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CLÍNICA COMPLEMENTAR AO DIAGNÓSTICO HEMATOLOGIA DE AVES E RÉPTEIS FASE PRÉ-ANALÍTICA • Introdução: o Importante: ▪ Quando se trata de animais silvestres, existe uma grande preocupação durante a coleta, que é o próprio paciente, vários deles possuem menos de 1kg. ▪ As amostras acabam tendo um volume muito menor e normalmente não há possibilidade de recoletar sem prejudicar o paciente. ▪ Deve-se conhecer muito bem a espécie, pois não existem padrões de valores de referência para todas elas; então algumas vezes é necessário buscar referências de outras espécies que fazem parte daquela família. o Esta fase inclui: ▪ Solicitação ▪ Preparo do paciente: • Em alguns animais é necessário realizar sedação ▪ Coleta adequada ▪ Preservação (paciente e amostra) ▪ Transporte da amostra ▪ Acondicionamento e preparo para realizar o exame ▪ Anamnese: • Deve ser minucioso, algumas vezes o manejo que o animal é submetido influência mais do que a própria doença. • Espécie, Idade, Raça, Sexo • Sazonalidade, Habitat, Fase de Reprodução, Estresse • Jejum, Dieta (exemplo, animais que comem muita cenoura, acabam tendo muito caratenoide no sangue, promovendo uma falsa icterícia) • Sob tratamento ou não? o Missão essencial: ▪ GARANTIR A REPRESENTATIVIDADE DA AMOSTRA ANALISADA. • Coleta: o Volume coletado: ▪ O volume de sangue coletado sempre deve respeitar a espécie, tamanho e o tubo de coleta escolhido; sem haver risco de danificação da amostra (exemplo, pouco sangue em um tubo grande com anticoagulante, acaba diluindo muito o sangue) ▪ Cálculo do volume: • Em outros animais: o A volemia é em torno de 10% do peso vivo. Ou seja, se o animal possui 70 kg → 7 litros de sangue no corpo. o Pode-se coletar 1% do peso vivo. Ou seja, se o animal possui 70kg → pode coletar 700 ml o Porém, existe uma margem de segurança, sendo padrão que se colete até 450 ml • Em silvestres muito pequenos: o A volemia é em torno de 7% a 9%. Ou seja, se o animal possui 500 gramas → 45 ml de sangue no corpo o Pode-se coletar 0,5% a 0,7% (0,8% no máximo) do peso vivo. Ou seja, se o animal possui 500 gramas e eu coleto 0,5% do peso vivo → 2,5 ml o Porém, existe uma margem de segurança, sendo padrão que se colete 1ml o Métodos: ▪ IMPORTANTE: sempre utilizar luvas para qualquer coleta biológica! ▪ Coleta a vácuo: • Apenas para paciente com mais de 1kg; pois a pressão do aparelho é programada para coleta em torno de 2ml, em animais muito pequenos, pode provocar colabamento ou rompimento de veias. ▪ Agulha e Seringa: • Independente da espécie, no momento de colocar o sangue no tubo, deve-se tirar a agulha e despejar o sangue direto da seringa no tubo (evitar turbilhonamento e consequentemente hemólise e diversas alterações no exame) • Indicada para animais com mais de 1kg (na rotina é comum se observar coleta de todos os animais com agulha e seringa) • Qual Agulha e Seringa? o Quando os animais são muito pequenos é indicado que se utilizem agulhas de menor calibre (comumente é utilizada a agulhas de insulina) o Em animais muito pequenos 1ml é o suficiente. ▪ Scalpes/ Butterfly / Cateter o Indicado: para quando é necessário coletar do animal, com certo distanciamento. o Não é indicado: quando há necessidades de manter o animal por dias com o equipo, o mais indicado é o cateter convencional, pois este equipamento é mais rígido (em silvestres e pets convencionais) o Fixação transitória: ▪ Pacientes debilitados ▪ Administração endovenosa contínua ▪ Ingestão medicamento/substância (como quimioterapia) ▪ Coletas seriadas para provas funcionais o Tubo de coleta: ▪ Tubo com anticoagulante EDTA (ÁCIDO ETILENO DIAMINOTETRACÉTICO) • Tubo de tampa roxa o Usado em: ▪ Hemograma (Aves e mamíferos) → mais comum ▪ Alguns Bioquímicos (não são todas) ▪ Imunohematologia o Função: ▪ Preserva plaquetas, hemácias e leucócitos ▪ O que melhor preserva as células o Não usar em: ▪ Descobriu-se que em algumas espécies de aves, ocorre uma resposta ruim (hemólise) ▪ Grupos de aves: Avestruz, Emas, Emus... ▪ Nestes casos se utiliza Citrato de Sódio ▪ Tubo com anticoagulante Citrato de Sódio • Tubo com tampa azul • Usado em: o Grupos de aves: Avestruz, Emas, Emus... o Coleta a vácuo da jugular (indicado) o Hemograma o Teste de coagulação (TP, TTPA) quando coletado na proporção de 1:9 (“1 para 9”) o Com algumas ressalvas: ▪ Usar na quantidade certa de sangue para anticoagulante, se o tubo aceita 4ml é necessário que se colete 4ml; ▪ Este tubo possui uma quantidade muito maior de anticoagulante, quando comparado ao EDTA. ▪ Se não coletar o volume certo, ocorre hemodiluição e o exame demonstrará uma falsa anemia. ▪ Tubo com anticoagulante Heparina Lítica (ou heparina de lítio) • Tubo com tampa verde • Usado em: o Hemograma de repteis o Algumas análises de bioquímicas de emergência 3 o • Problemas com a heparina: o Leitura da amostra em até 6 horas, pois ocorre agregação o A heparina ocasiona fragilidade de células, normalmente alterando a morfologia dos eritrócitos o O que é realizado nestes casos: Coleta o sangue, pinga uma gota direto na lâmina de esfregaço e o restante do sangue envia para análise no tubo → Isto permite realizar análise morfológica, sem a interferência da heparina. *cai na prova* o Não utilizar: Em provas de coagulação, testes moleculares e gasometria. ▪ Tubo sem anticoagulante • Este tubo é padronizado para todas as espécies • Tubo de tampa vermelha • Usado em: o Provas hormonais, molecular, bioquímicas, sorologias... (qualquer análise em relação ao soro do paciente) o O ideal é realizar coleta no tubo com coagulante e com anticoagulante Na maioria dos silvestres, não se chama plaquetas! Chama-se Trombócitos • Existem alguns tubos diferentes em função de marcas comerciais: o Tubo com gel é preconizado em atendimento a campo. o O primeiro tubo (plástico), é maior, utilizado em grandes animais. o O tubo siliconado, normalmente já vem acoplado com spray seco pró coagulante, o que acelera o processo. o Microcoleta: ▪ Tubos neonatais, são menores. ▪ Volume: Máximo de 500 µL (0,5ml) ▪ Facilita a obtenção de pequenos volumes de amostra ▪ Usado em: • Em clínicas de pets convencionais, são muito utilizados: o Em animais com menos de 1kg, principalmente felinos o Animais idosos ou recém-nascidos o Caquéticos o Debilitados ou com Hipovolemia o Pacientes com queimaduras extensas • Pequenos animais silvestres: o Ideal para mamíferos, aves e repteis com menos de 1kg • A coleta deve ser com agulha e seringa, pois não é possível realizar coleta a vácuo. • A homogeneização deve ser mais cautelosa (se houver microcoágulos não é possível fazer análise e problemas na recoleta). o Posição/ Local / Melhor veia de acesso: ▪ Importante: • Levar em consideração que os animais silvestres possuem sentidos mais apurados • Além de realizar a contenção adequada para cada espécie, é necessário impedir a visão dos animais (sentido que faz com que eles tenham maior percepção do local) • Quando impede a visão do animal, eles tendem a ficar mais calmos / imobilizados com maior facilidade. • Algumas aves podem apresentar morte súbita apenas pela contenção inadequada. • Além disso DESCONFORTO + ANSIEDADE (ESTRESSE) = ALTERAÇÃO ANALÍTICOS → leucograma de estresse por exemplo. ▪ Locais: • Se o veterinário se deparar com a coleta de alguma espécie da qual ele não possui muito conhecimento, é indicado se realizar a coleta da jugular (local de eleição para qualquer