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Gestao contabil financeira

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Prévia do material em texto

Copyright	©	 2015	 André	 Luis	 Fernandes	 Limeira,	 Carlos	 Alberto	 dos	 Santos	 Silva,	 Carlos	 Vieira,	 Raimundo	Nonato
Souza	Silva
Direitos	desta	edição	reservados	à
EDITORA	FGV
Rua	Jornalista	Orlando	Dantas,	37
22231-010	—	Rio	de	Janeiro,	RJ	—	Brasil
Tels.:	0800-021-7777	—	(21)	3799-4427
Fax:	(21)	3799-4430
e-mail:	editora@fgv.br	—	pedidoseditora@fgv.br
web	site:	www.fgv.br/editora
Todos	os	direitos	reservados.	A	reprodução	não	autorizada	desta	publicação,	no	todo	ou	em	parte,	constitui	violação	do
copyright	(Lei	no	9.610/98).
Os	conceitos	emitidos	neste	livro	são	de	inteira	responsabilidade	dos	autores.
1a	edição,	2012.	1a	edição	revista,	2014.	2a	edição,	2015.
Revisão	de	originais:	Sandra	Frank
Editoração	eletrônica:	FA	Studio
Revisão:	Aleidis	de	Beltran	e	Fatima	Caroni
Capa:	aspecto:design
Ilustração	de	capa:	Fesouza
Conversão	para	eBook:	Freitas	Bastos
Limeira,	André	Luis	Fernandes
Gestão	contábil	financeira	/	André	Luis	Fernandes	Limeira...	[et	al.].	–	2.	ed.	–	Rio	de	Janeiro	:	Editora	FGV,
2015.
196	p.	-	(Gestão	empresarial	(FGV	Management))
Em	colaboração	com	Carlos	Alberto	dos	Santos	Silva,	Carlos	Vieira,	Raimundo	Nonato	Souza	Silva.
Publicações	FGV	Management.
Inclui	bibliografia.
ISBN:	978-85-225-1649-0
1.	Contabilidade	gerencial.	2.	Análise	econômico-financeira.	 I.	Silva,	Carlos	Alberto	dos	Santos,	1947-	 .	 II.
Vieira,	Carlos.	III.	Silva,	Raimundo	Nonato	Souza.	IV.	FGV	Management.	V.	Fundação	Getulio	Vargas.	VI.	Título.
VII.	Série.
CDD	–	657.7
Aos	nossos	alunos	e	aos	nossos	colegas	docentes,
que	nos	levam	a	pensar	e	repensar	nossas	práticas.
Sumário
Capa
Folha	de	Rosto
Créditos
Dedicatória
Apresentação
Introdução
1	|	A	contabilidade	e	o	sistema	de	informação	contábil
Fundamentos	da	contabilidade
Usuários	das	informações	contábeis
A	informação	contábil
Objetivos	da	contabilidade
Conceitos	básicos	da	contabilidade
Limitações	da	contabilidade
A	contabilidade	financeira	e	a	contabilidade	gerencial
Estrutura	conceitual	para	apresentação	das	demonstrações	contábeis
Limitações	na	relevância	e	na	confiabilidade	das	informações
2	|	Estrutura	das	demonstrações	contábeis
Informação	e	demonstrações	contábeis
Balanço	patrimonial
Avaliação	dos	ativos
Avaliação	do	passivo
Procedimentos	necessários	para	elaboração	do	balanço	patrimonial
Apresentação	analítica	do	balanço	patrimonial
Demonstração	do	resultado	do	exercício	(DRE)
Demonstração	do	resultado	abrangente	total
Demonstração	dos	fluxos	de	caixa
Método	indireto
Método	direto
Demonstração	das	mutações	do	patrimônio	líquido
Demonstração	do	valor	adicionado
Notas	explicativas
Relatório	da	administração
Relatório	dos	auditores	independentes
3	|	Elaboração	das	demonstrações	contábeis	e	composição	do	patrimônio	líquido
Critérios	de	elaboração	das	demonstrações	contábeis
Patrimônio	líquido	e	sua	composição
Capital	social
Reservas	de	capital
Reservas	de	lucros
Reserva	legal
Reservas	estatutárias
Reserva	para	contingências
Reserva	de	lucros	a	realizar
Reservas	de	lucros	para	expansão	(retenção	de	lucros)
Reserva	de	Incentivos	fiscais
Reserva	especial	para	dividendo	obrigatório	não	distribuído
Lucros	e	prejuízos	acumulados
Fatores	que	modificam	o	patrimônio	líquido
Ajustes	de	avaliação	patrimonial
4	|	Análise	econômico-financeira
Objetivos	da	análise	econômico-financeira	e	principais	usuários
Preparação	do	balanço	patrimonial	para	a	análise	dinâmica
Composição	do	capital	circulante	líquido	(CCL)
Necessidade	de	capital	de	giro	(NCG)
Saldo	em	tesouraria	(ST)
Efeito	tesoura	(ET)
Critérios	de	análise	econômico-financeira
Análise	vertical
Análise	horizontal
Indicadores	econômico-financeiros
Índices	de	estrutura	de	capital
Índices	de	liquidez
Índices	de	lucratividade	e	rentabilidade
Índices	de	prazos	médios
Conclusão
Referências
Os	autores
André	Luis	Fernandes	Limeira
Carlos	Alberto	dos	Santos	Silva
Carlos	Vieira
Raimundo	Nonato	Souza	Silva
Apresentação
Este	 livro	 compõe	 as	 Publicações	 FGV	 Management,	 programa	 de	 educação	 continuada	 da
Fundação	Getulio	Vargas	(FGV).
A	FGV	é	uma	instituição	de	direito	privado,	com	mais	de	meio	século	de	existência,	gerando
conhecimento	por	meio	da	pesquisa,	transmitindo	informações	e	formando	habilidades	por	meio
da	 educação,	 prestando	 assistência	 técnica	 às	 organizações	 e	 contribuindo	 para	 um	 Brasil
sustentável	e	competitivo	no	cenário	internacional.
A	 estrutura	 acadêmica	 da	 FGV	 é	 composta	 por	 nove	 escolas	 e	 institutos,	 a	 saber:	 Escola
Brasileira	 de	 Administração	 Pública	 e	 de	 Empresas	 (Ebape),	 dirigida	 pelo	 professor	 Flavio
Carvalho	de	Vasconcelos;	Escola	de	Administração	de	Empresas	de	São	Paulo	(Eaesp),	dirigida
pela	 professora	 Maria	 Tereza	 Leme	 Fleury;	 Escola	 de	 Pós-Graduação	 em	 Economia	 (EPGE),
dirigida	pelo	professor	Rubens	Penha	Cysne;	Centro	de	Pesquisa	e	Documentação	de	História
Contemporânea	 do	Brasil	 (Cpdoc),	 dirigido	 pelo	 professor	Celso	Castro;	 Escola	 de	Direito	 de
São	Paulo	(Direito	GV),	dirigida	pelo	professor	Oscar	Vilhena	Vieira;	Escola	de	Direito	do	Rio	de
Janeiro	(Direito	Rio),	dirigida	pelo	professor	Joaquim	Falcão;	Escola	de	Economia	de	São	Paulo
(Eesp),	dirigida	pelo	professor	Yoshiaki	Nakano;	Instituto	Brasileiro	de	Economia	(Ibre),	dirigido
pelo	professor	Luiz	Guilherme	Schymura	de	Oliveira;	e	Escola	de	Matemática	Aplicada	(Emap),
dirigida	pela	professora	Maria	 Izabel	Tavares	Gramacho.	São	diversas	unidades	 com	a	marca
FGV,	trabalhando	com	a	mesma	filosofia:	gerar	e	disseminar	o	conhecimento	pelo	país.
Dentro	de	suas	áreas	específicas	de	conhecimento,	cada	escola	é	responsável	pela	criação	e
elaboração	dos	cursos	oferecidos	pelo	 Instituto	de	Desenvolvimento	Educacional	 (IDE),	criado
em	 2003,	 com	 o	 objetivo	 de	 coordenar	 e	 gerenciar	 uma	 rede	 de	 distribuição	 única	 para	 os
produtos	e	serviços	educacionais	produzidos	pela	FGV,	por	meio	de	suas	escolas.	Dirigido	pelo
professor	 Rubens	Mario	 Alberto	Wachholz,	 o	 IDE	 conta	 com	 a	Direção	 de	Gestão	 Acadêmica
pela	professora	Maria	Alice	da	Justa	Lemos,	com	a	Direção	da	Rede	Management	pelo	professor
Mário	Couto	Soares	Pinto,	com	a	Direção	dos	Cursos	Corporativos	pelo	professor	Luiz	Ernesto
Migliora,	 com	 a	 Direção	 dos	 Núcleos	 MGM	 Brasília	 e	 Rio	 de	 Janeiro	 pelo	 professor	 Silvio
Roberto	Badenes	 de	Gouvea,	 com	a	Direção	 do	Núcleo	MGM	São	Paulo	 pelo	 professor	 Paulo
Mattos	 de	 Lemos,	 com	 a	 Direção	 das	 Soluções	 Educacionais	 pela	 professora	 Mary	 Kimiko
Magalhães	Guimarães	Murashima	e	com	a	Direção	dos	Serviços	Compartilhados	pelo	professor
Gerson	Lachtermacher.	O	 IDE	engloba	o	programa	FGV	Management	 e	 sua	 rede	 conveniada,
distribuída	em	 todo	o	país	 e,	 por	meio	de	 seus	programas,	desenvolve	 soluções	em	educação
presencial	e	a	distância	e	em	treinamento	corporativo	customizado,	prestando	apoio	efetivo	à
rede	FGV,	de	acordo	com	os	padrões	de	excelência	da	instituição.
Este	 livro	 representa	 mais	 um	 esforço	 da	 FGV	 em	 socializar	 seu	 aprendizado	 e	 suas
conquistas.	 Ele	 é	 escrito	 por	 professores	 do	 FGV	Management,	 profissionais	 de	 reconhecida
competência	acadêmica	e	prática,	o	que	torna	possível	atender	às	demandas	do	mercado,	tendo
como	suporte	sólida	fundamentação	teórica.
A	FGV	espera,	com	mais	essa	iniciativa,	oferecer	a	estudantes,	gestores,	técnicos	e	a	todos
aqueles	 que	 têm	 internalizado	 o	 conceito	 de	 educação	 continuada,	 tão	 relevante	 na	 era	 do
conhecimento	na	qual	se	vive,	insumos	que,	agregados	às	suas	práticas,	possam	contribuir	para
sua	especialização,	atualização	e	aperfeiçoamento.
Rubens	Mario	Alberto	Wachholz
Diretor	do	Instituto	de	Desenvolvimento	Educacional
Sylvia	Constant	Vergara
Coordenadora	das	Publicações	FGV	Management
Introdução
O	mundo	dos	negócios	evolui	rapidamente	em	meio	a	um	período	que	pode	ser	considerado	a
nova	 economia,	 amparado	 pelo	 avanço	 tecnológico	 constante.	 Paradigmas	 têm	 sido
constantemente	 quebrados	 a	 uma	 velocidade	 ímpar,	 pois	 são	 completamente	 novas	 as
determinantes	de	valor	que	movem	o	competitivoambiente	empresarial.
Nessa	contínua	mudança,	percebe-se	o	crescimento	de	diversos	ambientes	de	negócios,	até
mesmo	em	função	da	redução	de	outros,	movidos	pela	percepção	de	valor,	aspecto	de	grande
importância	 para	 os	 consumidores	 de	 forma	 geral.	 Como	 consequência,	 nota-se	 também	 o
nascimento	 de	 múltiplos	 segmentos,	 que	 até	 pouco	 tempo	 permaneciam	 de	 certa	 forma
inexplorados.
O	nascimento	ou	crescimento	de	um	ambiente	de	negócios	pressupõe	a	existência	de	uma
organização	 que,	 sustentada	 pelo	 investimento	 inicial	 e	 pela	 contínua	 geração	 de	 lucros,
garante	não	só	a	geração	de	rendimentos	para	seus	acionistas	como,	principalmente,	a	geração
de	empregos	e	a	consequente	movimentação	da	economia.
Diante	dos	desafios	de	uma	eficiente	gestão	baseada	em	resultados,	os	executivos	necessitam
tomar	decisões	rápidas	e	eficientes,	de	forma	a	alavancar	negócios.	Esses	momentos	resultam
na	avaliação	de	diversas	hipóteses	que	apresentam	cenários	com	características	distintas,	como:
fusão,	aquisição	ou	incorporação	de	empresas;
redução	ou	incremento	de	portfólio	de	produtos;
novos	investimentos;
novos	projetos	de	inovação.
Qualquer	 uma	 dessas	 decisões	 implicará	 investimentos,	 que	 trarão	 crescimento	 na
onerosidade	em	função	dos	recursos	contratados,	recursos	esses	necessários	para	o	processo	de
crescimento	 contínuo.	A	decisão	de	 contratação	 ou	não	de	novas	 fontes	de	 recursos	 ocorrerá
com	base	em	números	captados	diretamente	de	um	eficiente	sistema	de	informações.
Nesse	momento	 entram	os	 conceitos	 de	 contabilidade,	 regidos	 pela	 ciência	 contábil	 e	 que
representam	 a	 base	 principal	 para	 qualquer	 sistema	 de	 informações	 confiável	 e	 de	 ampla
utilização.
