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FORRAGICULTURA - APOSTILA

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Aula 1 – Introdução à Forragicultura 
O Brasil é detentor do 1º maior rebanho comercial do mundo e do 2º maior rebanho de bovinos. Ele perde a 
primeira posição de maior rebanho apenas para a Índia, que, devido à sua cultura, não apresenta costumes de 
consumir e exportar carne desses animais. Entretanto, alguns locais na Índia já iniciaram o processo de abate e 
comercio, permitindo assim com que a Índia possa ultrapassar, facilmente, o Brasil no ranking. 
Atualmente, o Brasil é o maior exportador graças ao clima favorável, a sua extensão territorial, a sua variedade 
de gramíneas e a ótima genética dos animais. É claro que, quando se trata de exportação, a qualidade vem em 
primeiro lugar, já que os países que recebem esse recurso são muto exigentes em relação a isso. 
Consequentemente, a população brasileira não fica com a melhor parte da produção. Mas essa situação vem 
mudando gradativamente com o avanço nos métodos de criação dos rebanhos. 
O ponto chave da bovinocultura de corte é que o bovino é um ruminante, e como tal, é capaz de transformar o 
seu alimento (gramíneas) em carne (produto). As gramíneas representam uma fonte de alimento barata e de 
qualidade. No entanto, a consciência atual dos produtores não permite o total aproveitamento das gramíneas. 
Com os cuidados necessários, é possível evita o desmatamento desnecessário em busca de espaço, aproveitando 
ao mesmo tempo o espaço que já se tem e todo o potencial da gramínea. 
Para conseguirmos uma produção de gramíneas de qualidade, é preciso um solo fértil e com a quantidade de 
nutrientes necessárias. Faz-se importante então, antecedente à plantação, realizar uma analise do solo, de modo 
que se possa corrigir o pH, o balanceamento dos nutrientes e adubar. Desse modo, fornecendo as condições 
ideais para as gramíneas, não haverá necessidade de mais 1 m² de espaço. 
Sabe-se que 95% das gramíneas não produz o que toda a sua genética permite e que grande parte esta em 
degeneração, resultando em pastagens pouco produtivas. Isso se dá porque os produtores não enxergam a 
pastagem como uma cultura e, portanto, não a tratam como tal. 
Para termos uma noção da situação, o Brasil possui uma capacidade de 0,9 unidades animais (U.A.) por hectare. 
Uma unidade animal representa 450kg de peso vivo. Caso, antes da plantação de pastagens, seja feita a análise 
do solo, utilização de calcário (corrigir o pH) e adubação mínima, sobrariam gramíneas para tão poucos animais. 
Em 2014 foram contabilizados cerca de 212 milhões de bovinos para os 200 milhões de habitantes 
(aproximadamente do Brasil). Quanto mais cresce a população brasileira, maior a necessidade de alimentos. Ao 
fornecer as condições ideais para as gramíneas, pode-se aproveitar melhor o espaço que se tem e, 
consequentemente, a produção aumenta, suprindo a exigência cada vez maior da população nacional e de 
outros países. 
É preciso melhorar a variedade das nossas gramíneas, tornando-as mais produtivas e adaptadas. Deve-se saber 
que quanto mais produtiva for essa gramínea, maior será sua exigência em nutrientes. Portanto, de nada adianta 
escolher plantar uma ótima gramínea de qualidade em um solo pobre, como o solo arenoso, que sofre 
constantemente com a lixiviação (perda de nutrientes em decorrência das chuvas). 
Qualidade das pastagens 
Pastagens de alta qualidade e em solo preparado possuem a capacidade de permitir ate 7 U.A. por hectare. 
Apenas com a adubação e todos os outros cuidados consegue-se chegar a 3-3,5 U.A. por hectare. 
OBS: É muito mais barato e prático recupera uma pastagem caso o nível de degradação dela ainda seja baixo. 
O consórcio entre gramíneas e leguminosas é importante, pois as leguminosas possuem a propriedade de fixar o 
nitrogênio atmosférico no solo. Nitrogênio esse que é nutriente principal para as gramíneas. O grande “porém” 
do consórcio com leguminosas é que estas são altamente palatáveis, em sua grande maioria, o que resulta em 
uma redução da ingestão das gramíneas e aumento da ingestão de leguminosas. 
OBS: O principal nutriente das leguminosas é o fósforo, seguido pelo potássio e por fim, nitrogênio. 
Na bovinocultura de leite, uma pastagem bem cuidada supre no máximo 12 a 15kg de leite, logo, se em uma 
propriedade as vacas produzem acima disso, faz-se necessária a complementação da alimentação desse animal, 
de maneia que ele possa produzir tudo que sua genética permite lembre-se, a nutrição é a base da 
produção. 
OBS: comentário em sala. 
Algumas espécies de gramíneas, como a Brachiaria são conhecidas por causar uma condição 
denominada requeima ou fotossensibilização em bezerros. Isso se dá porque a matéria em 
decomposição abaixo desse broto de gramínea é um microambiente perfeito para fungos do gênero 
Pithomyces chartarum, que, ao contaminar o bezerro que vem em busca de brotos jovens 
(suculentos), produz uma toxina que causa essa condição supracitada. 
“A fotossensibilidade, também chamada de requeima ou pira, uma afecção que traz prejuízos às 
cadeias econômicas da pecuária, normalmente tem na sua etiologia as toxinas produzidas por plantas 
bastante conhecidas, além de fungos como Pithomyces chartarum, comumente encontrados nas 
macegas de braquiária.” EMBRAPA 
 