espécie → veia mais calibrosa) Classe Reptília • Ordem Squamata o Subordem Ophidia: ▪ Serpentes ▪ Cardiocentese: • Possível realizar nas serpentes e nos crocodilianos • Coleta o sangue de dentro do ventrículo do coração • Porém, se faz necessário associar a utilização de um holter para localizar o ponto correto (saberonde está o batimento cardíaco) • Além disto, sedação no paciente (mais indicado ser realizado por um anestesista). • Puncionar o coração de modo errado, pode ocasionar graves consequência, como uma Pericardite • Só pode ser utilizada em serpentes com mais de 1 kg ▪ Outros pontos de acesso: • Veia jugular, coccígea caudal, artéria ou veia caudal • Se utiliza mais veia Holter em um cão o Subordem Sauria: ▪ Lagartos, Iguanas e Teiú ▪ Normalmente se utiliza de sedação leve ▪ Pontos de coleta: • Veia Jugular, Veia Cava posterior, Veia Coccígena Ventral e Veia Abdominal Ventral • Ordem Chelonia o Sistema Linfático: ▪ Estes animais possuem o sistema linfático muito irrigado, com uma comunicação maior com o sistema circulatório. ▪ Isto facilita que se puncione o local errado, coletando linfa ao invés de sangue (algumas vezes sangue + linfa, sendo um líquido cor de rosa). ▪ O local mais susceptível a este erro → região subcarapacial (comumente utilizada, pois não sofre interferência da retração de cabeça de alguns animais) ▪ A presença de linfa na amostra, pode provocar um falso laudo de anemia, pela diluição do sangue. o Pontos de Coleta: ▪ Subcarapacial ou veia jugular ▪ Sendo a jugular a mais indicada ▪ Seio venoso cervical dorsal ou veia caudal dorsal: • muito utilizado em tartarugas marinhas → animais grandes, pois a entrada da agulha é de forma muito reta e profunda • podendo ser utilizada coleta a vácuo • Semelhante a coleta de suínos pela jugular • Ordem Crocodyla o Pontos de Coleta: ▪ Veia Coccígena ventral ▪ Cardiocentese ▪ Seio retro occipital: • Animal deve estar contido • Cuidado: o Como toda a estrutura tecidual destes animais é passada com a agulha, podem vir na agulha, células queratinizadas (do próprio tecido cutâneo) o Algumas vezes se faz necessário utilizar calibres maiores de agulha Classe Aves • Pontos de Coleta: o Jugular: ▪ Em aves jugular esquerda é dificilmente acessada, então indica-se realizar punção na jugular direita. o Veia pedal ou Tarso / Canela o Seio venoso ociptal: ▪ Mais utilizada para realizar administração de fármacos e vacinas o Veia metatárcica: ▪ Realizar em aves grandes ▪ Também corre risco de haver punção de células queratinizadas, alterando a amostra o Veia cutânea Ulnar (DA ASA) ▪ Facilmente visualizada ▪ Porém, tanta a camada cutânea quanto a parede do vaso, são muito delgadas, sendo assim, são finas e frágeis ▪ Alta chance de hematoma ▪ Só deve ser utilizada em casos mais extremos, além disto a digito pressão pós coleta deverá ser mais longa o No caso de aves muito pequenas: ▪ Pode ser utilizada a jugular ▪ Estes procedimentos são mais utilizados para sexagem (saber se é macho ou fêmea): • Alguns clínicos preenchem o microcapilar, diretamente do ponto de punção • Ou ainda o extravasamento do sangue direto no tubo diretamente da agulha • Clip da unha (corta um pedaço da unha para sangrar e fazer a coleta deste sangue). FASE ANALÍTICA • Introdução: o Composição do sangue (diferença entre as espécies): ▪ Hemácias: • Repteis e Aves: o Hemácias maiores (comparadas a mamíferos), nucleadas, ovaladas, rica em citoplasma, valor de VCM maior (em torno de 500 a 1200) e CHCM muito baixo. • Aspecto geral: o Função (igual a outras espécies): ▪ Transporte de O2 e CO2 entre pulmões e tecidos ▪ Carreia a hemoglobina: composta por duas cadeias globinas + 4 grupos heme (+íon ferro) ▪ Produção estimulada pela Eritropoietina