Por	 isso,	 afirmamos	 que	 nada	 existiria	 sem	 o	 advento	 dessa	 ciência	 que,	 a	 cada	 dia,	 se
moderniza	e	se	reveste	de	características	irrestritas.	A	utilização	da	contabilidade	torna-se	cada
dia	mais	ampla,	principalmente	devido	à	atual	necessidade	de	transparência	na	divulgação	dos
resultados	das	empresas	como	fator	preponderante	para	a	fidelização	dos	acionistas,	clientes	e
até	mesmo	dos	empregados.
Este	 livro	 objetiva	 apresentar	 a	 importância	 da	 contabilidade	 no	 meio	 empresarial	 como
ferramenta	 fundamental	para	o	processo	decisório.	Nossa	 intenção	é	demonstrar	o	volume	de
informações	geradas	pela	contabilidade	através	da	interpretação	dos	relatórios	que	compõem	as
demonstrações	contábeis.	Tais	relatórios	possuem	informações	de	grande	utilidade	para	tomada
de	decisões	 em	diversas	 linhas	de	 avaliação	do	negócio.	Você	perceberá,	 ao	 longo	da	 leitura,
como	 extrair	 as	 informações	 das	 demonstrações	 contábeis,	 qual	 o	 critério	 adotado
universalmente	para	avaliação	dos	investimentos	societários	e	que	indicadores	de	desempenho
mapeiam	a	situação	econômica,	financeira	e	operacional	da	empresa.
Gestão	contábil	 financeira	 apresenta	 um	 conteúdo	 dividido	 em	 quatro	 capítulos,	 nos	 quais
propomos	a	discussão	ampla	do	tema,	numa	sequência	lógica	e	interligada,	que	possibilitará	o
contato	 com	 a	 temática	 contábil,	 tão	 importante	 para	 as	 organizações	 em	 um	 ambiente	 de
permanentes	mudanças.
Vejamos,	então,	como	estão	divididos	os	temas.
O	primeiro	capítulo	tem	a	finalidade	de	apresentar	as	funções	básicas	da	contabilidade.	No
processo	 contábil,	 verificaremos	 como	 os	 fatos	 contábeis	 se	 transformam	 em	 demonstrações
contábeis	e	quais	usuários	utilizam	essas	informações	para	suas	decisões,	que	têm	finalidades
múltiplas.	Veremos,	também,	os	conceitos	básicos	que	movem	o	sistema	contábil,	divididos	pelas
respectivas	demonstrações	contábeis.	Todos	os	conceitos	são	seguidos	de	exemplos	ilustrativos.
Encerramos	 o	 capítulo	 apresentando	 a	 nova	 estrutura	 conceitual	 básica	 da	 contabilidade
(framework),	 devidamente	 aprovada	 pela	 Comissão	 de	 Valores	 Mobiliários	 (CVM)	 e	 pelo
Conselho	 Federal	 de	 Contabilidade	 (CFC).	 Tal	 estrutura	 é	 apresentada	 por	 meio	 de
pronunciamentos	do	Comitê	de	Pronunciamentos	Contábeis	(CPC),	que	criam	as	regras	para	o
entendimento	 da	 ciência	 contábil,	 bem	 como	 apresentam	 as	 características	 qualitativas	 das
demonstrações	contábeis	e	suas	limitações.
O	 segundo	 capítulo	 tem	 como	 finalidade	 apresentar	 e	 discutir	 as	 cinco	 demonstrações
contábeis	exigidas	pela	Lei	das	Sociedades	por	Ações	 (Lei	no	 6.404/1976	alterada	pela	Lei	no
11.638/2007)	 utilizadas	 como	 base	 de	 informação.	 As	 demonstrações	 serão	 analiticamente
apresentadas,	 evidenciando	 cada	 uma	 das	 contas	 contábeis	 que	 as	 compõem,	 bem	 como	 sua
finalidade	e	utilização.	Discutiremos	amplamente	as	seguintes	demonstrações	contábeis:
balanço	patrimonial;
demonstração	de	resultados	do	exercício;
demonstração	do	resultado	abrangente;
demonstração	dos	fluxos	de	caixa;
demonstração	das	mutações	do	patrimônio	líquido;
demonstração	do	valor	adicionado;
notas	explicativas.
Ao	final	do	capítulo	discutiremos	os	relatórios	contábeis	que	complementam	as	informações	a
serem	divulgadas	pelas	empresas	e	que	observam	as	instruções	da	referida	lei,	quais	sejam:
relatório	da	administração;
parecer	dos	auditores	independentes;
parecer	do	conselho	fiscal.
O	terceiro	capítulo	tem	como	finalidade	apresentar	uma	metodologia	prática	para	elaboração
das	demonstrações	contábeis	e	discutir	o	patrimônio	líquido	e	sua	composição.	Desenvolvemos	o
modelo	de	registro	das	transações	por	meio	da	tabela	“simulação	patrimonial”,	com	o	intuito	de
substituir	 os	 razonetes,	 bem	 como	 a	 linguagem	 do	 “débito”	 e	 “crédito”,	 pela	 avaliação	 das
origens	e	aplicações	de	recursos	por	meio	da	soma	e/ou	diminuição	de	cada	conta.
O	quarto	capítulo	promoverá	uma	discussão	de	análise	econômico-financeira	a	ser	preparada
considerando	os	índices	específicos	para	cada	uma	das	demonstrações	contábeis.	Os	índices	ou
indicadores	 serão	 apresentados	 em	 quatro	 blocos,	 de	 forma	 a	 permitir	 uma	 visão	 da
performance	das	organizações	a	partir	dos	conceitos	que	cada	um	apresenta:
índices	de	estrutura	de	capital;
índices	de	liquidez;
índices	de	lucratividade	e	rentabilidade;
índices	de	prazos	médios.
Além	 disso,	 estudaremos	 a	 importância	 da	 aplicação	 das	 análises	 vertical	 e	 horizontal	 na
avaliação	da	situação	econômica	e	financeira	das	empresas.
Optamos	 por	 apresentar	 o	 exemplo	 de	 uma	 empresa	 fictícia	 denominada	 Estrela	 Solitária
S/A,	permitindo	a	você	observar	e	estudar	o	impacto	dos	diversos	índices	citados,	considerando
dois	períodos	simultaneamente.
Desejamos	 a	 você	 uma	 excelente	 sessão	 de	 estudos.	 Utilize	 os	 conceitos	 apresentados	 na
gestão	da	sua	empresa.	Não	se	esqueça	de	que	o	conceito	de	continuidade	da	sua	e	de	todas	as
organizações	está	fortemente	ligado	aos	conceitos	de	um	sistema	de	informações	contábeis	que,
sendo	 criteriosamente	 divulgado	 e	 analisado,	 permite	 uma	 eficiente	 e	 rápida	 tomada	 de
decisões.
Boa	leitura!
1
A	contabilidade	e	o	sistema	de	informação	contábil
Neste	primeiro	capítulo,	mostraremos	a	você	os	fundamentos	da	contabilidade,	sua	evolução	ao
longo	do	 tempo,	 assim	como	a	 importância	e	a	 contribuição	que	ela	 concede	aos	gestores	na
atualidade.	 Mostraremos,	 também,	 que	 é	 a	 contabilidade	 uma	 das	 ciências	 mais	 completas
existentes,	única	capaz	de	promover	registros	de	todos	os	fatos	mensuráveis	nas	organizações.
Fundamentos	da	contabilidade
A	contabilidade,	cujo	principal	objetivo	é	gerar	 informações	acerca	da	situação	econômica,
patrimonial	 e	 financeira	 da	 entidade,	 representa	 uma	 atividade	 de	 extrema	 importância	 no
processo	de	gestão	das	organizações.	As	informações	são	geradas	por	meio	das	demonstrações
contábeis,	 cujos	 dois	 principais	 relatórios	 são	 o	 balanço	 patrimonial	 e	 a	 demonstração	 de
resultado.
O	 conceito	 de	 balanço,	 cujo	 formato	 se	 parece	 com	 uma	 balança,	 que	 é	 uma	 palavra	 de
origem	 latina,	 surgiu	 há	 alguns	 séculos,	 originado	 da	 necessidade	 de	 criação	 de	 maiores
controles	 por	 parte	 das	 empresas.Agrupando	 os	 itens	 de	 forma	 adequada,	 chegou-se	 à
conclusão	de	que	eles	deveriam	ser	colocados	nos	lados	da	balança	da	seguinte	forma:
do	lado	esquerdo,	os	itens	que	geravam	as	atividades;
do	lado	direito,	as	origens	dos	recursos	obtidos	para	serem	aplicados	no	lado	esquerdo.
Como	primeiro	exercício,	pequenos	demonstrativos	foram	preparados,	conforme	o	quadro	1
permite	visualizar.
Quadro	1
DEMONSTRAÇÃO
Item Valor Item Valor
Caixa 3.000 Valores	a	pagar 3.000
Valores	a	receber 4.500 Patrimônio	líquido 12.500
Imóveis 8.000 	 	
Total 15.500 Total 15.500
A	ideia	principal	da	demonstração	era	evidenciar	a	situação	patrimonial	da	empresa	naquele
momento.
Em	 seguida,	 surgiu	 a	 necessidade	 de	 um	 ajuste	 no	 formulário	 criado,	 pois	 haviam	 sido
recebidas	 receitas	 oriundas	 de	 aluguel	 de	 algumas	 salas	 do	 imóvel	 que	 se	 encontravam
disponíveis.	 Tal	 fato	 alterou	 o	 formulário	 significativamente,	 pois	 o	 caixa	 aumentou,	 o	 que
deveria	ser	também	demonstrado	do	outro	lado	e,	como	não	se	tratava	de	valores	a	pagar,	foram
considerados	patrimônio	líquido.
O	formulário	passou	a	apresentar	a	situação	demonstrada	no	quadro	2.
Quadro	2
DEMONSTRAÇÃO	–	SEGUNDA	VERSÃO
Item Valor Item Valor
Caixa 3.500 Valores	a	pagar 3.000
Valores	a	receber 4.500 Patrimônio	líquido 13.000
Imóveis 8.000 	 	
Total 16.000 Total 16.000
Nesse	 momento	 percebeu-se	 a	 necessidade	 de	 anotar	 um	 registro	 que	 demonstrasse	 os
valores	 recebidos	 e	 que	 alteraram	 o	 caixa,	 porém	 somente	 mais	 tarde	 surgiu	 uma	 forma
eficiente	para	essas	anotações,	que	se	tornaram	a	base	para	a	demonstração	de	resultados	do
exercício.
Dessa	forma,	surgiu	o	conceito	de	ativo	(o	lado	esquerdo)	e	de	passivo	(o	lado	direito)	e,	por
consequência,	o	objetivo	da	demonstração,	que	passou	a	se	chamar	balanço	patrimonial.	Assim
como	 as	 demais	 demonstrações,	 que	 serão	 estudadas	 com	 detalhe	 no	 próximo	 capítulo,	 o
balanço	 patrimonial	 é	 resultado	 da	 aplicação	 do	 método	 de	 partidas	 dobradas,	 que	 preza	 o
conceito	de	duplo	registro,	a	saber:
a	indicação	de	onde	estão	aplicados	os	recursos,	ou	as	aplicações;
a	indicação	da	origem	desses	recursos.
Em	outras	palavras,	 o	método	de	partidas	dobradas	diz	que	para	 todo	crédito	 (ou	origem)
existe	um	débito	(ou	aplicação)	correspondente,	balanceando	a	situação.
Como	 exemplo	 de	 um	 lançamento	 contábil	 observando	 o	 método	 de	 partidas	 dobradas,
citamos	uma	aquisição	de	estoques,	com	pagamento	a	ser	efetuado	no	prazo	de	30	dias,	no	valor
de	R$	20.000,00.	Dessa	forma,	teremos	o	seguinte:
Ativo Passivo
Estoques R$	20.000,00 Fornecedores R$	20.000,00
A	simplicidade	da	 informação	gerada	 foi	aperfeiçoada	e	aprofundada	ao	 longo	dos	séculos.
Entretanto,	não	perdeu	o	objetivo	principal,	que	sempre	foi	o	de	mostrar	a	situação	patrimonial
das	 organizações,	 bem	 como	 a	 apuração	 periódica	 de	 seus	 resultados	 econômicos,	 a	 saber,
lucros	ou	prejuízos.
Nos	 tempos	 atuais,	 a	 informação	 contábil	 é	 de	 extrema	 importância	 para	 a	 segurança	dos
processos	decisórios,	 sejam	eles	envolvendo	compra	de	ativos,	 até	 fusões,	 incorporações	e/ou
aquisições	 de	 outras	 organizações.	 Podemos	 afirmar	 que,	 sem	 a	 utilização	 do	 sistema	 de
informação	contábil,	as	decisões	a	serem	tomadas	pelas	organizações	diariamente	demandariam
muito	mais	tempo	dos	executivos.
Define-se	a	contabilidade	como	“um	sistema	de	informações	e	avaliação	destinado	a	prover
seus	 usuários	 com	 demonstrações	 e	 análises	 de	 natureza	 econômica,	 financeira	 e	 de
produtividade	 com	 relação	 à	 entidade	 objeto	 de	 contabilização”	 (Perez	 Junior	 e	 Begalli,
1999:67).
