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encontrar um distúrbio conhecido como paralisia facial, sendo uma alteração da atividade que pode ocorrer nas regiões corticais ou então nas regiões mais periféricas. No primeiro esquema à esquerda há um tipo de paralisia facial em que há a preservação dos movimentos de testa e sobrancelha em ambos os lados, porém existe uma perda do sulco nasolabial e queda do lábio inferior. Já no outro tipo temos a perda dos movimentos da testa, inabilidade de fechar os olhos e lacrimejamento palpebral, além de perda do sulco nasolabial e queda do lábio inferior. Núcleo Facial e inervação facial do VIIpar Agora será possível solucionar o porquê das diferenças entre esses tipos de lesão. Os núcleos do nervo facial estão localizados na ponte e responsável por ser o local de onde partem os axônios dos neurônios motores referentes a toda nossa face. Esses núcleos são pares, uma vez que os nervos existem duplicados, sendo um núcleo do lado esquerdo e um do lado direito. Outro detalhe interessante é que o núcleo do nervo facial possui uma divisão, sendo que a parte mais medial é responsável pela inervação da face superior e a mais externa pela inervação da face baixa. Algumas vias cruzam a linha média, partindo do lado contralateral informações através de axônios e inervando os núcleos localizados no outro lado da ponte. Nesse núcleo há uma diferença na inervação, sendo que algumas fibras inervam a região medial do núcleo enquanto outras inervam a região lateral, sendo presente ainda a inervação da região medial do núcleo por fibras de mesmo lado do córtex, sem haver cruzamento na linha média. Portanto, as diferenças podem ser explicadas devido a esses padrões distintos de inervação. As regiões mais mediais do núcleo recebem aferências tanto ipsilateral quanto contralateral e é responsável pela inervação do quadrante superior de nossa face. Já as regiões mais laterais do núcleo são responsáveis pela inervação do quadrante inferior de nossa face e recebe informação apenas contralateral. Sendo assim, se tivermos uma lesão após o núcleo facial, haverá acometimento da inervação dos dois quadrantes da face, e, caso ocorra uma lesão supra- nuclear, haverá paralisia apenas de um hemisfério. Córtex Motor Primário A partir do córtex motor primário, das regiões mais superiores e mediais, haverá o comando de todos os movimentos que ocorrem em nosso tronco, membros superiores e inferiores, formando a via córtico-espinal. A via córtico espinal tem origem no córtex motor primário, no giro pré-central, forma a coroa radiada, passa pela cápsula interna, chega no pedúnculo cerebelar, passa pela ponte, chega no bulbo (podendo cruzar ou não). O trato córtico-espinal terá sua formação no córtex motor primário, com aproximadamente 30% formada no córtex motor primário, 30% no córtex pré-motor e motor suplementar, além de 40% em áreas somatossensoriais, por onde recebem as aferências do nosso corpo. Parte dessa via é cruzada nas pirâmides bulbares. A partir do córtex motor primário haverá a saída do feixe de fibras que, nessa região do encéfalo, formará uma série de fibras chamada de coroa radiada, que se juntará até formar um feixe de fibras chamado de cápsula interna. No mesencéfalo ela irá descender pelo pedúnculo cerebral. Na ponte haverá algumas divisões dessa via, sabendo que o núcleo rubro e o colículo superior receberão feixes dessa via. No bulbo ela formará o que chamamos de pirâmides bulbares, onde grande parte dessa via (cerca de 75 a 90%) cruza para o lado oposto na decussação das pirâmides. As fibras que cruzaram chegarão na medula espinhal no funículo lateral, formando o trato córtico-espinal lateral, responsáveis por inervar a musculatura mais distal de nossos membros. O restante das fibras não cruza e desce para a medula espinhal, formando o trato córtico-espinhal medial, que desce pelo funículo anterior, relacionado com a inervação da musculatura axial e a musculatura estabilizadora de movimento. Quando chega na medula, o trato córtico-espinhal ventral faz sinapses com os motoneurônios ipsilaterais e uma parcela cruza para inervar a porção contralateral. Uma parte muito pequena dessa via descerá e formará parte da via córtico-espinhal lateral ipsilateral. Tratos Corticais Tanto o sistema lateral quanto o sistema medial recebem informações provenientes do córtex motor e, a partir dele, há a formação da via córtico-espinhal lateral (compondo o sistema lateral junto com o rubroespinhal) e da via córtico-espinhal ventral (compondo o sistema medial em conjunto com o corticoreticulo espinhal). Lembra-se que fazem parte do sistema medial, ainda, a via tecto-espinal e a via vestíbulo-espinhal Trato Rubro-espinhal – Von Manakow Juntamente com o trato córtico-espinhal lateral é chamado de sistema motor lateral na medula espinal. Possui grande importância no controle da musculatura flexora. Os núcleos rubros receberão informações através de fibras diretas provindas do córtex motor, formando a via córtico-rubral. Além disso, o núcleo rubro recebe aferências provenientes da periferia vindas do cerebelo. A partir do núcleo rubro temos o cruzamento de fibras que partem do núcleo rubro e descem pela medula espinal pelo funículo lateral, juntamente com a via córtico-espinal lateral. Essa via rubro-espinal pode ser uma via alternativa dos sinais corticais para a medula espinal.