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Filosofia Plano 1

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Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
(Extratos de Curso de filosofia do Direito, Bittar e Almeida)
Objetivos:
Problematizar o que significa Filosofia;
 Identificar o conceito de Filosofia e os seus objetos de investigação;
 Reconhecer a Filosofia como a possibilidade de uma leitura crítica da realidade.
1.1.O que é filosofia e sua importância: 
- A palavra Filosofia (philos e sophia):
É a Pitágoras de Samos (571 a.C. – 496 a.C.) que se atribui a invenção da palavra. Este, quando solicitado por um rei a demonstrar seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas Filósofo, ou seja, amigo da sabedoria.
 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Todos os textos são extraídos da Obra “ CURSO DE FILOSOFIA DO DIREiTO” Bittar e Almeida
Em muitas línguas (hibou, no francês, owl, no inglês, Eule, no alemão), a coruja é a ave que simboliza a sabedoria. Isso se deve ao fato de, na tradição grega, a coruja (koukoubagía) ter sido vista como a ave de Athena (Minerva, para os romanos), ou seja, como símbolo da racionalidade e da sabedoria (sophía), como a representação da atitude desperta, que procura e que não dorme, que age sob o fluxo lunar e que, portanto, não dorme quando se trata da busca do conhecimento. 
Associada à capacidade de enxergar mesmo nas trevas, a coruja guarda seu mistério milenar no quadro do simbolismo humano. Os grandes olhos voltados para a compreensão, para a observação, são suficientemente significativos para traduzirem a ideia de que a busca da sabedoria pressupõe um olhar atento para a compreensão do mundo. 
A atitude de vigília da coruja é uma atitude que atravessa as sombras, que se mantém desperta enquanto tudo em volta parece descansar; seu olhar não somente atravessa as sombras, mas, sobretudo, se volta para todos os lados. 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
De toda forma, não há pensamento se não houver curiosidade intelectual. Daí a possibilidade de se fazer uma alusão recorrente à ideia da coruja como alusiva à sabedoria humana, fazendo dela um símbolo sugestivo do que representar.
Aqui se está a dizer que a sabedoria demanda uma peculiar atitude perante o mundo, quando se quer conquistá-la. Certamente, ela tem a ver com a experiência de mundo e com a experiência de vida; no entanto, uma longa experiência que seja não refletida, mas mecanicamente vivida, não é sinônimo de sabedoria adquirida. 
A sabedoria realmente evoca experiência e capacidade de absorção reflexiva da experiência mundana, esta predisposição de voltar-se para o processo de convívio com o espanto diante do mundo. É, portanto, pela forma com a qual interage com o entorno que se distingue a coruja. A coruja que plana e que observa à distância, com grandes olhos, retira das alturas sua vantagem na observação. O alcance de sua visão se soma ao fato de que se distancia para enxergar mais e então atacar a sua presa.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
A origem do pensamento grego: do mito à razão
Os pré-socráticos e a physis como tema inaugural da filosofia
PRÉ-SOCRÁTICOS: JUSTIÇA E COSMOLOGIA
 A filosofia pré-socrática pertence, ao momento em que, devidamente nutrida pelo mito, pela epopeia homérica, pela teogonia, pela cosmogonia, haveria condições de cristalização do pensamento racional cosmológico. 
Mas isto não afasta a filosofia pré-socrática nascente completamente da sua ligação com o período mitológico (principalmente porque surge a partir do mito), como afirma Werner Jaeger, pois esta passagem se processa aos poucos, numa transição que levará os gregos do período cosmológico da filosofia (naturalista) ao período socrático da filosofia (antropocêntrico).
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
O termo justiça aparece corporificado ora em thémis, ora em diké, o que, por si só, é já indício de que existem dois vocábulos entre os gregos para designar aquilo que se costuma chamar por justiça. Mas thémis e diké, como vocábulos gregos, reportar-se-iam ao mesmo designatum? Estariam querendo significar a mesma coisa? 
 O termo thémis, na língua grega, além de designar o uso, o costume, a unção de sabedoria, também era utilizado para designar uma deusa; esta se reveste da figura de Thémis, de uma deusa pré-olímpica, filha de Gaia e Urano, e esposa de Zeus, atuando ao lado deste como o símbolo da ordem e do poder organizativo.
