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FICHA CATALOGRÁFICA Todos os direitos desta edição serão reservados à Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido Santiago”/Secretaria da Saúde do Estado de Goiás. Goiás (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS. Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido Santiago”. Políticas Públicas de Saúde . Goiânia: ESAP-GO, 2018. 1. Estratégia Saúde da Família. 2. Sistema Único de Saúde. 3. Saúde Pública. I. Título. II. Melo, João Batista Moreira de. Escola Estadual de Saúde Pública “Cândido Santiago” (ESAP-GO/SEST- SUS/SES-GO) Rua 26, 521 74.853-070 – Jardim Santo Antônio Goiânia, GO Tel: (62) 3201-3410 TEMA Políticas Públicas de Saúde no Brasil AONDE QUEREMOS CHEGAR Prezados Agentes, sejam muito bem vindos ao componente curricular Políticas Públicas de Saúde, do Curso de Capacitação do Processo de Trabalho de Agentes Comunitários de Saúde - ACS e Agentes de Combate a Endemias - ACE. Aqui você conhecerá um pouco sobre as políticas públicas de saúde no Brasil, sua trajetória histórica e os acontecimentos que culminaram na criação do Sistema Único de Saúde – SUS. Então, vamos lá?! CAMINHOS A PERCORRER Para atender aos objetivos propostos por esse tema, percorreremos os seguintes tópicos: 1. Unidade I: Políticas Públicas de Saúde no Brasil, sua trajetória histórica e a construção do Sistema Único de Saúde – SUS; 2. Unidade II: Objetivos e Atribuições do SUS; 3. Unidade III: Princípios do SUS Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 5 Assista ao vídeo: A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de soluções. https://www.youtube.com/watch?v=7 ouSg6oNMe8 Unidade 1 Políticas Públicas de Saúde no Brasil, sua trajetória histórica e a construção do Sistema Único de Saúde – SUS Antes de iniciarmos nossa conversa, vamos assistir ao vídeo abaixo? Ele realiza um breve histórico sobre a Saúde Pública no Brasil, e vai ajudá-lo a compreender melhor o texto que será estudado a seguir. Para compreender melhor as políticas públicas de saúde, convido-os a fazer uma viagem no tempo e traçar a trajetória histórica dessas políticas no Brasil. Políticas públicas são definidas por Paim e Teixeira (2006), como diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público, regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade. Ou seja, são ações e decisões do governo voltadas para a solução de problemas na sociedade. https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 6 O Estado brasileiro, desde o período Colonial, quando era de domínio da Coroa Portuguesa, não estava preocupado com o bem estar da sociedade e sim em explorar as riquezas do Território. Nesse período, o papel de cuidar dos indivíduos carentes (órfãos, viúvas, atenção médica das Santas Casas, coleta e distribuição de esmolas), competia somente à Igreja Católica (MEKSENAS, 2002). A atenção à saúde ficava limitada aos recursos disponíveis da terra, tais como plantas, ervas e por pessoas que, através de conhecimentos empíricos (curandeiro), desenvolviam as habilidades na arte de curar. Com a vinda da família real para o Brasil (1808), criou-se a necessidade de organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de atendê-la, juntamente com a corte que se instalava na cidade do Rio de Janeiro. Dom João VI, no mesmo ano de sua chegada, fundou o Colégio Médico Cirúrgico junto ao Real Hospital Militar da Cidade de Salvador, na Bahia (BERTOLLI FILHO, 1996). Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas às atribuições sanitárias mínimas e ao controle de navios, dos portos e das estradas de ferro. Devido à carência de assistência médica estruturada aumentaram-se os chamados boticários, espécie de farmacêuticos, cuja competência deveria ser restrita à manipulação das fórmulas prescritas pelos médicos, mas, na verdade, eles próprios tomavam a iniciativa de indicá-los (SALLES, 1971). No início do século XIX (1904), foram realizadas as campanhas de vacinação (obrigatórias, Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904), contra a varíola, febre amarela e peste bubônica (POSSAS, 1981). Neste processo, destaca-se o papel fundamental de Oswaldo Cruz, que, como diretor geral de saúde pública, implantou instituições públicas de higiene e saúde no Brasil. Adotou também o modelo das campanhas sanitárias, destinadas a combater as epidemias urbanas e, mais tarde, as endemias rurais. Para Bertolli Filho (1996), o modelo campanhista adotava um estilo repressivo, acompanhado pela vigilância policial e foi recebida com desconfiança e medo pela população. Isso porque, frequentemente, a população da época sofria as ações violentas da Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 7 polícia que reproduzia as práticas opressoras empregadas