nos rins e fígado o Sobre Icterícia em Aves: *cai na prova* ▪ Quando há hemólise (rompimento de hemácia) é liberado globina e heme na circulação ▪ A quebra da porção Heme libera na circulação Hemoglobina, que é catabolizada em Biliverdina ▪ Nos mamíferos, existe uma enzima chamada Bilirrubina Redutase, que é capaz de converter a Biliverdina em Bilirrubina. ▪ Bilirrubina, possui a capacidade de provocar icterícia por sua deposição dos tecidos. ▪ Porém, as aves não possuem essa enzima ▪ Sendo então, esses animais, incapazes de ficarem ictéricos! ▪ Apenas terão Biliverdina, molécula hidrossolúvel facilmente eliminada pelo corpo (pelas fezes ou sistema renal). ▪ O que pode ocorrer é uma falsa icterícia em animais que comem muita cenoura, devido ao excesso de caraternoides depositados nos tecidos e na circulação. ▪ Plaquetas/ Trombócitos: • Chamadas de Trombócitos • Forma: o Células nucleadas com núcleo clarinho o Se parecem com linfócitos sem citoplasma ou linfócito rompido. Principalmente se estiverem ativos, ficam maiores, podendo ser confundidos o Em todas as espécies: são fragmentos do citoplasma do megacariócito e é a menor célula sanguínea. • Função: o Homeostasia primária: Reparo tecidual e Fagocitose • Estimuladas pela Trombopoietina ▪ Leucócitos: • Função: o Defesa do organismo e imunidade o Fagocitose o Morte de Células e Microrganismos • São produzidos na Medula Óssea em quase totalidade e se diferenciam após sair dela (assim como nas outras espécies). Regulada por citocinas e fatores de crescimento • Nestas espécies a interpretação do leucrograma é dificultada em algumas ocasiões: o As alterações não são marcantes como em mamíferos (leucograma de estresse, desvios...) o Pode haver alterações de acordo com o sexo do animal, fase de reprodução e hibernação de algumas espécies • Tipos de Leucócitos: o Monócito e Eosinófilo ▪ Semelhantes as demais espécies ▪ Apenas o Eosinófilo que costuma ter uma estrutura um pouco mais arredonda o Heterófilos ▪ Em outras espécies é conhecido como Neutrófilo Segmentado o Basófilos ▪ Grande importância clínica em silvestres (aves e repteis) ▪ Em fases reprodutivas de repteis e chelonios tendem a aumentar o Linfócitos: ▪ Possui o formato semelhante aos Trombócitos (plaquetas), necessita de prática para diferenciar o Hematopoiese: ▪ Processo de Produção / Renovação das células sanguíneas (Leucócitos e Eritrócitos) ▪ Quais são os órgãos responsáveis: • Mamíferos: • Animais Silvestres (não mamíferos): o Eritropoiese: ▪ Processo de formação de Eritrócitos ▪ Aves: • Estes animais possuem o metabolismo muito acelerado, devido a isto estes animais possuem uma maior capacidade de regeneração. • As hemácias duram menos: • Levando em consideração este aspecto, é possível compreender que a recuperação destes animais é rápida, ou seja, se houver uma anemia, logo o animal se recupera. Quando uma anemia chega a ser percebida nos exames, é por ser muito severa. • Isto se aplica também a uma hemorragia. • A recuperação se torna mais intensa em períodos de muda e em fase de crescimento do animal. • Eritrograma: o Contagem total de Eritrócitos: ▪ Analisam-se três parâmetros: Hematócrito, Hemoglobina e Contagem total de eritrócitos o Se estiver com o valor aumentado: Policitemia o Se estiver com o valor diminuído: Anemia o Nestes animais não é necessário analisar chcm, vcm e hcm o Há contagem de reticulócitos para analisar se o processo é regenerativo ▪ Como é realizada a contagem: • Realiza por meio da câmara de Neubaer: Diluição de sangue em solução Natt Herrick: 1:50: o Hematócrito: ▪ Calcula a concentração de Eritrócitos no sangue ▪ É o volume de massa eritróide de uma amostra de sangue ▪ Unidade: porcentagem ▪ Valores de referência