O que se percebe é que da união de Zeus com Thémis surgem, reunidas entre si, a ordem física das estações, a ordem social da administração do rei e as partes atribuídas aos homens, significando existir uma sincronia existente entre o físico-natural e o sócio-político, dando a ideia de uma espécie de continuísmo entre a ordem das coisas humanas e a ordem cosmológica que a tudo rege.
 Assim, o Olimpo não somente governa a si próprio, como também governa a ordem das coisas no Kósmos, como também dá os instrumentos para a ação dos homens uns com os outros, uns contra os outros, no que está incluída a ideia de Diké.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Nesta tradição mítica da personificação, há, portanto, uma derivação no relacionamento entre Thémis e Diké, pois Diké é uma deusa ligada à verdade (alétheia) e à luz, filha de Thémis, agindo em oposição a outras forças, que agem com propósitos contrários [a injustiça (adikía), a desconfiança e a infidelidade (pseudés) e a sedução mentirosa (apáte)]. 
Nesta medida, Diké revela aos homens o que é em essência (e o que estaria escondido na dimensão do Hades), especialmente quando atua sobre as relações humanas, fazendo com que emerja o que é porque é, e não o embuste, o falso, o mentiroso, a imagem parca e translúcida da verdade 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
O conceito divinizado da justiça como thémis perdeu seu conteúdo de princípio coordenador da vida humana por concessão divina. Uma nova ordem pública exigiu uma nova configuração à justiça, adequada às novas exigências sociais, o que é fruto próprio de uma civilização que se organiza na técnica, no comércio, na política, no governo das coisas comuns da pólis. 
O advento do vocábulo dikaiosýne passa a ser a tradução desta vertiginosa mudança de concepções na sociedade grega. O termo diké, apesar de surgido provavelmente à mesma época do termo thémis, assume, com as modificações da civilização grega, uma carga de significação específica, revelando seu sentido como igualdade, como cumprimento da justiça, como bom julgamento, assumindo uma conotação social de grande relevo quando do surgimento dos primeiros movimentos sociais em oposição às injustiças que sulcavam abruptas diferenças entre os grupos sociais, as classes dominantes e as classes campesinas. 
Neste sentido, ampla contribuição foi dada pelo poeta do povo, Hesíodo, responsável pela exaltação do trabalho, do esforço e dos valores populares ligados ao modo campesino de vida.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Perceba-se que o processo de transformação da ideia de justiça entre os gregos corresponde a um movimento de passagem, contínua e lenta, entre os vocábulos thémis, diké e dikaosýne. Se a justiça estava depositada sobre a autoridade de thémis, atribuída pelas próprias mãos de Zeus aos dirigentes e governantes, como investidura divina e sagrada, significando o bom conselho ungido sobre o que é humano, com sua passagem para diké, constrói-se um novo baluarte da realização material de um maior igualitarismo, na medida em que não somente diké assume um sentido de justiça mais próximo e igualitário, como poder humano de decisão sobre as coisas humanas, como também se dessacraliza e destrona, como desafio, a autoridade de thémis.
 Assim é que para uma nova ordem política, econômica, cultural e social,diké revelou-se a melhor concepção para revestir os anseios e ideais populares. Tornou-se, ademais, princípio-motor para a reivindicação de modificações na estrutura político-administrativa da cidade (pólis). Tal significado encontrou fundamentos na própria conceituação mitológica do termo, que representa a deusa responsável pelo embate contra as forças de Éris (discórdia), Bía (a violência) e Hybris (imoderação), na implantação da ordem sobre a Terra 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Não apenas voltou-se, tal movimento, contra as diferenças socioeconômicas, mas, também, contra o arcabouço jurídico imperante. A inexistência de leis escritas era permissiva de toda espécie de abuso por parte dos magistrados que julgavam e se socorriam dos costumes, das tradições, do que estava dado pela tradição ancestral e que assim deveria ser (em Homero, “e thémis esti”), da “vontade dos deuses”. 
