos fatores envolvidos. ● OXIGENOTERAPIA ● ESTADO HEMODINÂMICO ● TRATAMENTO ADJUVATES ● MANOBRAS DE RECRUTAMENTO ● VM (CUIDADOS ADICIONAIS) (SÍNDROME..., 2020) TRATAMENTO MÉDICO Desencontro entre ventilação e perfusão, desvios, e hipertensão pulmonar. TRATAMENTO MÉDICO A terapia principal é o tratamento da causa básica e o suporte ventilatório. Os objetivos do tratamento de pacientes com SARA são os seguintes: ● Reverter o déficit de oxigenação tecidual; ● Minimizar os danos relacionados à terapia; ● Prevenir complicações e sequelas; ● Reduzir a mortalidade. (SÍNDROME..., 2020) TRATAMENTO MÉDICO Ventilação Protetora: Como grande parte do pulmão está colapsada e o volume corrente é pequeno, é necessário que se efetue uma ventilação atenuada, de forma a proteger os alvéolos de barotrauma e reduzir a lesão pulmonar. Para isso é necessário ajustar os seguintes parâmetros: ● VC < 6mL/Kg (peso predito, peso ideal calculado pela altura); ● Pressão de platô < 30 cmH2O; ● Pressão de pico < 50 cmH2O; ● Hipercapnia permissiva: PaCO2 < 80, desde que o pH seja > 7,2; ● PEEP ajustada de acordo com a FiO2 (para evitar o colapso alveolar). (SÍNDROME..., 2020) TRATAMENTO MÉDICO ● Terapia Farmacológica: Pacientes com PaO2/ FiO2 < 120 se beneficiam do uso do bloqueador neuromuscular. Além disso, pode-se utilizar corticóide (controverso) . Alguns pequenos estudos sugerem que corticoides podem ser benéficos em SARA em estado avançado, mas em outras pesquisas aleatórias prospectiva em maior escala não detectou redução da mortalidade. Corticoides podem ser prejudiciais quando administrados em uma etapa precoce da evolução da doença. (SÍNDROME..., 2020) TRATAMENTO MÉDICO ● Posição Prona: Posição de decúbito ventral é benéfica, porque a área mais bem perfundida (a posterior) passa a ser também bem ventilada, melhorando a relação V/Q e reduzindo a hipoxemia. A indicação para esse posicionamento é quando a relação PaO2/FiO2 é menor que 150. (SÍNDROME..., 2020) TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ● Ventilação Não-Invasiva (VNI): Nesses casos a pressão positiva contínua é aplicada nas vias aéreas (CPAP), através de máscaras nasofacial, mostrando-se capaz de diminuir tanto o trabalho inspiratório quanto o expiratório, melhorando a eficiência diafragmática e evitandoa fadiga dos músculos respiratórios. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ● Ventilação Mecânica Invasiva (VMI): O objetivo da ventilação mecânica é promover uma troca gasosa adequada, ao mesmo tempo em que se evitam lesões pulmonares associadas à ventilação mecânica e o comprometimento hemodinâmico decorrente do aumento das pressões intratorácicas. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Técnicas utilizadas dentro da VMI: ● Manobra de Recrutamento Alveolar (MRA): viabiliza a abertura alveolar por um aumento de pressão ● Hipercapnia Permissiva: ato de se adequar a valores elevados de dióxidos de carbono, se comparado com os valores de normalidade do CO2. ● Fração Inspirada de Oxigênio: uso de oxigenoterapia é tentar manter os níveis de PaO2 acima ou até 60 mmHg e atingir saturação ≥ 90%. ● Posição Prona: Proporciona alterações pulmonares, otimizando o funcionamento da mecânica pulmonar, com boa heterogeneidade do parênquima, complacência pulmonar, melhorando a relação ventilação perfusão e diminui o shunt no interior pulmonar. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Técnicas e Manobras Respiratórias: Essas manobras consistem em técnicas manuais, posturais e cinéticas que podem ser aplicadas no doente, associando-os aos recursos do ventilador mecânico. ● Drenagem postural ● Percussão torácica ou tapotagem ● Vibrocompressão torácica ● Pressão negativa manual expiratória ● Hiperinsuflação manual (HM) ou Bag Squeezing TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: DESMAME FONTES E REFERÊNCIAS: VIANA, William Nascimento. Síndrome de Angústia Respiratória Aguda após Berlim. Viana WN Síndrome de Angústia Respiratória Aguda após Berlim, [S. l.], p. 31-35, 3 mar. 2015. SÍNDROME do Desconforto Respiratório Agudo (SARA). [S. l.], 20 maio 2020. Disponível em: https://www.sanarmed.com/sindrome-do-desconforto-respiratorio-agudo-sara. Acesso em: 12 set. 2020. SOUZA, Michelle; SERAFINI, Gabriele; CRUZ, Fernando. SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA. Ciência Animal, [S. l.], p. 124-134, 1 jan. 2019. ANTONIAZZI P et al. Síndrome da angústia respiratória aguda (SARA). Medicina, Ribeirão Preto,31:493-506, out./dez. 1998 SÍNDROME de Angustia Respiratória do Adulto (SARA). [S. l.], 29 mar. 2002. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_print.asp?cod_noticia=528. Acesso em: 11 set. 2020. VIEIRA, Silvia Regina Rios. Tomografia computadorizada na insuficiência respiratória aguda. J. Pneumologia, São Paulo , v. 25, n. 5, p. 294-298, out. 1999 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35861999000500015&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 set. 2020. FONTES E REFERÊNCIAS: 1. III Consenso de Ventilação Mecânica. 2007. 2. SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia Respiratória no Paciente Crítico – Rotinas Clínicas. 2ª edição. Manole. 2007. 3. MACHADO M.G.R. Bases Fisiológicas das Manobras de Desobstrução Brônquica. In: Azeredo CAC. Fisioterapia respiratória moderna. Rio de Janeiro: Manole; 2002. 4. EGAN, Donald F. Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. 7ª edição, editora Manole, São Paulo, Barueri, 2000 5. YOKOTA C.O.; GODOY A.C.F.; CERIBELLI M.I.P de F.; et al. Fisioterapia Respiratória em Pacientes sob Ventilação Mecânica. Ver Ciênc Méd, Campinas, 15(4):339- 345, 2006. OBRIGADO(A)!
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