pelo regime ditador da época (oligárquico) contra os protestos coletivos. A onda de insatisfação se agravou com a promulgação da Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituía a vacinação antivaríola obrigatória para todo o território nacional. As manifestações populares contra o modelo de saúde vigente se intensificaram e o movimento ficou conhecido como a “Revolta da Vacina”. Apesar das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o modelo campanhista obteve importantes vitórias no controle das doenças epidêmicas, e tornou-se modelo padrão como proposta de intervenção na área da saúde coletiva durante décadas. No entanto, em relação à assistência médica individual, pouca coisa mudara no período. As classes dominantes continuaram a ser atendidas pelos profissionais legais da medicina, enquanto o restante da população buscava atendimento filantrópico através de hospitais mantidos pela igreja e recorria à medicina caseira (POLIGNANO, 2006). Houve, em 1921, um movimento pela mudança na organização sanitária que resultou na criação do Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, que, segundo Guimarães (1984), atuava nas áreas do saneamento urbano e rural da higiene industrial e dos serviços de higiene materno-infantil especialmente. Já em 1923, foi promulgada a Lei Eloy Chaves, que instituiu as Caixas de aposentadorias e Pensão (CAPs), sendo considerado o início das políticas sociais no Brasil. Muito embora essa política tenha sido decorrente do movimento operário grevista e não da preocupação com o bem estar social. Quer saber um pouco mais sobre o que foi a Revolta da vacina? Então veja o vídeo: A revolta da Vacina https://www.youtube.com/watc h?v=6i6v9f_aWjg https://www.youtube.com/watch?v=6i6v9f_aWjg Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 8 Segundo Roncalli (2003), as CAPs eram organizadas por empresas, sendo administradas e financiadas por empresários e trabalhadores, os quais eram responsáveis por benefícios pecuniários, como serviços de saúde para alguns empregados de empresas específicas, em sua maioria, de importância estratégica para a economia. A Lei Eloy Chaves, além da seguridade social, concedia serviço médico-assistenciais e medicamentos aos “segurados”. Antes desta lei, muitas fábricas já forneciam serviços médicos aos seus trabalhadores, muito embora parte do custo fosse pago pelos próprios trabalhadores através de descontos nos salários. Neste período, o Brasil passava por várias transformações políticas e econômicas. Do ponto de vista histórico, Getúlio Vargas chegava ao poder com a Revolução de 30, no qual uma de suas primeiras medidas foi a Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública – MESP.Na década de 40, foram tomadas medidas de reestruturação e ampliação dos órgãos de saúde dos Estados. Neste sentido, as ações passavam então a serem coordenadas e centralizadas pelo governo federal, através do MESP. Neste período, houve a criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, o qual, na década de 50, teria importante atuação no combate à malária, em pesquisas de doenças tropicais e na educação sanitária. Somente em 1953 ocorreu a divisão da saúde e educação, através da criação do Ministério da Saúde, antes vinculadas em um único ministério (PAIM, 2009). Em 1966, sob o Regime Militar (1964 – 1985), foi criado o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, como resultado da fusão do IAPs (Setor Privado, Marítimos, Comerciários, Bancários, Industriários, Transportes e Cargas, Ferroviários e Serviços Públicos). Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 9 O INPS era uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social, encarregado da concessão e manutenção de benefícios aos empregados e empregadores urbanos e rurais e a seus dependentes. Esses benefícios consistiam em aposentadorias (por invalidez, velhice ou tempo de serviço), pensões, auxílios (natalidade, doença, funeral, etc.), abonos, pecúnias, salário-maternidade e seguros por acidente de trabalho. Os recursos do INPS provinham das contribuições dos empregados, dos empregadores e da União. Em 1974, o governo militar criou o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), desmembrando-o do INPS, atual Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O INAMPS objetivava a prestação de atendimento médico aos que contribuíam com a previdência social e dispunha de estabelecimentos próprios, muito embora a maior parte do atendimento era realizado pela iniciativa privada, com as quais estabeleciam convênios prevendo a remuneração por procedimento, consolidando assim, a lógica de cuidar da saúde e não da doença. Em 1975, foi promulgada a lei que instituiu o Sistema Nacional de Saúde, que, embora possuísse ideias inovadoras, reforçava a dualidade do setor saúde, uma vez que ao Ministério da Saúde competiam questões normativas e ações na área de interesse coletivo e, ao Ministério da Previdência, a responsabilidade pelo atendimento individualizado. Após algum tempo de funcionamento, o INPS enfrentou grave crise financeira o que culminou, em O Regime Militar foi um período da história política brasileira, onde os militares deram um golpe de estado, assumiram o poder e adotaram uma série de medidas antidemocráticas, como a dissolução do Congresso Nacional e a suspensão das liberdades individuais. Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 10 1978, com criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS). O SINPAS objetivava regulamentar o Sistema Nacional de Saúde, todavia, não havia propriamente um sistema, apenas ações de saúde desenvolvidas de maneira fragmentada e sem nenhuma integração (CUNHA; CUNHA, 1998). Em 1979, instituiu-se a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados que promoveu o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, que propôs a resolução destes problemas, a democratização da saúde no país e a reestruturação do sistema de serviços. Durante o governo de José Sarney Apesar de tantos órgãos criados, o sistema de saúde brasileiro passava por uma crise, devido ser insuficiente, mal distribuído, descoordenado, inadequado, ineficiente e ineficaz. Para mudar esta realidade foi organizado um movimento social, como forma de oposição técnica e política ao regime militar, ainda na década de 1970, formado por pesquisadores, estudantes, profissionais da saúde, sindicatos, entidades comunitárias e sociedades cientificas, como a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES). Contava também com o apoio de outros setores da sociedade e pelo partido de oposição da época. Este movimento foi chamado de Reforma sanitária brasileira – RSB, e é a base para a proposta de criação do Sistema único de saúde – SUS (SOUSA, 2012). Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 11 (1985 – 1990), foi realizada a 8ª Conferência Nacional da Saúde (CNS), dessa vez, aberta à sociedade. A 8ª CNS resultou na implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais. No entanto, a maior contribuição atribuída a 8ª CNS foi a formação das bases para a seção "Da Saúde" na Constituição brasileira de 1988. Indubitavelmente, a Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado". O Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado de forma gradativa. Teve início com a implantação do SUDS, seguido pela incorporação do INAMPS ao Ministério da Saúde, em 1990, e, por fim, com a promulgação da a Lei Orgânica da Saúde. A primeira proposta do SUS foi apresentada pelo CEBES no I Simpósio de Política Nacional de Saúde da Câmara dos Deputados, no ano de 1979; nove anos depois, em 1988, foi promulgada a Constituição Federal, chamada constituição cidadã, a qual contemplava os princípios e diretrizes elaboradas pelo CEBES. No tocante ao funcionamento é importante ressaltar que o SUS não possui um A partir da constituição de 1988 a saúde passa a ser direito de todos e dever do Estado. Sabemos que o SUS necessita ser aprimorado em muitos aspectos, todavia, quando conhecemos a história da organização da saúde pública no Brasil, compreendemos a importância deste Sistema para o povo brasileiro, e a necessidade de sua manutenção e aprimoramento, e jamais de sua extinção. Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 12 No tocante ao funcionamento do SUS, é importante ressaltar que não possui um caráter institucional, mas sim de um complexo sistema, formado por centros de saúde, ambulatórios, laboratórios, hospitais da iniciativa privada e do poder público, bem como por outros órgãos da União, Estados e Municípios, tendo como gestor central o Ministério da Saúde (PAIM, 2009). Veja abaixo um quadro com a síntese destes momentos históricos Quadro I – Histórico das políticas de saúde no Brasil PERÍODO ACONTECIMENTOS 1500-1896 O Brasil não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população. A atenção à saúde limitava-se aos próprios recursos da terra (plantas, ervas) e, a ação de curandeiros. Até 1850, as atividades de saúde pública estavam limitadas às atribuições sanitárias mínimas e ao controle de navios, dos portos e das estradas de ferro. No ano de 1789, no Rio de Janeiro, só existiam quatro médicos exercendo a profissão. 1897 a 1930 Assistência à saúde limitada a ações de saneamento e combate de Em outras palavras, o SUS é uma política pública definida pela Constituição Brasileira, que estabelece as ações e os serviços públicos de saúde, e formam uma rede que constituem um sistema único. Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 13 endemias. Modelo de política pública de saúde agrário-exportador, garantindo condições de saúde para os trabalhadores envolvidos na produção e exportação. 1904 - Realização das campanhas de vacinação (obrigatórias, Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904), contra a varíola, febre amarela e peste bubônica – Revolta da Vacina. 1921 - Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, que atuava nas áreas do saneamento urbano e rural da higiene industrial e dos serviços de higiene materno-infantil especialmente. 1923 - Promulgação da LeiEloy Chaves, que instituiu as Caixas de aposentadorias e Pensão (CAPs), sendo considerado o início das políticas sociais no Brasil. 1930 Até 1930 as ações em saúde eram de caráter coletivo. A partir dessa década passa a ser a assistência médica individualizada. Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública – MESP. 1933 Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs, que veio a substituir as antigas CAPs. 1940/50 Criação do Serviço Especial de Saúde Pública – SESP, o qual na década de 50 teria importante atuação no combate à malária, em pesquisas de doenças tropicais e na educação sanitária. 1948 Criação do Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia). 1953 Criação do Ministério da Saúde. 1966 Fusão dos IAP, que dá origem ao INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). 1974 Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), desmembrando-o do INPS, atual Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) 1975 Instituído o Sistema Nacional de Saúde. 1976 Criação do PIASS (Programa de Interiorização das Ações de Saúde Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 14 e Saneamento) evidenciando a necessidade de atenção primária e com o objetivo de levar esse tipo de assistência às comunidades carentes com o envolvimento da comunidade local. 1978 Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS). 1979 Movimento da Reforma Sanitário Brasileira. Instituição da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados que promoveu o I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde. 1982 Surge o Plano de Reorientação da Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social. O modelo curativo dominante começa a ser abalado a partir daí. Como consequência do Plano surgia as AIS com o objetivo da universalização da acessibilidade aos serviços de saúde. *Representou o início da descentralização. 1986 Realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, que formalizou as propostas do MRSB, originando mudanças baseadas na universalidade, no acesso igualitário, na descentralização (municipalização) e na participação social. 1988 Promulgação da Constituição Federal = “saúde para todos”. Conceito de saúde ampliado, assistência de forma preventiva e curativa e gestão participativa. 1990 Promulgação Lei 8080 que sedimenta as orientações constitucionais do SUS. Promulgação da Lei 8142 que trata do controle social e da transferência de recursos financeiros. 1996 NOB = define as modalidades de gestão que resultou na maior capacidade de planejamento para os municípios. 2000 Emenda Constitucional 29 define a forma de financiamento da Política pública de saúde, garantindo o financiamento do SUS constitucionalmente. Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Cielo (2011). Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 15 Unidade 2 Objetivos e Atribuições do SUS Segundo a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), são objetivos e atribuições do SUS, a assistência às pessoas, a vigilância epidemiológica, a vigilância sanitária, a saúde do trabalhador e a assistência farmacêutica. Vejamos cada um: Assistência às pessoas Entende-se por assistência às pessoas a atenção à saúde em tudo que envolve o ser humano, como as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. A vigilância epidemiológica A vigilância epidemiológica é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças e agravos. A vigilância sanitária Vigilância sanitária compreende as ações de controle sanitário de medicamentos, alimentos, bebidas, cigarros, vacinas, serviços de saúde, portos, aeroportos e fronteiras, entre outros no intuito de eliminar e prevenir riscos a saúde. A saúde do trabalhador A saúde do trabalhador são as ações que visam à vigilância epidemiológica e sanitária para promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 16 A assistência farmacêutica. Assistência farmacêutica envolve conservação, controle, segurança, eficácia, acompanhamento, avaliação e obtenção dos medicamentos. Unidade 3 Os Princípios do SUS Além dos objetivos e atribuições, a legislação buscou evidenciar princípios e diretrizes a serem seguidos por todos os atores que fazem parte do sistema. O SUS deve ser entendido segundo seus princípios e diretrizes. Vale