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Módulo I - Políticas Públicas de Saúde

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Prévia do material em texto

FICHA CATALOGRÁFICA 
Todos os direitos desta edição serão reservados à Escola Estadual de Saúde 
Pública “Cândido Santiago”/Secretaria da Saúde do Estado de Goiás. 
Goiás (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Educação 
em Saúde e Trabalho para o SUS. Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido 
Santiago”. Políticas Públicas de Saúde . Goiânia: ESAP-GO, 2018. 
 
1. Estratégia Saúde da Família. 2. Sistema Único de Saúde. 3. Saúde Pública. I. 
Título. II. Melo, João Batista Moreira de. 
Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido Santiago” (ESAP-GO/SEST-
SUS/SES-GO) 
Rua 26, 521 
74.853-070 – Jardim Santo Antônio 
Goiânia, GO 
Tel: (62) 3201-3410 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA 
 
 
 
 
Políticas Públicas de Saúde no Brasil 
 
AONDE QUEREMOS CHEGAR 
Prezados Agentes, sejam muito bem vindos ao componente curricular Políticas 
Públicas de Saúde, do Curso de Capacitação do Processo de Trabalho de 
Agentes Comunitários de Saúde - ACS e Agentes de Combate a Endemias - 
ACE. 
Aqui você conhecerá um pouco sobre as políticas públicas de saúde no Brasil, 
sua trajetória histórica e os acontecimentos que culminaram na criação do 
Sistema Único de Saúde – SUS. 
Então, vamos lá?! 
 
CAMINHOS A PERCORRER 
Para atender aos objetivos propostos por esse tema, percorreremos os 
seguintes tópicos: 
1. Unidade I: Políticas Públicas de Saúde no Brasil, sua trajetória histórica 
e a construção do Sistema Único de Saúde – SUS; 
2. Unidade II: Objetivos e Atribuições do SUS; 
3. Unidade III: Princípios do SUS 
 
 
 
 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 5 
Assista ao vídeo: A história da 
saúde pública no Brasil – 500 
anos na busca de soluções. 
https://www.youtube.com/watch?v=7
ouSg6oNMe8 
 
Unidade 1 
 
Políticas Públicas de Saúde no Brasil, sua trajetória histórica e a 
construção do Sistema Único de Saúde – SUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de iniciarmos nossa conversa, vamos assistir ao vídeo abaixo? Ele 
realiza um breve histórico sobre a Saúde Pública no Brasil, e vai ajudá-lo a 
compreender melhor o texto que será estudado a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
Para compreender melhor as políticas públicas de saúde, convido-os a fazer 
uma viagem no tempo e traçar a trajetória histórica dessas políticas no Brasil. 
Políticas públicas são definidas por Paim e Teixeira (2006), como 
diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público, regras e 
procedimentos para as relações entre poder público e sociedade. 
Ou seja, são ações e decisões do governo voltadas para a solução 
de problemas na sociedade. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 6 
O Estado brasileiro, desde o período Colonial, quando era de domínio da Coroa 
Portuguesa, não estava preocupado com o bem estar da sociedade e sim em 
explorar as riquezas do Território. Nesse período, o papel de cuidar dos 
indivíduos carentes (órfãos, viúvas, atenção médica das Santas Casas, coleta 
e distribuição de esmolas), competia somente à Igreja Católica (MEKSENAS, 
2002). 
A atenção à saúde ficava limitada aos recursos disponíveis da terra, tais como 
plantas, ervas e por pessoas que, através de conhecimentos empíricos 
(curandeiro), desenvolviam as habilidades na arte de curar. 
Com a vinda da família real para o Brasil (1808), criou-se a necessidade de 
organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de atendê-la, 
juntamente com a corte que se instalava na cidade do Rio de Janeiro. Dom 
João VI, no mesmo ano de sua chegada, fundou o Colégio Médico Cirúrgico 
junto ao Real Hospital Militar da Cidade de Salvador, na Bahia (BERTOLLI 
FILHO, 1996). 
Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas às atribuições 
sanitárias mínimas e ao controle de navios, dos portos e das estradas de ferro. 
Devido à carência de assistência médica estruturada aumentaram-se os 
chamados boticários, espécie de farmacêuticos, cuja competência deveria ser 
restrita à manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas, na verdade, 
eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los (SALLES, 1971). 
 