geral: • Lembrando que existem grandes diferenças entre espécies destas classes • Entre aves e repteis: o Repteis possuem uma produção/resposta celular muito menor que as aves o Aves dentro de sua especificidade possuem grande capacidade de recuperação e conseguem produzir eritrócitos com muita eficiência (inclusive quando comparadas aos mamíferos) o Causas de Policitemia: ▪ Policitemia relativa: • Não há aumento da produção de eritrócitos • Mais comum • Normalmente em estados de desidratação • Não há contração esplênicas nesses animais (baço contrai liberandoas células que estavam aglomeradas) ▪ Policetmia absoluta: • Aumento da produção de eritrócitos • Neoplasias renais (raro) o Causas de Anemias em aves e repteis: *muito importante saber* ▪ Deficiências de substrato → não come direito: • Dieta, nutrição / def. de cobre, ferro e vitamina B12 • Principal causa na maioria das espécies (inclusive em mamíferos) ▪ Infecções e inflamações crônicas ▪ Hormônio circulante – fase reprodutiva: • Em repteis a fase reprodutiva é uma causa comum de anemia • Neste período ocorre muito variação de eritrócitos e leucócitos (são produzidos fora do valor de referência, alguns aumentam outros diminuem) ▪ Temperatura e stress – cortisol: • Ocorre uma prevalência de heterofilos e diminuição de eritrócitos ▪ Perda sanguínea: traumas / hemorragias ▪ Processos imunomediados (intoxicação e hemoparasitas): • Causa muito comum de anemia em aves • Lembrando que anemia em aves, normalmente só é identificada quando se trata de um processo crônico ▪ Deficiência de produção (alterações renais e medulares ou nos órgãos responsáveis pela produção das células sanguíneas – variando conforme a espécie) o Índices Hematimétricos: *cai na prova* ▪ Levando em consideração que os eritrócitos das aves e dos repteis são muito maiores → VCM (volume corpuscular médio) É ALTO! SEMPRE SERÁ MACROCÍTICO. ▪ Por isso não se categoriza quanto ao tamanho (macrocítico, micro ou normo) ▪ Ao mesmo tempo, como esta célula é grande a concentração de hemoglobina corpuscular, que dá a coloração é muito diluída → CHCM (Concentração corpuscular de hemoglobina) BAIXO! SEMPRE SERÁ HIPOCRÔMICO. ▪ Por isso não se categoriza quanto a coloração (hipocromico, hiper ou normo ▪ Para chegar nesses valores o cálculo é o mesmo: • VCM: Hematócrito x 10 Número de Eritrócitos • CHCM: Hemoglobina x 100 Hematócrito o Contagem de Reticulócitos (Classificação quanto a regeneração das Anemias): ▪ Relembrando: • Reticulócitos são eritrócitos jovens que em anemias são liberados pela medula ainda imaturos, indicando um processo regenerativo, ou seja, que a medula ainda está produzindo hemácias. • A contagem de reticulócitos (CR) é um parâmetro importante e útil para avaliar a atividade da medula óssea, assim como para classificar quanto ao tipo de anemia se é regenerativa (RE) ou arregenerativa (AR). • São células que se coram de uma maneira diferente, indicando que são uma hemácia jovem. ▪ A liberação de reticulócitos em aves e repteis, ocorre de forma semelhante a liberação de felinos: • Nos felinos possuem uma particularidade existindo dois tipos de reticulócitos os agregados e pontilhados. ▪ Como classifica? • Utiliza-se como parâmetro a contagem apenas dos agregados. • Os reticulócitos agregados, são aquele que estão na circulação já faz um tempo, demonstrando um processo antigo. Isto indica que a medula está responsiva a dias → boa resposta. • Resumindo: o Realiza o esfregaço sanguíneo (sangue na lâmina) e cora o Na lâmina corada se observam as hemácias, reticulócitos e corpúsculos (células que se coram de uma forma diferente e possuem formato diferente). o Se houver anemia: ▪ Será possível observar reticulócitos agregados e