ressaltar que a iniciativa privada participa do SUS, em caráter complementar, mediante contrato de direito público. Assim, os serviços filantrópicos e privados funcionam como públicos. Todas as ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde-SUS devem obedecer aos seguintes princípios doutrinários e organizativos: Converse com seus colegas de equipe e busque identificar quais as atribuições do SUS citadas acima, constituem o dia a dia do seu trabalho: É na Assistência? Na vigilância Epidemiológica ou Sanitária? Na saúde do trabalhador? Ou na Assistência Farmacêutica? Antes de iniciar a leitura do texto, assista ao vídeo Princípios do SUS. https://www.youtube.com/watch? v=PzVxQkNyqLs&t=399s https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s https://www.youtube.com/watch?v=PzVxQkNyqLs&t=399s Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 17 Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 18 A Implantação do Sistema único de saúde, na prática, encontrou diversas dificuldades, principalmente porque sua proposta era de descentralizar suas ações. Esta descentralização não pode ser realizada plenamente, pois Estados e municípios não possuíam recursos para fazê-la e os repasses fundo a fundo do governo federal eram insuficientes. Criou-se então um impasse, e a solução encontrada foi a adoção de portarias, chamadas de normas operacionais básicas, que estabeleciam responsabilidades sanitárias com metas, atribuições e prazos (SOUSA, 2012). Além disso, o SUS agrega um dos maiores sistemas de atenção primária à saúde, que é a Estratégia Saúde da Família (ESF). A ESF propõe-se a reorganizar a prática assistencial a partir de ações preventivas e curativas em substituição ao modelo tradicional de assistência, orientado principalmente para a cura das doenças. Consegue identificar esses princípios no dia a dia do seu trabalho? Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 19 Agora que você terminou o estudo do texto, retorne ao AVA do seu curso e realize a atividade proposta. Tem dúvidas? Entre em contato com o seu tutor! Prezados colegas Agentes Comunitários de Saúde - ACS e Agentes de Combate a Endemias – ACE, chegamos ao final do Módulo I. Esperamos que ele tenha contribuído na compreensão sobre a importância da criação, efetivação e fortalecimento do SUS para a população brasileira! No próximo Módulo, abordaremos a Estratégia da Saúde da Família e a importância de vocês, ACS e ACE para a Atenção Básica. Assista agora ao vídeo Por que o SUS é assim? Ele fala sobre a estruturação da ESF e sobre o trabalho do ACS. https://www.youtube.com/watch?v= wV_SPOJfqgk https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk https://www.youtube.com/watch?v=wV_SPOJfqgk Módulo I – Políticas Públicas de Saúde Página 20 REFERÊNCIAS BERTOLLI FILHO, C. História da saúde públicano Brasil. São Paulo: Ática, 1996. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n°2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2017. Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html>. Acesso em: 19 out. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa de Saúde da Família. Brasília, COSAC, 1994. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Programa Saúde da Família. Caderno 1. A Implantação da Unidade de Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em:< http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/implantacao_unidade_saude_familia _cab1.pdf>. Acesso em: 19 out. 2018. MEKSENAS, P. Cidadania, poder e comunicação. São Paulo: Cortez, 2002. PAIM, J. S.; TEIXEIRA, C. F. Política, planejamento e gestão em saúde: balanço do estado da arte. Revista de Saúde Pública. Edição Especial, 2006. POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena revisão. 2006. Disponível em: < http://medicinadeemergencia.org/wp- content/uploads/2015/04/historia-das-politicas-de-saude-no-brasil-16-030112- SES-MT.pdf >. Acesso em: 19 out. 2018. POSSAS, C. A. Saúde e trabalho: a crise da previdência social. Rio de Janeiro:Graal, 1981. SALLES, P. História da Medicina Brasileira. Belo Horizonte: G.Holmann, 1971. SOUSA, R. C; BATISTA, F. E.B. Política Pública de Saúde no Brasil: História e Perspectivas do Sistema Único de Saúde – SUS. VII Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, Palmas, 2012. Disponível em: <propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/view/2842/1827>. Acesso em: 19 out. 2018. VASCONCELLOS, M. P. C. Reflexões sobre a saúde da família. In: Mendes, E. V. org. A organização da saúde no nível local. São Paulo, HUCITEC, p.155- 172, 1998. VIANA, A . L. D.; DAL POZ. M. R. A reforma do sistema de saúde no Brasil e o Programa de Saúde da Família. Physis. Rev. Saúde Coletiva, v.8, n. 2, p.11-48, 1998.
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