via intravenosa (IV), esses fármacos são úteis nas situações de emergência, como edema pulmonar agudo. • Os diuréticos de alça (acompanhados de hidratação) são úteis no tratamento da hipercalcemia, pois estimulam a excreção tubular de Ca2+. • Eles também são úteis no tratamento da hiperpotassemia. 6 Farmacocinética: Os diuréticos de alça são administrados por via oral ou parenteral. Sua duração de ação é relativamente curta (2-4 horas), permitindo aos pacientes prever a janela da diurese. Eles são secretados na urina. Efeitos adversos: Ototoxicidade: pode ocorrer perda auditiva permanente ou reversível com os diuréticos de alça, particularmente se forem usados com outros fármacos ototóxicos (ex, antimicrobianos aminoglicosídeos). O ácido etacrínico é o fármaco mais propenso a causar surdez. Hiperuricemia: a furosemida e o ácido etacrínico competem com o ácido úrico pelos sistemas secretores renais, bloqueando, assim, sua secreção e, dessa forma, causando ou agravando os ataques de gota. Hipovolemia aguda: os diuréticos de alça causam redução rápida e grave do volume sanguíneo, com possibilidade de hipotensão, choque e arritmias cardíacas. Depleção de potássio: a grande quantidade de Na+ no túbulo coletor resulta no aumento da troca tubular de Na+ por K+, com a possibilidade de indução de hipopotassemia. A perda de K+ das células na troca por H+ leva à alcalose com hipopotassemia. O uso de diuréticos poupadores de potássio ou a suplementação de K+ pode prevenir o desenvolvimento de hipopotassemia. Hipomagnesemia: o uso crônico de diuréticos de alça combinado com ingestão reduzida de Mg2+ pode levar à hipomagnesemia, em particular nos idosos. Isso pode ser corrigido por suplementação oral. Os diuréticos poupadores de potássio atuam no túbulo coletor inibindo a reabsorção de Na+ e a excreção de K+. O principal uso dos poupadores de potássio é no tratamento da hipertensão (mais frequente em associação com um tiazídico) e da insuficiência cardíaca (antagonistas da aldosterona). É extremamente importante que os níveis de potássio sejam monitorados atentamente em pacientes tratados com diuréticos poupadores de potássio. Esses diuréticos devem ser evitados em pacientes com disfunção renal devido ao aumento do risco de hiperpotassemia. Nesta classe, há fármacos com dois mecanismos de ação distintos: • Os antagonistas da aldosterona • Os bloqueadores dos canais de sódio antagonistas da aldosterona: • Espironolactona e eplerenona Mecanismo de ação: A espironolactona é um esteroide sintético que antagoniza a aldosterona no receptor intracelular citoplasmático, inativando o complexo espironolactona-receptor. Ele impede a translocação do complexo receptor para o núcleo da célula-alvo, bloqueando a produção de proteínas mediadoras que normalmente estimulam os locais de troca Na+ /K+ do túbulo coletor. Assim, a falta de proteínas mediadoras evita a reabsorção de Na+ e, por consequência, a secreção de K+ e H+. Eplerenona é outro antagonista do receptor da aldosterona que tem ações comparáveis às da espironolactona, embora possa ter menos efeitos endócrinos do que a espironolactona. Ações: Na maioria dos estados edematosos, os níveis sanguíneos de aldosterona são elevados, o que colabora na retenção de Na+. A espironolactona antagoniza a atividade da aldosterona, resultando em retenção de K+ e excreção de Na+. À semelhança dos tiazídicos e dos diuréticos de alça, os efeitos dos antagonistas da aldosterona podem ser reduzidos pela administração de AINEs. Usos terapêuticos: • Diurético: embora os antagonistas da aldosterona tenham uma baixa eficácia na mobilização de Na+ do organismo em comparação com os outros diuréticos, eles têm a útil propriedade de causar retenção de K+. Esses diuréticos frequentemente são administrados junto com um