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Diuréticos (farmacologia e fisiologia)

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A ação diurética 
não é afetada pelo estado ácido-base do 
organismo, nem a hidroclorotiazida altera o 
equilíbrio ácido-base do sangue. 
• Perda de K+: como os tiazídicos aumentam 
o Na+ no filtrado, que chega ao túbulo distal, 
mais K+ também é trocado por Na+. Com o 
uso prolongado desses fármacos, ocorre 
perda contínua de K+ do organismo. Assim, 
o K+ sérico deve ser medido periodicamente 
para evitar a hipopotassemia. 
• Perda de Mg2+: no uso crônico de diuréticos 
tiazídicos pode ocorrer deficiência de 
magnésio, exigindo suplementação, 
particularmente nos idosos. O mecanismo da 
magnesiúria não é compreendido. 
• Diminuição da excreção urinária de 
cálcio: os diuréticos tiazídicos e tipo 
tiazídicos diminuem o Ca2+ na urina, 
 
 
 
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promovendo sua reabsorção no túbulo 
contorcido distal, onde o hormônio 
paratireóideo regula a reabsorção. Esse 
efeito contrasta com os diuréticos de alça, 
que aumentam a concentração de Ca2+ na 
urina. Por isso, o uso de tiazídicos preserva a 
densidade mineral óssea nas costelas e na 
coluna vertebral e pode reduzir o risco de 
fraturas. 
 
• Redução da resistência vascular 
periférica: ocorre redução inicial na pressão 
arterial em resposta à diminuição do volume 
sanguíneo e, com isso, a diminuição do débito 
cardíaco. Com o tratamento contínuo, ocorre 
recuperação do volume. Todavia, o efeito 
anti-hipertensivo continua, resultando na 
diminuição da resistência vascular 
periférica, causada pelo relaxamento do 
músculo liso arteriolar. 
Usos terapêuticos: 
• Hipertensão: clinicamente, os tiazídicos são 
a principal medicação anti-hipertensiva, pois 
são baratos, fáceis de administrar e bem 
tolerados. Eles são eficazes na redução da 
pressão arterial na maioria dos pacientes 
com hipertensão leve e moderada. A pressão 
arterial pode ser mantida com uma dose 
diária de tiazídico, que causa redução da 
resistência periférica sem ter maior efeito 
diurético. Alguns pacientes podem continuar 
por anos usando apenas os tiazídicos. 
Contudo, para controlar a pressão arterial, 
vários deles podem precisar de medicação 
adicional, como bloqueador adrenérgico, 
inibidor da enzima conversora de 
angiotensina (IEIECA) ou bloqueador do 
receptor de angiotensina (BRA). 
• Insuficiência cardíaca: os diuréticos de 
alça (não os tiazídicos) são os diuréticos de 
escolha para reduzir o volume extracelular 
na insuficiência cardíaca. Contudo, os 
diuréticos tiazídicos podem ser 
acrescentados se for necessária diurese 
adicional. Quando usados em combinação, os 
tiazídicos devem ser administrados 30 
minutos antes dos diuréticos de alça, para 
permitir que alcancem o local de ação e 
produzam efeito. 
• Hipercalciúria: os tiazídicos podem ser 
úteis no tratamento da hipercalciúria 
idiopática, pois inibem a excreção urinária de 
Ca2+. Isso é particularmente benéfico para 
pacientes com cálculos de oxalato de cálcio no 
trato urinário. 
• Diabetes insípido: os tiazídicos têm a 
capacidade única de produzir urina 
hiperosmolar. Eles podem substituir o HAD 
no tratamento de pacientes com diabetes 
insípido nefrogênico. O volume de urina de 
tais indivíduos pode cair de 11 L/dia para 
aproximadamente 3 L/dia, quando tratados 
com o fármaco. 
Farmacocinética: 
Os tiazídicos são eficazes por via oral. 
A maioria dos tiazídicos leva de 1 a 3 semanas 
para reduzir de modo estável a pressão arterial 
e tem meia-vida prolongada. Todos os 
tiazídicos são secretados pelo sistema 
secretor de ácido orgânico renal. 
Efeitos adversos: 
Envolvem principalmente problemas no 
equilíbrio hidreletrolítico. 
Depleção de potássio: a hipopotassemia é o 
problema mais frequente com os diuréticos 
tiazídicos e pode predispor pacientes sob 
tratamento com digoxina a arritmias 
ventriculares. Frequentemente, o K+ pode ser 
suprido por medidas dietéticas, como o aumento 
da ingestão de frutas cítricas, bananas e 
ameixas. Em alguns casos, pode ser necessária a 
suplementação de K+. 
Hiponatremia: a hiponatremia pode se 
desenvolver devido à elevação de HAD, 
resultante da hipovolemia, bem como devido à 
diminuição da capacidade diluidora do rim e ao 
aumento da sede. Limitar a ingestão de água e 
reduzir a dose do diurético pode evitar a 
hiponatremia. 
Hiperuricemia: os tiazídicos aumentam o 
ácido úrico sérico, diminuindo a quantidade de 
ácido excretado pelo sistema secretor de ácido 
orgânico. Sendo insolúvel, o ácido úrico deposita 
nas articulações e pode causar ataque de gota em 
indivíduos predispostos. 
Diminuição de volume: pode causar 
hipotensão ortostática ou tonturas leves. 
Hipercalcemia: os tiazídicos inibem a secreção 
de Ca2+, algumas vezes levando à hipercalcemia 
(elevação dos níveis de Ca2+ no sangue). 
 
