Buscar

6 Controle Superior da Atividade Motora Córtex e Tronco Encefálico Pt 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Fisiologia – Marcelo 
Controle Superior da Atividade Motora – Córtex e Tronco 
Encefálico Pt.2 
 
Córtex Motor 
 
Quando fala-se em córtex motor, sabemos que é uma área extensa no córtex, presente no lobo frontal e que é dividido 
em três partes: no giro pré-central encontramos o córtex motor primário (mapeamento de todas as partes do nosso 
corpo – Homúnculo de Penfield Motor), também conhecido como área 4 de Brodmann; temos à frente do giro pré-
central temos outra área grande, chamada de área 6 de Brodmann, que é dividida quando se trata de córtex motor, 
temos uma área mais lateral e inferior (área pré-motora) e uma região mais superior e medial (área suplementar motora). 
Essas regiões tem um papel muito grande de influencia na área motora primária, principalmente quando falamos em 
planejamento motor e sequencias de movimento. Lembrando também que no giro pós-central as regiões 1,2 e 3 de 
Brodman estão localizadas na região conhecida como sensitiva primária. 
Existe também as áreas de associação sensitiva, conhecida como área de associação somática, localizado na área mais 
posterior do lobo parietal e exercendo grande influencia quando falamos em movimento. 
As áreas motoras recebem grande influencia de várias regiões do encéfalo. Vimos que tanto a área motora primária 
quanto a área pré-motora e a área motora suplementar recebem influencia direta dos núcleos da base, principalmente 
quando falamos de planejamento e execução do movimento. Os núcleos da base também recebem influencia do cerebelo 
para os ajustes posturais, equilíbrio, sequencias e temporização de movimentos e todas essas informações, a partir das 
áreas pré-motoras e motora suplementar, chegam ao cerebelo, que ajusta essas alterações motoras e envia informações 
até os núcleos da base. 
Além dessas regiões motoras, existe também influencia das regiões posteriores do lobo parietal sensitivo. Essas regiões, 
principalmente a 5 e a 7 de Brodmann, enviam projeções até a área suplementar motora e a área pré-motora, que 
enviam essas regiões para o córtex motor primário. Além dessas regiões posteriores do lobo parietal, existe uma outra 
influencia cortical, mais anterior, localizado no lobo pré-frontal, de onde informações são compartilhadas com as áreas 
suplementares e pré-motoras. Sendo assim, há influencias de núcleos específicos motores, como núcleos da base, núcleos 
cerebelares, do lobo parietal e do lobo frontal na região pré-frontal, sendo essa última muito importante para a cognição 
e para a formação do “eu”. A partir do córtex motor primário temos a formação da via córtico-espinal, ou via piramidal. 
Sabemos também que na área pré-motora encontramos uma pequena formação de feixes de fibras que irão compor, 
também, a via descendente da córtico-espinal. 
Assim, o córtex motor primário irá modular a ação dos neurônios motores e interneurônios do tronco e da medula 
espinhal. Quando pensamos em córtex motor, sabe-se que a região mais lateral-inferior é responsável pela inervação da 
cabeça, boca e língua, logo, a partir dessas regiões mais inferiores, os neurônios presentes nesse local enviam suas 
projeções até os núcleos presentes no tronco encefálico que participa do movimento dessas partes corporais. A região 
mais superior desse córtex irá enviar as informações até as regiões da medula espinhal, atingindo a substancia cinzenta, 
fazendo conexão com os motoneurônios alfa e gama da medula espinal. A partir do córtex motor, duas regiões são 
atingidas pelos feixes de axônio da via córtico-espinal, formando a via córtico-espinal, córtico-nuclear e córtico-