No início do século XIX (1904), foram realizadas as campanhas de vacinação 
(obrigatórias, Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904), contra a varíola, 
febre amarela e peste bubônica (POSSAS, 1981). Neste processo, destaca-se 
o papel fundamental de Oswaldo Cruz, que, como diretor geral de saúde 
pública, implantou instituições públicas de higiene e saúde no Brasil. Adotou 
também o modelo das campanhas sanitárias, destinadas a combater as 
epidemias urbanas e, mais tarde, as endemias rurais. Para Bertolli Filho (1996), 
o modelo campanhista adotava um estilo repressivo, acompanhado pela 
vigilância policial e foi recebida com desconfiança e medo pela população. Isso 
porque, frequentemente, a população da época sofria as ações violentas da 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 7 
polícia que reproduzia as práticas opressoras empregadas pelo regime ditador 
da época (oligárquico) contra os protestos coletivos. 
A onda de insatisfação se agravou com a promulgação da Lei Federal nº 1261, de 
31 de outubro de 1904, que instituía a vacinação antivaríola obrigatória para 
todo o território nacional. As manifestações populares contra o modelo de 
saúde vigente se intensificaram e o movimento ficou conhecido como a 
“Revolta da Vacina”. 
 
Apesar das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o modelo campanhista 
obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, e tornou-se 
modelo padrão como proposta de intervenção na área da saúde coletiva 
durante décadas. No entanto, em relação à assistência médica individual, 
pouca coisa mudara no período. As classes dominantes continuaram a ser 
atendidas pelos profissionais legais da medicina, enquanto o restante da 
população buscava atendimento filantrópico através de hospitais mantidos pela 
igreja e recorria à medicina caseira (POLIGNANO, 2006). 
 
Houve, em 1921, um movimento pela mudança na organização sanitária que 
resultou na criação do Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, que, 
segundo Guimarães (1984), atuava nas áreas do saneamento urbano e rural 
da higiene industrial e dos serviços de higiene materno-infantil especialmente. 
 
Já em 1923, foi promulgada a Lei Eloy Chaves, que instituiu as Caixas de 
aposentadorias e Pensão (CAPs), sendo considerado o início das políticas 
sociais no Brasil. Muito embora essa política tenha sido decorrente do 
movimento operário grevista e não da preocupação com o bem estar social. 
 
Quer saber um pouco mais 
sobre o que foi a Revolta 
da vacina? Então veja o 
vídeo: A revolta da Vacina 
https://www.youtube.com/watc
h?v=6i6v9f_aWjg 
 
https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 8 
Segundo Roncalli (2003), as CAPs eram organizadas por empresas, sendo 
administradas e financiadas por empresários e trabalhadores, os quais eram 
responsáveis por benefícios pecuniários, como serviços de saúde para alguns 
empregados de empresas específicas, em sua maioria, de importância 
estratégica para a economia. A Lei Eloy Chaves, além da seguridade social, 
concedia serviço médico-assistenciais e medicamentos aos “segurados”. Antes 
desta lei, muitas fábricas já forneciam serviços médicos aos seus 
trabalhadores, muito embora parte do custo fosse pago pelos próprios 
trabalhadores através de descontos nos salários. 
 
Neste período, o Brasil passava por várias transformações políticas e 
econômicas. Do ponto de vista histórico, Getúlio Vargas chegava ao poder com 
a Revolução de 30, no qual uma de suas primeiras medidas foi a Criação do 
Ministério da Educação e Saúde Pública – MESP.Na década de 40, foram tomadas medidas de reestruturação e ampliação dos 
órgãos de saúde dos Estados. Neste sentido, as ações passavam então a 
serem coordenadas e centralizadas pelo governo federal, através do MESP. 
Neste período, houve a criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, 
o qual, na década de 50, teria importante atuação no combate à malária, em 
pesquisas de doenças tropicais e na educação sanitária. 
 
Somente em 1953 ocorreu a divisão da saúde e educação, através da criação 
do Ministério da Saúde, antes vinculadas em um único ministério (PAIM, 2009). 
 
Em 1966, sob o Regime Militar (1964 – 1985), foi criado o Instituto Nacional de 
Previdência Social – INPS, como resultado da fusão do IAPs (Setor Privado, 
Marítimos, Comerciários, Bancários, Industriários, Transportes e Cargas, 
Ferroviários e Serviços Públicos). 
 
