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2 Tecido Ósseo

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Histologia 
Tecido Ósseo 
 
Funções e importância do tecido ósseo 
 
Fornece suporte para tecidos moles. 
Protege os órgãos vitais, como o caso da caixa craniana e torácica. 
Alojamento e proteção da medula óssea, região de hematopoese. 
Fornece apoio aos músculos esqueléticos, que são inseridos nos ossos através de tendões e esse complexo entre músculo 
esquelético e osso formam sistemas de alavancas que permitem nossa movimentação. 
Os ossos também se apresentam como depósito de íons, sendo que 99% do cálcio presente no nosso corpo está 
presente na matriz óssea, sendo apenas 1% do cálcio disponível para a realização das atividades celulares e, quando há 
uma necessidade maior de cálcio pelo organismo, há a busca de íons nos ossos. Além de cálcio, há a presença de 
armazenamento de fosfato no tecido ósseo. 
O tecido ósseo pode, também, absorver algumas substâncias tóxicas (como no caso do antibiótico tetraciclina) e metais 
pesados. 
 
Características do tecido ósseo 
 
O tecido ósseo, assim como o tecido cartilaginoso, é um tipo 
especializado de tecido conjuntivo, formado por células e uma matriz 
extracelular abundante. No tecido ósseo haverá uma matriz extracelular 
especializada típica desse tecido, possuindo como característica principal 
sua calcificação. Teremos também células responsáveis pela produção 
e secreção dessa matriz, como osteócitos, osteoblastos e osteoclastos (importantes para a reabsorção óssea para 
remodelamento e liberação de cálcio quando preciso). 
As células presentes dentro da matriz óssea são chamadas de osteócitos, os presentes na periferia do tecido são chamados 
de osteoblastos e as células multinucleadas e com citoplasma extremamente acidófilos são chamadas de osteoclastos. 
O tecido ósseo possui uma matriz óssea mineralizada (muito dura), portanto, demandam técnicas histológicas especiais. 
Existem duas formas para a preparação de um tecido ósseo para avaliação. A primeira consiste em um desgaste do 
tecido ósseo, onde não há a preservação de células, até que fiquem finas o suficientes para permitir a passagem de luz 
pelo microscópio, entretanto é possível preservar a matriz óssea, sendo possível observar as lacunas e canalículos (espaços 
onde havia projeções citoplasmáticas) de células anteriormente presentes. O outro processo consiste em descalcificação 
do tecido ósseo, onde há a preservação das células através da retirada da rigidez presente na matriz óssea. Para isso, 
colocamos o tecido em uma solução ácida diluída (ácido nítrico) ou solução com substância quelante (EDTA), deixando o 
tecido ósseo em uma maleabilidade adequada para o corte em micrótomo. 
 
 
Células do tecido ósseo – Osteoblastos 
 
Os osteoblastos se diferenciam através de células osteoprogenitoras e essas células se 
localizam na superfície do tecido ósseo, lado a lado, lembrando um arranjo epitelial. Os 
osteoblastos podem estar ativos, secretando os componentes orgânicos da matriz óssea 
ou estar inativos. É possível observar seu estado de ativação a partir de presença de núcleo 
esférico, citoplasma mais basófilo e presença de eucromatina, indicando síntese proteica. 
Essa parte orgânica é composta por colágeno tipo I (formação de fibras), associado a 
proteoglicanos e glicoproteínas, por exemplo a Osteonectina (facilitando a deposição de 
Ca2+ na matriz) e Osteocalcina (estimula osteoblastos). Além disso, o osteoblasto secreta o 
fator RANKL e o Fator de estimulador de colônia de macrófagos (M-CSF), assim como 
produzem fosfatase alcalina. 
Também na superfície do tecido ósseo há a presença de osteoblastos inativos, possuindo 
núcleo pavimentoso, com basofilia diminuída e produção de matriz quase ausente. São chamadas de células de 
revestimento ósseo e, caso sofra um estímulo adequado, pode voltar para sua forma ativa. 
Esses osteoblastos são células extremamente cheias de prolongamentos 
citoplasmáticos, que fazem comunicação com os prolongamentos de outros 
osteoblastos. Os osteoblastos, em geral, possuem uma organização 
ultraestrutural com RER abundante, Golgi bem desenvolvido e numerosas 
vesículas de secreção no seu citoplasma. Isso envolve a via biosintética 
secretora, importante para essa célula devido sua secreção de componentes 
orgânicos da matriz e, quando recém liberada, ainda não é calcificada e recebe 
o nome de osteoide. A matriz óssea que fica geralmente e imediatamente 
em volta das células do tecido ósseo, como osteoblastos e osteócitos, 
permanecem como osteoide. 
O depósito de matriz ocorre ao redor do corpo da célula e dos seus prolongamentos. Esse encontro de prolongamentos 
gera junções comunicantes entre osteoblastos. Uma vez que o osteoblasto vai secretando matriz, ele ficará aprisionado 
no meio da matriz óssea, caracterizando o osteócito. O local ocupado pelas células denomina-se lacuna e o local ocupado 
pelos prolongamentos, canalículos. 
 