Iudícibus	e	Marion	(1999:17)	citam	que:
A	 função	 fundamental	 da	 Contabilidade	 [...]	 tem	 permanecido	 inalterada	 desde	 os	 primórdios.	 Sua
finalidade	é	prover	os	usuá​rios	dos	demonstrativos	financeiros	com	informações	que	os	ajudarão	a	tomar
decisões.	Sem	dúvida,	tem	havido	mudanças	substanciais	nos	tipos	de	usuários	e	nas	formas	de	informação
que	 têm	 procurado.	 Todavia,	 esta	 função	 dos	 demonstrativos	 financeiros	 é	 fundamental	 e	 profunda.	 O
objetivo	 básico	 dos	 demonstrativos	 financeiros	 é	 prover	 informação	 útil	 para	 a	 tomada	 de	 decisões
econômicas.
É	interessante	observar	a	forma	contábil	e	compará-la	à	forma	de	um	sistema	de	informação.
A	 tecnologia	 da	 informação	 nos	 indica	 a	 transformação	 dos	 dados	 em	 informações,	 como	 a
figura	1	permite	visualizar.
Figura	1
SISTEMA	DE	INFORMAÇÃO
Se	verificarmos	a	 forma	como	o	 sistema	contábil	 se	 compõe,	 concluiremos	que	existe	uma
transformação	 de	 fatos	 contábeis	 em	 demonstrações	 contábeis,	 da	 mesma	 forma	 como	 num
sistema	de	informação,	que	apresenta	as	características	mostradas	na	figura	2.
Figura	2
SISTEMA	DE	INFORMAÇÃO	CONTÁBIL
O	sistema	de	informação	contábil	pode	ser	explicitado	como	se	segue.
Fatos	contábeis	correspondem	a	 transações	diversas	ocorridas	em	uma	organização.	Como
exemplos	podemos	citar,	entre	outros:
compra	e	venda	de	mercadorias;
pagamento	de	salários;
recebimentos	de	vendas	efetuadas;
aquisições	de	imobilizado;
contratação	e	pagamento	de	empréstimos;
despesas	incorridas;
impostos	pagos	ou	a	pagar.
Tais	fatos	contábeis	são,	portanto,	eventos	que	podem	ser	mensurados	de	forma	econômica	e
financeira,	trazendo	com	eles	os	seguintes	conceitos:
regime	de	caixa,	que	se	refere	aos	eventos	financeiros	e,	basicamente,	aos	registros	de	caixa.
No	caso,	a	receita	só	é	reconhecida	contabilmente	quando	ocorre	a	entrada	de	dinheiro,	e	o
mesmo	 acontece	 com	 a	 despesa.	 O	 regime	 de	 caixa	 talvez	 tenha	 tido	 muita	 utilidade	 há
algumas	décadas,	mas	não	atualmente,	pois	não	capta	a	realidade	das	operações	empresariais
em	que	ocorrem	múltiplas	situações	de	compras	e	vendas	a	prazo;
regime	de	competência,	que	se	refere	aos	eventos	econômicos,	ou	seja,	promove	o	registro	de
todos	os	fatos	na	ocasião	de	seu	fato	gerador,	independentemente	de	terem	ou	não	sido	pagos
e/ou	 recebidos.	 O	 regime	 de	 competência	 veio	 trazer	 uma	 clareza	 maior	 para	 as
demonstrações	 contábeis,	 pois	 não	 induz	 a	 erros	de	 interpretação	 em	 função	do	 registro	de
todos	os	eventos	ocorridos	na	empresa.
Podemos	afirmar	que	os	eventos	econômicos	transformam-se	em	eventos	financeiros,	a	não
ser	que	inadimplências	ocorram	no	percurso.	Como	exemplo,	citamos	vendas	efetuadas	a	prazo
que,	 após	 o	 vencimento,	 não	 foram	 pagas	 pelo	 cliente,	 gerando,	 dessa	 forma,	 uma	 perda
devidamente	contabilizada	após	o	necessário	instrumento	de	protesto	ocorrido.
Os	fatos	contábeis	são	divididos	em	duas	categorias,	a	saber:
fatos	 permutativos,	 que	 não	 alteram	 a	 situação	 patrimonial	 das	 empresas.	 Como	 exemplos,
podemos	citar	uma	compra	de	estoques	a	prazo	e	o	pagamento	de	um	empréstimo	contratado.
Ambos	 os	 exemplos	 envolvem	 somente	 eventos	 patrimoniais,	 sem	 alteração	 em	 lucros	 e/ou
prejuízos;
fatos	modificativos,	que	alteram	a	situação	patrimonial	das	empresas.	Como	exemplo	citamos	a
venda	 de	 produtos	 além	 dos	 custos	 incorridos	 na	 operação,	 o	 que	 gera	 uma	 alteração
patrimonial	com	apuração	do	lucro,	que	alterará	o	patrimônio	líquido.
Esses	fatos	contábeis	necessitam	ser	registrados.	Registro	corresponde	à	utilização	dos	livros
contábeis	obrigatórios,	como	o	diário	e	o	razão,	onde	os	fatos	são	registrados,	sempre	de	forma
diferenciada,	como	(Perez	Junior	e	Begalli,	1999):
no	livro	diário	as	transações	são	registradas	de	forma	cronológica;
no	livro	razão	as	transações	são	registradas	analítica	e	separadamente	por	tipo	de	evento.
Deve	 ser	 mencionado	 que	 o	 registro	 dos	 fatos	 contábeis	 nos	 livros	 obrigatórios	 é	 feito
mediante	a	utilização	de	uma	codificação	chamada	de	“contas	contábeis”.	O	conjunto	de	contas
contábeis,	 organizadas	 de	 forma	 racional	 e	 planificada,	 constitui	 o	 “plano	de	 contas”	 de	 uma
empresa,	objeto	de	estudo	do	próximo	capítulo.
O	plano	de	contas	de	uma	empresa	deve	ser	dimensionado	de	forma	coerente	com	o	tamanho
da	mesmae	 com	a	quantidade	de	 lançamentos	 contábeis	 efetuados	nos	períodos,	 evitando-se
uma	quantidade	de	contas	contábeis	maior	do	que	a	necessária.
Demonstrações	 contábeis	 constituem	 os	 retratos	 da	 situação	 econômica	 e	 financeira	 das
empresas	perante	a	sociedade.	Segundo	a	Lei	das	Sociedades	por	Ações	 (Lei	no	6.404/1976	e
suas	recentes	alterações	pela	Lei	no	11.638/2007),	as	demonstrações	contábeis	são:
balanço	patrimonial;
demonstração	de	resultado	do	exercício;
demonstração	do	fluxo	de	caixa;
demonstração	das	mutações	do	patrimônio	líquido;
demonstração	do	valor	adicionado;
demonstração	do	resultado	abrangente;
notas	explicativas.
As	demonstrações	contábeis	apresentam	 informações	úteis	aos	usuários	e	são	 interligadas.
Na	 seção	 que	 trata	 da	 informação	 contábil,	 mostraremos	 a	 interligação	 dos	 dois	 primeiros
demonstrativos	contábeis;	a	interligação	completa	entre	todos	os	demonstrativos	citados	acima
será	mostrada	no	próximo	capítulo	deste	livro.
Como	 falamos,	 o	 registro	 dos	 fatos	 contábeis	 ocorre	 em	 função	 do	 fluxo	 de	 recursos	 das
empresas,	explicitado	na	figura	3.
Figura	3
FLUXO	DE	RECURSOS	DAS	EMPRESAS
As	origens	são	consideradas	os	créditos	das	empresas.
Nas	demonstrações	contábeis,	podemos	observar,	por	exemplo,	que:
no	balanço	patrimonial,	representam	o	passivo	e	o	patrimônio	líquido;
no	demonstrativo	de	resultados	do	exercício,	representam	as	receitas	e	o	lucro.
As	aplicações	são	consideradas	os	débitos	das	empresas.
Nas	demonstrações	contábeis	podemos	observar,	por	exemplo,	que:
no	balanço	patrimonial,	representam	o	ativo;
no	demonstrativo	de	resultados	do	exercício,	representam	as	despesas	e	os	custos.
Se	 verificarmos	 que	 os	 recursos	 das	 empresas	 são	 obtidos	 com	 os	 sócios	 ou	 com	 bancos,
fornecedores	 e	 outros,	 chegaremos	 aos	 conceitos	 de	 capital	 próprio	 (recursos	 dos	 sócios)	 e
capital	de	terceiros	(recursos	de	outros,	externos	à	empresa).
Em	paralelo,	observemos	que	as	aplicações	podem	ser	feitas	para	o	giro	contínuo,	como:
estoques;
contas	a	receber;
aplicações	de	curto	prazo;
caixa	ou	disponível;
ou	em	imobilizado,	como:
máquinas;
veículos;
prédios,	entre	outros.
Chegamos,	 assim,	 aos	 conceitos	 de	 capital	 de	 giro	 e	 capital	 fixo.	Este	 último	 representa	 o
imobilizado.
Veja,	na	 figura	4,	o	 fluxo	de	recursos	das	empresas,	agora	separado	em	 itens	de	origens	e
itens	de	aplicações,	conforme	citado	acima.
Figura	4
ORIGENS	E	APLICAÇÕES	DE	RECURSOS
Uma	 vez	 compreendido	 o	 fluxo	 de	 recursos	 das	 empresas,	 torna-se	 necessário	 entender
quem	são	os	usuários	das	informações	contábeis.
Usuários	das	informações	contábeis
De	acordo	com	estudo	da	Fipecafi	(1995:59),	define-se	usuário	como
toda	pessoa	física	ou	jurídica	que	tenha	interesse	na	avaliação	da	situação	e	do	progresso	de	determinada
entidade,	seja	tal	entidade	empresa,	ente	de	finalidades	não	lucrativas,	ou	mesmo	patrimônio	familiar.
Os	usuários	das	informações	contábeis	podem	ser:
internos,	que	são	os	proprietários,	diretores,	gerentes	e	supervisores	das	empresas;
externos,	que	são	os	acionistas,	governo,	 fornecedores,	clientes,	entidades	 financeiras,	entre
outros.
Cada	 usuário	 está	 interessado	 em	um	determinado	 tipo	 de	 informação,	 conforme	 ilustra	 o
quadro	3.
Quadro	3
USUÁRIOS	DA	INFORMAÇÃO	CONTÁBIL	E	A	INFORMAÇÃO	DESEJADA
Usuário Natureza Informação	desejada
Alta	e	média	administração Interno Análise	de	forma	geral
Empregos	em	geral Interno Medição	de	desempenho
Acionistas Externo Fluxo	de	dividendos
Governo Externo Recolhimento	de	tributos
Fornecedores Externo Análise	para	concessão	de	crédito
Clientes Externo Pós-venda	dos	bens	adquiridos
Entidades	financeiras Externo Análise	para	concessão	de	crédito
Como	você	observou,	a	necessidade	de	 informações	varia	segundo	o	tipo	de	usuário,	razão
pela	qual	a	contabilidade	as	organiza	de	forma	a	atender	a	todos.
A	informação	contábil
As	 demonstrações	 contábeis	 serão	 amplamente	 estudadas	 no	 próximo	 capítulo;	 assim,
indicaremos	aqui	apenas	o	conceito	principal	de	cada	uma.	Observe	o	seguinte:
o	 balanço	 patrimonial	 indica	 a	 situação	 econômica	 e	 financeira	 de	 uma	 empresa	 em	 certo
momento,	ou	seja,	o	resultado	das	transações	que	envolvem	seus	bens,	direitos	e	obrigações;
a	 demonstração	 de	 resultado	 do	 exercício	 indica	 o	 resultado	 do	 confronto	 entre	 receitas,
custos	e	despesas;
a	demonstração	do	fluxo	de	caixa	indica	informações	sobre	a	movimentação	e	o	saldo	de	caixa
e	equivalentes	de	caixa;
a	 demonstração	 das	 mutações	 do	 patrimônio	 líquido	 indica	 as	 variações	 ocorridas	 no
patrimônio	 líquido	das	empresas,	bem	como	a	causa	delas	e	o	efeito	que	 tiveram	sobre	esse
patrimônio;
a	demonstração	do	valor	adicionado,	exigida	para	empresas	de	capital	aberto,	indica	o	valor	da
riqueza	gerada	pela	organização	e	sua	distribuição	entre	os	elementos	que	contribuíram	para	a
geração	dessa	riqueza;
a	demonstração	de	resultados	abrangentes	 indica	mudanças	no	patrimônio	 líquido,	resultado
de	outras	transações.
As	demonstrações	 contábeis	 resumem	 informações	diversas,	 que	observam	os	 objetivos	da
contabilidade.
Objetivos	da	contabilidade
A	informação	contábil	explicitada	destina-se	a	duas	finalidades:
controle,	que	é	o	processo	pelo	qual	a	empresa	se	certifica	que	está	agindo	de	acordo	com	os
planos	traçados;
planejamento,	 que	 é	 o	 processo	 pelo	 qual	 se	 decidem	 as	 ações	 a	 serem	 empreendidas	 no
futuro.
Tais	 finalidades	 são	 complementares,	 já	 que	 o	 controle	 das	 atividades	 atuais	 é	 a	 base	 de
dados	para	o	planejamento	futuro.
Da	 mesma	 forma,	 como	 controle	 admite-se	 que	 a	 informação	 contábil	 será	 resultado	 do
registro	 e	 acompanhamento	 de	 todo	 o	 ciclo	 operacional	 das	 empresas,	 que	 se	 resume	 nas
atividades	citadas	na	figura	5.