pontilhados, mas SÓ SERÃO CONTADOS OS PONTILHADOS. ▪ Se houver realmente reticulócitos agregados → anemia regenerativa. o Cálculo Corrigido de Reticulócitos: ▪ Se o resultado do cálculo der: >1% → regeneração o Proteínas Plasmáticas Totais (PPT): ▪ Os parâmetros analisados são semelhantes às outras espécies ▪ Existe apenas um ponto importante em relação a desidratação ▪ Relembre: • Proteina total = albumina +globulinas • Se não houver alteração no leucograma, sinal que o aumento é originado pelo aumento de albumina • Albumina apenas aumenta em casos de desidratação • Sendo assim, se houver aumento da proteína plasmática sem alteração no leucograma → desidratação. ▪ Associando: • Quando no eritrograma é indicado uma Policitemia, deve-se buscar saber se é relativa ou absoluta. • Para isto dosa-se Proteína Total • Se houver Policitemia + Hiperproteinemia = Desidratação → HIDRATA O ANIMAL E REPETE O EXAME, POIS PODE HAVER UMA ANEMIA MASCARADA. CAI NA PROVA! MAMÍFEROS → ANALISA RETICULÓCITOS AVES, REPTEIS E FELINOS → ANALISA RETICULÓCITOS AGREGRADOS EQUINOS → NÃO ANALISA, POIS NÃO LIBERAM RETICULÓCITOS NA CIRCULAÇÃO o Análise Morfológica de Eritrócitos: ▪ Alteração de Cor: • Policromasia: o Avaliação importante, pois não é sempre possível contar reticulócitos destas espécies • Hipocromasia ▪ Alteração de Tamanho: • Anisositose: o Indica Hemácias Jovens o Indica que o tamanho da hemácia está variando, sendo que quanto maior, mais jovem esta hemácia é. o Este é um exemplo de Anisositose de Mamíferos, porém, lembre-se de que as hemácias de aves e repteis são diferentes → Maior e possui núcleo • Quando há anemia e é observado na lâmina Anisositose + Policromasia = Forte indício de que o animal está em uma anemia regenerativa ou respondendo ao tratamento da anemia. ▪ Alteração Morfológica: • Identifica anemia hemolítica imunomediada: o Aglutinação de hemácias o Impossibilita a contagem de hemácias o Podendo ser associada a hemoparasitose, intoxicação e outras causas o Lembrando que nas aves, mesmo que se tenha hemólise, na clínica não vai haver icterícia • Poiquilositose o a célula fica “tortinha” e isso pode indicar processos regenerativos, mas também a presença de endoparasitas o parâmetro comumente observado nestas espécies, pois existe uma infinidade muito maior de hemoparasitas • Processos de Anemia regenerativa acentuada: o Em repteis, aves e anfíbios: As células jovens podem começar a fazer mitose e aparecerem na lâmina sem núcleo (Eritroplastídeo) ou em processos de divisão celular (Binucleação) ▪ Inclusões: • Corpúsculos de Heinz: o Hemácia com oxidação que aparece em processos tóxicos; em silvestres associada a intoxicação por medicamentos. • Hemoparasitas: o Comum em Aves migratórias: Plasmodium em várias fases do ciclo de vida o Comum em Pombos e Aves de corte: Hemoproteus o Microfilária: na circução sanguínea, não dentro da célula o Bactérias: Dentro ou fora dos eritrócitos, que nessas espécies possuem a capacidade de fagocitar o Hepatozoon sp. (hemogregarina): atinge leucócitos e eritrócitos o Haemoproteus sp.: Transmitido por piolhos o Trypanossoma sp. o Leukocytozoon sp. o Trombograma: ▪ Trombócitos (Plaquetas) de animais silvestres: • Possuem a mesma função que as plaquetas dos mamíferos e participam da coagulação sanguínea, da formação de trombos e da cicatrização. • Porém, também possuem a capacidade de fagocitose e defesa ativa contra microrganismos • Durante o esfregaço sanguíneo, há uma dificuldade de diferenciar Trombócitos e linfócitos, pela semelhança morfológica. • O valor é menor comparado a mamíferos: Em torno de 24 a 350 mil • Leucograma: o Contagem de Leucócitos Totais e Diferencial – MANUAL: ▪ Estes animais tendem a ter quantidade