Células do tecido ósseo – Osteócitos 
 
É o osteoblasto aprisionado pela matriz recém-sintetizada. Este osteócito ocupa um lugar na matriz e, se a célula for 
retirada, esse lugar ficará aparente, sendo esse espaço chamado de lacuna. A preparação por descalcificação não preserva 
os canalículos que são constituídos pelas projeções citoplasmáticas, sendo necessário para a sua observação a técnica de 
desgaste do tecido. 
Os osteócitos já possuem um núcleo achatado e citoplasma 
pobre em organelas. São envoltos por matriz óssea, sendo 
osteoblastos que foram aprisionados na matriz e ocupam 
espaços chamados lacunas, que só abrigam um osteócito. 
Também há a presença de canalículos, que são espaços que 
irradiam de cada lacuna e são ocupados por projeções 
citoplasmáticas de osteócitos. 
Esses canalículos formam junções comunicantes, permitindo a passagem de pequenas moléculas e íons. Nesses canalículos 
também há o fluído extracelular, que leva nutrientes e metabólitos para os osteócitos. 
Os osteócitos possuem a função de manutenção do tecido ósseo, fazendo a secreção 
de MEC, em uma quantidade menor do que a feita por osteoblastos, e secretam também 
Metaloproteinases (MMP0), que são enzimas degradantes de componentes da matriz, 
quando necessário. Os osteócitos também atuam como mecanorreceptores e, 
dependendo da tensão e pressão sofrida pelo tecido, interpretam e respondem através 
de expressão gênica, podendo até levar à apoptose. O tecido ósseo é um tecido muito 
vivo e suas células ficam ativas por muito tempo, com um dinamismo presente. 
Não existe difusão de substâncias pela matriz óssea calcificada, sendo a nutrição dos 
osteócitos devido aos canalículos que possibilitam trocas de moléculas e íons entre os 
osteócitos. 
 
Células do tecido ósseo – Osteoclasto 
 
No tecido ósseo é possível a observação de uma célula multinucleada, de citoplasma 
extremamente acidófilo e de tamanho muito maior do que as outras que se fazem 
presentes. Observamos a presença desse tipo celular em tecidos ósseos onde está 
ocorrendo reabsorção ou remodelamento ósseo. Essas células são oriundas da medula 
óssea, componentes do sistema mononuclear fagocitário, sendo “primos” dos macrófagos. 
São células móveis e gigantes, multinucleadas (podendo possuir até 50 núcleos), possuindo 
ramificações irregulares e citoplasma acidófilo. Os osteoclastos ficam localizados em regiões 
de remodelação óssea e formam uma depressão rasa no tecido ósseo, chamadas de 
lacunas de Howship. Essas células sofrem apoptose após realizar reabsorção óssea. 
Os osteoblastos são capazes de estimular o Fator Estimulante de Colônia de Macrófagos (M-CSF) que promove a 
diferenciação de osteoclastos e expressão de proteína RANK em osteoclastos. Osteoblastos também secretam RANKL, 
que é o ligante de RANK no osteoclasto, induzindo a fusão entre osteoclastos, promovendo a formação de células 
multinucleadas gigantes. Ainda secretam Osteoprotegerina (OPG), interagindo com o RANKL e inibindo a formação de 
osteoclastos. 
 
Mas como ocorre a remodelação óssea? 
 