Figura	5
CICLO	OPERACIONAL	DAS	EMPRESAS
Fonte:	Perez	Junior	e	Begalli	(1999:80).
No	capítulo	4	deste	livro,	veremos	em	detalhes	como	mensurar	o	ciclo	operacional	em	dias	e
em	moeda,	além	de	como	otimizá-lo.
Conceitos	básicos	da	contabilidade
Para	melhor	entendimento	das	demonstrações	contábeis,	torna-se	necessário	o	conhecimento
dos	conceitos	que	se	seguem.	Dividiremos	os	conceitos	pelos	demonstrativos	contábeis	(Marion,
2005).
Na	demonstração	de	resultados	do	exercício,	temos	os	gastos,	que	se	apresentam	da	forma
como	na	figura	6.
Figura	6
GASTOS
Gastos	são	 todos	os	consumos	de	bens	e	serviços,	adquiridos	à	vista	ou	a	prazo,	efetuados
pelas	empresas.	Conforme	suas	características	podem	dividir-se	em	custos,	despesas,	perdas	e
investimentos.
Em	princípio,	 todo	 gasto,	 em	 algum	momento,	 gera	 um	desembolso.	Desembolso	 deve	 ser
conceituado	 como	 a	 saída	 de	 recursos	 financeiros	 para	 aquisição	 de	 bens	 e	 serviços	 ou
pagamento	de	obrigações	assumidas	anteriormente.
Vejamos	exemplos	para	os	itens	citados:
custos	são	os	gastos	(consumo	de	bens	e	serviços)	efetuados	com	o	objetivo	de	gerar	bens	ou
prestação	de	serviços.	Podemos	exemplificar	como:
matérias-primas,	mão	de	obra,	custos	indiretos	etc.;
insumos	 utilizados	 na	 produção	 de	 bens	 e	 serviços	 e	 demais	 insumos,	 como	 energia
elétrica,	 depreciações	 e	 outros	 podem	 ser	 classificados	 em	 estoques,	 investimentos	 ou
imobilizado;
estoques:	bens	adquiridos	ou	produtos	destinados	a	revenda;
despesas	 representam	 o	 consumo	 de	 bens	 e	 serviços,	 adquiridos	 à	 vista	 ou	 a	 prazo,	 com	 o
objetivo	de	gerar	receitas.	Como	exemplos,	citamos:
despesas	de	vendas,	tais	como	fretes,	comissões,	propaganda,	entre	outras;
despesas	 administrativas,	 tais	 como	 salários	 e	 encargos	 do	 pessoal	 administrativo,
aluguéis;
despesas	financeiras,	tais	como	juros	e	encargos;
despesas	tributárias,	tais	como	imposto	de	renda	e	contribuição	social;
perdas	correspondem	aos	gastos	anormais	ou	involuntários	efetuados	pelas	empresas	que	não
geram	 novos	 bens	 ou	 serviços	 e	 tampouco	 receitas.	 Podem	 ser	 citadas	 a	 inadimplência	 de
clientes,	a	perda	total	de	veículos	avariados	etc.;investimentos	correspondem	à	aquisição	de	bens	que	serão	ativados.	Como	exemplos,	podemos
citar:
bens	destinados	à	geração	de	renda,	tal	como	aluguéis;
imobilizado:	bens	destinados	ao	uso	nas	atividades	produtivas	(máquinas	e	equipamentos)
ou	administrativas	e	comerciais	(móveis	e	utensílios).
Assim,	afirma-se	que	os	custos	e	as	despesas	são	considerados	itens	referentes	a	operações
continuadas	 das	 empresas;	 as	 perdas	 são	 consideradas	 operações	 não	 continuadas	 ou
descontinuadas.
Por	outro	lado,	as	receitas	representam	os	valores	que	uma	empresa	recebe	ou	tem	direito	a
receber,	provenientes	de	suas	operações	de	vendas,	de	prestação	de	serviços	ou	de	aplicações
financeiras.	Como	exemplos	de	receitas,	podemos	citar:
receita	de	vendas	de	produtos;
receita	de	vendas	de	serviços;
receitas	de	aluguéis;
receitas	financeiras.
O	 encontro	 das	 receitas	 com	 as	 despesas	 e	 os	 custos	 gera	 lucro	 ou	 prejuízo,	 conforme
explicitado	 na	 demonstração	 de	 resultados	 do	 exercício.	 Esse	 resultado	 representa	 a	 riqueza
gerada	 pela	 empresa	 em	 certo	 período	 e	 irá	 incorporar	 o	 patrimônio	 líquido,	 no	 balanço
patrimonial.
O	 balanço	 patrimonial	 indica	 uma	 equação	 em	 que	 o	 ativo	 equivale	 ao	 passivo,	 que	 é
resultado	do	somatório	de	passivo	e	patrimônio	líquido,	como	o	quadro	4	permite	visualizar.
Quadro	4
EQUAÇÃO	DO	BALANÇO	PATRIMONIAL
Ativo
Passivo
Patrimônio	líquido
Como	ativo	entende-se	a	aplicação	de	recursos,	que	as	empresas	utilizarão	para	geração	de
benefícios	 econômicos	 e	 financeiros	 futuros.	 Dessa	 forma,	 o	 ativo	 representa	 os	 bens	 e	 os
direitos	da	entidade.
Como	 exemplo	 de	 bens,	 citamos	 os	 estoques;	 como	 exemplo	 de	 direitos,	 as	 duplicatas	 a
receber.
Como	veremos	no	próximo	capítulo,	o	ativo	terá	seus	valores	alterados	cada	vez	que	ocorrer
o	reconhecimento	contábil	de	uma	receita,	bem	como	pela	obtenção	de	recursos	com	terceiros
(capital	de	terceiros)	ou	com	os	acionistas	da	empresa	(capital	próprio).
Como	passivo	entendem-se	as	origens	de	recursos	que	são	 financiados	por	 terceiros	e	que
representarão	desembolsos	futuros.	Citamos,	como	exemplos,	os	empréstimos,	os	pagamentos	a
fornecedores,	os	impostos	a	pagar,	os	salários	a	pagar,	entre	outros.
São	 entendidos	 como	 patrimônio	 líquido	 os	 recursos	 financiados	 pelos	 acionistas.	 Ele
representa,	de	forma	estática,	as	obrigações	das	empresas	para	com	seus	sócios.
A	figura	7	indica	com	clareza	a	geração	de	riqueza	apurada	pela	demonstração	de	resultados
do	exercício	por	meio	do	lucro,	que	é	incorporado	ao	patrimônio	líquido	logo	em	seguida.	Deve
ser	 também	 observado	 o	 fato	 de	 que	 os	 estoques	 transformaram-se	 em	 custos	 de	 produtos
vendidos	após	a	devida	baixa	pelas	vendas	dos	produtos.
Figura	7
INTERLIGAÇÃO	ENTRE	O	BALANÇO	PATRIMONIAL	E	A	DEMONSTRAÇÃO	DE	RESULTADOS	DO	EXERCÍCIO
Podemos	 então	 deduzir	 que	 ambas	 as	 demonstrações	 estão	 interligadas	 pela	 geração	 de
lucros	obtidos	no	período.
Entretanto,	 muitas	 vezes	 há	 ocorrências	 qualitativas,	 não	 mensuráveis,	 que	 acabam	 por
evidenciar	certas	limitações	da	contabilidade.
Limitações	da	contabilidade
O	 método	 da	 contabilidade	 a	 torna	 capaz	 de	 registrar	 fatos	 que	 são	 mensurados
monetariamente	com	muita	clareza,	conforme	exposto.	Dessa	forma,	pode	ocorrer	que	algumas
decisões	 tomadas	 pelos	 usuários	 das	 informações	 contábeis	 sejam	 influenciadas	 por	 aspectos
qualitativos	que	normalmente	escapam	do	alcance	da	contabilidade.
Estamos	aqui	nos	referindo	a	variáveis	como	investimentos	sociais,	custo	de	oportunidade	e
agregação	 de	 valor	 para	 os	 clientes,	 entre	 outras,	 que	 não	 conseguem	 ser	 mensuradas	 pela
contabilidade
Tais	limitações,	no	entanto,	não	invalidam	o	método	contábil;	apenas	indicam	ao	usuário	que
as	informações	devem	ser	utilizadas	levando-se	em	conta	as	limitações	do	método	que	as	gerou.
A	contabilidade	financeira	e	a	contabilidade	gerencial
Como	 vimos	 até	 aqui,	 a	 contabilidade	 financeira	 apura	 e	 prepara	 a	 elaboração	 das
informações	 econômicas	 e	 financeiras	 das	 empresas,	 divulgando-as	 a	 uma	 vasta	 clientela
denominada	usuários	externos,	entre	os	quais	citamos:	bancos,	fornecedores,	clientes,	governo
e	 entidades	 reguladoras.	 Como	 consequência,	 observa-se	 que	 é	 a	 contabilidade	 financeira
direcionada	por	regras	e	normas,	citadas	anteriormente,	e	pelos	postulados	contábeis	que	serão
citados	a	seguir.
No	 entanto,	 os	 empresários	 necessitam	 utilizar	 uma	 informação	 contábil	 mais	 gerencial	 e
mais	detalhada,	que	 será	a	base	de	dados	para	o	processo	decisório	diário.	Tais	decisões	 são
reações	 aos	 efeitos	 que	 as	 variáveis	 do	 macroambiente	 causam	 nos	 negócios	 e	 englobam
informações	que	incluem,	entre	outros:
clientes	e	mercados;
inovações	em	produtos	e	serviços;
qualidade	total,	tempo	de	processamento	e	custo	dos	processos	internos	críticos;
capacidade	dos	funcionários	e	dos	sistemas	das	empresas.
As	 decisões	 têm	 reflexos	 diretos	 na	 lucratividade	 das	 organizações	 e	 garantem	 sua
continuidade,	por	meio	da	geração	contínua	de	novos	recursos.
Percebe-se	claramente	que	a	contabilidade	gerencial	está	dimensionada	para	atender	a	duas
funções	 fundamentais:	 o	 controle	 e	 a	 decisão.	 Como	 auxílio	 ao	 controle,	 a	 contabilidade
gerencial	contribui	mediante	o	fornecimento	de	informações	para	o	estabelecimento	de	padrões,
orçamentos	 e	 outros	 tipos	 de	 previsões.	 Como	 auxílio	 às	 tomadas	 de	 decisões,	 contribui	 por
meio	de	alimentação	de	informações	relevantes,	que	dizem	respeito	às	consequências	de	curto	e
longo	 prazos	 sobre	 medidas	 de	 eliminação	 de	 portfólio	 de	 produtos	 e	 de	 departamentos,
ampliação	de	atividades,	terceirização	etc.
As	 principais	 diferenças	 entre	 a	 contabilidade	 financeira	 e	 a	 contabilidade	 gerencial	 estão
apresentadas	no	quadro	5.
Quadro	5
DIFERENÇAS	ENTRE	A	CONTABILIDADE	FINANCEIRA	E	A	CONTABILIDADE	GERENCIAL
Fatores Contabilidade	financeira Contabilidade	gerencial
Principais	usuários Investidores	e	credores. Administradores	de	vários	níveis	da	organização.
Liberdade	de	escolha Postulados	e	pressupostos	contábeis. Nenhuma	restrição	além	do	custo	x	benefício.
Enfoque	no	tempo Avaliação	histórica.	Visão	do	passado. Orientação	para	o	futuro.	Orçamentos	e	registros
históricos.
Relatórios Resumidos.	Preocupação	com	a	empresa	como	um
todo.
Detalhados.	Preocupação	com	partes	da	empresa.
Objetivos	dos
relatórios
Análise	financeira. Planejamento,	controle,	avaliação	de	desempenho.
Prazos Menos	flexíveis Mais	flexíveis
Bases	de
mensuração
Moeda	corrente. Várias	bases	correntes.	Índices.
Visão	da	empresa Empresa	como	um	todo. Interesse	nas	partes.
A	informação	é Precisa	e	objetiva. Rápida,	com	aproximações.
A	informação	busca Objetividade. Utilidade.
Diante	 do	 exposto,	 pode-se	 concluir	 que	 as	 diferenças	 entre	 contabilidade	 financeira	 e
contabilidade	 gerencial	 giram	em	 torno	 da	 utilização	 das	 informações	 geradas	 pelos	 diversos
usuários	e	de	seus	diferentes	objetivos.
Estrutura	conceitual	para	apresentação	das	demonstrações	contábeis
Conforme	 mencionado,	 a	 Lei	 das	 Sociedades	 por	 Ações	 foi	 modificada	 pela	 Lei	 no
11.638/2007.	A	partir	dessa	alteração,	vários	pronunciamentos	foram	emitidos;	no	entanto,	em
janeiro	 de	 2008,	 o	 Comitê	 de	 Pronunciamentos	 Contábeis	 (CPC)	 emitiu	 um	 pronunciamento
(CPC	00),	 atualizado	 em	dezembro	 de	 2011	 (CPC	00	 (R1)),	 que	 define	 a	 estrutura	 conceitual
básica	 para	 a	 elaboração	 das	 demonstrações	 contábeis.	 Os	 demais	 pronunciamentos	 serão
citados	nos	capítulos	seguintes	do	livro.