mesencefálica. A via córtico-mesencefálica terá um grande papel na informação que chega até alguns núcleos localizados 
no mesencéfalo e quando falamos da via córtico-nuclear, falamos principalmente daquelas que atingem a ponte e o bulbo, 
onde há núcleos que atuarão na movimentação da face, boca e língua. A via córtico-espinal, por sua vez, é uma via que 
desce diretamente do córtex em direção à medula espinhal. 
Lembra-se que, nesses locais, há o cruzamento das fibras de informação. Além dessas que falamos, há ainda a via córtico-
pontina, muito importante para a inervação dos núcleos pontinhos, influenciando a formação reticular (via retículo-espinal) 
e também, mais abaixo, temos as informações que são provenientes das vias vestibulares. No córtico-mesencefálico 
existirá, principalmente, o núcleo rubro e o colículo superior, importantes para o controle da via medial e, quando falamos 
de núcleo rubro, estamos falando de via lateral. 
No córtex motor primário existe um mapeamento de todo nosso corpo, realizado por Penfield, responsáveis pela 
motricidade de nosso corpo. A região inferior do córtex motor primário é responsável pela musculatura da nossa face, 
boca, língua e também parte do pescoço, enquanto a região mais superior e medial é responsável pelo restante do nosso 
corpo. A partir dessas regiões corticais inferiores partem fibras axonais que irão inervar núcleos que estão localizados ao 
longo do tronco encefálico, essa via é conhecida como trato córtico-nuclear ou via córtico-bulbar, justamente por inervar 
os núcleos presentes no tronco encefálico daqueles pares de nervos cranianos que são responsáveis pela motricidade da 
nossa face, nossa boca, nossa língua e parte de nosso pescoço. Desses doze pares de nervos cranianos, existem nervos 
que são exclusivamente sensitivos, como os nervos olfatórios e ópticos, e nervos que são exclusivamente motores, como 
os núcleos de nervos que atuam na motricidade dos nossos olhos, sendo o terceiro, o quarto e o sexto par de nervos. 
Um outro par de nervo que recebe informação do córtex é o quinto par de nervo, conhecido como trigêmeo. A parte 
motora do trigêmeo é responsável pela motricidade de nossa mastigação, além de ter grande participação na aferência 
de toda a nossa face. O segundo par de nervo importante para inervação motora de nossa face é o núcleo do sétimo 
par, o nervo facial, responsável por inervar toda a musculatura de nossa face, além de participar de uma função sensitiva 
relacionada com a detecção de sabores na parte anterior da língua. Temos o oitavo par de nervo, vestibulococlear, que 
não é tão importante para a função motora, porém, vimos que a via vestíbulo-espinhal recebe aferência dos canais 
semicirculares e dos órgãos otolíticos e vão até o tronco encefálico nos núcleos dos nervos vestibulococleares, onde são 
enviados fibras axonais até aqueles feixes de vias até a via vestíbulo-espinhal, onde podem atuar na modulação da postura. 
 O nono par de nervo craniano, nervo glossofaríngeo, atua de sua função motora principalmente ligada à faringe e sua 
função sensitiva está relacionado à parte posterior da língua. O décimo par de nervo é o nervo vago, possuindo uma 
função sensitiva e uma função motora, porém, quando falamos da motricidade do nervo vago, temos que está ligada à 
atuação do sistema nervoso autonômico. Outros dois pares de nervos que são exclusivamente motores são os nervos 
acessórios e os nervos hipoglossos. A partir das regiões corticais responsáveis pela inervação do músculo partem axônios 
que irão fazer sinapse nos núcleos do nervo acessório, possuindo função motora principalmente da musculatura do 
esternocleidomastóide e do trapézio. Já o nervo hipoglosso é aquele de controle de nossa língua, recebendo informações 
do córtex. 
 
