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Letícia Soares del Rio – T6 IAM COM SUPRA DE ST Instabilidade da placa de gordura que gera o infarto e não o tamanho Forma o trombo, que pode ocluir totalmente o vaso (IAM com supra ST) ou parcialmente (IAM sem supra de ST) Quadro clínico: Dor retroesternal, com irradiação para costas, pescoço ou braço esquerdo Grupos que em geral apresentam manifestações atípicas: idosos, DM, mulheres, IC Muitas vezes vem acompanhada de sintomas de liberação adrenérgica (náuseas, vômitos, sudorese e palidez) Conduta: “Tempo é músculo” • MOV = monitor, O2, veia (acesso) • MONA (morfina, O2, nitrato, AAS) • Laboratório Marcadores de necrose, coagulação, Hb e plaquetas, eletrólitos, função renal • ECG em 10 min de admissão • Raio x tórax, ecocardiograma Não é feito de rotina • Reperfusão coronariana química x mecânica É uma emergência Química = trombolítico Mecânica = angioplastia AAS 200-300 mg -> 1ª droga que dá, antes de sair o eletro Nitrato e morfina dá de acordo com a necessidade Diagnóstico: O diagnóstico do IAM com supra não precisa dos marcadores de necrose (só vai servir pra prognóstico) ECG Com supra de ST ou BRE novo IAM Sem supra de ST Marcadores positivos IAM Tempo porta- eletro = 10 min Dor + presença de supradesnivelamento do segmento ST em pelo menos 2 derivações contíguas ≥ 2mm (homens) ou 1,5 mm (mulheres) em V2 e V3 ou ≥ 1mm nas demais derivações Bloqueio de ramo esquerdo novo ou possivelmente novo Supra de V1 a V4 = parede anterior, a. descendente anterior em terço médio. Se fosse proximal, pegaria até o ramo diagonal que sai da DA e ai pegaria parede lateral (D1 e aVL) Marcadores de necrose: Marcador Detecção inicial Atividade máxima Normalização Troponina T 2-4h 12h 10-14 dias CK MB 3-5h 24h 2 a 4 dias CK total 4-8h 12-24h 3 a 4 dias Colhe na chegada do paciente e depois a cada 6h até o pico Relação entre CK/CKMB: exame positivo quando entre 4-25%, abaixo de 4% sugere processos musculares periféricos e > 25% ocorre na presença de macromoléculas CKMB massa dispensa a utilização dessa relação CKMB presente em cirurgia cardíaca, lesões musculares periféricas, doença maligna, lesões de próstata, útero e língua e uso de drogas Classificação de Killip: Killip 1 = sem dispneia, B3 ou crepitações pulmonares 2 = dispneia e crepitações pulmonares ou B3 3 = EAP 4 = choque cardiogênico (PAS < 80 sem resposta a volume) MONA HC: ➢ Morfina Analgesia, alívio da dor e ansiedade Vasodilatação arterial, diminuindo liberação de catecolaminas e consequentemente, reduz consumo de O2 e demanda metabólica Contraindicação: hipotensão arterial e infarto de VD (hipocinesia volume dependente) 2 a 8 mg EV Quando tem infarto de VD, precisa dar volume ➢ Oxigênio Na presença de cianose, desconforto respiratório, congestão pulmonar ou sat O2 < 94% A prática rotineira pode levar a vasoconstrição sistêmica, com aumento da RVP e da PA ➢ Nitrato Dinitrato de isossorbida SL (isordil) 5 mg, repetir se necessário até 3 doses Vasodilatação arterial e principalmente venosa → redução da pré e pós carga, diminuindo trabalho cardíaco e consumo de O2 Não reduz mortalidade Contraindicação: infarto de VD, uso de Sildenafil e derivados nas últimas 24h, hipotensão arterial (PAS < 90), FC < 50 ou > 100 Sildenafil (viagra) é vasodilatador ➢ AAS Antiagregante plaquetário Inibe TAX 2 (vasoconstritor e pró agregante) e PG (vasodilatador e antiagregante plaquetário) Dose no 1º atendimento: 160 a 325 mg mastigados Uso precoce reduz risco de morte em 23% (usado isoladamente) e em 42% (usado com fibrinolítico), além de reduzir de maneira significativa o risco de reoclusão coronariana e de eventos isquêmicos recorrentes Na alta, deve ser mantido indefinidamente – prevenção secundária. 81 a 125 mg/dia ➢ Heparina o Heparina não fracionada EV Bolus de 60U/kg com máximo de 4 mil U, seguido de infusão de 12 U/kg por 48h, com dose máxima de mil U/h Ajustar a dose para manter o TTPa entre 2-2,5x Caso a terapia seja prolongada além de 48h por indicação clínica, haverá aumento do risco de plaquetopenia induzida por heparina o Heparina de baixo peso molecular Enoxaparina – inibição do fator Xa Perfil mais estável, meia vida mais longa e dispensa controle de TTPa Dose: 30 mg EV em bolus, seguido por 1mg/kg a cada 12h, SC Em pacientes com > 75 anos, não adm o bolus EV. A dose SC é reduzida para 0,75 mg/kg a cada 12h (manter por 8 dias ou até a alta) o Fondaparinux Inibição indireta do fator Xa Alterantiva à heparina BPM em pacientes submetidos a intervenção