Forragicultura e pastagens 
A principal importância da utilização das pastagens é que o Brasil é o maior exortador de carne do mundo, além 
de possuir o maior rebanho comercial. A aquisição dessa posição no rank só foi possível graças à produção de 
carne mais barata com uma alimentação de baixo custo, que se baseia, basicamente, nas forragens. 
Aspectos socioeconômicos e características gerais das pastagens no Brasil 
Para entender os conceitos da forragicultura, devemos entender as seguintes questões: 
1. Qual a importância das pastagens na alimentação? (Explicada acima) 
2. Porque devemos explorar as pastagens? A resposta é clara, é o alimento mais barato. 
3. Quais os tipos utilizados? 
- No Brasil, utilizam-se as pastagens nativas (não precisam ser plantadas, nascem ali mesmo), mas que têm um 
limite de produtividade para o rebanho. E também as pastagens cultivadas e cuidadas pelo produtor, sendo 
muito melhores que as nativas. 
Vale ressaltar que: sem analise do solo, se correção do pH e uma adubação mínima de manutenção, nada vai 
crescer, sejam forrageiras, leguminosas e qualquer outro cultivo. 
Devemos entender que, o produto da pastagem é o que se põe de carne e leite no animal, logo, uma pastagem 
de baixa qualidade origina um produto de baixa qualidade. 
4. O que são plantas forrageiras? 
- Uma planta forrageira não é mato. As forrageiras são plantas divididas em gramíneas e leguminosas. As 
gramíneas são subdivididas em gramíneas tropicais e as gramíneas de inverno, obviamente, mais bem adaptadas 
ao clima correspondente. 
A principal característica das leguminosas é o fato de que em suas raízes encontram-se bactérias capazes de fixar 
o nitrogênio atmosférico no solo, disponibilizando-o para as gramíneas próximas e, consequentemente, 
barateando a adubação nitrogenada do solo. As leguminosas são também utilizadas para a adubação verde, já 
que são ricas em proteínas. 
O que pode ser feito é um consórcio entre gramínea e leguminosa, de modo a favorecer a produção da 
pastagem. No entanto, para tal decisão, existem diversos fatores a se considerar: 
• As leguminosas são muito mais palatáveis que as gramíneas, logo, o animal irá consumi-las 
primeiramente. 
• A capacidade de crescimento e rebrote de uma leguminosa é muito mais baixa do que a capacidade de 
uma gramínea, logo, se um animal se alimenta constantemente das leguminosas, em pouco tempo as 
gramíneas irão sobrepujar essa plantação de leguminosas. 
Portanto, o consórcio entre leguminosas e gramíneas é algo difícil de ser mantido, mas que se bem 
manipulado, gera resultados satisfatórios. O que muito se utiliza atualmente é o banco de proteína ou a 
legumineira, que se trata de umaárea reservada apenas para plantação de leguminosas. Nessa área, o animal 
é deixado por cerca de 2 horas (tempo médio). Desse modo, o animal aproveita os benefícios das 
leguminosas e associa-os à alimentação com pastagens (dieta de melhor qualidade). 
OBS: Um pasto, quando bem formado e manejado, dificilmente abrigará plantas invasoras. 
Conhecer as necessidades fisiológicas de uma forrageira é essencial, por exemplo: as leguminosas, como 
fixam o nitrogênio no solo, não precisam ser suplementadas com o mesmo. Mas para mantê-las, faz-se 
necessária a adubação com fósforo (principal nutriente) e potássio. O potássio é o grande problema dos 
solos brasileiros, já que não passam (no geral) de 6 ppm (partes por milhão), sendo que o ideal é de 20 ppm. 
Já para as gramíneas, o principal nutriente é o nitrogênio. 
Distribuição de área no Brasil – 851 milhões de Hectares (Ha) 
61% 519 milhões de Ha – vegetação nativa. 
11,3% 9,6 milhões de Ha – cidades, infraestrutura e outras. 
27,7% 236 milhões de Ha – agricultura, pecuária e florestadas plantadas (0,8%). 
98% dos produtores atuais sequer realiza a calagem (correção do pH). Se 50% desses produtores realizasse a 
analise do solo, corrigisse o pH e fizesse apenas a adubação mínima, não haveriam bois suficientes para se 
alimentar da imensa quantidade de forragens ressaltando: deve-se cuidar das forragens, pois são a base 
da alimentação de ruminantes. 
Aconselha-se, então, a INTENSIFICAR (aumentar número de animais em espaço menor) a área e 
DIVERSIFICAR as sobras (realizar outra atividade como fonte de renda, como plantações, etc..) 
monoculturas sempre foram um desastre em qualquer região. É importante DIVERSIFICAR. 
Rebanho: cerca de 190 milhões para 120 milhões de Ha de pastagem com taxa de ocupação de 1,2 
cab/hectare e taxa de desfrute (mede a capacidade de um rebanho em gerar excedente/sobra/lucro) de 
18,9%. 
O Brasil tem uma taxa de desfrute de 21%, enquanto países como EUA e Canadá possuem taxa de desfrute 33 
a 35%. No entanto, a comparação entre a produtividade dos países não é interessante, já que no exterior, 
tanto a genética como o manejo desses animais é totalmente diferente dos métodos de criação do Brasil. 
Realiza abate anual de cerca de 40 milhões de cabeças por ano, pouca importação, mas muita exportação 
(1,65 milhões – 18%). 
Atualmente há um aumento do comercio de animais ainda vivos para outros países, como África e Índia. 
O agronegócio é a base da balança comercial, já que a pecuária é uma das atividades que mais emprega no 
Brasil. Entretanto, ainda há muito o que se melhorar. Por exemplo: a comparação entre agricultura e 
pecuária é impensável. A tecnologia hoje empregada na agricultura a propulsionou anos-luz da pecuária. 
No ranking de competitividade na produção de carne, a Austrália é um país que compete rigorosamente com 
o Brasil, apresentando problemas semelhantes, principalmente na parte da produção de forragens. A 
diferença é que, cerca de 50% do território australiano é deserto, incapaz de produzir pastagens. 
Outro grande problema na produção de pastagens é a sazonalidade da produtividade das pastagens, ou seja, 
a baixa produção da seca e a fartura na época das águas, ocasionando o efeito boi sanfona (emagrece na 
seca e engorda nas águas) – é um problema bem comum nas criações à base de pastagens. No entanto, a 
medida que se intensifica a produção de pastagens, pode-se evitar diversos fatores relacionados à queda da 
produção. 
Porcentagem de nutrientes da dieta à base de pastagens 
• Bovino de corte: 83%. 
• Bovino de leite: 61%. 
• Ovinos: 91%. 
• Caprinos: 72%. 
• Suínos: 15%. 
Vale ressaltar que, a base da alimentação de suínos (e também de aves) é milho e farelo de soja. Não existe 
criação de suínos e aves a pasto, não há produção. 
Como já citado em aulas anteriores, as condições climáticas e de genética brasileira são extremamente 
favoráveis. Não poderia existir gado melhor que o Nelore para o Brasil. É importante lembrar também que uma 
boa genética deve ser acompanhada de uma boa nutrição, ou o animal não expressará todo o seu potencial 
produtivo pastagem ruim, animal ruim. 
Uma pastagem deve ser adubada diariamente, toda vez que o animal a deixar. A correção do solo deve ser feita 
anual ou quando houver necessidade. 
Pecuária no Brasil 
As pastagens ocupavam, em 1999, cerca de 175,34 milhões de hectares. Já em 2009, ocupavam 171,39 milhões de 
hectares (esses são dados relativos). Houve também um notável aumento da área de produção de pastagens em 
Pará e Rondônia e uma intensificação (redução) em SP, PR, RS e GO. 
A agricultura invade cerca de 22 milhões de hectares por ano. Enquanto a área de produção de pastagens 
diminui, a população aumenta, ou seja, maior vai ser a demanda de alimentos. São cerca de: 
198 milhões de cabeças de gado para uma população de mais de 200 milhões de habitantes. É evidente a 
necessidade urgente de uma melhor produção e intensificação das pastagens, de modo a abrigar mais animais 
em um espaço menor. 
O Brasil precisa de profissionalização e tecnologia, ao menos na pecuária, visto que agricultura é extremamente 
avançada no país. No entanto, um outro grande problema do Brasil é o tradicionalismo, ou seja, é difícil 
convencer um produtor de que o jeito que ele maneja sua propriedade pode não ser o jeito certo. 
Baixa competitividade: como a pecuária pode competir com a agricultura? Aumentando a produtividade, de 
modo a produzir maior quantidade de carne/ha que compense a produção da agricultura. 
• Produtividade: kg de peso vivo/ha/ano ou kg de carcaça/ha/ano. 
• Ganho de peso vivo (kg/dia). 
• Período: 365 dias nunca parar de produzir. 
• Número de animais na propriedade diminuir a área, dar condições para a pastagem, e aumentar o 
número de animais. 
• Área destinada à atividade pecuária: diversifique, não seja um monocultor, seja um policultor (maneje 
diversas culturas). 
Sempre lembre, uma pastagem alta, é uma pastagem boa. Altura de entrada, altura de saída do animal, altura de 
manejo são fatores importantes e que variam de espécie para espécie. 
Ecossistema pastoril 
Porção A: fatores climáticos, 
não controláveis, que afetam a 
planta, solo e animal. 
Porção B: fatores planta e solo 
+ fatores climáticos e de 
manejo do solo e da planta = a 
quantidade, qualidade e a 
estrutura da forragem 
disponibilizada. 
Porção C: fatores ligados ao 
animal – são influenciados 
pelos fatores climáticos, 
planta/solo e de manejo = a 
produção animal (kg PV/dia). 
Porção D: o consumo – elo entre os fatores planta/solo e o animal. 
A integração dos fatores planta/solo (B), animal (C), consumo (D) influenciados pelos fatores climáticos (A), não 
controláveis, e de manejo (E), controláveis, determinarão as características produtivas do sistema 
produtividade. 
Considerações: 
• Os fatores climáticos (A), não controláveis, interferem diretamente tanto na planta, quanto no animal e 
na taxa de consumo. 
• Fator Planta (B): produção de massa foliar (quanto mais folha em relação ao caule, melhor será a 
pastagem). A planta é influenciada pela sua composição química, aceitabilidade (quanto mais velha, pior) 
e também pelo fator solo (fertilidade). 
• Fator Animal (C): apresenta vários fatores que interferem no consumo. A ingestão também é 
influenciada pela quantidade e qualidade da pastagem expressão o desempenho do animal. 
• Fator de Consumo: é preciso conhecer tanto a fisiologia da planta quanto a fisiologia do animal. 
• Fator de Manejo (E): é controlável. Influencia a planta, solo, consumo, animal. Influencia principalmente, 
o fator B (Planta) e C (Animal). 
• Todos os fatores atuando entre si dão uma resposta sobre a produtividade. 
• Nem sempre fazendo tudo certo, haverá resultados positivos. Devemos sempre nos reparar para os 
períodos difíceis. 
OBS: Na seca, não importao cuidado que se tem com a pastagem, a produção não será elevada, pois o 
fotoperíodo necessário para as forrageiras não é alcançado de maneira satisfatória neste período. 
OBS: Lembre-se, suplementação proteica na época de seca não é para ganho de peso, mas sim para que a 
microbiota ruminal aproveite melhor o alimento de baixa qualidade. 
OBS: São N fatores que influenciam o ecossistema pastoril evidenciando a dificuldade no cuidado da 
pastagem. 
Após a demonstração da importância da forragicultura para o Brasil, podemos prosseguir para alguns conceitos 
da forragicultura e pastagens. 
Forragicultura e Pastagens 
1. Pastagem: deve ser encarada como uma cultura infelizmente essa não é a realidade do Brasil. Graças 
a isso, o produtor “paga o preço”, pois com pastagens de baixa qualidade, o gasto com volumosos, 
suplementação e outros é muito maior. 
• Na exploração animal, no Brasil, temos o uso de pastagens cultivadas e não das pastagens nativas. 
• Consequentemente, há uma maior produtividade (produção/área) na maioria das vezes (dependendo 
do mercado) o ganho da propriedade aumenta. 
• Existe diversos cultivares melhorados geneticamente (selecionadas) é claro que com isso aumenta 
também a exigência em adubação da planta. 
• Cultivares com elevado valor nutricional. 
OBS: Quando se propõe a intensificação de uma propriedade, a intensificação não acontece do dia para a noite e 
também não é feita em toda a propriedade (escolhe-se a melhor área do proprietário). 
Além disso, ao intensificar devemos nos perguntar: existem animais suficientes para se alimentarem da nova 
pastagem que irá crescer? Portanto, CUIDADO com a questão da intensificação, sempre se perguntando: como, 
quando e por quê? 
Conceitos: pastagem nativa x pastagem cultivada. Qual a diferença? 
Nativas: 
• Não suportam alta lotação. 
• Baixa qualidade nutricional. 
• Difícil intensificação. 
O RS (Rio Grande do Sul) possui muitas áreas de pastagens nativas, bem como leguminosas e gramíneas de 
inverno. No cerrado, as pastagens também são, em sua grande maioria, nativas. 
Cultivadas: é o que pretendemos hoje. Pastagens de alta qualidade nutricional e que suportem alta lotação. 
Terminologia: 
• Forragicultura: é o estudo das plantas forrageiras. 
- Forragem: são as partes aéreas de uma população de plantas herbáceas, que podem servir na alimentação dos 
animais em pastejo, ou colhidas e fornecidas diretamente. 
OBS: Se deixarmos o animal agir por instinto, ele comerá toda a pastagem, por isso realizamos o manejo de 
pastagem. É de extrema importância que haja um resíduo pós-pastejo (folhas nos caules das forrageiras) para 
que a planta consiga crescer novamente. 
• Pastagem: é a unidade de manejo de pastejo, fechada e separada de outras áreas por cerca ou barreira. 
Contém bebedouro e cocho para sal. 
• Pasto: forrageira que está disponível na pastagem. O pasto é aquilo que se oferece para o animal no dia. 
- O pasto é mais barato, desde que o animal colha sozinho. 
- Em sistemas de pastejo rotacionado, pasto é aquilo que está sendo fornecido naquele instante. 
OBS: É de suma importância obedecer ao período de descanso da planta. 
• Piquete: é a área de pastejo que corresponde a uma subdivisão de pastagem, fechada e separada de 
outras áreas. 
• Pastejo: é o ato de desfolhar a planta enraizada no capo, realizada pelo ruminante. Para o animal, 
envolve busca, apreensão e ingestão. 
OBS: Um solo com baixo pH diminui a absorção de nutrientes pelas plantas sempre corrigir o pH antes da 
adubação. 
• Suplemento: é aquilo que serve para suprir, o que se dá a mais. Parte que se junta a um todo para 
ampliar. Pode ser: volumoso, concentrados ou minerais (importantes para bovinos na reprodução – 
macro e microminerais). 
O que é forragicultura? 
É algo que não é fácil de entender e de aplicar. As variações das condições edafoclimáticas (clima e solo da 
região), sistemas de produção, uso de insumos, raças de animais, etc, originam uma grande variação de tipos e 
formas de utilização dos recursos forrageiros. 
A escolha de uma espécie forrageira requer conhecimento de suas características de adaptação ao meio, formas 
de utilização, valor nutricional, possibilidades de consórcio, entre outras. 
Principais atributos desejáveis na planta forrageira 
1. Produção de forragem (matéria verde ou matéria seca) importante para cálculo de lotação. 
2. Valor nutritivo (composição química e digestibilidade) e aceitação pelo animal a digestibilidade 
depende do valor nutricional e da idade da forrageira. 
3. Persistência queremos pastagens que não precisam ser renovadas todo ano. 
4. Facilidade de propagação e estabelecimento a propagação pode ser feita por via vegetativa (muda) 
ou via semente (quanto mais pura e maior a germinação, melhor a semente – via mais eficaz e barata 
quando se pretende renovar a pastagem). 
5. Resistente às pragas e doenças é importante ter outras variedades de plantas. 
NÃO EXISTE CAPIM MILAGROSO! 
Pastagens – distribuição 
2009 171 milhões de hectares para 115,7 milhões de hectares em 2012. A diminuição das áreas das pastagens 
se deve principalmente pela alta competitividade com a produção de grãos. 
Cerrado: destaque em crescimento de pastagens nativas e agora de cultivadas. 
Na década de 70, maior área do Brasil era ocupada elas pastagens nativas, atualmente a área total ocupada é 
responsável por 50% da carne produzida no país. 
Capins conhecidos como “naturais”: 
• Gordura: altamente palatável, mas não aguenta pisoteio. 
• Guiné. 
• Angola. 
• Green panic. 
OBS: Grande parte dos capins “naturais” vieram da África. 
Evolução 
A Brachiaria sp. Representou o marco evolutivo das pastagens no Brasil e a substituição das pastagens nativas 
(naturais). Na década de 60 a 70 houve o surgimento de três espécies altamente desejadas: 
• Brachiaria decumbens: é, de longe, a mais utilizada dentre as Brachiarias. É muito visada, pois possui alta 
adaptação em solos de baixa fertilidade e ácidos (típicos do Brasil). 
• Brachiaria ruziziensis: apresenta alta palatabilidade, mas não suporta muito pisoteio. É usada em 
cruzamentos para formação de híbridos. 
• Brachiaria humidicola: é conhecida também como capim agulha. Se consumida quando jovem, é uma 
ótima forrageira, mas quando adulta a sua ponta se torna uma agulha. Portanto, deve ser manejada 
como grama (custo). É muito vista e utilizada em áreas de brejos, pois suporta umidade. 
Devido a sua alta adaptabilidade, a Brachiaria sp., em qualquer outro pasto, é considerada erva daninha. 
Por que a Bracharia foi tão importante? 
• Elevada adaptabilidade a diferentes ambientes. 
• Baixa exigência nutricional. 
• Bem adaptada a solos ácidos. 
Deixar uma planta forrageira sementear (criar sementes) é bom? Tudo dependerá se houve ou não problemas no 
plantio (áreas falhadas). Quando a porção denominada perfilho da planta forrageira fora uma inflorescência (cria 
flor), o perfilho se torna um perfilho reprodutivo, e a planta para de crescer e sua energia direcionada para a 
produção de sementes (queda da qualidade). Portanto, o sementear só será realizado quando existirem defeitos 
no plantio, de modo a corrigir a uniformidade do pasto. 
OBS: Sempre tomar cuidado com o primeiro pastejo, pois, a planta ainda está se desenvolvendo, portanto, a 
lotação deve ser baixa. 
Na década de 80 surgiu novos cultivares da Brachiaria a partir da Embrapa: 
• B. brizntha cv (cultivar) marandu (braquiarão). Houve um salto evolutivo no conceito de maiores taxas de 
lotação, pois é um cultivar de alta produtividade. No entanto, o grande erro dos produtores foi achar que 
o braquiarão não precisava de tanta atenção, assim como os gêneros de Brachiaria. Por ser melhor, o 
braquiarão é muito mais exigente. 
No MS, 75% das pastagens cultivadas são B. brizantha e decumbens. 
Ainda na década de 80, a Embrapalançou novos cultivares de Panicum maximum: 
• Tobiatã. 
• Tanzânia. 
• Centenário. 
• Centauro. 
• Aruana. 
• Mombaça. 
• Massai. 
São capins mais produtivos e mais exigentes em fertilidade de solo. LEMBRE-SE que a produtividade só é elevada 
quando se têm bocas o suficiente para se alimentar do pasto intensificado. 
Lotação: conceito 
• Número de animais por unidade de área. 
• 1 unidade animal (UA) = 450kg de PV. 
• Lotação = UA/hectare. 
Como calcular a taxa de lotação. Imaginemos uma propriedade como exemplo: 
100 garrotes (bezerros com maior idade) 260kg de PV (média). 
Área explorada (pasto) 50 hectares. 
1º. Precisamos saber quanto 1 garrote equivale em UA, para isso 260kg / 450kg (UA) = 0,57 UA – cada garrote 
vale 0,57 UA. 
2º. Quanto equivale 100 garrotes em UA: 100 x 0,57 = 57 UA. 
3º. Quantos garrotes (UA) por hectares: 57 / 50 = 1,14 UA/Hectare taxa de lotação. 
Outro exemplo na mesma propriedade: 100 bois de 450kg PV = 100 UA = 2 UA/HA. 
A conta sempre é a mesma, o que muda é o peso, a quantidade e a área. 
Conceitos relacionados à lotação 
1) Pressão de pastejo: é a quantidade de pasto (kg) disponível para cada 100kg de PV. Ou seja, quanto mais 
forragem, maior é a pressão de pastejo. É medido por: 
 