Para queo osteoclasto desempenhe corretamente sua função de reabsorção óssea, é importante que haja a liberação 
de substâncias que digiram o tecido ósseo. Sendo assim, ao entrar em contato com o tecido ósseo, desenvolve-se em 2 
zonas principais, a zona clara e a zona pregueada. A zona clara é a região onde o osteoclasto encosta no tecido ósseo, 
com a presença de um cinturão de filamentos de actina ao redor da depressão, vedando a zona pregueada, que recebe 
esse nome devido à presença de projeções em seu interior. 
A zona pregueada é a responsável pela reabsorção da matriz óssea propriamente dita por possuir prolongamentos 
digitiformes que são emitidos pelos osteoclastos, ricos em bombas de prótons e, por meio desses prolongamentos, há a 
liberação de vesículas que contém enzimas, como colagenase e hidrolases. Logo, dentro do osteoclasto, é necessário a 
presença de enzimas hidrolíticas, evidenciando o bom desenvolvimento das estruturas lisossômicas, pois os lisossomos 
fazem exocitose e liberam seu material para fora da célula. 
As enzimas hidrolases ácidas, dentro do lisossomo, possuem o ambiente mais adequado para seu funcionamento devido 
à presença de bombas de prótons na membrana da organela, que tornava seu interior ácido, favorecendo a ação das 
enzimas. Os prolongamentos da zona pregueada, por sua vez, são ricos em bombas de prótons, liberando prótons para 
o ambiente isolado pela zona clara. Ao mesmo tempo, há a liberação de metaloproteinases, colagenases e hidrolases, 
encontrando-se com o ambiente ácido, começando a digerir a matriz. Os prótons liberados pela célula são devido a trocas 
através da anidrase 
carbônica, que combina CO2 
e H2O, formando ácido 
carbônico, que por sua vez 
dissocia-se em próton e 
HCO3- . O próton é utilizado 
para a acidificação da zona 
vedada e a HCO3- é trocada 
por cloreto através de 
bombas específicas 
presentes na membrana 
dessas células. 
Portanto, as bombas de prótons são importantes por acidificar esse microambiente delimitado pela zona clara, dissolvendo 
os componentes inorgânicos da matriz (como os cristais de hidroxiapatita, fazendo uma descalcificação da matriz) e 
melhorando a atividade das enzimas secretadas, que digerirão os componentes orgânicos da matriz óssea, como fibras 
de colágeno. 
Os resíduos dessa degradação (aminoácidos, monossacarídeos e minerais) são endocitados pelos osteoclastos e 
posteriormente liberados para capilares sanguíneos próximos para reaproveitamento. 
Osteoclastos são recrutados, também, para a realização da homeostase dos níveis de cálcio no sangue (calcemia). Existem 
hormônios que são liberados na corrente sanguínea mediante aos níveis de cálcio no sangue, sendo alguns deles 
produzidos pela paratireóide e tireoide, através de células que identificam o nível de cálcio no sangue. A paratireoide 
secreta o hormônio chamado Paratormônio e, quando liberado, liga-se aos seus receptores nos Osteoblastos, estimulando 
a síntese, proliferação e a função de osteoclastos, fazendo a digestão do cálcio e liberando-o no sangue. Na tireoide, 
fazendo uma função oposta, há a presença de células Parafoliculares que secretam Calcitonina, que se ligam a receptores 
do próprio osteoclasto, permitindo a inibição dos osteoclastos. 
 
Matriz Óssea 
 
É composta por uma porção orgânica e uma inorgânica. A porção inorgânica é presente em maior quantidade (65%) e 
possui como componente principal os cristais de hidroxiapatita (associações de cálcio e fósforo), além de bicarbonato, 
magnésio, potássio, sódio e citrato em menores quantidades. A porção orgânica representa cerca de 35% da matriz, 
sendo cerca de 90% desse formada por fibras de colágeno tipo I, garantindo a acidofilia da matriz, além de apresentar 
substância fundamental (Proteoglicanos, GAGs, Ácido 
hialurônico, glicoproteínas e fatores de crescimento. Os 
componentes da substância fundamental são produzidos 
e secretados por osteoblastos e, em menor parte, pelos 
osteócitos, sendo as glicoproteínas características do 
tecido ósseo, participando do processo de calcificação da 
matriz. 
A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas 
garante rigidez e resistência no tecido ósseo. Portanto, a 
partir de uma descalcificação óssea (retirada da parte 
inorgânica) há uma flexibilização do osso. Por outro lado, ao retirar a parte orgânica, o osso fica quebradiço. Evidencia-se, 
portanto, a importância da associação dos fatores para uma melhor qualidade dos ossos. 
 