A	finalidade	dessa	estrutura	conceitual	é:
dar	 suporte	 ao	 desenvolvimento	 de	 novos	Pronunciamentos	Técnicos,	 Interpretações	 e	Orientações	 e	 à
revisão	dos	já	existentes,	quando	necessário;
dar	 suporte	 à	 promoção	 da	 harmonização	 das	 regulações,	 das	 normas	 contábeis	 e	 dos	 procedimentos
relacionados	à	apresentação	das	demonstrações	contábeis,	provendouma	base	para	a	redução	do	número
de	tratamentos	contábeis	alternativos	permitidos	pelos	Pronunciamentos,	Interpretações	e	Orientações;
dar	suporte	aos	órgãos	reguladores	nacionais;
auxiliar	os	responsáveis	pela	elaboração	das	demonstrações	contábeis	na	aplicação	dos	Pronunciamentos
Técnicos,	 Interpretações	 e	Orientações	 e	no	 tratamento	de	 assuntos	que	ainda	não	 tenham	sido	 objeto
desses	documentos;
auxiliar	 os	 auditores	 independentes	 a	 formar	 sua	 opinião	 sobre	 a	 conformidade	 das	 demonstrações
contábeis	com	os	Pronunciamentos	Técnicos,	Interpretações	e	Orientações;
auxiliar	 os	 usuários	 das	 demonstrações	 contábeis	 na	 interpretação	 de	 informações	 nelas	 contidas,
elaboradas	em	conformidade	com	os	Pronunciamentos	Técnicos,	Interpretações	e	Orientações;	e,
proporcionar	aos	interessados	informações	sobre	o	enfoque	adotado	na	formulação	dos	Pronunciamentos
Técnicos,	das	Interpretações	e	das	Orientações.
A	referida	estrutura	não	é	um	Pronunciamento	Técnico	propria​mente	dito	e,	portanto,	não	define	normas
ou	procedimentos	para	qualquer	questão	particular	 sobre	aspectos	de	mensuração	ou	divulgação.	Nada
nesta	Estrutura	Conceitual	substitui	qualquer	Pronunciamento	Técnico,	Interpretação	ou	Orientação	[CPC
00	(R1)].
Portanto,	 o	 objetivo	 do	 Pronunciamento	 Conceitual	 Básico	 –	 Estrutura	 Conceitual	 para
Elaboração	 e	 Divulgação	 de	 Relatório	 Contábil-Financeiro	 –	 é	 apoiar	 como	 fonte	 para	 as
premissas	 básicas	 e	 fundamentais	 na	 preparação	 e	 utilização	 das	 demonstrações	 contábeis
através	daqueles	pronunciamentos	técnicos.
Assim,	para	observar	e	preparar	a	elaboração	e	apresentação	das	demonstrações	contábeis,
o	CFC	aprovou	a	Resolução	no	2011/1.374	–	NBC	TG	Estrutura	Conceitual.	A	referida	NBC	foi
publicada	no	Diário	Oficial	da	União	 em	16	de	 dezembro	de	 2011.	Essa	 resolução	 entrou	 em
vigor	em	1o	de	janeiro	de	2011.	Dela,	devem-se	observar	os	seguintes	aspectos:
premissa	subjacente	da	continuidade;
características	 qualitativas	 fundamentais	 (relevância	 e	 representação	 fidedigna)	 e
características	 qualitativas	 de	 melhoria	 (comparabilidade,	 verificabilidade,	 tempestividade	 e
compreensibilidade).
Antes	de	prosseguirmos	com	o	estudo	da	premissa	subjacente	e	características	qualitativas,
fazemos	 uma	 breve	 explanação	 sobre	 a	 antiga	 característica	 qualitativa	 de	 confiabilidade,	 a
característica	essência	sobre	a	forma	e	a	característica	da	prudência	(conservadorismo).
A	característica	qualitativa	 confiabilidade	 foi	 redenominada	de	 representação	 fidedigna;	 as	 justificativas
constam	das	bases	para	conclusões.
A	característica	essência	sobre	a	forma	foi	formalmente	retirada	da	condição	de	componente	separado	da
representação	fidedigna	por	ser	isso	considerado	uma	redundância.	A	representação	pela	forma	legal	que
difira	da	substância	econômica	não	pode	resultar	em	representação	fidedigna,	 conforme	 citam	as	Bases
para	Conclusões.	Assim,	essência	sobre	a	forma	continua,	na	realidade,	bandeira	insubstituível	nas	normas
do	IASB.
A	 característica	 prudência	 (conservadorismo)	 foi	 também	 retirada	 da	 condição	 de	 aspecto	 da
representação	 fidedigna	 por	 ser	 inconsistente	 com	 a	 neutralidade.	 Subavaliações	 de	 ativos	 e
superavaliações	de	passivos,	segundo	os	Boards	mencionam	nas	Bases	para	Conclusões,	com	consequentes
registros	 de	 desempenhos	 posteriores	 inflados,	 são	 incompatíveis	 com	 a	 informação	 que	 pretende	 ser
neutra	[CFC,	2011].
Premissa	 subjacente	 à	 elaboração	 dos	 relatórios	 contábil-financeiros:	 a	 elaboração	 dos
relatórios	contábil-financeiros	tem	como	premissa	a	continuidade	(going	concern)	da	entidade.
A	entidade	 foi	 concebida	como	algo	em	marcha,	 ou	 seja,	 suas	operações	 irão	ocorrer	por	um
futuro	 previsível.	 E	 qualquer	 ameaça	 a	 essa	 continuidade	 deverá	 ser	 informada	 aos	 diversos
usuários	da	contabilidade	(stakeholders)	 interessados	na	 informação	contábil.	Caso	a	empresa
entre	 num	 processo	 de	 liquidação,	 as	 demonstrações	 contábeis	 deverão	 ser	 elaboradas	 em
bases	diferentes	daquelas	entidades	em	continuidade.
Como	exemplo	de	ameaça	à	continuidade	de	uma	entidade	pode-se	mencionar:	determinada
empresa	vendeu	90%	da	sua	receita	para	um	determinado	cliente	e	esse	cliente	solicitou	uma
concordata.	 Portanto,	 caso	 a	 empresa	 não	 consiga	 rapidamente	 localizar	 potenciais	 novos
clientes,	a	continuidade	da	empresa	ficará	sensivelmente	ameaçada.	Portanto,	a	omissão	do	fato
da	continuidade	pode	 influenciar	as	decisões	que	os	usuários	 tomam	com	base	na	 informação
contábil-financeira.
As	 características	 qualitativas	 são	 consideradas	 os	 atributos	 que	 fazem	 as	 demonstrações
contábeis	se	 tornarem	úteis	aos	seus	usuários.	Foram	definidas	de	modo	a	 ter	mais	utilidade,
fornecendo	 informações	 que	 auxiliem	 o	 processo	 decisório	 no	 melhor	 entendimento	 das
empresas	que	as	apresentam.
De	acordo	com	o	CPC	00	(R1),	de	dezembro	2011,	as	características	qualitativas,	separadas
em	dois	grupos,	são	as	reputadas	como	mais	úteis	e	fundamentais	(A)	e	as	que	também	auxiliam
na	 escolha	 quando	 de	 alternativas	 equivalentes	 em	 termos	 de	 relevância	 e	 representação
fidedigna	(B).
As	 características	 qualitativas	 das	 demonstrações	 contábeis	 podem	 ser	 visualizadas	 no
quadro	6.
Quadro	6
CARACTERÍSTICAS	QUALITATIVAS
(A)	Reputadas	como	mais	úteis	e	fundamentais
Característica Descrição
Relevância
	
As	informações	são	relevantes	quando	fazem	a	diferença	nas	decisões	econômicas	dos	usuários,	ajudando-os
a	avaliar	o	impacto	de	eventos	passados,	ou	corrigindo	as	suas	avaliações	anteriores	(valor	confirmatório),	ou
ajudando-os	nos	processos	para	predizer	resultados	futuros	(valor	preditivo).	A	relevância	depende	da
natureza	e	da	materialidade	do	item	em	discussão.
Representação
fidedigna
Diz	respeito	a	três	atributos:	a	informação	precisa	ser	completa,	neutra	e	livre	de	erro.	Para	ser	completa,
precisa	conter	o	necessário	para	que	o	usuário	compreenda	o	fenômeno	sendo	retratado.	Para	ser	neutra,
precisa	estar	desprovida	de	viés	na	seleção	ou	na	apresentação,	não	podendo	ser	distorcida	para	mais	ou
para	menos.	Para	ser	livre	de	erro,	precisa	que	o	processo	para	obtenção	da	informação	tenha	sido
selecionado	e	aplicado	livre	de	erros.	No	caso	de	estimativa,	ela	é	considerada	tendo	representação	fidedigna
se,	além	disso,	o	montante	for	claramente	descrito	como	estimativa	e	se	a	natureza	e	as	limitações	do
processo	forem	devidamente	reveladas.
(B)	Características	que	também	auxiliam	na	escolha	quando	de	alternativas	equivalentes	em	termos	de	relevância	e
representação	fidedigna
Característica Descrição
Comparabilidade Permite	a	identificação	e	compreensão	de	similaridades	e	diferenças	entre	os	itens.	Comparabilidade	implica,
também,	fazer	com	que	coisas	diferentes	não	pareçam	iguais	ou	coisas	iguais	não	pareçam	diferentes.
Comparabilidade	é	diferente	da	consistência,	pois	é	o	objetivo,	enquanto	a	consistência	é	um	auxílio	na
obtenção	desse	objetivo.
Verticabilidade Implica	diferentes	observadores	poderem	chegar	a	um	consenso	sobre	o	retrato	de	uma	realidade	econômica,
podendo,	em	certas	circunstâncias,	representar	uma	faixa	de	possíveis	montantes	com	suas	respectivas
probabilidades.	Pode	ser	direta	ou	indireta	e,	às	vezes,	se	restringir	à	análise	das	premissas	subjacentes	a
uma	estimativa	sobre	o	futuro.
Tempestividade Significa	estar	a	informação	disponível	a	tempo	de	influenciar	o	usuário	em	sua	decisão.
Compreensibilidade Significa	que	a	classificação,	a	caracterização	e	a	apresentação	da	informação	são	feitas	com	clareza	e
concisão,	tornando-a	compreensível.	Os	relatórios	contábil-financeiros	são	elaborados	na	presunção	de	que	o
usuário	tem	conhecimento	razoável	de	negócios	e	que	age	diligentemente,	mas	isso	não	exclui	a	necessidade
de	ajuda	de	consultor	para	fenômenos	complexos.
Limitações	na	relevância	e	na	confiabilidade	das	informações
As	 limitações	 apresentadas	 no	 pronunciamento	 contábil	 são	 três,	 a	 saber:	 tempestividade,equilíbrio	entre	custo	e	benefício	e	equilíbrio	entre	características	qualitativas.	Tais	limitações,
que	podem	ser	visualizadas	no	quadro	7,	referem-se	a	todas	as	características	qualitativas,	não
só	àquelas	sugeridas	pela	interpretação	textual	do	pronunciamento.
Quadro	7
LIMITAÇÕES	NA	RELEVÂNCIA	E	NA	CONFIABILIDADE	DAS	INFORMAÇÕES
Limitações Descrição
Tempestividade Quando	há	demora	indevida	na	divulgação	de	uma	informação,	é	possível	que	ela	perca	a	relevância.	A	administração	da
entidade	necessita	ponderar	os	méritos	relativos	entre	a	tempestividade	da	divulgação	e	a	confiabilidade	da	informação
fornecida.	Para	fornecer	uma	informação	na	época	oportuna	pode	ser	necessário	divulgá-la	antes	que	todos	os	aspectos	de
uma	transação	ou	evento	sejam	conhecidos,	prejudicando	assim	sua	confiabilidade.	Por	outro	lado,	se	para	divulgar	a
informação	a	entidade	aguardar	até	que	todos	os	aspectos	se	tornem	conhecidos,	a	informação	pode	ser	altamente	confiável,
porém	de	pouca	utilidade	para	os	usuários	que	tenham	tido	necessidade	de	tomar	decisões	nesse	ínterim.	Para	atingir	o
adequado	equilíbrio	entre	a	relevância	e	a	confiabilidade,	o	princípio	básico	consiste	em	identificar	qual	a	melhor	forma	para
satisfazer	as	necessidades	do	processo	de	decisão	econômica	dos	usuários.
Equilíbrio	entre
custo	e
benefício
Limitação	de	ordem	prática,	em	vez	de	uma	característica	qualitativa.	Os	benefícios	decorrentes	da	informação	devem	exceder
o	custo	de	produzi-la.
Equilíbrio	entre
características
qualitativas
Na	prática,	é	frequentemente	necessário	um	balanceamento	entre	as	características	qualitativas.	Geralmente,	o	objetivo	é
atingir	um	equilíbrio	apropriado	entre	as	características,	a	fim	de	satisfazer	aos	objetivos	das	demonstrações	contábeis.	A
importância	relativa	das	características	em	diferentes	casos	é	uma	questão	de	julgamento	profissional.
Fonte:	Perez	Junior	e	Begalli	(2009:36).
A	 aplicação	 de	 forma	 adequada	 do	 conjunto	 de	 conceitos	 citados	 deve	 fazer	 com	 que	 as
demonstrações	 contábeis	 apresentem	 informações	 verdadeiras	 e	 apropriadas	 da	 posição
patrimonial	e	financeira	da	empresa.
