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3 Bactérias Potencialmente Patogênicas aos Olhos

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Microbiologia 
Bactérias Potencialmente Patogênicas aos Olhos 
 
Nas aulas anteriores estudamos primeiramente o grupo dos Staphylococcus, sendo o Staphylococcus aureus também 
responsável por infecções nos olhos, principalmente na base dos cílios, caracterizando o famoso Terçol. O Terçol é uma 
microlesão nos cílios muitas vezes causadas pelo ato de coçar os olhos ou movimentos bruscos e posterior infecção por 
aureus. Outra bactéria já estudada foi a Pseudomona aeruginosa, um bacilo Gram-Negativo que em relação à pele causava 
diversas manifestações clínicas, principalmente infecções de feridas ou queimaduras. Essa bactéria também pode causar 
uma infecção nos olhos mediante um trauma inicial, como o contato de um objeto, caracterizando casos de Conjuntivites. 
 
Haemophilus influenzae 
 
Essa bactéria é muito importante no desenvolvimento de infecções, 
sendo também a causadora de Meningites. Em relação a sua morfologia, 
apresenta-se como um cocobacilo Gram-negativo. Essa bactéria 
também está relacionada com infecções e patologias do trato 
respiratório inferior. Dentre seus fatores de virulência, destaca-se a 
presença de uma cápsula polissacarídica, auxiliando na fuga da 
fagocitose, da ação de anticorpos e da ação do sistema complemento. 
O Haemophylus influenzae apresenta 6 diferentes sorotipos, de A até 
F, sendo que cerca de 95% dos casos de doenças invasivas relacionadas 
a meningites são relacionadas com sorotipo B. 
A sua infecção ocorre geralmente a partir das vias respiratórias superiores de crianças e adultos e raramente causam 
doenças, porém, a partir de uma imunossupressão, as bactérias podem se disseminar pela corrente sanguínea, causando 
diversas manifestações clínicas, como meningite, epiglotites, pneumonia, etc. 
Dentro do gênero Haemophylus há a presença de diversas espécies que também podem gerar manifestações clínicas. 
Há o H. haemolyticus e o H. ducreyi, por exemplo. 
O H. influenzae é relacionado com meningites, otites, sinusites, epiglotites, bacteremia e pneumonia, assim como em casos 
de conjuntivite em conjunto com o H. Aegyptius, sendo esse causador, também, de febre púrpura. Há também o H. 
ducreyi que causa infecções no trato reprodutor. 
A transmissão que causa conjuntivite por H. influenzae ocorre geralmente por contato direto de pessoa a pessoa, mas 
também através de objetos possivelmente contaminados, como toalhas, objetos contaminados e até mesmo a água de 
piscina. O tratamento dessa patologia consiste em uso de colírios contendo antimicrobianos. 
 
Neisseria 
 
O gênero das Neisserias contém uma diversidade muito grande de espécies, sendo as principais relacionadas com o 
desenvolvimento de patologias a N. meningitidis e a N. gonorrhoeae. Apresentam-se como diplococos Gram-Negativos, 
sendo essas mais achatadas nas laterais, sendo oxidase e catalase positivas (exceto N. elongata), auxiliando na sua 
identificação. 
A neisséria meningitidis, conhecida vulgarmente como meningococo, está relacionada com a apresentação de casos de 
meningites e menongococemia. 
 
Neisséria gonorrhoeae 
 
A N. gonorrhoeae (gonococo) causa a gonorreia, sendo o seu nome de 
origem grega, significando “sêmen fluido”. Esse fato se deve à 
manifestação de sintomas de infecção por N. gonorrhoeae no canal 
uretral masculino, sendo seu principal sintoma a descarga purulenta. Essa 
bactéria também é causadora de conjuntivite neonatal (oftalmia 
neonatal) e em mulheres é responsável por grande parte da 
apresentação de doença inflamatória pélvica. 
Essa bactéria foi identificada por Albert Neisser em 1879 e seu período 
de Incubação varia de 2 a 8 dias. 
Dentre seus fatores de virulência destaca-se a presença de várias adesinas, que ajudam a bactéria na sua ancoragem ao 
tecido epitelial, facilitando a invasão dessa bactéria para camadas mais profundas do tecido epitelial e endotelial. Outro fator 
é a captação de DNA do meio extracelular (troca de plasmídeos), principalmente relacionados a sua resistência aos 
antibióticos. Também apresenta porinas que formarão poros hidrofílicos, facilitando a passagem de nutrientes e produtos 
metabólicos, auxiliando na penetração da bactéria e impedindo a formação do fagolisossomo. Também secreta uma 
endotoxina (LOS) que provoca danos celulares, indução de TNF, funcionando como proteases e fosfolipases. Apresenta 
também a secreção de IgA1 protease, visando a quebra desse anticorpo de mucosa e promovendo uma maior infecção 
e colonização por meio da bactéria. 
A sua patogênese ocorre através de contato sexual (IST), causando infecção no trato urogenital. A partir da aderência 
inicial veiculada pelas adesinas, há a aderência cada vez maior no endotélio até ser endocitadas, atingindo as camadas mais 
internas do epitélio e sendo capturada por fagócitos. Essa sequencia de fatos desencadeia a inflamação e migração 
leucocitária, gerando uma descamação do epitélio, formação de microabcessos e exsudato inflamatório. 
No homem, há a apresentação de uretrite, sendo um processo inflamatório agudo e piogênico; na mulher ocorre cervicite 
e no recém-nascido ocorre oftalmia neonatal. 
 