Expressão facial 
 
Podemos observar uma figura que mostra a imersão do nervo facial e os ramos 
formados por esse par de nervo. Temos um ramo inferior, um médio e um superior, 
inervando regiões específicas de nossa face, ou seja, o nervo facial é o responsável 
pela motricidade de nossa face. As expressões faciais são possíveis devido à atividade 
motora a partir do córtex motor primário em suas regiões mais inferiores e dos núcleos 
do nervo facial. 
 
 
 
 
 
Paralisia facial 
 
Quando temos o acometimento dessa via a partir do 
córtex até os núcleos do facial, podemosencontrar 
um distúrbio conhecido como paralisia facial, sendo 
uma alteração da atividade que pode ocorrer nas 
regiões corticais ou então nas regiões mais periféricas. 
No primeiro esquema à esquerda há um tipo de 
paralisia facial em que há a preservação dos 
movimentos de testa e sobrancelha em ambos os 
lados, porém existe uma perda do sulco nasolabial e 
queda do lábio inferior. Já no outro tipo temos a perda 
dos movimentos da testa, inabilidade de fechar os olhos 
e lacrimejamento palpebral, além de perda do sulco nasolabial e queda do lábio inferior. 
 
Núcleo Facial e inervação facial do VIIpar 
 
Agora será possível solucionar o porquê das diferenças entre esses tipos de lesão. Os núcleos do nervo facial estão 
localizados na ponte e responsável por ser o local de onde partem os axônios dos neurônios motores referentes a toda 
nossa face. Esses núcleos são pares, uma vez que os nervos existem duplicados, sendo um núcleo do lado esquerdo e 
um do lado direito. Outro detalhe interessante é que o núcleo do nervo facial possui uma divisão, sendo que a parte mais 
medial é responsável pela inervação da face 
superior e a mais externa pela inervação da 
face baixa. 
Algumas vias cruzam a linha média, partindo do 
lado contralateral informações através de 
axônios e inervando os núcleos localizados no 
outro lado da ponte. Nesse núcleo há uma 
diferença na inervação, sendo que algumas 
fibras inervam a região medial do núcleo 
enquanto outras inervam a região lateral, sendo 
presente ainda a inervação da região medial do 
núcleo por fibras de mesmo lado do córtex, 
sem haver cruzamento na linha média. 
Portanto, as diferenças podem ser explicadas devido a esses padrões distintos de inervação. As regiões mais mediais do 
núcleo recebem aferências tanto ipsilateral quanto contralateral e é responsável pela inervação do quadrante superior de 
nossa face. Já as regiões mais laterais do núcleo são 
responsáveis pela inervação do quadrante inferior de 
nossa face e recebe informação apenas contralateral. 
Sendo assim, se tivermos uma lesão após o núcleo 
facial, haverá acometimento da inervação dos dois 
quadrantes da face, e, caso ocorra uma lesão supra-
nuclear, haverá paralisia apenas de um hemisfério. 
 
 
 
Córtex Motor Primário 
 
A partir do córtex motor primário, das regiões mais superiores e mediais, haverá o comando de todos os movimentos 
que ocorrem em nosso tronco, membros superiores e inferiores, formando a via córtico-espinal. A via córtico espinal tem 
origem no córtex motor primário, no giro pré-central, forma a coroa radiada, passa pela cápsula interna, chega no 
pedúnculo cerebelar, passa pela ponte, chega no bulbo (podendo cruzar ou não). 
O trato córtico-espinal terá sua formação no córtex motor primário, com aproximadamente 30% formada no córtex 
motor primário, 30% no córtex pré-motor e motor suplementar, além de 40% em áreas somatossensoriais, por onde 
recebem as aferências do nosso corpo. Parte dessa via é cruzada nas pirâmides bulbares. 
A partir do córtex motor primário haverá a saída do feixe 
de fibras que, nessa região do encéfalo, formará uma série 
de fibras chamada de coroa radiada, que se juntará até 
formar um feixe de fibras chamado de cápsula interna. No 
mesencéfalo ela irá descender pelo pedúnculo cerebral. Na 
ponte haverá algumas divisões dessa via, sabendo que o 
núcleo rubro e o colículo superior receberão feixes dessa 
via. No bulbo ela formará o que chamamos de pirâmides 
bulbares, onde grande parte dessa via (cerca de 75 a 90%) 
cruza para o lado oposto na decussação das pirâmides. As 
fibras que cruzaram chegarão na medula espinhal no 
funículo lateral, formando o trato córtico-espinal lateral, 
responsáveis por inervar a musculatura mais distal de 
nossos membros. 
O restante das fibras 
não cruza e desce para 
a medula espinhal, 
formando o trato 
córtico-espinhal medial, 
que desce pelo funículo 
anterior, relacionado 
com a inervação da musculatura axial e a musculatura estabilizadora de movimento. 
Quando chega na medula, o trato córtico-espinhal ventral faz sinapses com os 
motoneurônios ipsilaterais e uma parcela cruza para inervar a porção contralateral. Uma parte muito pequena dessa via 
descerá e formará parte da via córtico-espinhal lateral ipsilateral. 
 
Tratos Corticais 
 
Tanto o sistema lateral quanto o sistema medial recebem informações provenientes do córtex motor e, a partir dele, há 
a formação da via córtico-espinhal lateral (compondo o sistema lateral junto com o rubroespinhal) e da via córtico-espinhal 
ventral (compondo o sistema medial em conjunto com o corticoreticulo espinhal). Lembra-se que fazem parte do sistema 
medial, ainda, a via tecto-espinal e a via vestíbulo-espinhal 
 
 
Trato Rubro-espinhal – Von Manakow 
 
Juntamente com o trato córtico-espinhal lateral é chamado de sistema motor lateral na medula espinal. Possui grande 
importância no controle da musculatura flexora. Os núcleos rubros receberão informações através de fibras diretas 
provindas do córtex motor, formando a via córtico-rubral. Além disso, o núcleo rubro recebe aferências provenientes da 
periferia vindas do cerebelo. A partir do núcleo rubro temos o cruzamento de fibras que partem do núcleo rubro e 
descem pela medula espinal pelo funículo lateral, juntamente com a via córtico-espinal lateral. Essa via rubro-espinal pode 
ser uma via alternativa dos sinais corticais para a medula espinal.

Outros materiais