Kg de forragem disponível 
100kg de peso vivo 
2) Capacidade de suporte: é a taxa de lotação ótima ou máxima que permite um ganho ótimo por animal e por 
área, com manutenção da condição de pastagem. Desde que o desenvolvimento da planta não seja 
prejudicado. 
3) Pastagens degradadas: como já dito na aula anterior, a maior parte das pastagens brasileiras estão em 
algum grau de degradação. Isso se deve devido à absoluta falta de conhecimentos dos conceitos 
anteriormente mencionados, ou seja, não se dá atenção às pastagens como uma cultura. 
 
• Se já é possível observar áreas de terra nua ou invasão por plantas indesejáveis, já temos um sinal de 
degradação. Por exemplo: pasto Tanzânia acometido por gramão e braquiarinha (B. decumbens). 
Um dos grandes motivos de um início de degradação é a: capacidade de suporte elevada. A capacidade de 
suporte é o nível de utilização dos recursos naturais que um sistema ambiental ou um ecossistema pode 
suportar, garantindo-se a sustentabilidade e a conservação de tais recursos. 
OBS: Quando falamos em capacidade de suporte, nos referimos ao quanto a planta aguenta. 
O produtor (pecuarista) confunde o tempo capim tecnificado com capim milagroso. Por isso, por achar que 
possui um “capim tecnificado”, excede sua capacidade de suporte com uma alta taxa de lotação. Dessa forma, 
não sobra o importante resíduo de pastejo e a planta acaba ficando cada vez mais dependente de suas reservas 
na base do caule e raiz e, consequentemente, cada vez mais fraca. 
Capim tecnificado é aquele que se tem quando se fornecem as condições de adubo, calcareio e correção de pH. 
Outros motivos de insucesso: 
1) Escolha da forrageira: decorre da falta de informação, conhecimento técnico ou orientação. Escolher a 
forrageira sem antes conhecer o seu solo, é no mínimo, prejuízo na certa. 
2) Plantio: toda vez que se faz plantio (se for feito com o procedimento correto), o que nasce é de 
excelente qualidade e causa uma elevação dos ganhos de peso. Isso acaba por “dar esperanças” ao 
produtor, mas se o manejo não for constante, essa pastagem não durará muito tempo. 
3) Plantio incorreto da pastagem: problemas na plantadeira, falta da analise de solo, calagem, mensuração 
do Ph.. 
OBS: O PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) do calcário é o tempo que este leva para reagir no solo. 
Quanto mais próximo de 90% for, mais rápido ele reage facilita o plantio. 
4) Imposição: alta lotação de pastejo. Um grande erro que se comete é impor uma condição de alta lotação 
e pressão de pastejo, não fornecendo o tempo necessário para a planta repor as perdas. 
5) Manejo incorreto durante o estabelecimento inicial e condução da pastagem: é importante, 
principalmente durante o primeiro pastejo, respeitar a formação do sistema radicular da planta, pois com 
o sistema radicular bem desenvolvido a planta se sustenta melhor e absorve mais os nutrientes. 
6) Satisfação/empolgação: relacionada ao modismo. Plantio novo alta produção será sempre assim? 
Não se as condições da planta não forem atendidas. 
7) Aumento da lotação (acima da capacidade de suporte): a taxa de lotação influencia na capacidade de 
suporte? As vezes não, agora se você tem uma taxa de lotação acima da capacidade máxima de lotação, 
o capim será prejudicado. 
8) Ausência de correção/adubação: a planta se torna cada vez mais fraca e acaba por morrer. A correção do 
solo e adubação devem ser feitos constantemente. 
9) Morte de plantas: causada pela baixa quantidade de nutrientes do solo, erros de manejo, pragas, etc.. 
10) Falta de diversificação de espécies (ex: cigarrinha da pastagem): é importante sempre ter mais de um 
gênero na pastagem. A cigarrinha da pastagem, por exemplo, tem predileção pelo gênero Brachiara. Se a 
pastagem for constituída apenas de Brachiaria, não haverá alternativas de alimentação para o animal. 
11) Infestação de plantas invasoras: falta de manejo, adubação, altas lotações favorecem a infestação 
por plantas invasoras. 
12) Conceito de IAF remanescentes ausente: é o índice de área foliar, ou seja, o resíduo pós-pastejo. Se não 
houver resíduo pós-pastejo, a planta ficará cada vez mais debilitada e incapaz de sobreviver. 
13) Redução da capacidade de suporte: uma redução na capacidade de suporte de sua pastagem indica que 
há um inicio de degradação. Por exemplo: neste ano o produtor colocou X quantidade de animais. No 
ano seguinte, colocou ½ X de animais, ou seja, a capacidade de suporte do pasto reduziu pastagem 
degradando. 
14) Degradação: pode ser de nível 1, 2, 3, 4, 5 ou morte. 
15) Necessidade de REFORMA (análise deve ser feita sempre com critério): sempre devemos avaliar, 
precisamos mesmo da reforma da pastagem ou pode ser feita uma recuperação? Na maioria dos casos é 
feita a recuperação, pois é a opção mais viável. 
 