 
 
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Hiperglicemia: o tratamento com tiazídicos 
pode causar intolerância à glicose, 
possivelmente devido ao impedimento de 
liberação de insulina e de captação da glicose 
pelos tecidos. Pacientes diabéticos e que tomam 
tiazídicos devem monitorar a glicemia para 
avaliar a necessidade de ajuste no tratamento do 
diabetes. 
diuréticos tipo tiazídicos: 
Esses compostos são desprovidos de estrutura 
tiazídica, mas, como os tiazídicos, apresentam 
grupo sulfonamídico não substituído e por isso 
compartilham seu mecanismo de ação. 
Os usos terapêuticos e o perfil de efeitos 
adversos são similares aos dos tiazídicos. 
• Clortalidona: é um derivado não tiazídico 
que se comporta farmacologicamente como a 
hidroclorotiazida. Ela tem duração de ação 
longa e, por isso, frequentemente é usada 
uma vez ao dia, no tratamento da 
hipertensão. 
• Metolazona: é mais potente do que os 
tiazídicos e, diferentemente deles, causa 
excreção de Na+ na insuficiência renal 
avançada. 
• Indapamida: é um diurético não tiazídico 
lipossolúvel que apresenta duração de ação 
prolongada. Em doses baixas, ela apresenta 
ação anti-hipertensiva significativa com 
efeitos diuréticos mínimos. A indapamida é 
biotransformada e excretada pelo trato 
gastrintestinal (TGI) e pelos rins. Assim, ela 
é menos propensa a acumular-se em 
pacientes com insuficiência renal e pode ser 
útil no seu tratamento. 
• Furosemida – é a mais usada do grupo 
• Bumetanida e torsemida – são muito mais 
potentes do que a furosemida, e o seu uso 
está aumentando 
• Ácido etacrínico - é raramente usado, devido 
ao perfil dos efeitos adversos 
Têm sua ação diurética principal no ramo 
ascendente da alça de Henle. 
Entre todos os diuréticos, esses fármacos 
apresentam a maior eficácia na mobilização de 
Na+ e Cl– do organismo. Eles produzem 
quantidade de urina abundante. 
 
 
 
Mecanismo de ação: 
Os diuréticos de alça inibem o 
cotransporte de Na+ /K+ /2Cl– na 
membrana luminal, no ramo ascendente da 
alça de Henle. Dessa forma, a reabsorção 
desses íons diminui. 
Esses fármacos têm o maior efeito diurético 
entre todos os diuréticos, pois o ramo ascendente 
é responsável pela reabsorção de 25 a 30% do 
NaCl filtrado 
Ações: 
Os diuréticos de alça atuam rapidamente, 
mesmo em pacientes com função renal 
diminuída ou que não responderam a outros 
diuréticos. 
Ao contrário do tiazídicos, os diuréticos de alça 
aumentam o conteúdo de Ca2+ da urina. 
Observação: em pacientes com concentrações 
séricas de Ca2+ normais, não ocorre 
hipocalcemia, pois o Ca2+ é reabsorvido no 
túbulo contorcido distal. 
Os diuréticos de alça podem aumentar o fluxo de 
sangue nos rins, possivelmente pelo aumento da 
síntese de prostaglandinas. Os AINEs inibem a 
síntese de prostaglandinas nos rins e podem 
diminuir a ação diurética dos diuréticos de alça. 
Usos terapêuticos: 
• Os diuréticos de alça são os fármacos de 
escolha para reduzir edema pulmonar agudo 
e edema periférico agudo ou crônico causado 
por insuficiência cardíaca ou renal. 
• Devido ao seu rápido início de ação, 
particularmente quando administrados por
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