Por	 fim,	 deve	 ser	 também	 citado	 o	 conceito	 geral	 de	 visão	 verdadeira	 e	 visão	 adequada.
Estamos	 nos	 referindo	 à	 apresentação	 adequada,	 segundo	 a	 qual	 a	 essência	 econômica	 deve
prevalecer	sobre	a	forma	jurídica.
Assim,	 a	 aplicação	 das	 características	 qualitativas	 e	 de	 normas	 de	 contabilidade	 aceitas
resulta	 em	demonstrações	 contábeis	que	devem	 refletir	 o	que	 se	 entende	 como	apresentação
verdadeira	e	adequada	das	informações	de	uma	entidade.
Como	você	viu,	a	contabilidade	é	um	sistema	de	informações	relevantes	para	as	empresas	em
seus	processos	decisórios.
Para	 situar	 você	 no	 contexto	 da	 ciência	 contábil,	 abordamos	 sua	 origem	 e	 evolução,	 os
principais	 conceitos,	 as	 demonstrações	 contábeis,	 os	 pressupostos	 básicos,	 assim	 como	 as
características	dos	usuários	que	necessitam	dessas	informações.
Abordamos,	 também,	 as	 principais	 diferenças	 entre	 a	 contabilidade	 financeira	 e	 a
contabilidade	gerencial.
No	 próximo	 capítulo,	 estudaremos	 com	 detalhes	 as	 demonstrações	 contábeis	 e	 as
informações	por	elas	geradas.
2
Estrutura	das	demonstrações	contábeis
A	dinâmica	dos	mercados	financeiros	e	dos	mercados	de	capitais	exerce	papel	fundamental	no
desenvolvimento	 econômico	 e	 na	 evolução	 das	 atividades	 empresariais.	 Aliado	 a	 isso,	 cabe
destacar	 que	 a	 busca	 constante	 de	 melhoria	 na	 administração	 das	 entidades	 passa	 pelo
conhecimento	da	contabilidade,	 sem	o	qual	a	gestão	e	o	conjunto	de	 informações	necessárias
para	o	processo	da	tomada	da	decisão	ficariam	inviabilizados.	Tendo	por	objetivo	demonstrar	as
mutações	 na	 estrutura	 patrimonial	 de	 entidades	 com	 finalidades	 lucrativas,	 caberá	 à
contabilidade	contemplar	os	diversos	usuários	interessados	em	informações	sobre	determinada
entidade	 com	 demonstrações	 contábeis	 que	 permitirão	 aos	 mesmos	 conhecer	 sua	 situação
econômica	e	financeira	e,	dessa	forma,	tomar	suas	decisões.	Neste	capítulo,	apresentaremos	o
produto	 final	 da	 contabilidade,	 ou	 seja,	 o	 conjunto	 de	 relatórios	 que	 tem	 por	 finalidade
evidenciar	 as	 modificações	 ocorridas	 na	 estrutura	 do	 patrimônio	 em	 decorrência	 dos	 fatos
associados	 às	 tomadas	 de	 decisões	 por	 parte	 dos	 gestores	 e	 demais	 responsáveis	 pela
administração	e	condução	da	entidade,	cabendo	também	ficarem	evidenciadas	nos	relatórios	as
mutações	decorrentes	de	eventos	não	associados	ao	conjunto	das	decisões.
Informação	e	demonstrações	contábeis
Para	 que	 as	 demonstrações	 contábeis	 tenham	 credibilidade	 e,	 ao	 mesmo	 tempo,	 gerem
confiança	 por	 parte	 dos	 usuá​rios,	 a	 informação	 deverá	 ser	 completa,	 demonstrando	 com
fidedignidade	 todas	 as	 operações	 e	 outros	 fatos,	 sem	 erros	 em	 sua	 elaboração.	 Para	 tanto,	 o
reconhecimento	das	transações	e	acontecimentos	deverá	ser	registrado	com	base	na	substância
e	realidade	dos	fatos	econômicos,	e	não	de	forma	puramente	legal,	com	total	neutralidade	e	com
o	 cuidado	 na	 elaboração	 das	 demonstrações	 contábeis.	 Estamos	 comprometidos	 com	 a
fidedignidade,	transparência	e	responsabilidade	da	 informação	a	ser	passada	sobre	a	situação
econômico-financeira,	 de	 modo	 a	 atender	 à	 demanda	 dos	 investidores	 que,	 ao	 alocar	 seus
recursos	em	determinada	atividade,	buscam	maximizar	sua	riqueza.	As	entidades	com	finalidade
lucrativa	nascem	tendo	por	objetivo	remunerar	seus	investidores,	ou	seja,	nascem	da	alternativa
de	 investimento	 por	 parte	 de	 determinadas	 pessoas.	 A	 variabilidade	 na	 estrutura	 patrimonial
dessas	entidades	tem	como	fundamentação	o	processo	de	decisão	por	parte	dos	tomadores	de
decisão,	 fatores	 tecnológicos,	 políticas	 governamentais,	 concorrência,	 abertura	 de	mercado	 e
tantos	outros	que	poderão	impactar,	de	maneira	positiva	ou	negativa,	a	estrutura	do	patrimônio
da	entidade.	Compete	à	contabilidade	elaborar	demonstrações	para	que	as	decisões	possam	ser
tomadas	com	o	propósito	de	dar	continuidade	ao	processo	de	gestão	da	entidade	e	contemplar
os	investidores	e	demais	interessados	com	informações	para	que	os	mesmos	possam	decidir	de
modo	 a	 atender	 a	 suas	 demandas	 individuais	 ou	 coletivas.	 As	 demonstrações	 contábeis
representam	o	produto	final	da	contabilidade.	Delas	fluem	valiosas	informações,	evidenciando	a
realidade	de	uma	estrutura	patrimonial	que	é	fruto	de	determinada	gestão.
As	demonstrações	contábeis	são	relatórios	acompanhados	de	 informações	complementares,
que	correspondem	a	determinado	período,	contendo	aspectos	qualitativos	e	quantitativos	como
consequência	 dos	 métodos	 aplicados	 na	 contabilização	 dos	 respectivos	 fatos.	 Geram
informações	 financeiras	 sobre	 a	 entidade,	 sendo	 que	 seu	 principal	 objetivo	 é	 proporcionar
informações	sobre	a	posição	financeira	e	o	desempenho	–	além	de	demonstrar	as	modificações
em	sua	posição	financeira	–	que	possam	atender	a	um	vasto	número	de	usuários	na	tomada	de
decisão.
As	demonstrações	contábeis	são	geradas	em	decorrência	do	registro	de	um	grande	número
de	fatos	e	eventos,	que	são	agregados	em	grupos	e	subgrupos	em	função	da	sua	natureza.	Ao
término	serão	apresentadas	as	demonstrações	contábeis	que	são:
balanço	patrimonial;
demonstração	do	resultado;
demonstração	do	resultado	abrangente;
demonstração	das	mutações	do	patrimônio	líquido;
demonstração	dos	fluxos	de	caixa;
demonstração	do	valor	adicionado;
notas	 explicativas,	 compreendendo	 o	 resumo	 das	 políticas	 contábeis	 significativas	 e	 outras
informações	explanatórias.
As	demonstrações	 interagem	entre	si	e	possuem	objetivos	definidos,	conforme	apresentado
nas	próximas	seções.
Balanço	patrimonial
O	balanço	patrimonial	proporciona	informações	referentes	à	posição	patrimonial	e	financeira
da	 entidade	 em	 uma	 determinada	 data,	 evidencia	 as	 fontes	 de	 financiamentos	 representadas
pelo	 capital	 próprio	 (capital	 social	 mais	 ou	 menos	 oresultado	 acumulado	 e	 pelo	 capital	 de
terceiros).	O	capital	próprio	é	representado	pelo	patrimônio	líquido	(PL)	enquanto	o	capital	de
terceiros	é	representado	pelo	passivo.	Essas	fontes	dão	origem	aos	investimentos	da	entidade,
ou	seja,	ao	seu	ativo.	Temos	que	o	balanço	patrimonial	da	entidade	é	a	relação	de	seus	ativos,
passivos	e	patrimônio	líquido	em	uma	data	específica.
Conforme	pronunciamento	CPC	00	(R1),	itens	4.8/4.23,	temos:
(a)	ativo	é	um	recurso	controlado	pela	entidade	como	resultado	de	eventos	passados	e	do	qual	se	espera
que	fluam	futuros	benefícios	econômicos	para	a	entidade.
(b)	passivo	é	uma	obrigação	presente	da	entidade,	derivada	de	eventos	passados,	cuja	liquidação	se	espera
que	resulte	na	saída	de	recursos	da	entidade	capazes	de	gerar	benefícios	econômicos.
(c)	patrimônio	 líquido	 é	 o	 interesse	 residual	 nos	 ativos	 da	 entidade	 depois	 de	 deduzidos	 todos	 os	 seus
passivos.
Os	 elementos	 que	 compõem	 a	 estrutura	 do	 balanço	 patrimonial,	 os	 bens,	 os	 direitos,	 as
obrigações	e	os	elementos	do	patrimônio	líquido	são	representados	por	contas	patrimoniais.	No
ativo	 temos	 os	 bens	 e	 os	 direitos,	 que	 serão	 representados	 dentro	 da	 estrutura	 do	 balanço
patrimonial	 em	 função	 do	 grau	 de	 liquidez	 de	 cada	 conta;	 no	 passivo	 representaremos	 as
obrigações	em	função	do	grau	de	exigibilidade;	e	o	patrimônio	líquido	será	a	diferença	entre	o
ativo	e	o	passivo.
A	representação	do	balanço	patrimonial	é	feita	considerando	o	ativo	ao	lado	do	passivo	e	do
patrimônio	líquido,	como	demonstrado	no	quadro	8.
Quadro	8
FORMAÇÃO	E	REPRESENTAÇÃO	DA	ESTRUTURA	PATRIMONIAL
Balanço	patrimonial
Ativo Passivo	+	patrimônio	líquido
Bens
Representam	tudo	que	a	empresa	possui	em	termos	corpóreos
ou	incorpóreos.
Obrigações
Representam	os	débitos	–	tudo	que	a	empresa
tiver	a	pagar.
Direitos
Representam	os	créditos	–	tudo	que	a	empresa	tiver	a	receber.
Patrimônio	líquido
Representa	a	diferença	entre	o	total	do	ativo
menos	o	passivo.
De	forma	bastante	objetiva,	podemos	interpretar	o	balanço	patrimonial	pela	ótica	das	origens
e	aplicações	de	recursos,	conforme	o	quadro	9	permite	visualizar.
Quadro	9
ORIGENS	E	APLICAÇÕES	DE	RECURSOS	NA	FORMAÇÃO	DA	ESTRUTURA	PATRIMONIAL
Investimentos Aplicações	de	recursos
Balanço	patrimonial
Origens	de	recursos Fontes	de	financiamentos
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Caixa 	
Liquidez Exigibilidade
Direitos
Patrimônio	líquido
	 Capital
Total Total
A	informação	deverá	ser	gerada	de	modo	a	atender	a	um	conjunto	heterogêneo	de	usuários,
fato	que	nos	 leva	a	estruturar	as	demonstrações	contábeis	de	modo	a	 lhes	permitir	extrair	as
informações	necessárias	para	a	tomada	da	decisão.
Na	estrutura	do	balanço	patrimonial,	os	ativos	e	passivos	 foram	divididos	em	grupos,	cada
grupo	dividido	em	subgrupos,	sendo	que	dentro	de	cada	subgrupo	encontramos	as	respectivas
contas,	que	representam	os	diversos	elementos	da	estrutura	patrimonial	–	no	caso	do	ativo,	os
bens	e	os	direitos;	no	passivo,	as	obrigações	com	terceiros	e	o	patrimônio	líquido.
Tanto	 no	 ativo	 quanto	 no	 passivo	 teremos	 os	 elementos	 circulantes	 e	 não	 circulantes,	 que
serão	representados	como	grupos	de	contas	separados	no	balanço	patrimonial,	exceto	quando
uma	apresentação	baseada	na	liquidez	proporcionar	informação	confiável	e	mais	relevante.
Quando	essa	exceção	 for	aplicável,	 todos	os	ativos	e	passivos	devem	ser	apresentados	por
ordem	de	liquidez.
Qualquer	que	seja	o	método	de	apresentação	adotado,	a	entidade	deve	divulgar	o	montante
esperado	 a	 ser	 recuperado	 ou	 liquidado	 em	 até	 12	meses	 ou	mais	 do	 que	 12	meses,	 após	 o
período	de	reporte,	para	cada	item	do	ativo	e	passivo.
O	CPC	26	(R1)	não	prescreve	a	ordem	ou	o	formato	que	deva	ser	utilizado	na	apresentação
das	contas	do	balanço	patrimonial;	entretanto,	na	Lei	das	S/A,	no	ativo,	as	contas	são	dispostas
em	ordem	decrescente	de	grau	de	liquidez	dos	elementos	nelas	registrados,	isto	é,	dos	itens	de
maior	para	os	de	menor	liquidez.	A	doutrina	contábil	adota	critério	semelhante	para	o	passivo:
ordem	decrescente	de	exigibilidade.
Para	tornar	a	 informação	ainda	mais	clara,	devemos	apresentar	as	 informações	do	balanço
patrimonial	de	acordo	com	o	grau	de	liquidez	e	nível	de	exigibilidade,	conforme	os	quadros	10	e
11.