Essa degradação traz grandes prejuízos econômicos e sociais, seja em uma região ou propriedade. A pastagem 
degradada é sinônimo de perda de dinheiro e de recursos humanos. 
Evolução do conceito de lotação: na década de 60 a 70 a lotação era de 0,25 UA/HA. Com a introdução do gênero 
Brachiaria, passou para 0,7 a 0,8 UA/HA. 
Produção de carne: 
• 1997: 2,4 milhões de toneladas. 
• 1999: 6,2 milhões de toneladas. 
• 2008: ao redor de 9 milhões. 
• 2018 (estimativa): 14 milhões de toneladas isso se deve ao avanço da população mundial. 
São N fatores que influenciam essa produção, mas é certo de que há necessidade de produzir cada vez mais. 
Índices zootécnicos Restrição alimentar Boa alimentação 
Natalidade 60% 85% 
Mortalidade até desmama 8% 2,7% 
Taxa de desmama 54% 80% 
Peso de desmama 160kg 210 – 220kg 
Idade da 1ª cria 4 anos 2 anos 
Intervalo entre partos 21 meses 13 meses 
Idade de abate 4 anos 2 anos 
Taxa de abate ou desfrute 17% 40% 
Lotação 1,0 animal/Ha 3 animais/Ha 
 
 Recria Engorda 
Ganho PV/animal/dia 230kg 550kg 
Ganho PV/animal/ano 84kg 200kg 
Produção de carne/Ha/ano 42kg 300kg 
Ciclo de pecuária Tardia Precoce 
Qualidade da carne Baixa Alta 
Rentabilidade Baixa Alta 
 
OBS: O intervalo entre partos compreende o período da gestação até a fêmea ser concebida novamente. O 
período de serviço é o intervalo de tempo desde a vaca parir ate a vaca ficar prenhe. 
Comentários sobre índices de produtividade 
1. Taxa de natalidade inferior a 70%: indica alto custo na produção do bezerro e atraso no melhoramento 
genético. 
2. Idade da 1ª cobertura: 36 meses é inadmissível. O que tem que ser feito: melhorar a pastagem, realizar 
suplementação mineral e volumosa para o período seco. 
3. Produção de carne por unidade de área: 90kg/ha/ano é baixo. Paraum país como esse que tem o 
potencial de 300kg/ha/ano, 90kg é baixo. É preciso trabalhar com gramíneas ótimas, no entanto, estas 
precisam de manejo adequado. 
Esses índices mostram a insuficiência alimentar mesmo no período das águas e se agrava no período seco. 
Mesmo as pastagens mais bem manejadas sofrem, principalmente devido ao fotoperíodo negativo durante o 
período seco. É importante, durante esse período, aumentar o tempo de descanso da planta, para ajuda-la a 
sobreviver. 
• NECESSITA DE PLANEJAMENTO ALIMENTAR! 
 
Condicionamento para o sucesso 
 
Base financeira: quanto irei investir? 
Recursos físicos: conhecer o solo. 
Recursos vegetais: pastagem, capineira de cana, Napier.. é o que você tem disponível! 
Recursos animais: aqueles que irão receber a “soma” das bases anteriores. 
Manejo de pastejo: exige conhecimento, tecnologia o que eu forneço para o pasto. 
Perfil do sistema: vou intensificar ou não? Se vou intensificar, quanto? 
Importância da exploração à pasto 
• Conceito de boi verde, boi natural muito difundido no Brasil. Os conceitos de carne/leite orgânicos 
não são muito comuns aqui. 
• Conceitos ambientais envolvendo à exploração de bovinos aquecimento global. 
• Mídia: exerce pressão, principalmente pela falta de conhecimento. A pecuária é um ramo que emprega e 
integra socialmente milhões de trabalhadores. 
• Alimentação saudável: há uma grande concorrência com a carne branca (frango e leite). 
• Custo de produção = mais barato? Nem sempre. 
 
Pastagens é sinônimo de baixo custo? As pastagens são sistemas altamente tecnificados, que exigem o emprego 
de uma infinidade de conceitos, além de apresentarem muitos fatores envolvidos. Exige uma relação homem – 
planta – animal. 
Perfil do 
sistema
Manejo do 
sistema: manejo 
de pastejo
Recursos animais
Recursos vegetais
Recursos físicos
Base financeira
A utilização das pastagens pode ser a opção mais econômica, mas há uma grande distância entre o PODER e SER 
é um grande desafio para os profissionais. 
O Brasil é dono do maior rebanho comercial do mundo (198 milhões de bovinos) e líder na exportação, mas: 
também é o país da fome. 
• Falta comida no prato de carca de 20 milhões de brasileiros. Igualmente no prato do boi. 
• Em 2003, 10% dos bovinos abatidos eram considerados precoces (12 a 30 meses). 90% deles passaram 
fome em algum período de vida e, animal que passa fome leva o lucro embora. 
O Brasil possui uma extensão territorial favorável, uma ampla quantidade de gramíneas, um clima e genética 
ótimos a base da alimentação dos ruminantes TEM que ser pastagem. 
 
 
Aula 2 – Sistema Ecológico das Pastagens 
Fazem parte desse sistema as plantas, os animais, o solo, o ar, a energia radiante (luz) e a umidade. O grande 
objetivo do sistema ecológico das pastagens é controlar todos esses fatores de maneira a obter maior eficiência 
de todo o sistema manter todos os fatores interligados e controlados. 
Fisiologia e morfologia das plantas forrageiras 
• Fisiologia vegetal: é o estudo do funcionamento dos processos de crescimento e desenvolvimento da 
planta. 
• Morfologia: é o estudo da estrutura e forma das plantas permite entender as diferenças morfológicas 
entre as plantas (gramíneas e leguminosas). 
Quando estudamos a fisiologia e morfologia das plantas, buscamos: 
1. Obtenção de elevadas produções de matéria seca. OBS: Toda gramínea tem sua porção em água e 
matéria seca. Uma gramínea pronta para pastejo apresenta 35% de matéria seca e o restante em água. 
2. Garantia da persistência da pastagem por muitos anos. 
3. Atender as exigências dos animais a pastagem não atende todas as exigências. A exigência em 
proteínas pode ser atendida em alguns casos, já para energia é um pouco mais difícil. Quando se trata de 
minerais, deve ser feita a suplementação com sal mineral. 
OBS: Essa deficiência em minerais se deve à característica dos solos brasileiros serem extremamente pobre 
nesses nutrientes. 
Desde 1965/66 a pesquisa em fisiologia vegetal tem sido voltada ao processo de fotossíntese. Processo que se da 
nas partes verdes das plantas e consiste na absorção e fixação do dióxido de carbono (CO2) associado à energia 
6 H2O + 6 CO2 ➔LUZ➔ 6 O2 + C6H12O6 (carboidrato). 
 
O princípio básico da produção de plantas forrageiras é a transformação da energia solar recebida em 
compostos orgânicos via fotossíntese, como esquematizado no esquema acima. 
Fotossíntese 
É o processo através do qual as plantas transformam energia luminosa em energia química ao processar o 
dióxido de carbono (CO2), água H2O e minerais em compostos orgânicos (energia), produzindo também o 
oxigênio gasoso (O2). 
Neste processo ocorre a fixação do CO2 da atmosfera pelas plantas C3 e C4 (serão explicadas a seguir). 
Fatores importantes para a fotossíntese: 
1. Umidade do solo água. 
2. CO2 do ar. 
3. Capacidade fotossintética das folhas folhas mais jovens tem poder fotossintetizante maior. 
4. Luz solar. 
5. Nível de fertilidade do solo. 
 
 Crescimento vegetal 
1. Crescimento linear: relacionado ao aumento em altura – quanto ela cresce ao dia. 
2. Crescimento ponderal: relacionado ao acumulo de matéria seca – quanto ela produz ao dia. 
90% do crescimento é em decorrência da fotossíntese, enquanto que 10% é por absorção dos minerais do solo. A 
partir dessa informação podemos nos perguntar, para que adubar as plantas forrageiras se 90% do crescimento 
vem da fotossíntese? 
Plantas crescem naturalmente, ou seja, não sofrem intervenções pelo homem e nem são pisoteadas e comidas 
pelos animais conseguem viver sobreviver com essas taxas (90% fotossíntese e 10% absorção), já as forrageiras 
usadas na produção animal não. 
O CO2 é fixado nos cloroplastos das células do mesófilo foliar, ou seja, ocorre fundamentalmente nas partes 
verdes das plantas, dotadas de moléculas de cloroplastos. 
 
O mesófilo foliar é composto pelo parênquima paliçádico e pelo parênquima lacunoso. Os estômatos são anexos 
da epiderme (poros) por onde passam os gases (CO2 e O2). 
Plantas C3 
São gramíneas e leguminosas temperadas. Não suportam altas temperaturas. São adaptadas ao clima fresco, 
exemplos: 
 
• Gramíneas: aveia, azevém e centeio. 
• Leguminosas: trevo e alfafa. 
Processo de fotossíntese nas plantas C3: 
Ciclo de Calvin: O CO2 é absorvido e fixado ao mesófilo foliar. No mesófilo, o CO2 se une a um carboidrato 
denominado RUDP (Ribose Difosfato). Esse complexo sofre ação da enzima RUDP-Carboxilase, dando origem à 2 
moléculas de Ácido 3 – Fosfoglicérico (PGA), com 3 carbonos em sua estrutura. 
É devido a esse ácido formado que as plantas C3 recebem o seu nome. Após isso, o ciclo prossegue até que no 
final seja formada uma molécula de glicose. 
CO2 + RUDP ➔ RUDP-Carboxilase ➔ 02 moléculas de ácido 3 – fosfoglicérico (PGA) ➔ contém 03 carbonos. 
Para que haja a fotorrespiração é necessário um aumento muito grande da radiação solar. 
 