química, não devendo ser usado em pacientes submetidos à angioplastina ➢ Clopidogrel Antagonista do receptor P2Y12, que se liga ao ADP e ativa agregação plaquetária Limitações: início de ação lento e resistência genética 300-600 mg de ataque e 75 mg/dia – manter por 1 ano Alternativas ao uso do clopidogrel: - Prasugrel Apenas para pacientes com indicação de angioplastia com stent (anatomia conhecida). Não deve ser usado em > 75 anos, < 60 kg, AIT ou AVC prévios por > taxa de sangramento nesses grupos - Ticagrelor 180 mg de ataque e 90 mg 2x/dia Terapias de reperfusão coronariana: a) Química Trombolíticos, fibrinolíticos Estreptoquinase (não repetir em intervalo de 5 dias a 10 anos), TPA e tenecteplase (TNK-TPA) ❖ Contraindicações absolutas AVCh AVCi < 3 meses Neoplasia intracraniana MAC central Trauma fechado de crânio ou face < 3 m Sangramento interno ativo (exceto menstruação) Suspeita de dissecção de aorta ❖ Contraindicações relativas História de AVCi > 3m ou doenças intracranianas não listadas nas contraindicações absolutas Gravidez Uso atual de antagonistas de vit K (quanto > o INR o risco de sangramento) Sangramento interno recente < 2-4 semanas RCP traumática e prolongada ou cirurgia de grande porte < 3 sem Tempo porta- agulha = 30 min HAS não controlada (PAS > 180 ou PAD > 110) Punções não compressíveis História de HAS crônica importante e não controlada Úlcera péptica ativa Exposição prévia à estreptoquinase nos últimos 10 anos b) Mecânica Angioplastia primária Indicação: < 12h de evolução de quadro álgico + as condições para o diagnóstico de IAM com sST Critérios de reperfusão: Melhora da dor Melhora do supra ST em pelo menos 50% Pico enzimático precoce Arritmias de reperfusão Na suspeita da falha terapêutica trombolítica por falta de critérios de reperfusão em 90 min após a medicação → ATC (angioplastia) de resgate Angioplastia primária: 1ª opção de tratamento na fase aguda de IAM com supra ST Apresentação tardia (<3h) Centro de experiência e suporte cirúrgico Intervalo entre porta balão e porta agulha < 60 min IAM de alto risco (IC, Killip 3 ou 4) Dúvida no diagnóstico Após a fase aguda: AAS 81 a 125 mg/dia indefinidamente Clopidrogrel 75mg/dia por 1 ano Enoxaparina 1mg/kg 12/12h por 8 dias ou até alta Beta bloqueador IECA ou BRA nas primeiras 24h, mantidos por 4-6 semanas ou indefinidamente se houver disfunção ventricular Estatina nas primeiras 24h, doses altas (atorvastatina), manter por 30 dias. Após esse período, ajuste com objetivo de LDL < 50 Complicações do IAM: ▪ Ruptura da parede livre (RPL) Complicação mais grave, geralmente fatal 40% ocorre nas primeiras 24h, 85% na 1ª semana Tratamento cirúrgico ▪ Comunicação interventricular (CIV) Associada a altas taxas de mortalidade Principal localização: porção basal e média do septo inferior, relacionada a IAM de parede inferior Tratamento cirúrgico ▪ Aneurisma de VE Tratamento clínico na maioria Complicações possíveis: angina e IC (cirurgia de correção de aneurisma e concomitante revascularizaçãomiocárdica) Tempo porta- balão = 120 min (ideal < 90’) ▪ Insuficiência mitral aguda Preditor independente de mortalidade a longo prazo Fatores de risco: idosos, mulheres e IAM póstero inferior Dx: sopro sistólico mitral na fase aguda de IAM e ecocardiograma Tratamento clínico ou cirúrgico ▪ Arritmias ventriculares Comum, a maioria não requere tratamento Causa mais frequente de PCR após IAM, em pacientes fora do ambiente hospitalar Principal etiologia: isquêmica ▪ Arritmias supra ventriculares A mais prevalente é a FA Causa: estímulo simpático excessivo, estiramento atrial, sobrecarga de volume ou pressão dos ventrículos, infarto atrial, pericardite, alterações eletrolíticas, hipóxias ou doença pulmonar subjacente Β bloqueador: Reduz FC, contratilidade miocárdica e a PA, levando a uma diminuição do consumo de O2 no miocárdio, redução do tamanho do infarto, arritmias ventriculares e incidência de reinfarto em paciente submetidos a terapia trombolítica Recomenda-se uso VO, iniciando nas primeiras 24h da admissão do paciente Efeitos colaterais: bradicardia excessiva, distúrbios de condução AV, hipotensão arterial e broncoespasmo Contraindicações: história de DPOC significativa ou asma, FC < 60 (sobretudo IAM de parede inferior), disfunção ventricular grave (indicado após estabilização clínica), BAV 1o grau (PR> 0,24), BAV 2o e 3o grau, PAS < 100 mmHg ou queda de 30 mmHg em relação ao nível basal, doença vascular periférica grave
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