menores, comparado a mamíferos. Bactérias Microfilária o Avaliação da Morfologia: MAMÍFEROS AVES, REPTEIS E ANFÍBIOS • Neutrófilo: o A célula em maior número o Em torno de 70% do valor total de leucócitos • Neutrófilo: o Chamado de Heterófilo o Não é a célula em maior quantidade o Em torno de 30% a 40% dos leucócitos totais • Os leucócitos possuem ações diferentes • Os leucócitos possuem ações semelhantes • Aumento de Neutrófilos (Neutrofilia): o Imunidade inata, combate de microrganismos e enfermidades imunomediadas • Aumento de heterofilos (Heterofilia): o No verão o Inflamações: em processos mais agudos pode ter células jovens (desvio a esquerda) o Injúria tecidual o Bacteremias o Estresse provocando aumento de cortisol (por manejo) ou administração de cortisol o Leucemia/neoplasias• Diminuição de Heterófilos (Heteropenia): o Associado a invernos e procesoss infecciosos • Presença de Neutrófilos Tóxicos: o Associado a processos infecciosos intensos (bacteremia) o São células que saem da medula sem maturação, devido a uma grande demanda requisitada (não são apenas neutrófilos jovens, mas sim com “deformações”) • Presença de Heterófilos Tóxicos (igual a mamíferos): o Bacteremias e Doenças Sistêmicas severas o Se houver uma segunda avaliação, indicando diminuição desta toxicidade → significa que o animal está respondendo ao tratamento. • Aumento de Linfócitos (Linfocitose): o São associados a processos infecciosos • Aumento de Linfócitos (Linfocitose): o Não é possível diferenciar entre Linfócitos B e T o Nos repteis são a célula em maior número, de modo que é possível se observar apenas linfócitos em uma condição normal (cerca de 90%) o Cicatrização o Infecções parasitarias e doenças virais o Inflamação o Maior no verão e em fêmeas (algumas espécies de repteis) • Diminuição de Linfócitos (Linfopenia): o Infecções virais o Ação de anestésicos o Inverno – Hibernação → pode estar ausente • Aumento de Eosinófilos (Eosinofilia): o Associados a processos alérgicos ou presença de parasitas (verminoses), granuloma eosinofílico em felinos... • Aumento de Eosinófilos: o Processos alérgicos e parasitismo o Variam muito em quantidade conforme a espécies (em repteis em maior número do que em aves) o São capazes de fagocitar (principalmente em repteis, principalmente no grupo das iguanas) o Estação Reprodutiva o Hibernação – inverno (dos repteis que hibernam →no brasil não é comum) o Estimulação imunológica • Aumento de Basófilo: o Muito raros na circulação, não possuem grande relevância clínica (a diminuição também não) o Mas pode ocorrer em: Dirofilariose, Parasitismo intestinal e reações de hipersensibilidade • Aumento de Basófilo: o Grande relevância clínica nessas espécies (aumento significativo → algumas espécies chegam a ter 60% na circulação) o Inflamação e Reação de Hipersensibilidade o Liberação de histamina o Doenças parasitárias e infecciosas o Inflamação aguda o Basófilos nessas espécies, possuem a mesma importância que os neutrófilos para os mamíferos. • Aumento de Monócitos (Monocitose): oCapacidade fagocítica o Aumento em processos inflamatórios, infecciosos o Injúria tecidual o Processos Neoplásicos o Necrose o Estímulo Antigênico o Formação de células gigantes e de granulomas • Aumento de Monócitos (Monocitose): o Capacidade fagocítica o Aumento em processos inflamatórios, infecciosos o Injúria tecidual o Processos Neoplásicos o Necrose o Estímulo Antigênico o Formação de células gigantes e de granulomas o Monócito azurofilo: Só aparece em repteis (serpentes e quelônios); possui alto poder fagocitário e capacidade bactericida, podendo ser contado junto ou separado (possui uma morfologia um pouco diferente)
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