Assim, com o fechamento dos estômatos, ocorre a fotorrespiração (apenas nas plantas C3), com consumo de 
O2, ocorrendo também gasto de energia e não há produção de CHO. 
Assim, a enzima RUDP-Carboxilase, com grande afinidade pelo CO2, passa a ter afinidade pelo oxigênio, se 
transformando em RUDP-Oxigenase. 
Dependendo das condições ambientais para a fotossíntese, a fotorrespiração pode provocar perdas de até 40% 
do CO2 fixado pelas plantas C3. Para que a fotorrespiração ocorra é necessário um aumento muito grande na 
intensidade luminosa. 
Plantas C4 
São gramíneas tropicais – exemplos: 
• Todos os gêneros de Brachiaria sp. 
• Panicum (Tanzânia, Mombaça..). 
• Cynodon. 
• Capim-elefante ou Naiper. 
• Tiftons. 
• Estrelas. 
• Cana, milho.. 
CO2 + PEP (Fosfoenol piruvato) ➔ PEP-Carboxilase – exima que converte o PEP em OAA ➔ Ácido Oxaloacético 
(OAA) – apresenta 4 carbonos (C4 – diferença fisiológica)➔ é rapidamente convertido em aspartato e malato e 
transferido para as células clorofiladas da bainha foliar (Anatomia de Kranz) ➔ são descarboxilados (perdem 
carbono) e o CO2 é refixado através do mecanismo de fixação das plantas C3. 
As plantas C4 possuem 02 diferencas quando comparadas às plantas C3: 
1. Diferença fisiológica ➔ o CO2 se une à um carboidrato diferente, formando um ácido com maior numero 
de carbonos (OAA – 4 carbonos). 
2. Diferença anatômica ➔ as plantas C4 possuem células clorofiladas na bainha foliar. Essa diferença 
anatômica permite maior aproveitamento do CO2. 
Outra característica importante é que o CO2 é estocado nos aminoácidos aspartato e malato, o que impede a sua 
perca. Esses dois aminoácidos entram no ciclo de Calvin, que também acontece para as plantas C3 e produzem 
energia. Ou seja, as plantas C4 aproveitam “duas vezes” o CO2 graças ao aspartato e malato. 
Resumo da reação 
CO2 ➔ Planta ➔ CO2 + PEP ➔ enzima (PEP-Carboxilase) ➔ OAA (04 carbonos) ➔ rapidamente incorporado ao 
aspartato e malato (seguram o CO2) ➔ passam para a bainha foliar ➔ células aproveitam o CO2 novamente ➔ 
energia. 
OBS: Isso explica o fato de as plantas C4 se desenvolverem mais rapidamente que as plantas C3. 
 
Vantagens da via metabólica C4: 
• Melhor adaptação das plantas às condições de maior insolação e altas temperaturas. 
Consequentemente, melhor eficiência no uso da água. 
• Os níveis mais elevados de fixação de CO2 tem sido relacionado aos maiores índices de IAF (Índice de 
Área Foliar) da planta. 
• Para o bom crescimento das plantas forrageiras é necessário que após o corte ou pastejo ela alcance o 
mais rápido possível o máximo de interceptação solar ➔ relação com o resíduo pós-pastejo. 
Podemos perceber, que as plantas C4 apresentam maior taxa fotossintetizante que as outras plantas. 
A alfafa é uma planta C3 que suporta um nível mais elevado de radiação quando comparada a outras plantas C3. 
OBS: Quanto maior a radiação, menor será a taxa fotossintética das plantas C3. 
TEMPERATURA x CRESCIMENTO DAS GRAMÍNEAS TROPICAIS E TEMPERADAS 
ESPÉCIE 
FORRAGEIRA 
MÍNIMA (ºC) ÓTIMA (ºC) MÁXIMA (ºC) 
Gramíneas e 
leguminosas 
tropicais 
15 30 a 35 45 a 50 
Gramíneas e 
leguminosas 
temperadas 
5 a 10 20 30 a 35 
 
 
IAF – Índice de Área Foliar 
É a área ocupada por folhas em relação à área ocupada pela planta. 
“Índice de Área Foliar é a relação entre a área foliar de toda vegetação e a unidade de área de solo ocupada por essa 
vegetação”. 
Quanto MAIOR o IAF, MAIOR será a interceptação de luz solar pela planta e MAIOR será a taxa fotossintética. É 
claro que existe um limite para quão alto esse IAF pode ser. 
Lembrando que as plantas que apresentam folhas velhas (senescentes) apresentam um MENOR IAF e as 
gramíneas apresentam um IAF MAIOR que as leguminosas. 
Fatores que afetam o IAF 
• Densidade de semeadura ➔ quantidade de semente. 
• Espaçamento de plantio ➔ o mais comum é o de 40cm. 
• Tamanho da semente ➔ Brachiarias têm sementes maiores, enquanto Panicum possui sementes 
menores. 
• As folhas novas são mais fotossintéticas que as folhas velhas. 
IAF – Ótimo 
É atingido quando as folhas inferiores chegam à condição de receber luminosidade suficiente apenas para atingir 
o ponto de compensação (quantidade de CO2 absorvido é igual a quantidade de CO2 liberado pela respiração – 
equilíbrio entre CO2 absorvido e liberado). 
É complicado manter um IAF ótimo devido às características da produção. Os animais estão constantemente 
pastejando aquela forrageira, reduzindo o seu IAF. OBS: Se for um método de pastejo rotacionado, em algum 
momento alguns dos piquetes terão IAF – ótimo. 
Fatores que afetam o IAF – Ótimo 
• Forragem remanescente após o pastejo ou corte ➔ resíduo pós-pastejo. Se sobraram folhas verdes, 
melhor a planta se desenvolve e menos o IAF será alterado. 
• Senescência de folhas ➔ quanto mais velha, menor será o IAF. 
• Fotorrespiração ➔ apenas para plantas C3. 
• Pisoteio e dejeção dos animais ➔ pressiona a planta, comprometendo o IAF. 
• Seletividade de pastejo ➔ depende muito da espécie com a qual estamos trabalhando. Os bovinos não 
são muito seletivos, mas os ovinos escolhem muito melhor o alimento, podendo prejudicar o IAF. 
• Intervalo e intensidade entre utilização ➔ período de descanso. Se sempre houverem animais no pasto, 
o IAF será sempre baixo. 
• Ângulo das folhas ➔ quanto mais folhas estiver em um ângulo agudo (não estiver paralela ao solo), 
maior será a interceptação solar. 
MAS e se o IAF aumentar muito? Uma grande quantidade de folhas promoverá maior sombreamento das folhas 
inferiores e, consequentemente, menor desenvolvimento. 
A produção de matéria seca não acompanhará o IAF, pois haverá uma grande quantidade de folhas basais 
sombreadas e folhas velhas que serão menos eficientes fotossinteticamente, com isso a produção animal será 
afetada. 
Por isso a importância do pastejo, retirando folhas velhas, perfilhos maduros (com semente) e material morto 
para melhorar a penetração de luz até a superfície do solo, estimulando o aparecimento de novos perfilhos. 
 
 
 
Aula 3 – Morfologia das plantas forrageiras 
 
Espécie Raiz Folha Caule Inflorescência Fruto 
Gramínea Fasciculada Lanceolada Colmo Espiga/panícula Cariopse 
Leguminosa Pivotante/nódulo Composta Haste Capítulo Vagem/legume 
 
A raiz das gramíneas difere da raiz das leguminosas por ser 
fasciculada, uma raiz em cabeleira. As leguminosas possuem uma 
raiz central denominada pivotante. 
As gramíneas, em sua maioria, apresentam uma folha em formato 
de lança, enquanto as leguminosas apresentam folhas compostas 
grandes ou pequenas, sempre ovaladas e na posição horizontal. 
As folhas são as que mais se diferenciam entre as gramíneas e as 
leguminosas. 
Quanto ao caule, bambus, milho e cana de açúcar são as gramíneas que mais se diferem, pois apresentam um 
colo bastante evidente. 
Quanto a inflorescência: as gramíneas não possuem flores, mais sim espigas (Brachiarias) e panículas (Panicum e 
capim elefante). 
Quanto ao fruto: gramíneas não apresentam frutos, enquanto as leguminosas (em sua grande maioria) 
apresentam ➔ vagens (soja, feijão, amendoim, leucena). 
O trigo é uma gramínea que apresenta inflorescência em panícula fechada. 
 
OBS: Alfafa é a melhor das leguminosas. 
Gramíneas 
• Inflorescência ➔ panícula aberta ou fechada. 
• Folhas finas em forma de lança. 
• Caule formado por colmos (perfilhos). 
• Raiz fasciculada (cabeleira). 
• Monocotiledônea (classificação biológica). 
 