Periósteo e Endósteo 
 
Envolvendo o tecido ósseo há o periósteo, uma camada de tecido conjuntivo denso presente em todas as peças ósseas. 
Dentro dos nossos ossos há a presença de medula óssea, sendo um espaço preenchidos por células mesenquimais, 
células sanguíneas, sendo esse espaço revestido por endósteo, não permitindo o contato direto de medula com o tecido 
ósseo. Tanto no periósteo quanto no endósteo há células que tem capacidade de se diferenciar em osteoblastos para 
secretar matriz óssea. Todos os ossos do corpo são revestidos externamente por periósteo, com exceção de ossos de 
articulação e nos locais onde se inserem músculos e tendões o periósteo é descontínuo. 
O periósteo possui duas camadas, uma camada mais externa composta por tecido conjuntivo denso (fibras de colágeno 
tipo I e núcleos de fibroblastos) e uma camada mais interna, possuindo células osteoprogenitoras. 
No endósteo há a presença de uma fileira de células que reveste a medula óssea e são osteoprogenitoras. O endósteo 
é encontrado revestindo a medula óssea, trabéculas dos ossos esponjosos, canal medular, canais de Havers e Wolkmann. 
O periósteo constitui a entrada de vasos no tecido ósseo e fornecimento de novos osteoblastos para crescimento e 
recuperação óssea. Células osteoprogenitoras, em baixas concentrações de oxigênio, podem se transformar em células 
condrogênicas. 
 
Tipos de tecido ósseo 
 
Através de observações macroscópicas é possível identificar regiões nos ossos, como o osso compacto e osso denso, 
porém, possuem a mesma estrutura histológicos. No interior da diáfise de ossos longos há a presença da cavidade medular, 
que aloja a medula óssea e na epífise há a presença de células progenitoras de células sanguíneas também. 
Observação microscópica do osso: Histologicamente é possível diferenciar o tecido ósseo em tecido imaturo (primário) e 
maduro (substitui o tecido imaturo). Os dois tecidos apresentam os mesmos tipos celulares e mesmos constituintes de 
matriz. Diferem na orientação das fibras de colágeno (imaturo é não organizado e no maduro há organização em lamelas), 
na quantidade de células (imaturo possui mais) e na calcificação da matriz. Há ainda a presença de canais de Havers, por 
onde chegam vasos e nervos no osso e algumas fibras de colágeno se organizam ao redor dela, chamadas sistema de 
Havers. 
 
 
 
 
 
Tecido Ósseo Primário 
 
É possível observar diversas trabéculas ósseas, osteócitos, osteoblastos e entremeando as 
trabéculas possuímos bastante capilares sanguíneos e células mesenquimais. Na matriz óssea não 
é possível identificar um padrão de organização das fibras de colágeno tipo I, remetendo ao 
tecido imaturo, além de ter uma menor quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos. 
O tecido ósseo primário é o primeiro tecido ósseo a se desenvolver durante o desenvolvimento 
fetal e está presente no reparo de fraturas. Existem alguns locais do corpo humano onde há 
permanência de tecido ósseo primário, como nas suturas de ossos cranianos, alvéolos dentários 
(moldável com uso de aparelhos ortodônticos) e inserções de tendões. 
 
Tecido Ósseo Secundário (Maduro) 
 
Nesse tecido há a presença de fibras 
colágenas organizadas em lamelas, 
podendo ser paralelas umas às outras 
ou concêntricas em torno de canais 
com vasos, formando sistemas de 
Havers (Ósteons). São encontradas nos 
adultos. Nos tecidos adultos podemos 
encontrar lamelas circunferenciais 
externas (lamelas paralelas próximasao 
periósteo), lamelas circunferenciais 
internas (lamelas paralelas que envolvem a cavidade medular e próximas ao endóstio), 
lamelas circunferenciais que formam Ósteons (sistemas de Havers) e lamelas intersticiais (resquícios de ósteons). 
 