 Características da infecção 
Colonização trato urogenital, nasofaringe e reto (dependentes dos hábitos sexuais dos indivíduos) 
Raramente invade a corrente sanguínea 
Facilita a transmissão do HIV. Esse fato ocorre devido a formação de microabcessos, expondo o epitélio da região genital, 
em infecções urogenitais, facilitando assim a entrada do vírus no epitélio humano. Além de que o recrutamento leucocitário 
é muito grande e, dentro dessas células estão presentes infiltrados de linfócitos, sendo o principal alvo do HIV. 
 
Manifestações clínicas em mulheres 
Normalmente assintomático e, quando sintomático, a infecção ocorre na endo cérvix 
Presença de corrimento vaginal e disúria 
Após anos de infecção, pode-se observar casos de infertilidade, salpingite e DIP. 
 
Manifestações clínicas em homens 
Descarga purulenta, contendo grande número de bactérias e leucócitos 
Pode se espalhar para a próstata, vesícula seminal e epidídimo se não for tratada e provocará estreitamento dos ductos 
e infertilidade 
 
Manifestações clínicas associadas ao recém-nascido 
Oftalmia neonatal, sendo adquirida durante a passagem do feto pelo canal vaginal contaminado durante o parto normal. 
Após o nascimento, essas bactérias começam a se reproduzir nos olhos das crianças e, se não for tratada, pode causar 
sérios danos. Em alguns lugares, como medida preventiva, pinga-se 1 gota de Nitrato de Prata a 1% 
 
Chlamydia trachomatis 
 
 A C. trachomatis caracteriza-se como uma IST, causando infecções 
cervicais devido a sua afinidade por células do epitélio colunar. Como 
características temos o fato de ser um parasita intracelular obrigatório, 
sendo cocos minúsculos Gram-negativos, entretanto, devido ao seu 
reduzido tamanho, algumas vezes é impossível a visualização da 
visualização de Gram. 
A C. trachomatis possui mais de 15 sorotipos e, dependendo do sorotipo 
que o paciente entra em contato, há o desenvolvimento de diversas 
patologias. Sendo o nosso foco atual na Conjuntivite de inclusão e o 
Tracoma. 
Em um recém-nascido, a infecção dos olhos pela C. trachomatis é chamada de conjuntivite de inclusão e a sua transmissão 
é durante a passagem pelo canal vaginal de uma mulher infectada durante o parto normal. Além disso, caso a bactéria 
entre em contato com as narinas do recém-nascido e não for tratado, permitindo a colonização, poderá ocorrer 
pneumonia. Outras manifestações também estão associadas a infecção materna por C. trachomatis, sendo prematuridade, 
baixo peso, natimorto e abortos. 
A oftalmia, também conhecida como conjuntivite de inclusão, possui um período de 5 até 19 dias para sua colonização e 
apresentação de sintomas, sendo o seu sintoma a secreção mucopurulenta 
Já a síndrome de reiter é uma reação inflamatória em qualquer parte do corpo, sendo muito comum em articulações, 
olhos, ossos e tambémgenitais, apresentando pré disposição genética (estudos indicam participação de HLA B27). 
Já o Linfogranuloma venéreo, associado ao sorotipo L, possui sua patogênese dividida em três fases. A fase primária 
possui uma pápula pequena que se desenvolve de 3 até 30 dias a partir do contato sexual ou então a formação de uma 
ulcera herpetiforme. Nessa fase o paciente apresenta poucos sintomas e pode evoluir para uma cura espontânea e sem 
formação de cicatriz. Porém, alguns pacientes acabam desenvolvendo a doença. 
Na fase secundária há uma apresentação mais sistêmica dos sintomas, com gânglios linfáticos separados indolores à 
palpação e recoberto por pele eritematosa. No interior desses gânglios há a formação de uma massa inflamatória que se 
fusiona, formando abcessos e até fístulas. Dentre os sintomas apresentados há febre, cefaleia e mialgia. 
O sulco formado que separa os gânglios linfáticos é chamado se sinal de Groove 
A fase terciária é caracterizada pela formação de hipertrofia granulomatosa crônica com ulceração nos gânglios e genitais 
externos e a obstrução linfática pode conduzir à edema localizado. 
Voltando à conjuntivite causada por C. trachomatis, temos a presença da Conjuntivite granulomatosa que é característica 
por cicatrizes de deformidade causando uma retração da pálpebra e os cílios começam a se curvar para baixo e para 
dentro dos olhos (triquíase). Caso não seja tratada, essa manifestação pode causar lesões na córnea e até episódios de 
cegueira 
 
Ciclo de vida da C. trachomatis 
Apresenta-se em duas morfologias distintas 
Corpo reticulado: Forma ativa, sem parede celular e é intracelular 
Corpo elementar: Forma inativa, tem parede celular e é extracelular. Essa fase visa a infecção de novas células.

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