Lígulas: são estruturas que unem a bainha à folha e protege contra uma grande quantidade de umidade. Podem 
ser membranosas, pilosas ou ausentes (sem lígula). 
Classificação das plantas forrageiras 
• Raiz fasciculada. 
• Caule: colmo. 
• Rizomas: caules, subterrâneos perenes (reserva energética) que permanecem por um longo tempo (não 
são raízes). 
• Estolhos ou estolões (decumbentes de comprimento variável): caules aéreos, finos, que possuem 
crescimento horizontal, originando novas plantas. 
• Folhas: séssil, invaginada, dística ou ligulada. 
• Flores: unissexuadas ou hermafroditas, aclamídeas (não apresentam perianto – invólucro da flor que 
atrai insetos e pássaros), supero variadas ou dispostas em espiguetas. 
• Inflorescência: espiguetas dispostas em panículas, racemos ou espículas. 
Leguminosas 
• Folhas largas, ovaladas e arredondadas. 
• Caule ramificado. 
• Raiz pivotante (principal) com nódulos (fixam o N do ar atmosférico no solo). 
• Flores (vagem, fruto). 
• Ramos. 
Entre uma leguminosa e outra existe muita diferença na composição energética. As leguminosas podem ser 
utilizadas para adubação verde, por exemplo: 
Após o ciclo da cana (5 anos), é feita a plantação de leguminosas. Quando todas elas estiverem para emitir flores, 
todas são cortadas e o solo recebe novos nutrientes.É uma ótima opção em consorcio com gramíneas, principalmente devido à sua constituição nutricional e à sua 
capacidade fixadora de nitrogênio. No entanto, é muito fraca (não aguenta pisoteio) e de difícil manejo. 
OBS: Qualquer leguminosa tem maior nível proteico que a melhor gramínea. São muito palatáveis, com exceção 
da estilosantes campo grande, que tem feito muito sucesso por se manter estável em consórcios com gramíneas. 
Ela só consegue se manter por ser muito amarga para os animais. 
Características 
As leguminosas possuem 3 folhas em cada ramo (comumente). Formam vagens. 
Existem características morfológicas que definem o grau de suscetibilidade da gramínea (à tolerância a cortes ou 
pastejo) ➔ essas são as características mais importantes e estão relacionadas ao hábito de crescimento da 
planta. 
Dentro dessas características existe, pelo menos, 4 diferentes grupos. 
Hábitos de crescimento 
1. Espécies de hábito ereto (cespitoso): ocorre o alongamento do colmo durante a fase de 
desenvolvimento vegetativo. 
São espécies muito sensíveis ao corte ou pastejo, pois expõem em demasia os pontos de crescimento 
(meristema apical), acarretando sérios prejuízos à rebrota. Por isso, dependem muito das gemas laterais. São 
plantas que se desenvolvem em forma de touceiras e apresentam pouca expansão lateral (baixa capacidade de 
preencher o solo). 
OBS: Quando o solo está ficando nu, é realizado o corte das regiões superiores da planta, o que acaba 
estimulando o desenvolvimento das gemas laterais, e a planta cresce horizontalmente, preenchendo o solo nu. 
São plantas que necessitam de um controle rigoroso. 
2. Espécies de hábito de crescimento cespitoso (ereto) que não alongam seus pontos de crescimento 
durante a fase de crescimento vegetativo. Neste grupo de plantas temos o azevém perene, muitas 
espécies do gênero Panicum sp. e Setaria sp. 
Apesar de serem plantas mais tolerantes a cortes ou pastejo do que as espécies do grupo anterior, estas também 
exigem maior atenção em relação ao manejo. 
Normalmente, este grupo de espécies não aceita pastejo contínuo, tendendo a desaparecer da área nestas 
condições. 
OBS: Se for um sistema rotacionado onde se respeita a fisiologia das plantas, essas são uma ótima escolha. 
Agora se for um sistema contínuo, não é um grupo interessante a se escolher. 
3. Espécies que alongam os colmos formando perfilhos prostrados ou estolhos (estoloníferos ou rasteiro): 
Este grupo de espécie apresenta uma tolerância bem maior a utilizações intensas e frequentes, pois seus pontos 
de crescimento estão mais a superfície do solo e, portanto, mais protegidos ➔ fora do alcance da boca do 
animal. 
Fazem parte desse grupo o Pangola, capim estrela, Coast-Cross e o capim-de-Rhodes ➔ são gramas. 
Elas possuem um certo crescimento vertical, mas nada comparado às outras gramas. 
4. Espécies que alongam os entrenós subterraneamente formando rizomas (rizomatosos). Neste caso as 
plantas estão com seus pontos de crescimento muito bem protegidos, bem como os locais de acúmulo 
de reserva, que são os rizomas (reserva energética e podem gerar novas plantas). 
As espécies deste grupo suportam condições de pastejo contínuo e altas pressões de pastejo, sem que haja 
comprometimento com sua persistência. São elas: quicuio, B. humidicola, o vaqueiro (única grama que temos no 
Brasil que cresce por semente) e o Tifton 85. 
Todas as plantas estoloníferas-rizomatosas aguentam muito o pisoteio. São plantas de pastejo contínuo. 
OBS: Rizoma não é raiz, é caule. 
Hábito de crescimento da planta e a competição pela luz 
O hábito de crescimento pode exercer efeitos indiretos n interceptação da radiação pelas plantas. A disposição 
que os perfilhos crescem: 
1. Determina a arquitetura da planta. 
2. Permite maior ou menor proteção dos pontos de crescimento (principalmente o meristema apical) ao 
corte mecânico ou pelo animal. 
A principal característica morfológica das gramíneas é a localização dos meristemas junto à superfície do solo, 
bem abaixo do nível alcançado pelos animais ou máquinas ➔ quando os pontos de crescimento (meristemas) 
são preservados, o desenvolvimento da planta é muito melhor. 
Assim, a rebrota surge através da iniciação de novas folhas preservadas e também das folhas cortadas, que 
possuem seu próprio tecido meristemático baixo suficiente para escapar a um prejuízo permanente. 
OBS: As plantas com hábito de crescimento cespitoso estão mais à mercê da boca do animal. Dessa forma, a 
planta começa a crescer lateralmente e perde altura gradativamente. Em algumas situações é interessante 
realizar o corte dos meristemas apicais para estimular o crescimento lateral e cobrir o solo nu. No entanto, se 
isso não for interrompido, a planta reduzirá seu tamanho diariamente. 
Altura do corte: está relacionado ao resíduo pós-pastejo. Cada forrageira possui uma altura ideal que deve ser 
mantida após o pastejo. O capim Mombaça, por exemplo, deve permanecer em uma altura ideal de 40cm, dessa 
forma poderá se desenvolver sem problemas para o próximo pastejo. 
Quando sobram poucas folhas após o pastejo, a recuperação da planta é difícil, visto que a capacidade 
fotossintética dela reduz consideravelmente e ela fica em dependência de suas reservas energéticas escassas. 
Quando sobram muitas folhas, a tendência é que se formem estruturas inviáveis ao consumo e que aumente e 
taxa de folhas senescentes. Em sistema rotacionado, cada tipo de capim possui uma altura ideal de saída. 
A alfafa e o azevém possuem hábito de crescimento cespitoso, enquanto que o trevo branco possui crescimento 
estolonífero (prostrado ou rasteiro) e o dactilis é semiprostrado. O corte deve ser feito na linha fina. As plantas 
de crescimento ereto sofrem mais, pois a perda foliar é muito grande, independentemente de ser gramínea ou 
leguminosa. 
Arquitetura da planta e a competição pela luz 
A arquitetura da planta é fundamental à interceptação luminosa e, provavelmente, a característica mais 
importante que determina sua habilidade competitiva pela luz é a altura. 
Pequenas diferenças entre alturas podem ter grandes efeitos na competição pela luz, pois uma folha pode 
sobrepor-se a outra. A altura é também objeto de considerável valor quando se trata da manipulação pelo 
homem (manejo de pastagens). 
OBS: A diferença de alturas em uma mesma pastagem pode indicar alterações no crescimento, o que acabara 
levando a prejuízos na produção. O pastejo deve ser uniforme, por isso devemos conhecer a capacidade suporte, 
o tempo de pastejo e o sombreamento. 
Exemplo: pastagem consorciada (gramínea-leguminosa) ➔ através do período de descanso, período de 
ocupação e pressão de pastejo (componentes manejáveis). Busca-se uma melhor estabilidade na produção de 
gramíneas-leguminosas, controlando-se a altura das gramíneas, que tendem a abafar as leguminosas, por terem 
porte mais avantajado e crescimento mais vigoroso que estas. 
É muito difícil sustentar um sistema de consórcio, pois devemos controlar a altura da gramínea sem prejudicar a 
produção da leguminosa. 
Além da altura da planta, considerar também: 
• Densidade. 
• Ângulo foliar (gramíneas aproveitam melhor a luz). 
• Concentração vertical da folhagem (resíduo pós-pastejo) pode interferir na competição pela luz. 
Em função do tipo, disposição e distribuição das folhas do trevo, como da maioria das leguminosas, grande parte 
da radiação solar é perdida, pois existe uma grande dificuldade de penetração da luz diretamente dentro do 
perfil da folha. 
Assim, a luz refletida não tem a oportunidade de ser reaproveitada por difusão dentro do dossel vegetativo 
(perfilho + folhas), como ocorre numa comunidade com predominância de gramíneas. Isto porque o trevo 
apresenta suas folhas dispostas próximas à horizontal, enquanto que as gramíneas são mais eretas, dispostas em 
uma angulação variada. 
Se o crescimento das forrageiras perenes (persistem o ano todo) está diretamenterelacionado ao tecido 
fotossintético (folha) exposto à luz solar, a sua persistência esta relacionada a capacidade das plantas em 
reproduzir-se vegetativamente. 
Então, um maior potencial de crescimento está na dependência de folhas novas (quanto mais rápida surgirem, 
melhor), mais eficientes fotossinteticamente, cuja presença pode ser assegurada através da preservação do 
meristema apical e/ou aumento do perfilhamento. 
Meristema apical: uma gramínea já implantada é formada por vários perfilhos, que são uma unidade morfológica 
básica, a partir do qual se originam novas folhas, perfilhos e raízes. Na base de cada perfilho (colmo + folhas) 
encontra-se um pequeno cilindro (1 a 2 mm do corpo) denominado de meristema apical (permite emissão de 
novas folhas e perfilhos), formado por vários segmentos superpostos unidos por nós. 
OBS: O capim-elefante (Napier) e a cana possuem meristema apical no topo. 
Preservação dos pontos de crescimento 
O meristema apical (MA) é o ponto de crescimento da gramínea onde o tecido é formado por células propensas 
à divisão celular. O MA está sempre posicionado no ponto mais alto do caule, portanto, pode ser eliminado no 
momento do corte ou pastejo. 
Quando eliminados, a produção de hormônios específicos cessa e, dessa forma, haverá desenvolvimento das 
gemas laterais (planta cresce lateralmente). 
 
Corte na altura A: Há preservação do meristema apical e, 
dessa forma, ocorrerá rápida formação de novos perfilhos a 
partir desse ponto de crescimento, ainda mais com a 
entrada de luz, proporcionada pela retirada da parte mais 
velha das plantas. 
Em plantas de crescimento estolonífero e rizomatoso esse 
manejo é facilmente conseguido, pois os pontos de 
crescimento se mantem próximos ao solo, fora do alcance da boca do animal. 
Resumindo: a sobrevivência do meristema apical é importante para a recuperação das forrageiras, pois é através 
dele que haverá formação de novas folhas, e essa formação depende da disponibilidade de energia. 
 Não resolvemos o problema energético das plantas se não repormos frequentemente os nutrientes 
necessários no solo, pois muitas vezes, nem toda a reserva energética da planta é capaz de sustenta-la de 
maneira eficaz. 
Para as plantas de hábito de crescimento cespitoso (capim-elefante e colonião), esse tipo de manejo é mais 
difícil, visto que essas plantas elevam muito rapidamente o seu meristema, expondo-o à boca do animal. 
OBS: Quando se trabalha com plantas que alongam muito em pastejo é preciso adubação pesada, já que elas 
têm, constantemente, o seu meristema arrancado. 
O MA exerce uma dominância sobre a expansão dos perfilhos laterais, que nascem a partir das gemas axilares, 
através de hormônios como as auxinas e as giberelinas (impedem o perfilhamento lateral enquanto o MA 
persistir). 
Corte na altura B: com a eliminação do meristema apical, a recuperação se dá através da exploração maior da 
alta capacidade de produção dos perfilhos laterais, ou seja, quando o MA é eliminado, haverá crescimento 
lateral. 
 Em algumas situações (áreas de solo nu) é interessante utilizar desse tipo de corte, de modo a permitir o 
preenchimento completo do pasto. No entanto, é importante realizar um manejo de pastagens adequado, visto 
que esse tipo de corte faz com que a planta seja gradativamente reduzida em altura. 
O perfilhamento lateral induz à maior abertura das touceiras, melhorando a ocupação do espaço aéreo e 
também a interceptação da luz. Lembrando sempre que devemos atentar ao resíduo pós-pastejo. 
Durante o desenvolvimento lateral ocorre redução na altura da planta, sem a perda de produtividade, mas com 
obtenção de uma pastagem mais baixa, com maior densidade e predominância de folhas. 
O meristema dos perfilhos laterais (gemas laterais) raramente são eliminados pelos animais, devido à 
proximidade entre os caules secundários e caules principais, aliada à sua pequena expansão. E é por isso que 
esse tipo de perfilhamento é produtivo. 
 A grande maioria das gramas tem seu MA mantido, enquanto que as demais forrageiras o tem arrancado, mas 
isso não quer dizer que a pastagem será ruim. Se houverem condições básicas, a produtividade é boa. 
 As plantas de hábito cespitoso, mesmo com adubação, não aguentam sempre terem seu MA arrancado. 
Cabe lembrar que o perfilhamento é determinado por: 
• Genótipo da planta. 
• Balanço hormonal (auxinas e giberelinas) ➔ MA retirado ou não? 
• Florescimento ➔ perfilho reprodutivo formado ➔ perfilhamento regride (planta para de crescer). 
• Fotoperíodo. 
• Temperatura. 
• Intensidade luminosa ➔ relacionada também ao resíduo pós-pastejo. 
• Disponibilidade de nutrientes, minerais e água. 
Normalmente, quando existe a disponibilidade de nutrientes e CHO na planta, o perfilhamento é abundante. Daí 
a importância das adubações para as plantas forrageiras. 
 Lembrando que, sem correção do pH do solo, nenhum adubo será aproveitado. O pH de solo ideal está em 
torno de 5,5 a 6,5. 
Deduzimos então que o sucesso na utilização de plantas forrageiras, através do corte ou pastejo, consiste em 
definir os fatores predominantes que determinam o desenvolvimento e crescimento da planta: 
• Equilíbrio entre a fonte fotossintética (IAF e eficiência fotossintética) e a existência de drenos 
metabólicos (perfilhamento, extensão da área foliar e alongamento de folhas e hastes) ➔ se isso 
(manejo de pastagem) for acertado, a produção é boa para o resto da vida útil da pastagem. 
 