Sistema de Havers 
 
O Ósteon é formado por lamelas circunferenciais concêntricas ao redor do canal de Havers. É possível visualizar essas 
lamelas através da organização das fibras de colágeno do tipo I. O canal de Havers contém vasos sanguíneos e nervos 
que se encontram paralelos a diáfises de ossos longos e é revestido por endósteo internamente. Delimitando os ósteons 
há uma substância cimentante formada por matriz calcificada e pobre em colágeno. Possuímos ainda as lamelas que são 
formadas pelo posicionamento organizado de fibras de colágeno e, entre as lamelas, há a presença de lacunas, ocupados 
por osteócitos e, através das lacunas, há canalículos ocupados por prolongamentos de osteócitos. Um canal de Harver 
associado a cerca de 4 a 20 lamelas concêntricas constitui um sistema de Harvers, sendo muito típico de ossos compactos. 
No osso esponjoso, não encontramos essa conformação, apenas lamelas organizadas em paralelos. 
A comunicação entre os canais de Havers e destes canais com a medula óssea e com a superfície externa do osso se 
dá por canais transversais chamados canais de Wolkmann. O vaso sanguíneo penetra pelo canal de Wolkmann e depois 
se distribuem pelos canais de Havers, e, ao redor desses canais de Wolkmann não se organizam lamelas. 
Os nutrientes encontram dificuldade em difusão dos nutrientes 
pela matriz, devido à presença de calcificação. Portanto, a 
nutrição se dá através de redes de canalículos, que fazem 
contato com vasos sanguíneos de vasos presentes nos canais de 
Havers e transmitem a partir de junções extracelulares. Essa 
forma de nutrição limita o tamanho do sistema de Havers, devido 
à possível deficiência de nutrientes mais afastadas do centro do 
canal. 
 
 
 
 
Histogênese 
 
Sob influências específicas, as células mesenquimais indiferenciadas pode se diferenciar 
em osteoblastos e, posteriormente, em osteócitos. Essas células osteoprogenitoras estão 
presentes na camada interna do periósteo e no endósteo e sob estímulos específicos 
irão se diferenciar. Essas células osteoprogenitoras estarão ativas durante período de 
crescimento ósseo intenso. 
Possuímos duas formas de ossificação (formação de tecido ósseo), sendo a ossificação 
intramembranosa, que forma ossos específicos do nosso corpo localizado principalmente 
na caixa craniana, e a ossificação endocondral, que acontece principalmente nos ossos 
longos do corpo. Embora haja diferença no processo de ossificação, o tipo de tecido ósseo é o mesmo, e, 
independentemente do tipo de ossificação, o primeiro tecido ósseo a se formar é o primário ou imaturo, o qual é, pouco 
a pouco, substituído por tecido ósseo secundário. 
 
Ossificação intramembranosa 
 
Em um tecido mesenquimal rico em vasos sanguíneos, células 
mesenquimais indiferenciadas sofrerão estímulos específicos, 
diferenciando-se em osteoblastos e se aglomerando nos chamados 
centros de ossificação primária, onde começarão a secretar matriz 
extracelular. Na ossificação intramembranosa há um tecido mesenquimal 
altamente vascularizado, com presença de células mesenquimais 
indiferenciadas que sofrerão estímulos específicos do meio e se 
diferenciarão em osteoblastos que por sua vez começarão a secretar 
Osteóide (matriz óssea não calcificada), posteriormente passando por 
um processo de mineralização e o aparecimento de osteócitos. O 
osteoblasto e o osteócito secretarão no início do desenvolvimento da 
ossificação intramembranosa matriz típica de tecido ósseo imaturo, com fibras de colágeno não organizadas, sendo 
posteriormente substituída por tecido ósseo maduro. A região de células mesenquimais altamente vascularizada e entre 
as trabéculas dará origem a medula óssea. 
Essa ossificação ocorre em ossos planos do crânio e face, mandíbula e clavícula. Propicia também o crescimento de ossos 
curtos e aumento de espessura de ossos longos. 
Ossificação endocondral 
 