Ampliaram-se as reivindicações pela positivação das leis, fato que constituiu um primeiro passo no sentido da contenção do arbítrio e da distribuição efetiva da justiça no seio da sociedade. Consolidada a legislação, ter-se-ia vitória promulgada a favor da proteção da igualdade. Desta forma é que as primeiras leis foram obtidas no governo de Drácon (séc. VII), mas foi com Sólon, entre o final do séc. VII e início do séc. VI a.C., que se buscou a realização do ideal encarnado no termo diké e consagrado na literatura hesiódica “Os Trabalhos e Os Dias”. 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
 Assim, ampliando e dando ensejo à materialização dos anseios do representante popular no espaço poético-literário, Sólon combateu a discórdia social e introduziu a igualdade entre os integrantes da sociedade, um dos três pressupostos da forma democrática de governo. 
A Ordem e o Direito tornaram-se elementos de primordial importância no governo instituído por Sólon, estadista, legislador, pensador e poeta que compõe a parte mais nobre da tradição helênica. 
Foi a medida métron o baluarte de todo o seu governo, uma vez que realizou o equilibrismo social procurando estabelecer a harmonia entre os interesses classiais antagônicos e favorecer o desenvolvimento de uma classe média forte, assim como de toda a sua obra intelectual, de cunho notadamente político-moral. 
Foi com Sólon também que se efetivou a subsunção do homem à pólis, erigindo-se, desde então, a verdadeira responsabilidade cívica dos indivíduos participantes da conjuntura político-social. Sabedoria e astúcia política ligam-se ao nome deste governante, que não só idealizou, enquanto pensador, como realizou, enquanto governante, por meio de legislação, as modificações necessárias para a sequência do desenvolvimento da sociedade na busca do governo democrático
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Por isso, diké, termo já em voga e de maior uso vulgar que outro qualquer para significar justiça, e não thémis ocupa o lugar terminológico necessário para designar a ordem do cosmos, a esfera das leis que cumprem a função de dar conjunção ao todo universal. 
Por isso, apesar de ser algo comum a todos os pré-socráticos a reverência cosmológica e o problema da phýsis (existe uma ordem justa natural cosmológica), herança do período mitológico (apesar do pensamento racional), é no termo diké que haverão de encontrar a palavra adequada para se referir à justiça, pois diké vem do verbo deíknymi, que significa proferir um julgamento, atribuir ou pedir a justiça, ou, também, ser acusado pela justiça, agir em justiça, sofrer a sanção da justiça ou a imposição da pena de caráter imperativo.
 O homem, de inerte e irresponsável instrumento da vontade divina, tornou-se, além de realizador da justiça através de sua atividade, motor de toda a vida social por meio de sua energia e de sua inteligência,
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
A justiça é sinônimo de equilíbrio, mas de um equilíbrio pendular, que se dá na ordem do todo, não necessariamente na justiça ponderada e métrica de cada situação. Isto quer dizer que, por exemplo, uma situação de extrema injustiça (parricídio) não é justa por si e isoladamente, mas que, na ordem das coisas, é restabelecida por uma outra força contrária (pena), seu oposto, quando diké aparece.
 A injustiça também por si, olhada nesta perspectiva, deve aparecer como algo que pertence à ordem maior do justo, pois, de alguma forma, segundo este mesmo princípio cósmico, num relacionamento recíproco de todas as coisas entre si, há ordem mesmo na injustiça (“... pois, concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça...”). 
Diké aqui não depende somente da vontade dos homens, ou da justiça dos tribunais ou da ordenação das leis decretadas pelos governantes, mas é força que movimenta eternamente o movimento e o intercâmbio das coisas entre si.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Não há separação, portanto, entre a ordem dos fenômenos causais-naturais e a ordem dos fenômenos ético-sociais; tudo indica que há uma transposição efetiva da noção de culpa-responsabilidade das relações ético-jurídicas para a esfera das relações físico-naturais, na medida em que o fragmento revela uma interconexão mais do que lógica, revela uma implicação ético-jurídica ao nível do físico natural, a ponto de o kósmos vir-se a revelar na base deste movimento, onde o mecanismo da causa e efeito funciona como instrumento do equilíbrio geral das coisas entre si. 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Ao modo de conclusão, é possível afirmar que a transição do pensamento mítico ao pensamento filosófico operou-se por meio dos pré-socráticos. Por isso, estudou-se a significação do termo diké, que aparece nos textos pré-socráticos representando já um termo incorporado pelo vocabulário grego vulgar como significando uma justiça distinta daquela admitida no período homérico (thémis), exatamente retratando a passagem em direção à concepção que haverá de imperar posteriormente, no período socrático, a da justiça como virtude (dikaosýne). 