 
 
 
 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 9 
 
 
 
O INPS era uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência 
Social, encarregado da concessão e manutenção de benefícios aos 
empregados e empregadores urbanos e rurais e a seus dependentes. Esses 
benefícios consistiam em aposentadorias (por invalidez, velhice ou tempo de 
serviço), pensões, auxílios (natalidade, doença, funeral, etc.), abonos, 
pecúnias, salário-maternidade e seguros por acidente de trabalho. 
 
Os recursos do INPS provinham das contribuições dos empregados, dos 
empregadores e da União. 
 
Em 1974, o governo militar criou o Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social (INAMPS), desmembrando-o do INPS, atual Instituto 
Nacional de Seguridade Social (INSS). O INAMPS objetivava a prestação de 
atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social e dispunha 
de estabelecimentos próprios, muito embora a maior parte do atendimento era 
realizado pela iniciativa privada, com as quais estabeleciam convênios 
prevendo a remuneração por procedimento, consolidando assim, a lógica de 
cuidar da saúde e não da doença. 
 
Em 1975, foi promulgada a lei que instituiu o Sistema Nacional de Saúde, que, 
embora possuísse ideias inovadoras, reforçava a dualidade do setor saúde, 
uma vez que ao Ministério da Saúde competiam questões normativas e ações 
na área de interesse coletivo e, ao Ministério da Previdência, a 
responsabilidade pelo atendimento individualizado. Após algum tempo de 
funcionamento, o INPS enfrentou grave crise financeira o que culminou, em 
O Regime Militar foi um período da 
história política brasileira, onde os 
militares deram um golpe de estado, 
assumiram o poder e adotaram uma 
série de medidas antidemocráticas, 
como a dissolução do Congresso 
Nacional e a suspensão das 
liberdades individuais. 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 10 
1978, com criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS). O SINPAS objetivava regulamentar o Sistema Nacional de Saúde, 
todavia, não havia propriamente um sistema, apenas ações de saúde 
desenvolvidas de maneira fragmentada e sem nenhuma integração (CUNHA; 
CUNHA, 1998). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 1979, instituiu-se a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados que 
promoveu o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que propôs a 
resolução destes problemas, a democratização da saúde no país e a 
reestruturação do sistema de serviços. Durante o governo de José Sarney 
Apesar de tantos órgãos criados, o sistema de saúde brasileiro 
passava por uma crise, devido ser insuficiente, mal distribuído, 
descoordenado, inadequado, ineficiente e ineficaz. Para mudar 
esta realidade foi organizado um movimento social, como 
forma de oposição técnica e política ao regime militar, ainda na 
década de 1970, formado por pesquisadores, estudantes, 
profissionais da saúde, sindicatos, entidades comunitárias e 
sociedades cientificas, como a Associação Brasileira de Saúde 
Coletiva (ABRASCO), Sociedade Brasileira para o Progresso da 
Ciência (SBPC) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde 
(CEBES). Contava também com o apoio de outros setores da 
sociedade e pelo partido de oposição da época. Este 
movimento foi chamado de Reforma sanitária brasileira – RSB, 
e é a base para a proposta de criação do Sistema único de 
saúde – SUS (SOUSA, 2012). 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 11 
(1985 – 1990), foi realizada a 8ª Conferência Nacional da Saúde (CNS), dessa 
vez, aberta à sociedade. A 8ª CNS resultou na implantação do Sistema 
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e 
os governos estaduais. No entanto, a maior contribuição atribuída a 8ª CNS foi 
a formação das bases para a seção "Da Saúde" na Constituição brasileira de 
1988. Indubitavelmente, a Constituição de 1988 foi um marco na história da 
saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do 
Estado". O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado de forma gradativa. 
Teve início com a implantação do SUDS, seguido pela incorporação do 
INAMPS ao Ministério da Saúde, em 1990, e, por fim, com a promulgação da a 
Lei Orgânica da Saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira proposta do SUS foi apresentada pelo CEBES no I Simpósio de 
Política Nacional de Saúde da Câmara dos Deputados, no ano de 1979; nove 
anos depois, em 1988, foi promulgada a Constituição Federal, chamada 
constituição cidadã, a qual contemplava os princípios e diretrizes elaboradas 
pelo CEBES. 
 