Quadro	10
REPRESENTAÇÃO	DE	ACORDO	COM	O	GRAU	DE	LIQUIDEZ	E	NÍVEL	DE	EXIGIBILIDADE
Balanço	patrimonial
Ativo Passivo
Caixa Fornecedor
Bancos Financiamentos	a	pagar
Duplicatas	a	receber Patrimônio	líquido
Mercadorias Capital
Veículos Reserva	de	lucro
Imóveis Prejuízo	acumulado
Total Total
Quadro	11
REPRESENTAÇÃO	DO	BALANÇO	PATRIMONIAL	DE	FORMA	SINTÉTICA
Balanço	patrimonial
Ativo Passivo	+	patrimônio	líquido
Ativo	circulante
Disponível
Créditos
Estoque
Impostos	a	recuperar
Ativo	não	circulante
Realizável	a	longo	prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Passivo	circulante
Obrigações
Passivo	não	circulante
Obrigações
Patrimônio	líquido
Capital	social
Reservas	de	capital
Reservas	de	lucro
Ajustes	de	avaliação	patrimonial
Prejuízo	acumulado
Total Total
Conforme	pronunciamento	CPC	26	(R1),	item	66,	a	entidade	deve	classificar	um	ativo	como
circulante	quando:
esperar	 realizar	 o	 ativo,	 ou	 pretender	 vendê-lo	 ou	 consumi-lo	 durante	 o	 ciclo	 operacional
normal	da	entidade;
o	ativo	for	mantido	essencialmente	com	a	finalidade	de	negociação;
esperar	realizar	o	ativo	no	período	de	até	12	meses	após	a	data	das	demonstrações	contábeis;
o	 ativo	 for	 caixa	 ou	 equivalente	 de	 caixa,	 a	menos	que	 sua	 troca	 ou	uso	para	 liquidação	de
passivo	seja	restrita	durante	pelo	menos	12	meses	após	a	data	das	demonstrações	contábeis.
A	 entidade	 deve	 classificar	 todos	 os	 outros	 ativos	 como	 não	 circulantes.	 Quando	 o	 ciclo
operacional	normal	da	entidade	não	 for	claramente	 identificável,	presume-se	que	sua	duração
seja	de	12	meses.
Conforme	 pronunciamento	 CPC	 26	 (R1),	 item	 69,	 a	 entidade	 deve	 classificar	 um	 passivo
como	circulante	quando:
esperar	liquidar	o	passivo	durante	o	ciclo	operacional	normal	da	entidade;
o	passivo	for	mantido	essencialmente	para	a	finalidade	de	negociação;
o	passivo	for	exigível	no	período	de	até	12	meses	após	a	data	das	demonstrações	contábeis;
a	entidade	não	tiver	direito	incondicional	de	diferir	a	liquidação	do	passivo	durante	pelo	menos
12	meses	após	a	data	de	divulgação.
Os	demais	passivos	serão	classificados	pela	entidade	como	não	circulantes.
No	 patrimônio	 líquido,	 incluímos	 os	 recursos	 aportados	 pelos	 investidores,	 assim	 como	 os
recursos	gerados	pela	própria	entidade,	ou	seja,	os	lucros	formalmente	incorporados	à	atividade
como	fonte	de	financiamento.	No	patrimônio	líquido	deveremos	incluir:
capital	social;
reservas	de	capital;
ajustes	de	avaliações	patrimoniais;
reservas	de	lucros;
ações	em	tesouraria;
prejuízo	acumulado.
Avaliação	dos	ativos
De	 acordo	 com	 o	 art.	 183	 da	 Lei	 no	 6.404/1976	 e	 suas	 subsequentes	 modificações,	 os
elementos	dos	ativos	serão	avaliados	conforme	apresentado	a	seguir.
Art.	183.	No	balanço,	os	elementos	do	ativo	serão	avaliados	segundo	os	seguintes	critérios:
I.	 as	 aplicações	 em	 instrumentos	 financeiros,	 inclusive	 derivativos,	 e	 em	 direitos	 e	 títulos	 de	 créditos,
classificados	no	ativo	circulante	ou	no	realizável	a	longo	prazo:
(a)	pelo	seu	valor	justo	quando	se	tratar	de	aplicações	destinadas	a	negociação	ou	disponíveis	para	venda;
e
(b)	 pelo	 custo	 de	 aquisição	 ou	 valor	 de	 emissão,	 atualizado	 conforme	disposições	 legais	 ou	 contratuais,
ajustado	ao	valor	provável	de	 realização,	quando	este	 for	 inferior,	no	caso	das	demais	aplicações	e	os
direitos	e	títulos	de	crédito;
II.	 os	 direitos	 que	 tiverem	 por	 objeto	 mercadorias	 e	 produtos	 de	 comércio	 da	 companhia,	 assim	 como
matérias-primas,	produtos	em	 fabricação	e	bens	em	almoxarifado,	pelo	custo	de	aquisição	ou	produção,
deduzido	de	provisão	para	ajustá-lo	ao	valor	de	mercado,	quando	este	for	inferior;
III.	os	investimentos	em	participação	no	capital	social	de	outras	sociedades,ressalvado	o	disposto	nos	arts.
248	a	250,	pelo	custo	de	aquisição,	deduzido	de	provisão	para	perdas	prováveis	na	realização	do	seu	valor,
quando	 essa	 perda	 estiver	 comprovada	 como	 permanente,	 e	 que	 não	 será	 modificado	 em	 razão	 do
recebimento,	sem	custo	para	a	companhia,	de	ações	ou	quotas	bonificadas;
IV.	 os	 demais	 investimentos,	 pelo	 custo	 de	 aquisição,	 deduzido	 de	 provisão	 para	 atender	 às	 perdas
prováveis	na	realização	do	seu	valor,	ou	para	redução	do	custo	de	aquisição	ao	valor	de	mercado,	quando
este	for	inferior;
V.	os	direitos	classificados	no	imobilizado,	pelo	custo	de	aquisição,	deduzido	do	saldo	da	respectiva	conta
de	depreciação,	amortização	ou	exaustão;
VI.	(revogado);
VII.	 os	 direitos	 classificados	 no	 intangível,	 pelo	 custo	 incorrido	 na	 aquisição,	 deduzido	 do	 saldo	 da
respectiva	conta	de	amortização;
VIII.	 os	 elementos	 do	 ativo	 decorrentes	 de	 operações	 de	 longo	 prazo	 serão	 ajustados	 a	 valor	 presente,
sendo	os	demais	ajustados	quando	houver	efeito	relevante.
Para	 efeito	 do	 disposto	 no	 art.	 183	 da	 Lei	 no	 6.404/1976,	 §1o,	 alterado	 pela	 Lei	 no
11.941/2009,	considera-se	valor	justo:
(a)	 das	matérias-primas	 e	 dos	 bens	 em	 almoxarifado,	 o	 preço	 pelo	 qual	 possam	 ser	 repostos,	mediante
compra	no	mercado;
(b)	dos	bens	ou	direitos	destinados	à	venda,	o	preço	 líquido	de	 realização	mediante	venda	no	mercado,
deduzidos	os	impostos	e	demais	despesas	necessárias	para	a	venda,	e	a	margem	de	lucro;
(c)	dos	investimentos,	o	valor	líquido	pelo	qual	possam	ser	alienados	a	terceiros;
(d)	 dos	 instrumentos	 financeiros,	 o	 valor	 que	 se	 pode	 obter	 em	 um	 mercado	 ativo,	 decorrente	 de
transações	não	compulsórias	realizadas	entre	partes	independentes;	e,	na	ausência	de	um	mercado	ativo
para	um	determinado	instrumento	financeiro:
1)	o	valor	que	se	pode	obter	em	um	mercado	ativo	com	a	negociação	de	outro	instrumento	financeiro	de
natureza,	prazo	e	risco	similares;
2)	o	valor	presente	líquido	dos	fluxos	de	caixa	futuros	para	instrumentos	financeiros	de	natureza,	prazo	e
risco	similares;	ou
3)	o	valor	obtido	por	meio	de	modelos	matemático-estatísticos	de	precificação	de	instrumentos	financeiros.
De	acordo	com	o	§2o	do	art.	183	da	Lei	no	6.404/1976,	a	diminuição	do	valor	dos	elementos
do	ativo	imobilizado	e	intangível	será	registrada	periodicamente	nas	contas	de:
(a)	 depreciação,	 quando	 corresponder	 à	 perda	 do	 valor	 dos	 direitos	 que	 têm	 por	 objeto	 bens	 físicos
sujeitos	a	desgaste	ou	perda	de	utilidade	por	uso,	ação	na	natureza	ou	obsolescência;
(b)	 amortização,	 quando	 corresponder	 à	 perda	 do	 valor	 do	 capital	 aplicado	 na	 aquisição	 de	 direitos	 da
propriedade	industrial	ou	comercial	e	quaisquer	outros	com	existência	ou	exercício	de	duração	limitada,
ou	cujo	objeto	sejam	bens	de	utilização	por	prazo	legal	ou	contratualmente	limitado;
(c)	exaustão,	quando	corresponder	à	perda	do	valor,	decorrente	da	sua	exploração,	de	direitos	cujo	objeto
sejam	recursos	minerais	ou	florestais,	ou	bens	aplicados	nessa	exploração.
Conforme	 pronunciamento	 CPC	 01	 (R1),	 periodicamente	 a	 entidade	 deverá	 efetuar	 uma
análise	sobre	a	recuperação	dos	valores	registrados	no	imobilizado	e	no	intangível,	a	fim	de	que
sejam:
registradas	as	perdas	de	valor	do	capital	aplicado	quando	houver	decisão	de	 interromper	os
empreendimentos	ou	atividade	a	que	se	destinavam	ou	quando	comprovado	que	não	poderão
produzir	resultados	suficientes	para	recuperação	desse	valor;
revisados	 e	 ajustados	 os	 critérios	 utilizados	 para	 determinação	 da	 vida	 útil	 econômica
estimada	e	para	cálculo	da	depreciação,	amortização	e	exaustão.
Os	estoques	de	mercadorias	fungíveis	destinadas	à	venda	poderão	ser	avaliados	pelo	valor	de
mercado,	quando	esse	for	o	costume	mercantil	aceito	pela	técnica	contábil.
Avaliação	do	passivo
Os	 elementos	 dos	 passivos	 serão	 avaliados	 conforme	 definido	 no	 art.	 184	 da	 Lei	 no
6.404/1976:
I.	as	obrigações,	encargos	e	riscos,	conhecidos	ou	calculáveis,	 inclusive	o	imposto	sobre	a	renda	a	pagar
com	base	no	resultado	do	exercício,	serão	comutados	pelo	valor	atualizado	até	a	data	do	balanço;
II.	as	obrigações	em	moeda	estrangeira,	com	cláusula	de	paridade	cambial,	serão	convertidas	em	moeda
nacional	à	taxa	de	câmbio	em	vigor	na	data	do	balanço;
III.	as	obrigações,	os	encargos	e	os	riscos	classificados	no	passivo	não	circulante	serão	ajustados	ao	seu
valor	presente,	sendo	os	demais	ajustados	quando	houver	efeito	relevante.
Procedimentos	necessários	para	elaboração	do	balanço	patrimonial
Após	 a	 verificação	 do	 saldo	 atual	 das	 contas	 patrimoniais	 e	 de	 resultado,	 faz-se	 a	 análise
detalhada	da	posição	individual	de	cada	elemento	e,	nada	mais	havendo	a	ser	feito,	apura-se	o
resultado,	 a	 fim	 de	 apresentar	 a	 demonstração	 do	 resultado	 e	 o	 balanço	 patrimonial
correspondente	ao	referido	período.
Apresentação	analítica	do	balanço	patrimonial
Conhecer	 a	 situação	 econômico-financeira	 é	 fundamental	 para	 a	 tomada	 de	 decisões	 a
respeito	de	determinada	entidade.	O	balanço	patrimonial	apresentado	a	seguir	é	uma	das	peças
necessárias	dentro	do	conjunto	do	produto	final	da	contabilidade.
Balanço	patrimonial
Ativo
Ativo	circulante
Disponibilidades
Caixa
Bancos	conta	movimento
Aplicações	de	liquidez	imediata
Créditos
Duplicatas	a	receber
(–)	Ajuste	a	valor	presente
(–)	Perda	estimada	em	créditos	de	liquidação	duvidosa
Outros	créditos
Títulos	a	receber
Aplicações	financeiras
Adiantamentos	a	empregados
Estoque
Matérias-primas
Produtos	em	processo	de	fabricação
Material	de	embalagem
Produtos	acabados
Mercadorias
Material	de	escritório
(–)	Provisão	para	ajuste	a	valor	de	mercado
Despesas	do	exercício	seguinte
Prêmios	de	seguros	a	apropriar
Juros	a	apropriar
Ativo	não	circulante
Realizável	a	longo	prazo
Créditos
Duplicatas	a	receber
Outros	créditos
Depósitos	judiciais
Depósitos	compulsórios
Valores	a	receber	de	pessoas	ligadas
Investimentos
Participações	permanentes	em	outras	sociedades
(–)	Provisões	estimadas
Propriedades	para	investimentos
Imóveis	de	renda
Imobilizado
Veículos
Móveis	e	utensílios
Prédios
(–)	Depreciação	acumulada
Intangível
Marcas	e	nomes	de	produtos
Fundos	de	comércio
Desenvolvimento	de	software
Goodwill
(–)	Amortização	acumulada
(–)	Perda	por	irrecuperabilidade
Total	do	ativo
Passivo
Passivo	circulante
Obrigações
Fornecedores
Duplicatas	descontadas
(–)	Encargos	financeiros	a	transcorrer
Salários	a	pagar
Impostos	a	recolher
Passivo	não	circulante
Exigível	a	longo	prazo
Obrigações
Empréstimos	a	pagar
Financiamentos	a	pagar
Debêntures	a	pagar
Impostos	a	recolher
Patrimônio	líquido
Capital	social
Capital	subscrito
(–)	Capital	a	subscrever
Reservas
Reservas	de	capital
Reservas	de	lucro
Ajustes	de	avaliação	patrimonial
(–)	Ações	em	tesouraria
(–)	Prejuízo	acumulado
Total	do	passivo	+	patrimônio	líquido
Apresentamos	a	formação	da	estrutura	patrimonial	de	uma	entidade,	seus	elementos	ativos,
passivos	 e	 patrimônio	 líquido,	 a	 lógica	 de	 enquadramentos	 e	 avaliação	 desses	 diversos
elementos.