Além disso, com o estudo das escolas e seus pensamentos, foi possível localizar uma apurada e já germinativa filosofia ética nos pensadores pré-socráticos Mas caminhar em direção ao período socrático somente é possível uma vez compreendida a importante transição histórica iniciada pelos pré-socráticos e desenvolvida pelos sofistas, o que se estudará a seguir. 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
1.2. Objetos de estudo da Filosofia: - A filosofia estuda conceitos;
De início, deve-se dizer que o homem é capaz de ação e de pensamento. Entre os gregos, essa dicotomia expressava-se por meio da relação entre práxis e theoría. Na tradição latina, a dicotomia foi incorporada como actio e contemplatio. 
De qualquer forma, o que se quer acentuar, para os fins desta discussão é que, de certa maneira, quando se age, se imediatizam forças que comprometem o raciocínio, as atividades corpóreas, os estímulos sensoriais para responder a uma necessidade da ação (construir um barril; lapidar um diamante; socorrer uma pessoa em perigo; assinar um decreto…); com essa canalização de esforços, o manancial reflexivo é drenado para sustentar a carência e a necessidade da ação. 
Quando se reflete, procura-se um distanciamento que isola o homem da atividade, da operosidade, da fenomenologia e dos acontecimentos para que possa observar (theoría = observação) e analisar (ana-lisis = quebra, ruptura, dissolução para resolver); com essa canalização de esforços, agora direcionados para a reflexão acerca de algo, prioriza-se o alcance de uma proposta coerente de entendimento, explicação e busca das causas do fenômeno investigado 
 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico:O que é Filosofia? Para que serve?
 Compreenda-se, portanto, que a filosofia não é uma inimiga da ação, nem prescinde da ação. Para muitos, a filosofia é mesmo uma forma de ação, ou deve se comprometer com a ação (filosofia da praxis). 
É ela grande aliada da ação, mas no sentido de sua iluminação. Investigar, e não agir, é sua proposta. Ou, até mesmo, agir racionalmente objetivando melhor conhecimento da ação humana, é esta sua proposta. 
E, com esta, atrela-se a um objeto de estudo extremamente vasto, que abarca inúmeras práticas sociais e capacidades intrínsecas humanas (ação científica, ação religiosa, ação moral, ação lógica, ação política, ação ética, ação retórica, ação jurídica, ação burocrática…), ao qual se detém de modo universal. 
Nesse sentido, quer-se afirmar que a filosofia pode representar o potencial de libertação racional do homem.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Objetos:
 a moral, o conhecimento, a política, a verdade, o bem, o mal, a arte, etc
Áreas da Filosofia:
 Lógica, Ética ou Filosofia Moral, Filosofia Política, Estética, Metafísica ou Ontologia, Epistemologia ou Filosofia da Ciência, Teoria do conhecimento, História da Filosofia, etc.
É costume apontar, de acordo com o acúmulo das experiências filosóficas desde a Antiguidade, subdivisões didáticas dos saberes filosóficos, enquanto múltiplos são os territórios pelos quais se espraiam as visões de mundo influentes.
 As classificações são muitas, as opiniões são as mais variadas, as diferenças entre teóricos, ainda maiores. Convém apenas que se diga que a filosofia se espraia por campos infinitos de conhecimento, à medida que inesgotáveis são os saberes, e suas distensões teóricas. 
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
Aplicação Prática Teórica
Acesse o vídeo: Filosofia no dia a dia com Maria Sergio Cortella
1. Pesquise e traga um exemplo da contribuição da Filosofia que possa reforçar a opinião do Professor Cortella de que a Filosofia é um modo de ser.
Todo modo de ser que por amor à sabedoria implique em uma atitude perante o mundo de busca incessante pelo conhecimento. Isso significa o cultivo à vontade de descobrir, investigar, desbravar, escarafunchar a história, procurar, se embrenhar, enfim, os diversos universos e horizontes do conhecimento. A Filosofia serve para nos fazer crescer, inovar, avançar e, com isso, buscar a verdade, a filosofia é um modo de ser.
Filosofia Plano de aula 1:
 O modo de pensar filosófico: O que é Filosofia? Para que serve?
2. segundo o filósofo Cortella, que podemos entender por movimento filosófico?