No tocante ao funcionamento é importante ressaltar que o SUS não possui um 
A partir da constituição de 1988 a saúde passa a ser direito de todos e 
dever do Estado. 
Sabemos que o SUS necessita ser 
aprimorado em muitos aspectos, 
todavia, quando conhecemos a história 
da organização da saúde pública no 
Brasil, compreendemos a importância 
deste Sistema para o povo brasileiro, e 
a necessidade de sua manutenção e 
aprimoramento, e jamais de sua 
extinção. 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 12 
No tocante ao funcionamento do SUS, é importante ressaltar que não possui 
um caráter institucional, mas sim de um complexo sistema, formado por centros 
de saúde, ambulatórios, laboratórios, hospitais da iniciativa privada e do poder 
público, bem como por outros órgãos da União, Estados e Municípios, tendo 
como gestor central o Ministério da Saúde (PAIM, 2009). 
 
 
 
 
Veja abaixo um quadro com a síntese destes momentos históricos 
 
Quadro I – Histórico das políticas de saúde no Brasil 
PERÍODO ACONTECIMENTOS 
1500-1896 
 
 
O Brasil não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da 
população. A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da 
terra (plantas, ervas) e, a ação de curandeiros. 
 
Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas às 
atribuições sanitárias mínimas e ao controle de navios, dos portos e 
das estradas de ferro. 
 
No ano de 1789, no Rio de Janeiro, só existiam quatro médicos 
exercendo a profissão. 
 
 
 
1897 a 1930 Assistência à saúde limitada a ações de saneamento e combate de 
Em outras palavras, o SUS é uma 
política pública definida pela 
Constituição Brasileira, que 
estabelece as ações e os serviços 
públicos de saúde, e formam uma 
rede que constituem um sistema 
único. 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 13 
endemias. Modelo de política pública de saúde agrário-exportador, 
garantindo condições de saúde para os trabalhadores envolvidos na 
produção e exportação. 
 
1904 - Realização das campanhas de vacinação (obrigatórias, Lei 
Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904), contra a varíola, febre 
amarela e peste bubônica – Revolta da Vacina. 
 
1921 - Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública - 
DNSP, que atuava nas áreas do saneamento urbano e rural da 
higiene industrial e dos serviços de higiene materno-infantil 
especialmente. 
 
1923 - Promulgação da LeiEloy Chaves, que instituiu as Caixas de 
aposentadorias e Pensão (CAPs), sendo considerado o início das 
políticas sociais no Brasil. 
 
1930 Até 1930 as ações em saúde eram de caráter coletivo. A partir dessa 
década passa a ser a assistência médica individualizada. 
 
Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública – MESP. 
1933 Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs, que veio 
a substituir as antigas CAPs. 
1940/50 Criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, o qual na 
década de 50 teria importante atuação no combate à malária, em 
pesquisas de doenças tropicais e na educação sanitária. 
1948 Criação do Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e 
Energia). 
1953 Criação do Ministério da Saúde. 
1966 Fusão dos IAP, que dá origem ao INPS (Instituto Nacional de 
Previdência Social). 
1974 Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social (INAMPS), desmembrando-o do INPS, atual Instituto Nacional 
de Seguridade Social (INSS) 
1975 Instituído o Sistema Nacional de Saúde. 
1976 Criação do PIASS (Programa de Interiorização das Ações de Saúde 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 14 
e Saneamento) evidenciando a necessidade de atenção primária e 
com o objetivo de levar esse tipo de assistência às comunidades 
carentes com o envolvimento da comunidade local. 
1978 Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS). 
1979 Movimento da Reforma Sanitário Brasileira. 
 
Instituição da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados que 
promoveu o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde. 
1982 Surge o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito 
da Previdência Social. O modelo curativo dominante começa a ser 
abalado a partir daí. Como consequência do Plano surgia as AIS 
com o objetivo da universalização da acessibilidade aos serviços de 
saúde. *Representou o início da descentralização. 
1986 Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, que formalizou 
as propostas do MRSB, originando mudanças baseadas na 
universalidade, no acesso igualitário, na descentralização 
(municipalização) e na participação social. 
1988 Promulgação da Constituição Federal = “saúde para todos”. 
Conceito de saúde ampliado, assistência de forma preventiva e 
curativa e gestão participativa. 
1990 Promulgação Lei 8080 que sedimenta as orientações constitucionais 
do SUS. 
 
Promulgação da Lei 8142 que trata do controle social e da 
transferência de recursos financeiros. 
1996 NOB = define as modalidades de gestão que resultou na maior 
capacidade de planejamento para os municípios. 
2000 Emenda Constitucional 29 define a forma de financiamento da 
Política pública de saúde, garantindo o financiamento do SUS 
constitucionalmente. 
Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Cielo (2011). 
 