Aula 4 – Estabelecimento de Pastagens 
 
O estabelecimento de pastagens envolve 4 aspectos básicos: 
1. Escolha do local 
 Boa topografia: devemos pensar principalmente na mecanização e também na presença ou não de erosão. 
A topografia do local é um aspecto muito subjetivo, visto que o produtor não deixará de plantar a sua forrageira 
se a única área que ele possui é uma área de má qualidade. 
Ao escolher a área, devemos pensar principalmente na questão da mecanização, pois atualmente não cabe mais 
o plantio manual (muito dispendioso). 
 Declive: áreas com declive maior que 35% não são indicadas, visto que gerara problemas relacionados ao gasto 
de energia dos animais, erosão, mecanização, construção de cercas, distribuição de aguadas, sombreamento de 
pasto e outros. 
OBS: O preparo do solo não necessariamente significa evitar erosão, as vezes pode-se induzir ou ate piorar um 
processo erosivo. 
2. Escolha da forrageira 
 Finalidade do empreendimento (capineira, pastagem, feno ou silagem). 
 Conhecer as condições climáticas da região. 
 Conhecer a fertilidade do solo ➔ a correção do solo é fundamental. 
 Consorciação ➔ avaliar a compatibilidade de leguminosas de acordo com a gramínea escolhida e seu habito 
de crescimento. 
Por exemplo: se escolhemos uma gramínea com hábito de crescimento cespitoso, o ideal é que selecionemos 
uma leguminosa compatível e que cresça se enrolando ao redor da gramínea (ex: samambaia), de forma que a 
leguminosa não fique em desvantagem em relação à gramínea. 
 Sementes ➔ atentar a qualidade, preço e à idoneidade (seriedade) do local em que se compra as sementes. 
OBS: Quando se faz o plantio por mudas, ainda não existem empresas especificas para esse tipo de comércio. 
3. Aspectos físicos e químicos do solo 
 Compactação ➔ reduz muito o crescimento das raízes, além disso, a planta perde o vigor de rebrota (o pasto 
degenera). 
 Erosão ➔ qualquer processo erosivo deve ser corrigido antes que se forme a erosão, pois após isso, a 
recuperação é praticamente impossível. 
 Fertilidade ➔ sempre deve-se realizar a analise de solo, de maneira que se possa corrigir o pH e favorecer o 
desenvolvimento da planta. 
4. Preparo do solo 
 Objetivos: 
• Combater as plantas indesejáveis ➔ se o produtor deseja realizar um novo plantio, devemos eliminar a 
antiga população vegetal do loca. 
• Incorporar os restos vegetais e o calcário ao solo ➔ melhora a fertilidade do solo, geralmente, 2 a3 
meses antes do plantio realiza-se administração de metade da dose de calcário ao solo, o preparo do solo 
permite o revolvimento e incorporação desse calcário. 
• Romper as camadas compactas. 
• Permitir a infiltração de água. 
• Maior contato da semente com o solo. 
OBS: Em áreas compactadas, com pastagem degradada ou não, temos que usar, obrigatoriamente, um arado. 
CUIDADO: À medida que resolvemos o solo, há um banco de semente nas camadas mais profundas que sobe às 
camadas superficiais e brota. Trabalhamos com o arado, esperamos de 20 a 25 dias e eliminamos os novos 
brotos. 
 Etapas: 
1. Análise do solo. 
2. Aração (incorpora os restos vegetais e o calcário, além de romper as camadas compactadas. Costuma-se 
utilizar o arado aiveca ou a grade pesada). 
3. Gradagem (permite o nivelamento do solo, bem como o destorroamento, o que leva a um maior contato 
da semente com o solo) ➔ normalmente leva-se de 1 a 3 horas por hectare para gradar o solo. É 
importante conhecer o tempo gasto para calcular gastos. É uma das etapas mais importantes, pois 
condiciona o solo a receber a semente. 
4. Conservação do solo (curvas de nível) ➔ estruturadas nos terrenos que apresentam alta declividade. 
Dependendo do local, há necessidade de bacias de contenção (seguram a água para evitar que escorra, 
levando junto parte do solo e causando erosões). 
 Época da semeadura: sempre no inicio das águas (maior umidade do solo) até meados de fevereiro. 
• A profundidade das sementes varia de 1 a 4 cm, com media de 1,5 a 2 cm ➔ depende muto do tamanho 
da semente. Sementes de Panicum spp. são muito pequenas, portanto são plantadas mais rasas (1 a 1,5), 
enquanto que sementes de Brachiarias spp. são maiores, sendo plantadas mais profundamente (1,5 a 
2cm). 
60 dias após o plantio realiza-se o primeiro pastejo, que deve ser leve (baixa lotação) e a altura deve ser melhor 
controlada, visto que o sistema radicular da planta ainda não esta totalmente envolvido e faz-se necessário um 
IAF maior para que a planta não fique em dependência de suas reservas energéticas naturalmente escassas. 
 Sistema Barreirão: preconiza a associação de pastagens com culturas anuais, como o milho. Nesse sistema, as 
sementes da pastagem (de preferência Brachiarias spp.) são misturadas ao adubo utilizado na adubação de 
plantio da cultura de interesse. Planta-se a semente da gramínea mais profundamente, de forma que o milho 
brote primeiro e desenvolva antes. 
• Quando colhido o milho, a pastagem estará totalmente formada e pronta para o pastejo. 
 Tipos de plantio: 
• Por semente: a lanço (manual), semeadeira ou esparramadeira de calcário (a lanço). 
• Por mudas (sulcadores ou plantadeiras de cana) – 0,5 a 1,0m² entre linhas e entre as mudas. Quando 
existem muitas mudas, realizamos a sulcagem com 0,5cm, quando há muitas, fazemos com 1m² de 
distância entre cada muda. 
Degradação e recuperação de pastagem 
Grande parte das pastagens brasileiras encontra-se em algum estágio de degradação. Isso culmina com perda da 
produção de massa verde e também da fertilidade do solo, bem como, indiretamente, com perda na produção 
de carne/leite. 
Degradação: é o processo de perda do vigor, da produtividade (não consegue rebrotar como antes), da 
capacidade de recuperação natural e da qualidade de forrageira exigida pelos animais. 
 Começamos a perceber o processo de degradação quando os animais refletem perda do ganho de peso, baixa 
capacidade de suporte e presença de plantas indesejáveis na pastagem. 
Temos duas alternativas para aplicar à essa pastagem: 
1. Renovação: é o processo de substituição da espécie forrageira. É muito mais dispendioso e demorado. 
2. Reforma: é a correção do pasto que foi malformado (por qualquer falha que seja). 
“Toda pastagem degradada pode ser reformada?” ➔ Isso depende muito do nível de degradação dessa 
pastagem. Mas deve-se ter em mente que é muito mais viável reformar do que renovar a pastagem. 
Recuperação: é quando se faz a reversão do processo de degradação. “Tem como objetivo devolver as 
condições originais ao solo quando a pastagem foi estabelecida (nutrientes necessários)” ➔ Não implica na 
substituição da espécie estabelecida. 
Causas de degradação 
• Manejo inadequado (super pastejo, principalmente). 
• Presença de pragas, doenças e plantas invasoras. 
• Espécie inadequada ao local. 
• Má formação inicial (ausência de analise do solo, correção, adubação e conservação). 
• Extensas áreas de pastagem, sem subdivisões (favorece a seletividade – animal permanece sempre perto 
da água e do sal). 
• Localização inadequada dos cochos, bebedouros e cercas. 
 Estágios e critérios de degradação dos pastos 
• Queda na produção de forragem com redução da qualidade. 
• Capacidade de rebrota mais lenta (mesmo no verão) ➔ a planta fica cada vez menor. 
• Diminuição da área coberta do solo pela pastagem. 
• Diminuição da lotação animal. 
• Menor performance animal (menor ganho de peso). 
• Aparecimento de plantas invasoras e processo erosivo (água não tem obstáculos sem a proteção do 
capim). 
• Compactação e presença de erosão. 
 
OBS: Acima da linha temos a porção que percebemos visualmente, abaixo delas é a porção que não percebemos 
visualmente. 
OBS: Ao notarmos a presença de pragas e plantas invasoras, podemos ter certeza que o pior já aconteceu. Só 
conseguimos detectar alterações. 
 