O pensamento se exerce de forma tão presencial entre os homens do mundo que, uma vez acolhidas e adotadas como formas de comportamento, trazem como desencadeamento certa modificação do mundo. Então, o filósofo modifica indiretamente o mundo, pois seu rastro é sua marca impressa sobre as coisas e as pessoas, à medida que suas ideias são recepcionadas, dispersas, divulgadas pelas comunidades a que se destinam. 
Essa modificação decorre do fato de as pessoas abraçarem a palavra apregoada na seara filosófica, de modo a criar-se na prática o que no pensamento foi arquitetado pelo pensador. Este não age sozinho, mas com o respaldo, com o auxílio, com o concurso, com a empreitada de adeptos, continuadores, idealizadores de suas ideias... a filosofia problematiza a vida, a arte, a religião, a verdade, o mal, o plano da sociabilidade construindo problemas filosóficos que são diferentes de problemas científicos.
Filosofia
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
Objetivos
Identificar as diferentes fases da filosofia;
 Reconhecer um problema filosófico;
Diferenciar a reflexão filosófica do pensar cotidiano.
Filosofia Plano de aula 2
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
1.3 História da Filosofia e o problema filosófico: 
- Fases da Filosofia: Filosofia Antiga, Filosofia medieval, Renascimento, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea; 
A epopeia do pensamento grego, que se afirma paulatinamente na Grécia antiga, numa luta impressionante entre mito e razão, entre a busca do uno e a concretude do múltiplo, entre aspectos da aparência e a essência das coisas, é a raiz da constituição dos saberes, crenças e visão de mundo ocidentais. 
 Esse legado nos persegue e nos constitui, nos atravessa e nos reveste, mesmo no mundo moderno, e aparece para nós como um dado inconteste de nossa civilização e de nossa cultura,... a cultura dos gregos será levada como ideal de beleza e perfeição, para todos os domínios, e admirada por muitos povos e culturas, como ponto de apoio, como exemplo e como forma de afirmação, nos planos da arquitetura, da filosofia, das artes cênicas, das ciências, da política. 
Do imperialismo romano ao mundo medieval, o distanciamento será cada vez mais acentuado, mas as raízes serão sempre gregas. Para o pensamento medieval de Santo Agostinho, Platão será inspiração, e para a retomada de Tomás de Aquino, Aristóteles será a referência. No Renascimento, as formas, o belo, as técnicas, o cultivo do corpo, a devolução do homem como “medida de todas as coisas”, base do antropocentrismo ocidental moderno, a retomada da razão se fará invocando os antigos gregos. 
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Filosofia Plano de aula 2
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
- Como é ser um Filósofo do Direito?
1. proceder à crítica das práticas, das atitudes e atividades dos operadores do direito; 
2. avaliar e questionar a atividade legiferante, bem como oferecer suporte reflexivo ao legislador; 
3. proceder à avaliação do papel desempenhado pela ciência jurídica e o próprio comportamento do jurista ante ela;
 4. investigar as causas da desestruturação, do enfraquecimento ou da ruína de um sistema jurídico; 
5. depurar a linguagem jurídica, os conceitos filosóficos e científicos do Direito, bem como analisar a estrutura lógica das proposições jurídicas; 
6. investigar a eficácia dos institutos jurídicos, sua atuação social e seu compromisso com as questões sociais, seja no que tange a indivíduos, seja no que tange a grupos, seja no que tange a coletividades, seja no que tange a preocupações humanas universais;
Filosofia Plano de aula 2
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
7. esclarecer e definir a teleologia do Direito, seu aspecto valorativo e suas relações com a sociedade e os anseios culturais;
 8. resgatar origens e valores fundantes dos processos e institutos jurídicos, identificando a historicidade e a utilidade das definições, das práticas e das decisões jurídicas; 
9. por meio da crítica conceitual institucional, valorativa, política e procedimental, auxiliar o juiz no processo decisório;
 10. insculpir a mentalidade da justiça como fundamento e finalidade das práticas jurídicas; 
11. estudar, discutir e avaliar criticamente a dimensão aplicativa dos direitos humanos;
 12. abalar a estrutura de conceitos arcaicos, de hábitos solidificados no passado, de práticas desenraizadas e desconexas com a realidade sociocultural, na qual se inserem, de normas desconexas, e que atravancam a melhor e mais escorreita aplicação do sistema jurídico.