diurético tiazídico ou de alça, pois como esses diuréticos atuam por um mecanismo nas porções finais dos rins, eles podem 7 potencializar os efeitos de diuréticos que atuam mais proximalmente. • Hiperaldosteronismo secundário: a espironolactona é particularmente eficaz em situações clínicas associadas com hiperaldosteronismo secundário, como a cirrose hepática e a síndrome nefrótica. Em contraste, nos pacientes que não apresentam níveis circulantes de aldosterona significativos, como aqueles com doença de Addison (insuficiência suprarrenal primária), não ocorre efeito diurético com o uso desse fármaco. • Insuficiência cardíaca: os antagonistas da aldosterona previnem o remodelamento que ocorre como compensação na insuficiência cardíaca progressiva. O uso desses fármacos diminui a mortalidade associada com a insuficiência cardíaca, particularmente naqueles pacientes com fração de ejeção reduzida. • Hipertensão resistente: essa condição, definida pelo uso de três ou mais medicações sem alcançar a pressão arterial-alvo, com frequência responde bem ao antagonistas da aldosterona. Esse efeito pode ser visto em todos, com ou sem níveis de aldosterona elevados. • Ascites: o acúmulo de líquidos na cavidade abdominal (ascite) é uma complicação comum da cirrose hepática. A espironolactona é eficaz nessa condição. • Síndrome do ovário policístico: a espironolactona com frequência é usada extrabula para o tratamento da síndrome do ovário policístico. Em dosagens elevadas, ela bloqueia o receptor de androgênio e inibe a síntese de esteroides, ajudando a parar os níveis elevados de androgênios encontrados nesse distúrbio. Farmacocinética: Ambos são absorvidos por via oral e ligados significativamente às proteínas plasmáticas. A espironolactona é extensamente biotransformada e convertida em vários metabólitos ativos. Os metabólitos, juntamente com o fármaco original, são os responsáveis pelos efeitos terapêuticos. A espironolactona é um inibidor potente da glicoproteína P, e a eplerenona é biotransformada pelo CYP3A4. Efeitos adversos: • A espironolactona pode causar distúrbios gástricos. • Como a espironolactona se parece quimicamente com os esteroides sexuais, ela pode causar ginecomastia em pacientes homens e irregularidades menstruais em mulheres. • Podem ocorrer hiperpotassemia, náuseas, letargia e confusão mental. • Em doses baixas, ela pode ser usada cronicamente, com poucos efeitos adversos. • Deve-se ter cautela ao usar os diuréticos poupadores de potássio com outras medicações que podem causar hiperpotassemia, como os IECAs e os suplementos de potássio. Triantereno e amilorida O triantereno e a amilorida bloqueiam os canais de transporte de Na+, resultando em diminuição na troca Na+/K+. Embora apresentem ação diurética poupadora de K+ semelhante à dos antagonistas da aldosterona, sua capacidade de bloquear os locais de troca Na+ /K+ no túbulo coletor não depende da presença de aldosterona. Assim como os antagonistas da aldosterona, estes fármacos não são diuréticos muito eficazes. Tanto o triantereno quanto a amilorida são comumente usados em associação a outros diuréticos, em geral devido à sua propriedade poupadora de potássio. De modo semelhante aos antagonistas da aldosterona, eles previnem a perda de K+ que ocorre com os tiazídicos e os diuréticos de alça. Os efeitos adversos do triantereno incluem aumento do ácido úrico, cálculos renais e retenção de K+. A acetazolamida e outros inibidores da anidrase carbônica são usados com mais frequência por suas outras ações farmacológicas do que por seu efeito diurético, pois são muito menos eficazes do que os diuréticos tiazídicos ou de alça. acetazolamida Mecanismo de ação: A acetazolamida inibe a anidrase carbônica localizada intracelular (citoplasma) e na membrana apical do epitélio