A ossificação endocondral necessita de um molde inicial de cartilagem hialina, que possui 
uma forma parecida à do osso que será formado, porém de tamanho menor. Esse tipo 
de ossificação ocorre na maioria dos ossos longos e curtos do corpo. 
Vale pontuar que a cartilagem hialina irá ser substituída por tecido ósseo e não se 
transformará nele. Para que ocorra a ossificação endocondral é necessário que a 
cartilagem hialina sofra modificações, como hipertrofia dos condrócitos, acumulando 
glicogênio no citoplasma e vacuolização. Isso é relacionado com a mineralização da matriz 
cartilaginosa e sua calcificação, impedindo a passagem de nutrientes para os condrócitos, 
causando uma morte por apoptose. 
Além disso, é preciso que ocorra um aumento da vascularização das regiões de molde 
prévio de hialina e, através desses vasos, a chegada de células precursoras de medula 
óssea. As células condrogenicas estão acostumadas a viver em baixa tensão de oxigênio, diferenciando-se em 
condroblastos e formando hialina, porém, uma vez que se aumenta a vascularização, há uma maior oxigenação e as 
células condrogênicas se diferenciam em células osteoprogenitoras. Essas células se diferenciação em osteoblastos que 
começarão a depositas matriz óssea sobre a matriz cartilaginosa calcificada, levando a substituição do pericôndrio em 
periósteo. 
 
Formação de ossos longos 
 
Todo osso longo possui um molde de cartilagem que se apresenta no embrião e, na região de diáfise do molde acontece 
um processo de ossificação intramembranosa, onde células mesenquimais indiferenciadas dessa região irão se diferenciar 
em osteoblastos e começar a secretar matriz óssea, essa matriz óssea nessa região forma uma estrutura chamada de 
colar ósseo. 
Após a formação do colar ósseo começará a apresentação de ossificação endocondral. Esse colar ósseo irá fazer 
modificações nessa matriz óssea devido a dificuldade já aparente na passagem de nutrientes e oxigênio na matriz 
cartilaginosa, levando à hipertrofia e morte dos condrócitos. Isso desencadeia um processo de mineralização da matriz 
cartilaginosa. 
Os vasos sanguíneos do periósteo (formado através da ossificação intramembranosa) penetram a cartilagem calcificada 
levando células osteoprogenitoras. Os osteoblastos iniciam a síntese de osteóide sobre a matriz cartilaginosa calcificada e 
posterior mineralização da matriz óssea. 
A região central de ossos longos onde se forma o colar ósseo é chamado de centro primários de ossificação, geralmente 
situada na porção média da diáfise e apresenta crescimento longitudinal rápido e sua região central será digerida por 
osteoclastos para a instalação da medula óssea. 
Teremos nas regiões de epífise a região do centro secundário de ossificação, onde também haverá hipertrofia de 
condrócitos, calcificação de matriz cartilaginosa, chegada de vasos sanguíneos que levarão células osteoprogenitoras, que 
ocuparão lacunas onde eram presentes condrócitos, secreção de osteóide e calcificação da matriz, formando tecido 
ósseo. Apresentam crescimento radial, medula óssea e seu desenvolvimento não é simultânea. 
Separando o centro primário de ossificação na diáfise do centro secundário de ossificação na epífise há um resquício de 
cartilagem (disco epifisário, substituída aos poucos por tecido ósseo), assim como em regiões mais distais da epífise devido 
à presença de articulações. Nessas etapas o osteoclasto é fundamental para absorção de tecido ósseo e formação do 
canal medular. 
Há a permanência de tecido cartilaginoso na cartilagem articular e no disco epifisário entre diáfise e epífise de ossos 
longos. O desaparecimento desse disco ocorre em médias aos 20 anos de idade e, após seu desaparecimento, não há 
mais crescimento longitudinal dos ossos. 
 
Zonas dos discos epifisários 
 
 
Consolidação defratura 
 
Quando há fratura de ossos há lesão do tecido ósseo que é vascularizado, levando à hemorragia no local, morte de células 
ósseas, formando uma região de coágulo. Macrófagos são recrutados para remoção de restos celulares e coágulos. Em 
resposta à lesão há a proliferação de periósteo e endósteo, formando um tecido rico em células osteoprogenitoras que 
se diferenciam em osteoblastos e iniciam a secreção de matriz. Há o surgimento de tecido ósseo primário, tanto por 
ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem hialina que aí se formam, como também por ossificação 
intramembranosa. Há o aparecimento do calo ósseo, constituído por tecido ósseo imaturo e após há a formação de tecido 
ósseo secundário.

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