 13. proceder à discussão das bases axiológicas, econômicas e estruturais que moram atrás das práticas jurídicas; 
14. desmascarar as ideologias que orientam a cultura da comunidade jurídica, os pré-conceitos que orientam as atitudes dos operadores do Direito e descortinar as críticas necessárias para a reorientação da função de responsabilidade ético-social que repousa nas profissões jurídicas;
15. disseminar a cultura do humanismo, como forma ético-filosófica de resistência à tecnificação e pragmatização, à materialização e à alienação próprias da vida hodierna.
Filosofia Plano de aula 2
 Ahistória da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
1.4 O que significa reflexão filosófica? 
- O conceito de refletir: a reflexão filosófica; -
Como visões de mundo influentes e atividade do pensamento, a especulação filosófica distingue-se da mera observação passiva, da mera contemplação admirativa, uma vez que postula, procura as causas primeiras, explica, critica…, favorecendo a liberdade humana de pensar; a filosofia aparece como uma forma de busca racional para as questões que a própria ciência se julga impotente para responder. Para além dos estreitos limites da causalidade empírica, pode a filosofia racionalmente avançar, sem recair necessariamente nos domínios da crença e da fé religiosa. 
Filosofia Plano de aula 2
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
A problematização filosófica: o problema
Sem compromissos imediatos, sem limites tão claramente delineados, sem vínculo de apresentar respostas, com a filosofia, a racionalidade humana galga a condição da liberdade intelectual. Seus objetos são amplos, universais e infinitos. Pode, sem dúvida nenhuma, representar grande instrumento de esclarecimento e questionamento sobre meios e fins, sobre os princípios e as causas, sobre os destinos e as metas, sobre o de onde e o por onde… 
Filosofia Plano de aula 2
 A história da reflexão filosófica
O que significa história da filosofia? O que são problemas filosóficos?
Não há autonomia sem capacidade de reflexão. Nossos tempos, pós-modernos, são tempos de profunda apatia intelectual, de anestesia da consciência coletiva, de desmobilização ideológico-política, de falência das estruturas institucionais, de derrocada de paradigmas do direito e de justiça. Em tudo, predomina a força do mercado. Tudo é pensado a partir do mercado. Daí a expandida sensação de insatisfação pela realidade, daí o mais do que presente espírito de desalento de nossos tempos. Apesar da necessidade mais do que urgente de se pensar, sob estas condições, é-se, ao mesmo tempo, impedido de pensar.
Aplicação Prática Teórica
O problema filosófico - Entrevista com Lúcio Lourenço Prado, professor de filosofia, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=259J9tajMEE
1. Segundo o professor entrevistado, o que podemos entender por problema filosófico? 
A filosofia permite o questionamento, abrindo espaço para outros horizontes, introduzindo novas possibilidades, rediscutindo premissas e princípios, fundando um sentido explicativo para as coisas, reavaliando o que parece sólido e consensual, abrindo abordagens diferenciadas para questões antigas… Enfim, no lugar de decidir, sua proposta é a de investigar, no lugar de agir, sua proposta é a de especular, no lugar de aceitar, sua proposta é a de questionar.
Aplicação Prática Teórica
2. Pesquise e traga, pelo menos, um exemplo atual de problema filosófico.
O contexto atual no qual se insere esta reflexão merece esclarecimentos. A principal marca da sociedade contemporânea, senão a de uma sociedade que nos convida à anestesia reflexiva sobre ela mesma, à apatia política sobre os desafios futuros comuns, à inércia expectadora e à aceitação do status quo, e, enfim, ao consumo compensador.
Não há autonomia sem capacidade de reflexão. Nossos tempos, pós-modernos, são tempos de profunda apatia intelectual, de anestesia da consciência coletiva, de desmobilização ideológico-política, de falência das estruturas institucionais, de derrocada de paradigmas do direito e de justiça. Em tudo, predomina a força do mercado. Tudo é pensado a partir do mercado. Daí a expandida sensação de insatisfação pela realidade, daí o mais do que presente espírito de desalento de nossos tempos. Apesar da necessidade mais do que urgente de se pensar, sob estas condições, é-se, ao mesmo tempo, impedido de pensar.

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