A partir do gráfico acima, nota-se que tudo se inicia com o manejo, se falta nutrientes, animais colocados em 
áreas erradas, lotação inadequada e falta de adubação, a tendência é que a degradação da pastagem avance 
cada vez mais. 
Níveis de degradação Parâmetros limitantes Grau de degradação 
Pastagem 1 Bom vigor e qualidade Leve – não visível (somente com 
análise do solo) 
Pastagem 2 Baixo vigor, qualidade e população Moderado – visível através da 
queda de desempenho do animal 
Pastagem 3 Baixo vigor, qualidade e população 
associado com cupins 
Forte – ainda é possível ser 
recuperada 
Pastagem 4 Baixo vigor, qualidade e 
população, associado com plantas 
invasoras, cupins, solo descoberto 
e erosão 
Muito forte – é preciso recomeçar 
do zero 
 
Estande – relação de plantas em m² ou qualquer outro espaço delimitado. 
• Baixo estande: indica necessidade de reforma, salve casos em que é uma pastagem de Brachiaria 
(possível recuperar). 
• Alto estande: se já se observam plantas invasoras, a recuperação é suficiente (com baixo custo). 
Métodos de recuperação do pasto 
a. Recuperação direta do pasto: usado quando o pasto se encontra no estágio inicial de degradação 
(análise de solo, correção e adubação – início do período chuvoso). 
b. Recuperação direta com preparo mínimo do solo: área de cobertura do solo boa, porem compactado 
(análise de solo, correção e adubação – águas, com uso de subsolador). 
Subsolador: apresenta hastes que penetram no solo e quebram as estruturas compactadas, facilitando o 
desenvolvimento do sistema radicular das plantas. 
c. Recuperação com preparo do solo: é usado quando a degradação é pouco avançada à avançada, com 
lavoura (milho, feijão, arroz) ➔ grau de degradação onde já se percebe plantas invasoras, cupins e áreas 
de solo nu. 
d. Integração lavoura-pecuária: consiste no consorcio com culturas anuais (milho, soja, sorgo) – planta-se 
junto a semente da cultura e da pastagem (após a colheita da cultura anual, tem-se o pasto formado). 
• Plantio da cultura anual, por 1 ou 2 anos, retornando-se à pastagem. 
Normalmente as áreas de degradação são emprestadas para agricultores para que estes façam um plantio, o que 
permite a melhora física e química do solo, visto que para esses tipos de plantios faz-se necessária a adubação 
intensa e também há resíduos de matéria orgânica após o corte. 
OBS: Atualmente planta-se também florestas (eucalipto) juntamente à área de pastagem. 
e. Sistema Santa Fé/Barreirão: técnica que consiste no plantio direto de uma cultura anual de grãos comuma forrageira. 
Pelo plantio com método convencional plantamos a semente da forrageira mais o adubo profundamente e a 
semente da cultura na profundidade normal. 
É um método revolucionário para recuperação de pastagens muito utilizado no Paraná, onde se realiza plantio 
direto (deve-se dessecar a pastagem antes). 
 
Aula 5 – Nutrição, correção e adubação das plantas forrageiras. 
 
• Adubação fosfatada. 
• Adubação potássica. 
• Adubação nitrogenada. 
• Enxofre. 
• Micronutrientes. 
Um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo, pois outros fatores influenciam na disponibilidade dos 
nutrientes para as forrageiras: 
 Má drenagem: solos altamente arenosos não conseguem distribuir corretamente a água. 
 Insetos: pragas. 
 Seca e outros fatores (como a geada): podem limitar a produção, mesmo quando a fertilidade é 
adequada. 
Os fatores que favorecem ou limitam a produtividade são aqueles que estão envolvidos com as relações solo-
planta: 
• Ar: a falta de CO2 inviabiliza a fotossíntese. 
• Temperatura: quando muito elevada ou reduzida, dificulta o crescimento. 
• Luz: quando ausente, a taxa fotossintética é muito baixa. 
• Nutrientes: se não houver reposição de nutrientes, a planta não produz. 
• Água: sem a umidade do solo, a absorção dos nutrientes do solo fica debilitada. 
 
Sistema dinâmico do solo 
Os nutrientes são/sofrem: 
 Exportados (através das plantas) na forma de produtos (carne e leite). 
 Lixiviação: solos muito arenosos e período chuvoso prolongado resulta em “escorrimento” dos 
nutrientes através do solo, fenômeno este denominada lixiviação. 
 Erosão: perda de solo fértil. 
 Retidos por certos tipos de argila do solo, principalmente o fósforo e o potássio. Ficam indisponíveis para 
a planta. 
 Matéria orgânica e microrganismos do solo imobilizam e depois liberam nutrientes ao solo. A MO é uma 
ótima fonte de nitrogênio, além disso, ela consegue manter o solo mais úmido, permitindo melhor 
absorção dos nutrientes pelo sistema radicular da planta. 
 
Existem 16 nutrientes para as plantas, eles são classificados da seguinte maneira: 
1. Não minerais: carbono, hidrogênio e nitrogênio. 
2. Minerais: são subdivididos em: 
• Primários – NPK (Nitrogênio, fósforo e potássio). A deficiência desses nutrientes no solo é sentida 
primeiro. Não quer dizer que são os mais importantes, mais sim necessários em maior quantidade. 
• Secundários – cálcio, magnésio e enxofre. 
• Micronutrientes – boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco. Não são desnecessários (são 
requeridos em pequenas quantidades). 
 
Lei do Mínimo ou Lei de Liebig 
Estabelece que o desenvolvimento de uma planta ficara limitado por aquele nutriente faltoso ou deficitário, 
mesmo que todos os outros elementos ou fatores estejam presentes. 
“O rendimento de uma colheita é limitado pela ausência de qualquer um dos nutrientes essenciais, mesmo que todos 
os demais estejam disponíveis em quantidades adequadas”. 
Em outras palavras, de nada adianta manter os teores dos nutrientes em níveis elevados se apenas um deles 
estiver em desequilíbrio, pois será este nutriente deficitário que limitará a produção das culturas. 
 
Textura do solo 
É determinada pela quantidade de areia, silte (fragmentos de rochas menores que grãos de areia) e argila. 
1. Solos de textura arenosa (solos leves): possuem > 70% de areia e < 15% de argila 
 
 São permeáveis, leves, de baixa capacidade de retenção de água e de baixo teor de matéria orgânica. 
 São altamente susceptíveis à erosão, necessitando de cuidados especiais na reposição de matéria 
orgânica, no preparo do solo e nas práticas conservacionistas. 
OBS: Uma forma interessante de se recuperar o teor de matéria orgânica é utilizar estercos de poedeiras (3 a 5 
toneladas). É muito útil, principalmente em sistemas intensivos. 
2. Solos de textura média (solos médios): são solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores de 
área, silte e argila. 
 
 Apresenta boa drenagem, boa capacidade de retenção de água e índice médio de erodibilidade. 
 
3. Solos de textura argilosa (solos pesados): apresenta teores de argila > 35%. 
 
 Baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água (devido à argila e sua capacidade 
expansiva). 
 Dificultam a penetração, facilitam a aderência do solo aos implementos, dificultando os trabalhos de 
mecanização. 
 São altamente susceptíveis à compactação. 
 Apresentam restrições para o uso da irrigação por aspersão quando a velocidade de infiltração básica for 
muito baixa. 
Na produção animal utiliza-se muito das ditas dietas aniônicas e dietas catiônicas. As dietas aniônicas são 
fornecidas antes do parto, pois fornece nutrientes importantes para evitar a retenção de placenta, diminuir o 
estresse e melhorar a formação dos alvéolos mamários. As dietas catiônicas são fornecidas no período pós-parto, 
principalmente por apresentar o cálcio. Na produção de forragens, os princípios são os mesmos. 
 
 Cátions: são íons de carga positiva ➔ K, N, H, Ca e Mg. 
 Ânions: são íons de carga negativa ➔ Cl, NO3, SO4 e H2PO4. 
Os cátions podem ser substituídos por outros cátions, por isso são trocáveis. O número total de cátions trocáveis 
que um solo pode reter é chamada de capacidade de troca de cátions (CTC). 
OBS: Quanto maior for a CTC, maior o número de cátions que o solo pode reter. Consequentemente, quanto 
maior a CTC, maior a fertilidade do solo. 
OBS: A CTC depende da quantidade de argila e matéria orgânica. 
Solos que são altamente intemperizados e com baixo teor de matéria orgânica apresentam teor de CTC baixo. 
Solos com CTC entre 11 e 50 Solos com CTC entre 01 e 10 
Alto teor de argila Alto teor de areia 
Correção do pH: aceitam mais calcário Correção do pH: aceitam menos calcário 
Maior capacidade para reter nutrientes a uma certa 
profundidade 
Maior predisposição para lixiviação de nitrogênio e 
potássio 
Alta capacidade de retenção de água Baixa capacidade de retenção de água 
Características físicas com alto teor de argila 
 
A soma das bases (S) corresponde à somatória dos cátions básicos (Ca + Mg + K). 
O CTC quantifica as cargas associadas à argila e matéria orgânica: T ou CTC = Ca + Mg + K + H + Al. 
O valor de T ou CTC é utilizado para os cálculos de saturação de bases e necessidade de calagem: 
Saturação de Bases (V) = Ca + Mg + K / Ca + Mg + K + Al x 100 ou V (%) = S/T x 100 
OBS: Todos os dados inseridos na fórmula são obtidos através da análise do solo. 
OBS: A disponibilidade dos nutrientes Ca + Mg + K aumenta com o valor de V ➔ > 60% é o ideal. 
Dependendo da dose, o alumínio se torna toxico para o solo. Uma das funções do calcário é minimizar a sua 
toxicidade. Além disso, não se deve aplicar altas doses de potássio em solos muito arenosos ou em locais com 
chuvas intensas. 
 
Fatores que afetam a produção de plantas forrageiras 
 
 
Fatores que afetam o pH do solo 
O pH define a acidez ou a alcalinidade de uma substância, numa escala que vai de 0 a 14. O pH da maioria dos 
solos produtivos varia entre 4,0 e 9,0, sendo que o ideal está entre 5,5 a 6. 
• Material de origem: solos desenvolvidos de rocha. 
• Precipitação: alta pluviosidade torna o solo mais ácido. 
• Decomposição da matéria orgânica: eleva o pH. 
• Vegetação nativa: tende a ser mais ácida (florestas). 
• Tipo de cultura: normalmente, quando se utiliza solos de culturas, dificilmente precisarmos corrigir o pH. 
• Profundidade do solo: o pH é maior quanto mais profundo for o solo. 
• Adubação nitrogenada: quando é muito pesada, acidifica o solo. 
• Inundação: eleva o pH. 
Apesar do pH ser um excelente indicador da acidez do solo, ele não determina a necessidade de calcário. A 
necessidade de calcário está também relacionada à sua capacidade tampão ou à sua CTC. 
 
 A capacidade tampão aumenta com as quantidades de argila e MO ➔ estes solos necessitam de mais 
calcário. 
 Os solos arenosos têm pequena

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