Buscar

Foucault e a Hipótese Repressiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Av2 - Educação e Diversidade
Informações Adicionais
· Período: 12/10/2020 00:00 à 07/12/2020 23:59
· Situação: Cadastrado
· Pontuação: 750
1)
Trabalhar com as ideias de Foucault nos faz pensar que não se deve buscar soluções, mas sim produzir problemas, pois assim ao problematizar as práticas cotidianas, podemos pensar o que estamos fazendo de nós. Não é a ideia de que tudo é ruim, mas sim, de que há algumas relações perigosas. E são relações de poder, sendo o poder não algo que se possui, mas que se exerce a partir de práticas dadas em toda a extensão da sociedade. Não parte de um lugar somente ou específico, mas é capilarizado por todas as tramas que se constroem em nossas relações. Quanto menos visível, mais o poder se torna poderoso e sua governamentabilidade intermeia por toda a sociedade. Assim sendo, o poder é uma estratégia, mais que uma propriedade, e não é algo violento, pois positivamente produz regulações, como em nosso interesse, sobre a sexualidade.
A partir do olhar de Michel Foucault, filósofo francês, a sexualidade:
Alternativas:
· a)
atua como um dispositivo histórico onde institui a partir de relações de poder, saberes e verdades que incitam e disciplinam para estabelecer a ordem sobre os corpos e sujeitos no que concerne a sua sexualidade.
Alternativa assinalada
· b)
institui-se como parâmetro de correta conduta sexual permitindo organizar a natureza humana de maneira a controlar por meio da repressão tudo aquilo que não condiz com o que já está estabelecido há tempos.
· c)
trabalha com a ideia da "hipótese repressiva", considerando que a sociedade ocidental teria suprimido a sexualidade desde o século XVII até meados do século XX.
· d)
no ocidente entre os séculos XVIII e XIX, cada vez mais foi se dissociando da identidade das pessoas.
· e)
é entender melhor como deve ser o homem e seu lugar na sociedade e estabelecer também o lugar da mulher para que a sociedade possa funcionar normalmente.
2)
Ao pensarmos com Foucault a questão da sexualidade, podemos questionar sobre o intenso discurso atual que entende a sexualidade pela ideia da repressão e do caráter reprodutor onde o casamento heterossexual seria o único possível para manter essa regra, algo que no século XVIII de fato ocorreu. Porém, com o advento da burguesia era preciso tornar o corpo e o sujeito dócil e útil e assim, passou a permitir e controlar ao mesmo tempo sexualidades diversas, mirando na produção de capital. Hoje percebemos, por exemplo, a indústria pornográfica, os consultórios de terapeutas sexuais, os medicamentos e as revistas vendendo o caminho para o prazer sexual. Nesse sentido, Foucault chama de hipótese repressiva, porque não se proíbe, se fala e muito sobre sexo para que assim possa controlar e torná-lo positivamente produtivo. Ao se criar um discurso pretensamente repressivo, produz-se uma verdade sobre o sexo que não interdita, mas o qual se escreve a história do sexo, numa técnica de poder e a partir de uma vontade de saber.
 
Considere as seguintes assertivas sobre essa discussão:
 
1 - o poder  incitou a proliferação de discursos, seja na igreja, na escola, na família ou no consultório médico, que não visavam proibir ou reduzir a prática sexual, mas sim o controle do sujeito e seu corpo.
 
2 - deve-se falar de sexo, não apenas algo a ser tolerado, mas gerido e inserido para o "bem de todos" com intuito de fazê-lo funcionar, pois não se julga, administra-se o sexo, visando regulá-lo e aumentar sua potência como regulador da sociedade. 
 
3 - os discursos médicos e de outras áreas da ciência despertaram sua atenção sobre a sexualidade, a exemplo da pedagogia que elaborou um discurso sobre o sexo da criança, que aliada a psiquiatria, estabeleceu uma conexão com as ditas perversões sexuais, assinalando perigos ao se falar constantemente sobre.
 
4 - a investigação psiquiátrica, o relatório pedagógico e o controle familiar não tem a função  de vigiar e reprimir essas sexualidades, apenas ajudar a tornar a sexualidade algo melhor para todos.
 
Considerando a discussão sobre a hipótese repressiva de Foucault e sua atualidade, as assertivas 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente:
Alternativas:
· a)
V, V, V, V.
· b)
V, V, F, F.
· c)
V, V, V, F.
Alternativa assinalada
· d)
F, F, V, F.
· e)
V, F, V, F.
3)
"Penso que deveríamos nos interessar pela história tanto dos homens como das mulheres, e que não deveríamos tratar somente do sexo sujeitado, assim como um historiador de classe não pode fixar seu olhar apenas sobre os camponeses. Nosso objetivo maior é compreender a importância dos sexos, isto é, dos grupos de gênero no passado histórico. Nosso objetivo é descobrir o leque de papéis e de simbolismos sexuais nas diferentes sociedades e períodos, é encontrar qual é seu sentido e como eles funcionavam para manter a ordem social ou para mudá-la" (DAVIS, 1976, p. 90).
 
