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o osteoclasto desempenhe corretamente sua função de reabsorção óssea, é importante que haja a liberação de substâncias que digiram o tecido ósseo. Sendo assim, ao entrar em contato com o tecido ósseo, desenvolve-se em 2 zonas principais, a zona clara e a zona pregueada. A zona clara é a região onde o osteoclasto encosta no tecido ósseo, com a presença de um cinturão de filamentos de actina ao redor da depressão, vedando a zona pregueada, que recebe esse nome devido à presença de projeções em seu interior. A zona pregueada é a responsável pela reabsorção da matriz óssea propriamente dita por possuir prolongamentos digitiformes que são emitidos pelos osteoclastos, ricos em bombas de prótons e, por meio desses prolongamentos, há a liberação de vesículas que contém enzimas, como colagenase e hidrolases. Logo, dentro do osteoclasto, é necessário a presença de enzimas hidrolíticas, evidenciando o bom desenvolvimento das estruturas lisossômicas, pois os lisossomos fazem exocitose e liberam seu material para fora da célula. As enzimas hidrolases ácidas, dentro do lisossomo, possuem o ambiente mais adequado para seu funcionamento devido à presença de bombas de prótons na membrana da organela, que tornava seu interior ácido, favorecendo a ação das enzimas. Os prolongamentos da zona pregueada, por sua vez, são ricos em bombas de prótons, liberando prótons para o ambiente isolado pela zona clara. Ao mesmo tempo, há a liberação de metaloproteinases, colagenases e hidrolases, encontrando-se com o ambiente ácido, começando a digerir a matriz. Os prótons liberados pela célula são devido a trocas através da anidrase carbônica, que combina CO2 e H2O, formando ácido carbônico, que por sua vez dissocia-se em próton e HCO3- . O próton é utilizado para a acidificação da zona vedada e a HCO3- é trocada por cloreto através de bombas específicas presentes na membrana dessas células. Portanto, as bombas de prótons são importantes por acidificar esse microambiente delimitado pela zona clara, dissolvendo os componentes inorgânicos da matriz (como os cristais de hidroxiapatita, fazendo uma descalcificação da matriz) e melhorando a atividade das enzimas secretadas, que digerirão os componentes orgânicos da matriz óssea, como fibras de colágeno. Os resíduos dessa degradação (aminoácidos, monossacarídeos e minerais) são endocitados pelos osteoclastos e posteriormente liberados para capilares sanguíneos próximos para reaproveitamento. Osteoclastos são recrutados, também, para a realização da homeostase dos níveis de cálcio no sangue (calcemia). Existem hormônios que são liberados na corrente sanguínea mediante aos níveis de cálcio no sangue, sendo alguns deles produzidos pela paratireóide e tireoide, através de células que identificam o nível de cálcio no sangue. A paratireoide secreta o hormônio chamado Paratormônio e, quando liberado, liga-se aos seus receptores nos Osteoblastos, estimulando a síntese, proliferação e a função de osteoclastos, fazendo a digestão do cálcio e liberando-o no sangue. Na tireoide, fazendo uma função oposta, há a presença de células Parafoliculares que secretam Calcitonina, que se ligam a receptores do próprio osteoclasto, permitindo a inibição dos osteoclastos. Matriz Óssea É composta por uma porção orgânica e uma inorgânica. A porção inorgânica é presente em maior quantidade (65%) e possui como componente principal os cristais de hidroxiapatita (associações de cálcio e fósforo), além de bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em menores quantidades. A porção orgânica representa cerca de 35% da matriz, sendo cerca de 90% desse formada por fibras de colágeno tipo I, garantindo a acidofilia da matriz, além de apresentar substância fundamental (Proteoglicanos, GAGs, Ácido hialurônico, glicoproteínas e fatores de crescimento. Os componentes da substância fundamental são produzidos e secretados por osteoblastos e, em menor parte, pelos osteócitos, sendo as glicoproteínas características do tecido ósseo, participando do processo de calcificação da matriz. A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas garante rigidez e resistência no tecido ósseo. Portanto, a partir de uma descalcificação óssea (retirada da parte inorgânica) há uma flexibilização do osso. Por outro lado, ao retirar a parte orgânica, o osso fica quebradiço. Evidencia-se, portanto, a importância da associação dos fatores para uma melhor qualidade dos ossos. Periósteo e Endósteo Envolvendo o tecido ósseo há o periósteo, uma camada de tecido conjuntivo denso presente em todas as peças ósseas. Dentro dos nossos ossos há a presença de medula óssea, sendo um espaço preenchidos por células mesenquimais, células sanguíneas, sendo esse espaço revestido por endósteo, não permitindo o contato direto de medula com o tecido ósseo. Tanto no periósteo quanto no endósteo há células que tem capacidade de se diferenciar em osteoblastos para secretar matriz óssea. Todos os ossos do corpo são revestidos externamente por periósteo, com exceção de ossos de articulação e nos locais onde se inserem músculos e tendões o periósteo é descontínuo. O periósteo possui duas camadas, uma camada mais externa composta por tecido conjuntivo denso (fibras de colágeno tipo I e núcleos de fibroblastos) e uma camada mais interna, possuindo células osteoprogenitoras. No endósteo há a presença de uma fileira de células que reveste a medula óssea e são osteoprogenitoras. O endósteo é encontrado revestindo a medula óssea, trabéculas dos ossos esponjosos, canal medular, canais de Havers e Wolkmann. O periósteo constitui a entrada de vasos no tecido ósseo e fornecimento de novos osteoblastos para crescimento e recuperação óssea. Células osteoprogenitoras, em baixas concentrações de oxigênio, podem se transformar em células condrogênicas. Tipos de tecido ósseo Através de observações macroscópicas é possível identificar regiões nos ossos, como o osso compacto e osso denso, porém, possuem a mesma estrutura histológicos. No interior da diáfise de ossos longos há a presença da cavidade medular, que aloja a medula óssea e na epífise há a presença de células progenitoras de células sanguíneas também. Observação microscópica do osso: Histologicamente é possível diferenciar o tecido ósseo em tecido imaturo (primário) e maduro (substitui o tecido imaturo). Os dois tecidos apresentam os mesmos tipos celulares e mesmos constituintes de matriz. Diferem na orientação das fibras de colágeno (imaturo é não organizado e no maduro há organização em lamelas), na quantidade de células (imaturo possui mais) e na calcificação da matriz. Há ainda a presença de canais de Havers, por onde chegam vasos e nervos no osso e algumas fibras de colágeno se organizam ao redor dela, chamadas sistema de Havers. Tecido Ósseo Primário É possível observar diversas trabéculas ósseas, osteócitos, osteoblastos e entremeando as trabéculas possuímos bastante capilares sanguíneos e células mesenquimais. Na matriz óssea não é possível identificar um padrão de organização das fibras de colágeno tipo I, remetendo ao tecido imaturo, além de ter uma menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos. O tecido ósseo primário é o primeiro tecido ósseo a se desenvolver durante o desenvolvimento fetal e está presente no reparo de fraturas. Existem alguns locais do corpo humano onde há permanência de tecido ósseo primário, como nas suturas de ossos cranianos, alvéolos dentários (moldável com uso de aparelhos ortodônticos) e inserções de tendões. Tecido Ósseo Secundário (Maduro) Nesse tecido há a presença de fibras colágenas organizadas em lamelas, podendo ser paralelas umas às outras ou concêntricas em torno de canais com vasos, formando sistemas de Havers (Ósteons). São encontradas nos adultos. Nos tecidos adultos podemos encontrar lamelas circunferenciais externas (lamelas paralelas próximas