 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 15 
Unidade 2 
Objetivos e Atribuições do SUS 
Segundo a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), são objetivos e atribuições 
do SUS, a assistência às pessoas, a vigilância epidemiológica, a vigilância 
sanitária, a saúde do trabalhador e a assistência farmacêutica. Vejamos 
cada um: 
Assistência às pessoas 
Entende-se por assistência às pessoas a atenção à saúde em tudo que 
envolve o ser humano, como as ações de promoção, prevenção, tratamento e 
reabilitação. 
A vigilância epidemiológica 
A vigilância epidemiológica é um conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a 
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças e agravos. 
A vigilância sanitária 
Vigilância sanitária compreende as ações de controle sanitário de 
medicamentos, alimentos, bebidas, cigarros, vacinas, serviços de saúde, 
portos, aeroportos e fronteiras, entre outros no intuito de eliminar e prevenir 
riscos a saúde. 
A saúde do trabalhador 
A saúde do trabalhador são as ações que visam à vigilância epidemiológica e 
sanitária para promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 16 
A assistência farmacêutica. 
Assistência farmacêutica envolve conservação, controle, segurança, eficácia, 
acompanhamento, avaliação e obtenção dos medicamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 
Os Princípios do SUS 
 
 
 
 
 
 
Além dos objetivos e atribuições, a legislação buscou evidenciar princípios e 
diretrizes a serem seguidos por todos os atores que fazem parte do sistema. 
O SUS deve ser entendido segundo seus princípios e diretrizes. Vale ressaltar 
que a iniciativa privada participa do SUS, em caráter complementar, mediante 
contrato de direito público. Assim, os serviços filantrópicos e privados 
funcionam como públicos. Todas as ações e serviços públicos de saúde e os 
serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único 
de Saúde-SUS devem obedecer aos seguintes princípios doutrinários e 
organizativos: 
Converse com seus colegas de equipe 
e busque identificar quais as 
atribuições do SUS citadas acima, 
constituem o dia a dia do seu trabalho: 
É na Assistência? Na vigilância 
Epidemiológica ou Sanitária? Na saúde 
do trabalhador? Ou na Assistência 
Farmacêutica? 
 
Antes de iniciar a leitura do 
texto, assista ao vídeo 
Princípios do SUS. 
https://www.youtube.com/watch?
v=PzVxQkNyqLs&t=399s 
 
https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s
https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s
https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Implantação do Sistema único de saúde, na prática, encontrou diversas 
dificuldades, principalmente porque sua proposta era de descentralizar suas 
ações. Esta descentralização não pode ser realizada plenamente, pois Estados 
e municípios não possuíam recursos para fazê-la e os repasses fundo a fundo 
do governo federal eram insuficientes. Criou-se então um impasse, e a solução 
encontrada foi a adoção de portarias, chamadas de normas operacionais 
básicas, que estabeleciam responsabilidades sanitárias com metas, atribuições 
e prazos (SOUSA, 2012). 
 
 
Além disso, o SUS agrega um dos maiores sistemas de atenção primária à 
saúde, que é a Estratégia Saúde da Família (ESF). A ESF propõe-se a 
reorganizar a prática assistencial a partir de ações preventivas e curativas em 
substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado principalmente 
para a cura das doenças. 
 
Consegue identificar 
esses princípios no dia a 
dia do seu trabalho? 
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 19 
Agora que você terminou o estudo do texto, retorne ao 
AVA do seu curso e realize a atividade proposta. 
 
Tem dúvidas? Entre em contato com o seu tutor! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prezados colegas Agentes Comunitários de Saúde - ACS e Agentes de 
Combate a Endemias – ACE, chegamos ao final do Módulo I. Esperamos que 
ele tenha contribuído na compreensão sobre a importância da criação, 
efetivação e fortalecimento do SUS para a população brasileira! 
No próximo Módulo, abordaremos a Estratégia da Saúde da Família e a 
importância de vocês, ACS e ACE para a Atenção Básica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assista agora ao vídeo 
Por que o SUS é assim? 
Ele fala sobre a estruturação da 
ESF e sobre o trabalho do ACS. 
https://www.youtube.com/watch?v=
wV_SPOJfqgk 
 
https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk
https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk
https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk
 
Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 20 
REFERÊNCIAS 
BERTOLLI FILHO, C. História da saúde públicano Brasil. São Paulo: Ática, 
1996. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n°2.436, de 21 de 
setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, 
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2017. Disponível em:< 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. 
Acesso em: 19 out. 2018. 
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