Demonstração	do	resultado	do	exercício	(DRE)
Essa	 demonstração	 apresentará	 informações	 relativas	 a	 um	 determinado	 período	 de
apuração,	enquanto	no	balanço	patrimonial	a	informação	corresponde	ao	dia	da	apresentação.
Na	demonstração	do	resultado,	a	 informação	corresponde	ao	intervalo	de	tempo	entre	os	dois
balanços.	 Na	 DRE,	 encontraremos	 todos	 os	 elementos	 que	 se	 caracterizam	 como	 receitas	 e
despesas	 reconhecidas	 dentro	 do	 período.	 O	 confronto	 entre	 as	 receitas	 e	 as	 despesas
evidenciará	 o	 resultado	 da	 entidade	 no	 respectivo	 momento	 da	 apuração.	 O	 resultado,	 quer
dizer,	 o	 lucro	 ou	 o	 prejuízo	 do	 exercício	 será	 determinado	 pela	 diferença	 entre	 as	 receitas
reconhecidas	menos	as	despesas	incorridas.
O	quadro	12	apresenta	a	representação	simplificada	da	demonstração	de	resultado.
Quadro	12
REPRESENTAÇÃO	SIMPLIFICADA	DA	DEMONSTRAÇÃO	DO	RESULTADO
Demonstração	do	resultado
	 Receitas(–) Despesas
(=) Lucro	ou	prejuízo	do	exercício
Como	 disposto	 no	 art.	 187	 da	 Lei	 no	 6.404/1976,	 serão	 apresentados	 na	 demonstração	 do
resultado	do	exercício:
I.	a	receita	bruta	das	vendas	e	serviços,	as	deduções	das	vendas,	os	abatimentos	e	os	impostos;
II.	a	receita	líquida	das	vendas	e	serviços,	o	custo	das	mercadorias	e	dos	serviços	vendidos	e	o	lucro	bruto;
III.	 as	 despesas	 com	 vendas,	 as	 despesas	 financeiras,	 deduzidas	 das	 receitas,	 as	 despesas	 gerais	 e
administrativas	e	outras	despesas	operacionais;
IV.	o	lucro	ou	prejuízo	operacional,	as	outras	receitas	e	as	outras	despesas;
V.	o	resultado	do	exercício	antes	do	imposto	de	renda	e	a	provisão	para	imposto;
VI.	 as	 participações	 de	 debenturistas,	 empregados,	 administradores	 e	 partes	 beneficiárias,	 mesmo	 na
forma	 de	 instrumentos	 financeiros,	 e	 de	 instituições	 ou	 fundos	 de	 assistência	 ou	 previdência	 de
empregados,	que	não	se	caracterizem	como	despesa;
VII.	o	lucro	ou	prejuízo	líquido	do	exercício	e	o	seu	montante	por	ações	do	capital	social.
A	Lei	no	11.941/2009,	no	art.	187,	inciso	IV,	substituiu	a	expressão	“receitas	e	despesas	não
operacionais”	por	“outras	 receitas	e	despesas”,	 ficando,	dessa	 forma,	em	consonância	com	as
normas	internacionais;	eliminou-se	a	expressão	“não	operacional”.	Os	ganhos	ou	as	perdas	na
venda	de	ativos	não	circulantes	que	fazem	parte	do	investimento,	imobilizado	ou	intangível	irão
compor	outras	receitas	ou	outras	despesas.
É	importante	destacar	a	diferença	entre	o	reconhecimento	das	receitas	e	o	fluxo	de	caixa,	as
entradas	 de	 recursos	 provenientes	 das	 receitas	 geradas.	 O	 fato	 de	 haver	 receitas	 não	 se
caracteriza,	necessariamente,	como	fluxo	positivo	para	nosso	caixa,	visto	que	as	receitas	serão
reconhecidas	quando	da	sua	ocorrência	e	não	quando	do	recebimento	dos	recursos.	O	fato	de
haver	receita	não	significa	que	a	entidade	possua	liquidez,	sendo	necessário,	muitas	das	vezes,
buscar	fontes	de	financiamentos	para	atender	a	sua	demanda	de	recursos.	Equilibrar	as	receitas
com	 a	 demanda	 de	 fluxo	 positivo	 de	 caixa	 não	 é	 tarefa	 nada	 fácil.	 Requer	 uma	 política
extremamente	 racional	 de	 realização	 das	 vendas	 e	 respectivas	 cobranças,	 um	 esforço	 muito
grande	por	parte	dos	gestores.
A	 contabilização	 dos	 fatos	 é	 feita	 com	 base	 no	 regime	 de	 competência.	 As	 receitas	 serão
reconhecidas	quando	de	sua	ocorrência	e	não	quando	de	seu	recebimento,	assim	como	os	gastos
relacionados	a	essas	receitas	serão	reconhecidos	quando	de	sua	ocorrência	e	não	quando	de	seu
pagamento.	Pode-se	perceber	que	o	resultado	da	entidade	em	determinado	período	é	apurado
confrontando-se	as	receitas	e	os	ganhos	gerados,	independentemente	de	seu	recebimento,	com
as	despesas,	os	encargos	ou	as	perdas	incorridos,	independentemente	do	respectivo	pagamento.
O	 quadro	 13	 apresenta	 a	 representação	 analítica	 da	 demonstração	 do	 resultado	 com	 os
diversos	grupos	de	contas	integrantes	de	sua	estrutura.
Quadro	13
REPRESENTAÇÃO	ANALÍTICA	DA	DEMONSTRAÇÃO	DO	RESULTADO	(CLASSIFICADO	POR	FUNÇÃO)
Receita	operacional	líquida
(–)	Custo
(=)	Lucro	bruto
(–)	Despesas	operacionais
Despesas	administrativas	e	gerais
Despesas	comerciais
(+/–)	Outras	receitas	e	despesas	operacionais
(+/–)	Resultado	da	equivalência	patrimonial
Receitas	de	aluguéis
(+/–)	Resultado	financeiro
Despesas	financeiras
Receitas	financeiras
(=)	Resultado	operacional	líquido
(+)	Outras	receitas
(–)	Outras	despesas
(=)	Resultado	líquido	antes	da	contribuição	social	e	imposto	de	renda
(–)	Contribuição	social	sobre	o	lucro	líquido	e	imposto	de	renda
(=)	Resultado	do	exercício	depois	dos	impostos
(–)	Participações
(=)	Resultado	líquido	do	exercício
Ao	término	dessa	demonstração,	no	caso	das	sociedades	por	ações,	é	obrigatório	demonstrar
o	lucro	ou	prejuízo	por	ação	do	capital	social.
Vamos	 descrever	 a	 composição	 dos	 diversos	 grupos	 de	 contas	 integrantes	 dessa
demonstração:
receita	operacional	líquida;
custo;
lucro	bruto;
despesas	 operacionais	 –	 necessárias	 à	 estrutura	 de	 funcionamento	 da	 entidade,	 estão
associadas	às	atividades	principais	e	secundárias;
outras	receitas	e	despesas	operacionais;
resultado	financeiro;
resultado	operacional	líquido;
outras	receitas	ou	outras	despesas;
resultado	líquido	antes	da	contribuição	social	e	do	imposto	de	renda;
contribuição	social	sobre	o	lucro	e	imposto	de	renda	–	tributos;
participações	–	distribuição,	a	quem	de	direito,	da	parte	que	lhe	cabe	no	resultado	da	empresa;
resultado	 líquido	 do	 exercício	 –	 representa	 o	 lucro	 líquido	 da	 empresa	 proveniente	 daquele
período	de	apuração.
É	obrigatória	a	indicação	do	lucro	ou	do	prejuízo	por	ação,	por	força	do	disposto	no	art.	187,
inciso	VII,	da	Lei	no	6.404/1976.
Demonstração	do	resultado	abrangente	total
Resultado	 abrangente	 total	 é	 a	 mudança	 no	 patrimônio	 líquido,	 durante	 o	 período,	 que
resulta	de	transações	e	outros	eventos	que	não	os	derivados	de	transações	com	os	proprietários
na	sua	capacidade	de	proprietários.	A	seguir,	detalharemos	cada	elemento	que	o	compõe:
resultado	 do	 período	 –	 é	 o	 total	 das	 receitas	 deduzido	 das	 despesas,	 exceto	 os	 itens
reconhecidos	como	outros	resultados	abrangentes	no	patrimônio	líquido;
ajuste	de	reclassificação	–	é	o	valor	reclassificado	para	o	resultado	no	período	corrente	que	foi
inicialmente	 reconhecido	 como	 outros	 resultados	 abrangentes,	 no	 período	 corrente	 ou	 em
período	anterior;
o	resultado	abrangente	total	compreende	todos	os	componentes	da	demonstração	do	resultado
e	da	demonstração	dos	outros	resultados	abrangentes.
O	quadro	14	permite	visualizar	a	estrutura	da	demonstração	do	resultado	abrangente	total.
Quadro	14
ESTRUTURA	DA	DEMONSTRAÇÃO	DO	RESULTADO	ABRANGENTE	TOTAL
Resultado	líquido	do	exercício
Outros	resultados	abrangentes
(+/–)	Acréscimos/decréscimos	de	PL	que	não	transitaram	pelo	resultado	nem	vieram	de	sócios
(+/–)	Ajustes	de	avaliação	patrimonial
(=)	Resultado	abrangente	total	do	exercício
A	 linha	 outros	 resultados	 abrangentes	 compreende	 itens	 de	 receita	 e	 despesa	 (incluindo
ajustes	 de	 reclassificação)	 que	 não	 são	 reconhecidos	 na	 demonstração	 do	 resultado	 como
requerido	ou	permitido	pelos	pronunciamentos,	interpretações	e	orientações	emitidos	pelo	CPC.
Os	componentes	dos	outros	resultados	abrangentes	incluem:
variações	 na	 reserva	 de	 reavaliação	 quando	 permitidas	 legalmente	 (veja	 pronunciamentos
técnicos	CPC	27	–	Ativo	imobilizado	e	CPC	04	(R1)	–	Ativo	intangível);
ganhos	e	perdas	atuariais	em	planos	de	pensão	com	benefício	definido,	reconhecidos	conforme
item	93A	do	Pronunciamento	Técnico	CPC	33	–	Benefícios	a	empregados;
ganhos	e	perdas	derivados	de	conversão	de	demonstrações	contábeis	de	operações	no	exterior
(veja	 Pronunciamento	 Técnico	 CPC	 02	 (R2)	 –	 Efeitos	 das	 mudanças	 nas	 taxas	 de	 câmbio	 e
conversão	de	demonstrações	contábeis);
ajuste	 de	 avaliação	 patrimonial	 relativo	 aos	 ganhos	 e	 perdas	 na	 remensuração	 de	 ativos
financeiros	 disponíveis	 para	 venda	 (veja	 Pronunciamento	 Técnico	 CPC	 38	 –	 Instrumentos
financeiros:	reconhecimento	e	mensuração);
ajuste	de	avaliação	patrimonial	relativo	à	efetiva	parcela	de	ganhos	ou	perdas	de	instrumentos
de	hedge	em	hedge	de	fluxo	de	caixa	(ver	também	Pronunciamento	Técnico	CPC	38).
Apresentamos	 a	 formação	 e	 estrutura	 da	 demonstração	 do	 resultado	 da	 entidade	 e
demonstração	do	 resultado	 abrangente	 total,	 os	 tipos	de	 receitas,	 ganhos,	 custos,	 despesas	 e
perdas,	além	de	critérios	de	reconhecimento	das	receitas	e	despesas.
Demonstração	dos	fluxos	de	caixa
Essa	 demonstração	 substitui	 a	 demonstração	 das	 origens	 e	 aplicações	 de	 recursos.	 Sua
obrigatoriedade	 se	 deu	 pela	 Lei	 no	 11.638/2007,	 art.	 176,	 inciso	 IV,	 e	 as	 normas	 para	 sua
elaboração	foram	definidas	por	meio	do	Comitê	de	Pronunciamentos	Contábeis	(CPC	03).	O	art.
1o	 da	 Lei	 no	 11.638/2007	 altera	 o	 §6o	 do	 art.	 176	 da	 Lei	 no	 6.404/1976	 ao	 determinar	 que
companhias

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