(DAVIS, Natalie Zamon. Women´s history in transition: the European case. Feminist Studies, n. 1, p. 83-103, 1976)
Segundo a historiadora feminista Natalie Davis (1976), ao se pensar sobre gênero, devemos considerar:
Alternativas:
· a)
construir uma história com as mulheres, que seja um campo específico das feministas, pois é uma área que os homens não dominam.
· b)
produzir uma história de mulheres apenas segmenta e separa o sentido de produzir história e em nada afeta a sociedade como está organizada, pois não dá para simplesmente alterar os fatos só porque algumas estudiosas começaram a "recriar" a historiografia.
· c)
falar de gênero não é falar de mulheres, mas é entender homens e mulheres dentro de um contexto social, por isso uma abordagem histórica que perceba ambos para entender diferentes processos em diferentes épocas dessas relações estabelecidas.
Alternativa assinalada
· d)
a história das mulheres é diferente, porque diz respeito ao sexo e à família, por isso ser separada de uma história política e econômica, que estaria mais próxima da vida pública reservada aos homens.
· e)
a história não precisa ser reescrita, basta achar exemplos de mulheres que fizeram algo de significativo em algum tempo ou mulheres virtuosas e incluir no livro didático, por exemplo, e assim cuidaremos de ter uma história que fale de homens e mulheres.
4)
"O gênero é uma das referências recorrentes pelas quais o poder político tem sido concebido, legitimado e criticado. Ele não apenas faz referência ao significado da oposição homem/mulher; ele também o estabelece. Para proteger o poder político, a referência deve parecer certa e fixa, fora de toda construção humana, parte da ordem natural ou divina. Desta maneira, a oposição binária e o processo social das relações de gênero tornam-se parte do próprio significado de poder; por em questão ou alterar qualquer de seus aspectos ameaça o sistema inteiro" (SCOTT, 1995, p. 92).
 
(SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995)
 
Sobre a relação de gênero e poder político proposto pela historiadora feminista Joan Scott, considere V para Verdadeiro e F para Falsa, nas assertivas abaixo:
 
(   ) nessa relação, por exemplo, pode se pensar na Revolução Francesa, onde as sans culottes eram vistas como "megeras do inferno", vis e desnaturalizadas em oposição a "feminilidade" de Maria Antonieta, que escapa à multidão, procurou refúgio na servidão a um rei, seu marido e cuja beleza inspirou o orgulho nacional, desenhando qual o papel apropriado ao dito feminino na política.
 
(   ) Louis de Bonald em 1816, quando da discussão sobre o divórcio  na legislação da Revolução Francesa, ponderou que a democracia permite ao povo enquanto parte fraca da sociedade se voltar contra o poder; enquanto o divórcio, permitira às esposas, como parte fraca, rebelar-se contra a autoridade do marido, por isso da mesma forma que se mantinha o Estado longe do povo, deveria se manter a família fora do poder das esposas.
 
(   ) ainda há que se estudar a conexão entre os regimes autoritários e o controle das mulheres, como durante a tomada hegemônica dos jacobinos naRevolução Francesa, ou quando Stalin se apoderou do controle da autoridade na ex. URSS e mesmo na implementação da política nazista a Alemanha ou no triunfo do Ayatolá Komehini no Irã, onde todos utilizaram a autoridade e o poder como dominante masculinos, tratando no feminino os inimigos, forasteiros e subversivos, traduzindo em leis e códigos que proibiram as mulheres de participar da vida política, abortar, códigos de vestuários e tantas outras ações de controle.
 
(Adaptado de Scott (1995))
 
 
Assinale a alternativa que elenca corretamente a sequência entre verdadeiro e falso:
Alternativas:
· a)
V - V - F.
· b)
F - F- V.
· c)
V - V - V.
Alternativa assinalada
· d)
V - F - V.
· e)
V - F - F.
5)
Analise as asserções a seguir e suas relações:
 
"Os usos da diversidade cultural, de seu estudo, sua descrição, sua análise e sua compreensão, têm menos o sentido de nos separarmos dos outros e separarmos os outros de nós, a fim de defender  a integridade grupal e manter a lealdade do grupo, do que o sentido de definir o campo que a razão precisa atravessar, para que suas modestas recompensas sejam alcançadas e se concretizem. O terreno é irregular, cheio de falhas súbitas e passagens perigosas, onde os acidentes podem acontecer e de fato acontecem, e atravessá-lo ou tentar atravessá-lo contribui pouco ou nada para transformá-lo numa planície nivelada, segura e homogênea, apenas tornando visíveis suas fendas e contornos" ( GEERTZ, 2001, p. 81)
 
Porque
 
 
"[...] a noção de diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de uma maneira estática. Esta diversidade não é a mesma que é dada por um corte de amostras inerte ou por um catálogo dissecado" (LEVI-STRAUSS, 1975, p. 17).
 
(GEERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001 e LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. Lisboa: Presença, 1975)
 
Pensando esse conceito de diversidade na escola, é correto afirmar sobre as asserções que:
Alternativas:
· a)
as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
Alternativa assinalada
· b)
as duas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.
· c)
a primeira é uma afirmativa falsa; e a segunda, verdadeira.
· d)
a primeira é uma afirmativa verdadeira; e a segunda, falsa.
· e)
as duas são falsas, e a segunda não complementaria a primeira.

Outros materiais

Perguntas Recentes